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ANÁLISE DE RESÍDUOS QUE PODEM SER UTILIZADOS COMO

AGREGADOS PARA CONFECÇÃO DE CONCRETO RECICLADO

Tamires Malafaia Porto - UNITOLEDO1

William César Sellis - UNITOLEDO1

Rafael Marçal - UNESP2

Resumo

A urbanização cresce de forma acelerada em todo o mundo causando grandes impactos


ambientais ao gerar grande quantidade de resíduos, oriundos principalmente, da indústria da
construção civil desde a extração de recursos naturais para a produção de materiais, até a
produção de resíduos, que na maioria dos casos são descartados no meio ambiente sem
nenhum controle ambiental. O presente trabalho tem por objetivo expor pesquisas que
retratam a preocupação quanto à geração dos resíduos, a importância da reciclagem, e
principalmente mostrar que o RCD (Resíduos de Construção e Demolição) e materiais como
a cerâmica, o PET (Polietileno Tereftalato) e a borracha podem ser utilizados como
substitutos de agregados naturais para fabricação de concreto reciclado.
Palavras-chave: Concreto Reciclado; Meio Ambiente; Resíduos; Reutilização.
Abstract

Urbanization is increasing rapidly around the world and it causes environmental problems
due generation of a large amount of waste, mainly from the civil construction industry, since
from the extraction of natural resources for materials manufacturation till the production of
waste, which in most of cases are disposed of over the environment without any sanitary
control.This work aims to present researches that portray the concern about the waste
generation, the importance of recycling, and especially to showing that “RCD” (Construction
and Demolition Waste) and materials such as ceramics, PET (Polyethylene Terephthalate)
and rubber can be used as substitutes for natural aggregates in production of recycled
concrete.
Keywords: RecycledConcrete; Environment; Waste; Reuse.

1
Graduandos em Engenharia Civil pelo Centro Universitário Toledo
2
Engenheiro Civil, Mestre em Recursos Hídricos e Tecnologia Ambiental e Doutorando
em Engenharia Civil- UNESP

1
1. INTRODUÇÃO
Atualmente a Indústria da Construção Civil é reconhecida como uma das mais
importantes atividades para o desenvolvimento econômico e social já que o setor é
responsável pela formação de comunidades providas de moradia, conforto, energia,
saneamento, transporte, lazer e qualidade de vida. Por outro lado, é também responsável pelo
consumo excessivo de recursos naturais provenientes de fontes não-renováveis (HEDRE,
2010; LINTZ et al., 2012), sendo assim grande geradora de impactos ambientais. Estima-se
que o setor consome de 20 a 50% dos recursos naturais de todo planeta (SANTOS et al.,
2011).
A sustentabilidade é entendida como um tripé que integra as perspectivas ambiental,
social e econômica. Em uma empresa, a sustentabilidade deve ser entendida nestas três
perspectivas como proteção ambiental, crescimento econômico e justiça social
(ELKINGTON, 1999).
Pensar em construções mais sustentáveis é essencial para preservação do meio
ambiente e reciclar é uma das formas de reduzir os impactos causados, gerando novos
produtos a serem utilizados e assim os agregados reciclados de Resíduos Sólidos e RCD
(Resíduos de Construção e Demolição) podem ser usados na fabricação de concretos,
argamassas e blocos de construção (ANGULO, 2001).

Seguindo a perspectiva de uma construção social e sustentável, o setor da construção


civil é a peça fundamental para trazer tais soluções tendo como tarefa produzir espaços
adequados a habitação humana. O impacto ambiental da construção civil, está diretamente
relacionado a sua tarefa social, por questões de altos custos para os materiais construtivos.
A reciclagem de resíduos de construção é pratica recente no Brasil, iniciada com a
utilização de pequenos moinhos em construção de edifícios para o reaproveitamento dos
resíduos de alvenaria para a produção de argamassa para a aplicação em emboço e reboco
(ZORDAN,1997).
Segundo JHON (1996) consumir materiais reciclados no setor da construção civil é
uma das melhores formas de reutilizar esse tipo de material já que a atividade é exercida em
qualquer região do país.
Na maioria das cidades brasileiras não existem áreas disponíveis para disposição final
dos RSCD gerados pela construção civil, e sem um local preparado para a recepção desses
resíduos, sua disposição foi sendo feita de maneira irregular no meio ambiente, resultando
em uma grande poluição com ilhas de sujeira e entulho perto de matas, rios e córregos.

2
Em países como Holanda, Dinamarca e Bélgica, cerca de 80% dos resíduos são
reciclados. No Brasil o uso ainda é muito restrito embora estudos mostrem que a substituição
de até 30% dos agregados graúdos naturais por agregados reciclados não altere as
propriedades dos concretos (LEVY, 1997).
Aqui, a parcela de resíduos de construção e demolição (RCD) representa em média
cerca de 59% em massa de resíduos sólidos urbanos (RSU) (PINTO, 1999). No exterior, este
valor varia em torno de 13 a 67% (JOHN, 2000; HENDRIKS, 2000).
Na década de 1990, iniciou-se a implantação de usinas recicladoras por iniciativas de
Prefeituras das regiões sul e sudeste do Brasil para reciclagem dos resíduos produzidos,
aplicando estes produtos em serviços secundários, como sub-base para pavimentação,
substituição de cascalho para cobrimento de vias secundárias e como agregados para
fabricação de pré-moldados (blocos, meio-fio, briquetes etc.) (PINTO,1999). Atualmente
muitos tipos de resíduos já estão sendo reciclados, porém sua aplicação ainda é restrita.
Por conta de o setor ser um dos principais agentes de degradação ambiental devido a
sua extensa e complexa cadeia produtiva que impacta os recursos naturais e emite agentes
poluentes (AGOPYAN; JOHN, 2011), existe uma crescente demanda dos clientes por
produtos sustentáveis que obrigam as empresas a darem cada vez mais atenção para essa
temática (PARDINI, 2009). Uma alternativa é o desenvolvimento de novos produtos e
componentes alternativos à construção.
Para que produtos dessa linha sejam aceitos no mercado é necessário que haja grande
conhecimento quanto a seu comportamento e possíveis impactos que podem causar a água e
ao solo por questões de contaminações químicas (PERA, 1996). Suas aplicações devem
apresentar vantagens e preços compatíveis em relação a produtos tradicionais.
De acordo com Banthia e Chan (2000), incorporar resíduos de construção e
demolição ao concreto é uma das melhores maneiras de gerenciá-los uma vez que o concreto
é produzido em larga escala, tem fácil aplicação, é flexível se adequando bem em várias
situações, tem grande durabilidade (se for bem confeccionado), e é razoavelmente resistente
a agentes químicos e físicos. Analisando no ponto de vista ecológico, o concreto é hoje um
dos materiais com menor consumo energético para sua produção, além de ser reciclável
(PENTALLA, 1997).
Um dos principais problemas dos concretos com agregados reciclados são suas
propriedades de deformabilidade quando comparados com o concreto confeccionado com
agregados naturais. As propriedades de deformabilidade do material (módulo de

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elasticidade, retração por secagem e fluência), especialmente a retração por secagem, devem
ser avaliadas mais detalhadamente visando à correta aplicação do material. Inúmeros
pesquisadores relatam que concretos com agregados graúdos reciclados apresentam uma
retração por secagem de 30% a 60% maior se comparada com os resultados obtidos para
concretos com agregados naturais.
Nesse sentido, o presente trabalho de revisão bibliográfica tem por objetivo avaliar
alguns resíduos que podem ser utilizados para confecção do concreto reciclado analisando
sua resistência, comportamento e em que pode ser empregado.

2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Resíduos sólidos e de construção e demolição

No Brasil, até 2002 não existiam políticas públicas para os resíduos gerados pelo
setor da construção civil. A Resolução CONAMA nº 307 entrou em vigor dia 05 de julho de
2002 e seu Art 1º estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos
da construção civil afim de minimizar os impactos ambientais. De acordo com M.M.
Laruccia (2014), a Resolução motivou municípios a implantarem planos de gerenciamento,
porém, dos 5.565 municípios existentes no país (IBGE, censo 2010) apenas 50 implantaram
planos de gerenciamento.
O Art 2º define como:
I - Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções,
reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os
resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como:
tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais,
resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa,
gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação
elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou
metralha.
Segundo Marques Neto (2009), a falta de recursos financeiros e a inexistência de
fiscalização (MMA, 2010; ÂNGULO et al., 2011; MIRANDA, ÂNGULO e CARELI, 2009)
são grandes dificuldades encontradas para a implantação dos planos de gerenciamento de
RCD.

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Estudos mostram que é possível utilizar Resíduos Sólidos e RCD como matéria-
prima para agregados de boa qualidade para confecção do concreto reciclado, podendo ser
aplicado em vários processos construtivos como: confecção blocos pré-moldados, meio-fio,
calçadas, camadas de base, pavimentos, entre outros.

2.1.1 Concreto reciclado com resíduos de construção e demolição


Farias et al. (2014) estudaram uma forma te reutilizar os RCD para produção de um
concreto reciclado com intuito de criar um pré-moldado de concreto. Obtiveram bons
resultados, porém, o mesmo apresentou-se muito seco e de moderada trabalhabilidade, pois
foi utilizado o mesmo fator água/cimento fornecido por uma empresa de pré-fabricados
(quanto maior a relação água/cimento, menor é a resistência). O concreto de RCD apresentou
menor resistência à compressão, e para a resistência à tração, a substituição dos agregados
naturais pelos reciclados também causa redução da resistência embora seja menos intensa
que as reduções provocadas na resistência à compressão. Os autores apontam que a
utilização de aditivos ou adições seria eficaz para a redução do fator água/cimento e a
diminuição da porosidade, consequentemente melhorando sua trabalhabilidade e
aumentando sua resistência. Comparado ao concreto convencional, o concreto reciclado é
indicado para uso em peças pré-fabricadas de pequeno porte que não exigem esforço
estrutural considerável.
Evangelista e de Brito (2007) utilizaram agregados reciclados para substituição
parcial dos agregados finos naturais (areia) para produção de concreto estrutural. Os autores
concluíram que é viável produzir concreto feito com agregados reciclados finos de concreto,
pois afirmam que suas propriedades mecânicas não são afetadas com a substituição de até
30% de agregado reciclado.
Leite (2001) mostrou resultados significativos para a utilização de RCD na produção
de concreto, fazendo uma substituição de 0%, 11,5%, 50%, 88,5% e 100%. Os resultados
mostraram que é viável, porém o concreto com agregados reciclados necessita de mais água
que o concreto convencional pois sua taxa de absorção é maior e sua trabalhabilidade muda,
então é necessário ter uma atenção maior em sua relação de água/cimento.

2.1.2 Concreto reciclado com resíduos de cerâmica


A fim de reduzir o volume de resíduos cerâmicos da indústria da construção civil,
é possível, entre outras aplicações, utilizá-lo como agregado na produção de concretos não

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estruturais. As principais características desses agregados, bem como as do concreto fresco
e endurecido, são apresentados e comparados com os de materiais convencionais, para
maximizar a reutilização de resíduos de construção e demolição. Os resultados mostram que
existe um grande potencial para o uso destes agregados cerâmicos em elementos em que a
exigência principal não é a resistência à compressão, mas a tração. Materiais cerâmicos,
como telhas e tijolos no seu processo de fabricação, produzem grande quantidade de
resíduos, além daqueles que resultam de demolições de edifícios existentes. No entanto, a
reutilização e reciclagem desses materiais fora do rigoroso ciclo de produção da fábrica ainda
não é uma prática comum (JEPSEN et al., 2001).
A natureza da indústria da construção, especialmente indústria de concreto, poderia
reutilizar os resíduos cerâmicos com segurança, sem necessidade de mudanças drásticas na
produção e aplicação do processo. Por um lado, o custo da deposição de resíduos cerâmicos
em aterros serão economizados e, por outro lado, matérias-primas e recursos naturais serão
substituídos, economizando energia e protegendo o ambiente. Segundo alguns autores, o
melhor caminho para a indústria da construção civil para se tornar mais sustentável é usando
resíduos de outras indústrias como materiais de construção (KHALOO, 1995).
Sendo assim, a reutilização dos blocos cerâmicos reduziria o dano causado ao meio
ambiente em sua disposição final e traria uma solução viável e rentável para produção de
concreto não estrutural. Pesquisas feitas sobre sua reutilização concluíram que, sim, sua
reutilização é muito importante e rentável.
Vieira e Molin (2004) analisaram a propriedade mecânica de resistência a
compressão aos 28 dias. Os agregados reciclados utilizados foram provenientes de uma obra
de demolição na cidade de Maceió, uma das capitais do Brasil. Concluíram que o uso do
agregado reciclado no concreto, não afeta a resistência à compressão, feito em proporções
convenientemente dosadas e tão pouco a durabilidade do concreto frente à corrosão das
armaduras. Porém, é de grande importância que ao fazer um concreto com resíduos é
necessário fazer o tratamento dos resíduos, desde a separação dos resíduos até passar pela
caracterização que atende os resíduos necessários para o desenvolvimento do mesmo, até a
fase de utilização dos agregados no concreto. Sendo assim, o material utilizado para o
experimento fica com suas propriedades conhecidas e a sua utilização fica mais fácil.

De Brito, Pereira e Correia (2005) mostram que existe um grande potencial para o
uso de agregados cerâmicos em elementos em que a exigência principal não é a resistência
à compressão, mas a tração, tais como lajes de pavimento de concreto.

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O estudo experimental feito pelos autores indica que a reciclagem de resíduos cerâmicos
provenientes de locais de construção e demolição como agregados grossos para a produção
de artefatos de concreto não estrutural é viável. O principal problema com esses agregados
é sua alta absorção de água, mesmo que isso possa ser parcialmente resolvido recorrendo a
um procedimento de pré-saturação facilmente reproduzível em um edifício local. A força
diminui conforme a quantidade de agregados cerâmicos em concreto aumenta, já que são
mais leves e menos resistentes do que os agregados primários de pedra. Em termos relativos,
a substituição total de agregados primários de calcário por cerâmica reciclada causa uma
diminuição de 45% na resistência à compressão. A diminuição na resistência à compressão
é maior do que a resistência à flexão.

Gonzalez-Corominas e Etxeberria (2014) utilizaram resíduos da demolição de


edifícios e também da indústria cerâmica. Foram produzidos concretos de alto desempenho
usando agregados de cerâmica fina em substituição de 15% e 30% de areia natural, e usando
20%, 50% e 100% de agregados mistos grossos na substituição de agregados graúdos
naturais. As propriedades físicas, mecânicas e de durabilidade dos concretos agregados
reciclados foram determinadas e comparados com os resultados do concreto convencional.
Os resultados mostraram que a substituição feita com até 30% de agregados finos alcançam
propriedades mecânicas e de durabilidade semelhantes do concreto convencional. O
concreto feito com até 20% de agregados graúdos reciclados alcançou compressão similar
resistência ao concreto convencional de alto desempenho de 100 MPa. Os autores
concluíram que, em relação ao concreto de alto desempenho produzido com agregado fino
cerâmico em substituição de agregados finos naturais, o uso de 30% em substituição a areia
diminui a densidade do concreto em relação ao de concreto convencional, porém devido as
pequenas reações pozolânicas e sua capacidade de reserva de água que faz com que a cura
interna tenha um efeito no volume de poros permeáveis e a absorção de água diminuem, suas
propriedades mecânicas foram superiores às do concreto convencional e o aumento da
resistência à compressão de28 a 180 dias também é maior do que o concreto convencional.
Com relação ao concreto de alto desempenho produzido com agregados mistos grosseiros
em substituição de agregados grosseiros naturais, os agregados mistos grosseiros
apresentaram maior capacidade de absorção e volume de espaços dos vazios, o que afetou
significativamente a propriedades do concreto. As propriedades mecânicas dos concretos
reciclados foram menores do que os do concreto convencional de alto desempenho. O
concreto feito com até 20% de agregados mistos grosseiros reciclados atingiram uma

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resistência à compressão semelhante a do concreto convencional de 100 MPa. Contudo os
concretos feitos com até 50% de agregados reciclados mistos grosseiros alcançaram
propriedades adequadas de durabilidade.

Guerra et al. (2009) desenvolveram um experimento onde os resultados dos testes


mostram que o concreto produzido com cerâmica de porcelana sanitária tem as mesmas
características mecânicas que o concreto convencional, abrindo assim uma porta seletiva a
reciclagem de porcelana sanitária e seu uso na produção de concreto.
O uso de material cerâmico produzido a partir de porcelana sanitária como um
substituto para parte do cascalho não implica qualquer significativa na redução na tração do
concreto; em vez disso, produz uma significativa melhoria, especialmente para amostras com
5% de porcelana. Quanto à resistência característica à compressão, o efeito da porcelana tem
sido para manter a força do concreto de controle. Pode-se concluir que, dentro dos limites
estabelecidos pelos autores, o concreto feito com detritos de porcelana como um substituto
para parte dos agregados grosseiros, é viável no que diz respeito à força, e tem a vantagem
significativa de fornecer um meio para a reciclagem de resíduos da indústria da construção.

2.1.3 Concreto reciclado com PET

O tereftalato de polietileno (PET) tomou o lugar de garrafas de vidro como


recipiente de armazenamento de bebidas devido à sua leveza e facilidade de manuseio e
armazenamento. Como o consumo de bebidas aumenta drásticamente, a produção de
garrafas PET aumentou exponencialmente dificultando sua disposição em aterros sanitários.
Embora existam vários métodos para a eliminação destes materiais, como aterro,
incineração ou reciclagem, o principal inconveniente é a sua produção em grande volume
(WILLIAMS, 1998; GIRIJA et al., 2005).
Segundo o 9º censo da ABIPET (2013), em 2011 foram produzidas cerca de 9 bilhões
de garrafas, sendo destas apenas 5,3 bilhões recicladas em 2012. No Brasil, no mesmo ano,
dos 5570 munícipios brasileiros (IBGE, 2013) apenas 766 fizeram a coleta seletiva
(ABIPET, 2013). Esse número representa somente 15% dos municípios do país com
participação na coleta. Entre as aplicações do PET reciclado atualmente, 46% são destinados
de garrafa para garrafa (o qual trata-se de uma embalagem produzida a partir de garrafas
pós-consumo recicladas), 25% para área têxtil, 18% outros e 11% área automotiva (ABIPET,
2013). Seu uso na construção civil ainda não contribui com uma porcentagem significativa,

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no entanto, vários estudos já foram realizados para utilização de fibras desse material, como
alternativa para substituição parcial do agregado miúdo no concreto.

Partindo disso, vem crescendo a ideia do uso de materiais reciclados na construção


civil como as fibras de PET, provenientes de embalagens plásticas. Além de reduzir tais
impactos, a utilização das mesmas poderá diminuir o número de garrafas presentes nas ruas.

Se calcularmos a produção de apenas 1 m³ de concreto, utilizamos cerca de 760 kg


de areia. Substituindo apenas 5% dessa areia por fibras de PET, seriam aproximadamente
890 garrafas de 500ml retiradas das ruas para utilização em um material inerte, o que trará
benefícios imediatos ao meio ambiente. Para se ter uma ideia de grandeza, em 2012 por
exemplo, as concreteiras instaladas no país produziram cerca de 51 milhões de m³
(OLIVEIRA, 2013).

Em estudos realizados para a implantação das fibras de PET no concreto, observou-


se na pesquisa de Betioli et al., (2004) sua durabilidade em materiais a base de cimento, o
qual verificou um melhor comportamento pós-fissuramento e uma resistência maior a carga
(por alguns minutos após a falha), sem que ocorresse desintegração completa.

Maragon (2003) afirma que houve uma maior tenacidade com o uso das fibras de
PET. O mesmo afirma ainda que o uso destas geraram um concreto mais dúctil, propriedade
de um concreto flexível, elástico e maleável, onde experimenta deformações inelásticas sem
a perda de sua capacidade resistente, causando uma deformação antes da ruptura completa.

Materiais baseados em misturas de polímeros de concreto são relativamente novos


no campo da construção e têm uma grande importância, uma vez que representam uma
alternativa na diminuição do impacto ambiental (SEGRE e JOEKES, 2000; ALBANO et al.,
2005; HERNÁNDEZ-OLIVERA e BARLUENGA, 2004; LI et al., 2004).
Várias pesquisas concluíram que o aumento das porcentagens de fibras de PET em
substituição parcial ao agregado miúdo, causaram perda na resistência a compressão do
concreto. Almeida et al. (2004), indica uso de teores menores que 50%. Canellas (2005),
reforça essa tese, pois utilizou em sua pesquisa teores de 10%, 30%, 50% e 100% e obteve
melhores resultados nos teores entre 10 e 30%. Cândido, Barreto e Cabral (2014) que
utilizaram teores de 15% 30% e 45%, obtiveram seus melhores resultados com o teor de
15%.

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Choi et al. (2002), avaliaram o efeito da inclusão de resíduos de garrafas PET como
agregado leve nas propriedades do concreto. A pesquisa consistiu em substituir o agregado
miúdo em diferentes proporções de resíduos de PET, variando de 0 a 75% em relação ao
volume de agregado miúdo. Foram realizados testes de compressão, slump test e módulo de
elasticidade do concreto. O estudo conclui que a resistência à compressão de 28 dias de
concreto de PET, com a relação de substituição de 75% reduz cerca de 33% e a
trabalhabilidade do concreto com 75% de PET melhora cerca de 123% em comparação com
o do concreto normal e na relação água-cimento 53%.

Kim et al. (2010) apresentam um método para reciclar garrafas PET desperdiçadas,
em que as fibras curtas feitas de PET reciclado são usadas dentro de concreto estrutural. Para
verificar a capacidade de desempenho do concreto reforçado com fibra PET reciclada, foi
comparada com a do concreto não reforçado, para frações de volume de fibra de 0,5%, 0,75%
e 1,0%. Testes de flexão foram realizados para mensurar as capacidades de força e
ductilidade dos membros de concreto armado com o concreto reforçado com fibra PET
reciclada. Os resultados mostram que a força compressiva e o módulo elástico diminuíram
com o aumento da fração de volume de fibra. Quanto ao desempenho estrutural, a força final
e a ductilidade relativa do concreto reforçado com fibras PET são significativamente maiores
do que as de amostras complementares sem reforço de fibra.
Foti (2011) pesquisou preliminarmente o concreto reforçado com fibras com
possibilidade de utilizar fibras de frascos de polietileno tereftalato (PET) para aumentar a
ductilidade do concreto. As fibras foram simplesmente cortadas a partir de resíduos de
garrafas de plástico, em dois formatos distintos: fibras lamelares e fibras no formato “O” e
adicionadas com teor de 0,25% em relação a massa total dos agregados. Os testes mostraram
que as fibras de PET em uma mistura concreta podem aumentar a ductilidade do concreto e
que pesquisas adicionais envolvendo outros tipos de fibras e aditivos são necessárias.

Guerra et al. (2017) fizeram um comparativo dos perfis granulométricos entre os


agregados miúdos (areia fina e média) e as fibras de PET, com o intuito de estabelecer com
qual deles as fibras de PET se assemelham em granulometria para fazer uma possível
substituição. Observaram que a substituição do PET se adequa melhor na substituição da
areia média, pois concluíram que a semelhança entre eles é bem próxima. As substituições
testadas, em percentuais, foram de 20 %, 30%, e 50% do volume da areia média.
Concluíram que a adição de fibra de PET traz uma alteração em suas propriedades

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mecânicas. Nos testes foram observados uma redução da resistência a compressão axial. O
seu uso é viável, porém para concretos com funções não estruturais. Observa-se o aumento
de tenacidade no concreto, o que reduz o efeito de colapso na estrutura de concreto. Além
de observar benefícios ligados as propriedades mecânicas do concreto, pode-se observar
também, benefícios ligados ao meio ambiente, como a redução do consumo de areia,
diminuindo os impactos ambientais gerados por essa extração.

2.1.4 Concreto reciclado com borracha


Estima-se que no Brasil cerca de 450 mil toneladas de pneus são descartadas por ano
(SEST SENAT, 2017). Seu período de decomposição é indeterminado e para que sua
disposição seja aceita em aterros é necessário desintegrá-los. Embora isso minimize o
volume, não resolve a questão da ocupação do espaço nos aterros pois a quantidade de pneus
inservíveis gerados atualmente é muito grande. Devido a sua complexidade não é possível
utilizá-lo para produzir outro pneu.

O descarte incorreto de pneus causa riscos à saúde pública e ao meio ambiente já que
podem se tornar criadouros do mosquito Aedes Aegypti, transmissor de doenças como
dengue, zika e chikungunya e contribuir para o assoreamento e enchentes. Sua queima
provoca a fumaça negra que é altamente poluidora. No local da queima permanecem as
cinzas e a fração líquida oleosa derivada do petróleo, que ao ter contato com aquíferos
subterrâneos podem contaminar a água, tornando-a imprópria para o consumo, além de
prejudicar espécies que habitam o ambiente atingido (FRANÇA, 2017).

Segundo o Art. 3º da Resolução CONAMA nº 416 de 30 de setembro de 2009, para


cada pneu novo comercializado para o mercado de reposição, as empresas fabricantes ou
importadoras devem dar destinação adequada a um pneu inservível.

Em 2016, os fabricantes nacionais de pneus destinaram de forma ambientalmente


correta 457.533 toneladas de pneus inservíveis de acordo com o Relatório Ibama de
Pneumáticos 2017 (ANIP).

Além de ser sustentável, a adição ao de pneus em concretos de cimento Portland tem


sido objeto de diversas pesquisas que indicam que é possível obter concretos de média e boa
resistência mecânica. Propriedades como peso específico, capacidade de absorção de
choques, condução de calor e isolamento acústico podem ser melhoradas produzindo assim

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através de composições e preparações adequadas concretos de média e boa resistência
mecânica (CRUZ, G. A. A. et al. 2002).

Ali et al. (1993) foram um dos primeiros a desenvolverem pesquisas a respeito e


observaram o comportamento do concreto com adição de fibras de borracha em relação às
propriedades físicas e compararam com concretos sem adições. Os autores observaram que
houve redução na resistência à flexão de 29% (de 3,5 Mpa para 2,5 Mpa) e em relação a
compressão uma redução de 38% (de 45 MPa para 28 Mpa) o tornando impróprio para
utilização em peças estruturais.

Eiras et al. (2014) avaliaram as propriedades mecânicas do concreto com 40, 50 e


60% de substituição do volume de areia por borracha. Concluíram que a adição de borracha
adicionada ao concreto altera suas propriedades mecânicas, reduzindo assim a resistência à
compressão e o módulo de elasticidade, entretanto, conseguiram alcançar o requisito mínimo
de resistência mecânica para unidades de alvenaria e concluíram que os concretos com
borracha são promissores para aplicações em construções onde são necessárias propriedades
térmicas e acústicas.

Topçu (1994) concluiu em sua pesquisa que há maior redução nas propriedades
físicas e mecânicas do concreto com fibras de borracha com a utilização diâmetros maiores.
Para concretos misturados com partículas de borracha finas, a diminuição da resistência à
compressão foi de 50%, enquanto a de tração foi de 64 %. Ao utilizarem partículas de
borracha grossas, a diminuição da resistência de compressão e a de tração foi de 74%. Logo,
concluíram que, agregados de borracha grossos reduzem as propriedades do concreto com
maior intensidade que os agregados de borracha finos. Em relação ao tamanho do agregado,
Yilmaz e Degirmenci (2009) observaram diminuição na absorção de água ao aumentarem o
tamanho das partículas de borracha no concreto. Bravo e de Brito (2012) relataram que
absorção de água aumenta à medida que a percentagem de borracha e o tamanho de
partículas aumentam.

Jacintho et al. (2010) avaliaram as propriedades mecânicas dos concretos produzidos


com adição de 5 e 10% de fibras de pneus. Através dos ensaios, os autores observaram que
houve redução das propriedades mecânicas em torno de 27% e 32%, porém, adição de fibras
de borracha ao concreto não reduz sua capacidade de absorção de energia.

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3. CONCLUSÃO

O presente trabalho avaliou alguns resíduos que podem ser utilizados para confecção
do concreto reciclado analisando sua resistência, comportamento e em que pode ser
empregado por meio de ampla revisão bibliográfica. A conclusão e a síntese da revisão estão
representadas na tabela 1 a seguir.

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Tabela 1- Resumo das principais características do concreto reciclado

Resíduo Conclusões Referências


Resíduos Apresenta menor resistência à compressão e em relação a tração há também uma diminuição Farias et al. (2014), Evangelista e
de embora seja com menor intensidade. A utilização de aditivos ou adições seria eficaz para a de Brito (2007), Leite (2001).
Construção redução do fator água/cimento e a diminuição da porosidade, consequentemente melhorando
e sua trabalhabilidade e aumentando sua resistência. É indicado para uso em peças pré-
Demolição fabricadas de pequeno porte que não exigem esforço estrutural considerável. É viável
produzir concreto feito com agregados reciclados finos de concreto, pois suas propriedades
mecânicas não são afetadas com a substituição de até 30% de agregado reciclado, porém o
concreto com agregados reciclados necessita de mais água que o concreto convencional pois
sua taxa de absorção é maior e sua trabalhabilidade muda.

Cerâmica Não afeta a resistência à compressão nem a durabilidade do concreto frente à corrosão das Vieira e Molin (ano), de Brito,
armaduras. A força diminui conforme a quantidade de agregados cerâmicos em concreto Pereira e Correia (2005),
aumenta. A diminuição na resistência à compressão é maior do que a resistência à flexão e a Gonzalez-Corominas e Etxeberria
tração do concretonão se altera signicativamete. A substituição de agregado natural grosseiro (2014), Guerra et al. (2009).
por agregado reciclado de cerâmica em até 50% atinge as resistências semelhantes ao do
concreto convencional.
PET A tenacidade aumenta e é possível gerar um concreto mais dúctil, a resistência à compressão Maragon (2003), Almeida et al.
reduz, a trabalhabilidade do concreto melhora na relação água-cimento, a força compressiva (2004), Canellas (2005), Cândido,
e o módulo elástico diminuem com o aumento da fração de volume de fibra, o desempenho Barreto e Cabral (2014), Choi et.
estrutural e a força final são maiores. Seu uso é viável, porém para concretos com funções al (2002), Kim et al. (2010), Foti
não estruturais. (2011), Guerra et al. (2017).
Borracha Redução de resistência a flexão, a compressão, ao módulo de elasticidade, e diminuição da Ali et al. (1993), Eiras et al.
absorção de água constatando-se maior redução com a utilização de fibras de diâmetros (2014), Topçu (1994), Yilmaz e
maiores, logo, agregados de borracha grossos reduzem as propriedades do concreto com Degirmenci (2009), Jacintho et al.
maior intensidade que os agregados de borracha finos. Impróprio para utilização em peças (2010).
estruturais. Concretos com adição de borracha são promissores para aplicações em
construções onde são necessárias propriedades térmicas e acústicas.

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