Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DE PAVIMENTOS FLEXÍVEIS
1. INTRODUÇÃO
1
Graduando em Engenharia Civil
2
Especialista em Docência no Ensino Técnico e Superior – UNITOLEDO (2016) e docente no Centro
Universitário Toledo
1
no que se diz respeito à sua infraestrutura (MATTOS, 2014, p. 22). O mesmo acontece nas
vias urbanas, que têm o CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente) o principal tipo
de revestimento utilizado na sua pavimentação em todo o país (SAMPAIO, 2017, p. 64).
Comum nas rodovias e também nas áreas urbanas é encontrar pavimentos com qualidade
abaixo do recomendável, o que prejudica a sociedade em vários aspectos, não somente
econômicos.
2
recortadas e justapostas assentadas sobre base de pedregulho e saibro. Já a primeira rodovia
pavimentada no país foi a ligação São Paulo-Santos (BALBO, 2007, p. 22).
3
de São Paulo foi o que mais investiu na construção de novas estradas e no início da década
de 1930 contava com aproximadamente 1.300 km de estradas pavimentadas, mas o aumento
expressivo se deu a partir do ano de 1956, quando o governo de São Paulo iniciou um grande
plano de pavimentação das rodovias, que serviu de modelo para todo o país (BALBO, 2007).
Também nessa época se iniciou o projeto da construção da Rodovia Presidente Dutra, uma
das mais importantes do país. A partir da década de 1990, muitas rodovias tiveram sua
operação privatizada “como alternativa mais eficiente de garantia de investimentos privados
no setor rodoviário” (BALBO, 2007, p. 30). Ainda de acordo com Balbo (2007), esperava-
se com a privatização o aumento da capacidade das rodovias e garantia de uma melhor
manutenção e conservação das mesmas.
2. OBJETIVOS
Este estudo tem como objetivo discorrer sobre pavimentos flexíveis com
revestimento betuminoso, suas características e suas patologias. Objetiva-se também, através
de estudo de caso, analisar a recuperação realizada em trechos urbanos que necessitavam de
manutenção e determinar a qualidade da ação realizada.
3. METODOLOGIA
3.1. Pavimento
4
(2005), os pavimentos são compostos de camadas, onde cada uma possui sua própria
finalidade e são compostas de diferentes materiais e, em termos de classificação, se pode
dividir os pavimentos em dois grupos maiores, sendo estes os pavimentos com
comportamento Rígido e os pavimentos com comportamento Flexível, sendo o segundo o
foco deste estudo.
Segundo Balbo (2007), no sentido estrutural, as camadas dos pavimentos têm como
função receber e transmitir esforços, aliviando pressões para as camadas inferiores que são,
em tese, menos resistentes. Os esforços são transmitidos camada a camada até chegar ao
Subleito, a fundação do pavimento.
5
apresente maior resistência, portanto diferente do solo utilizado no Subleito. Ainda segundo
Balbo (2007), a utilização de uma camada de Reforço do Subleito se mostra
economicamente vantajosa pois elimina a necessidade de se realizar Base e Sub-base mais
espessas. A Figura 2 ilustra a disposição das camadas que compõem o pavimento flexível.
De acordo com Balbo (2007, p. 257) “os materiais de construção, no decorrer de sua
vida de serviço, apresentam processos de danificação e deterioração (degradação) inevitáveis
que [...] implicam a alteração de suas propriedades mecânicas”. Tal fato, acrescido do
desgaste causado ao longo do tempo pelas cargas provenientes de veículos e intemperismo
resultam em danos no pavimento. Estes danos recebem diferentes classificações de acordo
com suas características como forma, gravidade e causa. Segundo Ribeiro (2017), as
patologias em pavimentos flexíveis podem ser classificadas conforme disposto na Tabela 1.
6
Patologias Corrugações
Estruturais Afundamentos
Exsudação de Asfalto
Desgaste
Patologias
Escorregamento do Revestimento Betuminoso
Funcionais
Trincas e Fissuras (Fendas)
Panela
3.2.1. Corrugação
De acordo com a norma DNIT 005/2003 – TER (DNIT, 2003), corrugações são
ondulações transversais na superfície do pavimento. Segundo Silva (2005, p. 31), são
decorrentes de má execução do pavimento, base instável e/ou excesso de asfalto ou finos,
que proporcionam baixa resistência à massa asfáltica. De acordo com Ribeiro (2017, p. 14),
“esta patologia está associada às tensões cisalhantes horizontais que se formam em áreas
submetidas à aceleração dos veículos”. Em algumas regiões as corrugações são conhecidas
como Costela de Vaca e é comum encontra-las em subidas, rampas, curvas e interseções
(SILVA, 2005, p. 31). A Figura 3 mostra um exemplo de corrugação.
7
3.2.2. Afundamento
8
Figura 5: Exemplo de Exsudação do asfalto. Fonte: DNIT, 2003
3.2.4. Desgaste
9
3.2.5. Fendas
10
3.2.6. Panela
11
Figura 9: Exemplo de Escorregamento. Fonte: DNIT, 2003
Para que o pavimento desempenhe bem sua função é necessário que permaneça o
máximo possível próximo de sua condição original, o que torna a manutenção do mesmo
fundamental. Existem dois tipos de manutenção de pavimentos: a preventiva e a corretiva
(DNIT, 2006, apud SAMPAIO, 2017, p).
12
pavimento, bem como coletar amostras de solo, brita e massa asfáltica, para que seja possível
determinar a situação do pavimento através de testes e ensaios, como o C.B.R. (California
Bearing Ratio), por exemplo. O levantamento de defeitos, seguindo-se o procedimento da
norma DNIT 008/2003 – PRO, é muito importante para se avaliar a condição da superfície
dos pavimentos. Para Scaranto (2007), através do Levantamento Visual Contínuo (LVC), a
qual se trata a norma DNIT 008/2003 – PRO, é possível obter uma série de informações
muito importantes para a realização da manutenção do pavimento, como:
13
Figura 10: Mapa do município com a disposição dos grupos analisados. Fonte: Google, 2018
14
agravamento das patologias pode ter ocorrido devido à ação da água de chuva, pois a cidade
apresenta um grande número de vias com declividades consideráveis e o sistema de
drenagem acaba não se mostrando eficaz.
15
tapa-buracos não seria a ideal, pois além de poder causar desconforto aos usuários pela
grande quantidade de remendos que seria necessário (BARELLA; MIRANDA, 2015), não
resolveria a questão da degradação das camadas mais inferiores. O recapeamento das vias
também não se mostra a ideal pelo mesmo motivo de não tratar as camadas inferiores ao
revestimento. Devido a alta concentração de patologias em todos os trechos e evidente
problema estrutural destes pavimentos a solução ideal seria a recuperação total destes
pavimentos, executando-se a remoção de todo o revestimento asfáltico existente e da base
até uma espessura necessária, refazer a camada de base executando compactação de maneira
ideal e então executar novo revestimento preferencialmente em CBUQ, atendendo às
especificações de projeto de recuperação.
16
Figuras 13: Recuperação e via pronta do Grupo 1.
Fonte: Prefeitura Municipal e próprio autor
Figuras 15: Vias apresentando patologia após 90 dias da manutenção. Fonte: próprio autor
17
4. DISCUSSÃO
A boa qualidade do pavimento de maneira geral até o momento pode ser justificada
pela ausência de chuvas no período entre as obras de recuperação e o retorno do
acompanhamento, tendo em vista que historicamente estes trechos costumam apresentar
patologias após períodos com incidência de chuva.
5. CONCLUSÃO
Pode-se presumir que a forma como a recuperação foi efetuada teve como objetivo
exclusivo atender reivindicações da população para melhoria das vias, optando-se por um
resultado mais visual do que efetivo. A não realização do tratamento das reais causas das
patologias podem resultar no ressurgimento dos problemas futuramente, o que tornaria
inúteis do ponto de vista técnico estas obras que foram realizadas. O período de observação
não foi longo o suficiente, sugere-se, então, que trabalhos sejam realizados para monitorar
18
em um maior espaço de tempo as obras realizadas, com o objetivo de avaliar de forma
assertiva a recuperação efetuada.
6. REFERÊNCIAS
BALBO, José Tadeu. Pavimentação asfáltica: materiais, projetos e restauração. São Paulo: Oficina
de Textos, 2007.
______. DNIT 008/2003 – PRO: Levantamento visual contínuo para avaliação da superfície de
pavimentos flexíveis e semi-rígidos – Procedimento. Rio de Janeiro, 2003.
GODOI, Luciane de. Estudo do comportamento dos ligantes asfálticos utilizados na imprimação
asfáltica relacionados à emissão de VOC’s. 2011. 153 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Setor de
Tecnologia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
RIBEIRO, Thiago Pinheiro. Estudo Descritivo das Principais Patologias em Pavimento Flexível.
Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, [s.l.], vol. 1, p. 733-754, jul. 2017. Disponível
em: <https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/pavimento-flexivel>. Acesso em: 7 out.
2018.
19
SILVA, Paulo Fernando A. Manual de patologia e manutenção de pavimentos. 2. ed. São Paulo: Pini,
2005.
VEGGI, Edgar dos Santos; MAGALHÃES, Sérgio Luiz M. Analise comparativa de custos entre
concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ) e tratamento superficial duplo (TSD). E&S - Engineering and
Science, Cuiabá, out. 2014, v. 2, p. 03-22, 2015.
20