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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CAMPUS DO SERTÃO

Noções de Prospecção
Geotécnica
MECÂNICA DOS SOLOS 1 AULA – 28/05/2019
PROF.: JÉSSICA BEATRIZ DA SILVA ( jessicabeatriz18@gmail.com )
1. Introdução
diferentes tipos de solos diferentes tipos de comportamento
1. Introdução
Qualquer projeto de engenharia civil, por mais modesto que seja,
requer o conhecimento adequado das características e propriedades
dos solos onde a obra irá ser implantada.

A prospecção do solo fornece


informações relevantes para definir
as camadas e os perfis dos solos e
rochas encontrados no subsolo,
assim como suas principais
propriedades.
2. Objetivos
• Determinação da profundidade, extensão e espessura de cada camada do
solo;

• Determinação da natureza do solo: compacidade dos solos grossos e


consistência dos solos finos;

• Profundidade da rocha e suas características (litologia, mergulho e direção


das camadas, espaçamento das juntas, planos de acamamento, estado de
decomposição);

• localização do nível d’água (NA);


2. Objetivos
• Determinação das propriedades in situ do solo por meio de ensaios de
campo e coleta de amostras;

• Obtenção de amostras (deformadas e/ou indeformadas) de solo e rocha


para determinação das propriedades de engenharia (compressibilidade,
resistência ao cisalhamento e permeabilidade).
3. Escolha do método e amplitude da prospecção
O programa de investigação do subsolo deve levar em conta:
Finalidade e proporções da
obra
3. Escolha do método e amplitude da prospecção
O programa de investigação do subsolo deve levar em conta:
Características do terreno
3. Escolha do método e amplitude da prospecção
O programa de investigação do subsolo deve levar em conta:

• Experiências de práticas locais;


• Custo
– Deve ser compatível com o valor da informação obtida;
– Empiricamente está entre 0,5 e 1% do custo da obra;
– Informações insuficientes ou inadequada.

Projetos SUPERdimensionados orçamentos majorados


Projetos SUBdimensionados risco de colapso e orçamento insuficiente
3. Escolha do método e amplitude da prospecção
Como exemplo de problemas causados por equívocos de sondagem pode-se
citar o desabamento de parte do túnel das obras da linha 4 do metrô de São
Paulo, em janeiro de 2007. O acidente provocou a morte de 7 pessoas.
3. Escolha do método e amplitude da prospecção
O laudo, diz que o surgimento da cratera foi causado pelo
deslizamento de uma rocha de 15 mil toneladas, localizada em cima
do túnel do metrô, que, segundo o especialista, "por azar não foi
detectada" em nenhuma das 11 perfurações feitas em torno do
local durante o período de planejamento da obra.

A rocha gigante e dura no meio de uma formação rochosa menos


densa provocou uma instabilidade na cobertura do túnel.
3. Escolha do método e amplitude da prospecção
São apontadas como possíveis causas do acidente a desconformidade no
gerenciamento de risco, na instrumentação e no monitoramento da obra, a
saturação do solo, a alteração da sequência executiva da construção.
3. Escolha do método e amplitude da prospecção
4. Disposição e número mínimo de sondagens
A NBR 8036 (1983) orienta sobre a determinação da quantidade de
sondagens, quando se conhece a área de projeção da planta:

 área da projeção em planta do edifício até 1200 m², 1 furo para cada
200 m²;
 área da projeção em planta do edifício entre 1200 - 2400 m², 1 furo
para cada 400 m² que excedam os 1200 m².
 Acima de 2400 m², a norma deixa a critério do construtor fixar o
número de sondagens, de acordo com o plano da construção.
4. Disposição e número mínimo de sondagens
Em qualquer circunstância o número de sondagem mínimo deve ser:

 área menor que 200 m²: dois furos;


 área entre 200 - 400 m²: três furos.

Nos casos de não haver ainda disposição em planta dos edifícios o


número de sondagens dever ser definido de forma que a distância
máxima entre os furos seja de 100m, com três furos no mínimo.
4. Disposição e número mínimo de sondagens
Exemplo: Na execução de sondagem à percussão – SPT (Standard
Penetration Test) –, qual a quantidade mínima de furos necessários para o
projeto de fundações de uma obra cuja área de projeção em planta é de:

a) 800 m²
b) 1600 m²
c) 250 m²
4. Disposição e número mínimo de sondagens
Disposição dos furos
4. Disposição e número mínimo de sondagens
• Até a profundidade onde o solo não seja mais significativamente
solicitado pelas cargas estruturais;
• Pontos de maior concentração de carga;
• Não executar pontos alinhados (planos de corte);
• Não executar apenas um furo (variação de resistência e tipo de
solo em área pequenas é comum);
• Locar e nivelar os pontos no terreno em relação a um nível de
referência fixo e bem determinado de preferência único para toda
a obra e fora do local desta, como, por exemplo, a guia de um
passeio.
4. Disposição e número mínimo de sondagens
5. Etapas da investigação geotécnica
Um programa de investigações deve ser executado em etapas.

Informações do solo necessárias ao


Investigação de desenvolvimento do projeto, através
reconhecimento de documentos existentes e visita

Acompanhamento
5. Etapas da investigação geotécnica
A investigação de simples reconhecimento pode ser dividida em fase:

Preliminar Complementar Localizada

• São fornecidos dados para a • Investigações adicionais com o objetivo • Realizada quando as fases
localização das estruturas, de solucionar problemas específicos, anteriores são insuficientes para
soluções, dimensionamento e devido ao comportamento geológico um bom desenvolvimento do
estimativa de custos. São dos materiais. projeto.
realizados ensaios in situ e
retirada de amostras.
5. Etapas da investigação geotécnica
Um programa de investigações deve ser executado em etapas.

Informações do solo necessárias ao


Investigação de desenvolvimento do projeto, através
reconhecimento de documentos existentes e visita

Avaliação do comportamento previsto


Acompanhamento e o desempenhado pelo solo, através
de medidas de tensões, NA.
6. Classificação dos métodos
DIRETOS

• São métodos nos quais é possível observar diretamente


as diversas camadas do solo;
• Obter amostras ao longo do perfil;
• Medição direta de propriedades in situ.

Podem ser classificados em manuais (poços, trincheiras e


sondagem a trado) e mecânicos (sondagem a percussão,
rotativa e mista).
6. Classificação dos métodos

SEMIDIRETOS

• Ensaios realizados com a função de medir diretamente


propriedades específicas do solo. São considerados
métodos semidiretos de prospecção porque não há
coleta de amostras;

• Ensaio de penetração estática (CPT), o ensaio de vane


test ou palheta e o ensaio pressiométrico.
6. Classificação dos métodos
SEMIDIRETOS

Esses ensaios são justificados quando:

• A amostragem é difícil ou inconveniente;


• Deseja-se minimizar perturbações e variações no estado de tensões devido
ao processo de amostragem, transporte e manuseio das amostras;
• A configuração do subsolo (condições de contorno) tem muita influência na
propriedade medida.
6. Classificação dos métodos
INDIRETOS

• O estudo da disposição das camadas do subsolo é


feito indiretamente pela medida de um parâmetro
geofísico, geralmente resistividade elétrica ou
velocidade de propagação das ondas no meio.

• Podemos citar o sensoriamento remoto e ensaios


geofísicos como a resistividade elétrica e o método
do radar de penetração do solo, GPR.
7. Métodos Diretos - Poços, trincheiras e galerias
São escavações manuais ou por meio de escavadeiras que permitem
a direta observação do subsolo, com a possibilidade de coleta de
amostras deformadas e indeformadas. Sendo a profundidade máxima
limitada pela presença do nível d’água ou desmoronamento das
paredes laterais.
7.1 Métodos Diretos - Poços

• Os poços são perfurados manualmente


com o auxílio de pás e picaretas;
• É uma escavação vertical de seção
circular ou quadrada;
• Com dimensões mínimas (0,6 m) para
permitir acesso de observador;
• Permite a descrição das camadas de
solos e rochas;
• Coleta de amostras (em forma de bloco.
7.1 Métodos Diretos - Poços
Exemplo: Poço executado para retirada de amostras para os ensaios do
Trabalho de Conclusão de Curso da aluna Manuella Galindo (2010).
7.2 Métodos Diretos - Trincheiras

Seção retangular, mais conhecida


como vala, com menor profundidade
em relação aos poços, permitem uma
seção contínua horizontal.
7.3 Métodos Diretos - Galerias
Seções horizontais em superfície. Limitadas a rochas ou solos muito
consistentes.
7.4 Métodos Diretos - Sondagem à trado
Sondagem à trado é um método de investigação de solos que utiliza como
instrumento o trado: um tipo de amostrado de solo constituído por lâminas
cortantes, que podem ser espiraladas ou convexas.
7.4 Métodos Diretos - Sondagem à trado
• Processo simples, rápido e econômico para investigações de camadas mais
superficiais, tem procedimento descrito na NBR 9603:2015;

• Possibilita a coleta de amostras deformadas, determinação do nível d'água e


identificação dos horizontes do terreno;

• Muito empregado na prospecção de solos em obras rodoviárias;

• Adequado para solos argilosos;

• Não deve ser usado em solos contendo pedregulhos, matacões, areias muito
compactas e solos abaixo do nível d’água.
7.5 Métodos Diretos - Sondagem à percussão ou de
simples reconhecimento (SPT)
Método para investigação dos solos em que o terreno é perfurado através do
golpeamento do fundo do furo com peças de aço cortantes.

– A ABNT padroniza a sondagem a trado até o NA na NBR 9603;


– Abaixo do NA utiliza-se a sondagem a percussão com circulação
de água: NBR 6484/2001.
7.5 Métodos Diretos - Sondagem à percussão ou de
simples reconhecimento (SPT)
Vantagens do SPT:

– Custo relativamente baixo;

– Facilidade de execução e possibilidade de trabalho em locais de difícil acesso;

– Permite descrever o subsolo em profundidade e a coleta de amostras;

– Fornece um índice de resistência a penetração correlacionável com a


compacidade ou a consistência dos solos;

– Possibilita a determinação do nível de água.


7.5 Métodos Diretos - Sondagem à percussão ou de
simples reconhecimento (SPT)
Desvantagens do SPT:

– Não ultrapassam matacões e blocos de rocha;

– Podem ser detidos por pedregulhos ou solos muito compactos;

– Apenas obtenção de amostras deformadas.

– O operador pode ser uma variável.


7.5 Métodos Diretos - Sondagem à percussão ou de
simples reconhecimento (SPT)
EQUIPAMENTOS
TRIPÉ MARTELO

TUBOS DE REVESTIMENTO AMOSTRADOR

MOTOR BOMBA HASTES TRADOS


7.5 Métodos Diretos - Sondagem à percussão ou de
simples reconhecimento (SPT)
7.5 Métodos Diretos - Sondagem à percussão ou de
simples reconhecimento (SPT)
EXECUÇÃO
a) Limpeza do terreno, marcação dos furos (piqueteamento);
b) Sondagem inicial com trado, até o lençol freático ou solo mais resistente;
7.5 Métodos Diretos - Sondagem à percussão ou de
simples reconhecimento (SPT)
EXECUÇÃO
c) A sondagem passa a utilizar o avanço por percussão com circulação
d’água(lavagem);
7.5 Métodos Diretos - Sondagem à percussão ou de
simples reconhecimento (SPT)
EXECUÇÃO
d) São registradas as transições das camadas pela observação do material
tradado ou trazido a superfície pela água de lavagem;

e) Devem ser feitos os registros de NA;

f) A sondagem deve encerrar nos seguintes casos:


- quando atingir a profundidade especificada na programação dosserviços;
- quando ocorrer a condição de impenetrabilidade;
- quando prevista a continuidade da sondagem por rotativa.

g) Fechamento do furo.
7.5 Métodos Diretos - Sondagem à percussão ou de
simples reconhecimento (SPT)
Índice de resistência a penetração: Nspt
A norma brasileira estabelece como índice de resistência a penetração,
denominado N ou Nspt, a soma do número de golpes necessários a penetração
dos 30 cm finais do amostrador padrão no SPT.

Ensaio de penetração SPT deve ser executado a cada metro a partir de 1 m de


profundidade;

O ensaio consiste na penetração do amostrador padrão através do impacto do


martelo de 65 kg caindo de uma altura de 75 cm.
7.5 Métodos Diretos - Sondagem à percussão ou de
simples reconhecimento (SPT)
Índice de resistência a penetração: Nspt
7.5 Métodos Diretos - Sondagem à percussão ou de
simples reconhecimento (SPT)
Índice de resistência a penetração: Nspt
Em alguns casos o NSPT é apresentado de forma diferenciada:

- Quando todo o amostrador penetra somente com o peso do martelo zero


golpes
- Quando o solo é tão pouco consistente ou compacto que ao primeiro golpe
penetra mais que os 45 cm do amostrador indica-se associado ao único golpe
a profundidade penetrada. Ex. 1/58
- Quando o solo é tão rijo ou compacto que não se consegue cravar todo o
amostrador indica-se a razão golpes/profundidade. Ex. 30/15
7.5 Métodos Diretos - Sondagem à percussão ou de
simples reconhecimento (SPT)
Índice de resistência a penetração: Nspt
7.5 Métodos Diretos - Sondagem à percussão ou de
simples reconhecimento (SPT)
Correlação básica com o Nspt (6484:2001)
-Compacidade (areias e siltes arenosos) e consistência (argilas e siltes argilosos).

Outras correlações:
– Nspt versus densidade relativa e ângulo de atrito para as areias
– Nspt versus resistência não-drenada das argilas.
7.5 Métodos Diretos - Sondagem à percussão ou de
simples reconhecimento (SPT)
Correlação com a tensão admissível do solo
As correlações em geral são mais usadas nos projetos de fundações
influenciando na escolha do tipo de fundação e no dimensionamento.
Fatores que influenciam o Nspt:
– Forma, dimensões e estado de conservação do amostrador e das hastes;
– Martelo de bater e superfície de impacto fora das especificações;
– Diâmetro do tubo de revestimento;
– Variação na energia de cravação (altura de queda do martelo, atrito);
– Má limpeza do furo e furo de diâmetro insuficiente à passagem do amostrador;
– Excesso de lavagem para cravação do revestimento
– Erro na contagem do número de golpes
7.6 Métodos Diretos - Sondagem rotativa
Sondagem rotativa é um método de investigação que consiste no uso de um
conjunto motomecanizado na perfuração de maciços rochosos e obtenção de
amostras de materiais rochosos com formato cilíndrico, chamadas de
testemunhos de sondagem.
Empregadas quando a sondagem de simples
reconhecimento atinge estrato rochoso,
matacões ou solos impenetráveis a
percussão.

Necessário em praticamente todas as obras


de grande porte.
7.6 Métodos Diretos - Sondagem rotativa
O método perfurante é dada por forças de penetração e rotação que,
conjugadas, atuam com poder cortante.

Os equipamentos utilizados são:


- haste metálica rotativa;
- ferramenta de corte (coroa) com barriletes;
- conjunto motor-bomba;
- tubos de revestimento;
- sonda rotativa;
- sistema de circulação de água.
7.6 Métodos Diretos - Sondagem rotativa
7.6 Métodos Diretos - Sondagem mista

Sondagem mista é um método de investigação que


conjuga a sondagem a percussão para o trecho em solo e
a sondagem rotativa para o trecho em rocha.

Sondagem mista: percussão + rotativa


8.1 Métodos Semidiretos - Ensaio de Penetração de
Cone (CPT)
O ensaio de CPT simula a cravação de uma estaca,
permitindo medidas contínuas da resistência de ponta
e lateral (cisalhamento, poropressão e capacidade de
carga) devido à cravação de um penetrômetro no
solo, as quais, por correlações, permitem identificar o
tipo de solo, a uniformidade e continuidade das
camadas.
8.1 Métodos Semidiretos - Ensaio de Penetração de
Cone (CPT)
Vantagens: Desvantagens:

- custo relativamente baixo; - não obtenção de amostras para


inspeção visual;
- rápido de ser executado;
- não é possível a penetração em
- cravação quase estática; camadas de alta resistência e com
presença de pedregulhos, pois
- resultados bastante confiáveis; tornar os resultados extremamente
variáveis e causar estragos na
- agilidade dos resultados. ponteira.
8.2 Métodos Semidiretos - Ensaio Pressiométrico
Este ensaio é usado para determinação in situ do
módulo de elasticidade e da resistência ao
cisalhamento de solos e rochas.

O ensaio pressiométrico consiste em efetuar uma


prova de carga horizontal no terreno, através de
uma sonda dilatável introduzida num furo de
mesmo diâmetro. A sonda é dilatada pela injeção
d’água sob pressão crescente.

Não se pode realizar um ensaio pressiométrico


aproveitando outro furo de sondagem.
8.2 Métodos Semidiretos - Ensaio Pressiométrico
8.3 Métodos Semidiretos - Ensaio da Palheta
O vane test tem o objetivo de medir a resistência ao cisalhamento não drenada
de solos coesivos moles saturados. Hoje o ensaio é normalizado no Brasil pela
(ABNT-NBR-10905, 1989).

O equipamento para realização do ensaio é constituído de uma palheta de aço,


formada por quatro aletas finas retangulares, hastes, tubos de revestimentos,
mesa, dispositivo de aplicação do momento torsor e acessórios para medida do
momento e das deformações.
8.3 Métodos Semidiretos - Ensaio da Palheta
8.3 Métodos Semidiretos - Ensaio da Palheta

O ensaio consiste em cravar a


palheta e em medir o torque
necessário para cisalhar o solo,
segundo uma superfície cilíndrica
de ruptura, que se desenvolve no
entorno da palheta, quando se
aplica ao aparelho um movimento
de rotação.
8.3 Métodos Semidiretos - Ensaio da Palheta
Vantagens: Desvantagens:

• Equipamento simples; • Extremamente lento;

• Repitibilidade; • A resistência não-drenada é um


tópico complexo.
• Interpretação;
Recomenda-se também ensaios de
• Medida de uma grandeza física. laboratório.
Resumindo...
Resumindo...
9.1 Métodos Semidiretos - Sensoriamento Remoto
Fotos aéreas e imagens orbitais, uso de técnicas de
foto interpretação:

- Tonalidade e textura das imagens: tipos litológicos


e solos;
- Formas de relevo: tipos litológicos, características
estruturais,susceptibilidade a erosão e
escorregamentos, etc...;
- Rede de drenagem: condicionantes estruturais e
propriedades dasformações geológicas;
- Tipo de vegetação: unidades de solos e estruturas
geológicas.
9.2 Métodos Semidiretos - Métodos Geofísicos
Permitem determinar a distribuição em profundidade de parâmetros físicos do
terreno

• Velocidade de propagação de ondas acústicas;


• Resistividade elétrica;
• Contrastes de densidade; POTENCIAL
• Campo magnético da terra.

– Exemplos de métodos: SÍSMICO


• Métodos geoelétricos
• Métodos sísmicos
• Métodos potenciais
9.2 Métodos Semidiretos - Métodos Geofísicos
MÉTODOS GEOELÉTRICOS

Os diferentes tipos de materiais geológicos


apresentam o parâmetro físico de resistividade
elétrica, o qual reflete algumas de suas
características.

Caracteriza seus estados, em termos de


alteração, fraturamento, saturação, e até
identificá-los litologicamente, sem necessidade
de escavações físicas.
9.2 Métodos Semidiretos - Métodos Geofísicos
MÉTODOS GEOELÉTRICOS

O ensaio de resistividade elétrica é realizado induzindo-se uma determinada


diferença de potencial no solo e medindo-se a corrente elétrica passando por dois
pontos em uma distância específica no terreno.
9. Amostragem
A amostragem tem como objetivos:

- Determinar a composição e estrutura dos materiais;


- Obtenção de corpos de prova para ensaios de laboratório.

O tipo de amostra que será utilizada deve levar em consideração a natureza do


solo, profundidade da amostragem, nível do lençol freático e as informações
que devem ser determinadas.

As amostras são classificadas em deformadas e indeformadas.


9. Amostragem
DEFORMADAS

Amostras sem a estrutura original do solo, no


entanto, sua composição granulométrica e, se
possível, sua umidade natural, são conservadas.

Se prestam à caracterização do solo (granulometria,


limites de consistência, massa específica dos
sólidos), identificação táctil-visual e para moldagem
de corpos de prova compactados.
9. Amostragem
INDEFORMADAS

Amostras com estrutura conservada ao máximo, densidade e teor de umidade


originais do solo. Deve ser submetida ao mínimo de perturbação possível.

Utilizadas para o estudo do comportamento do solo in situ, na execução de


ensaios de laboratório para obtenção dos parâmetros de resistência ao
cisalhamento e compressibilidade do solo.

Podem ser obtidas por meio de blocos indeformados ou por meio de


amostradores de parede fina.
9. Amostragem
Amostragem por meio de blocos

Realizada na superfície do terreno, em taludes ou no


interior de um poço, acima do nível de água.

Através da cravação de um molde metálico em torno e na


base do solo.
9. Amostragem
Amostragem por meio de blocos - Procedimento
9. Amostragem
Amostragem por meio de blocos - Procedimento
9. Amostragem
Amostragem por meio de blocos - Procedimento
9. Amostragem
Amostradores de parede fina

Os amostradores de parede fina são constituídos de


um tubo de latão ou aço de diâmetro interno não
inferior a 50mm, espessura reduzida e com
características próprias para garantir a obtenção de
amostras indeformadas.

São utilizados no caso da amostragens de solos


moles.
9. Amostragem
Amostradores de parede fina

Os amostradores de parede fina são constituídos de


um tubo de latão ou aço de diâmetro interno não
inferior a 50mm, espessura reduzida e com
características próprias para garantir a obtenção de
amostras indeformadas.

São utilizados no caso da amostragens de solos


moles.
9. Amostragem
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Textura e granulometria
dos solos
MECÂNICA DOS SOLOS 1 AULA – 28/05/2019
PROF.: JÉSSICA BEATRIZ DA SILVA ( jessicabeatriz18@gmail.com )
Tamanho e forma das partículas
Entende-se por textura o tamanho relativo e a distribuição das partículas sólidas
que formam os solos.

O estudo da textura dos solos é realizado por intermédio do ensaio de


granulometria. Pela sua textura os solos podem ser classificados em dois grandes
grupos: solos grossos (areia, pedregulho, matacão) e solos finos (silte e argila).
Tamanho e forma das partículas
Entende-se por textura o tamanho relativo e a distribuição das partículas sólidas
que formam os solos.

O estudo da textura dos solos é realizado por intermédio do ensaio de


granulometria. Pela sua textura os solos podem ser classificados em dois grandes
grupos: solos grossos (areia, pedregulho, matacão) e solos finos (silte e argila).
Tamanho e forma das partículas
Solos grossos

Os solos grossos possuem uma maior percentagem de partículas visíveis a olho


nu e suas partículas têm formas arredondadas, poliédricas e angulosas.
Possui dimensões maiores que 2,0mm. Os
PEDREGULHOS pedregulhos são encontrados em geral nas
margens dos rios, em depressões preenchidas
por materiais transportados pelos rios

Possui dimensões maiores que 2,0mm. Os


pedregulhos são encontrados em geral nas
AREIAS margens dos rios, em depressões preenchidas
por materiais transportados pelos rios
Tamanho e forma das partículas
Solos finos

Possuem dimensões menores que 0,074mm, o solo é considerado fino e, neste


caso, será classificado como argila ou como silte. Suas partículas apresentam
formas lamelares, fibrilares e tubulares.
Apesar de serem classificados como solos
finos, o comportamento dos siltes é
SILTES semelhante ao dos solos grossos. Possuem
granulação fina, pouca ou nenhuma
plasticidade e baixa resistência quando seco.

Caracteriza-se pela sua plasticidade marcante


e boa resistência quando seca. É a fração mais
ARGILAS ativa dos solos, a que mais sofre influência
das forças de coesão.
Análise granulométrica
A análise da distribuição das dimensões dos grãos, denominada análise
granulométrica, objetiva determinar os tamanhos dos diâmetros equivalentes
das partículas sólidas em conjunto com a proporção de cada fração constituinte
do solo em relação ao peso de solo seco.
Análise granulométrica
Análise granulométrica
O ensaio de granulometria conjunta para o levantamento da curva
granulométrica do solo é realizado com base em dois procedimentos distintos:
peneiramento e sedimentação
Análise granulométrica
Sequência de procedimentos de ensaios normatizados que visam determinar a
distribuição granulométrica dos solos.
Ensaios normatizados pela NBR 7181/18
Análise granulométrica - Peneiramento
- Peneiramento:
Separação das partículas (diversas frações) utilizando conjunto de peneiras.

- Ensaio:
Toma-se uma amostra de peso P de solo seco e submete-se esta a um
peneiramento. Pesa-se então as porções retidas em cada peneira P1,..., Pn.

- Tempo de peneiramento:
10 a 15 min (vibração)
Análise granulométrica - Sedimentação
Baseia-se na Lei de Stokes, que relaciona o diâmetro equivalente das partículas
(D) com a velocidade de sedimentação(v) em meio líquido de viscosidade (μ) e
peso específico (γ) conhecidos.

Pode-se inferir o diâmetro máximo das partículas ainda em suspensão, de modo


que com estes dados, a curva granulométrica é completada.
Análise granulométrica - Sedimentação
Baseia-se na Lei de Stokes, que relaciona o diâmetro equivalente das partículas
(D) com a velocidade de sedimentação(v) em meio líquido de viscosidade (μ) e
peso específico (γ) conhecidos.

Pode-se inferir o diâmetro máximo das partículas ainda em suspensão, de modo


que com estes dados, a curva granulométrica é completada.
Análise granulométrica - Sedimentação
Análise granulométrica - Sedimentação
Análise granulométrica - Sedimentação
• Prepara-se uma solução homogênea de solo passante na peneira #10 + água
destilada + solução defloculante;
• São feitas as leituras de densidade e temperatura da solução em intervalos de
tempo pré-estabelecido;
• Admitindo-se forma esférica das partículas e estabelecendo um tempo de
queda como uma distância z, em um tempo t, o diâmetro pode ser dado a
por:

• A porcentagem de partículas de diâmetro efetivo menor que D (%<D) em


suspensão acima da profundidade z, em relação ao material passante na
peneira #10 (α%), é determinada por:
Análise granulométrica
Parâmetros obtidos a partir da curva granulométrica

Diâmetro efetivo: D10

Diâmetro correspondente a 10%, em peso total, das partículas menores que ele.
Fisicamente caracteriza a porção de finos presente no solo.

Coeficiente de curvatura (Cc):


Caracteriza a graduação do solo

1 < Cc < 3 bem graduado.


Cc > 3 solo mal graduado.
Análise granulométrica
Parâmetros obtidos a partir da curva granulométrica

Coeficiente de uniformidade (Cu):

Dá a ideia da distribuição do tamanho das partículas.


𝑑60
𝐶𝑢 =
𝑑10

Cu < 5 Solos de granulação muito uniforme


5< Cu < 15 Solos de granulação medianamente uniforme
Cu > 15 Solos de granulação não uniforme
Análise granulométrica
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CAMPUS DO SERTÃO

Índices Físicos
MECÂNICA DOS SOLOS 1 AULA – 28/05/2019
PROF.: JÉSSICA BEATRIZ DA SILVA ( jessicabeatriz18@gmail.com )
Introdução
O solo é trifásico!
Introdução
Seu comportamento depende da quantidade relativa de cada uma de suas três
fases (sólidos, água e ar).
Fases do solo
• Fase sólida:
– caracterizada pelo tamanho, distribuição e composição mineralógica dos grãos;
– também denominada de esqueleto mineral.

• Fase líquida:
– Geralmente composta de água que pode apresentar-se sobre diferentes
formas: livre, capilar, higroscópica, adsorvida e molecular.

• Fase gasosa:
– Ar dissolvido, bolhas oclusas (importante em problemas de deformação de
solos e é bem mais compressível que as fases sólida e líquida
Fases do solo
• Sob o ponto de vista volumétrico, temos:

– Esqueleto mineral: volume preenchido pela fase sólida


– Poros/ vazios: volume preenchido pelas fases líquida e gasoso

• Os índices físicos exprimem as relações entre estas fases.

– Relações de peso
– Relações de volume
Fases do solo
Onde: Va, Vw, Vs, Vv e Vt representam os volumes de ar, água, sólidos, de vazios e
total do solo, respectivamente.
Ws, Ww e Wt são os pesos de sólidos, água e total.
Ms, Mw e Mt são as massas de sólidos, água e total
Relações entre massas/pesos
Umidade

Relação percentual entre o peso da água e o peso dos sólidos em uma dada
amostra

𝑾𝒘 𝑴𝒘
𝒘= 𝒙 100 𝒘= 𝒙 100
𝑾𝒔 𝑴𝒔
Relações entre volumes
Grau de saturação

𝑽𝒘
𝑺= 𝒙 100
𝑽𝒗

Intervalo de variação da porosidade está compreendido entre 0 e 1 (100%).


– S = 100%: solo saturado
– S < 100%: solo não saturado
Relações entre volumes
Porosidade

𝑽𝒗
𝒏= 𝒙 𝟏𝟎𝟎
𝑽𝒕

Intervalo de variação da porosidade está compreendido entre 0 e 1 (100%).


Relações entre volumes
Índice de vazios

𝑽𝒗
𝒆=
𝑽𝒔

– Areias: 0,4 a 1
– Argilas: 0,3 a 1,5 (para argilas moles/orgânicas, pode ocorrer e > 3)
Relações entre Pesos e Volumes
Peso específico (natural), ɣ, e massa específica, ρ

𝑾𝒕 𝑴𝒕
ɣ𝒏𝒂𝒕 = 𝝆= ɣ𝒏𝒂𝒕 = 𝝆 . 𝒈
𝑽𝒕 𝑽𝒕
Relações entre Pesos e Volumes
Peso específico das partículas sólidas (real)

𝑾𝒔
ɣ𝒔 =
𝑽𝒔

Peso específico aparente seco

𝑾𝒔
ɣ𝒅 =
𝑽𝒕
Relações entre Pesos e Volumes
Densidade, peso específico relativo
ɣ𝒔
𝑮=
ɣ𝒘

Peso específico do solo saturado

ɣ𝒔𝒖𝒃 = ɣ𝒔𝒂𝒕 − ɣ𝒘 Para solo saturado


𝑾𝒕
ɣ𝒔𝒂𝒕 = Para S = 1
𝑽𝒕 ɣ𝒔𝒖𝒃 = ɣ𝒏𝒂𝒕 − ɣ𝒘 Para solo não saturado
Exemplo 1
Em laboratório, uma amostra de solo no estado natural com 90 cm3 de volume
teve sua massa medida igual a 162 g. A amostra foi colocada em estufa e teve a
massa novamente medida, agora igual a 135 g. O teor de umidade da amostra é
igual a
Exemplo 2
Uma amostra de solo, em condição natural, tem massa de 3000 g e um volume
de 1500 cm3 . Após secagem completa em um forno, a massa da amostra de solo
passou para 2500 g. Sabendo que a densidade real dos grãos da amostra do solo
é 2,50, qual o valor do índice de vazios da amostra?
Exemplo 3
O peso específico natural de uma argila é 16,9 kN/m³; o teor de umidade é de
30%; e o peso específico relativo dos sólidos do solo é de 2,60. Considerando
que o peso específico da água é 10,0 kN/m³, qual é o valor do índice de vazios do
material?
Relações entre os índices físicos

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