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XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica

Geotecnia e Desenvolvimento Urbano


COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

Capacidade de Carga de Estaca Escavada com Uso de Polímero


em Solo Arenoso
Bruna Spricigo
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, spricigobruna@gmail.com

Edgar Odebrecht
Universidade do Estado de Santa Catarina, Joinville, Brasil, edgar@geoforma.com.br

RESUMO: Para um dimensionamento de fundações seguro e otimizado é de fundamental


importância utilizarem-se valores de capacidade de carga coerentes. Entretanto, e principalmente
para o caso de estacas de grande diâmetro escavadas com uso de polímero em solos arenosos, há
uma escassez de dados de campo representativos e de metodologias criadas especificadamente para
a estimativa de carga a essas condições. Este artigo teve como objetivo, portanto, melhor
compreender e comparar resultados reais de capacidade de carga de fundações com os previstos
pelos principais métodos semi-empíricos. Para isso, foram consideradas as investigações
geotécnicas SPT e CPTu e os ensaios de carga axial estática realizados junto ao Campo
Experimental de Araquari, SC, para uma estaca instrumentada escavada com uso de polímero, com
24,10 metros de profundidade e diâmetro igual a 1,00 metro. O esforço último suportado pela
interação solo-estaca foi determinado em 6940 kN, tendo como base o critério da NBR 6122
(ABNT, 2010) para uma ruptura convencional. O uso de instrumentações como tell-tales,
transdutores elétricos lineares e extensômetros permitiu o acompanhamento contínuo dos
deslocamentos observados no topo e ao longo da fundação. Assim, considerando-se ainda o módulo
de elasticidade da estaca, tornou-se possível a divisão da parcela de resistência entre a ponta e o
fuste. Desta forma, verificou-se que dos 6940 kN, 5968 kN foram resistidos pelo atrito lateral e 972
kN foram suportados pela base inferior da estaca. Esses valores foram comparados com os
resultados provenientes dos modelos semi-empíricos de capacidade de carga Aoki e Velloso (1975),
Décourt e Quaresma (1982) e UFRGS (LOBO et al., 2009), embasados em sondagens SPT, e dos
métodos LCPC (BUSTAMANTE; GIANESELLI, 1982), Europeu de Projeto (DE RUITER;
BERINGEN, 1979) e Eslami e Fellenius (1997), fundamentados pelas investigações do tipo
CPT/CPTu, bem como suas posteriores adaptações, totalizando onze estimativas de capacidade de
carga. Dentre essas previsões, perceberam-se resultados mais conservadores naquelas embasadas em
ensaios SPT, e uma disparidade entre as porcentagens das parcelas de ponta e atrito lateral.
Comparando os valores estimados com os observados in situ, constatou-se uma supervalorização da
capacidade de carga de ponta e uma subestimativa da parcela de atrito lateral. Os métodos que mais
se aproximaram do valor real de capacidade de carga total (Métodos LCPC e Europeu de Projeto)
foram os mesmos que superestimaram a parcela de ponta em mais de 150%, enquanto subestimaram
a parcela de atrito lateral entre 20% e 55%. Os métodos com menores desvios da capacidade de
ponta foram os adaptados por Fellenius (2016) e Décourt e Quaresma (1986), os quais reduziram os
coeficientes dos respectivos métodos originais para estacas de grande diâmetro e com uso de fluido
estabilizante, respectivamente. Compreende-se assim a importância de provas de carga de qualidade
e novos estudos relacionados à capacidade de carga de estacas de grande diâmetro escavadas com
polímero e situadas em solos arenosos, possibilitando projetos de fundações mais viáveis e realistas.

PALAVRAS-CHAVE: Capacidade de Carga, Estacas Escavadas, Estaca Instrumentada, Solo


Arenoso.
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
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1 INTRODUÇÃO (Universidade de Napoli, Itália), e diversas


empresas de iniciativa privada, como a
Apesar de pesquisas recentes relacionadas a Petrobrás e a Brasfond. O projeto conta ainda
fundações profundas recomendarem um maior com o apoio da International Society of Soil
embasamento teórico que simule o projeto Mechanics and Geotechnical Engineering
geotécnico, ainda são raras as previsões (ISSMGE) e da própria Associação Brasileira
realizadas, especialmente se tratando de solos de Mecânica dos Solos (ABMS).
arenosos (ARAQUARI EXPERIMENTAL O referido campo está localizado na cidade
TESTING SITE, 2015). de Araquari, maior produtora de areia da região
Além disso, a interação entre o solo não- sul do país e situada a quarenta quilômetros de
coesivo e a estaca, muitas vezes, não se Joinville, no estado de Santa Catarina.
comporta da maneira esperada pelo
dimensionamento prévio, faltando estudos que
forneçam maior suporte às etapas de projeto e
execução em perfis granulares (BROCHERO,
2014).
Segundo Loria et al. (2015), ensaios de
campo e experimentos para modelar e
caracterizar a interface real entre solo e estaca
são fundamentais para a prática da engenharia,
uma vez que o projeto de fundações depende
Figura 1. Localização do Campo Experimental de
diretamente da interação solo-estrutura (PINTO,
Araquari, Araquari Experimental Testing Site.
1998). Além disso, inexistem formulações
empíricas para um solo e uma fundação com as A criação do Campo Experimental se deu a
mesmas propriedades e características partir da necessidade de melhor estudar e
encontradas in loco ao longo de toda a compreender o comportamento de perfis
profundidade e área. arenosos quando em interação com estacas de
Desta forma, este artigo buscou comparar os grandes diâmetros, além da verificação dos
métodos semi-empíricos e um ensaio realizado métodos práticos utilizados no cálculo para
junto ao Campo Experimental de Araquari, SC, essas fundações (ABMS, 2015).
para uma estaca escavada com uso de polímero Para isso, foram executadas seis estacas com
em depósitos de areia, a fim de verificar os diferentes diâmetros (de 70 a 100 centímetros),
métodos existentes e melhor compreender a comprimentos (de 15 a 24 metros) e com uso de
interação entre o solo arenoso e esse tipo de diversas tecnologias (lama bentonítica, lama
fundação. polimérica, concreto e uso de estacas escavadas
ou hélice contínua). Todas as estacas foram
totalmente instrumentadas ao longo da sua
2 ESTUDO DE CASO extensão, com o uso de transdutores de
deslocamento (sister bar) além de serem
2.1 Campo Experimental de Araquari previstos ensaios de integridade por meio de
dois métodos não destrutivos. Foram ainda
O Campo Experimental de Araquari é uma realizadas investigações geotécnicas do tipo
parceria entre universidades brasileiras penetração estática com medidas de poropressão
(Universidade Federal do Rio Grande do Sul – (CPTu), de penetração dinâmica (SPT) e
UFGRS, Universidade do Estado de Santa ensaios dilatométricos sísmicos (SDMT) em
Catarina – UDESC, e Universidade Federal do todo o espaço destinado às estacas.
Paraná – UFPR), universidades estrangeiras Os resultados das investigações geotécnicas,
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ensaios de integridade e maiores informações 2.3 Investigação Geotécnica para a Estaca


podem ser vistos junto ao website: Araquari ET4
Experimental Testing Site.
O Campo Experimental de Araquari é hoje Foram consideradas as sondagens CPTu-F04 e
considerado o maior campo experimental do SPT-02 para os cálculos semi-empíricos
mundo destinado ao estudo de fundações em relacionados à estaca ET4, escolhidas devido à
solos arenosos (ABMS, 2015), e o primeiro proximidade com a mesma.
assentado sobre solo não-coesivo no país O tipo de solo de cada camada foi verificado
(BROCHERO, 2014). a partir da amostragem e especificações dos
ensaios de penetração, sendo
2.2 Execução e Instrumentação da Estaca predominantemente arenoso e medianamente
ET4 compacto. O nível freático está a cerca de dois
metros abaixo da superfície.
A estaca utilizada para o estudo fora a estaca Os primeiros três metros são constituídos de
ET4, escavada com uso de polímero como material arenoso e fofo a medianamente
fluido estabilizante, com 24,10 metros de compacto. Dos três aos dez metros, o estrato é
comprimento e cerca de um metro de diâmetro. formado por areia de grande compacidade,
A estaca ET4 foi executada conforme quando perde sua resistência ao apresentar
procedimentos normatizados pela NBR 6122 maior porcentagem de materiais argilo-siltosos,
(ABNT, 2010), com uso de camisa metálica nos que seguem até os vinte e um metros. Aos vinte
primeiros três metros de comprimento. e dois metros de profundidade, o solo volta a ser
Seu dimensionamento previu concreto com predominantemente granular e denso e,
resistência característica de 20MPa, armadura consequentemente, torna-se mais resistente.
longitudinal em 10 barras de ϕ32mm com
23,7m de comprimento e armadura transversal 2.4 Prova de Carga Estática
com estribos de ϕ8mm a cada 20cm.
Foi executado sobre a estaca um bloco de A prova de carga executada na estaca ET-4
1,20 x 1,20 metros e com fck de 40MPa, para obedeceu aos pressupostos contidos nas normas
melhor acomodar o sistema das provas de carga. NBR 12131 (ABNT, 2006), Eurocode 7-1
Para prevenir falhas, também foram (BSI,1997), e D1143 (ASTM, 2007).
realizados ensaios de controle de qualidade do Para dar suporte ao referente ensaio, foi
concreto, como o slump test e o rompimento de utilizado um sistema de reação composto de
amostragens aos 7, 14 e 28 dias, além de um par uma viga de reação principal, duas vigas de
na mesma data da realização da prova de carga. referência secundárias e quatro estacas de
Para acompanhar o comportamento da ET4 reação do tipo hélice-contínua. As extremidades
durante a prova de carga, foram utilizados das vigas secundárias foram fixadas nas estacas
acoplados à armadura transdutores de de reação, estacas essas com 0,80 metro de
deformação de corda vibrante, conjunto diâmetro e 24,00 metros de profundidade.
denominado de sister bar. Além do topo da A carga foi aplicada com o auxílio de
estaca, foram instrumentados oito níveis, cada cilindros hidráulicos, centralizados e acionados
um com dois a quatro sensores instalados em por uma unidade hidráulica automatizada. Desta
lados diametralmente opostos. forma, permitia-se o controle e constância da
O conjunto de sister bar permitiu medir em aplicação da força e a sua manutenção durante
tempo real as deformações do concreto e, com todo o processo. O valor da carga aplicada pôde
isso, a distribuição das forças no fuste da estaca ser obtido a partir do uso de uma célula de carga
durante a prova de carga. acoplada a um sistema de aquisição de dados.
Utilizaram-se também extensômetros (tell-
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tales) para acompanhar os deslocamentos do (MASSAD, 1993 apud PEREIRA, 2016). Por
topo da estaca e do sistema de carga. isso, os resultados deste segundo ciclo devem
O procedimento de carregamento inicial, na ser interpretados com maior atenção.
forma lenta, foi interrompido aos 6883 kN, O módulo de elasticidade do concreto
devido a problemas técnicos. Realizou-se então armado no instante da prova de carga foi
um processo de descarga, procedido de uma estimado em 37GPa.
recarga na forma mista, sendo do tipo rápida até Maiores explicações sobre os métodos
alcançar as cargas próximas às previamente executivos, instrumentação e recalque podem
encontradas. ser observadas nos trabalhos de Brochero
O carregamento do segundo ciclo se dá por (2014), Nienov (2016) e Pereira (2016).
encerrado ao se perceber um deslocamento de
35,8 mm imediatamente após a inserção de
carga (8520 kN), acrescidos de 6,5mm ao longo
do tempo de análise.
Os resultados de deslocamento em função da
carga aplicada no topo da fundação são
mostrados na Figura 2, divididos entre cada
ciclo: PCE1 em preto e PCE2 em laranja.
Figura 3– Fotografias detalhando o sistema de prova de
carga ensaiado, própria autora (2015).

3 ESTIMATIVA DA CAPACIDADE DE
CARGA POR MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS

De acordo com Babanov e Shashkin (2012), a


capacidade de carga de uma estaca é
diretamente dependente da resistência do solo
sob a sua extremidade inferior e da resistência à
tensão e cisalhamento do solo ao longo da sua
superfície lateral.
Diversos métodos foram criados a fim de
prever o comportamento do conjunto solo-
estaca em campo e facilitar e acurar o
Figura 2. Curva carga x recalque do topo da estaca ET4 a
partir dos resultados da prova de carga estática. dimensionamento das fundações, relacionando
diretamente parâmetros colhidos in loco com a
Os deslocamentos para cada incremento capacidade de carregamento das estacas
foram considerados como as médias da variação (SCHNAID; ODEBRECHT, 2012).
de leitura dos 04 extensômetros utilizados no Todos os métodos consideram a capacidade
ensaio em função da leitura inicial de cada um. de carga final de uma estaca (Qu) como a soma
Cabe frisar que, por ser uma estaca escavada, das cargas máximas suportadas pelo atrito
o primeiro ciclo (normalmente adensado) não lateral (Ql), acrescidas de sua parcela de ponta
apresenta valores residuais. Entretanto, com o (Qp). Essa relação fundamental é explicitada
descarregamento e posterior recarregamento, o pela Equação 1 (DÉCOURT, 1998), na qual Al
segundo ciclo deve apontar significativas e Ap representam as áreas da seção lateral e
porcentagens de valor residual, subestimando a transversal e ql e qp as tensões limites normais
carga de ponta e superestimando o atrito lateral ao fuste e à base inferior da estaca,
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respectivamente. Diferentemente do que consideravam Aoki e


Velloso (1975), Laprovitera e Benegas (1993
Qu = Ql + Qp = ql*Al + qp*Ap (1) apud VELLOSO; LOPES, 2011) passaram a
relacionar a zona de influência da capacidade de
Dentre os métodos semi-empíricos de ponta ao diâmetro da estaca, assim como
capacidade de carga existentes na literatura, seis seguiram os trabalhos de Monteiro (1997 apud
foram escolhidos para este trabalho, por serem VELLOSO; LOPES, 2011), Lobo et al. (2009) e
considerados relevantes e conceituados no meio todos aqueles fundamentados por ensaios
geotécnico. A partir desses, foram realizadas CPT/CPTu.
comparações entre os próprios métodos e com o As adaptações de Monteiro (1997 apud
ensaio executado em Araquari na estaca ET4. VELLOSO; LOPES, 2011) e Décourt e
Como métodos de capacidade de carga Quaresma (1986 apud VELLOSO; LOPES,
embasados em ensaios SPT, foram utilizados: 2011) incluíram variáveis específicas ao uso de
lama bentonítica para estacas escavadas,
o Aoki e Velloso (1975) [1], incluindo as diferenciando-as daquelas sem uso de fluido
adaptações de Velloso, Aoki e Salamoni estabilizante.
(1978 apud VELLOSO; LOPES, 2011) [2], O método de De Ruiter e Beringen (Método
Laprovitera (1988 apud VELLOSO; Europeu de Projeto, 1979) foi criado com base
LOPES, 2011) e Benegas (1993 apud em estruturas offshore, enquanto o de
VELLOSO; LOPES, 2011) [3] e Monteiro Bustamante e Gianeselli (LCPC, 1982) utilizou
(1997 apud VELLOSO; LOPES, 2011) [4]; estacas predominantemente escavadas, com e
o Décourt e Quaresma (1982) [5] e Décourt e sem uso de fluido estabilizante.
Quaresma modificado (1986 apud O método de Eslami e Fellenius (1997) (10,
VELLOSO; LOPES, 2011) [6]; 11) foi o único escolhido que utiliza dados de
o Método UFRGS (LOBO et al., 2009) [7]. poropressão junto ao ensaio de cone (CPTu), e
suas adaptações por Fellenius (2016) deram
Diferentemente das outras metodologias, as
maior importância à influência do diâmetro para
quais utilizam de meios estatísticos, estáticos e
os resultados de capacidade de carga.
empíricos, o método UFRGS (LOBO et al.,
É importante frisar que nenhum dos métodos
2009) foi fundamentado em conceitos da
semi-empíricos escolhidos para este estudo
dinâmica e no princípio de conservação de
fizeram uso de resultados provenientes de
energia relacionado à cravação do amostrador
estacas escavadas com fluido polimérico.
durante o ensaio SPT.
Considerando como base os ensaios
3.1 Fatores e Pontos Considerados
CPT/CPTu, por sua vez, foram estimadas as
capacidades de carga por meio dos métodos:
Para os cálculos semi-empíricos adotados neste
o De Ruiter e Beringen (1979) [8]; trabalho, foram considerados os seguintes
o Bustamante e Gianeselli (1982) [9] e fatores:
o Eslami e Fellenius (1997) [10], - a estaca é do tipo escavada e de grande
considerando também as modificações de diâmetro. Quando especificado, considerada
Fellenius (2016) [11]. revestida com lama;
- o diâmetro considerado foi de um metro;
As modificações realizadas nos métodos - a ponta está situada sobre solo arenoso com
foram consideradas relevantes ao estudo por pedregulhos, medianamente compacto, aos
buscarem variáveis e zonas de influência mais 24,00 metros de profundidade e com
precisas e sensíveis aos diâmetros da estaca e NSPT=13, qt=7,29 MPa, u2=0,24 MPa e
aos diversos tipos de fundações. fs=27,4 kPa;
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- para o cálculo da resistência de ponta, é A partir da Tabela 1, verifica-se que os


considerado o valor NSPT ou qt médio da métodos semi-empíricos com base nas
zona de influência respectiva a cada sondagens de penetração dinâmica (SPT)
método, a qual varia entre ±1 metro, ±1D, estimam valores mais conservadores do que
+8D à -4D, entre outros; aqueles embasados em ensaios de piezocone
- os valores máximos e mínimos aceitos por (CPTu). Com exceção dos resultados obtidos
cada método também foram levados em com as adaptações de Fellenius (2016) (11) ao
consideração; método de Eslami e Fellenius (1997) (10), todos
- para o cálculo da resistência de ponta em os métodos calculados a partir da investigação
camadas arenosas pelo Método Europeu por CPTu superaram as estimativas encontradas
(DE RUITER; BERINGEN, 1979), solos por aqueles fundamentados pela sondagem SPT.
coesivos e intermediários foram tratados
como solos granulares ao longo das zonas Tabela 1. Resultados de capacidade de carga por métodos
de influência propostas por Schmertmann semi-empíricos para uma estaca escavada de 24 metros.
Método / Cap. de Cap. de Capacidade
(1978), a fim de simplificar o método. Investigação Carga Carga da de Carga
Trechos de resistência díspares foram Geotécnica Lateral, Ql Ponta, Qp Total, Qt
desconsiderados para o cálculo de Qp; base [kN] [kN] [kN]
- o atrito lateral é contabilizado até a [1] SPT 2173 3054 5227
profundidade final da estaca (24,00 metros); [2] SPT 1863 2618 4481
- admitiram-se recalques superiores à um [3] SPT 1898 1222 3120
[4] SPT 3055 1445 4501
centímetro, a fim de contabilizar a parcela
[5] SPT 2436 1833 4269
da capacidade de ponta na carga última total [6] SPT 2436 903 3340
em todos os métodos; [7] SPT 1785 1871 3656
- para os métodos embasados nos resultados [8] CPTu 4564 2609 7173
de CPTu, os cálculos consideraram todos os [9] CPTu 2826 4407 7234
dados levantados em campo, obtidos a cada [10] CPTu 3010 2955 5964
0,02 metros de profundidade, garantindo-se [11] CPTu 3295 985 4280
maior fiabilidade aos resultados;
- todas as resistências de ponta do ensaio de O Método 8 (Europeu de Projeto) foi o que
piezocone foram corrigidas em função da alcançou a maior capacidade de carga total, com
poropressão, utilizando-se o coeficiente de 7234 kN, enquanto o método 3, proposto por
correlação fornecido pela Fugro (2015), de Aoki e Velloso e modificado por Laprovitera
α = 0,75, e a Equação 2 abaixo: (1988) fora o mais conservador, com 3120 kN
de capacidade de carga total. O último valor
qt = qcpiezocone+ u2 piezocone *(1-α) ≈ qccone (2) contrasta com o método 1, original de Aoki e
Velloso (1975), que aparece com uma das
3.2 Resultados obtidos maiores capacidades de carga total dentre as
analisadas e fundamentadas no ensaio SPT.
A partir das considerações feitas no item Com os valores máximos para cada parcela,
anterior e das especificações dos respectivos apresentam-se os métodos 8 (Europeu de
autores, foram escolhidos e calculados os Projeto), com 4407 kN para a capacidade de
coeficientes e variáveis de cada método. ponta, e o Método 9 (LCPC), com 4564 kN
Os resultados obtidos para a parcela de atrito para a capacidade de atrito ao longo do fuste.
lateral e de ponta, bem como a capacidade de As variações entre os valores máximos e
carga total, considerando a ponta da estaca aos mínimos chegam a 2678 kN para o atrito lateral,
24 metros de profundidade, podem ser 3504 kN para a capacidade de ponta e 4114kN
visualizados na Tabela 1. para a capacidade de carga total.
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4 CAPACIDADE DE CARGA POR metros, foi possível verificar as parcelas de


EXTRAPOLAÇÃO DA CURVA CARGA x capacidade de ponta e fuste para a carga última,
RECALQUE a partir dos dados provenientes do sistema de
instrumentação.
4.1 Definição da carga de ruptura

Em grande parte das provas de carga a definição


da carga de ruptura é imprecisa, pois o
carregamento não define uma ruptura nítida,
mesmo em grandes deformações. Nesses casos,
são adotados critérios de ruptura que limitam
uma deformação pré-definida. O código
britânico, por exemplo, recomenda que a
ruptura seja associada a uma deformação
correspondente a 10% do diâmetro da estaca
(BSI, 2015), enquanto a norma brasileira NBR
6122 (ABNT, 2010) associa a carga de ruptura a
uma deformação no topo da estaca de 3,33% do
seu diâmetro somados à parcela de
encurtamento elástico provocado pela carga.
A concepção de carga de ruptura a se Figura 4. Determinação da carga de ruptura convencional
considerar para a análise de capacidade de carga para a estaca ET4 a partir do critério da NBR 6122
(ABNT, 2010).
real de uma estaca influenciará nos cálculos de
previsão e nos resultados de projetos. Cada
4.2 Parcelas da capacidade de carga total real
método de capacidade de carga semi-empírico
para a estaca ET4
também faz uso de um critério para determinar
a ruptura dos casos utilizados como
Para estabelecer a transferência de carga no
embasamento e, muitas vezes, essas
instante da ruptura foi necessário interpolar os
considerações não são apresentadas em
valores encontrados para as leituras
conjunto com o método proposto.
equivalentes aos incrementos de 6416 kN e
Dessa forma, a comparação da carga real
6990 kN, da segunda fase da prova de carga
para com as estimativas de cada método será
(PCE2), uma vez que não havia dados
influenciada pela definição de um critério de
provenientes da instrumentação para uma carga
ruptura para a estaca estudada, assim como pelo
no topo da estaca de 6940 kN.
critério adotado por cada autor. Os desvios
Considerando como resultados de resistência
gerados devem então ser analisados com
para cada nível a média dentre os valores
cautela.
máximos obtidos em cada leitura, e descartando
Ao levar em consideração o critério definido
resultados incompatíveis, foram definidos os
pela NBR 6122 (ABNT, 2010) e o primeiro
valores de capacidade ao longo do fuste no
ciclo de carregamento (PCE1), a carga de
instante de atuação destas cargas no topo. A
ruptura encontrada para a prova de carga axial
capacidade de carga para o nível da ponta foi
estática realizada na estaca ET4 foi estabelecida
alcançada ponderando as diferenças de
em 6940 kN, conforme mostra a Figura 4. A
profundidade e resistência dos dois últimos
extrapolação teve linha de tendência da forma
níveis medidos.
polinomial de ordem 4, com R²=0,9989.
Desta forma, a capacidade real alcançada
Estabelecida a carga de ruptura real para a
pela estaca ET4 foi de 5968 kN para a parcela
estaca ET4 com ponta assentada em 24,00
de atrito lateral e 972 kN para a parcela de
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ponta, totalizando 6940 kN. Como porcentagens tendência de superestimar a capacidade de


do carregamento último total, a parcela lateral ponta e subestimar as capacidades de atrito
assume 86,0%, enquanto a ponta, 14,0%. lateral e total de uma estaca de grande diâmetro
A distribuição de carga real para ET4 é escavada com uso de polímeros.
demonstrada na Figura 5, juntamente com os
métodos estimados. Nessa, percebe-se um
comportamento gradual da distribuição de carga
ao longo da profundidade de um solo
predominantemente arenoso, o que, deve-se
ressaltar, foi ajustado em função dos diâmetros
para os primeiros níveis.
A curva de capacidade de carga muda sua
inclinação aos 11 metros, mesma profundidade
onde se verifica uma alteração do tipo do solo,
quando se alcança uma camada de menor
resistência.

5 COMPARAÇÃO ENTRE OS
MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS E A
CAPACIDADE DE CARGA REAL PARA A
ESTACA ET4
Figura 5. Comparação entre as estimativas e a
capacidades de carga total real para ET4 com ponta
A Figura 5 compara as cargas totais obtidas de assentada aos 24 metros.
forma semi-empírica com aquelas levantadas
em campo a partir de uma prova de carga
estática, ao longo da profundidade da estaca
ET4, com ponta aos 24 metros.
Ao comparar as capacidades de carga semi-
empíricas e real, percebe-se uma tendência
conservadora dos métodos para a capacidade de
carga total, sendo que apenas dois superaram,
em pequena proporção, a capacidade real total
considerada para a estaca ET4: métodos 8
(Europeu de Projeto, de De Ruiter e Beringen,
1979) e 9 (LCPC, de Bustamante e Gianeselli, Figura 6. Desvios dos métodos semi-empíricos de
1982). capacidade de carga comparados à capacidade real da
Para a comparação entre os métodos e a Estaca ET4.
capacidade real da estaca ET4, também é
possível relacionar os desvios relativos obtidos, Como médias dos desvios para a capacidade
levando em consideração que a carga de ruptura de carga total última da estaca ET4, três dos
foi determinada conforme recomenda a NBR métodos apresentaram desvios inferiores à 20%,
6122 (ABNT, 2010), o que pode trazer maiores cinco entre 20% e 40% e os três restantes entre
distorções quando os métodos se baseiam em a faixa de 40% e 60%.
outros critérios. O método que mais se aproximou do valor
Os desvios para a estaca ET4 são de capacidade de carga última da estaca real
demonstrados na Figura 6, e confirmam a fora o método 9, LCPC (BUSTAMANTE;
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GIANESELLI, 1982), com um desvio de apenas 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS


3,4%. Porém, torna-se considerável a
disparidade entre as parcelas de ponta, A previsão da capacidade de carga é fator
superestimada pelo método em mais de 168%, e fundamental para um projeto de fundações
de atrito lateral, subestimada em 23,5%. economicamente viável e de qualidade, e sua
Essa característica se repete na maioria dos estimativa exige uma série de análises,
casos, tornando a soma um valor mais razoável suposições e considerações.
e próximo à capacidade real do que ao analisar A partir das previsões, ensaios e
as parcelas independentes. comparações explanados neste estudo, foi
Nenhum dos métodos estimou uma possível confirmar a tendência dos métodos
capacidade de carga em função do atrito lateral semi-empíricos em subestimar as capacidades
maior do que a real, sendo o valor mais de carga de estacas de grande diâmetro
próximo aquele encontrado por Bustamante e escavadas com uso de polímeros em solos
Gianeselli (Método 9, 1982). Os demais arenosos, assim como a necessidade de maiores
métodos subestimaram a parcela nas faixas estudos voltados para essa natureza de solo e
entre 40 e 70%, sendo quatro os métodos com tipo de fluido estabilizante.
desvios superiores à 60%. Em média, os métodos previram capacidades
É possível verificar também que o valor de de carga totais entre 3% e 55% do valor
capacidade de ponta que mais se aproximou da considerado como real, ao mesmo tempo em
carga real foi encontrado a partir do método 11, que superestimaram a parcela de ponta e
de Eslami e Fellenius (1997) modificado por subestimaram o atrito lateral.
Fellenius (2016), com um desvio de 1,3% acima Os resultados obtidos a partir dos métodos
do valor real. embasados em ensaios CPT/CPTu foram os que
Esse resultado comprova então a importância mais próximos chegaram da capacidade de
de se estabelecerem coeficientes de capacidade carga total real, verificando que aqueles com
de ponta diferenciados para grandes e pequenos base em ensaios de penetração dinâmica tendem
diâmetros. No caso do método 11, o coeficiente a ser mais conservadores.
considerado fora 1/3 daquele utilizado no caso Nenhum dos métodos pode ser escolhido
de diâmetros menores (e no método 10). como o ideal, uma vez que não houve um no
Similarmente, as modificações propostas no qual todas as parcelas tenham se aproximado
método 6, de Décourt e Quaresma (1986 apud consideravelmente dos valores de capacidade de
VELLOSO; LOPES, 2011), que consideraram carga reais da estaca ET4. Esse resultado
valores menores de coeficientes de capacidade fortalece a necessidade de se realizarem provas
de ponta para estacas escavadas com uso de de carga para melhor projetar as fundações,
fluido estabilizante, aproximaram o método da sendo este o meio mais provável de entender o
parcela de capacidade de ponta real quando comportamento real da estaca no respectivo
comparado ao método 5, sugerido pelos solo.
mesmos autores em 1982 e o qual superestimou Os resultados também podem representar
a parcela em 88,5%. uma maior resistência de estacas escavadas com
Percebe-se ainda que os três menores desvios uso de polímero quando comparadas a outras
de capacidade de carga total foram obtidos a formas de suporte de suas paredes, uma vez que
partir de métodos CPT/CPTu, enquanto os três nenhum dos métodos considerados mencionou
maiores foram encontrados com base em este tipo de fluido estabilizante em seus fatores
modelos que utilizam valores das sondagens de cálculo. Porém, para uma confirmação dessa
SPT. previsão, seriam necessárias comparações entre
estacas cujas paredes fossem sustentadas por
diversos meios de suporte e localizadas em um
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

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