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Podemos dizer que, os conteúdos retratam a experiência social da humanidade no que se refere a
conhecimentos e modos de acção, transformando-se em instrumentos pelos quais os alunos assimilam,
compreendem e enfrentam as exigências teóricas e práticas da vida social. Constituem o objecto de
mediação escolar no processo de ensino, no sentido de que a assimilação e compreensão dos
conhecimentos e modos de acção se convertem em ideias sobre as propriedades e relações
fundamentais de natureza e da sociedade, formando convicções e critérios de orientação das opções
dos alunos frente as actividades teóricas e práticas postas pela vida social.
2. Selecção de Conteúdos
Segundo Ausbel é mais fácil aprender se a informação for organizada e sequenciada de uma forma
lógica, dai que precisa o uso de organizadores avançados como sumários no final das lições e
questionários de revisão como auxiliares que ajudam a criar expectativas, a sintetizar os novos
elementos aprendidos e a integra-los nos conhecimentos, (Tavares e Alarcão, 1990:105).
"Os conteúdos educacionais são organizados em matérias de ensino e dinamizados pela articulação dos
objectivos conteúdos – métodos e formas de organização do ensino, nas condições reais em que ocorre
o processo de ensino (meio social e escolar, família, aluno) " (Libânio, 1990: 129).
São propostos vários critérios para selecção e organização dos conteúdos, portanto a selecção dos
conteúdos segundo, os resultados da actividade prática dos homens nas suas relações com o ambiente
natural e social, os objectivos educacionais propostos e a infra-estrutura da matéria. No que diz
respeito a selecção dos conteúdos tendo em conta a prática social e histórica dos homens, nota-se uma
tendência de se incorporar experiencias da prática social vividas pelos alunos, isto é, nos problemas e
desafios existentes no contexto em que vivem os conteúdos devem ser elaborados numa perspectiva de
futuro, portanto conteúdos que possibilitam a formação de uma sociedade cada vez mais humanizada.
Na obra de Libânio (1990, 142) podemos encontrar os seguintes critérios de organização e selecção dos
conteúdos:
Nessa mesma perspectiva de selecção dos conteúdos, podemos encontrar Piaget, que privilegia em par
ticular a selecção dos conteúdos segundo o nível de desenvolvimento (sensório-motor; pré-operatório,
operações concretas e operações formais), por tanto "as experiencias do ensino formal não devem
dissociar-se das experiencias culturais; os conteúdos devem ser apresentados segundo o ponto de vista
das crianças e não como os adultos compreendem" (Tavares, 1990:102).
Bruner também apostado na ideia de Piaget de que o ensino deve acompanhar o desenvolvimento
humano, sustenta que os currículos devem ser organizados em espira, isto É, mesmo tópico deve ser
ensinado a vários níveis e a abordagem deve ser feita periodicamente em círculos concêntricos cada vez
mais alargados e profundos.
Critério de utilidade, corresponde a harmonização dos conteúdos seleccionados para o estudo com as
exigências e características do meio ambiente dos alunos;
Bruner entende que na selecção dos conteúdos ensinar conteúdos ou habilidades específicas sem tornar
claro seu contexto na estrutura fundamental mais ampla de um dado campo de conhecimento é
antieconómico, isso porque torna o ensino difícil não compensa os estímulos intelectuais do aluno, o
conhecimento adquirido é susceptível ao esquecimento.Com tudo, o critério de organização baseado na
estrutura da própria matéria compreende o critério da organização lógica e da organização psicológica.
O critério da organização psicológica baseia-se no nível de desenvolvimento intelectual do aluno. Este
critério representa a disposição da matéria segundo as experiencias obtidos pela criança ao longo da
vida. Pode-se notar que, além dos objectivos, na selecção e organização dos conteúdos deve se ter em
conta a ordem cronologia dos diferentes passos de aquisição do conhecimento a partir da experiencia
da criança
Existem aspectos que devem ser considerados na organização sequencial de conteúdos. Entre outros
destacam-se:
Logicidade: corresponde à sequência lógica em que devem ser organizados os conteúdos. A sequência
deve ser coerente com a estrutura e os objectivos da disciplina. Vai do simples ao complexo, procurando
estabelecer, além de uma ordenação, uma sequência de ideias.
Integração ou relacionamento: expressa que o assunto tratado no PEA deve ser apreendido como um
todo, em seus aspectos fundamentais, linhas fundamentais. A integração, que se relaciona com a
transferência, no PEA pode ser focalizada sob quatro aspectos:
a) Integração com a própria disciplina, para que o educando seja levado a apreender os aspectos básicos
e estruturais do que esteja sendo tratado, dando unidade ao mesmo, o que facilita a compreensão do
todo, e o processo de transferência.
b) Integração com área ou disciplina: fins, que enriquece o que esteja sendo tratado e facilita a
transferência da aprendizagem.
c) Integração com as demais áreas ou disciplinas, que torna mais significativo ainda o que esteja sendo
tratado e mais estimula a transferência da aprendizagem, ajudando a perceber todos os conhecimentos
como interdependentes regidos pelos mesmos princípios lógicos.
d) Integração com a realidade, com o meio em que se vive e com o que no mesmo se passa a fim de
despertar para o sentido da funcionalidade e pragmaticidade dos acontecimentos, de ajuda ao homem
para que possa viver melhor, a fim de tornar a vida mais digna, mais elevada e mais espiritual.
Claro que a aprendizagem do alunado não deve ser restrito ao campo da aprendizagem humana, deve
ter experiências, valores e atitudes voltadas a realidade do dia a dia do discente, é todo um processo de
aprendizagem com meios de favorecer o desenvolvimento individual e coletivo do discente.
Os conteúdos devem ser selecionados de acordo com os objetivos propostos e metas traçadas para
alcançar tal objetivo, existe segundo Piletti alguns critérios a serem seguidos na seleção dos conteúdos,
que são: a validade que é o aproveitamento das informações que deverão ser atualizadas e de
confiança; a Flexibilidade, ou seja, todo o conteúdo apresentado ou pronto para apresentação deve
estar sujeito a modificações e aprimoramentos necessários; a significação, este critério deve estar ligado
a necessidade do aprendizado do aluno e de acordo com a realidade desses; Possibilidade de
elaboração Pessoal, nesse critério o aluno estará em condições de uma participação mais convicta, isso
se o critério de significação for cumprido; critério de utilidade é a harmonia dos conteúdos
apresentados com a realidade do aluno; a viabilidade, deve ser observado as condições essenciais para
que aquele aprendizado e conhecimento sejam passados de forma completa.
Bibliografia