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Linha de Atuação 2 – Design, Sistemas de Produtos e Processos.

Neste pré-projeto constam conceitos e ideias, onde iremos transformar um produto


que perdeu todas as propriedades para o uso do próprio em um produto reutilizável
para o mercado de trabalho. Nesse processo flui uma identificação do problema em
construção civil na cidade de Manaus, criação de protótipos e, eventualmente,
criação do produto. Sendo possível ter uma avaliação crítica para identificar
quaisquer melhorias que possam ser necessárias. Tendo que passar por etapas até
obter a melhor solução.
Efeito da inserção de resíduo de construção e
demolição nas propriedades tecnológicas de produtos
cerâmicos para construção civil

Camila Neves Sgarioni


Contextualização

Os resíduos da construção civil podem ser constituídos de fragmentos de


tijolos, blocos cerâmicos, concretos, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas,
madeiras e compensados, argamassas, gessos, dentre outros. Com a Resolução
306 da Comissão de Meio Ambiente – CONAMA, tais resíduos foram classificados
conforme classes, demonstrando resíduos que podem ser reutilizáveis ou reciclados
para serem utilizados como agregados (VIEIRA, 2008).

Assim, os resíduos da construção civil são classificados em Classe A (resíduos


reutilizáveis ou recicláveis como agregados), Classe B (resíduos recicláveis para
outras destinações), Classe C (resíduos nos quais ainda não foram desenvolvidas
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis), Classe D (resíduos perigosos
oriundos do processo de produção) e Classe E (resíduos comuns de características
domésticas) (CHAHUD, 2007).

A atividade da construção civil gera uma parcela predominante da massa total


dos resíduos sólidos urbanos produzidos nas cidades, onde 75% dos resíduos
gerados provêm de eventos informais, causando dificuldades as gestões públicas
para sua coleta, transporte e acondicionamento final conforme as normas e leis
vigentes assim como diminuindo a vida útil dos aterros domésticos (SINDUSCON,
2005).

Com o aumento crescente da construção civil eleva também a geração de


resíduos e com isso é preciso re-aproveitar determinados materiais e formas, além
de fazer a correta armazenagem dos resíduos de obras. O aumento do descarte
clandestino é visível em torno das cidades por meio de lotes vagos e espaços
públicos aumentando assim o atrativo para o depósito de outros tipos de lixos,
aumentando exponencialmente o perigo de proliferação de insetos e doenças
causadas por eles na população urbana em torno desses espaços. Melhorando a
forma de armazenamento, facilita a separação de recicláveis e reaproveitáveis no
meio desses resíduos, dando um melhor aproveitamento e descarte dos mesmos.
A reciclagem destes entulhos pode auxiliar na produção de matérias de menor
custo, colaborando na redução de custos das habitações, um dos mais caros e
inacessíveis bens, e no auxílio à diminuição de poluentes. Através dessa reciclagem
de resíduos sólidos da construção civil sempre será viável construir e contribuir para
um futuro sustentável, reaproveitar os resíduos reduz gastos na compra de novos
insumos, reduz o m³ e ainda contribui para a produção de insumos mais baratos.

O estudo de novas formas de reaproveitar os resíduos vem sendo feito por


várias universidades em todo o Brasil, como o aproveitamento em forma de aterros
em pavimentações e terraplenagens, blocos ecológicos feito de restos de
argamassas e tijolos descartados, sarjetas entre várias outras maneiras de
reaproveitar estes resíduos de alguma forma na própria construção civil.

Os impactos identificados foram separados conforme a fase de seu


gerenciamento (acondicionamento, coleta e transporte, tratamento e disposição),
classificados em ambientais, físicos, econômicos e sociais e organizados em
tabelas, de forma a propiciar uma visão geral dos impactos, para cada estudo de
caso analisado. Entre os impactos identificados citam-se: - ambientais e sanitários
geração de poeira e ruído durante a coleta, o transporte e o tratamento (reciclagem);
poluição visual; assoreamento da várzea de rios; - físicos: danos às calçadas no
acondicionamento e coletas inadequados; interferência no trânsito durante a coleta e
o transporte; - econômicos: gastos da prefeitura com o reparos na infra-estrutura
danificada; desvalorização e gastos com a recuperação das áreas de disposição; -
social: queda da qualidade de vida da população.

Objetivos Gerais

O objetivo deste trabalho é apresentar uma análise comportamental para o


entendimento das necessidades e as melhores maneiras de como lidar com os
resíduos da construção civil dando uma nova utilidade para o setor.

Além disso é mostrar como o RCD pode ser reutilizado em materiais da


construção civil, para o estudo, será utilizado o tijolo cerâmico, agregando em sua
fabricação, de modo que seja possível avaliar sua resistência e qualidade,
mostrando suas vantagens e desvantagens do processo e seu impacto no meio
ambiente.

Objetivos Específicos

● Preservar o meio ambiente, contribuindo com a sustentabilidade ambiental e


conscientização dos profissionais;
● Diminuição de resíduos;
● Fundamentar a reciclagem de resíduos sólidos da construção civil;
● Verificação de aspectos dos resíduos para utilização na indústria da
construção civil;
● Construir uma análise econômica fazendo a relação custo/benefício da
implementação da reciclagem.

Justificativa

Na construção civil, assim como em outras áreas da sociedade, a questão da


importância da perpetuação do meio ambiente tem ganhado destaque. É de
conhecimento geral que a construção civil transforma o mundo, e nesse processo
desde a obtenção da matéria prima até a entrega do produto final existe uma
infinidade de danos causados à natureza.

A reciclagem é uma alternativa para diminuir o impacto ambiental desses


resíduos, o aproveitamento dos resíduos dos materiais dentro do próprio canteiro ou
fora em empresas especializadas, faz com que os materiais que seriam descartados
com um determinado custo financeiro e ambiental retornem em forma de materiais
novos e sejam re-inseridos na construção, melhorando até na qualidade do material,
durabilidade e resistência.

Tais resíduos podem ser fonte alternativa de matéria-prima a ser re-utilizada


pelo setor, mudando o paradigma da produção industrial para um modelo fechado
de produção, onde os resíduos são reciclados, incorporando-se ao processo
produtivo.
Procedimentos Metodológicos

A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho foi


essencialmente a pesquisa bibliográfica através do levantamento e análise crítica
das bibliografias relacionadas aos temas: impactos ambientais, resíduos de
construção civil e demolição, descarte final dos RCD; Redução, Reutilização e
Reciclagem dos resíduos.

A pesquisa bibliográfica foi realizada em livros, teses, dissertações, legislações


e artigos de congressos pertinentes ao tema proposto. Após levantamento e
organização dos conceitos e informações foram relacionados os impactos
ambientais, as atividades produzidas no canteiro de obra e os procedimentos
adotados para conciliar a cadeia produtiva com o desenvolvimento menos agressivo
ao meio ambiente.

Fundamentação Teórica

O seguinte trabalho tem por objetivo fazer uma análise sobre os resíduos
oriundos da construção civil e de demolição, visando à reciclagem e/ou a
reutilização desses resíduos. Será realizado uma revisão diante da abordagem de
alguns autores sobre o tema.

RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO

A Resolução nº 307/02 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA


estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para gestão dos Resíduos da
Construção Civil e Demolição – RCD e define-os como sendo:

“Resíduos provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de


obras de construção civil, e os resultante da preparação e da escavação de
terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas,
metais, resinas, colas, tintas, madeira e compensado, forros, argamassa, gesso,
telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc.,
comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha.” (BRASIL, 2002).

Devido ao acelerado processo de urbanização das cidades, a indústria da


construção civil, tem desempenhado um papel importante na economia do Brasil e,
aliado a isso, têm provocado problemas ambientais devido ao alto volume de
resíduos gerados por essa atividade (SCHNEIDER, 2003).

Pinto (1999) estimou que em cidades brasileiras de médio a grande porte, os


resíduos gerados na construção civil variam de 41 a 70% dos resíduos sólidos
urbanos, o que corresponde algo em torno de 0,23 a 0,76 toneladas por habitante ao
ano.

GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO

Para Nagalli (2014), gerenciamento dos Resíduos da Construção e Demolição


(RCD), é um processo relacionado com as atividades operacionais diárias e com o
tratamento direto com os resíduos, em que são planejadas as ações para prever,
controlar e gerir o manejo dos resíduos no canteiro de obras. As atividades técnicas
devem ser conduzidas com responsabilidade por um profissional habilitado, neste
caso por um Engenheiro Civil.

A adoção de parâmetros e procedimentos relacionados à gestão dos RCD é


essencialmente necessária principalmente nos canteiros de obras, por ser
responsável pela geração dos resíduos. Um conjunto de ações aliado ao manejo
correto dos resíduos e a destinação adequada devem ser adotados para promover a
redução dos impactos ambientais (LORDÊLO et al, 2006).

A legislação que trata das diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão


dos RCD a ser adotado pelos governos municipais e agentes envolvidos no manejo
e destinação dos resíduos é a Resolução nº 307/02 CONAMA. São desenvolvidas e
implementadas políticas estruturadas, dimensionadas de acordo com cada situação
local, tomando forma de Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção
Civil (PMGRCC), que representa o instrumento que implementa a gestão dos RCD
em consonância com o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
(PMGIRS) (BRASIL, 2002).

A Resolução nº 307/02 do CONAMA, estabelece ainda que os grandes


geradores tenham como principal objetivo a não geração de resíduos e,
posteriormente, a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final
adequada (BRASIL, 2002).
IMPACTOS GERADOS PELOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E
DEMOLIÇÃO

A Resolução 001/86 CONAMA define impacto ambiental como sendo qualquer


alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,
provocada por qualquer forma de matéria ou energia resultante de atividades
desenvolvidas pelo homem que possam afetar a saúde, segurança e o bem estar da
população, economia, biota, condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a
qualidade dos recursos ambientais (BRASIL, 1986).

No setor da construção civil estima-se que cerca de 50% dos recursos


consumidos são extraídos da natureza (UNEP DTIE, 2005). Dos recursos naturais
utilizados na construção civil extraídos da natureza destaca-se areia, brita, calcário,
cascalho, dentre outros (EEA, 2005).

Um aspecto importante é a utilização da terra, tendo como base seus


elementos solo, crosta terrestre e paisagem, visto que, para a exploração da
atividade de mineração deve-se remover a vegetação e o solo para extração dos
minérios, esse processo favorece a alterações na biodiversidade local. Na área
construída a remoção da vegetação e do solo superficial provoca alterações no
exercícios de suas funções originais (EEA, 2005).

Os principais impactos causados ao meio ambiente e a sociedade urbana


relacionados a geração de RCD, talvez seja originado da deposição irregular dos
resíduos. É um determinante do desequilíbrio da vida nas cidades ao causar o
comprometimento da paisagem (poluição visual); degradação dos mananciais;
obstrução dos sistemas de drenagem; proliferação de vetores causadores de
doenças; assoreamento dos cursos d’água e dificultar a circulação de pessoas e
veículos nas vias públicas. Dentre os vetores transmissores de doenças estão os
ratos, baratas, escorpiões, moscas e outros (PINTO, 2001).

DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO

A deposição final de RCD deve ocorrer em área tecnicamente adequada


(aterro de resíduos sólidos classe A) para que seja empregada técnicas de
destinação dos resíduos no solo, visando a utilização futura do material e da área.
Deve-se utilizar técnicas de engenharia para uma deposição planejada com o
propósito de reduzir ao menor volume possível os resíduos, validado por processo
de licenciamento dos órgãos ambientais competentes sem causar danos à saúde
pública e ao ambiente (BRASIL, 2002).

Resultados esperados

Este trabalho tem como finalidade trazer uma solução viável para
armazenagem e reciclagem desses resíduos gerados pela construção civil na cidade
de Manaus, Amazonas e servir de pesquisa para futuros trabalhos nesta área;
mostrar que é possível uma reciclagem e reaproveitamento de RCD formando novo
material para utilizando de serviços como: produção de vaso, produção de móveis e
entre outros e melhorar a qualidade do serviço público por parte da administração
deste espaço.

Cronograma de Execução do Projeto

O cronograma apresentado abaixo é apenas para uma noção de


desenvolvimento do cronológico do trabalho.

Primeiro semestre:

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 MÊs 5 Mês 6

Pesquisa x x x x x x
Bibliográfica

Aulas do x x x x x x
mestrado

Reunião x x x x
com as
empresas
que aplicam
RCD

Consulta a x x
primeira
amostragem
Segundo semestre:

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 MÊs 5 Mês 6

Pesquisa x x x x x x
Bibliográfica

Aulas do x x x x x x
mestrado

Reunião com as x x x x
empresas que
aplicam RCD

Análise do x x
resultado da
amostragem

Divulgação do x
resultado da
amostragem

Terceiro semestre:

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 MÊs 5 Mês 6

Pesquisa x x x x x x
Bibliográfica

Aulas do x x x x x x
mestrado

Reunião com x x x x x x
as empresas
que aplicam
RCD

Elaboração x x x x x x
da proposta

Quarto semestre:

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 MÊs 5 Mês 6

Elaboração x x
da proposta
Teste com a x x
amostra

Apresentaçã x x
o do
resultado

Implantação x x
no mercado
de trabalho

Referências bibliográficas

BRASIL. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 001/1986.


São Paulo. Disponível em
http://www.mma.gov.br/port/conama/legislacao/CONAMA_RES_CONS_1986_001.p
df. Acesso em: 23 de maio de 2022.

BRASIL. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 307/2002.


São Paulo. Disponível em
http://www.mma.gov.br/estruturas/a3p/_arquivos/36_09102008030504.pdf. Acesso
em: 23 de maio de 2022

CARELI, E. D. A resolução CONAMA nº 307/02 e as novas condições para


gestão dos resíduos de construção e demolição. Dissertação Mestrado em
Tecnologia) – Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, São Paulo,
2008.

GERDAU. Resíduos que viram riquezas. Meio ambiente e responsabilidade


social. Disponível em:
https://www.gerdau.com/pt/meio-ambiente-e-responsabilidade-social/meio-ambiente/
co-produtos. Acesso em: 19 de maio de 2022.

NAGALLI, A. Gerenciamento de resíduos sólidos na construção civil. São


Paulo: Oficina de Textos, 2014.

NOVAES, M. V.; MOURÃO, C. A. M. A. Manual de gestão ambiental de resíduos


sólidos na construção civil. Cooperativa de Construção Civil do Estado do Ceará,
Fortaleza, 2008
PINTO, T. P. Metodologia para gestão diferenciada de resíduos sólidos da
construção urbana. Tese (Doutorado em Engenharia) Escola Politécnica,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

SCHNEIDER, D. M. Disposição irregulares de resíduos da construção civil na


cidade de São Paulo. Tese de Mestrado da Faculdade da Saúde Pública da
Universidade de São Paulo. São Paulo, 2003.

UNEP DTIE. Construção sustentável: fatos e figuras. UNEP Industry and


Environment: quarterly review, Paris, v. 26, nº 2-3, mar. 2005. Disponível em:
http://uneptie.org/media/review/vol26n2-3/005- 098.pdf. Acesso em: 21 de março
2022.

VALOTTO, D. V. Busca de informação: gerenciamento de resíduos da


construção civil em canteiro de obras. Monografia (Graduação em Engenharia
Civil) – Universidade Estadual de Londrina, 2007

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