Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
E SUSTENTÁVEL
CONSTRUCTIONS IN CONTAINERS: A PRACTICAL AND
SUSTAINABLE GUIDANCE
RESUMO
Este trabalho apresenta um estudo sobre edificações sustentáveis com a utilização de
contêineres na construção de moradias, depósitos e estabelecimentos comerciais. O objetivo é
orientar sobre a prática sustentável da utilização de contêineres na construção civil por meio
do desenvolvimento de um guia. Para tanto foi realizada uma coleta de dados, por meio de
uma pesquisa bibliográfica e documental, em artigos científicos publicados em periódicos
nacionais e internacionais nos últimos 11 anos. Três etapas metodológicas foram seguidas, a
primeira, foi a redução realizada para análise e simplificação dos dados para desenvolvimento
do guia. Na segunda, ocorreu a exibição e elaboração do guia passo a passo, de construção
com a utilização de contêineres. E pôr fim na terceira etapa de conclusão/verificação foi
discutido como o guia pode contribuir, facilitando o acesso a informações e propiciando a
uma mudança de cultura com o uso de contêineres como construções práticas e sustentáveis.
ABSTRACT
This paper presents a study on sustainable buildings with the use of containers in the
construction of housing, warehouses and commercial establishments. The objective is to
guide the sustainable practice of the use of containers in civil construction through the
development of a guide. For that, a data collection was carried out, through a bibliographical
and documentary research, in scientific articles published in national and international
journals in the last 11 years. Three methodological steps were followed, the first was the
1
Acadêmica do Curso de Especialização Lato Sensu em Design de Interiores Industriais e Empresariais, do
Programa de Pós-Graduação do Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz - FAG. E-mail:
kellycamilo.cc@gmail.com
2
Acadêmica do Curso de Especialização Lato Sensu em Design de Interiores Industriais e Empresariais, do
Programa de Pós-Graduação do Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz - FAG. E-mail:
kellynnied@hotmail.com
3
Professor orientador do Programa de Pós-Graduação da Faculdade Assis Gurgacz. Doutora em Design,
Universidade Federal do Paraná – UFPR. E-mail: debora.barauna1@gmail.com
2
reduction performed for analysis and simplification of the data for development of the guide.
In the second, the presentation and elaboration of the step by step guide, of construction with
the use of containers, took place. And ending the third stage of completion / verification was
discussed as the guide can contribute by facilitating access to information and fostering a
change of culture with the use of containers as practical and sustainable constructions.
1 INTRODUÇÃO
A construção civil é uma das maiores atividades geradora de resíduos. Com isso a
arquitetura atual tem unido esforços para encontrar soluções que visam à sustentabilidade
ambiental, através da eficiência energética, analises bioclimáticas, uso das potencialidades
locais como condicionantes de projeto, além do reaproveitamento de materiais que seriam
descartados no meio ambiente (ROMANO; PARIS e NEUENFELDT JR., 2014).
Desta forma, a fim de facilitar este processo e contribuir para uma mudança de cultura,
o presente artigo apresenta um estudo de edificações sustentáveis com a utilização de
3
2 CONSTRUÇÕES EM CONTÊINERES
Considerou-se que não existe perdas no descarte dos contêineres, ou seja, aqueles que
sejam destinados para reuso e a para reciclagem, sejam utilizados totalmente sem descarte de
material no meio ambiente (SANTOS et al., 2017).
Mendes (2007) aborda que existem vários tipos de contêineres, conforme segue: os
que possuem portas nas laterais são mais utilizados em ferrovias, alguns com teto removível
outros são totalmente abertos, possuindo apenas colunas nos cantos e barras diagonais de
reforço. Tem também os contêineres para transporte a granel que são providos com tampa
para carregamento no teto e bocal para descarregamento no assoalho. Já os contêineres para
carga refrigerada (frigoríficos) são totalmente isolados e equipados para a refrigeração e
quando precisam ser transportados líquidos, utiliza-se o contêiner “tanque” que possui um
revestimento especial para elementos corrosivos.
Milaneze et. al., (2012 apud OCCHI e ALMEIDA, 2016) relataram que os contêineres
mais utilizados na arquitetura são os da categoria Dry de 20 e 40 pés, ambos com portas nas
5
duas laterais. As dimensões externas do contêiner Dry Standard de 20 pés são: 2,438 metros
de largura; 6,06 metros de comprimento e 2,59 metros de altura, suportando até 22,10
toneladas. O contêiner de 40 pés possui as mesmas dimensões de largura e altura do
mencionado anteriormente, diferenciando-se na medida de comprimento, tendo 12,92 metros
e sendo projetado para suportar uma carga de até 27,30 toneladas. Os modelos Dry High Cube
de 40 pés (figura 1), também são muito utilizados e possuem as medidas de 2,44 metros de
largura, 2,79 metros de altura e 12 metros de comprimento.
Para reutilizar um contêiner na construção é necessário que este passe por uma
reforma, na qual suas superfícies são regularizadas e adaptadas de acordo com o projeto
arquitetônico (abertura de portas e janelas). O contêiner deve passar por um tratamento
antiferrugem e receber nova pintura (normalmente com cores vibrantes) para garantir
isolamento do metal contra a ação de agentes externos. Os isolamentos térmico e acústico das
superfícies devem ser previstos em projeto, já que os contêineres necessitam que as partes
elétricas e hidráulicas sejam embutidas nas paredes. As preocupações referentes ao
isolamento térmico giram em torno do uso de espumas, fibras de vidro e seus aglomerantes
(LOPES, LOIOLA e SAMPAIO, 2016).
Segundo Sotello (2012) as esquadrias e outras adaptações das chapas de aço devem ser
inseridas por mão de obra especializada no corte e solda da estrutura.
Outro ponto a ser destacado no contêiner é a sua resistência, pois tem uma estrutura
extremamente forte e segura, assim, pode-se construir um edifício de até nove andares tendo
uma carga de 25 toneladas em cada andar, gerando também rapidez e eficiência na execução,
o qual economiza cerca de 30% do valor total comparado com uma construção convencional
alvenaria (BARBOSA et al., 2017).
Além do ganho ambiental, aqui avaliado, pode-se destacar também a pesquisa de
Occhi (2015, p.4) essas construções “[...] estão ganhando espaço no mercado consumidor,
principalmente por ser um material sustentável e por reduzir o custo da obra em cerca de 30%
se comparado a uma construção em alvenaria”.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este estudo refere-se a uma pesquisa exploratória, que "tem como principal finalidade
desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias" (GIL, 2008, p. 27) sendo assim
relevante para a intenção de fomentar uma cultura para a prática sustentável de construção em
contêineres.
O estudo é teórico, em que a coleta de dados ocorreu por meio de uma pesquisa
bibliográfica e documental. Devido à atualidade do tema, foram utilizados artigos científicos
publicados em periódicos nacionais nos últimos 11 anos. As palavras-chaves para a busca
foram arquitetura em contêineres, construções em contêineres, modelos de contêineres,
construção sustentável e sustentabilidade na arquitetura.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este guia é composto pelos seguintes passos: 1 - escolha do terreno; 2 - definição das
necessidades; 3 - projeto e adaptação; 4 - regularização; 5 - orçamento e contratação de
fornecedores e 6 - montagem e construção.
Após saber que o terreno permite a chegada de contêineres, é preciso definir como será
a construção, se comercial ou residencial, qual o estilo de arquitetura, se será térrea ou com
mais de um pavimento, quais os espaços devem conter, qual o tamanho desejado e quanto se
deseja investir. Quanto mais informações, mais fácil começar o planejamento. Ainda, nessa
etapa, deve-se procurar o profissional ou a empresa que irá administrar e executar a obra.
Após as necessidades bem estabelecidas o projeto será realizado. Nessa etapa o cliente
terá a definição perfeita de como será o imóvel antes dele existir. Como se trata de uma
construção com a utilização de contêineres existem algumas adaptações necessárias.
Segundo Calory (2015) o projeto deve ser enviado a indústria especializada e nele
constar exatamente onde serão feitos os cortes, bem como suas dimensões. Deverá indicar
também onde serão os reforços, locais de ligação, hidráulica e elétrica, pois todo esse trabalho
é realizado somente nas empresas especializadas e não no local da obra.
O projeto deve ser bem elaborado e detalhado, pois contêiner vem pronto da fábrica
construtora responsável e ajustes posteriores são mais difíceis e em alguns casos eles não são
possíveis de execução.
Após o projeto elaborado e aprovado, será feita a compra dos contêineres, mas antes
dessa etapa é preciso verificar a procedência e todas as regularizações necessárias. As
documentações dos contêineres são muito importantes, pois, além de mostrar a legalidade,
ajudam a comprovar a qualidade do mesmo.
A obtenção dos contêineres no mercado brasileiro, para fins não-marítimos, pode ser
feito tanto em espaços físicos quanto online. Os preços variam de acordo com a demanda e o
projeto solicitante. Pesquisas de preço foram realizadas e constatou-se, para contêineres
seminovos não-modificados, uma variação de valor de R$ 3.000,00 a R$ 9.000,00 e para
contêineres modificados o valor varia entre R$ 11.500,00 e R$ 18.000,00. Já o custo total da
construção dependerá do projeto e das solicitações do cliente (NUNES e SOBRINHO, 2017).
Segundo o site Container Alliance (2018) os preços dos contêineres de 40’ são de 20 a
30% mais caros que os de 20’, entretanto o valor depende do estado final do contêiner e de
qual foi a sua antiga utilização no mercado marítimo. Vale também ressaltar que as escolhas
dos contêineres devem ser cuidadosas e pontos como locomoção, espaço final, checagem da
legislação local quanto o uso do mesmo, devem ser considerados, além da aferição comum do
próprio contêiner quanto às condições internas, externas e estruturais no geral.
Nessa etapa o contêiner está 80% a 90% pronto e somente nesta etapa é deslocado em
carreta ao seu destino para instalação. Cada carreta pode transportar um contêiner de 40 pés
ou dois contêineres de 20 pés. Não há limite de distância para enviar os contêineres, mas o
custo cresce em função do quilômetro rodado.
4.2 Discussão
No atual cenário econômico, muitas empresas procuram se tornar competitivas, nas
questões de redução de custos, minimizando o impacto ambiental e agindo com
responsabilidade socioambiental. A destinação final desses produtos podem trazer um grande
problema ao meio ambiente. Entretanto a utilização desses como forma reuso podem
incentivar diversas outras operações capazes de trazer resultados positivos como as casas e
comércios em contêineres. Além de ecologicamente correta, o custo de uma casa contêiner é
mais barato do que uma casa convencional, o tempo de execução é bem menor e não gera
entulho.
Este estilo de obra (contêineres) pode ser utilizado nos programas de habitações de
interesse social para famílias de baixa renda, já que possui um custo de 30% a menos que as
construções convencionais. O poder público e privado poderia incentivar esse tipo de
construção e através de uma ampla divulgação, juntamente, com profissionais da engenharia e
arquitetura, explicar e mostrar o baixo custo de aplicação, sua mobilidade, sustentabilidade e
possíveis projetos futuros que despertem a curiosidade de empreendedores para a utilização
desta prática, a conteinerização.
5 CONCLUSÃO
Este estudo desenvolveu o guia composto pela: escolha do terreno; definição das
necessidades; projeto e adaptação; regularização; orçamento e contratação de fornecedores e
montagem e construção, que servirá como um passo a passo na hora da construção. Dessa
forma pode-se contribuir para uma mudança de cultura para o uso de contêineres como
construções sustentáveis.
REFERÊNCIAS
FOSSOUX, E.; CHEVRIOT, S. Construir sua Casa Container. 2. ed. Paris: Eyrolles, 2013.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. ed. – São Paulo: Atlas,
2008.
13
SHIBAO, F. Y., MOORI, R. G., & SANTOS, M. R. (2010). A logística reversa empresarial
e a sustentabilidade. Anais do Seminários em Administração FEA-USP, São Paulo, SP.
14