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Edgar Odebrecht
Universidade do Estado de Santa Catarina, Joinville, Brasil, edgar@geoforma.com.br
tales) para acompanhar os deslocamentos do (MASSAD, 1993 apud PEREIRA, 2016). Por
topo da estaca e do sistema de carga. isso, os resultados deste segundo ciclo devem
O procedimento de carregamento inicial, na ser interpretados com maior atenção.
forma lenta, foi interrompido aos 6883 kN, O módulo de elasticidade do concreto
devido a problemas técnicos. Realizou-se então armado no instante da prova de carga foi
um processo de descarga, procedido de uma estimado em 37GPa.
recarga na forma mista, sendo do tipo rápida até Maiores explicações sobre os métodos
alcançar as cargas próximas às previamente executivos, instrumentação e recalque podem
encontradas. ser observadas nos trabalhos de Brochero
O carregamento do segundo ciclo se dá por (2014), Nienov (2016) e Pereira (2016).
encerrado ao se perceber um deslocamento de
35,8 mm imediatamente após a inserção de
carga (8520 kN), acrescidos de 6,5mm ao longo
do tempo de análise.
Os resultados de deslocamento em função da
carga aplicada no topo da fundação são
mostrados na Figura 2, divididos entre cada
ciclo: PCE1 em preto e PCE2 em laranja.
Figura 3– Fotografias detalhando o sistema de prova de
carga ensaiado, própria autora (2015).
3 ESTIMATIVA DA CAPACIDADE DE
CARGA POR MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS
5 COMPARAÇÃO ENTRE OS
MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS E A
CAPACIDADE DE CARGA REAL PARA A
ESTACA ET4
Figura 5. Comparação entre as estimativas e a
capacidades de carga total real para ET4 com ponta
A Figura 5 compara as cargas totais obtidas de assentada aos 24 metros.
forma semi-empírica com aquelas levantadas
em campo a partir de uma prova de carga
estática, ao longo da profundidade da estaca
ET4, com ponta aos 24 metros.
Ao comparar as capacidades de carga semi-
empíricas e real, percebe-se uma tendência
conservadora dos métodos para a capacidade de
carga total, sendo que apenas dois superaram,
em pequena proporção, a capacidade real total
considerada para a estaca ET4: métodos 8
(Europeu de Projeto, de De Ruiter e Beringen,
1979) e 9 (LCPC, de Bustamante e Gianeselli, Figura 6. Desvios dos métodos semi-empíricos de
1982). capacidade de carga comparados à capacidade real da
Para a comparação entre os métodos e a Estaca ET4.
capacidade real da estaca ET4, também é
possível relacionar os desvios relativos obtidos, Como médias dos desvios para a capacidade
levando em consideração que a carga de ruptura de carga total última da estaca ET4, três dos
foi determinada conforme recomenda a NBR métodos apresentaram desvios inferiores à 20%,
6122 (ABNT, 2010), o que pode trazer maiores cinco entre 20% e 40% e os três restantes entre
distorções quando os métodos se baseiam em a faixa de 40% e 60%.
outros critérios. O método que mais se aproximou do valor
Os desvios para a estaca ET4 são de capacidade de carga última da estaca real
demonstrados na Figura 6, e confirmam a fora o método 9, LCPC (BUSTAMANTE;
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018
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