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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE


FEDERAL DE JUIZ DE FORA
Tipo do POP.UACAP.GQ.030 - Página 01/06
PROCEDIMENTO / ROTINA
Documento
Título do USO E CONTROLE DE QUALIDADE DA ÁGUA Emissão: 18/05/2022 Próxima revisão:
Documento REAGENTE OU PURIFICADA Versão: 04 18/05/2024

1. OBJETIVO
Padronizar os procedimentos para o uso e controle de qualidade da água reagente
utilizada na Unidade de Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Universitário da Universidade
Federal de Juiz de Fora-Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (ULAC-HU-UFJF/Ebserh).

2. APLICAÇÃO
Laboratório de Análises Clínicas (LAC) – Santa Catarina;
Laboratório de Análises Clínicas (LAC) – Dom Bosco.

3. MATERIAIS

• Equipamento de osmose reversa;


• Água de abastecimento e
• Formulário de controle de registro da osmose reversa.

4. DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS


4.1 Responsáveis pela execução
Farmacêuticos, técnicos em análises clínicas e residentes do laboratório.

4.2 Atribuições
4.2.1 A água utilizada no laboratório clínico
A água é o reagente mais utilizado no laboratório clínico. É usada em equipamentos,
métodos analíticos, sistemas microbiológicos, no preparo de reagentes e nos processos de limpeza
e esterilização de vidrarias. Por ser o reagente utilizado na maioria dos testes laboratoriais deve
seguir um padrão de controle de qualidade rigoroso.
A utilização de água contendo contaminantes pode alterar os resultados dos exames
laboratoriais e causar eventuais erros e falhas mecânicas nos equipamentos analíticos. Assim, é
essencial a purificação da água antes do uso nas análises.
A Farmacopeia Brasileira classifica a água para uso farmacêutico em três tipos: Água
Purificada (AP); Água Para Injetáveis (API) e Água Ultrapurificada (AUP). A água potável é
empregada, normalmente, nas etapas iniciais de procedimentos de limpeza e como fonte de
obtenção de água de mais alto grau de pureza.
O Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI) classifica a água em seis tipos:
Água Reagente de Laboratório Clínico (ARLC) – antigo Tipo I e Tipo II; Água Reagente Especial (ARE);
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Água de alimentação de equipamento; Água componente de um conjunto reagente (kit); Água


purificada de origem comercial – embalada; Água para autoclavação e limpeza.
Nas Unidades de Laboratório de Análises Clínicas Santa Catarina e Dom Bosco são
utilizadas ARLC, Água componente de um conjunto reagente (kit), Água purificada de origem
comercial – embalada, Água para autoclavação e limpeza.
A ARLC (ou água purificada segundo classificação da Farmacopeia Brasileira) é obtida
por sistema de osmose reversa. Neste processo, utiliza-se pressão para forçar a passagem da água
potável (proveniente do sistema de abastecimento) através de uma membrana semipermeável,
capaz de reter substâncias orgânicas e inorgânicas dissolvidas, íons, bactérias e impurezas em
suspensão. A ARLC é produzida diariamente e pode ser estocada em recipientes não reativos e
vedados, por um período máximo de 12 horas. É utilizada no preparo de soluções reagentes, meios
de cultura, tampões, diluições diversas e na realização dos exames laboratoriais.
A água componente de um conjunto reagente (kit) é fornecida pelo fabricante como
diluente ou reagente de um determinado sistema analítico.
A água purificada de origem comercial – embalada (ou água para injetáveis segundo
classificação da Farmacopeia Brasileira) caracteriza-se por apresentar no rótulo informações
referentes ao número de lote, a data de validade, aos valores de resistividade, ao conteúdo
microbiano e ao controle de partículas. Este tipo de água é utilizado em análises e processos que
demandam esse tipo de água para garantia da qualidade.
A água para autoclavação e limpeza de materiais (ou água potável segundo
classificação da Farmacopeia Brasileira) é proveniente do sistema de abastecimento Municipal de
Juiz de Fora.

4.2.2 Controle de qualidade da água reagente


O monitoramento da qualidade da água reagente deve abranger todos os pontos
críticos e ser realizado por meio de análises físico-químicas e microbiológicas. No laboratório são
realizados controles dos seguintes parâmetros: condutividade, contagem de colônias, determinação
de cloreto e silicato.

4.2.2.1 Determinação da condutividade


A Condutividade é a capacidade que a água possui de conduzir corrente elétrica,
sendo diretamente proporcional a quantidade de íons presentes na água. A determinação da
condutividade é útil para mensurar a quantidade de contaminantes iônicos presentes na água, além
de auxiliar indiretamente na determinação dos sólidos totais dissolvidos.
• No visor do equipamento de Osmose Reversa utilizado na ULAC verificar,
diariamente, o valor da condutividade.
• Anotar o valor no controle de registro da osmose reversa.
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• A condutividade não poderá ultrapassar 0,1 μS/cm. Caso ultrapasse esse valor
informar ao responsável pela Gestão da Qualidade no laboratório.

4.2.2.2 Determinação de cloreto


A presença de cloreto pode levar a erros nas dosagens bioquímicas e interferir em
procedimentos bacteriológicos.
• Recolher, semanalmente, 500μL de água do equipamento de Osmose
Reversa.
• Encaminhar a água para análise de cloreto no aparelho bioquímico utilizado
no laboratório.
• Anotar o resultado no controle de registro da osmose reversa.
• O valor da determinação do cloreto não poderá ultrapassar 0,1 mg/L ou
2,81 mEq/L. Caso ultrapasse esse valor informar ao responsável pela Gestão da Qualidade no
laboratório.

4.2.2.3 Determinação de silicato


O silicato é o primeiro elemento a aparecer quando a coluna está atingindo seu ponto
de saturação e começa a se tornar imprópria para sua utilização. Como o processo de dosagem do
silicato emprega os mesmos reagentes do fósforo, sua determinação é feita através da dosagem
fósforo.
• Recolher, semanalmente, 500μL de água do equipamento de Osmose
Reversa.
• Encaminhar a água para análise de fósforo no aparelho bioquímico utilizado
no laboratório.
• Anotar o resultado no controle de registro da osmose reversa.
• O valor da determinação fósforo não poderá ultrapassar 0,05 mg/L. Caso
ultrapasse esse valor informar ao responsável pela Gestão da Qualidade no laboratório.

4.2.2.4 Contagem de colônias


A água pode formar biofilmes que interferem nos resultados de exames laboratoriais
e degradam equipamentos pela biocorrosão, por isso o controle microbiológico é essencial. A
determinação é realizada pelos métodos tradicionais, onde o meio Ágar Soja é utilizado para
contagem de colônias.
• A análise microbiológica da água deverá ser feita semanalmente.
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• Limpar a saída de água, utilizando um algodão ou gaze embebida em álcool


70%.
• Limpar externamente o recipiente estéril usado para a coleta, com algodão
ou gaze embebida em álcool 70%, realizando a limpeza sempre no mesmo sentido.
• Ativar a saída de água e deixá-la escoar por alguns minutos.
• Encher o recipiente estéril cuidadosamente, a fim de evitar contaminação
microbiana.
• Coletar 2/3 do recipiente e lacrá-lo.
• Identificar a amostra.
• Encaminhar a amostra ao setor de microbiologia.
Observação: A princípio a água reagente não deve conter bactérias, mas normas
internacionais admitem a presença de até 10 UFC/mL.

4.2.3 Manutenção preventiva do equipamento de Osmose Reversa


4.2.3.1 Desinfecção no ponto de coleta
A desinfecção no ponto de coleta do equipamento de Osmose Reversa deverá ser
feita quando a água apresentar contaminação microbiológica ou quando a contagem de colônias
for superior a 5 UFC/mL. Essa ação deverá ser realizada pelos colaboradores do laboratório.
• Desconectar o filtro microbiológico do ponto de coleta e imergi-lo em uma
solução desinfetante específica por aproximadamente 30 minutos.
• Enxaguar a parte externa do filtro com água purificada e reinstalar o mesmo.
• Ligar o aparelho e servir água por 20 minutos para enxaguar a parte interna
do filtro.
Observação: Na ausência da solução desinfetante específica será necessário
realizar a troca do filtro microbiológico pelo Setor de Engenharia Clínica do Hospital.

4.2.3.2 Desinfecção sistêmica


Deverá ser realizado, anualmente, pelo Setor de Engenharia Clínica do Hospital a fim
de evitar o crescimento microbiano e principalmente a formação de biofilmes no aparelho.
• Fechar a entrada de água e imergir a tubulação do aparelho em uma solução
desinfetante específica.
• Ligar o aparelho e servir água por 10 minutos.
• Deixar o equipamento em repouso por 30 minutos.
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• Desligar o sistema e reconectar a entrada de água.


• Ligar novamente o aparelho e servir água por 30 minutos.
4.2.3.3 Troca dos elementos filtrantes do equipamento de Osmose Reversa
A vida útil dos elementos filtrantes está diretamente relacionada à qualidade da água
de entrada, ao volume de água produzido e à realização dos procedimentos de manutenção
preventiva. O quadro abaixo apresenta as durabilidades de cada elemento filtrante.

PRODUTO DURABILIDADE PARÂMETROS PARA SUBSTITUIÇÃO


Filtro de Entrada 180 dias Baixa vazão no serviço
Carbon Block 90 dias Presença de cloro na entrada da membrana
Membrana de Osmose > 365 dias Baixa vazão no serviço.
Deionizador 90 a 120 dias Condutividade > 1,3 μS/cm.
Filtro Microbiológico > 365 dias Baixa vazão no serviço.

Quadro 1 – Durabilidade dos elementos filtrantes da osmose reversa.


Fonte: Elaboração própria, 2021.

Ao observar a necessidade de troca de algum filtro abrir chamado de manutenção


para o Setor de Engenharia Clínica do Hospital, seguindo a Instrução de Trabalho IT.UACAP.GQ.001
– Abertura de chamado para Engenharia Clínica.

5. REFERÊNCIAS

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). RDC 302, de 13 de outubro de 2005.
Dispõe sobre o Regulamento Técnico para Funcionamento de Laboratórios Clínicos. Brasília:
Ministério da Saúde, 2005.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia Brasileira, volume 1, 6ª Ed. Brasília,
2019.

IPSEMG. Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais. POP LAB UGQ 002 –
Água reagente – definições, usos e controle, Belo Horizonte, v.02, p. 1-18, 2019.

MENDES, Maria Elizabete et al. A importância da qualidade da água reagente no laboratório clínico.
Bras. Patol. Med. Lab., v. 47, n. 3, p. 217 – 223, 2011.
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6. HISTÓRICO DE REVISÃO

VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA ALTERAÇÃO

01 01/04/2013 Elaboração Inicial do Documento.

02 14/01/2014 Revisão periódica.

03 14/02/2019 Revisão periódica.

04 18/05/2022 Inclusão de informações relativas aos tipos de água utilizados no


laboratório.
Alteração da formatação do documento em conformidade à norma
NO.SVSSP.NQH.001.

Revisão
Débora Rosa Carlos Cândido Data: 27/04/2022
Fernanda Aparecida Oliveira Alves Data: 04/05/2022

Análise
Andressa Silvino Ferreira Assis Data: 09/05/2022
Farmacêutica

Aristóteles De Aleluia Júnior Data: 11/05/2022


Setor de Engenharia Clínica

Validação
Aline Ribeiro Murta Abreu Data: 17/05/2022
Núcleo de Qualidade Hospitalar

Aprovação
Denis Amarante Data: 18/05/2022
Unidade de Análise Clínica e Anatomia Patológica

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte

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