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Identificação e Contagem de

Cianobactérias: Proposta de um
Guia de Referência

Célia Leite Sant´Anna – IBt/SMA


Consuelo Rico Salgueiro – CETESB/SMA
Livia Fernanda Agujaro – CETESB/SMA
Maria do Carmo Carvalho – CETESB/SAM
Maria Tereza de Paiva Azevedo - IBt/SMA 1
CIANOBACTÉRIAS

(OU CIANOFÍCEAS
OU ALGAS AZUIS)

Características:

•Organismos microscópicos (maioria)- fitoplâncton;


•Domínio Bacteria
•clorofila a - adaptação cromática – ficocianina, pigmento azulado;
•mais antigos do planeta - 2,5 bilhões anos - proteção DNA contra U.V.,
•suportam baixa concentração oxigênio,
•fixação de nitrogênio atmosférico,

•toxinas.

Fotos: Célia L. SantÁnna//M.T.P.Azevedo


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DIVERSIDADE
•SOLITÁRIAS OU COLONIAIS
•FILAMENTOSAS

Planktothrix mougeotii

Radiocystis

Microcystis panniformis

Fotos: Célia L. SantÁnna//M.T.P.Azevedo


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Anabaena spp
PERDA DA QUALIDADE DA ÁGUA

FLORAÇÕES (FAN) E EUTROFIZAÇÃO

Crescimento abundante das algas, cianobactérias ou plantas aquáticas (1


ou poucas espécies) causado pela EUTROFIZAÇÃO, que é o excesso de
nitrogênio e fósforo nos corpos d´água provenientes de esgotos
domésticos ou industriais, erosão de solos agrícolas e drenagem urbana.

OCORRÊNCIA: lagos, reservatórios, oceanos (menor ocorrência em rios)

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FLORAÇÕES DE CIANOBACTÉRIAS

 regiões tropicais;

 aerótopos;

 nutrientes;

 acúmulo pelo vento;

 fatores hidrológicos (ambientes lênticos – lagos e reservatórios, e


barramentos e “enroncamentos” nos ambientes lóticos - rios);

 aumento da temperatura global.

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CONSEQUËNCIAS 
Para o ambiente

•eliminação de espécies benéficas por competição (luz, nutrientes);


•mortandade de animais;
•consumo de oxigênio dissolvido na água pela elevada respiração e
decomposição;
•bioacumulação das toxinas.

•Para os seres humanos 

• água de abastecimento/hemodiálise;
•entupimento de filtros, corrosão, produção de limo, interferência na
floculação e decantação em estações de tratamento de água;
•odor e sabor;
•produção de neurotoxinas e hepatotoxinas;
•formação de THM. 6
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MONITORAMENTO
 Predizer florações;
 Monitorar seu desenvolvimento para elaboração de planos de
contingência;
 Avaliar ações de controle e remediação;
 Análise da qualidade ecológica das águas superficiais.

Dificuldades:

- Treinamento;
- Equipamentos;
- Não diferencia florações tóxicas de não tóxicas (trabalho
multidisciplinar).

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PORTARIA MS Nº518/2004
(Controle e Vigilância da Água para Consumo Humano- Padrões de Potabilidade)

•novos parâmetros: cianobactérias e cianotoxinas:

•monitoramento: -mensal e semanal células


-acima 20000céls./mL ou 2mm3/L=>
microcistina ou bioensaio (saída do tratamento e entrada das
clínicas de hemodiálise e indústrias de injetáveis):

•algicidas: vedado o uso no manancial (acima de 20000


céls./mL)

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RESOLUÇÃO CONAMA 357/2005
Classificação dos corpos d´água e CLAS. Clorofila Cianobac. P Total
diretrizes para o enquadramento.
a (µg/L) (céls./mL) (mg/L)
CLASSE 1 (abastecimento humano 10 20000 0,020
após tratamento simplificado, 1 (lêntico)
recreação contato primário, (2 mm3/L)
irrigação hortaliças consumidas 0,025
cruas);
(interm)
CLASSE 2 (abastecimento após 0,1 (lótico)
tratamento convencional, recreação
de contato primário, irrigação
2 30 50000 0,030
hortaliças e frutíferas, aquicultura e (lêntico)
pesca); (5mm3/L)
0,050
CLASSE 3 (abastecimento após (interm)
tratamento convencional ou
avançado, recreação de contato
3 60 100000 0,05 (lêntico)
secundário, dessedentação de
animais); (10mm3/L) 0,075
(interm)
0,15 (lótico)
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PORTARIA MS 518/2004
Art. 17 § 3° As análises laboratoriais para o controle e a vigilância da
qualidade da água podem ser realizadas em laboratório próprio ou não
que, em qualquer caso, deve manter programa de controle de qualidade
interna ou externa ou ainda ser acreditado ou certificado por órgãos
competentes para este fim.

RESOLUÇÃO CONAMA 357/2005


Art.9 A análise e avaliação dos valores dos parâmetros de qualidade de água de
que se trata esta Resolução serão realizadas pelo Poder Público, podendo ser
utilizado laboratório próprio, conveniado ou contratado, que deverá adotar os
procedimentos de controle de qualidade analítica necessários ao atendimento das
condições exigíveis.
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GUIA DE REFERÊNCIA
Objetivos
Apresentar:
 diferentes métodos para identificação e
quantificação de cianobactérias que atendam às
legislações e programas de avaliação ecológica
de águas superficiais de acordo com as
especificidades e infra-estruturas locais;

 Informações sobre coleta, procedimentos


analíticos e controle de qualidade.

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REFERÊNCIAS NORMATIVAS
 Standard Methods;

 Chorus & Bartram (1999) - Guia OMS;

 Norma Técnica CETESB L5. 303;

 Norma EN 15204;

 ISO/IEC 17025.

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PRINCÍPIO DO ENSAIO

 Estimara abundância de células de


cianobactérias ou organismos, utilizando
microscopia ótica (normal ou invertida) em
câmaras de contagem ou sedimentação, de
amostras preservadas provenientes de águas
superficiais.

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ENSAIO
 Métodos de coleta e preservação;

 Processamento da amostra;

 Expressão e interpretação dos resultados.

Controle de qualidade=> em todas as etapas do


ensaio.
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PLANEJAMENTO AMOSTRAL,
COLETA E PRESERVAÇÃO

 Heterogeneidade Espacial: -vertical


- horizontal;

- Heterogeneidade Temporal.

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COLETA COM REDE -
concentração de cianofíceas

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Coleta com Garrafa de van
Dorn

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ACONDICIONAMENTO

VIDRO AMBAR
3/4 da capacidade
Transporte em gêlo = 4-10oC;
Preservação com lugol ou formol.
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ACONDICIONAMENTO

Polietileno Vidro 130 mL

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EXECUÇÃO DO ENSAIO
 Preparo da amostra: homogeneização e
sub-amostragem são as etapas críticas;
 Concentração da amostra;
 Calibrações e verificações, cálculos e
fatores: outra etapa crítica;
 Identificação do material;
 Estratégias de contagem;
 Expressão de resultados.

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EQUIPAMENTOS
• O laboratório deve ser aparelhado com
todos equipamentos para amostragem,
medição e ensaio requeridos para o
desempenho correto dos ensaios;
• Identificação;
• Programa de calibração;
• Os equipamentos devem ser operados por
pessoal autorizado.

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MICROSCÓPIO INVERTIDO

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CÂMARA DE UTERMOHL

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PESSOAL
O pessoal deve ser devidamente capacitado para:

 Operar equipamentos específicos;


 Realizar os ensaios;
 Avaliar resultados.

=> Conhecimento técnico-científico atualizado.

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CONTROLE DA QUALIDADE
 Controles internos=>
 verificações sistemáticas em todas as etapas do
processo;
 repetibilidade e reprodutibilidade;
 limite de detecção;
 validação (estabelecimento de novos protocolos).

 Controles externos=> interlaboratorial.

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CÁLCULO DA INCERTEZA
 Qualitativa=> identificação incorreta ou não
identificação;

 Quantitativa=> contribuições que podem


causar variabilidade do resultado
(amostragem, armazenamento, sub-
amostragem, homogeneidade, identificação e
quantificação.

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LABORATÓRIO
 Nível Básico/Médio:
 microscópio comum;
 concentração da amostra com proveta ou centrifugação;
 câmaras S-R, hemocitômetros.

 Treinamento nível básico.

 Referência: (1 por Bacia Hidrográfica ou região geográfica)


 microscópio invertido;
 Utermöhl;
 Bibliografia especializada.

 Treinamento avançado.

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TREINAMENTO/CAPACITAÇÃO

 conteúdo prático elevado;

 profissionais: nível superior habilitado;

 específico sobre o tema;

 ministrado por especialistas.

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PROPOSTA TREINAMENTO
- Básico:
- Objetivos: monitoramento de células de cianobactérias para atendimento à
legislação.
- Público alvo: operadoras do sistema de abastecimento, laboratórios saúde
pública, agências ambientais.
-
Carga horária: 80-120 horas.

- Avançado- Laboratório de Referência :


- Objetivos: monitoramento de células de cianobactérias para atendimento à
legislação, identificação e contagem dos organismos e demais grupos
planctônicos, repasse de conhecimentos, assistência, emergências.
- Público alvo: agências ambientais, laboratórios da saúde, institutos de pesquisa.
- Carga horária: especialização, mestrado, doutorado.

Conteúdo mínimo:

 caracterização e principais aspectos ecológicos;


 coleta e preservação;
 microscopia e calibração;
 identificação e contagem;
 controle de qualidade analítica;
 emissão e interpretação de resultados. 30
ATIVIDADES SMA/SP
CETESB e IBt
 Laboratórios Referência;
 Treinamentos Práticos Especializados (anuais e
fechados - LACENs);
 Cursos de Pós-Graduação e Extensão;
 Revisão da Norma Técnica L5. 303;
 Atlas de Identificação e Contagem de
cianobactérias;
 Elaboração do Manual de Referência;
 Parcerias USP/Butantã.
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EXEMPLO DOS COMITÊS PCJ - CT-SAM
GESTÃO POR BACIA HIDROGRÁFICA
1994: sub-grupo de discussão das florações de algas tóxicas;
1997: laboratório referência CETESB–FEHIDRO:
1998: Seminário: Qualidade das Águas para Abastecimento Público;
2001: Workshop:Qualidade das águas das Bacias PCJ – Aplicação
da Portaria 1469/00;
2002: Curso de Extensão Universitária -CBH-PCJ, UNESP,
FUNASA: Cianobactérias;
2002: criação CT-SAM e projeto SANASA – FEHIDRO-
Cianotoxinas;
2004: oficina Cianobactérias e cianotoxinas - Comitê Técnico
Assessor - VIGIAGUA - SVS/MS .
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FIM
Obrigada a todos pela atenção!

liviaa@cetesb.sp.gov.br
celiasant@ig.com.br

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