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Índice

1. Introdução.................................................................................................................................3

1.1. Objetivos...........................................................................................................................3

1.1.1. Geral:.............................................................................................................................3

1.1.2. Específicos:...................................................................................................................3

1.2. Metodologia......................................................................................................................3

2. Cultura Macua-Lomue.............................................................................................................4

2.1. Origem..............................................................................................................................4

2.2. Organização Social...........................................................................................................4

2.3. Distribuição Do Poder.......................................................................................................5

2.4. O Processo de socialização e educação tradicional do povo Macua-Lomue....................5

2.5. Adolescência dos (13-18 Anos)........................................................................................6

2.6. Casamento.........................................................................................................................8

Conclusão........................................................................................................................................9

Bibliografia....................................................................................................................................10

1. Introdução
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O presente trabalho fala sobre a cultura macua-lomue, onde abordamos a origem, organização
social, distribuição do poder, o processo de socialização e educação tradicional do povo macua-
lomue e casamento. O povo macua é descendente de um grande povo Banto originário da região
centro-africana (grandes lagos), ou seja, das grandes florestas congolesas, que se migraram para
a região da Africa Austral a procura de terras férteis.
1.1. Objetivos
1.1.1. Geral: 
 Compreender a cultura Macua-lomue.
1.1.2. Específicos:
 Descrever a origem do povo Macua-Lomue;
 Analisar a repartição do poder desse povo;
 Caracterizar a linhagem familiar regente neste povo.
1.2. Metodologia
Para melhor elaboração deste trabalho foi necessária a leitura de alguns livros, manuais para
servir de guia e uso de Internet para a retirada ou aquisição de algumas informações que achamos
serem necessárias e pertinentes para o desenvolvimento deste trabalho.

2. Cultura Macua-Lomue
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2.1. Origem
Em conformidade com CHIPIRE (1992), O povo macua é descendente de um grande povo
Banto originário da região centro-africana (grandes lagos), ou seja, das grandes florestas
congolesas, que se migraram para a região da Africa Austral a procura de terras férteis.
Para CHIPIRE (1992), citado por Eduardo da Conceição Medeiros (1997) este povo de língua
emakhuwa e elomwe estiveram representados no Niassa pelos macuas-lomwes, macuas-
chirimas, e macuas-meto. Estes ammetho ocupavam desde o rio Lurio a nascente do messalo. Os
macuas- lomues (alomwes), ocupavam a outra parte do rio Lurio e estes povos estiveram
representados por linhagens de clãs exogamicos: alakassi, amirassi, anela, amale, amirolo,
aseleja e achepani.
Para além desta tribo existiam os chirimas (axirimas) dos clãs amokovo, amwatha, amirassi,
amirole, aseleje, e alapini os etnonomos michavam, mpolola, anhamuelo, amanhama, amaranta.
Os yao apelidavam-os por alolo (singular lolo), ou anguru (singular uguru). A invasão dos
angoni de mputa maseko no Niassa provocou uma reestruturação política entre os yaos e os
macuas. De uma forma geral estes povos (macua-lomue) ocupavam as margens do rio Lurio e
Messalo, lago Amaranba para aproveitar a pratica da actividades económicas. Os macua-lomue
chefiados por mhua (ou mahua ou maua) nome dinástico, atravessaram o rio Lurio por volta de
1835 a 1840 e fixaram-se a norte deste rio por onde, passavam as caravanas dos Mêto e
Quissanga formando maua. (CHIPIRE 1992).
2.2. Organização Social
Como base da estrutura social e política dos macua-lomue está o “ mínimo” tribo. Estes
sustentam a explicação como legitima descendência da proveniência feminina, isto é, “
matrelinear”. Na filiação matrelinear a família pode ser um grupo de indivíduos de vários
segmentos de linhagem consanguíneos pertencentes a uma mulher antepassada conhecida, a
cabeça da linhagem como referência comum do lado materno outros indivíduos doutras
linhagens também podem fazer parte deste colectivo ou pelo casamento ou, desde que haja
concordância entre todas as partes.
Os filhos pertencem à linhagem da mãe e são subordinadas ao “mwene”do mínimo que é o irmão
mais velho da mãe. É uma sociedade usorilocal, isto é, o homem tende se deslocar ao mínimo da
sua esposa. (CHIPIRE 1992).
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2.3. Distribuição Do Poder


Segundo CHIPIRE (1992), na linhagem macua-lomue cada parte da linhagem (família) tem
sua própria autoridade, que é o “TATA”, tio materno, ou seja, irmão mais velho da mãe de uma
determinada família, o qual é por isso, o chefe de um grupo de unidade interinos. O conjunto de
todas “asitata” em um “decamo” que é o chefe do escalão imediatamente superior o chefe da
linhagem (clã), chamada “humo”. Ele é autoridade do conjunto das partes duma determinada
linhagem que forman a primeira unidade social macua-lomue chamada “nloko” (clã com
mesmos avos). Em ordem ascendente tem-se o mwene (chefe máximo), os filhos passam toda a
infância na dependência da mãe, ela a ensino a educação social.
2.4. O Processo de socialização e educação tradicional do povo Macua-Lomue
Da primeira, segunda infância até a puberdade cãs dos distritos de Ile, Alto Molocue, Namoroi, e
Lugela na província de Zambézia em Moçambique. A educação do povo macua-lomue é feita em
etapas, no entanto não é fácil delimitar a faixa etária exacta nessa educação, por ser complexo e
então a dificuldade reside no facto do povo lomue ter permanecido muito tempo limitado na
tradição oral, por isso a falta de educação cientifica do povo macua-lomue foi subjugada pelos
outros povos europeus, contaminado os seus aspectos culturais.
Para melhor percebermos o povo macua-lomue temos que definir as seguintes etapas do processo
educativo autóctone tradicional que são:
 Socialização, ritualização e historização.
Na socialização: o indivíduo não nasce com características pré-determinadas para inteligência e
para o estado emocional, mas sim, evolui intelectualmente quando interagido constantemente
com reflexões sobre questões internas e das influencias da sociedade. A educacao do povo
macua-lomue é complexa porque começa numa perspectiva de relação de trabalho de família, de
sociedade, de meio ambiente e outras manifestações que esta cultura exige.
Para os povos macua-lomue viver significa estar-com. Existir é um recíproco, fazer-se existir
(okala onamukha lihaniwa) na língua lomue, ter diz-se: estar-com (okalano).
A maioria dos verbos que indicam as relações de vida do homem:
 Okhuma- na- encontra-se com;
 Wunnuwa-na-crescer com;
 Okhwele-na-amar-se
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 Othela-na- casar-se
Autopoiese ou Autopoiesis significa nesta língua “perfeição da vida” que está nas relações
sociais. O homem tanto viver como participa na vida da comunidade. A pessoa é um centro de
relações, centro individual, não fechado, mais aberto e dinâmico, e quanto mais se relaciona, se
viver e mais cresce como pessoa.
Ritualização: integração do indivíduo numa ordem simbólica e religiosa, mais específica, o
homem é o centro que recebe e ao mesmo tempo oferece e se entrega. Conserva a sua autonomia,
mais dentro da harmonia com a família a sociedade e o meio.
Na cultura macua-lomue falar sobre homem é falar do homem vivente, que cultiva a natureza,
dos nomes aos seres e as coisas e humaniza-as. O homem como centro é um microcosmo, sendo
ao mesmo tempo o lugar cósmico de natureza e sua forma. Mas quando, com sua liberdade,
contradiz a ordem da criação, quebra a harmonia e perde seu lugar cósmico. No entanto todas as
suas acções se repercute ou se resume na natureza, que perde a sua norma original começa a
vigorar o mal sobre ela.
Historização: para o macua-lomues viver significa existir no seio de uma comunidade, significa
participar na vida sagrada e todo é sagrado dos antepassados e preparara a sua própria
continuidade nos descendentes. O ambiente em que a criança vive é um influenciador no
desenvolvimento motor e mental e principalmente nos primeiros anos de vida.
Por sua vez, este difere de acordo com as variações sociais, económicas, culturais, educação
materna e estímulos presentes na casa onde a criança vive.
Para CHIPIRE (1992), citado por Super (1976), as diferenças raciais, práticas de cuidados
com as crianças e factores culturais são responsáveis por diferenças no desenvolvimento motor.
Na cultura macua-lomue usa o termo “ MWANA” para identifica infantes sejam eles meninos ou
meninas. A primeira infância que se situa entre os 0-4 anos é o período de educação de hábitos
motores, o estreito relacionamento com a mãe constitui as primeiras características do período.
2.5. Adolescência dos (13-18 Anos)
Terminada a infância, inicia-se a adolescência com uma autêntica evolução filosófica. Fase
intermédia adolescente adulto. Nesta fase tanto o rapaz como a rapariga não devem e nem podem
dormir na mesma casa com os pais pois saberão os tabus da casa. O pai é obrigado a fazer uma
casinha para a filha bem pertinho da sua e por sua vez o filho faz a sua própria no mesmo pátio.
Muitos investigadores dizem que o povo lomue é muito acolhedor e hospitaleiro porque tem
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sempre uma casa de reserva para albergar os hospedes porque não querem partilhar certos tabus
da casa, com alheios e até mesmo com os próprios filhos. Entre a rapariga e o rapaz existem
sortes diferentes, para o rapaz a puberdade surge com a iniciação, e fecha com a sua participação
nos ritos de iniciação na puberdade designados por MASSOMA porque se supõem uma
educação intencionalmente organizada, relativamente intensiva. Enquanto a rapariga é biológica,
isto é a maturidade fisiológica revela-se quando a rapariga apanha a primeira menstruação serve
de sinal a mãe, como tendo chegado o momento para a realização dos ritos de iniciação.
Os ritos de iniciação constituem um apogeu a educação tradicional nestas cerimónias se ensina a
moral com respeito aos outros e aos mais velhos. Em suma as crianças aprendem tudo sobre a
vida. Pois a cerimónia do encerramento acontece no EPWARO ou PUARO em casa das
autoridades gentílicas, também pode decorrer em casa do régulo ou em casa dos chefes da
família relevante escolhidos durante o trabalho de acampamento.
Os ritos de iniciação são públicos apenas na secção de encerramento, nos conselhos de iniciação
denominados por OKHUMA WALUUKHU, o que quer dizer conselhos de saída dos iniciados.
Actualmente devido a conjuntura social e sobre todo as transformações socioculturais vigentes
na sociedade tradicional moçambicana lentamente vão mudando, os dias demoravam um mês,
actualmente duram uma semana em casos específicos menos dias.
Depois destas cerimónias as crianças são obrigadas a não ter nenhum contacto verbal ou gestual
com os pais ou educadores durante 2 anos. A cumplicidade entre mãe e filho chega ao fim e
passa a reinar a relação de evitamento e profundo respeito se por ventura alguém for encontrado
a divulgar o segredo “canónico das regiões tradicionais de autóctone”, segredo das práticas dos
ritos que vão desde o corte dos prepúcios até aos ensinamentos da educação autóctones
tradicional é “ excomungado” da sociedade, é considerado alguém sem dignidade pelos seus
educadores.
Ora a participação do indivíduo na sociedade é condicionada. Portanto, a participação do
indivíduo na socialização não se realiza por gosto ou casualidade é uma consequência da própria
vida. Sendo assim, a pessoa é um membro de uma sociedade global, integra, organizada,
segundo o princípio de todo em todas coisa, e nada fora de coisa nenhuma, é harmonia do
indivíduo com sua comunidade. Em termos de idade cronologia e fisiológica, ele ainda é criança,
em termos de idade mental e cultura, o rapaz é adulto e sociedade reconhece como tal, com todos
os direitos e deveres inerentes. (CHIPIRE 1992).
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2.6. Casamento
Segundo CHIPIRE (1992), citado por Felizardo Chipire, 1992, todo povo lomue segue a
linhagem matrelinear, o sistema matrelinear consiste na transmissão da herança para as mãos do
sobrinho da irmã. Neste sistema a rapariga é considerada de riqueza familiar em duplo sentido:
 Sendo ela geradora de novas criaturas, a sua ação ira preservar a seu menino;
 É ela que deve ocupar posições cimeiras da sua família. Contudo a autoridade da filha
para questões jurídicas, como enredo, divorcio, falecimento e é representada pelo tio
materno, é ele que decide sobre determinados assuntos como casamentos, os cerimoniais
fúnebres, os ritos de mediação ou circuncisão e demais questões relacionadas com a
família neste sentido as crianças pertencem a família da mãe.
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Conclusão
Na realização deste trabalho concluiu se que a educação do povo macua-lomue é feita em etapas,
no entanto não é fácil delimitar a faixa etária exacta nessa educação, por ser complexo e então a
dificuldade reside no facto do povo lomue ter permanecido muito tempo limitado na tradição
oral, por isso a falta de educação cientifica do povo macua-lomue foi subjugada pelos outros
povos europeus, contaminado os seus aspectos culturais. Estes povos valorizam muito os ritos de
iniciação pois marca para eles a passagem da infância para a vida adulta.
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Bibliografia
CHIPIRE. Felizardo. A educação tradicional em Moçambique, 1992.

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