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FISIOLOGIA DA PRODUÇÃO DA COLHEITA

Formação de material de reserva


A idade fisiológica das sementes pode ser caracterizada adequadamente através de alterações que
ocorrem durante o seu desenvolvimento. Para essa determinação, os parâmetros mais
comummente utilizados são baseados na morfologia interna, externa e/ou comprimento de frutos
e sementes, no peso fresco e teor de humidade, ou em ambos.

A desidratação impõe o processo de maturação das sementes. As flutuações no conteúdo de água,


à medida que ocorre a desidratação, podem causar alterações no metabolismo das sementes, na
quantidade e qualidade dos seus RNA mensageiros e no seu balanço hormonal.

A maturidade fisiológica é atingida quando as sementes adquirem sua capacidade germinativa,


mesmo não tendo terminado seu processo de desenvolvimento e dissecação. Existem sete
estádios no desenvolvimento das sementes. A partir do estádio denominado E4, as sementes
passam a germinar, mesmo que com tempo médio mais alto do que nos estádios subsequentes.
Além disso, a partir do estádio E6, ocorre um aumento da impermeabilidade do tegumento à água
que culmina, no E7, em dormência imposta pelo tegumento, sendo a partir daí, necessária a
escarificação das sementes para que as mesmas germinem.

Durante os primeiros estádios de desenvolvimento (E2), os grãos de amido eram pequenos, com
forma elíptica e estavam presentes em pequena quantidade. A partir de E5 os grãos se tornaram
maiores, com formato mais arredondado, estando presentes em grande número, mantendo esse
padrão até E7. As paredes celulares do endosperma tornaram-se fortemente coradas. Os cortes
utilizados como controle da reacção não foram corados por este método. O carboidrato de reserva
mais comummente encontrado nas sementes é o amido, embora polissacarídeos de reserva de
parede celular, possam estar presentes chegando a constituírem-se no principal carboidrato de
reserva.

Além disso, as sementes sempre apresentam oligossacarídeos, principalmente da série rafinose,


mesmo em pequenas quantidades. Estes oligossacarídeos são o primeiro tipo de reserva a ser
metabolizado na fase inicial da germinação. O amido é depositado em organelas subcelulares,
denominadas amiloplastos. Seus grãos são semicristalinos e exibem birrefringência em forma de
cruz de malta.

O formato dos grãos pode variar, desde formas mais esféricas até aquelas bastante elípticas. A
forma do grão é em grande parte determinada pelo conteúdo de amilose, pois o grão de amido se
torna mais esférico na medida em que ocorre um aumento do conteúdo de amilose em relação ao
de amilopectina. Assim, pode-se concluir que no caso de Bixa orellana, ocorre inicialmente um
depósito de amilopectina e, apenas em estádios mais avançados, a quantidade de amilose
aumenta de forma que, no E5, os grãos de amido se apresentam com quantidades maiores desse
homopolissacarídeo e, por isso, com formato mais esférico.

Nas células parenquimáticas do endosperma pode ser notado um acúmulo de material proteico a
partir de E2 (Fig. 4). A partir de E4 pode ser observada uma grande quantidade de material XP
positivo disperso pelo citoplasma das células, sendo que esse material sofreu compactação até o
estádio E7, quando as sementes apresentavam-se maduras. O aspecto do material protéico entre
o E5 e o E7, indicou diferenças no grau de hidratação dessas moléculas. No E5 elas ainda estavam
bastante hidratadas e mais dispersas pelo citoplasma.

As proteínas de reserva são geralmente classificadas em função de sua solubilidade. Em cereais, as


mais abundantes são as prolaminas e as glutelinas. As primeiras são solúveis em soluções
alcoólicas e estão presentes em grande quantidade em milho, sorgo e painço. As glutelinas, são
solúveis em soluções ácidas ou básicas diluídas e ocorrem em abundância em trigo, arroz e aveia.
Em leguminosas, as globulinas representam a maior parcela das proteínas de reserva e são
solúveis em soluções salinas.

A principal função dessas proteínas é fornecer aminoácidos ou nitrogénio para as plântulas em


desenvolvimento e, estão entre os componentes celulares que mais embebem nas sementes. Os
resultados obtidos para o material presente no endosperma justificam o fato de que a partir do E4
as sementes já estão fisiologicamente maduras, pois todo o material de reserva está formado, o
que está de acordo com a análise do acúmulo da matéria seca, que atinge o máximo neste estádio.
A partir do momento em que a semente está fisiologicamente madura, ela torna-se capacitada a
germinar se colocada em condições adequadas de água, gases (O 2) e temperatura moderada,
mesmo que não esteja completamente desidratada.

Factores de Produção
os fatores endafoclimáticos (solo e clima) são considerados os mais importantes para o
desenvolvimento da cultura, bem como para a definição dos sistemas de produção.

Diversos factores influenciam no desenvolvimento do tomate, dentre eles estão os factores


ambientais, ou seja, os climáticos, os edáficos (do solo), os relacionados ao terreno, outros
factores são os genéticos da cultura e as técnicas de manejo que são utilizadas.

Factores Climáticos
em relação ao clima, a interação dos diversos factores climáticos, os de maior influência sobre as
culturas são a radiação solar, a precipitação e a temperatura. Estes fatores atuam eficientemente
nas atividades fisiológicas interferindo diretamente na produção de grãos e de matéria seca

A radiação solar é um dos parâmetros de extrema importância, sem a qual o processo


fotossintético é inibido e a planta é impedida de expressar o seu máximo potencial produtivo. Para
um bom desenvolvimento é necessária uma radiação solar adequada.

A temperatura é o principal elemento determinante da emergência das plântulas e da taxa de


aparecimento de novas folhas. A temperatura do solo ainda tem grande influência sobre o ponto
de crescimento, a emissão de novas folhas, o número de folhas e o tempo de emissão do pendão.

Geadas, granizo e ventos podem danificar as folhas já formadas, mas tem pouco efeito sobre o
ponto de crescimento e o rendimento final, por outro lado, o alagamento pode matar a planta em
poucos dias, principalmente com elevadas temperaturas.

As baixas temperaturas, podem causar danos à produção por insuficiência térmica, além de
também reduzir o stand de plantas, por dificultar e retardar os processos de germinação e
emergência, e o cultivo ser comprometido, ainda mais, se houver chuvas intensas, que podem
compactar o solo e formar crostas na superfície do mesmo.

Quando existe pouca luminosidade a fase vegetativa do tomateiro é prolongada, retardando a


produção. Entretanto, se a luminosidade for muito alta a frutificação é antecipada. Ele não é
afectado directamente pelo comprimento do dia, produzindo em dias curtos e dias longos.

O excesso de chuva ou irrigação e uma alta humidade relativa do ar pode limitar o cultivo e
favorecer a ocorrência de doenças e crescimento de fungos, prejudicando a qualidade do fruto.

Áreas com alta probabilidade de ocorrência de granizo não devem ser utilizadas para o plantio.
Dependendo da intensidade, os frutos, folhas e caules podem ser danificados causando enormes
perdas ou promovendo a proliferação de doenças.

A acção dos ventos afecta a evapotranspiração das plantas, pode quebrar galhos, derrubar flores e
frutos.

Factores Edáficos
Antes da decisão do solo para efectuar o plantio, deve-se levar em consideração as propriedades
químicas, físicas e biológicas. O solo é um recurso natural renovável, que desempenha o papel
principal na produtividade agrícola, pois, carrega em sua composição os nutrientes essenciais para
as plantas. Um solo fértil possui grande capacidade de fornecer água e nutrientes às plantas, mas
sua fertilidade pode variar muito, em uma só propriedade agrícola.

O solo ideal deve ser areno-argiloso, profundo, solto, permeável, bem drenado e pouco ácido. Os
plantios adensados dificultam os tratos culturais e aumentam a humidade do solo, favorecendo o
aparecimento de fungos causadores de podridão.

As características físicas mais importantes do solo que, isoladas ou em conjunto, servirão para
guiar a selecção de um solo apropriado para a cultura de milho são:
a) Textura: que está intensamente relacionada com a composição, consistência, permeabilidade,
capacidade de troca de cátions, detenção de água e retenção de fosfatos.

b) Solos arenosos: precisam ser evitados, devido à sua baixa habilidade de retenção de água e
nutrientes disponíveis para o plantio. A deficiência ou excesso de nutrientes influenciam
directamente na qualidade e na produtividade. Entre os nutrientes necessários para um bom
desenvolvimento dos vegetais, está o nitrogénio, mais exigido nos primeiros estágios do
crescimento da planta. Em sua falta ou insuficiência o crescimento da planta é retardado.

A deficiência de fósforo é outro factor que diminui a taxa de crescimento das plantas e retarda a
sua frutificação. Se houve falta de boro os frutos apresentam manchas necróticas, não
desenvolvem totalmente a cor vermelha, as paredes do fruto se tornam assimetricamente
deprimidas e os lóculos se abrem.

Os sintomas do solo deficiente em enxofre reflectem no caule da planta que se mostra lenhoso,
duro e de pequeno diâmetro e suas folhas tem coloração verde - amarelada. E a deficiência de
zinco provoca encurta os entre-nós da planta, causa redução, deformação e ligeira clorose das
folhas.

A falta de cálcio no solo causa uma flacidez dos tecidos nas extremidades, que evolui para uma
necrose deprimida, seca e negra, comprometendo a qualidade do fruto. O excesso de cálcio e
magnésio pode afectar a disponibilidade de potássio no solo e a falta de magnésio diminui a
capacidade fotossintética da planta que passa a ter dificuldade para encher o fruto
consequentemente reduzindo a produtividade.

Se houver falta potássio o crescimento das plantas se torna lento e diminui a firmeza e seu
excesso pode causar deficiência de magnésio. A deficiência ou excesso de nutrientes influenciam
directamente na qualidade e na produtividade. Entre os nutrientes necessários para um bom
desenvolvimento dos vegetais, está o nitrogénio, mais exigido nos primeiros estágios do
crescimento da planta. Em sua falta ou insuficiência o crescimento da planta é retardado.

c) Solos do tipo de argila expansiva: podem oferecer forte agregação, prejudicando as condições
de permeabilidade e a livre penetração do sistema radicular.

d) pH: adequado permite maior produtividade e qualidade. O pH afecta na disponibilidade de


nutrientes no solo, abaixo do ideal o aproveitamento de nitrogénio e potássio, por exemplo,
diminui. Se o solo estiver muito ácido, significa que há um alto teor de alumínio tóxico, o que é
prejudicial para o desenvolvimento radicular da planta.

Factores Genéticos
A selecção da cultura deve obedecer aspectos como o ciclo produtivo que deve ser atrelado às
características do clima, a fertilidade do solo e aspectos do maneio, O papel dos híbridos, já que
mesmo com variedades que possuem produtividade superiores aos mesmos, os híbridos
apresentam uma vantagem como maior resistência as pragas e menor utilização de defensivos
agrícolas, por consequência menor contaminação.

Óptimos nos factores de produção: nitrogénio e herbicidas

Existem elementos, tais como o azoto, fósforo, potássio, enxofre, cálcio e magnésio que são
essenciais para o crescimento das plantas. A quantidade desses elementos varia de acordo com a
espécie, mas todas as plantas necessitam deles em grandes quantidades. Por isso são chamados
de macronutrientes.

Outros elementos tais como boro, manganês, zinco, cobre e cloro são necessários em pequena
quantidade, por isso são chamados micronutrientes. Uma excepção é o ferro, que pode ser para
algumas plantas um macronutriente para outras um micronutriente, dependendo da quantidade
que a espécie necessita.

A falta ou excesso de micro e macronutrientes nos solos pode levar as plantas a apresentarem
sintomas visíveis, tais como alterações no desenvolvimento saudável das raízes, dos caules e das
folhas. Estes sintomas são o crescimento menor do que o normal de algumas partes da planta e
aspectos de coloração diferente do padrão da planta saudável. Portanto, manchas negras e
amarelas nas folhas, raízes escuras e crescimento irregular são sintomas de falta ou excesso dos
nutrientes disponíveis para a planta no solo.

Os adubos químicos ou fertilizantes são substâncias aplicadas no solo para melhorar a produção
agrícola. Eles podem suprir as deficiências de nutrientes apresentadas pelo solo.
As plantas necessitam de macronutrientes (carbono, hidrogénio, oxigénio, nitrogénio, fósforo,
enxofre, cálcio, magnésio e potássio). E também de micronutrientes (boro, cobalto, cobre, ferro,
manganês, molibdênio e zinco).

Alguns destes elementos que existem em grande quantidade no ambiente e são directamente
assimilados pelos vegetais, como são o caso do carbono, do hidrogénio e do oxigénio, presentes
na água e na atmosfera. Outros nutrientes, como ao caso do nitrogénio, apesar de estarem muito
disponíveis na atmosfera só são absorvidos por algumas plantas, com o auxílio de bactérias
nitrificadoras.

Os adubos ou fertilizantes são aplicados no solo com intuito de tornar disponíveis os nutrientes
vegetais. Ocorre que para a aplicação desses nutrientes no solo é necessário uma análise química
cuidadosa. Não basta colocar os nutrientes no terreno por que eles podem reagir com as
substâncias do solo, ficando indisponíveis para as plantas apesar de estarem lá. Apesar do mérito
dos fertilizantes para agricultura, eles podem causar poluição dos solos e dos cursos d'água.
Os fertilizantes em excesso no solo são lavados pelas águas da chuva e levados para os rios e lagos
e contribuem para a eutrofização.

O fenómeno da eutrofização é causado pelo excesso de nutrientes nas águas, que gera a
proliferação excessiva das algas microscópicas. Daí aumenta o número de outros seres vivos
microscópicos, além das algas. Quando algas e outros seres morrem, são decompostos. Tal acção
dos decompositores microscópicos diminui a quantidade de oxigénio na água. Quando o nível de
oxigénio da água cai, peixes e outros animais aquáticos morrem asfixiados. A causa do processo de
eutrofização é o despejo sem tratamento de efluentes urbanos e industriais, além dos agrícolas,
nos corpos de água.

Retardantes de crescimento sintético

Os primeiros retardadores de crescimento vegetal descobertos foram os nicotiniuns que reduziam


a elongação da haste de plantas de feijoeiro.

Os reguladores vegetais, neste caso, retardantes de crescimento, termo mais apropriado, são
compostos sintéticos utilizados para reduzir o crescimento longitudinal excessivo da parte aérea
das plantas, sem diminuição da produtividade. A eficácia do retardante de crescimento depende
da espécie, da cultivar e da dose de aplicação, dentre outros factores.

A giberelina é um hormónio que entre outras acções, promove alongamento e expansão celular. A
maioria dos retardantes de crescimento bloqueia etapas da via de síntese das giberelinas nos
vegetais superiores, em diferentes locais. Isso provoca inibição no alongamento do caule e da
expansão da área foliar e consequentemente ocorre redução do crescimento da planta. Esse
bloqueio ocorre principalmente em regiões meristemáticas e em diferenciação. Por isso, o
tratamento com retardantes é feito durante a fase de rápido crescimento vegetativo ou mesmo
logo após o início do florescimento.

O mecanismo de acção dos retardadores de crescimento é ainda muito pouco conhecido. Como o
efeito destes compostos sobre as plantas é oposto ao das giberelinas, parece lógico acreditar que
os retardadores actuam como antigiberelinas.

O uso de retardantes de crescimento pode se fazer necessário, para induzir a redução no


comprimento dos entre-nós, sem afectar o número dos mesmos e manter uma relação
harmoniosa entre altura da planta e altura do vaso. Muitas espécies arbustivas tais como azaléia,
hibisco e poinsetia, além de espécies herbáceas como crisântemo, gerânio, entre outras, têm sido
comercializadas em vaso devido ao emprego dessas substâncias químicas.

A eficiência dos retardantes de crescimento depende da concentração e método de aplicação,


condições ambientais de cultivo, estádio de desenvolvimento da planta no momento da aplicação,
frequência e número de aplicações e práticas culturais, como a composição do substrato de
cultivo, entre outras.

O principal modo de aplicação dos retardantes é via pulverização foliar ou melhoramento do


substrato. A pulverização foliar é um método amplamente usado para controlar o crescimento da
planta com baixo volume de solução, entretanto, é menos precisa e pode requerer maior número
de aplicações para garantir resultados consistentes, devido ao menor efeito residual. A aplicação
no substrato promove maior uniformidade de altura das plantas, com menor uso de ingrediente
activo e concentração, mas o resíduo do princípio activo no substrato pode causar excessiva
supressão de crescimento, além de ser actividade laboriosa com elevados custos de mão-de-obra
relacionados com a aplicação em grandes áreas de produção.

Existem variadas respostas fisiológicas e morfológicas em plantas tratadas com retardantes de


crescimento, como redução da altura, estímulo ao crescimento de raízes, aumento da síntese de
citocinina, diminuição do alongamento internodal, aumento dos teores de clorofila, alterações na
anatomia foliar, aumento do ciclo, redução da área foliar, maior potencial antioxidante, aumento
na produção de alcalóides e alterações nas trocas gasosas.

O paclobutrazol é mais eficiente quando aplicado no substrato comparado à aplicação foliar, pois
é translocado quase que exclusivamente pelo xilema e pouco no floema. Em pulverizações foliares
somente o que é absorvido pelas hastes e pecíolos é efectivamente translocado para regiões de
crescimento. Este retardante possui maior actividade residual no substrato, sendo o melhor efeito
observado quando aplicado em baixas concentrações em aplicação única, comparado ao
daminozide.

Os retardantes de crescimento, como o paclobutrazol, são importante ferramenta na floricultura e


representam uma possibilidade de obtenção de plantas de porte reduzido e de conformação
estética adequada para comercialização de plantas ornamentais em vasos. Estas substâncias
químicas atuam no metabolismo da planta inibindo a produção natural de giberelinas, que são
responsáveis pelo alongamento celular resultando no controle do crescimento em altura das
plantas.
O daminozide é mais eficiente quando aplicado via pulverização foliar, pois é translocado via
floema. Essa forma de aplicação é a mais utilizada na produção comercial de flores. Entretanto,
requer, geralmente, mais de uma aplicação para o controle efectivo do crescimento, além de
menor actividade residual se comparado ao chlormequat e paclobutrazol.

O uso de retardantes de crescimento representa importante alternativa para a manipulação do


porte e arquitetura de plantas para se alcançar características comerciais adequadas.

Técnicas de colheita e pós-colheita


A colheita é um desafio e pode ser complexa, dependendo da espécie, maturidade do produto e
período de colheita. Em linhas gerais, considera-se a colheita como sendo única ou múltipla. A
colheita única é mais aplicada para hortaliças, por exemplo: cenoura, batata, repolho e também
alface, produtos que só uma colheita retira totalmente do campo. Por sua vez, a colheita múltipla
aplica-se normalmente às frutas, mas também a algumas hortaliças, como tomate de mesa e
morango. Tanto para a colheita única como para a múltipla, a chance de ocorrer perdas devido a
danos físicos é grande, porém, em geral, nesta os frutos ficam mais sujeitos a exposição e
manuseio. Na colheita múltipla, a incidência de danos físicos pode variar durante a colheita, entre
cultivares, colhedores e pontos de colheita.

A colheita pode ser dividida em três tipos, considerando-se a sensibilidade do produto particular
ao manuseio e mercado de destino: (1) Manual; (2) Por meio de equipamentos de auxílio; (3)
Mecanizada.

Colheita manual
A colheita manual baseia-se na sensibilidade do colhedor principalmente em termos de visão e
tacto. Possui vantagens e desvantagens.
Apresenta como vantagens:
 A possibilidade de o ser humano bem treinado utilizar bem os sentidos (visão, tacto,
olfacto), com melhor sucesso da tarefa;
 A de colhedores mais cuidadosos, em campo ocasionar menos injúrias aos produtos; a de a
selecção e empacotamento serem realizados no campo, portanto com menor número de
etapas.
As desvantagens são:
 O alto custo da mão-de-obra em algumas regiões, muitas vezes destreinada e
desqualificada para tal operação, o que pode ocasionar problemas diversos;
 O possível desafio, para diversas regiões, da sazonalidade relacionada a oferta de mão-de-
obra.

Para algumas culturas, ocorre mais comummente a colheita manual do que em outras, como a do
morango destinado ao consumo fresco, cuja colheita e classificação são concomitantes. A principal
razão apontada para a realização da colheita manual é a sensibilidade dos frutos a danos físicos.
Equipamentos de auxílio
A colheita auxiliada é aquela em que se utilizam equipamentos para fornecer melhores condições
de trabalho, maior rapidez no processo e melhor conservação do produto. Equipamentos de
auxílio à colheita podem aumentar a produtividade e/ou reduzir custos, em especial quando
utilizados em conjunto com maquinas ou operações de embalagem.

Esses equipamentos têm como objectivo reduzir o esforço e energia necessários para realizar cada
operação e diminuir as possíveis injúrias aos colhedores.

Colheita mecanizada
A colheita totalmente mecanizada caracteriza-se pelo baixo uso de mão-de-obra, situação em que
a máquina desenvolve todas as actividades relativas à colheita: corte e/ou retirada do produto da
planta, limpeza e embalagem ou ensaque do produto.

A utilização de máquinas para colheita possui a limitação de algumas culturas não se adaptarem a
este tipo de colheita, devido principalmente à sensibilidade dos frutos e à não adequação da
planta a essa finalidade. Todavia a utilização de máquinas pode proporcionar redução de custos e
aumento no rendimento de colheita superior a dez vezes.

Frutas e hortaliças são em geral produtos sensíveis ao manuseio, cuja aparência externa e
ausência de defeitos são importantes atributos no momento da comercialização. Por tal razão, a
colheita mecanizada de hortifrutícolas geralmente é utilizada para produtos destinados para
processamento, como citrus, tomate e morango.

Possui como potencialidades viabilizar colheita mais rápida, possibilitando melhores condições de
trabalho, com redução nos custos com mão-de-obra e eventuais problemas com ela.
Como dificuldades de desenvolvimento e uso, é importante mencionar:
 A possibilidade maior de causar danos físicos a frutas e hortaliças no momento da colheita;
 Limitação quanto à capacidade de manipulação e processamento desses equipamentos,
relacionada ao rendimento do equipamento e sensibilidade do produto;
 Possibilidade de que as inovações tecnológicas tornem o maquinário obsoleto antes da sua
amortização.

A colheita mecanizada tem como desafio realizar a colheita sem danificar permanentemente a
planta, sendo rápida e económica.

Pós-colheita
As perdas pós-colheita de frutas e hortaliças estão directamente relacionadas ao manuseio,
transporte e armazenamento inadequados do produto desde a colheita até a chegada ao
consumidor final. O manuseio inadequado dos produtos agrícolas durante o processo de colheita e
pós-colheita pode causar alterações mecânica, fisiológica ou patológica. Portanto, a manutenção
da qualidade de frutas e hortaliças depende da tecnologia aplicada em toda esta cadeia. Sendo
assim, torna-se cada vez mais evidente a necessidade do desenvolvimento de sistemas de
beneficiamento que garantam a manutenção da qualidade do produto advinda do campo.
Factores internos e externos associados a deterioração
• Respiração
• Etileno
• Crescimento e desenvolvimento
• Temperatura
• Humidade relativa
• Manuseio e movimentação

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