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MOCIDADE ESPÍRITA
ENCONTROS FRATERNOS 20121

“A juventude, vitalizada pela mensagem de Jesus, será imbatível e força progressista.” (Ivan
Albuquerque, Cântico da juventude, p. 26).

1. POR QUE ATENDER O JOVEM NA CASA ESPÍRITA?

“À medida que a Ciência e a tecnologia ampliaram os horizontes do conhecimento


humano, proporcionando comodidades e realizações edificantes que favorecem o
desenvolvimento da vida, vêm surgindo audaciosos conceitos comportamentais que
pretendem dar novo sentido à existência humana, conseqüentemente derrapando em abusos
intoleráveis que conspiram contra o desenvolvimento moral e ético da sociedade.
Nesse sentido, as grandes vítimas da ocorrência são os jovens que, imaturos, se
deixam atrair pelos disparates das sensações primárias, comprometendo a existência
planetária, às vezes, de forma irreversível.
Dominados pelos impulsos naturais do desenvolvimento físico antes do mesmo
fenômeno na área emocional encontram, nas dissipações que se permitem expressões
vigorosas de prazer que os anestesiam ou os excitam até à exaustão, levando-os ao
desequilíbrio e ao desespero. Quando cansados ou inquietos tentam fugir da situação, quase
sempre enveredando pelo abuso do sexo e das drogas, que se associam em descalabro cruel,
gerando sofrimentos inqualificáveis.
O único antídoto, porém, ao mal que se agrava e se irradia em contágio pernicioso, é a
educação. Consideramos, porém, a educação no seu sentido global, aquela que vai além dos
compêndios escolares, que reúne os valores éticos da família, da sociedade e da religião. Não,
porém de uma religião convencional, e sim, que possua fundamentos científicos e filosóficos
existenciais estribados na moral vivida e ensinada por Jesus.” (Joanna de Angelis,
Adolescência e Vida, 2. ed., p. 9 e10)
“Será indispensável, mesmo urgente, porém, lecionar a essa juventude tão rica de
generosos pendores, tão enamorada de ardentes ideais, quanto desordenada e inconsequente
em suas diretrizes, e a quem escasseiam exemplos edificantes, lições enaltecedoras capazes de
impulsioná-la, para a padronização do Bem.” (Bezerra de Menezes, Tragédia de Santa Maria,
11. ed., p. 7).
“A juventude pode ser comparada a esperançosa saída de um barco para uma longa
viagem. A velhice será a chegada ao porto. Todas as fases requisitam as lições de marinheiros
experientes, aprendendo a organizar-se e a terminar a viagem com êxito desejável. É
indispensável amparar convenientemente a mentalidade juvenil e que ninguém lhe ofereça
perspectivas de domínio ilusório. Nem sempre os desejos dos mais moços constituem o índice
de segurança no futuro. A mocidade poderá fazer muito, mas, que siga em tudo, ‘a justiça, a
fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor.’” (Emmanuel, Caminho,
verdade e vida, 14. ed. P. 318).
“Os grupos de mocidade devem ter, sem dúvida, papel de grande destaque nas casas
espíritas, não só por propiciarem aos adolescentes a base filosófica coerente de que eles
necessitam, como também porque serão a fonte de renovação da própria instituição que não
pode imobilizar-se no tempo. [...] Precisamos buscar conhecimentos que nos possibilitem a
dinamização das atividades dos jovens dentro do Movimento Espírita, integrando-os

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Esta apostila é um resumo adaptado da metodologia de evangelização do jovem contida no livro “Mocidade, o
sorriso do centro espírita” e no site “O centro espírita”, ambos da Sociedade de Divulgação Espírita Auta de
Souza. Foi produzida pela Comissão do Jovem dos Encontros Fraternos Auta de Souza, de Mato Grosso do Sul.
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gradualmente nos diversos setores de trabalho.” (Dalva Silva Souza, Os caminhos do amor,
2.ed., p. 122)

2. O PROGRAMA PARA O JOVEM NA CASA ESPÍRITA

O centro espírita é dividido em Institutos: da criança; do jovem; do esclarecimento e


família; da caridade; da divulgação; da mediunidade. O Instituto do Jovem é um departamento
da casa espírita que visa atender, evangelizar e acompanhar o jovem, a partir de 12 anos,
assistindo-o em suas necessidades, canalizando suas potencialidades para o bem, ou seja,
organiza a Mocidade. Além disso, também visa especializar trabalhadores que atuarão na
Evangelização Juvenil.

Para formar trabalhadores para a mocidade, é essencial que a casa espírita implante a
Escola de Estudos Espíritas, formada pelo ciclo introdutório e pelos cursos de especialização
dos institutos.
Ciclo
Introdutório Ciclo de Especialização

Noções Básicas de Corrente Escola para Formação


Doutrina Espírita Nosso Lar Passe Magnética do Trabalhador

3. FUNCIONAMENTO DA MOCIDADE

A Mocidade é o Núcleo de Trabalho do Instituto do Jovem que irá atender,


acompanhar e direcionar o jovem a partir de 12 anos (provindo ou não da Evangelização
Infantil) nas atividades da Casa Espírita, bem como propiciar trocas de experiências e
oportunidades de contribuição do jovem para a própria Mocidade e para o Centro Espírita ao
qual está vinculado.
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3.1 Divisão em níveis e grade curricular:

Grade curricular do nível III (12 e 13 anos):


O jovem e a Doutrina Espírita O jovem e a família O jovem e os vícios O jovem e o sexo
– Aprendizes do bem

Grade curricular do nível IV (acima de 14 anos)


Espiritismo para a Gincana O Livro Juventude, álcool e Juventude, Juventude, em Jesus para a
juventude dos Espíritos outras drogas sexualidade e Defesa da Vida e Juventude
família pela Paz

Reunião pública para jovens do nível III e IV:


Foi prevista com o objetivo de atender jovens novatos que adentrem a mocidade após
a quarta aula do início dos cursos e aos jovens que chegarem atrasados. A coordenação da
mocidade tem a opção de escolher aulas dos temas do curso O Jovem e o Mundo, que estará
disponível no site “O Centro Espírita”.

3.2 Cronograma

07:30 às 8:00 => Preparação geral dos trabalhadores do centro espírita;


8:00 às 9:00 => Planejamento dos Instrutores/Tratamento (direcionados para jovens em
tratamento)/Escola do trabalhador jovem;
9:00 às 9:20 => Recepção/Alegria Cristã/Prece/Lanche;
9:30 às 09:50 => Oficinas recreativas;
09:50 às 10:35 => Oficinas de laborterapia/práticas;
10:35 às 10:45 => Intervalo;
10:45 às 11:05 => Reforma íntima;
11:05 às 12:00 => Curso e prece final;
12:00 às 12:15 => Sopa;
12:15 às 12:30 => Organização e prece final dos trabalhadores.

Alegria cristã

“A música é poderoso instrumento de harmonização, integração do grupo, e de


transmissão dos ensinamentos de Cristo.
Em plena via pública, ouviam-se, tal qual observara à saída, belas melodias
atravessando o ar. Notando-me a expressão indagadora, Lísias explicou fraternalmente: Essas
músicas procedem das oficinas onde trabalham os habitantes de "Nosso Lar". Após
consecutivas observações, reconheceu a Governadoria que a música intensifica o rendimento
do serviço, em todos os setores de esforço construtivo. Desde então, ninguém trabalha em
Nosso Lar sem esse estímulo de alegria.” (André Luiz, Nosso Lar, 59. ed., p. 67)

Oficinas recreativas

É um momento de recreação e descontração. Deve propiciar a interação fraterna de


todos os jovens e trabalhadores. Podem ser feitas brincadeiras, jogos e dinâmicas coletivas.
Os trabalhadores que não estiverem supervisionando estes momentos devem participar lado a
lado com os assistidos.
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Prática

Esta atividade visa associar os conhecimentos adquiridos no momento de estudo com


o trabalho, não só despertando a consciência juvenil para o bem, mas também desenvolvendo
seu poder de concentração, disciplina e desenvolvimento de suas potencialidades.
As atividades práticas estão vinculadas a parte doutrinária visando oportunizar ao jovem a
vivência nos diversos trabalhos, cada uma com seus objetivos morais e pedagógicos.
“O trabalho é sempre o instrutor do aperfeiçoamento.” (Emmanuel, Fonte viva, 18.
ed., p.74).
“Cedamos algo de nós mesmos, em favor dos outros, pelo muito que os outros fazem
por nós.” (Emmanuel, Fonte viva, 18. ed., p.320)

Cronograma de Práticas:

Nível III O jovem e a O jovem e O jovem e O jovem e o


Doutrina família os vícios sexo
Espírita
Nível IV Espiritismo para Gincana O Juventude, Juventude, Juventude Jesus para
a juventude Livro dos o álcool e sexualidade em defesa a
Espíritos as drogas e família da vida e juventude
pela paz
Práticas Práticas para o - Campanha de Fraternidade Auta de Souza
comuns a primeiro curso de - Campanha de Esclarecimento Humberto de Campos
partir do 2º cada nível: - Caravana Jesus no lar
curso de - Culto no lar
1ª a 4ª semana:
cada nível
Campanha de
Práticas Fraternidade Auta
Enxoval Campanhas Evang. Infantil Caravana de Caravana de
específicas educativas assistência assistência
de Souza Visitas aos Visitas aos
partir do 2º lares de mães Evang. lares de mães
curso de 5ª a 8ª semana gestantes Infantil gestantes e
cada nível artesanato hospitais
(laborterapia) e Campanhas Visitas a
Educativas programas de Campanhas
assistência atendimento. educativas
9ª a 12ª Ex. AA
Campanha de Caravana de
Esclarecimento assistência nas
Humberto de ruas
Campos Visita a
hospitais
Comunicação
Social
Obs.: no caso das oficinas de laborterapia: confecção de bijuterias, produtos em EVA, pintura
em tela, etc., os materiais produzidos são doados ou utilizados com a comunidade atendida no
centro espírita, nos postos de assistência ou para alguma instituição escolhida pelo Instituto.

Reforma íntima

“A Reforma Íntima é um processo contínuo de autoconhecimento, de conhecimento de


nossa intimidade espiritual, modelando-nos progressivamente na vivência evangélica, em
todos os sentidos da nossa existência. É a transformação do homem velho, carregado de
tendências e erros seculares, no homem novo, atuante na implantação dos ensinamentos do
Divino Mestre, no homem novo, atuante na implantação dos ensinamentos do Divino Mestre,
dentro e fora de si”. (Ney Prieto Peres, Manual Prático do Espírita, p. 19 e 20)
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Será estimulada ao jovem a busca por sua Reforma Íntima, através de atividades
reflexivas e avaliativas. As atividades são realizadas com a utilização do Diário de Bordo. Há
também neste momento a reflexão a cerca de um texto doutrinário e o momento da conversa
fraterna. Todos os materiais e o roteiro estão disponíveis no site “O Centro Espírita, escola da
alma”.

Estudo

“Quem deseja tornar-se versado numa ciência tem que a estudar metodicamente,
começando pelo princípio e acompanhando o encadeamento e o desenvolvimento das ideias.”
(Allan Kardec, O livro dos espíritos, 75. ed., p.3I).
“A educação propõe e o educando aprende mediante o exercício, a reflexão, o
amadurecimento.” (Joanna de Angelis, Adolescência e vida, 2. ed., p.35).
O objetivo deste momento é o conhecimento e enriquecimento doutrinário do jovem,
bem como a sua reforma íntima. Os cursos serão sequenciais e gradativos, conforme descrito
no item 3.1. A Editora Auta de Souza já publicou seis livros para o embasamento doutrinário
destes cursos, sendo eles: O jovem e a Doutrina Espírita – Aprendizes do bem; O jovem e a
família; O jovem e os vícios; O jovem e o sexo; Espiritismo para a juventude; e Jesus para a
juventude.

3.3 Atribuições dos grupos de apoio

Grupo de cursos doutrinários


- Acompanhar a implantação e o funcionamento de toda a estrutura pedagógica e doutrinária
da Mocidade, bem como, necessidades de produção doutrinária do Instituto;
- Sugerir e organizar a confecção de material didático;
- Acompanhar o planejamento e a execução dos planos de aula, que após aplicados deverão
ser arquivados;
- Planejar e organizar aulas especiais da Mocidade;
- Orientar instrutores no aproveitamento do material utilizado;
- Realizar junto aos instrutores a avaliação semestral em relação aos objetivos propostos;
- Estimular a boa convivência entre os instrutores.

Grupo de atividades práticas


- Implantar, organizar e acompanhar as atividades práticas da Mocidade;
- Zelar pelos materiais utilizados nas práticas;
- Manter atividades práticas permanentes com caráter de especialização. Por exemplo:
Campanha de Fraternidade Auta de Souza, Postos de Assistência, Caravana Jesus no Lar, etc.
- Desenvolver atividades que estimulem o jovem a valorizar o trabalho;
- Trocar experiências e prestar contas do material utilizado com os institutos responsáveis
pelas práticas afins.

Grupo de apoio fraterno


- Promover a recepção calorosa e a integração dos jovens iniciantes;
- Zelar pela relação fraterna entre a Mocidade e demais setores da casa espírita;
- Organizar cultos e visitas fraternas;
- Acompanhar e promover a reintegração de assistidos e trabalhadores afastados;
- Encaminhar o jovem ao tratamento espiritual, se necessário;
- Apoiar a realização de reuniões de pais na Mocidade.
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Grupo de Alegria Cristã


- Promover dinâmicas que propiciem a harmonização e a integração entre jovens e
trabalhadores;
- Promover treinamentos de arte cristã para os trabalhadores;
- Planejar e organizar confraternizações;
- Arquivar e divulgar as criações artísticas dos jovens;
- Homenagear os aniversariantes do mês;
- Decorar o ambiente.

Grupo de Logística – Secretaria


- Realizar a matrícula dos jovens
- Organizar e acompanhar a chamada de cada curso;
- Atualizar o cadastro dos jovens;

Grupo de Logística – Recepção


Juntamente com os demais grupos responsáveis:
- Promover a recepção calorosa dos jovens;
- Decorar o ambiente em momentos festivos e zelar pela limpeza e organização do mesmo;
- Promover mensalmente os aniversariantes do mês de jovens e trabalhadores;
- Fazer cumprir os horários estabelecidos;
- Realizar o encaminhamento dos jovens nas diversas atividades;
- Manter a disciplina;
- Organizar a preparação do lanche;

Grupo de Logística – Comunicação Social


- Registrar (fotos ou filmagens) a rotina e os eventos da Mocidade;
- Montar informativos da Mocidade e auxiliar na confecção de boletins e murais da casa
espírita;
- Contribuir na confecção de cartas e e-mails para os aniversariantes, jovens ausentes e
convites para as atividades da Mocidade;
- Formar trabalhadores nas diversas áreas da comunicação (rádio, TV, internet, mídia
impressa).
Obs.: Horário de funcionamento: das 09h50min às 10h35min, durante a Prática.

4. COMO APLICAR UMA BOA AULA NA MOCIDADE

4.1 O instrutor

O instrutor de mocidade deve ter em mente a responsabilidade assumida previamente


com a formação moral da juventude. Portanto, não deve descuidar da dedicação, da alegria no
trabalho, da humildade, do estudo doutrinário constante, da disciplina, da pontualidade, do
respeito à organização da casa espírita, da valorização do tempo, da autoevangelização. O
exemplo que devemos oferecer para o jovem é sempre o de Jesus, mas, ainda assim,
influenciamos a conduta dos adolescentes dentro e fora da casa espírita. O instrutor não pode
esquecer que se as palavras convencem, os exemplos arrastam.
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4.2 Dicas metodológicas

Conforme mencionado nos itens 3.1 e 3.2, a editora Auta de Souza publicou livros que
oferecem base doutrinária segura para a evangelização do jovem. O conteúdo é rico e traz
temáticas pertinentes à vivência do jovem nos dias atuais, divididos em 12 aulas regulares
para cada curso.
Devemos lembrar que o jovem de 12 e 13 anos, tem um nível de abstração menor que
o jovem de 14 anos. Mas para ambos os casos é preciso ter uma linguagem simples, lógica e
de fácil acesso para o adolescente. Ele precisa entender a aplicação prática da doutrina em sua
vida, na realidade onde está inserido. Para isto separamos alguns apontamentos:
Método do Cristo – conhecimento da natureza humana: “Eu ou o bom pastor, conheço as
minhas ovelhas e elas conhecem a mim” Jesus (João, 10:14).
Associar Kardec a Jesus: “Jamais esquecer de associar Kardec ao Cristo de Deus, qual o
próprio Kardec se associou a Ele em toda sua obra” (Emmanuel, No portal da luz, 6. ed., p.
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Amor: “Não acrediteis na esterilidade e no endurecimento do coração humano, que cederá,
mesmo de malgrado, ao verdadeiro amor. Este é um imã a que ele não poderá resistir, e o seu
contato vivifica e fecunda os germes dessa virtude, que estão latentes em vossos corações.”
(Sansão, O evangelho segundo o Espiritismo).
Despertar os poderes latentes do espírito: “Educar é tirar do interior. Nada se pode tirar de
onde nada existe. É possível desenvolver nossas potências anímicas, porque realmente elas
existem em estado latente.” (Vinícius, O mestre na educação, 4. Ed. p. 33)
Partir do conhecido para o desconhecido: “Todo ensino metódico tem que sair do
conhecido para o desconhecido” (Allan Kardec. O Livro dos Médiuns).
Clareza no ensino: “Por isso nossa linguagem com os jovens deve ser clara e franca,
especialmente ao lhes falarmos profundas, imensas responsabilidades que o Cristo atribui à
juventude. (Martins Peralva, Estudando o Evangelho, 4. ed. p. 167).
Estudo em grupo: “Tanto para os jovens quanto para os adultos, o estudo em grupo é o mais
eficiente.” (Chico Xavier e Emmanuel, A terra e o semeador, 3. ed. p. 80-81)
Descobrir por si mesmo: “Em vez de lhe impingir (ao educando), por meio do processo
repetitivo, os conhecimentos adquiridos, o educador há de motivá-lo às próprias descobertas.”
(Joanna de Ângelis, Estudos espíritas, 4. ed., p. 169-170)
Conversação: “Não constitui ensino unicamente o que é dado do púlpito ou da tribuna. Há
também o da simples conversação. Ensina todo aquele que procura persuadir a outro, seja
pelo processo das explicações, seja pelo das experiências.” (Allan Kardec, O Livro dos
Médiuns, 33. Ed., p. 36)
Planejamento: “Somente há pouco tempo os homens descobriram a indispensabilidade do
planejamento, após milênios de improvisação e individualismo”. (Áureo, Amar e servir)
Avaliação: “De tempos em tempos ser-nos-á necessário uma pausa avaliativa para revermos a
extensão e a qualidade dos serviços prestados e das tarefas realizadas.” (Separata do
Reformador, 3. ed. p. 17)

4.3 Por que utilizar recursos didáticos e dinâmicas?

Sugere-se que a aula seja iniciada com uma dinâmica, para que o jovem seja
estimulado a pensar sobre o assunto. Depois o conteúdo pode ser aplicado utilizando os
recursos didáticos de que se disponha, inclusive o livro do curso. Ao final, pode ser feito um
exercício de fixação: um cartaz, um desenho, a formulação de uma frase, a aplicação de um
jogo didático, etc. Esta não é uma estrutura rígida, apenas uma sugestão que pode ser
adaptada de acordo com a turma.
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Agora veja porque é importante utilizarmos recursos didáticos e dinâmicas:

Dinâmicas

“A Dinâmica de Grupos surgiu primeiro, como réplica ao ensino livresco, formal e


acadêmico; segundo pela necessidade atual de ministrar conhecimentos que superam os
programas escolares, exigindo do professor preocupações constante em desenvolver
habilidades para que o educando venha conquistar de modo próprio esses novos
conhecimentos.
Constitui um valioso instrumento educacional que pode ser utilizado para trabalhar o
ensino-aprendizagem quando opta-se por uma concepção de educação que valoriza tanto a
teoria como a prática e considera todos os envolvidos neste processo como sujeitos.
A opção pelo trabalho com dinâmica de grupo permite que as pessoas envolvidas
passem por um processo de ensino-aprendizagem onde o trabalho coletivo é colocado como
um caminho para se interferir na realidade, modificando-a. Isso porque a experiência do
trabalho com dinâmica promove o encontro de pessoas onde o saber é construído junto, em
grupo.
Logo, esse conhecimento deixa de ser individualizado e passa a ser de todos,
coletivizado. Ainda tem a qualidade de ser um saber que ocorre quando a pessoa está
envolvida integralmente (afetivamente e intelectualmente) em uma atividade, onde é
desafiada a analisar criticamente o grupo e a si mesma, a elaborar coletivamente um saber e
tentar aplicar seus resultados.
A importância da dinâmica no processo coletivo do ensino-aprendizagem não deve
ser, no entanto, absolutizada ou subestimada. Sua utilização deve responder a objetivos
específicos de uma determinada estratégia educativa, no sentido de estimular a produção do
conhecimento e a recriação deste conhecimento tanto no grupo/coletivo quanto no
indivíduo/singular, uma vez que a técnica da dinâmica não é um fim, mas um meio - é uma
ferramenta a ser usada.
Ao optar pelo uso da técnica de dinâmica de grupo você poderá, através de jogos,
brincadeiras, dramatizações, técnicas participativas, oficinas vivenciais e um ambiente
descontraído, discutir temas complexos, polêmicos e até estimular que sejam externados
conflitos (do indivíduo e do grupo), buscando estimular os participantes a alcançar uma
melhoria qualitativa na percepção de si mesmo e do mundo e, conseqüentemente, nas relações
estabelecidas consigo mesmo, com o outro e com o mundo.” (Susan Chiode Perpétuo e Ana
Maria Gonçalves, Mundo Jovem, 303. ed.,p. 2)

Recursos didáticos

“São componentes do ambiente de aprendizagem que estimulam o aluno. Pode ser o


monitor, livros e recursos da natureza, etc. Dessa forma, podemos ver que tudo o que se
encontra no ambiente onde ocorre o processo ensino-aprendizagem pode se transformar em
um ótimo recurso de didático, desde que utilizado de forma adequada e correta. Não podemos
nos esquecer que os recursos didáticos são instrumentos complementares que ajudam a
transformar as idéias em fatos e em realidades. Eles auxiliam na transferência de situações,
experiências, demonstrações, sons, imagens e fatos para o campo da consciência, onde então
eles se transmutam em idéias claras e inteligíveis.
Quando usamos de maneira adequada, os recursos de ensino colaboram para:
1- Motivar e despertar o interesse dos participantes;
2- Favorecer o desenvolvimento da capacidade de observação;
3- Aproximar o participante da realidade;
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4- Visualizar ou concretizar os conteúdos da aprendizagem;


5- Oferecer informações e dados;
6- Permitir a fixação da aprendizagem;
7- Ilustrar noções mais abstratas;
8- Desenvolver a experimentação concreta.
Recurso Dados retidos após 3 horas Dados retidos após 3 dias
Oral 70% 10%
Visual 72% 20%
Oral e visual 85% 65%
A observação da tabela leva-nos a concluir que a utilização de recursos didáticos é
fator de fundamental importância e excelente aliado para todos aqueles que exercem a tarefa
de ensinar e divulgar uma mensagem. Somente através de seu uso adequado é que se irá
conseguir sensibilizar e despertar o aprendiz para o conteúdo ministrado. Caberá ao Monitor
orientar a aprendizagem dos participantes no sentido de capacitá-los para discutir as
informações recebidas. Para tanto deverá dar ênfase aos aspectos formativos, procurando
transformar o participante de simples espectador, de mero e passivo receptor, de elemento
manipulado pelo tema, em elemento crítico da mensagem em estudo. A finalidade dos
recursos didáticos é a de melhorar a qualidade de transmissão e recepção das mensagens e
tornar os conteúdos ministrados mais facilmente assimiláveis, aprimorando o processo ensino-
aprendizagem.” (União Espírita Mineira, Recursos didáticos)

Referências bibliográficas

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1990, p. 26.

ANGELIS, Joana de. Adolescência e vida. Psicografia de Divaldo Pereira Franco. 2. ed. Salvador:
Leal, 1997, p. 9, 10 e 35.

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EMMANUEL. Fonte viva. Psicografia de Francisco Cândido Xavier. 18. ed. Rio de Janeiro: FEB,
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EMMANUEL. Caminho, verdade e vida. Psicografia de Francisco Cândido Xavier. 14. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 1990, p. 318.

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KARDEC, Allan - O Evangelho segundo o Espiritismo. Rio de Janeiro: FEB, 1995.

KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro: FEB, 1994.

KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns. Rio de Janeiro: FEB, 1992.

KARDEC, Allan. O livro dos Espíritos, 72. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1992.

LUIZ, André. Nosso Lar. . Psicografia de Francisco Cândido Xavier. 59. ed. Rio de janeiro: FEB,
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MENEZES, Bezerra de. Tragédia de Santa Maria. Psicografia de Yvone A. Pereira. 11. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 1992, p. 7 e 8.
10

MENEZES, Bezerra. A evangelização espírita da infância e da juventude na opinião dos espíritos.


Separata do Reformador. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1986.

PERALVA, Martins. Estudando o Evangelho. 4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009.

PERES, Ney Pietro. Manual Prático do espírita. 9. ed. São Paulo: Pensamento, 2006.

PERPÉTUO, Susan Chiode; GONÇALVES, Ana Maria. Dinâmicas. Mundo Jovem. 303. ed.,
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SANT’ANNA, Hernani; ÁUREO (Espírito). Amar e servir. FEB.

Sociedade de divulgação espírita Auta de Souza. Mocidade, o sorriso do centro espírita. Noções
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SOUZA, Dalva Silva. Os caminhos do amor. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1997.

União Espírita Mineira. Recursos didáticos. Disponível em


http://www.uemmg.org.br/list.noticia.php/origem/20/noticia/511/titulo/Recursos_didaticos. Acesso em
17 de agosto de 2010.

VINICIUS (Espírito). O Mestre na educação. 4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1988.

XAVIER, Chico e EMMANUEL. A terra e o semeador. 3. ed. Araras: Editora Instituto de Difusão
Espírita, 1981.

Sugestão de sites:

Mocidade Espírita, o seu portal jovem: http://mocidade.ocentroespirita.com/interna.php?s=35

O Centro Espírita: http://www.ocentroespirita.com

Blog da Mocidade Espírita Jovem Nympho (Centro Espírita Francisco Thiesen):


http://mocidadejn.blogspot.com/

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