Você está na página 1de 27

UNIVERSIDADE ROVUMA

UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA
O QUE SÃO OS MICRORGANISMOS?
Os microrganismos são organismos microscópicos, impossível de serem observados a olho nu
(vírus 1nn, bactérias 1µm, e fungos 100µm de diâmetro). Embora, alguns, em determinadas fases de
seu crescimento atingem tamanho macroscópicos, a exemplo dos fungos conhecidos como cogumelos,
que chega a formar um falso tecido. Quem são os microrganismos? Esta é uma curiosidade comum para
quem nunca deu atenção a estes seres microscópicos. Os mais estudados na Microbiologia são as
bactérias, fungos, vírus e algumas algas (Figura 1). Além destes, protozoários, helmintos, ácaros são
estudados em Parasitologia.

Figura 1- Exemplos de microrganismos estudados em Microbiologia: 1. Vírus e 2. Bactérias (modelos


didáticos); 3. Fungos (fotografados in situ); 4. Algas (através de microscopia).

Fonte: NASCIMENTO, J.S. (2010)

Denominam-se “microrganismos” os seres procarióticos (bactérias e arqueas), os eucarióticos unicelulares


(protozoários, microalgas e leveduras), os eucarióticos coloniais (certos espécies de protozoários) e os eucarióticos
multicelulares simples (fungos filamentosos) nos quais se observam níveis muito simples de diferenciação celular. Os
vírus, embora sejam entidades acelulares não-vivas, são também objetos de estudo da Microbiologia. A grande
maioria dos microrganismos é microscópica, mas alguns podem ser facilmente visualizados a olho nu, como acontece
com os fungos filamentosos (bolores).

Os microrganismos unicelulares podem existir como células isoladas como acontece quando estão esparsos em meios
líquidos ou formando colônias de indivíduos da mesma espécie quando aderidos a um substrato sólido. Podem, ainda,
ser encontrados constituindo comunidades multi-específicas complexas (biofilmes), que se encontram firmemente
aderidas a superfícies orgânicas vivas (folhas, mucosas e dentes) ou sobre material inorgânico (rochas ou superfícies
metálicas).

O estudo dos microrganismos é grande importância, tanto acadêmica quanto prática. O entendimento de suas
atividades em ambientes naturais é extremamente importante para a agricultura no tocante ao aumento da produção
de biomassa. A compreensão dos mecanismos biológicos envolvidos nas doenças infecciosas é de vital importância
para seu combate e controle. Mas, estudá-los em condições naturais é difícil e a maior parte do conhecimento provém
de estudos laboratoriais com culturas puras de amostras isoladas.

É uma área da Biologia que tem grande importância seja como ciência básica ou aplicada.

Básica: estudos fisiológicos, bioquímicos e moleculares (modelo comparativo para seres superiores). =>
Microbiologia Molecular
Aplicada: processos industriais, controle de doenças, de pragas, produção de alimentos, etc.

ÁREAS DE ESTUDO:

Odontologia: Estudo de microrganismos associados à placa dental, cárie dental e doenças periodontais. Estudos com
abordagem preventiva.
Medicina e Enfermagem: – Doenças infecciosas e infecções hospitalares.
Nutrição: – Doenças transmitidas por alimentos, Controle de qualidade de alimentos, Produção de alimentos
(queijos, bebidas).
Biologia: – Aspectos básicos e biotecnológicos. Produção de antibióticos, hormônios (insulina, GH), enzimas
(lipases, celulases), insumos (ácidos, álcool), Despoluição (Herbicidas – Pseudomonas, Petróleo), Bio-filme
(Acinetobacter), etc.
BIOTECNOLOGIA – Uso de microrganismos com finalidades industriais, como agentes de biodegradação, de
limpeza ambiental, etc.

OBJETIVOS DA MICROBIOLOGIA

A microbiologia tem por objetivos o estudo dos microrganismos e suas atividades. Os microrganismos compreendem
as Bactérias, Fungos (bolores, leveduras e orelha de pau), Vírus (limiar da vida), Algas e Protozoários.

Os microrganismos são os organismos ideais para estudo dos fenômenos biológicos porque possuem algumas
peculiaridades como: apresentam uma ampla variedade de processos bioquímicos que vão desde a simplicidade
nutritiva crescendo em meios salinos até o parasitismo que variam desde a exigência de um a vários compostos
químicos como os aminoácidos até aqueles conhecidos como parasitas, como os energéticos ou dependentes de
nucleotídeos piridínicos ou até a dependência completa de células vivas para completar o desenvolvimento; por
apresentar uma elevada relação de superfície volume e efetuar concomitantemente o processo de duplicação
genômica, transcrição e tradução, eficientes sistemas de transporte apresentam altas taxas metabólicas podendo
atingir cerca de 100 gerações em menos de vinte e quatro horas alcançando populações superiores a um milhão no
mesmo período, tornando-os ideais para estudo metabólicos e genéticos, são mantidos fácil e economicamente em
meios de cultura apresentando

À microbiologia básica interessa o estudo da morfologia seus arranjos e reações aos processos de coloração,
fisiologia, metabolismo, genética, a caracterização e identificação dos microrganismos. Ao microbiologista também
interessa estudar a sua distribuição natural, as relações recíprocas e com outros seres vivos nos quais provocam
efeitos benéficos, indiferentes ou prejudiciais ao homem, outros animais e às plantas, bem como às alterações físicas
e químicas que provocam no meio ambiente.

Quanto ao estudo dos diferentes tipos de microrganismos a microbiologia divide-se em Bacteriologia que estuda as
bactérias, a Micologia que estuda os fungos, a Ficologia que estuda as algas e a Virologia que se dedica aos estudos
dos elementos acelulares, os vírus e os príons.

Com relação à aplicação da microbiologia esta ciência pode ser dividida em:

Existem muitos campos de aplicação da microbiologia. Microbiologia médica estuda os microrganismos


patogênicos para homem, para a cavidade oral (Microbiologia oral) e animais (Microbiologia Animal ou Veterinária).
Este campo de aplicação está relacionado com o controle e prevenção das doenças, associada portanto às práticas
assépticas, antibioticoterapia, quimioterapia e imunização, bem como com a epidemiologia ou epizootiologia e os
métodos de diagnóstico das doenças infecciosas.

Microbiologia Ambiental estuda os microrganismos, particularmente bactérias e fungos que desempenham papel
importante na decomposição de matéria orgânica e a reciclagem dos elementos químicos da natureza (ciclos
biogeoquímicos).

A Microbiologia do Solo: praticamente todos os microrganismos existentes na natureza possuem representantes no


solo. Quando um microbiologista procura um determinado organismo o solo é a sua primeira consulta. Tendo em
vista a composição do solo (rochas, minerais, água, gases e matéria orgânica humos) oriunda de vegetais, animais e
microrganismos, muitos grupos taxonômicos de microrganismos estão presentes no solo influindo na sua fertilidade,
consequentemente também associada à reciclagem dos elementos químicos.

Microbiologia de Alimentos: o microbiologista que se dedica ao estudo dos microrganismos envolvidos com a
indústria de alimentos ou de bebidas estão preocupados com o controle da produção, manuseio, processamento,
industrialização dos alimentos. Para tanto estuda a contaminação por microrganismos deterioradores e agentes de
toxi-infecções alimentares, fermentação para produção de determinados alimentos, bebidas, enzimas, aminoácidos,
ciclodextrinas, surfactantes biológicos.
As bebidas alcoólicas como a cerveja, o vinho, cachaça, whisky dentre outras são produzidos por leveduras ou
bactérias (Zimomonas mobilis) através da fermentação de carboidratos em etanol. Também micróbios como o
Acetobacter e Gluconobacter oxidam o álcool das bebidas aloólicas em ácido acético ou vinagre, condimento
bastante utilizado pelas donas de casa.

Microbiologia Industrial está envolvida com a produção de medicamentos, ácidos orgânicos, bebidas alcoólicas,
solventes, combustíveis, suplementos, biosurfactantes, biopolímeros

OS MICRORGANISMOS SÃO SERES UBÍQUOS


Os microrganismos habitam os mais diversos locais. Esta propriedade é denominada de ubiquidade. Habitam os
diferentes ecossistemas, fazem parte da microbiota normal do corpo humano, dos animais e das plantas, aos
milhões, em termos de quantidades. Entre estes organismos são estabelecidas relações em diferentes graus de
parasitismo, mutualismo e comensalismos. São também patógenos causadores de doenças e deterioração de
equipamentos e alimentos, quando não devidamente limpos ou mal armazenados, respectivamente.
Os micro-organismos são os seres vivos que estão presentes nos lugares mais comuns, como no ar, na água, no
solo, no corpo humano, nos alimentos, nos animais, e até nos mais improváveis, como no vácuo, por exemplo
Acredita-se que cerca de metade da biomassa do planeta seja constituída pelos microrganismos, sendo os 50%
restantes distribuídos entre plantas (35%) e animais (15%).

Em termos de habitat, os microrganismos são encontrados em quase todos os ambientes, tanto na superfície, como no
mar e subsolo. Desta forma, podemos isolar microrganismos de fontes termais, com temperaturas atingindo até
130°C (clique aqui para ler o relato do isolamento de um procarioto cujo máximo de temperatura de crescimento foi
definido como 130°C); de regiões polares, com temperaturas inferiores a -10°C; de ambientes extremamente ácidos
(pH=1) ou básicos (pH=13). Alguns sobrevivem em ambientes extremamente pobres em nutrientes, assemelhando-se
à água destilada. Há ainda aqueles encontrados no interior de rochas na Antártida.

Em termos metabólicos, temos também os mais variados tipos, desde aqueles com vias metabólicas semelhantes a de
eucariotos superiores, até outros que são capazes de produzir ácido sulfúrico, ou aqueles capazes de degradar
compostos pouco usuais como cânfora, herbicidas, petróleo, etc.

PRINCIPAIS FUNÇÕES DOS MICRORGANISMOS NA NATUREZA

Além de seu importante papel como componentes da microbiota residente de animais e plantas, em nosso dia a
dia convivemos com os mais diversos produtos microbiológicos “naturais” tais como: vinho, cerveja, queijo,
picles, vinagre, antibióticos, pães, etc. Paralelamente, não pode ser deixada de lado a importância dos processos
biotecnológicos, envolvendo engenharia genética, que permitem a “criação” de novos microrganismos, com as mais
diversas capacidades metabólicas.
Os microrganismos desempenham também um importante papel nos processos geoquímicos, tais como o ciclo do
carbono e do nitrogênio, sendo genericamente importantes nos processos de decomposição de substratos e sua
reciclagem.

Dentre os compostos utilizados como substrato temos, alguns de grande importância atualmente: DDT, outros
pesticidas, cânfora, etc.

O carbono encontra-se na atmosfera primariamente como CO2, sendo utilizado pelos organismos fotossintetizantes,
para sua nutrição. Virtualmente, a energia para o desenvolvimento da vida na Terra é derivada, em última análise, a
partir da luz solar.

Esta é captada pelas plantas e microrganismos fotossintetizantes (algas e bactérias), que convertem o CO2 em
compostos orgânicos, através da reação:

HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO DA MICROBIOLOGIA


A palavra MICROBIOLOGIA (introduzida em 1899) vem da junção do elemento de composição grego mikrós- ,
que significa pequeno e é utilizado em inúmeros vocábulos eruditos, principalmente a partir do séculos XIX, e -
biologia (grego bíos, vida + grego lógos, estudo, tratado.

A Microbiologia é classicamente definida como a área da ciência que dedica-se ao estudo de organismos, e suas
atividades, que somente podem ser visualizados ao microscópio. Com base neste conceito, a microbiologia aborda
um vasto e diverso grupo de organismos unicelulares de dimensões reduzidas, que podem ser encontrados como
células isoladas ou agrupados em diferentes arranjo s. Assim, a microbiologia envolve o estudo de organismos
procarióticos (bactérias, archaeas), eucarióticos (algas, protozoários, fungos) e também seres acelulares ( vírus ).

A Microbiologia é uma ciência que foi impulsionada com a descoberta do microscópio por Leuwenhoek (1632 –
1723). A partir da descoberta do microscó- pio e a constatação da existência dos microrganismos, os cientistas
começaram a indagar sua origem, surgindo então, as teorias da abiogênese ou geração espontânea e a biogênese.
Após os experimentos de Spallanzani que prova- ram que infusões quando aquecidas, esterilizadas e fechadas
hermeticamente para evitar recontaminação impediam o aparecimento de microrganismos, a abiogênese foi
descartada.

Acredita-se que os microrganismos (organismos pequenos só visíveis com o auxílio de lentes) apareceram na terra há
bilhões de anos a partir de um material complexo de águas oceânicas ou de nuvens que circulavam a terra. Os
microrganismos são antigos, porém a microbiologia como ciência é jovem, uma vez que os microrganismos foram
evidenciados há 300 anos e só foram estudados e compreendidos 200 anos depois.
QUEM DESCOBRIU OS MICRORGANISMOS?
Antony Van Leuwenhoek (1632 – 1723) era um homem comum que possuía um armazém, era zelador da prefeitura e
servia como provador oficial de vinhos para a cidade de Delft na Holanda. Tinha como hobby polir lentes de vidro, as
montava entre finas placas de bronze ou prata para inspecionar fibras e tecelagem de roupas, flores, folhas e pingos
d’água. Na época, era comum o interesse pelo mundo natural, mas Leuwenhoek tinha o cuidado de descrever,
detalhadamente, tudo o que fazia e o que observava com suas lentes.

Usando seu precário microscópio, observava águas de rios, infusões de pi- menta, saliva, fezes, etc.; até que verificou
nesses materiais, a presença de um grande número de pequeníssimos objetos móveis e de formas diferentes, que não
poderiam ser vistos sem a ajuda das lentes, e os chamou de “animáculos” por acreditar que seriam pequeninos
animais vivos.

Leuwenhoek fez observações magníficas sobre a estrutura microscópica das sementes e embriões de vegetais,
animais invertebrados, espermatozoides, sangue, circulação sanguínea etc. Uma dimensão inteiramente nova enri-
queceu a biologia (bio = vida, logia = estudo). Todos os tipos principais de microrganismos que hoje conhecemos –
protozoários, algas, fungos e bactérias foram primeiramente descritos por Leuwenhoek.

O QUE É BIOGÊNESE E ABIOGÊNESE OU GERAÇÃO ESPONTÂNEA?


Após a revelação ao mundo da presença dos microrganismos, os cientistas começaram a indagar a origem desses
seres e se dividiram em duas correntes de pensamento as quais veremos a seguir.

Biogênese – Alguns cientistas acreditavam, inclusive Leuwenhoek, que as “sementes” destas criaturas microscópicas
estão sempre presentes no ar, de onde ganham acesso aos materiais e ali crescem desde que as condições sejam
adequadas ao seu desenvolvimento. A essa forma de multiplicação dos microrganismos chamou-se biogênese.

Abiogênese – Outros cientistas acreditavam que os microrganismos se for- mavam espontaneamente a partir da
matéria orgânica em decomposição ou putrefação, essa forma de multiplicação chamou-se abiogênese. A abiogênese
também ficou conhecida como geração espontânea.
A crença na geração espontânea de seres vivos teve uma longa existência. A ideia da geração espontânea teve origem
na Grécia Antiga, que acreditava que rãs e minhocas surgiam, espontaneamente, de um pequeno lago ou lama.
Outros acreditavam que larvas de insetos e moscas eram produzidas a partir de carne em decomposição. Pouco a
pouco, essas ideias foram perdendo força, por demonstrações científicas como a do médico italiano Francesco Redi
(1626-1697), que demonstrou que as larvas encontradas na carne em putrefação eram larvas de ovos de insetos e não
um produto da geração espontânea.
Convencer os que apoiavam a abiogênese de que um ser não poderia surgir apenas da matéria orgânica, tornou-se
bem mais difícil, principalmente, a partir do experimento de Heedham em 1749, que demonstrou que, de muitos tipos
diferentes de infusões, invariavelmente, emergiam criaturas microscópicas (microrganismos), independentemente do
tratamento que receberam, protegi- das ou não, fervidas ou não. Hoje, sabe-se que os experimentos de Heedham
foram falhos, pois este não tomava precauções higiênicas para proteger seus experimentos do ar circundante,
permitindo dessa forma a contaminação de suas infusões.

Cinquenta anos após os experimentos de Heedham, Spallanzani evidenciou em centenas de experiências, que o
aquecimento das infusões até esterilização, pode impedir a contaminação por microrganismos. Posteriormente,
Spalla- zani concluiu que poderá haver recontaminação das infusões por condução dos microrganismos pelo ar, desde
que o frasco que a contenha não esteja hermeticamente fechado ou apresente rachadura, propiciando na infusão, o
aparecimento de colônias de microrganismos.

QUEM FOI LOUIS PASTEUR?


Louis Pasteur (1822 – 1895) era um químico francês bastante respeitado na época por seus inúmeros trabalhos
científicos, dedicou seus consideráveis talentos ao estudo dos microrganismos. Interessou-se pela indústria de vinhos
franceses e pela função dos microrganismos na produção de álcool. Este inte- resse incentivou-o a continuar o debate
sobre a origem dos microrganismos, uma vez que ainda persistiam alguns defensores da geração espontânea ou
abiogênese, a exemplo do naturalista francês Félix Archiméde Pouchet (1800-1872). Pasteur fez uma série de
experimentos definitivos. Um dos principais processos foi o uso de frascos de colo longo e curvado, semelhante ao
pescoço de cisnes, que foram preenchidos com caldo nutritivo e aquecidos. O ar podia passar livremente através dos
frascos abertos, mas nenhum microrganismo surgiu na solução. A poeira e os microrganismos depositavam-se na área
sinu- osa em forma de V do tubo e, portanto, não atingiam o caldo. Seus resultados foram comunicados com
entusiasmo na Universidade de Sorbonna, em Paris, em 7 de abril de 1864.

A MICROBIOLOGIA COMO CIÊNCIA

Muitos curiosos e cientistas contribuíram para o estudo da Microbiologia como ciência. Seu início se deu na segunda
metade do século XIX, quando os cientistas provaram que os microrganismos originaram-se de pais iguais a eles
próprios e não de causas sobrenaturais ou de plantas e animais em putrefação, como na teoria de geração espontânea.
A Microbiologia preocupa-se com o estudo dos microrganismos e de suas atividades. Estuda a forma, a estrutura, a
reprodução, a fisiologia, o metabolismo e a identificação dos seres microscópicos. Estuda sua distribuição natural,
suas relações recíprocas e com outros seres vivos, seus efeitos benéficos e prejudiciais sobre os homens e as
alterações físicas e químicas que provocam em seu meio ambiente.

Em sua maior parte, a Microbiologia trata com organismos microscópicos unicelulares. Nos indivíduos unicelulares
todos os processos vitais são realizados numa única célula. Independentemente da complexidade de um organismo, a
célula é, na verdade, a unidade básica da vida. No processo de reprodução, os organismos vivos mantêm uma
identidade de espécie, possuindo poten- cialidades de alterações, buscando encontrar um modo
especial de sobreviver.

MODO DE VIDA/ DISTRIBUICAO DOS MICRORGANISMOS NA NATUREZA

Todos os microrganismos são benéficos de alguma forma. Entretanto, destes um total de 3% podem causar
danos aos demais organismos. Neste sentido, os microrganismos são divididos em diferentes grupos, conforme o
seu modo de vida, sendo estes alguns deles:
a) Sapróbios (saprófitos): comensais ou decompositores de substâncias orgânicas mortas; São também
conhecidos como microrganismos recicladores. Entre estes, muitos podem desenvolver o parasitismo
facultativo.
b) Parasitos: causam danos as células vivas de outros organismos. O parasitismo se manifesta em
diferentes graus, desde o parasito obrigatório ao hiperparasitismo. No parasitismo obrigatório há uma
completa dependência do hospedeiro para a sua multiplicação; no parasitismo múltiplo sobrevive em
vários hospedeiros e no parasito facultativo existe outro modo de vida que é o saprofitismo. Já no
hiperparasitismo ocorre parasitismo no mesmo grupo.
c) Simbiontes: estabelecem relações em diferentes graus, desde as mais próximas (simbiose mutualística,
onde há interação morfológica e física entre dois organismos, a exemplo dos líquenes e das micorrizas)
até as mais antagônicas (tipo de relação onde um deles é prejudicado em detrimento do outro).
Para ocorrer uma doença infecciosa é necessário algumas etapas importantes:
a) Inóculo: haver um número suficiente de microrganismos capaz de invadir o hospedeiro;
b) Colonização ou infecção: estabelecimento e multiplicação do microrganismo no local da infecção. A
entrada do patógeno/toxina no hospedeiro pode ocorrer diretamente na corrente sanguínea ou nos
órgãos internos. Pode haver infecção endógena por microrganismos da própria microbiota e exógena
por patógenos adquiridos;

c) Intoxicação: o hospedeiro recebe o fator (ex. toxina) causal da doença, conhecida como intoxicação
alimentar;
d) O microrganismo pode ser eliminado do hospedeiro por algum mecanismo de defesa e não causar a
doença;
e) Doença infecciosa: quando o microrganismo passa a expressar seus fatores de patogenicidade
(estrutural, enzimas ou toxinas) no hospedeiro, alterando a funcionalidade normal da célula, tecido ou
órgãos.

CLASSIFICAÇÃO DOS MICRORGANISMOS

 WHITTAKER EM 1969
Sistema de classificação baseado em :
 Nível de organização celular – diferencia as células procarióticas das eucarióticas e a unicelularidade da
multicelularidade
 Modo de nutrição – modo como o organismo obtém o alimento
 Interacções nos ecossistemas – respeitante às relações alimentares que o organismo estabelece com os
restantes organismos no ecossistema. Os organismos podem ser classificados em produtores, e consumidores
(macro e microconsumidores).

A classificação dos organismos, mais recente, proposta por Robert H. Whittaker em 1969, foi baseada a partir da
maneira pela qual o organismo obtém nutrientes de sua alimentação.

1. Fotossíntese – processo pelo qual a luz fornece energia para converter o dióxido de carbono em água e
açúcares.
2. Absorção – a captação de nutrientes químicos dissolvidos em água.
3. Ingestão – entrada de partículas de alimentos não dissolvidas.
Nesse esquema de classificação, os procariotos que normalmente obtêm alimentos só por absorção constituem o
reino Monera. O reino Protista inclui os microrganismos eucarióticos unicelulares, que representam os três tipos
nutricionais: as algas são fotossintéticas, os protozoários podem ingerir seu alimento e os fungos limosos somente
absorvem os nutrientes. Os organis- mos eucarióticos superiores são colocados no reino Plantae (plantas verdes
fotossintéticas e algas superiores), Animalia (animais que ingerem alimentos) e Fungi, organismos que têm parede
celular, mas não apresentam o pigmento clorofila encontrado em outras plantas para promover a fotossíntese,
portanto eles absorvem os nutrientes. Como pode se observar, os microrganismos pertencem a três dos cinco reinos.
Resumindo, na tabela abaixo :

 CARL WOESE-1977
 Sistema de classificação baseado principalmente em aspectos evolutivos (filogenética), a partir da
comparação das sequências de rRNA de diferentes organismos.

Em 1977, Carl Woese propôs um modelo baseado em aspectos evolutivos a partir da comparação de sequências
de rRNA. A partir desses estudos, ficou claro que os eucariontes apresentam muitas relações entre si e que os
procariontes poderiam ser organizados em dois grupos. Os seres vivos passaram, então, a ser classificados em três
subdivisões principais, denominadas de domínios, uma categoria acima de Reino. Os três domínios existentes são:
Archaea: Procariotos ,Bacteria: Procariotos ,Eukarya: Eucariotos

Archaea : O domínio Archaea é representado por organismos geralmente quimiotróficos e procariontes, que não
possuem membrana nuclear. Muitos dos representantes são extremófilos, ou seja, organismos que são capazes de
viver em condições extremas. Esses seres, normalmente, vivem em ambientes como fontes termais e locais ricos em
enxofre, extremamente quentes ou repletos de sal.
Por viverem em muitos locais consideráveis inabitáveis pela maioria dos seres vivos, alguns autores afirmam que os
organismos do domínio Archaea estabelecem os limites da tolerância dos seres vivos às condições ambientais. Diante
dessa particularidade, pesquisadores consideram o estudo desses micro-organismos essencial para se entender mais a
respeito da origem da vida no planeta.

Bacteria :O domínio Bacteria abarca organismos unicelulares e procariontes que anteriormente eram classificados
como eubactérias. Esse domínio engloba bactérias que causam doenças ao homem e também aquelas encontradas em
ambientes como a água e o solo.

Considerando a classificação de Woese, extingue-se o Reino Monera, uma vez que os procariontes estão agora
agrupados em dois domínios: Archae e Bacteria.

Eukarya : Nesse domínio são encontrados apenas organismos eucariontes, ou seja, que possuem núcleo delimitado
por membrana nuclear. O domínio Eukarya engloba organismos unicelulares, como é o caso dos protozoários, ou
multicelulares, como ocorre em animais, fungos e plantas.
UNIDADE 2
MEIOS DE CULTURA UTILIZADOS PELOS MICRORGANISMOS

INTRODUÇÃO
Os microrganismos necessitam de uma variedade de substâncias nutritivas capazes de promover o seu
crescimento. Esses elementos são necessários para a síntese e para as funções normais dos componentes
celulares. No ambiente, os microrganismos encontram os nutrientes nas formas de compostos orgânicos e/ou
inorgânicos. Desta forma, podem desenvolver-se em meios inteiramente inorgânicos, outros em meios
orgânicos ou mistos.
Por que identificar os microorganismos?
A detecção e identificação de micro-organismos em qualquer ambiente é essencial para controle de
qualidade, controle de processos de fabricação e manipulação, garantia da segurança em alimentos e
qualidade microbiológica em ambientes hospitalares.
A identificação de micro-organismos também é essencial para tomada de decisão de ações corretivas
em casos de contaminações, ou na validação da higienização em que se deve ter um ambiente controlado,
como um hospital com alas de tratamento intensivo, onde a condição dos pacientes é delicada e eles não
podem estar expostos a micro-organismos patogênicos, ou que possam levar a uma piora do quadro da saúde.

CONCEITO
Meios de cultura são composições de substâncias que fornecem nutrientes necessários para o desenvolvimento de
microrganismos. Sendo favorecido o crescimento, é possível a identificação desses organismos através das suas
atividades bioquímica e metabólica. Os meios de cultura permitem o isolamento, o crescimento e a
manutenção de microrganismos no laboratório.
Além dos nutrientes, existem condições ambientais para o crescimento microbiano, como temperatura, pH, umidade,
presença ou não de oxigênio (condição aeróbia e anaeróbia), entre outros.
Os meios de cultura são classificados de acordo com seu estado físico, podendo ser sólido, quando possui agentes
solidificantes como o ágar; semissólido, quando a consistência de ágar e/ou gelatina é intermediária, ou líquido,
quando não possui solidificantes, caracterizando-se como caldo.

Devido à diversidade dos microrganismos, existem vários meios de cultura específicos que atendem às exigências
para o desenvolvimento de cada um. Os meios básicos permitem o crescimento, porém não atendem a nenhuma
condição nutricional específica de um determinado microrganismo. São exemplos de meio de cultura simples o caldo
e o ágar simples.
Já os meios especiais ou complexos possuem condições específicas que atendem às exigências de determinado
microrganismo, pois contêm substâncias que propiciam a produção de enzimas e secreções específicas de
determinados microrganismos, e que impedem o crescimento de outros que não são de interesse de análise. Um
exemplo de meio de cultura especial é o Manitol, um meio salino com indicador de pH que tem a sua cor alterada
quando ocorre o processo de fermentação e produção de ácido. Nesse meio é possível a identificação da bactéria
Staphylococcus aureus.

COMPONENTES DOS MEIOS DE CULTURA E EXIGENCIAS NUTRICIONAIS DOS


MICROORGANISMOS
EXIGENCIAS NUTRICIONAIS DOS MICROORGANISMOS (Nutrientes, pH, temperatura,
atmosfera gasosa)
Microorganismos são versáteis e diversificados em suas exigências nutricionais; Compartilham algumas
necessidades nutricionais comuns; Todos necessitam de variedade de elementos químicos para a manutenção de
funções normais síntese e formação normal dos componentes celulares.
Os nutrientes essenciais considerados importantes para os micro-organismos são seis não metais: (C, H, O, N,
P, S) e dois metais (K, e Mg). Compreendendo aproximadamente (98%) do peso seco celular outro fator
importante para o desenvolvimento dos micro-organismos é a água que corresponde na formação das células em
torno de (80-90%). Os elementosessenciais citados acima são utilizados em grandes quantidades para cultivo de
micro-organismos
Elementos químicos: compostos orgânicos e inorgânicos (C,H,O,N,P,S, fazem parte de várias outras
moléculas essenciais);
Os microrganismos necessitam de fontes de energia, fontes de carbono, fontes de nitrogênio, sais
minerais, água, fatores de crescimento (vitaminas e outras substâncias). Estas substâncias são fornecidas a
partir de fontes orgânicas e/ou inorgânicas.
Como principio básico, o meio de cultura deve ser o mais próximo das condições reais onde habita o
microrganismo, para que este cresça satisfatoriamente. Existem microrganismos que crescem em diversos
meio de cultura, outros crescem apenas em meios especiais. Sendo assim, não existe um meio de cultura
universal, de forma que cada microrganismo tem suas exigências nutricionais.

CLASSIFICAÇÃO DOS MEIOS DE CULTURA


Os meios de cultura podem ser classificados de acordo com o estado físico (consistência), composição química e
objetivos funcionais.

QUANTO À CONSISTÊNCIA
 Meio líquido: sem agente solidificante, apresentando-se como caldo. O meio é distribuído em tubos
de ensaio, erlenmeyers, balão; Mais utilizado para o crescimento massal ou provas bioquímicas, em
fermentação industrial etc.
 Meio semi-sólido: adiciona-se uma pequena quantidade de agente solidificante (0,5 a 1% de ágar).
Apresenta uma consistência intermediária, sendo distribuído em tubos de ensaio. Utilizado para o teste
de motilidade, como exemplo.
 Meio sólido: contém maior quantidade de agente solidificante (1,5 a 2,0%). Apresenta uma
consistência sólida e pode ser distribuído tanto em tubos de ensaio (meio inclinado), quanto em placas
de Petri. Utilizado para diversas finalidades, sendo o meio indicado para observação da morfologia
colonial.
A substância solidificante utilizada nos meios é o ágar, extraído de algas vermelhas (Gelidium
corneum – alga marinha japonesa) a 80ºC com ácido sulfúrico diluído (H 2SO4). Esse é o agente solidificante
mais usado, sendo considerado também o melhor, porque se funde à temperatura de fervura e solidifica a 42-
45ºC. Portanto, deve ser distribuído entre 50-60oC, antes de solidificar. O ágar é ainda um excelente agente
gelatinizador porque não é degradado por microrganismos, sendo um polímero composto principalmente por
D-galactose, 3,6-anidro-L- galactose e ácido D-glucurônico.

QUANTO À FUNÇÃO
 Meios simples: meios de cultura, nos quais os componentes possuem todas as fontes de
nutrientes requeridas pelos microrganismos mais comuns e menos exigentes nutricionalmente.
Ex: ágar nutriente ou caldo nutritivo.
 Meios seletivos: promovem o crescimento de um determinado microrganismo em detrimento de
outros, devido à presença de substâncias adicionadas ao meio de cultura ou a condição de cultivo.
Alguns meios seletivos possuem corantes na sua composição, feniletanol e antibióticos, que
inibem determinados grupos de organismos.
Ex: ágar MacConkey (contém sais biliares e cristal violeta para inibir o crescimento de
bactérias Gram-positivas, permitindo, portanto, o crescimento de bactérias Gram-negativas); o
meio de Chapman ou ágar manitol possui alta concentração de cloreto de sódio (NaCl 7,5%),
para selecionar bactérias halófitas (vivem em alta concentração de sal), adequado para o
isolamento de Staphylococcus; o Meio Sabouraud muito utilizado no cultivo de fungos, devido
sua composição desfavorável para bactérias, em função do pH e concentração de açúcares; meio
batata-dextrose-ágar (BDA) acidificado que é seletivo apenas para fungos em função do pH. O
Ágar eosina-azul de Metileno (EMB) é um meio seletivo que inibe o crescimento de
organismos gram-positivos, enquanto suporta o crescimento de organismos gram-negativos.
Alé m disso, o á gar EMB também é um meio diferencial, pois distingue fermentadores de
lactose, como a Escherichia coli, dos organismos gram-negativos nã o fermentadores de lactose,
como Pseudomonas aeruginosa.
 Meios enriquecidos: meios convencionais enriquecidos com um ou mais componentes
químicos, que favoreça o crescimento de determinados microrganismos numa população mista.
Meios mais indicados para microrganismos fastidiosos. Ex: ágar-sangue e ágar chocolate, ambos
utilizados no crescimento de Streptococcus, Neisseria e Haemophilus.
 Meios diferenciais ou indicadores: são utilizados para diferenciar microrganismos entre os
vários tipos que crescem numa mesma placa de Petri. Ex: meio ágar MacConkey, além de
selecionar o grupo de bactérias Gram-negativas como visto por ser seletivo, permite uma
diferenciação entre as mesmas pela produção de ácido, baseada na utilização da lactose presente
no meio. Bactérias que utilizam à lactose acidificam o meio e as colônias ficam na cor vermelha
ou rosa, enquanto as demais não adquirem essa coloração. Meio de Chapman também é um meio
diferenciador, pois contém manitol. Quando a bactéria utiliza esse polissacarídeo como fonte de
C o meio, originalmente vermelho, muda de cor para amarelo. Entre as espécies de estafilococos
apenas S. aureus fermenta manitol.
 Meios de transporte: estes meios conservam as características da amostra desde a coleta ao
semeio final. Este meio é muito utilizado para bactérias sensíveis ao deslocamento, evitando,
muitas vezes a inativação da bactéria, em ambiente longe do laboratório. Ex. meio Stuart.
 Meio de manutenção: utilizado na manutenção de amostras de bactérias. São meios pobres em
nutrientes, nos quais as bactérias não podem crescer muito, para evitar a formação de compostos
tóxicos.

QUANTO À NATUREZA/ COMPOSIÇÃO QUÍMICA


 Natural: são preparados com base em produtos naturais, como: peptona, extrato de carne, soro,
leite, folhas, frutos etc. Neste, a quantidade exata de cada nutriente não é especificada.
Sintéticos: são quimicamente definidos, onde a quantidade exata de cada nutriente ou elemento químico é
conhecido, permitindo saber se um elemento em particular é essencial para o crescimento de determinado
microrganismo (fator de crescimento). São constituídos por quantidades conhecidas de substâncias orgânicas e/ou
inorgânicas quimicamente puras e bem definidas, ou seja, a sua composição química é conhecida. Estes meios são,
geralmente, usados na cultura de microrganismos autotróficos, como as algas, ou de microrganismos heterotróficos
pouco exigentes.

Podem ser usados para determinar as necessidades nutricionais precisas de um microrganismo. Adicionando
ou retirando um constituinte a este tipo de meios permite verificar se esse constituinte é essencial ou não para o
crescimento de um determinado microrganismo.

 Mistos ou semi-sintético: meios preparados com a mistura dos naturais com os sintéticos.
Resultam da adição de substâncias naturais de composição química mal definida a um meio sintético, ou seja, a
composição química exacta não se conhece.
São usados para simular e até melhorar o ambiente natural dos microrganismos a ser estudados. São usados
por rotina na cultura de microrganismos
São compostos por um número limitado de substâncias complexas, extractos de plantas ou animais, cujas
composições químicas exactas não são conhecidas: extracto de carne, peptonas (proteínas parcialmente degradadas
por enzimas como os hidrolisados de caseína do leite e os hidrolisados de proteínas de soja), extracto de leveduras,
sangue, soro, leite, extracto de solo, etc. Todos estes produtos adicionados ao meio de cultura estimulam a
crescimento da maior parte dos microrganismos heterotróficos.
DE ACORDO COM A FINALIDADE BACTERIOLÓGICA OU MICOLÓGICA OS MEIOS
ESPECIAIS PODEM SER CLASSIFICADOS EM:

 Meios de pré-enriquecimento - são aqueles que permitem a dessensibilização de


microrganismos injuriados, i.e., para amostras que sofreram algum tipo de tratamento (térmico
ou químico). Ex. Água peptonada, caldo lactosado (isolamento de salmonelas de leite em pó).
 Meios de Enriquecimento - quando proporcionam nutrientes adequados ao crescimento de
microrganismos presentes usualmente em baixos números ou de crescimento lento, bem como
microrganismos exigentes e fastidiosos. Esses meios têm a propriedade de estimular o
crescimento de determinados microrganismos, mas existem alguns que também podem inibir
o crescimento de outros. Ex. caldo tetrationato e selenito-cistina para cultivo de salmonelas
(líquidos), caldo tioglicolato para Clostridium perfringens.
 Diferenciais - quando contém substâncias que permitem estabelecer diferenças entre
microrganismos muito parecidos, tais como meio de Teague ou Eosina Azul de Metileno
(diferencial para coliformes), Ágar MacConkey para a diferenciação de enterobactérias, Ágar
sangue, ágar Baird-Parker para isolamento e diferenciação de cocos Gram positivos (sólidos).
 Seletivos - os que contém substâncias que inibem o desenvolvimento de determinados grupos
de microrganismos, permitindo o crescimento de outros. Exemplo: meios com telurito de
potássio (para isolamento de Corynebacterium diphtheriae), ágar Salmonella-Shigella (SS) e
ágar MacConkey, meios com sais biliares e verde brilhante para isolamento seletivo de
Salmonella, meios com 7,5% de cloreto de sódio, meio Baird-Parker, para isolamento de
Staphylococcus aureus, meios com antibióticos para isolamento de diversos microrganismos
(TSC, SFP, meio de Blaser, meio de Skirrow, etc.). A maioria deles é também diferencial,
permitindo diferenciar as colônias (sólidos) dos microrganismos.
 Meios de triagem - meios que avaliam determinadas atividades metabólicas permitindo
caracterização e identificação perfunctória ou presuntiva de muitos microrganismos (ágar
tríplice açúcar e ferro, , ureia, etc.);
 Identificação - prestam-se para a realização de provas bioquímicas e verificação de funções
fisiológicas de organismos submetidos a identificação (meios Oxidação/Fermentação, Ágar
Citrato, Caldo nitrato, meio semi-sólido, caldo triptofano, meio de Sulfito Indol Motilidade,
etc.;
 Dosagem - empregados nas determinações de vitaminas, antibióticos e aminoácidos;
 Contagem - empregados para a determinação quantitativa da população microbiana (Ágar de
Contagem em Placas, TSC, Ágar Batata Dextrose, Ágar Baird-Parker, etc.);
 Estocagem ou manutenção - utilizados para conservação de microrganismos no laboratório,
garantem a viabilidade de microrganismos (Ágar Sabouraud, Meios com leite, Ágar suco de
tomate, Ágar sangue, Ágar Simples, meio semi-sólido, etc.)
ALGUNS MEIOS DE CULTURA MAIS USADOS

 Ágar sangue: meio não seletivo, crescimento de bactérias gram – e +


 Ágar chocolate: meio nutritivo maioria bactérias
 Ágar thayer-martin: meio seletivo utilizado para isolamento Neisseria, inibe a maioria das
outras bactérias.
 Ágar MacConkey: Seletivo gram -, inibe crescimento bactérias gram+
 Cled- Ágar cystine lactose eletrolyte deficient: meio que permite o crescimento de gram+ e
gram-.
 Ágar eosin methilene blue (EMB): seletivo gram-, Inibe bactérias gram+. Substituir.
 Ágar Salmonella-Shigella (SS): seletivo e diferencial isolamento – fezes
 Ágar Colistin nalidix (CNA): seletivo para Streptococcus e Enterococos. Inibe bactérias
gram-
 Caldo de tioglicolato: meio de enriquecimento maioria das bactérias
 Ágar tetrationato: meio de enriquecimento Salmonella sp
 Ágar karmali: meio seletivo para o isolamento de campylobacter sp
 Ágar Löwestein Jensen – isolamento primário das micobactérias.
 Ágar Selenito – inibe coliformes e outras espécies da flora intestinal, como estreptococos;
favorece crescimento da Salmonella spp e Shigella spp.
 Ágar Manitol – favorece o crescimento de bactérias estafilococos, sendo muito utilizado para
isolamento de Staphylococcus aureus.

MATERIAIS BIOLÓGICOS E OS MEIOS EM QUE DEVERÃO SER SEMEADOS


 Secreções purulentas: sg, Mac,Tio
 Orofaringe, Nasal, Ocular: sg
 LCR: sg, CHO, Tio
 Fungo: Saboraund
 Vaginal, Uretral, Endocervical: CHO, sg
 Ponta de cateter: sg, Tio
 Urina: Cled e MacConkey
 Fezes: SS e MacConkey
TÉCNICAS DE SEMEADURA

As técnicas de semeadura são o método pelo qual se transfere inóculos bacterianos de um meio de
cultura ou material a ser analisado (secreções, alimentos) para um outro meio de cultura. Para garantir
que apenas o microorganismo desejado seja semeado, são utilizadas as técnicas assépticas:
procedimentos que devem ser adotados visando a não contaminação de materiais, meios e culturas.
Métodos de Isolamento e Identificação A identificação da maioria dos microrganismos depende de
uma completa descrição de suas características morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e antigênicas.
Desde que, na maioria dos casos, o organismo a ser isolado faz parte de uma população mista, é
indispensável o seu isolamento, no sentido de obtenção de cultura pura.

Semeadura em Meio Sólidos Métodos de Inoculação

Semeadura em Tubos de Ensaio (em meios inclinados) Esgotamento de alça Técnica utilizada para
obtenção de crescimento bacteriano e/ou para a observação de propriedades bioquímicas da bactéria.
A semeadura é, geralmente, feita da base do meio para a extremidade do mesmo (pode também ser
chamada de estriamento). Figura 1: Figura ilustrativa de um meio de cultura semeado pela técnica do
esgotamento (Ex. meio de cultura: TSI)

Métodos de Inoculação A semeadura também pode ser realizada da base para a extremidade do meio,
de forma uniforme. Esta técnica é realizada para que haja crescimento bacteriano, bem como
poderemos utilizá-la para observar funções metabólicas de algumas bactérias. + - .(Ex. meio de
cultura: Citrato de Simmons)

Métodos de Inoculação Em Picada: Esta técnica de semeadura é utilizada para que se possa observar
funções metabólicas de alguns microrganismos (bactérias) que são submetidas a análise
microbiológica. Figura 3: Figura ilustrativa de dois meios de cultura semeados com a técnica em
picada. No tubo à esquerda, observamos o momento da picada que é realizada com o auxílio de uma
agulha de semeadura e à direita observamos a picada propriamente dita (Ex. meio de cultura: SIM).
Métodos de Inoculação

Semeadura em Placas de Petri (em superfície): O material a ser semeado deverá conter poucos
microrganismos porque o inóculo para o isolamento deve ser leve. Lembrar que cada colônia formada
na superfície de um meio sólido é originada de um ou alguns microrganismos. Quanto maior o
número, menor possibilidade de isolamento e maior probabilidade de crescimento confluente. Quando
o inóculo for obtido a partir de meio sólido (inóculo pesado), este poderá ser diluído em salina estéril
ou ser utilizada a técnica de esgotamento adequada.

Métodos de Inoculação Estrias Múltiplas para Isolamento: Consiste em espalhar o material com o
auxílio de uma alça bacteriológica, fazendo estrias sucessivas até o esgotamento do material, de modo
a obter-se um perfeito isolamento das bactérias existentes na amostra. Quando o material é muito
denso, a alça deverá ser flambada. proceder para realizar a técnica de estrias múltiplas, onde a alça
deverá ser deslizada sobre a região onde há um inóculo bacteriano e logo depois deve ser passada na
superfície da placa para semeadura com movimentos em ZIG-ZAG, visando o isolamento bacteriano.

Métodos de Inoculação Alternativamente, para se obter um tapete uniforme de crescimento


microbiano, ou colônias isoladas (após diluição) utiliza-se o método de espalhamento em placa.
Consiste em espalhar o material (suspensão bacteriana na maioria das vezes) com o auxílio de um
swab (para obtenção de tapete uniforme) ou alça de Drigalski (para obtenção de colônias isoladas após
diluição), fazendo a semeadura por toda a superfície da placa de Petri a ser utilizada nesta técnica.
Deve-se ter o cuidado para que toda a superfície da placa seja semeada, evitando regiões sem
semeadura. Recomenda-se que faça o procedimento de semeadura com o swab em três direções
distintas, com a alça em toda a superfície rodando a placa. Alça de drigalski

Técnica para semeadura em superfície (meios sólidos): O inóculo obtido a partir de uma cultura
em caldo ou de uma diluição da cultura em meio sólido é feito da seguinte maneira: Retiramos o
inóculo do tubo com a alça já flambada e fria. Abrimos a placa, de modo que a tampa forme um
chapéu com a placa. Colocamos o inóculo junto a parte superior da placa, espalhando-o a seguir
através de estriamento (que poderá ser contínuo ou descontínuo). O estriamento poderá se feito de
maneiras variadas, tomando-se sempre o cuidado de nunca passar a alça duas vezes no mesmo local. O
estriamento permite o esgotamento dos microrganismos que se encontram na alça. Quando passamos a
mesma 2 vezes no mesmo local, promovemos o recarregamento do local, deixando ali mais bactérias,
o que dificultará o seu perfeito isolamento. Durante o estriamento, após termos semeado metade da
placa, deveremos cessar o mesmo. A seguir flambamos a alça, esperamos esfriar e continuamos o
estriamento novamente, carregando a alça na última estria que realizamos. Depois de terminado o
estriamento, fechar a placa e identificar, levandoa a seguir para incubação na estufa, com a tampa
voltada para baixo. Flambar a alça utilizada, esperar esfriar e guardar no suporte apropriado.
Técnica para semeadura em meios líquidos: Segurar a alça com a mão direita, flambar primeiro na
chama azul, depois na amarela. Esperar esfriar (a alça é flambada na posição vertical e deverá ficar
atrás da chama para proteção do operador). Retirar a rolha de algodão do tubo que contem o
microrganismo a ser semeado ou repicado (que deverá estar na mão esquerda) utilizando-se o dedo
mínimo da mão direita. A ROLHA DEVERÁ PERMANECER SENDO SEGURA COM O DEDO
MÍNIMO, ATÉ O FINAL DA OPERAÇÃO. Flambar a boca do tubo, e retirar o inóculo com a alça
fria. Flambar novamente a boca do tubo e fechar. Pegar o tubo onde se irá realizar a semeadura, retirar
a rolha e flambar. Semear o material, flambar a boca do tubo e fechar. Esterilizar a alça, identificar o
tubo semeado e levar para incubação em estufa.

Técnica para semeadura em meios semi-sólidos Retirar o microrganismo do meio sólido ou líquido
com o auxílio de uma alça em agulha já flambada e fria. Abrir o tubo que contém o meio semi-sólido e
semear o microrganismo através de picada até mais ou menos 1/3 ou ½ do tubo. Fechar o tubo,
identificar e levar para incubação. Flambar a agulha, deixar esfriar e colocar no suporte adequado.

Coloração de GRAM Alça Fixação do esfregaço pelo calor Passar a lamina c/ esfregaço por 3x sob a
chama. Bactérias isolada Esfregaço Técnica de GRAM 1. Cobrir lamina com cristal violeta e deixar
por 1 min. 2. Escorrer excesso do corante e lavar. 3.Cobrir lamina com Lugol e deixar por 1 min. 4.
Escorrer excesso do corante e lavar. Proceder a coloração de GRAM 5.Cobrir lamina com Eter-
acetona e deixar por 30s. 6. Escorrer excesso do corante e lavar. 7.Cobrir lamina com Fucsina e deixar
por 30s. 8. Escorrer excesso do corante, lavar e deixar secar. Fucsina

Coloração de Ziehl-Neelsen Colônias de Micobactérias Usar capela de fluxo laminar. Passar a lamina
c/ esfregaço por 3x sob a chama. Meio de cultura para Micobactérias Resultado Esfregaço Fixação do
esfregaço pelo calor a) Cobrir os esfregaço com fucsina de Ziehl. Aquecer até a emissão de vapores
(Não deixar o corante secar). Esperar 5 minutos; b) Lavar com água corrente; c) Descorar com álcool
(97%), ácido clorídrico (1%); d) Lavar em água corrente; e) Corar com azul de metileno por 1 minuto;
f) Lavar e secar; g) Observar ao microscópio as lâminas coradas; h) Como se apresentam os BAAR.
Proceder a coloração de Ziehl-Neelsen.
Semeaduras em meios sólidos em tubos

Estria sinuosa: semear com alça ou agulha bacteriológica, em zig-zag, partindo da base
para a extremidade do bizel (superfície inclinada do meio).
Objetivo: obtenção de intensa massa de microorganismos.
Estria Reta: semear com agulha bacteriológica, fazendo uma linha reta, com cuidado de
não ferir o Agar, partindo da base para a extremidade do bizel (superfície inclinada do
meio).
Objetivo: obtenção de pequena massa de microorganismos.

Picada Central: semear com agulha bacteriológica, no centro do Agar. Dependendo da


finalidade, o inóculo deve penetrar até 2/3 do tubo ou até o fundo deste.
Objetivo: é utilizado para verificar fermentação e motilidade em algumas técnicas.

Picada em Profundidade: semear com agulha bacteriológica, no centro do Agar.


Dependendo da finalidade, o inóculo deve penetrar até 2/3 do tubo ou até o fundo deste.
Objetivo: é utilizado para verificar fermentação e motilidade em algumas técnicas.

Semeaduras em meios sólidos em placas de Petri

Pour-plate ou disseminação (método em profundidade): Transferir 1 ml da


cultura para placa de Petri vazia, colocar 10 – 20 ml do meio fundido (e
resfriado a cerca de 45 – 50°C) sobre a cultura e homogeneizar suavemente
com movimentos circulares.
Objetivo: contagem bacteriana. É utilizado também para análise de
microorganismos anaeróbios, adicionando uma outra camada de meio fundido
após o endurecimento da primeira camada.

Estria simples: transferir uma alçada da cultura para meio sólido em placa e
estriar com a alça bacteriológica sobre o meio. A estria pode ser realizada em
movimento de zig- zag (estria sinuosa) ou como uma linha reta sobre o meio
(estria recta).

Objetivo: Essa técnica é muito utilizada para visualização de determinadas propriedades metabólicas,
como a produção de enzimas hidrolíticas (hidrólise de substâncias do meio - gema de ovo, sangue...), e
produção de pigmentos.

Esgotamento em estrias ou estrias múltiplas: transferir uma alçada da cultura


para meio sólido em placa e estriar com a alça bacteriológica sobre o meio. A
placa é dividida em 4 quadrantes e a inoculação pode ser feita de 2 tipos:
• 3 estrias: estriar em metade da placa, com movimentos de zig-zag. Quando
atingir a metade, girar a placa 90° e estriar até a metade (1/4 da placa), girar
mais 90° e estriar o meio restante.
• 4 estrias: estriar até 2/3 da metade da placa, girar 90°, estriar 2/3 do próximo
quadrante (1/4 da placa), girar 90°, estriar mais 2/3 do próximo quadrante (1/4
da placa), girar 90° e estriar o restante do meio.
Objetivo: obtenção de colônias isoladas. É importante não cruzar as estrias (não tocar a alça na estria
anterior), para reduzir o inóculo a cada estria e obter as colônias isoladas. Pode-se, alternativamente,
flambar a alça entre as estrias e tocar a ponta da estria anterior, arrastando um pequeno inóculo para a
próxima estria.

Spread-plate ou distensão: Transferir 0,1 ml da cultura para o meio sólido na


placa e espalhar uniformemente com a própria ponta da pipeta, ou alça
bacteriológica / swab / alça Drigalsky.
Objetivo: obtenção de crescimento confluente, ou para contagem bacteriana.
Esta técnica é muito utilizada na realização de antibiogramas.

Semeaduras em meios líquidos

Difusão: uma alçada da colônia (Agar em placa) ou da cultura (de outro meio ou líquido)
é introduzida no meio líquido, com agitação da alça, para maior difusão dos
microorganismos (da alça para o meio e homogeneização no meio). Pode-se inclinar o
tubo a 30° e esfregar o inóculo na parede do mesmo, quando o tubo retornar à posição
original o inóculo se difundirá no meio. Objetivo: é um repique genérico para
crescimento bacteriano em meio líquido.
MÉTODOS DE CULTURA PARA FUNGOS

Os métodos de cultura para enumeração de fungos são semelhantes aos utilizados para
bactérias, mas necessitam da adição de compostos químicos inibidores do crescimento de
bactérias (ex. antibióticos ou corantes como o Rosa Bengal), para evitar o erro associado ao
crescimento destas últimas. Apesar do seu uso frequente para enumeração de fungos, a análise por
plaqueamento e a diluição quantitativa não dá resultados tão fiáveis como os obtidos com
bactérias. Ao contrário do que sucede com bactérias, em que cada unidade formadora de colónia
corresponde geralmente a uma célula única, nos fungos cada unidade formadora de colónia é
frequentemente um fragmento de hifa, contendo mais de uma célula viável, ou agregado de
esporos, para além do esporo único. Os fungos são cultivados por espalhamento em
profundidade, espalhamento em superfíciee técnicas de filtração de membrana.

MÉTODOS DE CULTURA PARA ALGAS E CIANOBACTÉRIAS

As algas e cianobactérias podem ser enumeradas pelas técnicas de diluição e


plaqueamento, bem como pelo método de MPN, com algumas alterações. As algas filamentosas
presentes em amostras de solo necessitam de ser maceradas num almofariz antes de extração
ou de uma forte homogeneização num equipamento de homogeneização com contas de
vidro. Antibióticos como a penicilina e a estreptomicina são adicionadas para evitar o
crescimento de bactérias e fungos emmeio de crescimento sólido. Após inoculação, os meios
de crescimento para a sua enumeração necessitam tipicamente de incubação entre 1 a 3
semanas, a 20-25ºC, e com um fotoperíodo fixo, ex. 12 h luz –12 h escuro ou 16 h luz –8 h
escuro.

Métodos bioquímicos

A identificação de micro-organismos por métodos bioquímicos consistem em kit comerciais, que


possuem provas bioquímicas, que identificam diferentes grupos de micro-organismos. Portanto, é
necessário o prévio conhecimento de qual grupo deseja identificar. Para esta análise é feita a cultura, a
suspensão bacteriana e a inoculação. Na maioria dos kits, os resultados são interpretados de maneira
visual, outros são plotados em um software e a leitura é automatizada.

MÉTODOS DE DETEÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE VÍRUS

Os dois métodos mais comuns de detecção e quantificação de vírus são (i) o método de efeito
citopatogénicoe (ii) o método da unidade formadora de placa. Ambos os métodos se baseiam na
utilização de culturas celulares contínuas cujas linhas celulares (obtidasa partir de diversos
tipos de tecidos vivos) são sub-cultivadas indefinidamente. Culturas destas linhas celulares
crescendo em monocamada, sobre um meio nutritivo sólido, são inoculadas por espalhamento
superficial de uma suspensão viral. A deteçãoe enumeração de partículas virais, quando
feitaspelo método do efeito citopatogénico, baseiam-sena deteçãode alterações observáveis nas
células hospedeiras devido à replicação viral. Estas alterações -efeitos citopatogénicos –incluem o
arredondamento celular, formação de células gigantes, ou formação de “buracos” na monocamada
celular (devido a lise celular); diferentes vírus produzem efeitos citopatogénicos distintos. A
deteçãoe enumeração de partículas virais pelo método da unidade formadora de placa baseia-se
na formação de“placas”,ou zonas de lise,quando as suspensões virais são espalhadas sobre um
meio sólido contendo uma monocamada de células, suas potenciais hospedeiras; cada halo de lise
resulta da infeção de uma célula por uma partícula viral.
Bibliografia

KONEMAN, E.W. et al. Diagnóstico Microbiológico: Texto e Atlas. 6ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2008.

TORTORA, GJ; FUNKE, BR. Microbiologia. 8ed. São Paulo: Artmed, 2005.

MOURA, R.A et al. Técnicas de Laboratório. 3 ed.Rio de Janeiro: Atheneu, 2002.

G., ENGELKIRK, Paul, DUBEN-ENGELKIRK, Janet, and BURTON, Gwendolyn R. W.Burton


Microbiologia para as Ciências da Saúde, 9ª edição.

Guanabara Koogan, 2012.T., MADIGAN, Michael, MARTINKO, John M., DUNPLAP, Paul V., and
CLARK, David P.Microbiologia de Brock, 12ª edição. ArtMed, 2011

Você também pode gostar