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PROCEDIMENTOS E NORMAS PARA ELABORAÇÃO E

APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS CIENTÍFICOS NO ISCED

BEIRA, ABRIL DE 2017


INDICE

1 INTRODUÇÃO A PESQUISA ............................................................ Error! Bookmark not defined.

2 PROCESSO DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA ................................................................................. 4

2.1 A Definição do Problema..................................................................................................... 5


2.1.1 A Formulação do problema: A questão inicial ........................................................ 5
2.1.2 Maneiras de formular o problema de pesquisa ........ Error! Bookmark not defined.
2.1.3 Como formular um problema? ..................................... Error! Bookmark not defined.
2.2 Revisão da Literatura .......................................................................................................... 6
2.3 A Construção das hipóteses ................................................................................................ 6
2.4 A Leitura e a recolha de dados ........................................................................................ 13
2.4.1 Tipo de Dados ............................................................................................................. 14
2.4.2 Vantagens e Desvantagens de usar dados primários: .......................................... 14
2.4.3 Vantagens e Desvantagens de usar dados secundários: ...................................... 14
3 Metodologia de Pesquisa ............................................................................................................. 9

3.1 Tipos de Pesquisa ................................................................................................................. 9


3.1.1 Pesquisa Quantitativa ................................................................................................ 10
3.1.2 Pesquisa Qualitativa .................................................................................................. 10
3.1.3 Do ponto de vista de sua natureza, pode ser: ...................................................... 10
3.1.4 Do ponto de vista de seus objectivos pode ser: ................................................... 10
3.1.5 Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, pode ser: ................................. 11
3.2 Métodos de Pesquisa .......................................................................................................... 11
3.3 Amostragem ........................................................................................................................ 15
3.3.1 Amostras não probabilística podem ser: ................................................................ 15
3.3.2 Amostras probabilísticas podem ser: ...................................................................... 16
4 O Projecto de Pesquisa ............................................................................................................. 16

4.1 Estrutura do Projecto de Pesquisa .................................................................................. 17


4.2 Elementos Pré-Textuais .................................................................................................... 18
4.2.1 Capa .............................................................................................................................. 18
4.2.2 Folha de Rosto ou Contra capa ................................................................................ 20
4.3 Elementos Textuais ............................................................................................................ 20
4.3.1 Introdução ................................................................................................................... 20
4.3.2 Revisão da Literatura ................................................... Error! Bookmark not defined.
4.3.3 Metodologia ................................................................................................................. 21
4.3.4 Cronograma ................................................................................................................. 21
4.3.5 Orçamento ................................................................................................................... 22
4.4 Elementos Pós Textuais..................................................................................................... 22

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4.5 Estrutura do Projecto de Pesquisa ..................................... Error! Bookmark not defined.
4.6 Passos para elaboração do Projecto de Pesquisa ............ Error! Bookmark not defined.
5 Monografia Cientifica ................................................................................................................ 23

5.1 Composição ......................................................................................................................... 23


5.2 Formatação ......................................................................................................................... 23
5.3 Estrutura do TFC ................................................................................................................ 23
5.3.1 Elementos pré textuais ............................................................................................. 23
5.3.2 Elementos textuais .................................................................................................... 24
5.3.3 Elementos pós - textuais ........................................................................................... 24
5.4 Passos para elaboração da Monografia .............................. Error! Bookmark not defined.
6 Citações e Referências Bibliográficas ..................................................................................... 27

6.1 Normas APA ......................................................................................................................... 27


6.2 Citações ............................................................................................................................... 27
6.3 Regras de citação no texto em função do número de autores .................................. 29
6.4 Regras de citação Directa ................................................................................................. 32
6.5 Regras de citação Indirecta .............................................................................................. 34
6.6 Regras de Citação da Citação .......................................................................................... 34
6.7 Citação de Legislação ou Normas .................................................................................... 34
6.8 Referências Bibliográficas ................................................................................................ 35
7 Bibliografia .................................................................................................................................. 39

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1 O PROCESSO DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa é um procedimento reflexivo e crítico de busca de respostas para
problemas ainda não solucionados. O planejamento e a execução de uma pesquisa
fazem parte de um processo sistemático que compreende etapas que podem ser
detalhadas da seguintes forma:

Figura 2.1: Etapas do Processo da Pesquisa

Fonte: Chagani, A. (2016). Understanding the Research Process. IHUB


RESEARCH

O processo de realização da pesquisa acontece em 7 passos fundamentais:


 Definição do problema
 Revisão da literatura
 Formulação de hipótese
 Desenho da Pesquisa
 Colecta de dados
 Análise e discussão de dados
 Resultados
No entanto, a pesquisa é antecedida do desenho do projecto de pesquisa.
1.1 A Definição do Problema
Nesta etapa você irá refletir sobre o problema que pretende resolver na pesquisa,
se é realmente um problema e se vale a pena tentar encontrar uma solução para
ele. A pesquisa científica depende da formulação adequada do problema, isto
porque objectiva buscar sua solução. Consequentemente, “problema é qualquer
questão não resolvida e que é objecto de discussão, em qualquer domínio do
conhecimento” (Gil, 1999).

1.1.1 A Formulação do problema: A questão inicial


A formulação do problema consiste em apenas uma frase e deve deixar claro a
todos interessados que problema de pesquisa você pretende abordar, onde e para
quem é relevante. Em outras palavras, a formulação do problema é o coração (ou o
núcleo) da sua tese a que você sempre deve retornar se você perder o controle
durante seu processo de pesquisa e escrita. O problema ou tema deve ser
analisado sob o aspecto de sua valoração:Viabilidade; Relevância; Novidade;
Exequibilidade; Oportunidade.

Alguns pesquisadores fazem recomendações que podem facilitar a formulação do


problema:

 O problema deve ser formulado como pergunta: esta é a maneira mais fácil e
directa de formular um problema;
 O problema deve ser claro e preciso: para que o problema possa ser passível
de solução é necessário que ele seja claro e preciso;
 O problema deve ser empírico: ou seja, baseado na experiência; problemas
científicos não devem referir – se a valores;
 O problema deve ser suscetível de solução: para formular adequadamente um
problema é preciso ter o domínio da tecnologia adequada a sua solução.
 O problema deve ser delimitado a uma dimensão: a delimitação do problema
guarda estreita relação com os meios disponíveis para a investigação.

Silva e Menezes (2001, p.31) afirmam que o pesquisador precisa fazer algumas
perguntas a si mesmo: o tema é relevante? Por quê? Quais pontos positivos você

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percebe na abordagem proposta? Que vantagens/benefícios você pressupõe que
sua pesquisa irá proporcionar?

1.2 A Construção das hipóteses


Uma hipótese é uma resposta tentativa a um problema de pesquisa que é avançado
para que possa ser testado. É apropriado usar uma hipótese quando você está
testando uma teoria. Se você não consegue prever a resposta à sua pergunta,
sua abordagem não é uma análise teórica e você não deve continuar a
desenvolver hipóteses para testar. Suas perguntas de pesquisa permanecem como
tal. Este será o caso se sua pesquisa for descritiva ou de natureza exploratória 1.

Se você tem uma expectativa de como sua pergunta de pesquisa será respondida (o
resultado), então é justo dizer que você tem uma teoria em mente. Se você
perguntar a sua pergunta de pesquisa "Qual é o resultado esperado?" e tenha uma
resposta, você pode perguntar por quê? Qual é o meu pensamento por trás dessa
previsão? Esta é essencialmente a teoria de que você estará testando.
 A hipótese é uma proposição que se faz na tentativa de verificar a validade de
resposta existente para um problema.
 A suposição antecede a constatação dos fatos. Validade deve ser verificada.
 A função da hipótese, na pesquisa científica, é propor explicações para certos
factos e ao mesmo tempo orientar a busca de outras informações.

As hipóteses devem ser extraídas dos problemas levantados para o estudo, os quais
devem estar explícitos nos objectivos. Pode se formular, dependendo do problema:
 Hipótese Principal: A resposta principal, básica. A
 Hipótese Secundária: Apresenta ligação com a principal, podendo estabelecer
ligação entre duas ou mais variáveis.

Na pesquisa exploratória, nosso conhecimento básico de um assunto pode ser


tão baixo que não podemos formular hipóteses significativas. No entanto, a
pesquisa exploratória deve ser orientada por um senso de propósito. Em vez de
hipóteses, o projeto para o estudo exploratório deve indicar seu objetivo, ou
objetivos de pesquisa, bem como critérios pelos quais a exploração será julgada
como bem-sucedida. A pesquisa interpretativa, que procura desenvolver

1
Scarbi, A. (2014). Como apresentar uma hipótese. Disponivel em: http://pesquisatec.com/new-
blog/2014/5/13/como-construir-uma-hiptese-de-trabalho-e-apresentar-bem-a-sua-pesquisa

6
conhecimento através da compreensão do
significado, geralmente não prossegue com
Realizar a Pesquisa de
hipóteses.
Literatura é uma

2 REVISÃO DA LITERATURA habilidade acadêmica

Este consiste em realizar uma revisão dos trabalhos essencial. Mostra a sua

já existentes sobre o tema abordado, que pode ser capacidade de situar

em livros, artigos, enciclopédias, monografias, sua formulação de

teses, filmes, Mídias eletrônicas e outros materiais problema dentro do

cientificamente confiáveis. O referencial teórico contexto acadêmico de

permite verificar o estado do problema a ser seu campo.

pesquisado, sob o aspecto teórico e de outros


estudos e pesquisas já realizados (Lakatos & Marconi, 2003). No entanto, pode se
usar a literatura teórica e a focalizada.

Uma vez o problema identificado, o próximo passo é se familiarizar com pesquisas


existentes em seu tópico de interesse. Ao olhar para os recursos secundários, você
poderá ter uma melhor ideia sobre a pesquisa já realizada, o quão relevante (ou
ainda desactualizado) é, bem como, as teorias, lacunas e limitações de
conhecimento da pesquisa que você precisa para validar sua hipótese.

Para Silva e Menezes (2001, p.30), nesta fase o pesquisador deverá responder às
seguintes questões: Que teorias abordam sobre o assunto? quem já escreveu e o
que já foi publicado sobre o assunto? Que aspectos já foram abordados? Quais as
lacunas existentes na literatura? Pode ser uma revisão teórica, empírica ou
histórica.

Quando seu supervisor ou outros leem sua tese, eles vão querer ser persuadidos de
que sua formulação de problema é relevante e seu trabalho vale a pena fazer. O
essencial na revisão da literatura é que você traga à luz o que já é conhecido
sobre seu tópico e como seu trabalho tenta abordar uma lacuna dentro da
literatura publicada. O que dizem as teorias e autores sobre o assunto? Sua busca
na literatura também pode ajudá-lo a qualificar seu objetivo geral e seus objetivos
específicos e, assim, aprimorar e focar sua pesquisa. Se a sua tese se baseia
exclusivamente na literatura e não inclui estudos empíricos, a pesquisa da

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literatura e a documentação de como você pesquisou se tornam ainda mais
importantes.

O referencial teórico é que possibilita fundamentar, dar consistência a todo o


estudo. Tem a função de nortear a pesquisa, apresentando um embasamento da
literatura já publicada sobre o mesmo tema, demonstrando que o(a)
pesquisador(a) tem conhecimento suficiente em relação a pesquisas relacionadas e
a tradições teóricas que apoiam e cercam o estudo. A revisão da literatura tem
várias funções importantes:

 Garante que você não está "reinventando a roda".


 Dá créditos para aqueles que estabeleceram as bases para sua pesquisa.
 Demonstra seu conhecimento do problema da pesquisa.
 Demonstra sua compreensão das questões teóricas e de pesquisa
relacionadas à sua pergunta de pesquisa.
 Mostra sua capacidade de avaliar criticamente informações relevantes da
literatura.
 Indica sua capacidade de integrar e sintetizar a literatura existente.
 Fornece novas ideias teóricas ou desenvolve um novo modelo como o
quadro conceitual para a sua pesquisa.
 Convence seu leitor que sua pesquisa proposta fará uma contribuição
significativa e substancial para a literatura (isto é, resolvendo um
importante problema teórico ou preenchendo uma lacuna importante na
literatura).

O objetivo da sua revisão da literatura foi preparar o cenário para sua própria
pesquisa. Portanto, você deve concluir a revisão com uma declaração de sua
hipótese ou questão de pesquisa focada. Quando isso for feito, você está pronto
para prosseguir com a terceira parte do seu relatório de pesquisa, no qual você
explica os métodos que você usou.

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3 METODOLOGIA DE PESQUISA
A seção Metodologia é muito importante porque informa ao Comitê de
Pesquisa como planeja resolver o problema de pesquisa. Fornecerá seu
plano de trabalho e descreverá as atividades necessárias para a conclusão
de seu projeto. A Metodologia é o tópico do projeto de pesquisa que
abrange maior número de itens, pois responde às seguintes questões: Como?
Com quê? Onde? Quanto? (Lakatos & Marconi, 2003).

É o caminho, a direção para o rigor científico. Oferece trilhas, normas, regras e


hábitos que orientam no caminho da pesquisa científica. Quando aplicada, consiste
em um conjunto de procedimentos utilizados que examina, estuda e avalia
métodos e técnicas de pesquisa. E também gerar ou verificar vários métodos
disponíveis, que conduzam à captação e/ ou processamento de informações
relacionados a problemas de investigação.

Processos Conhecer
Ciência Metodologi Método Agir
a Intervir
Técnicas

3.1 Tipo de Pesquisa


Gil (1999), a pesquisa tem um carácter pragmático, é um “processo formal e
sistemático de desenvolvimento do método científico”. O objectivo fundamental
da pesquisa é de descobrir respostas para problemas mediante o emprego de
procedimentos científicos.

Do ponto de vista da forma de abordagem do problema pode ser:

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3.1.1 Pesquisa Quantitativa
 Considera tudo que pode ser quantificável, o que significa traduzir em números
opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de
métodos e de técnicas estatísticas.

3.1.2 Pesquisa Qualitativa


 A análise qualitativa significa olhar para os intangíveis. Os fatores que não são
puramente direcionados por números podem, podendo ser tão importantes
quanto estimular os números. Considera que há uma relação dinâmica entre o
mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo
objectivo e a subjectividade do sujeito que não pode ser traduzido em
números.

3.1.3 Do ponto de vista de sua natureza, pode ser:


 Pesquisa Básica: objectiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da
ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses
universais.
 Pesquisa Aplicada: objectiva gerar conhecimento para aplicação prática
dirigida à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses
locais.

3.1.4 Do ponto de vista de seus objectivos pode ser:


 Pesquisa Exploratória: visa proporcionar maior familiaridade com o problema
com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento
bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o
problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão.
Assume, em geral, as formas de pesquisas bibliográficas e estudos de Caso.
 Pesquisa Descritiva: visa descrever as características de determinada
população ou fenómeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis.
Envolve o uso de técnicas padronizadas de colecta de dados; questionário e
observação sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento.
 Pesquisa Explicativa: visa identificar os factores que determinam ou
contribuem para a ocorrência dos fenómenos, aprofunda o conhecimento da
realidade porque explica a razão, o porquê das coisas. Quando realizada nas

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ciências naturais, requer o uso do método experimental, e nas ciências sociais
requer o uso do método observacional.

3.1.5 Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, pode ser:


 Pesquisa Bibliográfica: quando elabora a partir de material já publicado,
constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e actualmente com
material disponibilizado na internet.
 Pesquisa Documental: quando elabora a partir de material que não recebem
tratamento analítico.
 Pesquisa Experimental: quando se determina um objecto de estudo,
selecionam-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo definem-se as
formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no
objecto.
 Estudo de Caso: quando envolve um estudo profundo e exaustivo de um ou
poucos objectos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado
conhecimento.
 Pesquisa - Acção: quando concebida e realizada em estreita associação como
uma acção ou com a resolução de um problema colectivo. Os pesquisadores e
participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de
modo cooperativo ou participativo.

3.2 Métodos de Pesquisa


Forma ordenada de proceder ao longo de um caminho. Conjunto de processos ou
fases empregadas na investigação, na busca do conhecimento. Para Gil (1999), a
investigação científica depende de um “conjunto de procedimentos intelectuais e
técnicos” para que seus objectivos sejam atingidos: os métodos científicos. Método
científico é o conjunto de processos ou operações mentais que se devem empregar
na investigação.

Segundo Lakatos e Marconi (1995, p. 106), os métodos podem ser subdivididos em


métodos de abordagem e métodos de procedimentos. Método de Abordagem é a
linha de raciocínio adoptada no processo de pesquisa. Os métodos que fornecem as
bases lógicas à investigação são: método dedutivo, método indutivo, método
hipotético-dedutivo, método dialético e método fenomenológico (Gil, 1999;
Lakatos & Marconi, 1993).

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 Método Dedutivo
Parte de teorias e leis mais gerais para a ocorrência de fenómenos particulares.
O raciocínio dedutivo tem o objectivo de explicar o conteúdo das premissas.
Por intermédio de uma cadeia de raciocínio em ordem descendente, de análise
do geral para o particular, chega a uma conclusão.
 Método Indutivo
O estudo ou abordagem dos fenómenos caminha para planos cada vez mais
abrangentes, indo das constatações mais particulares às leis e teorias mais
gerais. No raciocínio indutivo a generalização deriva de observações de casos
de realidade concreta. As constatações particulares levam a elaboração de
generalidades (Gil, 1999; Lakatos & Marconi, 1993).

 Método Hipotético - Dedutivo


Para tentar explicar a dificuldades expressas no problema que se inicia pela
percepção de uma lacuna nos conhecimentos acerca da qual formula hipóteses
e, pelo processo dedutivo, testa a ocorrência de fenómenos abrangidos pela
hipótese.
 Método Dialético
que penetra o mundo dos fenómenos através de sua acção recíproca, da
contradição inerente ao fenómeno e da mudança dialética que ocorre na
natureza e na sociedade. Para a dialética, as coisas não são analisadas na
qualidade de objectos fixos, mas em movimento: nenhuma coisa está acabada,
encontrando-se sempre em vias de se transformar, desenvolver; o fim de um
processo é sempre o começo de outro.
 Método Fenomenológico
Preconizado por Husserl, o método fenomenológico não é dedutivo nem
indutivo. Preocupa-se com a descrição direta da experiência tal como ela é. A
realidade é construída socialmente e entendida como o compreendido, o
interpretado, o comunicado. Então, a realidade não é única: existem tantas
quantas forem as suas interpretações e comunicações. O sujeito/actor é
reconhecidamente importante no processo de construção do conhecimento (Gil,
1999). Empregado em pesquisa qualitativa.

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 Método de Procedimento
Os procedimentos metodológicos
TIPO DE DADOS
respondem: Como? Com quê? Onde? A
metodologia da pesquisa num
Dados Primários planeamento deve ser entendida como
Dados coletados pelo próprio o conjunto detalhado e sequencial de
investigador para um propósito métodos e técnicas científicas a serem
específico. Dados que ainda executados ao longo da pesquisa, de tal
não sofreram estudo e análise. modo que se consiga atingir os
Para coletá-los, pode-se objectivos inicialmente propostos e, ao
utilizar: questionário fechado, mesmo tempo, atender aos critérios de
questionário aberto, menor custo, maior rapidez, maior
formulário, entrevista eficácia e mais confiabilidade de
estruturada ou fechada, informação (FACHIN, 2001).
entrevista semi - estruturada,
entrevista aberta ou livre,
entrevista de grupo, discussão
de grupo, observação dirigida
ou estruturada, observação
livre, etc.

3.3 A colecta de dados


Dados secundários Actualmente, com o advento da
Dados colectados por outra informática é natural que você escolha
pessoa para algum outro os recurso computacionais para dar
propósito, mas sendo suporte à elaboração de índice e
utilizados pelo investigador cálculos estatísticos, tabelas, quadros e
para outra finalidade. Por gráficos. A principal forma de colecta
exemplo, os dados do censo de dados é a pesquisa bibliográfica.
são usados analisar o impacto
A coleta de dados desempenha um
da educação sobre a escolha
papel muito importante na análise
de carreiras e rendimentos.
estatística. Na pesquisa, existem
diferentes métodos utilizados para

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coletar informações, que se enquadram em duas categorias, ou seja, dados
primários e dados secundários.

3.3.1 Tipo de Dados


Como o nome sugere e conforme definido por Mattar (1996:48), o dado primário é
aquele que é coletado pela primeira vez pelo pesquisador enquanto dados
secundários são dados já coletados ou produzidos por outros.

As fontes primárias de coleta de dados incluem pesquisas, observações,


experiências, questionários, entrevistas pessoais, etc. Pelo contrário, as fontes
secundárias de coleta de dados são publicações governamentais, sites, livros,
artigos de revistas, registros internos, etc.

3.3.2 Vantagens e Desvantagens de usar dados primários:


Vantagens:
 O investigador recolhe dados específicos para o problema em estudo.
 Não há dúvida sobre a qualidade dos dados coletados (para o investigador).
 Se necessário, pode ser possível obter dados adicionais durante o período de
estudo.
Desvantagens:
 O investigador tem que lidar com todos os problemas de coleta de dados
o Decidir por que, como, quando coletar,
o Obter os dados coletados (pessoalmente ou através de outros)
o Receber financiamento e lidando com agências de financiamento
o Considerações éticas (consentimento, permissões, etc.)
 Assegurar que os dados coletados sejam de alto padrão
o Todos os dados desejados são obtidos com precisão, e no formato exigido
o Dados desnecessários / inúteis não foram incluídos
 O custo da obtenção dos dados é muitas vezes a principal despesa em estudos

3.3.3 Vantagens e Desvantagens de usar dados secundários:


Vantagens:

 Os dados já existem sem problemas de coleta de dados

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 É menos dispendioso
 O investigador não é pessoalmente responsável pela qualidade dos dados
("Eu não fiz isso")
Desvantagens:
 O investigador não pode decidir o que é coletado (se houver dados
específicos sobre algo, por exemplo).
 Só se pode esperar que os dados sejam de boa qualidade
 Não é possível obter dados adicionais (ou mesmo esclarecimentos) sobre
algo (na maioria das vezes).

3.4 Técnicas de colecta de dados


 Entrevista, questionário, observação, fichas, grupo focal, etc.

3.5 Amostragem
O método estatístico se relaciona com dois termos principais: população e
universo.

Se a pesquisa for de campo e/ou envolver o método estatístico, o tipo de


amostragem também precisará ser explicado.

População é o conjunto de fenómenos, todos os factos apresentando uma


característica comum, e população como um conjunto de números obtidos,
medindo-se ou contando-se certos atributos dos fenómenos ou factos que
compõem um universo.

Amostra é parte da população ou do universo, selecionada de acordo com uma


regra ou plano. A amostra pode ser probabilística e não probabilística.

3.5.1 Amostras não probabilística podem ser:


 Amostras acidentais: compostas por acaso, com pessoas que vão
aparecendo;
 Amostras por quotas: diversos elementos constantes da população/universo,
na mesma proporção;
 Amostras intencionais: escolhidos caos para a amostra que representem o
“bom julgamento” da população/universo.

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3.5.2 Amostras probabilísticas podem ser:
 Amostras casuais simples: cada elemento da população tem oportunidade
igual de ser incluído na amostra;
 Amostras casuais estratificadas: cada estrato, definido previamente, estará
representado na amostra;
 Amostras por agrupamento: reunião de amostras representativas estará
representada na amostra;

4 O Projecto de Pesquisa
Um projecto de pesquisa pretende convencer os outros que você tem uma ideia de
pesquisa que vale a pena e que você tem a competência e o plano de trabalho para
completá-lo. Geralmente, uma proposta de pesquisa deve conter todos os
elementos-chave envolvidos no processo de pesquisa e incluir informações
suficientes para os leitores a avaliar o estudo proposto. O Projeto de Pesquisa é
uma oportunidade para:
 Pesquisa algo que você está interessado
 Decidir como você vai realizar a sua pesquisa
 Decidir sobre a maneira como você produz suas descobertas
 Faça julgamentos sobre como você foi bem-sucedido.

Segundo Minayo (1999), ao elaborar um projecto de pesquisa, o pesquisador estará


lidando com, no mínimo, três dimensões:

 - Técnica: regras científicas para a construção do projeto;


 - Ideológica: relaciona-se às escolhas do pesquisador, sempre tendo em
vista o momento histórico;
 - Científica: ultrapassa o senso comum através do método científico.

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A proposta deve ter informações suficientes para convencer seus leitores de que
você tem uma Ideia de pesquisa importante, que você tem uma boa compreensão
da literatura relevante e os principais problemas, e que a sua metodologia é
sólida.

O que eu preciso saber antes de começar? Você precisa entender o quadro geral de
pesquisa, ou seja, a estrutura e o processo pelo qual a pesquisa passa:

 Elementos Pré – textuais


 Elementos Textuais
 Elementos Pós - textuais

4.1 Estrutura do Projecto de Pesquisa

17
Fonte: Google image

4.2 Elementos Pré-Textuais


4.2.1 Capa
 Nome da instituição, departamento ou faculdade, curso, titulo e
subtítulo, estudante, local e data).

18
Figura 2: Capa
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E GESTÃO
LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Nome da instituição, faculdade e curso


Fonte: Arial, 14, maiúscula, centralizado, negrito, espaço simples

13 Espaços simples entre linhas

TÍTULO DO PROJECTO DE PESQUISA


SUBTÍTULO (SE HOUVER)

Título e Subtítulo
Fonte Arial, tamanho 14, maiúscula, centralizado, negrito, espaço simples

13 Espaços simples entre linhas

Nome do Estudante
Título Completo
Fonte Arial, tamanho 14, maiúscula, centralizado, negrito, espaço simples

13 Espaços simples entre linhas

Local e Data
Beira, 18 de Abril de 2017

 Título: Deve ser conciso e descritivo. Os títulos indicam claramente as


variáveis independentes e dependentes. No entanto, se possível, pense em um
título informativo e cativante. Um título eficaz não só desperta o interesse do
leitor, mas também predispõe o leitor a uma apreciação favorável da proposta.

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4.2.2 Folha de Rosto ou Contra capa
Todos elementos da capa: identificação do trabalho: sendo uma tese, dissertação,
outros; o seu objetivo, ou seja, finalidade a que se destina e nome do orientador.

4.3 Elementos Textuais


4.3.1 Introdução
A finalidade principal da introdução é fornecer o fundo ou o contexto necessário
para seu problema da pesquisa. Como enquadrar o problema de pesquisa é talvez o
maior problema na redação de propostas. A introdução normalmente começa com
uma declaração geral da área problemática, com foco em um problema específico
de pesquisa, a ser seguido pelo racional ou justificação para o estudo proposto. A
introdução abrange, em geral, os seguintes elementos:
 Tema: A escolha de um tema representa uma delimitação de um campo de
estudo no interior de uma grande área de conhecimento, sobre o qual se
pretende debruçar. É fundamental que o tema esteja vinculado a uma área de
conhecimento com a qual a pessoa já tenha alguma intimidade intelectual,
sobre a qual já tenha alguma leitura específica e que, de alguma forma, esteja
vinculada à carreira profissional que esteja planejando para um futuro próximo
(Barreto; Honorato, 1998, p. 62).
 Justificativa: Apresente o raciocínio do seu estudo proposto e indique
claramente por que vale a pena fazê-lo. De acordo com Barral (2003, p. 88-89)
oferece alguns itens importantes que podem fazer parte de uma boa
justificativa. São eles:
a) Actualidade do tema: inserção do tema no contexto actual.
b) Ineditismo do trabalho: proporcionará mais importância ao assunto.
c) Interesse do autor: vínculo do autor com o tema.
d) Relevância do tema: importância social, académica, política, etc.
e) Pertinência do tema: contribuição do tema para a sociedade.
 Definição do Problema de Pesquisa: Fornecer o contexto e definir o
cenário para a sua pergunta de pesquisa de forma a mostrar a sua necessidade
e importância.
 Definir Objectivos: Objetivo Geral - o objetivo geral dá uma visão mais
ampla sobre o que se deseja pesquisar e aponta aonde o autor deseja chegar
com seus estudos. Objetivos Específicos - segundo Cervo, Bervian & da Silva
(2007), “definir os objetivos específicos significa aprofundar as intenções

20
expressas nos objetivos gerais”. Portanto, nesta parte, o autor deve expor suas
metas para se chegar ao objetivo geral da pesquisa. Delimitação: Definir a
delimitação ou limites de sua pesquisa proposta, a fim de fornecer um foco
claro.
 Delimitação do tema: A delimitação do tema é estabelecimento do tempo
e espaço em que a pesquisa será ou decorreu. Visa trazer detalhes sobre o
sujeito da pesquisa em estudo e o local onde este vai decorrer com vista a não
tornar extensivo e complexo o tema em estudo.
 Hipótese(s): Hipótese é uma expectativa de resultado a ser encontrada ao
longo da pesquisa, categorias ainda não completamente comprovadas
empiricamente, ou opiniões vagas oriundas do senso comum que ainda não
passaram pelo crivo do exercício científico (Barreto; Honorato, 1998).
 Plano de organização.

INTRODUÇÃO: APRESENTA A DELIMITAÇÃO DO TEMA, A JUSTIFICATIVA, O


PROBLEMA, AS HIPÓTESES E OS OBJETIVOS.

4.3.2 Metodologia
No projeto de pesquisa, a seção da metodologia é redigida com linguagem,
essencialmente, no futuro, pois inclui a explicação de todos os
procedimentos que se supõem necessários para a execução da pesquisa,
entre os quais, destacam-se: o método, ou seja, a explicação da opção pela
metodologia e do delineamento do estudo, amostra, procedimentos para a
coleta de dados, bem como, o plano para a análise de dados.

Em síntese, a metodologia deve conter os seguintes tópicos:


 Tipo de pesquisa;
 Tipo de dados a serem obtidos e técnica de sua colecta;
 População e amostra (quando for o caso);
 Tratamento e análise dos dados (como serão feitos);
4.3.3 Cronograma de Actividades
Ao definir um cronograma o pesquisador responde a questão quando as actividades
serão executadas, com vista a atingir os resultados da pesquisa, ou seja, planifica

21
a execução das diferentes fases da pesquisa. A pesquisa deve ser feita em partes e
o cronograma indica o período que as diferentes fases são executadas.

Na elaboração do projecto, a variável tempo deve ser controlada. Quantos tempo


é necessário para elaboração da pesquisa? É preciso compatibilizar a execução do
projecto do projecto com o tempo previsto na realiação do programa licenciatura,
mestrado ou doutoramento.
Actividade Cronograma
Maio Abril Jun Jul Agt Set Out Nov
Desenho da Proposta de pesquisa x
Colecta de dados x

4.3.4 Orçamento
Definir as principais actividades para a execução do projecto, suas necessidades e
prever o respectivo orçamento. Quando o projecto demanda financiamento, deve –
se estabelecer o seu orçamento, com previsão de recursos para compra de
material de consumo ou de capital (computador), e pagamento de pessoal, incluive
consultores.
N° Descrição Unidades Custo (MZN) Total (MZN)
01 Impressão de questionários 1000 2 2000
02 Uso de internet
03 Deslocação ao distrito X
04 …

4.4 Elementos Pós Textuais


 Referencias Bibliográficas - Normas APA
 Anexo - Opcional
 Apêndice – Opcional

22
5 Monografia Cientifica
5.1 Composição
 Conter no mínimo 3000 palavras, podendo apresenta entre 40 a 50 páginas, isto
é, a partir da introdução até recomendações/sugestões.

5.2 Formatação
A formatação do documento deve obedecer às seguintes regras:

 Formato A4 impresso só de um lado;


 Tipo de letra Times New Roman ou calibri, tamanho do tipo de letra 12 pontos,
espaçamento 1.5.
 Justificação do texto à esquerda e à direita;
 Margens superiores 2,0 cm e inferiores 3,0 cm;
 Margem esquerda 3,0 cm e margem direita 2,0 cm;
 Título do trabalho com o mesmo tipo, mas com fonte de 12 pontos, de forma
integral ou abreviada, na margem superior a 1.5 cm do texto, alinhada pela
margem direita.
 As notas de rodapé devem também ser compostas com o tipo de letra Times
New Roman, com tamanho do tipo de letra 10 pontos.

5.3 Estrutura do TFC


O corpo monográfico deve obedecer a seguinte estrutura:

5.3.1 Elementos pré textuais


 Capa
 Folha do rosto
 Declaração de Honra
 Sumário
 Agradecimentos
 Dedicatória
 Lista de Gráficos (se houver)
 Lista de tabelas (se houver)
 Lista de Figuras (se houver)

23
5.3.2 Elementos textuais
 Índice
Capitulo I. Introdução
 Contextualização
 Problematização
 Objectivos (Objectivo geral e Objectivos Específicos)
 Hipóteses do trabalho
 Justificativa
 Delimitação do tema
 Limitações do trabalho
Capitulo II. Revisão da Literatura

 Fundamentação Teórica
 Fundamentação Empírica

Capitulo III. Metodologia do Trabalho


 Desenho da Pesquisa
 Técnicas de Colecta de Dados
 Técnicas de Analise de Dados
Capítulo IV. Análise e Discussão dos Resultados

Capítulo V Considerações Finais

Capítulo VI Recomendações

5.3.3 Elementos pós - textuais


Capítulo VII Referências Bibliográficas.

Apêndices.

Anexos.

24
Capa

Deve possuir os seguintes dados: nome do autor, da Instituição, tema do trabalho,


curso de formação, local, mês e ano.

Exemplo de capa:

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E GESTÃO
LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Analise dos Factores que Contribuem para Êxodo Rural na Província de


Inhambane no período de 2010 – 2015.

João António

Local e Data
Beira, 18 de Abril de 2017

25
Capa do rosto:

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E GESTÃO
LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Analise dos Factores que Contribuem para Êxodo Rural na Província de


Inhambane no período de 2010 – 2015.

Monografia científica entregue ao centro de recurso... /Departamento de Ciências


Sociais e Humanas, como requisito para obtenção do grau académico de
licenciatura em CPRI.

O Candidato O Supervisor

_____________________ _____________________

Local e Data
Beira, 18 de Abril de 2017

26
6 Citações e Referências Bibliográficas
Existem várias normas internacionais para apresentação de citação e referências
bibliográficas. A International Organization for Standardization publicou uma
Norma Internacional (ISO 690), aplicável as referencias Bibliográficas de
documento impressos (livros, revistas, legislação, etc.) e uma Norma Internacional
(ISO690-2) aplicável para publicações eletrónicas.

No entanto, para efeitos deste manual, o ISCED adopta as Normas da American


Psychological Association 6th edition (APA 6ª edição) vulgarmente conhecidas
como normas APA ou APA Style.

6.1 Normas APA2


As Normas APA são mais usadas e aplicadas na área de Ciências Sociais e Humanas.
A mesma pode ser usada e aplicada, também, a outras áreas de conhecimento.
Desta feita, para o seu uso efectivo, é necessário:
Prestar atenção as regras de citação, colocação de referências
bibliográficas;
Usar ou respeitar o mesmo estilo de citação ao longo de todo trabalho;
Fornecer informações completas e relação as referências de modo a tornar
fácil a identificação da mesma por qualquer leitor;
Apresentar a lista de referências bibliográficas, de cada obra ou fonte
citada, de uma maneira uniforme.

6.2 Citações
Citação refere-se ao acto de transcrever ou mencionar uma parte de um texto,
facto, ou opinião de um autor. Uma das regras de elaboração de trabalhos de
pesquisa é que todas as ideias, opiniões e factos que não são da autoria do
pesquisador devem ser citadas. Deve-se evitar fazer citação em todas as frases ou
textos do trabalho pois, é necessário desenvolver ideias próprias sobre o assunto
citado. A citação nas normas APA são apresentadas no formato autor-data-
localização (tratando-se de citações directas) e autor-data (para citações
indirectas).

2
Disponível em: http://www.apastyle.org

27
Segundo Prodanov & Freitas (2013), citando NBR 10520 (2002) 3, existem 4 (quatro)
tipos de citação:
Citação: quando se faz menção a uma informação extraída de outra fonte;
Citação de citação: quando se faz citação de um texto do qual não se teve
acesso ao texto original.
Citação direta: corresponde a transcrição literal do texto, tal como se
apresenta na obra de um autor consultado;
Citação indireta: quando se traduz, em outras palavras, o pensamento do
autor consultado sem no entanto, retirar a essência.

As citações podem aparecer:


No texto;
Em notas de rodapé.

Para efeitos deste manual sugere-se apresentar as citações no texto. Abaixo


apresenta-se a classificação das citações e os respectivos exemplos.

3
Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002)

28
6.3 Regras de citação no texto em função do número de autores
Nº de autores 1ª Citação no texto 2ª Citação no Exemplos*
texto
1 Autor (Apelido do autor, (Apelido do (Gil, 2008) (…) “As ciências trataram exclusivamente do
Ano de publicação) autor, Ano de estudo dos factos e fenômenos da
publicação) natureza”.(Gil, 2008)
Apelido do autor Apelido do autor Gil (2008) Segundo Gil (2008) “as ciências trataram
(Ano de (Ano de exclusivamente do estudo dos factos e
publicação) publicação) fenômenos da natureza”.
2 Autores (Apelido do autor 1 (Apelido do autor (Prodanov & Pode-se perceber que “Metodologia é
& Apelido do autor 1 & Apelido do Freitas, 2013) compreendida como uma disciplina que consiste
2, Ano de autor 2, Ano de em estudar, compreender e avaliar os vários
publicação) publicação) métodos disponíveis para a realização de uma
pesquisa acadêmica”. (Prodanov & Freitas,
2013)
Apelido do autor 1 Apelido do autor Prodanov & Prodanov & Freitas (2013) referem que
& Apelido do autor 1 & Apelido do Freitas (2013) “Metodologia é compreendida como uma
2 (Ano de autor 2 (Ano de disciplina que consiste em estudar,
publicação) publicação) compreender e avaliar os vários métodos
disponíveis para a realização de uma pesquisa
acadêmica”.
3 a 5 autores (Apelido do autor (Apelido do autor (Davidoff, Myers, A Psicologia é “a ciência que estuda os
1, Apelido do autor 1 et al., Ano de & Gayton, 2010) processos mentais e o comportamento”.
2 & Apelido do publicação) (Davidoff, Myers, & Gayton, 2010)
autor 3, Ano de (Davidoff et al., A Psicologia é “a ciência que estuda os
publicação) 2010) processos mentais e o comportamento”.
(Davidoff et al., 2010)
Apelido do autor 1, Apelido do autor (Davidoff, Myers, Para Davidoff, Myers, & Gayton (2010) a
Apelido do autor 2 1 et al. (Ano de & Gayton, 2010) Psicologia é “a ciência que estuda os processos
& Apelido do autor publicação) mentais e o comportamento”.
3 (Ano de (Davidoff et al., Para Davidoff et al. (2010) a Psicologia é “a
publicação) 2010) ciência que estuda os processos mentais e o
comportamento”.
6 Ou mais autores (Apelido do autor 1 (Apelido do autor (Santos et al., “…”.(Santos et al., 2014)
et al., Ano de 1 et al., Ano de 2014)
publicação) publicação) Santos et al. Segundo Santos et al. (2014) “…”.
(2014)
Grupos de (Nome do Grupo ou (Nome do Grupo (Instituto Superior
autores abreviatura do ou abreviatura do de Ciências e “…”. (ISCED, 2017)
(instituições e nome do grupo, nome do grupo, Educação a
organizações) ano de publicação) ano de Distancia, 2017)
publicação)
Nome do Grupo ou Nome do Grupo Instituto Superior
abreviatura do ou abreviatura do de Ciências e Segundo ISCED (2017) “…”.
nome do grupo nome do grupo Educação a
(ano de (ano de Distância (2017)
publicação) publicação)
Sem indicação de (“Titulo”, ano) (“Titulo”, ano) (Verdades e Factos sobre ciência, 2015)
autor (Titulo, ano) (Titulo, ano)
“Titulo” (ano) “Titulo” (ano) Verdades e Factos sobre ciência (2015)
Titulo (ano) Titulo (ano)

*os exemplos apresentados na tabela foram adaptados


6.4 Regras de citação Directa
A citação directa, conforme se referiu anteriormente, consiste em transcrever
literalmente um texto de um autor. Existem normas definidas para citações
directas breves (menos de 40 palavras) e extensas (mais de 40 palavras). Ambas
devem incluir a indicação da página (p.x) ou o intervalo das páginas (pp.x-x).

1. Citações Diretas Breves (menos de 40 palavras)

Nas citações directas breves, a transcrição aparece entre aspas e deve ser inserida
no texto que se esta a redigir.

Regra 1

Coloca-se o texto que se está a redigir “texto transcrito do documento


consultado” (Apelido do autor, ano, p.x ou pp.x-x).

Exemplo 1

(…) “As ciências trataram exclusivamente do estudo dos factos e fenômenos da


natureza”. (Gil, 2008, p.);

Regra 2

Coloca-se o texto que se está a redigir Apelido do autor (ano) “texto transcrito do
documento consultado” (p.x ou pp.x-x).

Exemplo 1

(…) Como referem Prodanov & Freitas (2013) a “Metodologia é compreendida como
uma disciplina que consiste em estudar, compreender e avaliar os vários métodos
disponíveis para a realização de uma pesquisa acadêmica” (p.14).

2. Citações Diretas Extensas (mais de 40 palavras)

Nas citações directas extensas, a transcrição aparece destacada fora do texto com
uma reentrância de 1.27cm para todas as linhas com espacamento duplo entre
linhas. Caso se faca a transcrição de dois ou mais parágrafos de texto a primeira
palavra do 2º paragrafo e dos restantes deverão ser colocadas com um avanco de
mais 1.27cm.
Regra

Coloca-se o texto que estamos a redigir.

Texto transcrito do documento consultado com 40 ou mais


palavras.

Exemplo 1

Metodologia consiste na aplicação de procedimentos e técnicas visando a


construção do conhecimento.

A Metodologia é compreendida como uma disciplina que consiste


em estudar, compreender e avaliar os vários métodos disponíveis
para a realização de uma pesquisa acadêmica. A Metodologia, em
um nível aplicado, examina, descreve e avalia métodos e técnicas
de pesquisa que possibilitam a coleta e o processamento de
informações, visando ao encaminhamento e à resolução de
problemas e/ou questões de investigação.

Para entender as características da pesquisa científica e seus


métodos, é preciso, previamente, compreender o que vem a ser
ciência. Em virtude da quantidade de definições de ciência
encontrada na literatura científica, serão apresentadas algumas
consideradas relevantes para este estudo. (Prodanov & Freitas,
2013, p.14)

Exemplo 2

De acordo com Prodanov & Freitas (2013):

A Metodologia é compreendida como uma disciplina que consiste


em estudar, compreender e avaliar os vários métodos disponíveis
para a realização de uma pesquisa acadêmica. A Metodologia, em
um nível aplicado, examina, descreve e avalia métodos e técnicas
de pesquisa que possibilitam a coleta e o processamento de
informações, visando ao encaminhamento e à resolução de
problemas e/ou questões de investigação. (p.14)

33
6.5 Regras de citação Indirecta
A citação indirecta, tambem conhecida por parafrase, consiste em parafrasear ou
reproduzir a ideia dos autores consultados. Esta ideias sao colocadas usando as
nossas proprias palavras e diferentes dos mesmos. A mesma usa a regra de autor-
data.

Exemplo

Segundo Prodanov & Freitas (2013) a metodologia consiste em estudar,


compreender e avaliar os métodos existentes que nos permitem realizar uma
pequisa académica.

6.6 Regras de Citação da Citação


A citação da citação consiste fazer referencia a fontes secundarias, ou seja
documentos em que a informação retirada foi citada pelo autor do livro no qual se
esta a consultar.

Regra

Indicacao do autor ou da informacao que deseja focalizar da fonte secundaria (as


cited in Apelido, ano da fonte primaria).

Exemplo 1

Ferrari (1974) refere que “ciência é todo um conjunto de atitudes e de atividades


racionais, dirigida ao sistemático conhecimento com objetivo limitado, capaz de
ser submetido à verificação” (as cited in Prodanov & Freitas, 2013, p.14).

Exemplo 2

Segundo Ferrari (1974), citado por Prodanov & Freitas (2013, p.14), a “ciência é
todo um conjunto de atitudes e de atividades racionais, dirigida ao sistemático
conhecimento com objetivo limitado, capaz de ser submetido à verificação”.

Nota: Na lista de referencias bibliográficas devera incluir-se apenas a referencia


da fonte primaria ou seja, do livro que se esta a consultar.

6.7 Citação de Legislação ou Normas


Deve-se iniciar a citação com a identificação do diploma legal ou na norma.

34
Exemplo

De acordo com o Dec. Lei n˚ 23/2007 de 01 de Agosto no seu artigo ou disposto n˚


(....) refere que (...).

6.8 Referências Bibliográficas4

Conceito

As referências bibliográficas consistem numa lista de todos os que consultou e


citou no decorrer da elaboração do seu trabalho.

Regras

A lista de referências bibliográfica deve iniciar numa nova página e devem ser
colocadas seguindo a ordem alfabética de acordo com apelido do autor. Caso
existam várias referências do mesmo autor, coloque em função da antiguidade ou
seja, coloque primeiro as mais antigas até chegar as mais recentes.

Apenas devem ser colocados na lista de referências bibliográficas os documentos


que foram citados ao longo do texto. Portanto, a lista de referências bibliográficas
deve estar em concordância com as citações apresentadas ao longo trabalho ou
seja, deve haver concordância entre o número de citações apresentadas ao longo
do texto e o número de documentos apresentados na lista das referências
bibliográfica.

Livros Impressos

Regra geral: Apelido do autor, A. A. (Ano). Título. Localidade: Editora. 1 autor

Exemplo 1: Lança, R. (2012). Como formar equipas de elevado desempenho.


Lisboa: Escolar Editora.

Toro Alvarez, F. (2001). El clima organizacional: Perfil de empresas colombianas.


(3rd ed.). Medellín: Cincel.

2 Autores

4
Para mais informaçoes consulte: www.apastyle.org

35
Exemplo 2:

Fonseca, A. D., & Fernandes, J. C. (2004). Deteção remota. Lisboa: Lidel.

3 Autores

Exemplo 3:

Fagerberg, J., Mowery, D. C., & Nelson, R. R. (2011). The oxford handbook of
innovation. Oxford: Oxford University Press.

Até sete autores

Exemplo 4:

Teodorescu, L., Curado, J., Silva, A., Azevedo, C., Marques, J., Costa, B., &
Santos, R. (1984). Problemas de teoria e metodologia nos jogos desportivos.
Lisboa: Livros Horizonte.

Com mais de sete - Coloque os seis primeiros seguidos de reticências e o último


autor.

Exemplo 5

Benavente, A., Silva, R., Gomes, P., Aníbal, A., Guerra, B., Santos, P.,… Simões,
C.(1987). Do outro lado da escola. Lisboa. Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento.

Livros com organizadores (editores, coordenadores…)

Exemplo 6: Gomes, C. (Ed.). (2009). Antecedentes do capitalismo. Ermesinde:


Edições Ecopy.

Livros com autores institucionais e governamentais

Exemplo 7: American Psychological Association (2012). Publication manual of the


American Psychological Association. Washington: Autor.

Ministério da Educação. (2010). A reforma educativa. Lisboa: Autor. Portugal.

Laboratório Nacional de Engenharia Civil. (2011). Paredes e revestimentos. Lisboa:


Autor.

Livros sem autor (dá entrada pelo título do livro)

36
Exemplo 8: Psicologia experimental. (2000). Porto: Porto Editora.

Livros sem data

Exemplo 9: Gomes, J. (S.d.). A história da expansão portuguesa. Lisboa: Areal


Editora.

Livros Online

Seguem o mesmo esquema que os livros impressos, acrescenta-se à referência do


documento o respectivo endereço de localização da fonte na Internet (URL)
(Exemplo 1) Ou doi (Digital Object Identifier = Sistema de localizador numérico
para conteúdo digital) (Exemplo 2)

Regra geral: Apelido do autor, A. (ano). Título. Recuperado de URL ou doi Livro
eletrónico

Livro eletronico

Exemplo 1: Costa, A. (2011). Engenharia Civil. Recuperado de http://www.ipq.pt

Exemplo 2: Costa, A. (2011). Engenharia Civil. doi: 11.1242/j0039447

PDF de um livro eletrónico

Exemplo 3: Gomes, D. & Silva H. (2012). A construção de pontes [PDF]. Recuperado


de http://www.lnec.pt

Artigos

Regra geral: Apelido do autor, A. (ano, dia e mês). Título do artigo. Título da
revista, volume (fasciculo), páginas. Nota: A abreviatura (p.) para página ou (pp.)
se forem várias, não é obrigatório colocar, pode somente escrever-se o número
(Exemplo 1), assim como a abreviatura de volume (vol.) não é obrigatório
(Exemplo 1) Artigo de uma revista

Exemplo 1: Gomes, R. M. (2012, Janeiro). Serra da Estrela. Revista Fugas, 152(4),


20-21.

Artigo de um jornal

37
Exemplo 2: Cardoso, L. (2012, 10 de janeiro). A crise em Portugal. Jornal
Expresso, p. 10.

Artigo de revista Online

Regra geral: Apelido do autor, A. (ano, dia e mês). Título do artigo. Título da
revista, volume (fasciculo), páginas. Recuperado de URL ou doi

Nota: Seguem o mesmo esquema dos artigos impressos, acrescenta-se á referência


do documento o respetivo endereço de localização da fonte na Internet (URL) ou o
doi 13

Exemplo 1: Kawasaki, J. L. (1995, April). Computer-administered surveys in


extension. Journal of Extension, 33, 225-255. Recuperado de
http://joe.org/joe/index.html S

Exemplo 2: Salager, S., François, B., Nuth, M., & Laloui, L. (S.d). Constitutive
analysis of the mechanical anisotropy of Opalinus Clay. Acta Geotechnica, 1- 18.
Recuperado de doi:10.1007/s11440-012-0187-2

Dissertações de Mestrado e Teses de Doutoramento Impressas


Regra geral: Apelido do autor, A. (ano). Título (Grau obtido). Nome da Instituição,
Local.

Dissertação de Mestrado
Silva, J. (2000). A sociedade em Portugal (Dissertação de Mestrado). Universidade
de Aveiro.

Tese de Doutoramento
Gomes, A. (2012). Análise interpessoal (Tese de Doutoramento). Universidade
Fernando Pessoa, Porto.

Dissertações de Mestrado e Teses de Doutoramento Online


Seguem o mesmo esquema dos artigos impressos, acrescenta-se á referência do
documento o respetivo endereço de localização da fonte na Internet (URL) ou o doi

Santos, J. (2012). A indústria da Covilhã (Tese de Doutoramento, Universidade do


Minho, Covilhã). Recuperado de http://ria.pt/handle/10773/3399

Legislação e normas

38
Decreto-lei nº 240/2001. (2001). A prova o perfil geral de desempenho profissional
do educador de infância. Diário da República I Série. Nº201 (01-08-30), 5572-5575.

7 Bibliografia

1. American Psychological Association. (2010). Publication manual of the


American Psychological Association (6th ed.). Washington, DC: APA.
www.apastyle.org

2. Prodanov, C. & Freitas, E. (2013). Metodologia do Trabalho Cientifico: Métodos


e Técnicas de Pesquisa. (3ª ed.). Rio Grande do Sul: Universidade FeeVale.

3. Chagani, A. (2016). Understanding the Research Process. IHUB RESEARCH.


Disponível em: https://ihub.co.ke/blogs/26943/understanding-the-research-
process Acessso a 10 de Outubro de 2017.
4. Barral, Welber. (2003). Metodologia da pesquisa jurídica. 2. Ed. Florianópolis:
Fundação Boitex.
5. Barreto, Alcyrus Vieira Pinto; Honorato, Cezar de Freitas. (1998). Manual de
sobrevivência na selva acadêmica. Rio de Janeiro: Objeto Direto.
6. Fachin, Odília. (2001). Fundamentos de Metodologia. 3. Ed. São Paulo: Saraiva.
7. Garcia, Eduardo Alfonso Cadavid. (1998). Manual de Sistematização e
Normalização de Documentos Técnicos. São Paulo: Atlas.
8. Gil, António Carlos. (1999). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5ª Edição.
São Paulo: Atlas, pp 43 - 411.
9. Lakatos, E.M & MARCONI, M.A. (1993). Fundamentos de Metodologia Científica.
Editora Atlas. São Paulo.
10. Lakatos, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. (1995). Metodologia do
Trabalho Científico. São Paulo: Atlas.
11. Minayo, Maria Cecília de Souza ET al. (Org.) (1994).Pesquisa Social: Teoria,
Método e Criatividade. 2. Ed. Rio de Janeiro: Vozes, 80 p.
12. Rudio, Franz Victor. (1998).Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica. 22.
Ed. Petrópolis, RJ: Vozes.
13. Silva, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muskat. (2001). Metodologia da Pesquisa
e Elaboração de Dissertação. 3. Ed. rev. e atual. Florianópolis: Laboratório de
Ensino à Distância da UFSC.

39
14. Trivinos, A. N. S. (1987). Introdução à Pesquisa em Ciências Sociais: a Pesquisa
Qualitativa em Educação. São Paulo: Atlas.

40

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