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Universidade Aberta Isced (UnISCED)

Faculdade De Ciências De Educação


Curso De Licenciatura Em Ensino De História

As Fontes Orais E A Construção Da História De Moçambique: Caso Da História De


Luta De Libertação Nacional 2014-2022

Nome: Germias Basílio Mário/ Código: 71200037

Quelimane, Julho de 2023


1 Introdução

O presente projecto tem como tema “as fontes orais e a construção da história de
Moçambique: caso da história de luta de libertação nacional 2014-2022”. Conseguimos
perceber que o crescimento constante da população moçambicana na última década e a
perspectiva do grande crescimento futuro, conduze-nos a reflectir sobre a construção do
conhecimento da história de Moçambique.

As fontes ou documentos são requisitos fundamentais para a produção e sistematização


do conhecimento histórico. Uma das discussões a levar em conta quando se trata de pesquisa
social em África são a tradição oral e as fontes orais. De modo particular, as sociedades da
África Austral são predominantemente de tradição oral. Em Moçambique, assim como em
outros países da região, tais fontes constituem o principal instrumento de comunicação e de
pesquisa.

Tendo em conta que as fontes escritas serem mais aplicadas nos grandes centros
urbanos, o que não quer dizer que as cidades estejam isentas da tradição oral. Nesses países, e
em particular Moçambique, concretamente no Distrito de Namacurra, a tradição oral constitui
o veículo que permite a transmissão de conhecimentos de geração para geração.

No que diz respeito ao tema, enquadra-se na linha de pesquisa: História de Moçambique


(história pré-colonial, história colonial e história pós-colonial).

1.1 Delimitação do tema

Este trabalho tem como tema “As fontes orais e a construção da história de
Moçambique: caso da história de luta de libertação nacional 2014-2022”, a pesquisa será
realizada na província da Zambézia, no Distrito de Namacurra. Quanto ao espaço temporal, o
trabalho será realizado entre os anos 2014-2022.

1.2 Justificativa

A escolha do tema, surge na medida em que conseguimos perceber que as fontes orais,
ocupam um lugar de grande importância para a história de Moçambique, pois foi a oralidade
que por muitos anos garantiu a transmissão dos conhecimentos e experiências vivenciadas no
nosso País.

Pelo facto da fonte oral mostrar uma história que está fora dos documentos oficiais e
dar voz aos silenciados da história, interessa-nos na presente pesquisa perceber até que ponto
as fontes orais podem impulsionar a escrita da história da Luta de Libertação de Moçambique.
Pois, acreditamos que os indivíduos ao narrarem as suas histórias de vida, eles abordarão
aspectos que a história oficial não retrata, como dores, alegrias e expectativas daqueles que não
puderam se expressar.

A fonte oral pode acrescentar uma dimensão viva, trazendo novas perspectivas à
historiografia, pois o historiador, muitas vezes, necessita de documentos variados, não apenas
os escritos. Vale mostrar aqui a evolução de uma prática importante que compõe parte da
historiografia contemporânea Moçambicana.

Em uma sociedade onde existe a tradição oral, a Palavra ocupa um lugar de grande
importância porque serve de veículo para se comunicar, se expressar, aprender e resgatar
ensinamentos de seus ancestrais. Nestas sociedades a transmissão verbal dos conhecimentos se
dá por meio principalmente dos mais velhos das comunidades, pois eles trazem as experiências
para os mais jovens.

Um dos aspectos mais interessantes do uso da fonte oral é que não apenas se chega a
um conhecimento dos fatos, mas também à forma como o grupo os vivenciou e percebeu. Elas,
especificamente, permitem-nos, muitas vezes, colocar novas perguntas à própria história, pela
boca do protagonista e reproblematizá-la.

O nosso país tem uma história muito oculta, que precisa de ser decifrada, com tudo isso,
este tema irá melhorar a utilização das fontes orais. Pois este tema poderá trazer o avanço do
desenvolvimento político e social do país, sem se esquecer da estabilidade democrática.

1.3. Problema

A fonte Oral é considerada como fonte identitária de um povo, capaz de retratar as


realidades, as vivências e os modos de vida de uma comunidade em cada tempo e nas suas mais
variadas sociabilidades. Esse tipo de fonte não só permite a inserção do indivíduo, mas o resgata
como sujeito no processo histórico produtor de histórias e feitos de seu tempo.

A história oral pode certamente ser um meio de transformar tanto conteúdo, como
finalidade da história. Pode ser utilizada para alterar o enfoque da própria história e revelar
novos campos de investigação.

A reconstrução da História a partir deste conjunto de saberes não constitui tarefa fácil.
O tempo vai apagando a memória e, por isso, os saberes transmitidos de geração em geração
vão-se tornando poucos fiáveis ou credíveis.
Assim sendo, para tornar esses acontecimentos (fontes orais) credíveis, o historiador
deve ser bastante cauteloso e ter em consideração o seguinte: recolher informações junto do
maior número possível de pessoas para poder confrontá-las; entrevistar os mais velhos para a
recolha de informações, pois estes estão mais próximos dos antepassados e, consequentemente,
dos depositários do saber; ser humilde nas suas pesquisas, renunciando o hábito de julgar que
sabe tudo e é superior em relação aos velhos e às outras pessoas de quem ele recebe as
informações, os saberes e as experiências.

Para a história da luta de libertação nacional as fontes orais são as que deveriam ser
utilizadas, pois os momentos vivenciados, as práticas e outros aspectos desta, estão na memória
dos combatentes.

De acordo com Meno apud Dunduro (2009, p. 37), “a geração de pesquisadores que está
sendo formada em Moçambique tem pouco contacto com as fontes orais”.

O que tem sido evidenciado é a tradição oral como forma de transmissão de mitos e de
lendas, não havendo ênfase no sentido de torná-la meio de produção do conhecimento
científico. Não se faz sentir a utilização destas fontes sob forma de extrair certas informações
que ainda estão contidas nas memórias passadas. Com este argumento chega-se a uma questão
de partida: Até que ponto as fontes orais podem impulsionar a escrita da história da Luta de
Libertação de Moçambique?

1.4 Objectivos de estudo

A definição dos objectivos determina o que o pesquisador quer atingir com a realização
do trabalho de pesquisa.

Segundo Lakatos e Marconi (2001), objectivo “é o que você pretende atingir com a sua
pesquisa e não o que você vai fazer para atingi-lo” (pp. 206-219). Os objectivos dividem-se em
objectivo geral e objectivos específicos. O objectivo geral é único e global, ele define, de modo
geral, o que se pretende alcançar com a execução da pesquisa. Os objectivos específicos buscam
fazer a aplicação do objectivo geral a situações particulares.

1.4.1 Geral

 Compreender a importância das fontes orais na construção da história de Moçambique:


caso da história de luta de libertação nacional, 2014-2022;
1.4.2 Específicos

 Identificar a utilidade das fontes orais na construção da história de Moçambique;


 Explicar a importância das fontes orais construção da história de Moçambique;
 Traçar estratégias da utilização das fontes orais na construção da história de
Moçambique.

1.5. Hipóteses

Segundo Libâneo, (1994, p. 24), “Hipótese é uma preposição que pode ser colocada a
prova para determinar sua validade, isto é, uma suposta resposta dada ao seu problema de
investigação”.

Tendo em conta a pergunta de partida acima referenciada, chega-se as seguintes hipóteses:

 H1: Podemos utilizar a fonte oral como técnica ou estratégia pois são ferramentas e
formas na produção de conhecimento e de construção da História de Moçambique;
 H2: A fonte oral não pode ser utilizada como instrumento de resgate histórico da história
de Moçambique;
 H3: Presumisse que a fonte oral possa ser utilizada como base metodológica de
pesquisa capaz de produzir interpretações sobre processos históricos referidos a um
passado.

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