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ESTUDO DE REFORÇO DE SOLO POR ESTABILIZAÇÃO

GRANULOMÉTRICA PARA FINS RODOVIÁRIOS

Fernando Marquesini da Costa – UNITOLEDO1


Leandro Caldo Carvalhal – UNITOLEDO2
Prof. Mozart Mariano Neto - UNITOLEDO3

Resumo

Analisando o processo, o comportamento e a história da pavimentação no mundo,


houve o despertar da vontade de conhecer um pouco desse imenso campo de atuação da
engenharia. Foi encontrado no bairro Jardim Paulista em Araçatuba – SP, as condições
ideais para esse estudo, sendo feitas análises visuais, granulométrica, de umidade ótima do
solo, qualidade do solo, resistência e possível melhoramento do solo para uma
pavimentação de qualidade.

Palavras chave: Solo; Reforço; Pavimentação.

1. Introdução

A pavimentação foi criada não somente como uma forma dos solos resistirem aos
esforços solicitados, mas ao mesmo tempo propiciar o rolamento de veículos ou estruturas
entre caminhos imagináveis. Foi também uma forma de povoamento dos continentes,
criando conquistas territoriais, intercâmbio comercial, cultural e religioso. No Egito, a mais
antiga estrada pavimentada não se destinou a veículos com rodas, foi para o transporte de
cargas pesadas para as construções de pirâmides, onde sua construção foi baseada em
lajões e para evitar o atrito eles umedeciam as vias (MOURA, 2014, p.6).
Já aqui na América do Sul, as primeiras informações que temos de estradas
surgiram no Império Inca, no Peru. As estradas foram feitas para vários fins, onde
impressionavam por sua engenharia, contendo pontes, travessas, de diversas dimensões,

1
Graduando em Engenharia Civil pelo Centro Universitário Toledo (2018)
2
Graduado em Matemática pela Fundação Educacional de Penápolis (2001) e graduando em Engenharia
Civil pelo Centro Universitário Toledo (2018)
3
Especialista em Docência no Ensino Técnico e Superior – UNITOLEDO (2016) e docente no Centro
Universitário Toledo

1
como exemplo, a estrada do Sol. Aqui no Brasil, surgiram as primeiras estradas, com os
portugueses utilizando tijolos, ligando São Vicente a Piratininga, em 1560, chamada de
estrada do Mar ou Calçada de Lorena. No ano de 1865 surgiu a primeira rodovia ligando
Juiz de Fora a Petrópolis, utilizando revestimento de macadame, sendo considerada a
primeira rodovia pavimentada em grande escala do país (MOURA, 2014, p.8).
O conceito de pavimentação é definido como uma formação de camadas de
materiais diversos, colocadas em contato umas com as outras, fazendo assim resistir aos
esforços resultantes dos trafego de veículos (DNIT, 2006, p.95).
A pavimentação, em muitos casos é constituída basicamente por: subleito, sub-
base, base e revestimento. Cada camada que constitui a pavimentação tem um objetivo:
(CHIOSSI, 2013, p.333 apud SANTOS 1972 e FRAZAO 2002):
 REVESTIMENTO: onde ocorre o rolamento de veículos;
 BASE: camada que resiste aos esforços solicitados pelo trafego;
 SUB-BASE: complemento a base, com a mesma função da mesma;
 SUBLEITO: solo de fundação para o projeto de estradas.

Existem dois tipos de pavimentação: o flexível e o rígido. O pavimento flexível é o


tipo de pavimentação que sofre tensões em todas as suas camadas, sendo que essa tensão se
propaga por todas elas, acontecendo assim a distribuição da mesma. Exemplo: pavimento
constituído por uma base de brita (brita graduada, macadame) ou por uma base de solo
pedregulho, revestida por uma camada asfáltica. Já o rígido, onde o próprio nome diz, tem
uma camada de revestimento sendo rígida (feita de concreto, e onde as outras camadas
absorvem as tensões). Exemplo típico: pavimento constituído por lajes de concreto de
cimento Portland (DNIT, 2006, p 95).
As várias camadas dos pavimentos são formadas por solos, que podem ser
definidos de certa forma, como camadas de material formada de forma natural, tamanho
independente, formadas devido à agentes químicos, físicos, que resultam de uma rocha
mãe. Em nosso planeta, são encontrados vários tipos de solos, sendo eles classificados pela
sua origem, pela sua evolução, pela presença ou não de matéria orgânica, pela estrutura,
pelo preenchimento de vazios (PINTO, 2006, p.64).
Definem-se também como solos: Material proveniente da decomposição das rochas
pela ação de agentes físicos ou químicos, podendo ou não ter matéria orgânica. Portanto,

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solos são todos os materiais que dão suporte as construções de engenharia civil, sendo ou
não perfurados e resistindo as forças solicitadas. (NBR 6502, 1995, p.17)
Esses esforços solicitantes são calculados dentro da mecânica dos solos
(TERZAGHI, 1943, p.1)
“A Mecânica dos Solos é a aplicação das leis da mecânica e da
hidráulica aos problemas de engenharia, relacionados com sedimentos e outros
depósitos não consolidados de partículas solidas produzidas pela desintegração
mecânica ou química dos solos, prescindido do fato de conterem ou não
elementos constituídos por substâncias orgânicas”.

Para que no solo não ocorram problemas de baixa resistência aos inúmeros esforços
solicitantes, existem vários métodos para reforçá-lo. Esses métodos são feitos para
obtenções de resultados de melhorias por meios químicos ou físicos com o intuito de
melhorar a resistência do solo em suas propriedades mecânicas, procurando o aumento de
sua resistência, diminuição da sua compreensibilidade e permeabilidade (OLIVEIRA,
2017, p.2 apud CASAGRANDE 2001).
Para se realizar um trabalho de estabilização de solos, alguns ensaios devem ser
realizados, e nos ensaios devem ser comprovados que as matérias finas passantes na # 0,42
(Nº 40), devem ter limite de liquidez inferior a 25% e índice de plasticidade inferior a 6%
(DNIT, 141, 2010, p.3)
O seguinte estudo vem de frente com o que o DNIT solicita, fazendo ver todas as
verificações no solo que foi encontrado na região de Araçatuba-SP, no bairro Jardim
Paulista, bem como fazendo todos os levantamentos de informações e elaborando um
projeto de reforço da camada de solo encontrada em questão.

2. Objetivo

A pesquisa tem por objetivo utilizar brita graduada simples como uma alternativa
ao reforço de solos para fins de pavimentação. E assim determinar uma porcentagem ótima
de substituição com o intuito de se obter a máxima capacidade de suporte possível.

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3. Metodologia

Para desenvolvimento do projeto de pavimentação, é necessário analisar a região


que deve receber a pavimentação, como estudos de viabilidade, programas de
necessidades, levantamento dados, estudos preliminares, anteprojeto, projeto legal e
projeto para execução.
Foram escolhidos vários locais possíveis para o estudo em questão, mas ao se
analisar de perto a situação do bairro jardim Paulista, foi constatado que seria o ideal, pois
apresenta fatores favoráveis ao reforço do solo para pavimentação. O bairro apresenta
características de um solo argiloso, declividade acentuada e proximidade com o Ribeirão
Baguaçu.
Analisados todos esses fatores, foi constatado a pior situação na rua Paulo
Armando, conforme Figura 01, onde foi coletado o solo para análise e sugestão de
melhoria.

Figura 01: Mapa da região escolhida para captação de amostra.


Fonte: Google Maps

Delimitada a área de estudo para a extração da amostra, foi encontrada bastante


vegetação rasteira e muitos descartes de resíduos sólidos de construção. Devido a esse
problema, delimitou-se uma segunda posição mais perto de uma rua que circunda o
Ribeirão Baguaçu. Neste terreno, encontrou-se apenas a vegetação rasteira como
intempérie para a extração.

4
Iniciou-se então a extração, onde foi utilizada a pá de bico com cabo de madeira,
cavadeira articulada com cabo de madeira e enxada para perfuração do solo. Como não há
uma norma que regulamenta a extração de amostras de solos deformados, foi feito uma
sondagem do solo em tipo de trincheira ou poço, retangular, com profundidade não
delimitada no início, que tem como característica de inspeção direta e ao longo da
profundidade estudada. (PINTO, 2006).
Devido à vegetação rasa que existia no solo, foi desprezada toda e qualquer parte da
primeira camada de solo (os primeiros 30 centímetros). A partir de 40 a 45 centímetros,
analisando a estrutura do solo em questão, foram coletado as primeiras amostras de solo e
colocadas em sacos plásticos.
Após obtenção de uma quantidade de solo para estudo, conforme Figura 02, que
compreendesse o espaço total dos sacos, foi encerrada a extração, tapado o espaço aberto
pela escavação.

Figura 02: Coleta de amostras de solo na região escolhida.


Fonte: Próprio autor.

Após o processo de recolhimento dos materiais e das amostras, o solo em questão


foi transportado para o laboratório do Centro Universitário Toledo Araçatuba, para a
realização dos ensaios.

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Para uma sequência de ensaios de laboratório, buscou-se alternativas para criar um
roteiro para obtenção de resultados expressivos e satisfatórios referente ao solo em
questão. Portanto, como base analisamos as sequencias em duas bibliografias iniciais, um
guia de laboratório do Instituto Militar de Engenharia civil (2015), e da Associação
Brasileira de Pavimentação (2017), e outro conforme SENÇO (2007). Para tanto, houve
uma linha padrão para a sequência de ensaios:
 Ensaio de táctil visual;
 Ensaio de peneiramento – ABNT. NBR 7181/2017;
 Ensaio de limites de Atterberg – ABNT. NBR 6459/2016, 7180/2016;
 Ensaio de compactação – ABNT. NBR 7182/2016;
 Ensaio de CBR (Índice de suporte Califórnia) – ABNT. NBR 9895/2016;
 Ensaio de CBR (Índice de suporte Califórnia) com substituição – ABNT. NBR
12053/1992.

3.1 Ensaio Táctil Visual

O ensaio de táctil visual compreende-se em analisar o solo em campo de forma


simples e direta quanto a sua granulometria, plasticidade, compacidade em casos de solos
grossos, consistência em casos de solos finos, cor, origem, no caso de solos residuais,
orgânicos e marinhos ou aterros.
No campo, enquanto executava-se a extração da amostra, foi retirada uma pequena
amostra para os testes. No dia da extração, o solo já se encontrava úmido, o que facilitou
ainda mais a obtenção do resultado deste teste.

3.2 Ensaio de Peneiramento

Conforme Figura 03, o ensaio de peneiramento “consiste em colocar o material em


um agitador de peneiras a uma frequência, e o mesmo passar por peneiras de diferentes
diâmetros” (SENÇO, 2007, p.79), para analisar granulometricamente de forma precisa o
solo.

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Figura 03: Elaboração do ensaio de granulometria
Fonte: Próprio autor.

3.3 Ensaios de Atterberg


Os ensaios de Atterberg demonstram o comportamento mediante ao teor de
umidade aplicado ao solo.
O limite de liquidez, conforme figura 04, é o ponto que representa a transição do
estado líquido para o estado plástico de um solo (NBR 6459, 2016). Quando o solo começa
a perder umidade, passa apresentar comportamento plástico, ou seja, deforma-se sem a
variação de volume e sem apresentar fissuras.
O limite de plasticidade, conforme Figura 04, é o teor de umidade que indica o
limite de transição do estado plástico para o estado semi-sólido de um solo, isso ocorre
devido ao fato de o solo perder umidade. É representado por LP, e expresso em
porcentagem (NBR 7180, 2016).

Figura 04: Ensaio de Limite de Liquidez e Plasticidade.


Fonte: Próprio autor

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3.4 Ensaio de compactação

A compactação reduz o índice de vazios (expulsão de ar e água) melhorando assim


sua qualidade mecânica, diminuindo o atrito e aumentando o contato entre as partículas.
Com a diminuição dos vazios, tem-se a redução do teor de umidade, além do solo ficar
homogêneo e mais resistente.
Para determinar o valor da umidade ótima, existe um método que estabelece a
correlação entre o teor de umidade e a massa específica aparente do solo seco, quando a
fração do solo, que passa pela peneira de 19 mm é compactada nas energias de
compactação normal, intermediária e modificada, usando amostras não trabalhadas,
conforme Figura 05 (NBR 7182, 2016).

Figura 05: Ensaio de compactação


Fonte: Próprio autor.

3.5 Ensaio de CBR (Índice de suporte Califórnia)

O ensaio para obtenção do Índice de Suporte Califórnia (ISC), representado na


Figura 06, também conhecido como CBR (California Bearing Ratio), é um teste de
penetração para verificar as características mecânicas de um solo. Foi desenvolvido
pelo Departamento de Transporte da Califórnia antes da Segunda Guerra Mundial. O
valor do Índice de Suporte Califórnia, é a relação, em porcentagem, entre a pressão
obtida na penetração de um pistão padronizado, à velocidade de 0,05 pol/min, em um

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corpo de prova de solo preparado de modo padronizado e uma pressão tomada como
padrão (DICIONÁRIO, 2018).

Figura 06 – Ensaio de Índice de Suporte Califórnia


Fonte: Próprio autor.

3.6 Ensaio de CBR (Índice de suporte Califórnia) com Substituição

Com os mesmos conceitos utilizados no Ensaio de CBR (Índice de Suporte


Califórnia) normal, deram-se início o processo do ISC com substituição por brita1,
demonstrado na Figura 07.

Figura 07 – Ensaio de Índice de Suporte Califórnia com Substituição


Fonte: Próprio autor

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4. Resultados

4.1 Ensaio táctil visual

Neste ensaio, obteve-se de resultado que o solo em análise, devido às suas


características de ser pouco áspero e com certa dificuldade em se lavar as mãos depois de
sujas com uma parcela de solo mais água. Conclui-se que inicialmente ele pode ser
considerado um solo argiloso.

4.2 Ensaio de peneiramento

Com o solo em laboratório, foi elaborado o ensaio de peneiramento, conforme


Tabela 01 e classificado conforme curva granulométrica apresentada na Figura 08.
Tabela 01 – Resultados referente ao ensaio de peneiramento.
ENSAIO DE PENEIRAMENTO
Peso da 600
amostra (g)
Peneiras Massa Massa Massa Porcentagem Porcentagem
(mm) retida (g) retida que passa retida (%) acumulada(%)
acumulada (g)
(g)
25 0,04 0,04 599,96 0,01 0,01
9,5 2,57 2,61 597,39 0,43 0,44
4,75 15,73 18,34 581,66 2,62 3,06
2 37,11 55,45 544,55 6,19 9,25
0,075 497,46 552,91 47,09 82,91 92,16
FUNDO 46,48 599,39 0,61 7,75 99,91
Fonte: próprio autor

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Figura 08 – Análise granulométrica
Fonte: Próprio autor.

Portanto, o solo foi classificado inicialmente como um solo com 39% de areia fina,
36% de areia média, 5% de areia grossa, apresentando 17% de material fino, e 3% de
pedregulho.

4.3 Ensaio de limites de Atterberg

Conforme Tabela 02, Tabela 03, e Tabela 04 e Gráfico 01, os resultados do ensaio
referente aos limites de Atterberg foram:
Tabela 02 – Resultados do ensaio de limite de liquidez.
LIMITE DE LIQUIDEZ
Cápsula Nº P12 P01 P09 P06 P08
Amostra Úmida + 16,29 16,69 16,56 16,33 16,11
Tara (g)
Amostra Seca + Tara 15,42 15,64 15,53 15,40 15,12
(g)
Água (g) 0,87 1,05 1,03 0,93 0,99
Solo (g) 4,63 5,20 4,86 4,34 4,46
Tara (g) 10,79 10,44 10,67 11,06 10,66
Umidade % 18,80 20,19 21,19 21,43 22,20
Número de Golpes 52 35 28 20 19
Fonte: Próprio autor

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Gráfico 01 – Valor do limite de liquidez encontrado no gráfico
Fonte: Próprio autor

Tabela 03 – Resultados do ensaio de limite de plasticidade.


LIMITE DE PLASTICIDADE
Cápsula Nº P12 P09 P08
S + A + T (g) 8,07 8,55 7,53
S + T (g) 7,97 8,35 7,43
Água (g) 0,10 0,20 0,10
Solo (g) 0,88 0,89 0,45
Tara (g) 7,09 7,46 6,98
Umidade % 11,36 22,47 22,22
Fonte: Próprio autor

Tabela 04 – Resultados finais do ensaio de limite de liquidez e de limite de plasticidade.


RESULTADOS
LIMITE DE LIQUIDEZ 21,25%

LIMITE DE PLASTICIDADE 18,68%

ÍNDICE DE PLASTICIDADE 2,57%

Fonte: Próprio autor.

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4.4 Ensaio de compactação

De acordo com a NBR 7182/2016 foram utilizadas as seguintes fórmulas:

Onde:

Onde:

Onde:

Com a elaboração do ensaio, seguem os resultados nas Tabelas 05 e 06, e no


gráfico 02:
Tabela 05 – Resultados do ensaio de compactação.
ENSAIO DE COMPACTAÇÃO
Determinação (nº) 1 2 3 4 5 6
Volume do Cilindro 2085 2085 2085 2085 2085 2085
(cm3)
Tara do Cilindro (g) 5508 5508 5508 5508 5508 5508
Cilindro + Solo Úmido 9372 9756 10055 10317 10248 10146
(g)
Solo Úmido (g) 3864 4248 4547 4809 4740 4638
3
(g/cm ) 1,853 2,037 2,181 2,306 2,273 2,224
d (g/cm3) 1,742 1,884 1,986 2,057 1,999 1,920
Fonte: Próprio autor

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Tabela 06 – Resultados do ensaio de compactação.
TEOR DE UMIDADE
Cápsula (nº) 117 102 118 103 110 110
( S + A + T ) (g) 111,80 105,43 104,14 114,14 127,75 147,56
( S + T ) (g) 106,66 99,58 97,31 104,60 115,68 131,03
( A ) (g) 5,14 5,85 6,83 9,54 12,07 16,53
( S ) (g) 80,39 71,67 69,56 78,56 87,86 104,25
( T ) (g) 26,27 27,91 27,75 26,04 27,82 26,78
w (%) 6,4 8,2 9,8 12,1 13,7 15,9
Fonte: Próprio autor

Gráfico 02 – Gráfico de compactação


Fonte: Próprio autor

Conclui-se que a partir da curva de compactação o solo em estudo atinge a umidade


ótima com 12,1% de água e a massa especifica seca é igual a 2,057 g/cm³.

4.5 Ensaio de CBR (Índice de Suporte Califórnia)

Após 4 dias seguidos submerso o corpo de prova, e anotados os valores de leitura


do relógio comparador, obteve-se os seguintes resultados na expansão do solo conforme
Tabela 07:

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Tabela 07 – Resultados do ensaio de expansão.
EXPANSÃO
DIFERENÇA DE
TEMPO LEITURA DO
LEITURA NO
DECORRIDO DATA HORA RELOGIO
RELOGIO
(DIAS) COMPARADOR
COMPARADOR
INICIO 22/10/2018 21:00 0,01 0,01
1 23/10/2018 21:00 0,01 0,01
2 24/10/2018 21:00 0,04 0,03
3 25/10/2018 21:00 0,09 0,05
4 26/10/2018 21:00 0,12 0,03
ALTURA
INICIAL DO
114,3
CORPO DE
PROVA (mm)
Fonte: Próprio autor

Conforme NBR 9895 (2016), segue os cálculos de expansão do solo:

Retirado o corpo de prova de dentro da água, o mesmo foi colocado a escorrer por
aproximadamente 15 minutos e logo após, deu-se início o ensaio de penetração que de
acordo com a NBR 9895 (2016), anotando-se os resultados das leituras e em seguida os
valores de pressão em cada ponto de penetração solicitado conforme Tabela 08.

Tabela 08: Índice de Suporte Califórnia sem substituição .

Penetração Pressão Pressão ISC (%)


(mm) Inicial corrigida
(MPa) ( MPa)
2,54 3,3 3,95 5,62
5,08 5,95 6,15 5,83
Fonte: Próprio autor.

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4.6 Ensaio de CBR (Índice de Suporte Califórnia) com substituição

Analisando-se os resultados alcançados no CBR (Índice de Suporte Califórnia)


normal (apenas o solo), notou-se a oportunidade de acrescentar brita1 proporcionalmente
em porcentagens crescentes para aumentar sua resistência. De início, a informação que
existe é de que, deve-se acrescentar brita1 em porcentagens crescentes de 10% a 40%,
chegando a um consenso de até 50% de solo por 50% de brita (NBR 12053, 1992, p.1).
Devido aos resultados de ensaios anteriores, não foi realizado o ensaio 10/90 (brita1, solo)
devido ao fato de que o solo a princípio apresentou resistência muito baixa, e
acrescentando uma porcentagem mínima o solo não iria apresentar muita diferença em
resistência do que já se encontrava.
Portanto, foi iniciado com porcentagens de 20/80 conforme Tabela 09,
porcentagens de 30/70 conforme Tabela 10, e porcentagens de 40/60 conforme Tabela 11.

Tabela 09: Índice de Suporte Califórnia com substituição 20/80


Penetração Pressão Pressão ISC (%)
(mm) Inicial corrigida
(MPa) ( MPa)
2,54 13,7 24,80 35,30
5,08 32,43 42,50 40,30
Fonte: Próprio autor.

Tabela 10: Índice de Suporte Califórnia com substituição 30/70


Penetração Pressão Pressão ISC (%)
(mm) Inicial corrigida
(MPa) ( MPa)
2,54 26,94 38 54
5,08 52,01 53,50 51
Fonte: Próprio autor.

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Tabela 11: Índice de Suporte Califórnia com substituição 40/60
Penetração Pressão Pressão ISC (%)
(mm) Inicial corrigida
(MPa) ( MPa)
2,54 30,44 38 54
5,08 45,39 49 46
Fonte: Próprio autor.

Levando em consideração os valores obtidos nos CBR com substituição 30/70


(30% brita1, e 70% solo) e 40/60 ( 40% brita1, e 60% solo), a substituição de 50/50 ( 50%
brita1, e 50% solo) não foi realizado devido ao fato de que em ambos o ISC deu resistência
máxima de 54% no primeiro ponto, no segundo ponto ambos apresentaram queda de
resistência.

5. Discussões
Antes dos resultados dos ensaios de laboratórios, imaginava-se que devido a coleta
da amostra ser em uma jazida localizada próxima ao Ribeirão Baguaçu, encontraria-se um
solo com características argilosas. Mas o ensaio de peneiramento demonstrou-se ao
contrário, pois o solo passante na peneira 200 foi abaixo do esperado para ser caracterizado
como uma argila.
Já nos resultados dos ensaios de compactação de solo e umidade ótima, o resultado
de 12% de água para umidade ótima e massa especifica seca de 2,05 g/cm³ foi positivo,
onde o solo utilizado estava totalmente seco, tirando qualquer outra umidade que poderia
apresentar em campo devido a umidade do local e clima da região.
Os ensaios de CBR e CBR com substituição foram satisfatórios. Em princípio, o
solo sem substituição foi obtido com resultados abaixo de 20%, sendo possível assim o
planejamento de reforço do mesmo com a brita1. Já com a substituição, sendo que os
ensaios de 10/90 (10% de brita e 90% de solo) e 50/50 (50 % de brita e 50 % de solo)
foram desconsiderados devidos aos resultados anteriores, obtiveram-se índices de
resistência que o solo obteria para uma percentagem de CBR no máximo de 54%,
demonstrado no Gráfico 03, levando em consideração que o solo seria para usos de sub-

17
base de pavimentação, o que não era esperado, pois no primeiro momento, imaginava-se o
solo como a base para a pavimentação.

Gráfico 03 – Gráfico de CBR x Porcentagem (%)


Fonte: Próprio autor

6. Conclusão

Com os resultados dos ensaios em mãos, foi concluído que para que o solo seja
aproveitado em uma das camadas de pavimentação, é necessário, conforme o gráfico 03,
uma substituição de 33% de solo por brita1, para obter parâmetros de resistência máximos,
e consequentemente ser considerado como uma sub-base para a pavimentação asfáltica,
seguida de uma base e um revestimento asfáltico.

7. Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12053: Solo brita: determinação de


dosagem. Rio de Janeiro,1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6459 – Solos - Determinação do limite de


liquidez. Rio de Janeiro, 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6502: Rochas e solos. Rio de Janeiro,
1995.

18
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7180 – Solo – Determinação do limite de
plasticidade. Rio de janeiro, 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7181 – Solo – Análise granulométrica,


Rio de Janeiro, 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7182: Solo – Ensaio de compactação. Rio
de Janeiro, 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9895: Solos – Índice de Suporte


Califórnia. Brasília, 2016.

CHIOSSI, Nivaldo. Geologia aplicada a engenharia. São Paulo, 2013.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA E TRANSPORTE. Manual de Técnicas de


Pavimentação. Paraná, 2006.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA E TRANSPORTE 141/2010 - Pavimentação


estabilizada granulometricamente – Especificação de serviço. Rio de Janeiro, 2010.

DICIONÁRIO da engenharia civil. Disponível em: < https://www.engenhariacivil.com/dicionario/>. Acesso


em 12 de novembro de 2018.

GOOGLE MAPS. Disponível em < https://www.google.com.br/maps/place/R.+Paulo+Armando+-


+Jardim+Paulista,+Ara%C3%A7atuba+-+SP,+16013-245/@-21.2130337,-
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