Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Objectivo geral:
Objectivos específicos:
Estrutura de trabalho
Metodologia
Faço ainda uma chamada de atenção, relativamente à bibliografia consultada. Esta será
esmagadoramente na língua portuguesa, isto não quer dizer que a bibliografia é toda de
autores portugueses, sendo a maioria da bibliografia consultada, traduzida para a nossa
língua materna de alguns dos maiores especialistas em ciências da educação.
Características das Instituições Políticas Africanas
Segundo David Levi-Faur, a governação não diz respeito apenas à forma de organização
das instituições formais e informais, mas também aos “processos, mecanismos e
estratégias” da decisão política (Levi-Faur, 2012: 4; Rhodes, 2012). Isto refere-se aos
processos de tomada de decisão, aos mecanismos de cumprimento e controlo bem como
às estratégias que orientem as instituições para se alinharem com as preferências
públicas.
De acordo com Amaral (2001, p.21), Os sistemas políticos aqui descritos podem ser
organizados em duas categorias: um grupo que consiste naquelas sociedades que têm
autoridade centralizada, aparelho administrativo e instituições judiciais ─ em suma, que
tem um governo ─ nas quais as distinções de riqueza, privilégio e status correspondem a
distribuição de poder e autoridade. Este grupo compreende os Zulos, Ngwato, Bemba,
Banyankole e Kede; outro grupo que consiste nas sociedades em que esta patente a falta
de autoridade centralizada, aparelho administrativo e instituições judiciais construídas,
em suma, que não tem um governo ─ e nas quais não existem divisões agudas de
categoria, status ou riqueza. Este grupo compreende os Logoli, Tallensi e Nuer. Os que
consideram que um Estado deve definir-se pela presença de instituições
governamentais, consideram o primeiro grupo como Estados primitivos.
Esta teoria foi assim denominada por não procura constituir abstractamente uma
sociedade ideal, mas sim baseando-se na análise das realidades económicas, da
evolução histórica e do capitalismo, formula leis e princípios determinantes da história
em direcção a uma sociedade sem classes e igualitária. Os grandes teóricos desta teoria
socialista foram: e Friedrich Engels, estes dois elaboram a o Manifesto Comunista e o
Capital. Nela ele afirma que os operários devem se organizar como forca revolucionaria
a fim de tomar o poder politico organizando a ditadura do proletariado. ( Karl Marx,
1865, p 123)
Nas sociedades acima descritas, o sistema político se apresenta dentro duma moldura
territorial, mas com funções diferentes nos dois tipos de organização política. Esta
diferença se deve à predominância de um aparelho administrativo e judicial num tipo de
sistema e sua ausência noutro.
Além disso, muitas dessas medidas colidem com seus prazeres, crenças e modos de
vida. Assim, enquanto o governo exige que os chefes apoiem suas medidas, o povo
espera que seus chefes se oponham a elas, e normalmente fazem. A imposição da
administração britânica e o desenvolvimento de novas actividades diminuiu
radicalmente o poder dos chefes e ele passa a estar subordinado ao governo. Já não pode
compelir, embora lance impostos e recrute tropas. Perdeu a sua enorme riqueza e muitas
vezes usa o que tem em seu proveito e não no interesse dos seus súbditos. Acabou sendo
suplantado pelos novos conhecimentos por muito dos seus súbditos. Os homens agora
têm menos tempo para se dedicar aos interesses do seu chefe e se este tentar explorar ou
oprimir um homem, este último pode recorrer a magistrado que lhe protegerá.
No início da década de 1870, o Reino Zulu abrangia uma área que se estendia da costa
do Oceano Índico, ao Rio Tugela no sul e ao Rio Pongola no norte. O Reino Zulu foi
estabelecido na década de 1820 por Shaka kaSenzangakhona, em um contexto
demarcado por significativas transformações sociais e políticas na região, em especial
pela expansão das áreas de influência de novas linhagens dominantes. Uma das
reformas mais significativas introduzidas por Shaka foi a instituição de um exército
permanente, composto por guerreiros armados com azagaias (assegais) e protegidos
com escudos ovais feitos de pele de boi. Após seu assassinato em 1828, Shaka foi
sucedido por Dingane, seu meio-irmão, o qual entrou em conflitos com os trekkers,
bôeres que deixaram a Colônia do Cabo rumo ao interior do subcontinente na metade
dos anos de 1830. A força política e militar dos Zulus, em particular sob o potentado de
Cetshwayo, representava um obstáculo para a formalização das anexações territoriais
orquestradas pelo então Secretário de Estado das Colônias, Lord Carnarvon, que em
1877 defendeu junto ao Parlamento britânico o Ato de Confederação Permissiva, com a
intenção de autorizar a criação da confederação de colônias e estados na África do Sul
(HAMILTON, 1998: 72).
b) Manutenção dos usos e costumes, envolvendo tanto a sua perpetuação nos períodos
em que estes são inoperantes como a sua transmissão às gerações vindouras;
A parte as normas observadas no grupo tribal, existem numerosas normas clânicas que
diferem de clã para clã, mas que dentro de cada clã ganham validade através do mesmo
tipo de sanções como acontece com a lei tribal. As mais importantes destas normas
clânicas são certos tabus de comida ou regras de abstenção relativamente a certas
formas de comportamento. Um poder mais amplo para a feitura das leis e induzir as
pessoas a tomar uma atitude sem precedentes parece ter emanado dos sonhos de
profetas e certos anciãos que tendo ganho reputação como guerreiro e juízes brilhantes
de disputas ascenderam a um plano de chefia entre os seus companheiros de idade.
conduta, mas um sistema coerente de relações entre indivíduos e grupos. Estas relações
valores bem como atitudes mentais e emocionais. Assim, o direito de família no sentido
No caso de amagovi, não se cometeu um delito que precise desfazer-se. O facto de uma
pretensão se tornar exigível não envolve a noção de o credor ter o direito a
compensação pela demora sofrida na materialização da sua pretensão. A disputa tem
simplesmente de decidir-se a favor de uma das partes em disputa; quando se cometeram
amagoso ou amatava, a ofensa tem de ser desfeita, induzindo ou forçando a pessoa
acusada a compensar o dano que causou ao acusador; se a ofensa tiver sido sem
intenção (elitava) ele tem simplesmente de repor o prejuízo ou pagar gado equivalente
em valor, enquanto que no caso de uma ofensa deliberada (eligoso) tem de se repor o
dobro da quantia ou uma multa em gado e é imposta de modo a poder considerar-se
ampla compensação; as quebras de tabu (emiligu), são restabelecidas pela celebração do
sacrifício apropriado ou cerimónia da purificação, depois da qual as relações sociais
com o ofensor são reassumidas pelos seus companheiros que o evitavam. Parece
concluir-se desta breve descrição dos tipos de quebras reconhecidos e dos métodos
empregados ao tratar com eles, que, o estabelecimento de lei e ordem aspira mais à
solução dos conflitos e reparação dos prejuízos do que a punição do ofensor. Este facto
tem duas consequências importantes:
1. A jurisdição tem lugar só quando solicitada pela vitima da ofensa, pois que todas
ofensas se concebem como sendo prejudiciais aos interesses de uma pessoa particular
ou grupo de pessoas, mas não a sociedade tribal como um todo. Uma implicação lógica
disto tudo é que não só todo objecto material, mas também cada ser humano tem o seu
proprietário ou proprietários.
A captura de uma mulher adulta não se praticava a não ser excepcionalmente pois
desconfiava-se que elas agiriam como espias ou tentariam voltar para sua gente na
primeira oportunidade de fuga que lhes aparecesse. A atitude para com qualquer tribo
vizinha considerada no seu todo caracterizava-se sobretudo por um sentimento de
desconfiança ao qual se acrescentavam o medo ou desprezo. O medo de outras tribos é
coisa nunca publicamente admitida, quer em conversas pessoais ou em relatos de
emigração ou em textos sobre guerra. Já o desprezo e escárnio, são atitudes de longe
mais comuns para outras tribos e encontra expressão em numerosos dizeres e
provérbios. Com relações e atitudes prevalecentes entre os diferentes grupos tribais,
quais eram os motivos para a guerra? Os dois motivos imediatos em atacar outros
grupos tribais eram:
Mas o resultado imediato de uma incursão militar era mais de enfraquecer e intimidar a
tribo vizinha e induzir os seus membros gradualmente a recuar de modo a alargar a zona
desabitada para que as pastagens e cultivo pudessem fazer-se com segurança. (Benot,
1981)
1. Aumento da população;
AJAYI, Jacob Adeniyi. A África às vésperas da conquista europeia. In: AJAYI, Jacob
Adeniyi. (org.). História Geral da África: África do século XIX à década de 1880.
Brasília: UNESCO, 2010.
AMARAL. Diogo Freitas, História das ideias políticas, vol I, Porto: editora Livrara
Almedina, 2001
BENOT, Yves. Ideologia das Independências Africanas. Vol. II, Lisboa: Sá de Corta,
1981.
BRANTLINGER, Patrick. Victorians and Africans: The Genealogy of the Myth of the
Dark Continent. Critical Inquiry, v.12, n.1, 1985, pp.185-186.
Centre for Public Impact (2016), “The Kenyan Open Data Initiative”,
www.centreforpublicimpact. org/case-study/open-data-kenya/ (consultado em janeiro de
2017).
KI-ZERBO, Joseph. História da África Negra Vol II. 3ª ed. Publicações Europa -
América, 1972.