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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CAMPUS DO SERTÃO

Compactação no campo
MECÂNICA DOS SOLOS 1 AULA – 25/06/2019
PROF.: JÉSSICA BEATRIZ DA SILVA ( jessicabeatriz18@gmail.com )
Introdução
A compactação de campo se dá por meio de esforços de compressão, impacto,
vibração, amassamento ou por uma combinação destes.

Os processos de compactação de campo geralmente combinam a vibração com


a pressão, já que a vibração utilizada isoladamente se mostra pouco eficiente,
sendo a pressão necessária para diminuir, com maior eficácia, o volume de
vazios entre as partículas do solo.
Procedimento

Amassamento Compressão Impacto Vibração

Consiste na aplicação O esforço é proveniente da Pequenas áreas e de acesso A aplicação das forças
simultânea de forças aplicação de uma força difícil para rolos (com verticais se dá com uma
verticais e horizontais, vertical. Este deslocamento repetição de até 500 golpes frequência de repetição
provenientes do permite uma melhor por minuto). acima de 500 golpes por
equipamento utilizado. arrumação das partículas, minuto. Além da
Aplicada por rolos visando a diminuição do frequência, considera-se
estáticos (cilindro liso, de volume de vazios do solo. também a amplitude da
pneus e pé de carneiro). vibração (altura da queda
da massa).
Procedimento
Procedimento
Gradeamento do solo
Lançamento do solo Estabilização e homogeneização
do solo

Correção da umidade
Fatores para escolha dos equipamentos

UMIDADE DO SOLO

• w < wcompactação → irrigação: caminhão tanque com barra de distribuição e


bomba hidráulica;
• w > wcompactação → aeração: exposição a vento e ao sol, com espalhamento por
arados, grades, pulviromisturadores ou moto-niveladores.
Fatores para escolha dos equipamentos
NÚMERO DE PASSADAS

Diretamente lidado ao tempo de execução. A


eficiência do aumento do número de passadas
diminui com o número total de passadas.

• Então aumentar o número de passadas não é


o ideal, geralmente é preferível adotar
número de passadas entre 6 e 12 e aumentar
o peso e/ou diminuir a velocidade.
Número de passadas

• Para fazer uma estimativa do trabalho


pode ser utilizado um aterro
experimental;

• Associar ϒd ao número de passadas,


calcular o ϒdmáx no laboratório e
encontrar o número de passadas ideal
através do gráfico.
Fatores para escolha dos equipamentos
ESPESSURA DAS CAMADAS

A espessura deve estar condicionada:

– às características do material (solo)


– tipo de equipamento
– finalidade do aterro

• Em obras rodoviárias, fixa-se em 30 cm a espessura máxima compactada de


uma camada.
• Para materiais granulares, recomenda-se no máximo 20 cm compactados.
Fatores para escolha dos equipamentos
HOMOGENEIZAÇÃO

A camada de solo solto deve ser pulverizada de forma homogênea. Deve-se


evitar torrões secos ou muito úmidos, blocos e fragmentos de rocha.

VELOCIDADE DE COMPACTAÇÃO

Velocidades admitidas para:


– Rolos pneumáticos: de 10 a 15 km/h
– Rolos pé-de-carneiro: de 5 a 10 km/h
– Rolos vibratórios: de 3 a 4 km/h
Equipamentos de campo
ROLO VIBRATÓRIO

Próprios para a compactação de areias, onde os rolos pneumáticos ou pés-de


carneiro não atuam com eficiência. Espessura máxima da camada de 15 cm.

ROLO ESTÁTICO

É indicado para solos de granulação fina a arenosa. Possui área de contato


variável, função da pressão nos pneus e do peso do equipamento.
Possui a desvantagem de gerar uma superfície compactada lisa, havendo a
necessidade de escarificação.
Equipamentos de campo
SOQUETES

São compactadores de impacto utilizados em locais de difícil acesso para os rolos


compressores, como em valas, trincheiras, etc.

• Podem ser manuais ou mecânicos (sapos);


• Possuem peso mínimo de 15kg, podendo ser utilizados em áreas de difícil acesso
para os rolos compressores e construções de pequeno porte.
• A camada a ser compactada deve ter 10 a 15cm para o caso dos solos finos e em
torno de 15cm para o caso dos solos grossos.
• Geralmente movidos a gasolina.
Equipamentos de campo
SOQUETES

São compactadores de impacto utilizados em locais de difícil acesso para os rolos


compressores, como em valas, trincheiras, etc.

• Podem ser manuais ou mecânicos (sapos);


• Possuem peso mínimo de 15kg, podendo ser utilizados em áreas de difícil acesso
para os rolos compressores e construções de pequeno porte.
• A camada a ser compactada deve ter 10 a 15cm para o caso dos solos finos e em
torno de 15cm para o caso dos solos grossos.
• Geralmente movidos a gasolina.
Equipamentos de campo
SOQUETES
Equipamentos de campo
ROLOS PÉ-DE-CARNEIRO

É um tambor metálico com protuberâncias (patas) solidarizadas.

• É indicado na compactação de solo argilosos e promove um grande


entrosamento entre as camadas compactadas.
• A camada compactada possui geralmente 15 cm, com número de passadas
variando entre 4 e 6 para solos finos e de 6 a 8 para os solos grossos.
• À medida que o solo é compactado o afundamento da pata vai diminuindo, até o
ponto em que o rolo praticamente passeia na superfície.
Equipamentos de campo
ROLOS PÉ-DE-CARNEIRO
Equipamentos de campo
ROLOS LISOS (ESTÁTICO OU VIBRATÓRIO)

Trata-se de um cilindro oco de aço,


podendo ser preenchido por areia úmida
ou água, a fim de que seja aumentada a
pressão aplicada. São indicados para
todos os tipos de solos, em especial
arenosos, pedregulhos e pedra britada,
lançados em espessuras inferiores a 15
cm.
Equipamentos de campo
ROLOS LISOS (ESTÁTICO OU VIBRATÓRIO)

• Os rolos lisos possuem certas desvantagens como pequena área de contato.


• Em solos moles e de pequena capacidade de suporte afundam muito,
dificultando a tração.
• No caso de uso do rolo liso existe a necessidade de melhoria do
entrosamento entre camadas por escarificação.
Equipamentos de campo
ROLOS PNEUMÁTICOS

É um rolo mais versátil que pode ser


usado desde solos coesivos até massas
asfálticas.

• Tem vantagem pelo efeito de


amassamento dos pneus, a compactação
se dá em toda a espessura da camada.
Equipamentos de campo
ROLOS PNEUMÁTICOS

Os maiores problemas são os “sulcos” ou trilhos, pois são de difícil recuperação


mesmo com compactação, o tráfego de veículos sobre o aterro deve ser tal que
evite a formação de “sulcos”.
Controle de compactação
Na prática, o procedimento usual de controle da compactação é o seguinte:

• Coletam-se amostras de solo da área de empréstimo e efetua-se em laboratório o


ensaio de compactação. Obtêm-se a curva de compactação e daí os valores de peso
específico seco máximo e o teor de umidade ótimo do solo.

• No campo, à proporção em que o aterro for sendo executado, deve-se verificar,


para cada camada compactada, qual o teor de umidade empregado e compará-lo
com a umidade ótima determinada em laboratório. Este valor deve atender
normalmente a seguinte especificação: wcampo - 2% < wot < wcampo + 2%.
Controle de compactação
• Determina-se também o peso específico seco do solo no campo,
comparando-o com o obtido no laboratório. Define-se então o grau de
compactação do solo, dado pela razão entre os pesos específicos secos de
campo e de laboratório (GC = ϒ/ ϒdmáx X100).
Deve-se obter sempre valores de grau de compactação superiores a 95%.

• Caso estas especificações não sejam atendidas, o solo terá de ser revolvido, e
uma nova compactação deverá ser efetuada.
Determinação da umidade de campo
MÉTODO DA FRIGIDEIRA/ÁLCOOL

Este método fixa o modo pelo qual se determina a umidade de solos e de


agregados miúdos pelo emprego de álcool etílico. A umidade se determina pela
adição de álcool à amostra e a sua posterior queima.

- Para solos arenosos com poucos finos : rápido e bons resultados


- Para solos argilosos: maior tempo, formação de torrões
- Para solos contendo matéria orgânica: não recomendável
Determinação da umidade de campo
Determinação da umidade de campo
MÉTODO DO SPEEDY

Para a determinação da umidade no campo utiliza-se normalmente o umidímetro


denominado Speedy. Este aparelho consiste em um recipiente metálico,
hermeticamente fechado, onde são colocadas duas esferas de aço, a amostra do
solo da qual se quer determinar a umidade e uma ampola de carbureto (CaC2).
Determinação da umidade de campo
MÉTODO DO SPEEDY
Determinação da umidade de campo
MÉTODO DO SPEEDY

Para a determinação da umidade:


• Após colocar a amostra de solo, as esferas e o CaC2 agita-se o frasco, a ampola é
quebrada pelas esferas de aço e o CaC2 combina-se com a água contida no solo,
formando o gás acetileno, que exercerá pressão no interior do recipiente,
acionando o manômetro localizado na tampa do aparelho.
• Com o valor de pressão medido, os valores de umidade são obtidos através de
uma tabela específica, que correlaciona a umidade em função da pressão
manométrica e do peso da amostra de solo
Determinação da umidade de campo
MÉTODO DO SPEEDY
Determinação da massa específica de campo

CRAVAÇÃO NO SOLO DE UM CILINDRO COM


VOLUME CONHECIDO

Método semelhando a retirada de amostras


indeformadas de solo, não recomendável para
solos muito densos e muito arenosos.

O volume e a massa do cilindro são


conhecidos.
Determinação da massa específica de campo
Determinação da massa específica de campo
MÉTODO DO FRASCO DE AREIA

• Faz-se uma cavidade na camada do solo compactado, extraindo-se o solo e


pesando-o em seguida.

• Para se medir o volume da cavidade, coloca-se o frasco de areia seca e


calibrada com a parte do funil para baixo sobre a mesma e abre-se a torneira
do frasco, deixando-se que a areia contida no frasco encha a cavidade por
completo.

• O volume de areia que saiu do frasco é igual ao volume de solo escavado, de


modo que o peso específico do solo pode ser determinado.
Determinação da massa específica de campo
MÉTODO DO FRASCO DE AREIA

• Tem como vantagem sua precisão, amostra grande


e o baixo custo.
• Tem como desvantagem o tempo gasto, por causa
das várias etapas, possíveis erros devido ao mau
manuseio do equipamento, como espaço sob a
bandeja.
Determinação da massa específica de campo
MÉTODO DO FRASCO DE AREIA
Determinação da massa específica de campo
Determinação da massa específica de campo
Índice de Suporte Califórnia (ISC/CBR)
O Índice de Suporte Califórnia é utilizado como base para o dimensionamento
de pavimentos flexíveis.
Para a realização do ensaio de ISC, são confeccionados corpos de prova no valor
da umidade ótima (wot) e na energia de compactação desejada. Foi
desenvolvido originalmente pela AASHTO (2003) e padronizado no Brasil pela
norma ABNT 9895/2017.
O ensaio ISC visa a determinar:
• Propriedades expansivas do material.
• Índice de Suporte Califórnia.
Índice de Suporte Califórnia (ISC/CBR)
Para a determinação do Índice de Suporte Califórnia teremos que passar por
três fases anteriores:

1. Ensaio de compactação;
2. Ensaio de expansão;
3. Ensaio de determinação do Índice de Suporte Califórnia ou CBR (California
Bearing Ratio), propriamente dito.
Índice de Suporte Califórnia (ISC/CBR)
ENSAIO DE COMPACTAÇÃO

• Este ensaio é realizado de maneira similar àquela apresentada para o ensaio


de Proctor. Neste caso, as dimensões do cilindro de compactação são
diferentes.
• Antes de começar a execução do ensaio, coloca-se um disco espaçador no
cilindro de compactação, cuja função é permitir a execução dos ensaios de
expansão e CBR.
• O solo a ser utilizado na compactação do corpo de prova deve passar pela
peneira de 19mm e ser moldado na umidade ótima determinada
anteriormente.
Índice de Suporte Califórnia (ISC/CBR)
Índice de Suporte Califórnia (ISC/CBR)
ENSAIO DE EXPANSÃO

Após concluída a preparação do corpo de


prova, retira-se o disco espaçador, inverte-se o
cilindro e coloca-se a base perfurada na
extremidade oposta. No espaço vazio deixado
pelo disco espaçador encaixa-se um dispositivo
com extensômetro a fim de se determinar as
medidas de expansão sofridas pelo solo.
Índice de Suporte Califórnia (ISC/CBR)
ENSAIO DE EXPANSÃO

São colocados também sobre o corpo de prova um contrapeso não inferior a


4,5kgf que simulará o peso do pavimento a ser construído sobre este solo. O
conjunto desta forma preparado é colocado num tanque d’água por um período
de quatro dias. Durante este período, são feitas leituras no extensômetro de 24
em 24 horas.
Índice de Suporte Califórnia (ISC/CBR)
ENSAIO DE EXPANSÃO
Índice de Suporte Califórnia (ISC/CBR)
ENSAIO DE EXPANSÃO

Algumas especificações adotadas para os solos a serem utilizados na construção


de pavimentos flexíveis são:

• Subleitos: Expansão < 2%


• Sub-bases: Expansão < 1%
• Bases: Expansão < 0,5%
Índice de Suporte Califórnia (ISC/CBR)
DETERMINAÇÃO DO ISC/CBR

Índice de Suporte Califórnia representa a capacidade de suporte do solo se


comparada com a resistência à penetração de um pistão de cinco centímetros
de diâmetro em uma camada de pedra britada, considerada como padrão
(CBR = 100%).
Índice de Suporte Califórnia (ISC/CBR)
DETERMINAÇÃO DO ISC/CBR

O ensaio é realizado colocando-se o molde


cilíndrico (corpo de prova e contrapeso) em
uma prensa, onde se fará penetrar um
pistão de aço a uma velocidade controlada
e constante (1,27 mm/min), medindo-se
para as penetrações especificadas (0,64,
1,27; 1,91; 2,54; 3,81; 5,08mm) a força
exercida pelo solo.
Índice de Suporte Califórnia (ISC/CBR)
DETERMINAÇÃO DO ISC/CBR

Os valores de resistência ao puncionamento assim


obtidos, para os valores de penetração de 2,54mm
e 5,08mm, são expressos em percentagem das
pressões padrão (correspondentes a um ensaio
realizado com pedra britada), sendo que o CBR é
então calculado através das equações, adotando-se
o maior valor encontrado para cada corpo de
prova.
Índice de Suporte Califórnia (ISC/CBR)
DETERMINAÇÃO DO ISC/CBR

Nas equações, os valores das pressões estão expressos em kgf/cm², sendo


70 kgf/cm² o valor da pressão padrão para uma penetração de 2,54mm e
105 kgf/cm² o valor da pressão padrão para uma penetração de 5,08mm.
Índice de Suporte Califórnia (ISC/CBR)
DETERMINAÇÃO DO ISC/CBR

O valor de Índice de Suporte Califórnia assim obtido é utilizado para avaliar as


potencialidades do solo para uso na construção de pavimentos flexíveis como,
por exemplo, a correlação empírica utilizada para se estimar, a partir do ISC, o
módulo de elasticidade do solo.
Índice de Suporte Califórnia (ISC/CBR)
DETERMINAÇÃO DO ISC/CBR
Índice de Suporte Califórnia (ISC/CBR)
DETERMINAÇÃO DO ISC/CBR
Índice de Suporte Califórnia (ISC/CBR)
DETERMINAÇÃO DO ISC/CBR
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
CAMPUS DO SERTÃO

Distribuição de tensões no
solo
MECÂNICA DOS SOLOS 1 AULA – 25/06/2019
PROF.: JÉSSICA BEATRIZ DA SILVA ( jessicabeatriz18@gmail.com )
Introdução
O conhecimento das tensões atuantes em um depósito de terra, sejam elas
advindas do peso próprio ou decorrência de carregamentos em superfície (ou
até mesmo o alívio de cargas provocado por escavações) é de vital importância
no entendimento do comportamento de praticamente todas as obras de
engenharia geotécnica.
Princípio das tensões efetivas
Lembrando... o solo tem três fases: líquida, solida e gasosa.

Se desenvolvem em qualquer plano, serão


suportadas parte pelo esqueleto sólido e parte pela
Tensões normais fase fluída.

Em solos saturados teremos uma parcela da tensão


normal atuando nos contatos interpartículas e a
outra atuando como pressão na água dos vazios.
Princípio das tensões efetivas
Assim, a tensão total num plano será a soma da tensão efetiva, resultante das
forças transmitidas pelas partículas, e da pressão neutra, dando origem a uma
das relações mais importantes da Mecânica dos Solos, proposta por Terzaghi:

’=-u
Onde,  ’ é uma das componentes de tensão normal efetiva do solo,  é a
mesma componente de tensão em termos totais e u é a pressão neutra no
ponto considerado.
Princípio das tensões efetivas
O princípio das tensões efetivas - Postulado por Terzaghi, para o caso dos solos
saturados, o princípio das tensões efetivas o que governa o comportamento do
solo em termos de deformação e resistência ao cisalhamento, são:

Tensão total () Tensão neutra (u)

soma das tensões na fase denominada poropressão,


líquida e partículas sólidas é a pressão existente na
fase água do solo
Princípio das tensões efetivas

Em solos saturados, o que governa o


comportamento do solo em termos de
Tensão efetiva (‘) resistência e deformabilidade é a diferença
entre a tensão total e pressão neutra,
denominada então tensão efetiva.
Princípio das tensões efetivas
Resumindo...

Tensão transmitida pelo contato entre as


Tensão efetiva (‘)
partículas

Tensão neutra (u) Pressão na água dos poros

Tensão total () Soma das duas parcelas acima


Princípio das tensões efetivas
Caso particular:

Terreno horizontal e plano ou uniformemente inclinado, com constância


horizontal nas camadas (homogêneo) e ausência de cargas externas, as tensões
de cisalhamento nos planos horizontal e vertical são nulas.
Princípio das tensões efetivas
Terreno com inclinações diferentes
Cálculo das tensões geostáticas
É possível determinar ou prever as tensões, aplicadas ou desenvolvidas em
pontos do terreno, como resultado de um carregamento imposto, bem como as
tensões existentes no maciço devido ao seu peso próprio, isto é, as tensões
geostáticas.

Para a situação de terreno horizontal, não existem tensões cisalhantes atuando


nos planos vertical e horizontal (em outras palavras, os planos vertical e
horizontal são planos principais de tensão).

Portanto, a tensão vertical em qualquer profundidade é calculada simplesmente


considerando o peso de solo acima daquela profundidade.
Cálculo das tensões geostáticas
Assim, se o peso específico do solo é constante com a profundidade, a tensão
vertical total pode ser calculada simplesmente utilizando-se a equação abaixo,
onde z representa a distância do ponto considerado até a superfície do terreno.

Tensão efetiva
s'= gs. z
Cálculo das tensões geostáticas
A pressão neutra é calculada de modo semelhante.

Tensão neutra/poropressão Tensão total


u = gw. z s= gs. z+ gw. z
gw = 10 kN/m³
zé profundidade em relação ao NA
Cálculo das tensões geostáticas
Quando o terreno é constituído de camadas estratificadas, o que é comum em
grande parte dos casos, ocorre uma variação dos pesos específicos ao longo da
profundidade e a tensão total normal resulta do somatório do efeito das
diversas camadas.
Cálculo das tensões geostáticas
Uso do peso específico submerso - Caso o nível de água esteja localizado na
superfície do terreno, o cálculo das tensões efetivas poderia ser simplificado
pelo uso do conceito de peso específico submerso, discutido na aula de índices
físicos; onde gsub é o peso específico do solo.

Tensão efetiva gsub = gsat − gw Para solo saturado

s'= gsub. z s'= gsat. z -gw. z


Cálculo das tensões geostáticas
Exemplo: Para o perfil de solo abaixo, calcular o tensão total, poropressão e
tensão efetiva no ponto A.
Cálculo das tensões geostáticas
Exemplo 1: Calcular as tensões verticais totais e efetivas nos pontos A a D do
perfil geotécnico.
Efeito da capilaridade
O movimento ascendente da água num
tubo capilar representa o fenômeno da
capilaridade.

Duas forças são responsáveis pela


capilaridade: (1) atração da água por
superfícies sólidas (adesão ou adsorção) e
(2) tensão superficial da água, que é em
grande parte devida à atração entre as
moléculas de água (coesão).
Efeito da capilaridade
Tensões horizontais
Exemplo 2: Calcular a distribuição de σ’v para o perfil abaixo, considerar a camada superficial de
argila arenosa completamente saturada devido ao fenômeno de capilaridade.
Tensões horizontais
As tensões geostáticas horizontais
existentes em um maciço de solo são
muito importantes no cálculo dos esforços
de solo sobre estruturas de contenção,
como os muros de arrimo, cortinas
atirantadas.

Estes esforços dependem em muito dos


movimentos relativos do solo, ocasionados
em função da instalação da estrutura de
contenção.
Tensões horizontais
Para o caso do solo em repouso (sem movimentação horizontal), devido ao peso
próprio ocorrem também tensões horizontais, que são uma parcela da tensão
vertical atuante:

Onde o coeficiente “k” é denominado de coeficiente de tensão lateral, que é


função do tipo de solo, da história de tensões.
Tensões horizontais
Valores típicos de K0 , em função do tipo de solo:
- Areia fofa 0,55
- Areia densa 0,40
- Argila de baixa plasticidade 0,50
- Argila de alta plasticidade 0,65

Razões empíricas para a determinação do K0:


Tensões horizontais
Exemplo 3: Determine a distribuição de tensão
total horizontal no perfil abaixo, até 10m de
profundidade.
Acréscimo de tensões nos solos
As cargas aplicadas na superfície de um terreno induzem tensões, com
consequentes deformações, no interior de uma massa de solo. Embora as
relações entre tensões induzidas e as deformações resultantes sejam
essencialmente não lineares, soluções baseadas na teoria da elasticidade são
comumente adotadas em aplicações práticas, respeitando-se as equações de
equilíbrio e compatibilidade.

As pressões produzidas por cargas aplicadas na superfície de um maciço


terroso são avaliadas, na hipótese de um “maciço semi-infinito, elástico,
isótropo e homogêneo”; conceitos que, a rigor, podem não ser verificados.
Acréscimo de tensões nos solos
As cargas transmitidas pelas estruturas se propagam para o interior dos
maciços e se distribuem nas diferentes profundidades.
Acréscimo de tensões nos solos
Acréscimo de tensões – Carga pontual
Boussinesq (1885) desenvolveu as equações para cálculo dos acréscimos de tensões efetivas vertical
(z), radial (r), tangencial (t) e de cisalhamento (trz), causadas pela aplicação de uma carga
concentrada pontual agindo perpendicularmente na superfície de um terreno, admitindo constante o
módulo de elasticidade do maciço.
Acréscimo de tensões – Carga pontual
Acréscimo de tensões – Carga pontual
Acréscimo de tensões – Carga pontual
Exemplo 4: Foi aplicado no perfil abaixo uma sobrecarga de 1500 kN na superfície do
terreno. Determine as tensões iniciais, os acréscimos de tensões devido à sobrecarga
e as tensões finais no ponto A. Admitindo μ = 0,5.
Acréscimo de tensões - Carga distribuída ao longo
de uma linha
A pressão vertical induzida z no ponto
(A), por uma carga uniformemente
distribuída p ao longo de uma linha na
superfície de um semi-espaço foram
obtidas por Melan e é dada pela
fórmula:
Acréscimo de tensões - Carga uniformemente
distribuída numa faixa
Em se tratando de uma placa retangular em que uma das dimensões
é muito maior que a outra, como por exemplo, no caso de sapatas
corridas, os esforços introduzidos na massa de solo podem ser
calculados por meio da formula desenvolvida por Terzaghi e
Carothers.

As curvas de igual pressão normal e tangencial


segundo Jürgenson, abaixo de um carregamento
retangular.
Acréscimo de tensões - Carga uniformemente
distribuída numa faixa
Podem ser determinadas de acordo com o esquema de carregamento e o ponto
onde se está calculando o acréscimo de tensão. As pressões num ponto (M)
situado a uma profundidade (Z), com o ângulo α em radianos, são dadas pelas
fórmulas abaixo.
Acréscimo de tensões - Carga distribuída sobre uma
placa circular
Para uma superfície flexível e circular de raio R, carregada uniformemente com
pressão P, o valor da pressão vertical z, abaixo do centro é dado pela fórmula de
Love.
Acréscimo de tensões - Carga distribuída sobre uma
placa circular
Para o cálculo do acréscimo de carga
no subsolo, para qualquer posição
que se queira, podemos obter para a
área carregada uniformemente com
pressão P, o valor da pressão vertical
z fornecida pelo gráfico.
Acréscimo de tensões – Placa retangular
Para o caso de uma área retangular de lados a e b uniformemente carregada, as
tensões em um ponto situado a uma profundidade z, na mesma vertical do vértice.
Acréscimo de tensões
Placa retangular

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