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Resumo
1. Introdução
A pavimentação foi criada não somente como uma forma dos solos resistirem aos
esforços solicitados, mas ao mesmo tempo propiciar o rolamento de veículos ou estruturas
entre caminhos imagináveis. Foi também uma forma de povoamento dos continentes,
criando conquistas territoriais, intercâmbio comercial, cultural e religioso. No Egito, a mais
antiga estrada pavimentada não se destinou a veículos com rodas, foi para o transporte de
cargas pesadas para as construções de pirâmides, onde sua construção foi baseada em
lajões e para evitar o atrito eles umedeciam as vias (MOURA, 2014, p.6).
Já aqui na América do Sul, as primeiras informações que temos de estradas
surgiram no Império Inca, no Peru. As estradas foram feitas para vários fins, onde
impressionavam por sua engenharia, contendo pontes, travessas, de diversas dimensões,
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Graduando em Engenharia Civil pelo Centro Universitário Toledo (2018)
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Graduado em Matemática pela Fundação Educacional de Penápolis (2001) e graduando em Engenharia
Civil pelo Centro Universitário Toledo (2018)
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Especialista em Docência no Ensino Técnico e Superior – UNITOLEDO (2016) e docente no Centro
Universitário Toledo
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como exemplo, a estrada do Sol. Aqui no Brasil, surgiram as primeiras estradas, com os
portugueses utilizando tijolos, ligando São Vicente a Piratininga, em 1560, chamada de
estrada do Mar ou Calçada de Lorena. No ano de 1865 surgiu a primeira rodovia ligando
Juiz de Fora a Petrópolis, utilizando revestimento de macadame, sendo considerada a
primeira rodovia pavimentada em grande escala do país (MOURA, 2014, p.8).
O conceito de pavimentação é definido como uma formação de camadas de
materiais diversos, colocadas em contato umas com as outras, fazendo assim resistir aos
esforços resultantes dos trafego de veículos (DNIT, 2006, p.95).
A pavimentação, em muitos casos é constituída basicamente por: subleito, sub-
base, base e revestimento. Cada camada que constitui a pavimentação tem um objetivo:
(CHIOSSI, 2013, p.333 apud SANTOS 1972 e FRAZAO 2002):
REVESTIMENTO: onde ocorre o rolamento de veículos;
BASE: camada que resiste aos esforços solicitados pelo trafego;
SUB-BASE: complemento a base, com a mesma função da mesma;
SUBLEITO: solo de fundação para o projeto de estradas.
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solos são todos os materiais que dão suporte as construções de engenharia civil, sendo ou
não perfurados e resistindo as forças solicitadas. (NBR 6502, 1995, p.17)
Esses esforços solicitantes são calculados dentro da mecânica dos solos
(TERZAGHI, 1943, p.1)
“A Mecânica dos Solos é a aplicação das leis da mecânica e da
hidráulica aos problemas de engenharia, relacionados com sedimentos e outros
depósitos não consolidados de partículas solidas produzidas pela desintegração
mecânica ou química dos solos, prescindido do fato de conterem ou não
elementos constituídos por substâncias orgânicas”.
Para que no solo não ocorram problemas de baixa resistência aos inúmeros esforços
solicitantes, existem vários métodos para reforçá-lo. Esses métodos são feitos para
obtenções de resultados de melhorias por meios químicos ou físicos com o intuito de
melhorar a resistência do solo em suas propriedades mecânicas, procurando o aumento de
sua resistência, diminuição da sua compreensibilidade e permeabilidade (OLIVEIRA,
2017, p.2 apud CASAGRANDE 2001).
Para se realizar um trabalho de estabilização de solos, alguns ensaios devem ser
realizados, e nos ensaios devem ser comprovados que as matérias finas passantes na # 0,42
(Nº 40), devem ter limite de liquidez inferior a 25% e índice de plasticidade inferior a 6%
(DNIT, 141, 2010, p.3)
O seguinte estudo vem de frente com o que o DNIT solicita, fazendo ver todas as
verificações no solo que foi encontrado na região de Araçatuba-SP, no bairro Jardim
Paulista, bem como fazendo todos os levantamentos de informações e elaborando um
projeto de reforço da camada de solo encontrada em questão.
2. Objetivo
A pesquisa tem por objetivo utilizar brita graduada simples como uma alternativa
ao reforço de solos para fins de pavimentação. E assim determinar uma porcentagem ótima
de substituição com o intuito de se obter a máxima capacidade de suporte possível.
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3. Metodologia
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Iniciou-se então a extração, onde foi utilizada a pá de bico com cabo de madeira,
cavadeira articulada com cabo de madeira e enxada para perfuração do solo. Como não há
uma norma que regulamenta a extração de amostras de solos deformados, foi feito uma
sondagem do solo em tipo de trincheira ou poço, retangular, com profundidade não
delimitada no início, que tem como característica de inspeção direta e ao longo da
profundidade estudada. (PINTO, 2006).
Devido à vegetação rasa que existia no solo, foi desprezada toda e qualquer parte da
primeira camada de solo (os primeiros 30 centímetros). A partir de 40 a 45 centímetros,
analisando a estrutura do solo em questão, foram coletado as primeiras amostras de solo e
colocadas em sacos plásticos.
Após obtenção de uma quantidade de solo para estudo, conforme Figura 02, que
compreendesse o espaço total dos sacos, foi encerrada a extração, tapado o espaço aberto
pela escavação.
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Para uma sequência de ensaios de laboratório, buscou-se alternativas para criar um
roteiro para obtenção de resultados expressivos e satisfatórios referente ao solo em
questão. Portanto, como base analisamos as sequencias em duas bibliografias iniciais, um
guia de laboratório do Instituto Militar de Engenharia civil (2015), e da Associação
Brasileira de Pavimentação (2017), e outro conforme SENÇO (2007). Para tanto, houve
uma linha padrão para a sequência de ensaios:
Ensaio de táctil visual;
Ensaio de peneiramento – ABNT. NBR 7181/2017;
Ensaio de limites de Atterberg – ABNT. NBR 6459/2016, 7180/2016;
Ensaio de compactação – ABNT. NBR 7182/2016;
Ensaio de CBR (Índice de suporte Califórnia) – ABNT. NBR 9895/2016;
Ensaio de CBR (Índice de suporte Califórnia) com substituição – ABNT. NBR
12053/1992.
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Figura 03: Elaboração do ensaio de granulometria
Fonte: Próprio autor.
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3.4 Ensaio de compactação
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corpo de prova de solo preparado de modo padronizado e uma pressão tomada como
padrão (DICIONÁRIO, 2018).
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4. Resultados
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Figura 08 – Análise granulométrica
Fonte: Próprio autor.
Portanto, o solo foi classificado inicialmente como um solo com 39% de areia fina,
36% de areia média, 5% de areia grossa, apresentando 17% de material fino, e 3% de
pedregulho.
Conforme Tabela 02, Tabela 03, e Tabela 04 e Gráfico 01, os resultados do ensaio
referente aos limites de Atterberg foram:
Tabela 02 – Resultados do ensaio de limite de liquidez.
LIMITE DE LIQUIDEZ
Cápsula Nº P12 P01 P09 P06 P08
Amostra Úmida + 16,29 16,69 16,56 16,33 16,11
Tara (g)
Amostra Seca + Tara 15,42 15,64 15,53 15,40 15,12
(g)
Água (g) 0,87 1,05 1,03 0,93 0,99
Solo (g) 4,63 5,20 4,86 4,34 4,46
Tara (g) 10,79 10,44 10,67 11,06 10,66
Umidade % 18,80 20,19 21,19 21,43 22,20
Número de Golpes 52 35 28 20 19
Fonte: Próprio autor
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Gráfico 01 – Valor do limite de liquidez encontrado no gráfico
Fonte: Próprio autor
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4.4 Ensaio de compactação
Onde:
Onde:
Onde:
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Tabela 06 – Resultados do ensaio de compactação.
TEOR DE UMIDADE
Cápsula (nº) 117 102 118 103 110 110
( S + A + T ) (g) 111,80 105,43 104,14 114,14 127,75 147,56
( S + T ) (g) 106,66 99,58 97,31 104,60 115,68 131,03
( A ) (g) 5,14 5,85 6,83 9,54 12,07 16,53
( S ) (g) 80,39 71,67 69,56 78,56 87,86 104,25
( T ) (g) 26,27 27,91 27,75 26,04 27,82 26,78
w (%) 6,4 8,2 9,8 12,1 13,7 15,9
Fonte: Próprio autor
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Tabela 07 – Resultados do ensaio de expansão.
EXPANSÃO
DIFERENÇA DE
TEMPO LEITURA DO
LEITURA NO
DECORRIDO DATA HORA RELOGIO
RELOGIO
(DIAS) COMPARADOR
COMPARADOR
INICIO 22/10/2018 21:00 0,01 0,01
1 23/10/2018 21:00 0,01 0,01
2 24/10/2018 21:00 0,04 0,03
3 25/10/2018 21:00 0,09 0,05
4 26/10/2018 21:00 0,12 0,03
ALTURA
INICIAL DO
114,3
CORPO DE
PROVA (mm)
Fonte: Próprio autor
Retirado o corpo de prova de dentro da água, o mesmo foi colocado a escorrer por
aproximadamente 15 minutos e logo após, deu-se início o ensaio de penetração que de
acordo com a NBR 9895 (2016), anotando-se os resultados das leituras e em seguida os
valores de pressão em cada ponto de penetração solicitado conforme Tabela 08.
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4.6 Ensaio de CBR (Índice de Suporte Califórnia) com substituição
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Tabela 11: Índice de Suporte Califórnia com substituição 40/60
Penetração Pressão Pressão ISC (%)
(mm) Inicial corrigida
(MPa) ( MPa)
2,54 30,44 38 54
5,08 45,39 49 46
Fonte: Próprio autor.
5. Discussões
Antes dos resultados dos ensaios de laboratórios, imaginava-se que devido a coleta
da amostra ser em uma jazida localizada próxima ao Ribeirão Baguaçu, encontraria-se um
solo com características argilosas. Mas o ensaio de peneiramento demonstrou-se ao
contrário, pois o solo passante na peneira 200 foi abaixo do esperado para ser caracterizado
como uma argila.
Já nos resultados dos ensaios de compactação de solo e umidade ótima, o resultado
de 12% de água para umidade ótima e massa especifica seca de 2,05 g/cm³ foi positivo,
onde o solo utilizado estava totalmente seco, tirando qualquer outra umidade que poderia
apresentar em campo devido a umidade do local e clima da região.
Os ensaios de CBR e CBR com substituição foram satisfatórios. Em princípio, o
solo sem substituição foi obtido com resultados abaixo de 20%, sendo possível assim o
planejamento de reforço do mesmo com a brita1. Já com a substituição, sendo que os
ensaios de 10/90 (10% de brita e 90% de solo) e 50/50 (50 % de brita e 50 % de solo)
foram desconsiderados devidos aos resultados anteriores, obtiveram-se índices de
resistência que o solo obteria para uma percentagem de CBR no máximo de 54%,
demonstrado no Gráfico 03, levando em consideração que o solo seria para usos de sub-
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base de pavimentação, o que não era esperado, pois no primeiro momento, imaginava-se o
solo como a base para a pavimentação.
6. Conclusão
Com os resultados dos ensaios em mãos, foi concluído que para que o solo seja
aproveitado em uma das camadas de pavimentação, é necessário, conforme o gráfico 03,
uma substituição de 33% de solo por brita1, para obter parâmetros de resistência máximos,
e consequentemente ser considerado como uma sub-base para a pavimentação asfáltica,
seguida de uma base e um revestimento asfáltico.
7. Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6502: Rochas e solos. Rio de Janeiro,
1995.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7180 – Solo – Determinação do limite de
plasticidade. Rio de janeiro, 2016.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7182: Solo – Ensaio de compactação. Rio
de Janeiro, 2016.
OLIVEIRA, Francisco H.L. et al. Estudo de reforço de solo para pavimentos rodoviários com a
utilização de fibra de polipropileno e cimento. Florianópolis, 2017.
PINTO, C.S. Curso Básico de Mecânica dos Solos. São Paulo, 2006.
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SENÇO, Wlastermiler. Manual de técnicas de pavimentação. São Paulo, 2007
TERZAGHI, Karl von e WILLEY. Theoretical Soil Mechanics. New York, 1943.
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