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Memórias de

um Suicida
MÉDIUM : YVONNE A. PEREIRA
OBRA : “MEMÓRIAS DE UM SUICIDA”
EDITORA : FEB – 1a Edição - 1955
DESENHO : MOZART COUTO
ESTÚDIO : CENA & AÇÃO

AUTORIZADO PELA
FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA - FEB
O VALE DOS SUICIDAS
1. Entre as muitas regiões do Invisível, existe um lugar
desolador e difícil. Formado por vales profundos,
gargantas sinuosas, cavernas sinistras e covas imundas.
2. O solo é coberto de uma lama escura, pastosa, de odor
repugnante. O ar é pesado, asfixiante, gelado,.
Tempestades e inundações são constantes. Não há sol,
luz, calor, nem vento. Não se sabe se é dia ou noite.
1. Para lá vão (quase) todos aqueles que antecipam a
morte por conta própria.
2. Dementados pela dor e pelo remorso, sexólatras,
alcoólatras, devassos, traidores, ladrões, assassinos,
jogadores, toxicômanos, desencarnados pelas vias do
suicídio, assistem repetidamente as cenas que os
levaram ao túmulo.
3. Por toda parte, uivos e choros sinistros, pragas,
insultos e berros; verdadeiro “ranger de dentes nas
trevas exteriores” conforme a sábia advertência de
Jesus.
1. As dores, da parte do corpo atingida, repercutem
constantemente no corpo espiritual. Como as noções
de tempo são perdidas, têm-se a impressão de que tal
sofrimento perdura por séculos... e continua por toda a
eternidade.
2. Enfim, é um ‘inferno’, ainda que de caráter temporário.
Permanecem por lá, desde algumas horas, meses, até
anos consecutivos. Geralmente, o tanto de tempo que
ainda restava para o término normal da encarnação.
OS SERVOS DE MARIA
1. Em meio a tantos sofrimentos, periodicamente,
singular caravana visita o Vale. Procurando aqueles
cujos fluidos vitais estejam arrefecidos, permitindo
locomoção para camadas intermediárias das esferas
espirituais.
2. Espíritos materializados o suficiente para se tornarem
visíveis, trajados de branco, caminham em fila
rigorosamente disciplinada. Nas vestes uma pequena
cruz azul-celeste como distintivo.
1. À frente deles, batedores lembrando soldados hindus,
armados de escudos e lanças protegiam contra
quaisquer hostilidades. À mão do oficial hindu uma
flâmula branca, na qual se lia em caractere azul-celeste
“LEGIÃO DOS SERVOS DE MARIA”.
Respeitável entidade chefiava e fazia a chamada dos
réprobos a serem socorridos proferindo-lhes o nome
completo.
2. Depois da rigorosa busca, a caravana se retira,
enquanto revoltados os demais clamam por socorro,
incapacitados de compreenderem que nem todos
estavam em condições vibratórias para sair do Vale.
O SUICIDIO DE CAMILO
1. Quem se suicida, espera se livrar de sofrimentos e
problemas considerados insolúveis ou ainda da vergonha do
descrédito ou da desonra.
2. Lutas infinitamente mais difíceis esperavam Camilo após o
suicídio. Inicialmente desmaiou. Aos poucos, recupera as
sensações, sentindo muito frio e falta de ar. Sentia
dor aguda, violenta, enlouquecedoura, no corpo inteiro,
particularmente no cérebro, começando no ouvido. O
sangue corria pelo orifício causado pela bala. Não
enxergava nada.
1.Suicidara-se revoltado pela cegueira, uma
injusta punição da Natureza, a seu ver. Reviu
automaticamente toda a sua vida até o último
ato.
2.Sentia-se cego, ferido... mas vivo ! O que o
levou imaginar que o ferimento não fora
suficiente para matá-lo. Chamou por familiares,
amigos... e nada.
1. Após desesperados esforços levantou-se, mas ao fazê-
lo, um cheiro penetrante de vísceras em putrefação o
levou às náuseas. Partia do local exato onde estivera
deitado... como podia cheirar tão mal a cama !
2. Tateou na escuridão para encontrar a porta e tropeça
num monte de destroços. Curva-se para examinar com
as mãos o que era... e então... grita estentoricamente.
3. Estava sobre uma cova recentemente fechada. Mesmo
cego, sabe-se lá porque, enxergava por entre as
sombras, e viu a si próprio morto num ataúde, em
franco estado de decomposição, no fundo de uma
sepultura.
VAGANDO NA CIDADE
1. Correu como um louco enquanto reproduzia mentalmente
a cena do próprio suicídio. Tateando aqui, tropeçando ali,
vagava pelas ruas da cidade, onde seu nome era
endeusado como o de um gênio. Percebe os encarnados
comentando sua morte, sem acreditar no que ouvia.
2. Voltou à própria casa e ninguém lhe dava atenção. Foi ao
Hospital e o mesmo aconteceu. Sem entender o que
estava acontecendo, alucinado, sentiu que forças
irresistíveis o atraiam ao corpo em decomposição.
OS HABITANTES DO VALE
1. Os habitantes do Vale, desfigurados pela intensidade dos
sofrimentos, estavam ali por uma questão de cautela e caridade
para com o gênero humano, que não suportaria a presença de
tais infelizes junto aos encarnados.
• Apresentavam cacoetes nervosos, gestos instintivos
relacionados com o gênero do suicídio. Os que se enforcaram
levavam a mão ao pescoço, muitos tentavam estancar o sangue
ora com as mãos ora com as vestes, outros ainda bracejavam
para não se afogarem.
ENFIM RECOLHIDOS
1. Um dia... profunda fraqueza fez Camilo quase desmaiar. Ele e mais
4 companheiros de caverna, também portugueses, estavam
extenuados. Nisso, ao longe, surgiu a estranha caravana. Holofotes
iluminaram a região.
2. Vielas e praças encheram-se de réprobos como das outras vezes...
pedindo socorro. O comboio estacionou na praça central. À frente,
o chefe de turbante e túnica hindus.
3. Uma voz, paciente e austera, ressoou... “- Abrigo número 36, da
rua número 48... Atenção! Camilo Cândido Botelho,...
Belarmino,... Jerônimo,... João... e Mario... ingressar no comboio
4-B.”
DEPARTAMENTO DE
REENCARNAÇÃO
 RECOLHIMENTO

 ANÁLISE

 PROGRAMAÇÃO DAS RECAPITULAÇÕES

 PESQUISA

 PLANEJAMENTO DO CORPO FÍSICO

 LABORATÓRIO DE RESTRINGIMENTO
MATÉRIAS DO CURSO
 GÊNESE PLANETÁRIA
 PRÉ-HISTÓRIA
 EVOLUÇÃO DO SER
 A TRÍPLICE NATUREZA HUMANA
 AS FACULDADES DA ALMA
 A REENCARNAÇÃO
 MEDICINA PSÍQUICA
 NOÇÕES DE MAGNETISMO
 MORAL CRISTÃ
 PSICOLOGIA DAS CIVILIZAÇÕES
 ESPERANTO

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