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1- Você foi contratado para desenvolver um projeto de fundações de

uma edificação de uma universidade localizada na cidade de


Bagé/RS. Quais as informações que você precisa saber para
começar seus estudos e o desenvolvimento do projeto?

Objetivos do programa de investigação geotécnica

a) Determinação da extensão, profundidade e espessura das camadas do subsolo até uma


determinada profundidade.

Descrição do solo de cada camada, compacidade ou consistência, cor e outras características


perceptíveis;

b) Determinação da profundidade do nível do lençol freático, lençóis artesianos ou suspensos;

c) Informações sobre a profundidade da superfície rochosa e sua classificação, estado de


alteração e variações;

d) Dados sobre propriedades mecânicas e hidráulicas dos solos ou rochas →


compressibilidade, resistência ao cisalhamento e permeabilidade.

2. Se a escolha do programa de sondagens contemplar apenas a


utilização de ensaios SPT, faça um croqui de localização das sondagens.
O terreno tem 60 x 80 m e a edificação localizada no centro do terreno
possui 40 x 50 m.

3. Explique detalhadamente como é realizado o ensaio SPT.

O ensaio de SPT é constitui-se em uma medida de resistência dinâmica conjugada a


uma sondagem de simples reconhecimento. A perfuração é realizada por tradagem e
circulação de água utilizando-se um trípano de lavagem com ferramenta de escavação.
Amostras representativas do solo, são coletadas a cada metro de profundidade por
meio de um amostrador-padão, de diâmetro externa de 50mm.O procedimento de
ensaio consiste na cravação teste amostrados no fundo de uma escavação (revestida
ou não), usando um peso de 65kg, caindo de uma altura de 750mm(75cm).O valor
Nspt é o numero de golpes necessário para fazer o amostrado penetrar 30cm(300mm)
após uma cravação inicial de 15cm(150mm).

4. Quais informações devem constar no relatório de sondagem SPT?

Deve constar o numero de furos de sondagem realizada e seu total de metros lineares
perfurados em solo, Especificação sobre perfuração e a extração das amostras.
Em anexo, planta de locação dos furos e os perfis individuais dos furos.

Sondagem= detalhamento do relatório; descrição do solo. Sondagem, cota, altura de


queda, revestimento do amostrador, nível de água, numero de golpes, gráfico,
profundidade e metros, profundidade da camada, classificação dos materiais.

5. Que tipo de informações do subsolo podemos obter a partir de um


ensaio SPT?

A partir do ensaio de SPT obtemos:

Estratigrafia e classificação do solo.

Obtenção de parâmetros geotécnicos.

Principal aplicação=obtenção de (compacidade relativa) e Ф da areia


sedimentares(referência para potencial de liquefação de areias- fundamental em
países com incidência de terremotos)

Aplicação direta ao projeto geotécnico (ex: fundações). Estimativa da capacidade de


carga de estacas, de recalques e fundações superficiais, etc...

Cota da boca do furo.

6. Fale a respeito do ensaio de Piezocone (CPTu). Quais os parâmetros


obtidos com este ensaio?

Os ensaios de cone com medida de poro pressão são utilizados para determinação
estratigráfica de perfis de solo, avaliação de propriedades dos materiais investigados e
previsão da capacidade de carga de fundações. O ensaio de cone é bastante simples
consistindo na cravação no terreno de uma ponteira cônica (60º de ápice) a uma
velocidade constante de 20mm/s.

A seção transversal do cone é de 10 cm² e a área da luva de atrito lateral é de 150 cm²

O equipamento de cravação possui uma estrutura de reação e um sistema de carga. A


penetração é obtida através do acionamento contínuo e hastes com comprimento de
1m, mediante a operação de um pistão hidráulico.

Em conclusão, os principais atrativos dos ensaios são os registros contínuos da


resistência a penetração fornecendo uma descrição detalhada da estratigrafia do sub-
solo, informação essencial à composição de custos, um projeto de fundações, e
eliminação de qualquer influencia do operador nas medidas de ensaios(qc,fs,u).

Parâmetros obtidos:

À medida que se procede à introdução das hastes no solo, efetua-se a cada 2 cm de


profundidade a aquisição automática das seguintes ,informações:

- Resistência à penetração da ponta (qc);

- Resistência por atrito lateral ou local (fs);


- Poro-pressões u1 e u2, utilizando-se um elemento poroso, localizado na base do
cone;

- Ângulo de inclinação da ponteira cônica em relação à vertical

7. Qual a importância da saturação da pedra porosa durante a realização


de um ensaio de Piezocone?
É importante a saturação da pedra porosa, para que se obtenham os resultados de
poro pressão requeridos entre os ensaios.

O fluido de saturação pode ser água deairada, óleo de silicone ou óleo de glicerina,
havendo ainda experiências bem sucedidas com o uso de óleo mineral. O uso de água
pode acarretar dificuldades de manutenção da saturação do elemento poroso durante
a cravação do piezocone acima do nível do lençol freático. A saturação do piezocone é
obtida através da aplicação de vácuo, em câmara de calibração, onde se encontra a
pedra imersa no fluído por um período de 2 a 3 horas. Respostas imediatas a
aplicações de incrementos de tensões na câmara indicam a completa saturação do
sistema. Este processo é usualmente realizado em laboratório previamente à
execução do ensaio, mantendo-se a pedra porosa em imersão até o momento da
cravação.

8. Fale a respeito de ensaio de palheta ou Vane test. Em que tipo de solo


ele é realizado? Esse ensaio é referência para obtenção de qual
parâmetro?
O ensaio de palheta (Vane test) é tradicionalmente empregado na determinação da
resistência ao cisalhamento não drenada, Su, de depósitos de argilas moles, serve de
referencia a outras técnicas e metodologias, cuja interpretação, cuja interpretação
requer a adoção de correlações semi-empíricas.
O ensaio de palheta foi desenvolvido na Suécia, em 1919, foi aperfeiçoado assumindo
a forma empregada até hoje. No Brasil o ensaio foi introduzido em 1949 o ensaio visa
determinar a resistência não drenada do solo in situ, Su. Utiliza uma palheta de seção
cruciforme que, cravada em argilas saturadas, de consciência mole a rija, é submetida
ao torque necessário para cisalhar o solo rotação, em condições não drenadas. É,
portanto, necessário o conhecimento prévio da natureza do solo onde será realizado o
ensaio, não só para avaliar sua aplicabilidade, como para posteriormente interpretar
adequadamente os resultados.

9. Aspectos relacionados com a investigação das características do


subsolo são as causas mais freqüentes de problemas de fundações,
caracterizando sua enorme importância. Quais as principais falhas na
investigação do subsolo que podem gerar essas patologias?
Ausência de investigação para os diferentes tipos de fundações
Fundações diretas- Tensões de contato excessivas, incompatíveis com as
reais características do solo, resultando em recalques inadmissíveis ou ruptura.
Fundações em solos/aterros heterogêneos, provocando recalques diferenciais.
Fundações sobre solos compressíveis sem estudos de recalques, resultando
grandes deformações.
Fundações apoiadas em materiais de comportamento muito diferente, sem
junta, ocasionando o aparecimento de recalques diferenciais.
Fundações apoiadas em crosta dura sobre solos moles, sem análise de
recalques, ocasionando a ruptura ou grandes deslocamentos da fundação.
Fundações profundas- Estacas de tipo inadequado ao subsolo, resultando
mau comportamento.
Geometria inadequada, comprimento ou diâmetros inferiores aos necessários.
Estacas apoiadas em camadas resistentes sobre solos moles, com recalques
incompatíveis com a obra.
Ocorrência de atrito negativo não previsto, reduzindo a carga admissível
nominal adotada para a estaca.

10. Realizado o programa de investigação, o mesmo se mostra


inadequado à identificação de aspectos que acabam comprometendo o
comportamento da fundação projetada. São casos rotineiros de
problemas envolvidos nesse assunto: Número insuficiente de sondagens,
Profundidade de investigação insuficiente, Propriedades de
comportamento do solo não determinadas e Situações com grande
variação de propriedades ou ocorrência localizada de anomalia ou
situação não identificada. O que podemos fazer para evitar problemas
desta natureza?
De forma geral é necessário ter, total controle nas sondagens, ser feita uma devida
investigação geológica. A empresa responsável deve ter conhecimento do projeto,
equipamentos de qualidade e deve ser realizados e monitoramento da execução de
todas as sondagens.

11. Porque é importante saber a cota do terreno em que a sondagem SPT


foi executada?

É importante para que se tenha a compatibilidade entre a cota da sondagem com a


cota do arquitetônico.

12. O que você entende por ilhas de investigações geotécnicas? Qual a


principal vantagem em realizar ensaios desta forma?
Ilhas de investigações geotécnicas acontecem quando são realizados vários ensaios em
uma pequena área, ou seja, ocorre uma concentração de ensaios, e cada um dos
ensaios acaba complementando o outro. Com isso o valor final é mais verificado.

13. Qual a importância de retirar amostras de boa qualidade para a


realização de ensaios de laboratório?
A amostra de boa qualidade ou amostra virgem mostra as reais características do
terreno e com proporcionando a realização de um ensaio de qualidade. Já s amostras
sem qualidade, não proporcionam a realidade de um ensaio com bons resultados.

14. Durante o processo de investigação poderão ocorrer problemas que


comprometem os resultados obtidos e utilizados em projeto. Na prática
da realização do SPT quais os problemas relativamente mais comuns que
podem ocorrer?
Como o ensaio é altamente dependente da experiência e cuidados do operador
(sondador). Os resultados dependem do tipo de equipamentos além de outros fatores,
padronização não é efetiva. Alocação errada troca de boletins de sondagem, hastes de
má qualidade.
No Brasil, a simplicidade do ensaio tem criado um sério problema à confiabilidade dos
ensaios como um todo: o surgimento de várias firmas, mal preparadas para realizar o
ensaio, mas que o fazem a custo muito baixo. Na realidade, de fato o ensaio é simples,
mas requer uma significativa dose de experiência e cuidado do sondador.

15. É possível realizar sondagens SPT em rochas? Qual o procedimento


realizado?

O ensaio pode ser empregado em quase todos os tipos de solos e rochas brandas. E ela
irá se chamar sondagem rotativa. Em rochas brandas o SPT pode ser utilizado para a
identificação de propriedade de rochas, sendo influenciada pela resistência da rocha
intacta, porosidade da rocha, espaçamento, abertura e preenchimento das fissuras,
além daqueles derivados do método de ensaios, especialmente a presença de água no
processo.

16. Em uma sondagem é muito importante ter a informação da cota da


boca do furo em relação à referência de nível (RN). O que você entende
por RN?
A cota da boca do furo, é a cota de sondagem, ou seja, é a posição do terreno atual da
fundação. RN é a referencia de nível, é o ponto de referencia em relação aonde serão
alocadas os pontos do ensaio, são importantes para compatibilizar a obra entre o
projeto arquitetônico e terreno.

17. Uma informação muito importante em um boletim de sondagem é a


localização do nível de água. Cite exemplos de como a localização do N.A
pode interferir na escolha do tipo de fundação ou na sua execução.
O nível de água NA que irá definir o tipo de estaca que será utilizado, é necessário
saber o carregamento, as opções de mercado oferece e os custos, esses parâmetros
devem ser levados em conta antes de projetar influenciar o tipo de fundações
superficial.

18. Na sondagem SPT areias, siltes e argilas são classificados como fofa,
compacta, mole, rija, etc.. de acordo com o valor da resistência NSPT. Faça
a classificação dos solos abaixo.
a) Areia siltosa, NSPT = 8
Areia siltosa pouco compactada.

b) Areia, NSPT = 20
Areia compactada

c) Argila, NSPT ≤ 2
Argila muito mole

d) Argila arenosa, NSPT = 12


Argila arenosa rija
19. Quais são os critérios para que a sondagem SPT possa ser finalizada?
Critério de paralização do ensaio:

O processo de paralização por circulação de água, associada aos ensaios


penetrométricos, deve ser utilizado até onde se obtiver, nesses ensaios, uma das
seguintes condições:

a) Quando, em 3m sucessivos, se obtiver 30 golpes para a penetração dos 15 cm


iniciais do mostrador-padrão;
b) Quando, em 4m sucessivos, se obtiver 50 golpes para penetração dos 30 cm
iniciais do amostrador-padrão;
c) Quando, em 5m sucessivos, se obtiver 50 golpes para a penetração dos 45 cm
do amostrador-padrão.
Dependendo do tipo de obra, das cargas a serem transmitidas as fundações e
da natureza do subsolo, admite-se a paralisação da sondagem em solos de
menor resistência à penetração do que aquela discriminada, desde que haja
uma justificativa geotécnica ou solicitação do cliente.

A sondagem deve ser dada por encerrada quando, no ensaio de avanço da perfuração
por circulação de água, forem obtidos avanços inferiores a 50 mm em cada período de
10min ou quando, após a realização de quatro ensaios consecutivos, não for alcançada
a profundidade de execução do SPT.

Quando da ocorrência destes casos, constar no relatório a designação de


impenetrabilidade ao trépano de lavagem.

Caso haja necessidade técnica de continuar a investigação do subsolo, até


profundidades superiores àquelas limitadas nos tópicos anteriores, o processo de
perfuração por trépano e circulação de água deve prosseguir até que sejam atingidas
as condições expressas anteriormente, devendo, então, a seguir ser substituído pelo
método de perfuração rotativa.

Caso não se observar avanço do amostrador-padrão durante a aplicação de cinco


golpes sucessivos do martelo, antes da profundidade estimada para atendimento do
projeto, a sondagem deve ser deslocada, no mínimo duas vezes para aposições
diametralmente oposta, a 2m da sondagem, inicial, ou conforme orientação do cliente
ou seu preposto.

Durante a penetração com o auxilio do trado helicoidal, o operador deve estar atento
a qualquer aumento aparente da unidade do solo, indicativo da presença próxima do
nível d’água, bem como um indício mais forte, tal como o solo se encontrar molhado
em determinado trecho inferior do trado helicoidal, comprovando ter sido atravessado
um nível d’água.

Nessa oportunidade, interrompe-se a operação de perfuração e passa-se a observar a


elevação do nível d’agua no furo, efetuando-se leituras a cada 5min, durante 15min,
no mínimo. Sempre que ocorrer interrupção na execução da sondagem, é obrigatória,
tanto no inicio quanto no final desta interrupção, a medida da posição do nível d’água,
bem como da profundidade aberta do furo e da posição do tubo do revestimento.

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