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APOSTILA DE LUBRIFICAÇÃO
© SENAI - SP - 2005

Trabalho editorado pela Escola SENAI "Hessel Horácio Cherkassky" do Departamento Regional de São
Paulo

Coordenação Geral Adauir Rodrigues Castro


Coordenação Márcio Antônio Barbosa
Maristela de Sá

Elaboração Carlos Ribeiro Pinheiro da Silva

Revisão Carlos Ribeiro Pinheiro da Silva

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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 1
2 CONCEITO DE LUBRIFICAÇÃO........................................................................................... 1
2.1 Finalidade da Lubrificação......................................................................................... 2
3 ATRITO ................................................................................................................................... 2
3.1 Conseqüência do Atrito ............................................................................................. 2
4 LUBRIFICAÇÃO..................................................................................................................... 3
4.1 Tipos de Lubrificantes................................................................................................ 4
4.1.1 Lubrificantes Gasosos: ............................................................................................. 4
4.1.2 Lubrificantes Líquidos:.............................................................................................. 4
4.1.3 Lubrificantes Pastosos ou Graxas............................................................................ 5
4.1.4 Lubrificantes sólidos ................................................................................................. 5
4.1.5 Aplicações dos Lubrificantes .................................................................................... 6
4.1.6 Folga e Película Lubrificante .................................................................................... 6
5 LUBRIFICANTE LÍQUIDO MINERAL .................................................................................... 7
5.1 Aditivos ........................................................................................................................ 7
5.1.1 Diminuidores do ponto de fluidez ou congelamento ................................................ 8
5.1.2 Inibidores de oxidação:............................................................................................. 8
5.1.3 Detergentes .............................................................................................................. 8
5.1.4 Corretores do Índice de Viscosidade........................................................................ 8
5.1.5 Agentes antiespuma ................................................................................................. 8
5.1.6 Inibidores de Corrosão ............................................................................................. 9
5.1.7 Inibidores de Ferrugem ............................................................................................ 9
5.1.8 Agentes dispersantes ............................................................................................... 9
5.1.9 Agentes antidesgaste: .............................................................................................. 9
5.2 Características dos Lubrificantes líquidos ............................................................ 10
5.2.1 Densidade Relativa................................................................................................. 10
5.2.2 Densidade API........................................................................................................ 10
5.2.3 Densímetro ............................................................................................................. 10
5.2.4 Ponto de Mínima Fluidez ou Ponto de Congelamento........................................... 11
5.2.5 Ponto de Fulgor ou Inflamação .............................................................................. 11
5.2.6 Resíduo Carbonoso................................................................................................ 12
5.2.7 Cinzas sulfatadas ................................................................................................... 12
5.2.8 Viscosidade ............................................................................................................ 12
5.2.9 Índice de Viscosidade (IV)...................................................................................... 14
5.2.10 Poder Dielétrico.................................................................................................. 14
5.2.11 Cor......................................................................................................................15
5.2.12 Número de Neutralização (NN).......................................................................... 15
5.2.13 Número de Saponificação .................................................................................. 16
5.2.14 Água ................................................................................................................... 16
5.2.15 Corrosão em Lâmina de Cobre.......................................................................... 16
5.2.16 Demulsibilidade .................................................................................................. 16
5.2.17 Insolúveis ........................................................................................................... 17
6 PRINCÍPIOS DA LUBRIFICAÇÃO LÍQUIDA....................................................................... 17
6.1 Fundamentos da Lubrificação................................................................................. 17
6.1.1 Camada de Lubrificação Limite; ............................................................................. 17
6.1.2 Lubrificação hidrodinâmica..................................................................................... 18
6.1.3 Lubrificação Mista................................................................................................... 18
6.1.4 Lubrificação elasto-hidrodinâmica .......................................................................... 18
6.1.5 Gráficos dos Fundamentos de Lubrificação........................................................... 19
6.2 elementos de Lubrificação....................................................................................... 19
6.2.1 Mancais .................................................................................................................. 20
6.2.2 Engrenagens .......................................................................................................... 21
6.2.3 Correntes ................................................................................................................ 21
6.2.4 Cabos de Aço ......................................................................................................... 22
6.2.5 Vedações................................................................................................................ 22
6.3 Métodos de Lubrificação.......................................................................................... 23
6.3.1 Método manual ....................................................................................................... 23

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6.3.2 Por Feltros Saturados ............................................................................................ 23
6.3.3 Por Copos com Mecha........................................................................................... 23
6.3.4 Por Copos Conta-Gotas ......................................................................................... 24
6.3.5 Por Anéis ................................................................................................................ 24
6.3.6 Copo de Vareta ...................................................................................................... 24
6.3.7 Lubrificação por Meio de Estopa ou Almofada ...................................................... 25
6.3.8 Por Banho de óleo e Salpico.................................................................................. 25
6.3.9 Lubrificação à Banho ou Imersão .......................................................................... 26
6.3.10 Por Circulação.................................................................................................... 26
6.3.11 Por Bomba Única ............................................................................................... 27
6.3.12 Por Bomba Múltipla e Lubrificadores Mecânicos............................................... 27
6.3.13 Método de Lubrificação por Pulverização.......................................................... 27
6.3.14 Método Centralizado .......................................................................................... 27
7 GRAXA LUBRIFICANTE ..................................................................................................... 29
7.1 Características das Graxas ..................................................................................... 29
7.1.1 Consistência ........................................................................................................... 29
7.1.2 Ponto de Gota ........................................................................................................ 30
7.1.3 Estabilidade Mecânica e Estrutural ........................................................................ 31
7.1.4 Resistência à Oxidação.......................................................................................... 31
7.1.5 Resistência à separação do óleo: .......................................................................... 31
7.1.6 Resistência à umidade ........................................................................................... 31
7.1.7 Antiferrugem ........................................................................................................... 31
7.2 Tipos de Graxas........................................................................................................ 31
7.2.1 Graxa de Cálcio...................................................................................................... 31
7.2.2 Graxa de Sódio ...................................................................................................... 32
7.2.3 Graxa de Alumínio.................................................................................................. 32
7.2.4 Graxa de Lítio ......................................................................................................... 32
7.2.5 Graxa de Composição Betuminosa ....................................................................... 32
7.2.6 Graxa de Poliuréia.................................................................................................. 32
7.2.7 Outros tipos de graxa ............................................................................................. 32
7.3 Aditivos...................................................................................................................... 33
7.3.1 Agentes antiferrugem ............................................................................................. 33
7.3.2 Agentes antioxidantes ............................................................................................ 33
7.3.3 Agentes de Extrema Pressão (EP) ........................................................................ 33
7.4 Processos de Lubrificação (Graxa) ........................................................................ 33
7.4.1 Bomba Manual ....................................................................................................... 33
7.4.2 Copo Stauffer (engraxadeira)................................................................................. 34
7.4.3 Pincel ou Espátula.................................................................................................. 34
7.4.4 Enchimento............................................................................................................. 34
7.4.5 Sistema Centralizado ............................................................................................. 35
7.4.6 Pinos Graxeiros ...................................................................................................... 35
7.5 Vantagens da Lubrificação com Graxa .................................................................. 36
7.5.1 Em Mancais de Rolamento .................................................................................... 36
7.5.2 Em Mancais de Deslizamento................................................................................ 36
7.5.3 Em Engrenagens.................................................................................................... 36
8 LUBRIFICAÇÃO DOS MANCAIS........................................................................................ 36
8.1 Mancais Simples....................................................................................................... 36
8.2 Mancais de Rolamento............................................................................................. 36
9 LUBRIFICAÇÃO DE ENGRENAGENS ............................................................................... 37
9.1 Manual........................................................................................................................ 37
9.2 Por Banho de Óleo com Salpico ............................................................................. 37
9.3 Por Banho de Óleo sem Salpico ............................................................................. 37
9.4 Por Sistema Circulatório.......................................................................................... 37
10 ESCOLHA DO LUBRIFICANTE....................................................................................... 38
10.1 Caixas Engrenagens Cilíndricas e Cônicas de Dentes Retos ou Helicoidais.... 38
10.2 Engrenagens Hipoidais............................................................................................ 38
10.3 Engrenagens de Parafuso Sem Fim ....................................................................... 39
10.4 Engrenagens Abertas............................................................................................... 39
10.5 Deficiências............................................................................................................... 39
11 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 40

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1 INTRODUÇÃO
No curso de formação de operadores de processo químico e petroquímico, a
nossa intenção não é formar um "expert" em lubrificação, mas formar um
profissional que possa conhecer os lubrificantes, suas propriedades, suas
diferenças e a importância da lubrificação de uma maneira geral, sejam elas
domésticas, comerciais ou industriais.

Novos lubrificantes estão sendo cada dias mais aperfeiçoados e desenvolvidos


para atender as mais exigentes máquinas, tais como fórmula 1; compressores e
turbinas que operam a altas temperaturas e velocidades; usinas nucleares;
indústria automobilística; indústria naval; indústria militar; indústria aeroviária, etc.

Certo dia, navegando pela internet deparei com uma mensagem muito
interessante, que estou reproduzindo a seguir.

CUIDADO!!! Quando você chegar ao posto de serviço e o frentista examinar o


nível do óleo do motor e disser que ”cabe mais um litro", ou quando estiver na
hora da troca, vá pessoalmente verificar isso tudo e veja se o que está entrando
no motor do seu veículo é realmente o que o fabricante recomenda.

Agora conheça uma pequena história que me contaram:

• Uma senhora tinha acabado de adquirir um desses veículos nacionais de


ultima geração e empreendera uma viagem para um outro estado. No meio do
percurso, parando num posto para abastecer, ouviu a célebre pergunta: "Vai
ver a frente, madame?" Ocorre que o seu veículo novo, alto consumidor de
lubrificante por não estar ainda com anéis e pistões convenientemente
assentado em seus cilindros, estava com o nível na marca inferior da vareta.
Assim sendo, ela autorizou o frentista a completar. COITADA!!! Cometeu dois
erros crassos: o primeiro foi não conferir a vareta de óleo pessoalmente; o
segundo, não fiscalizar o abastecimento do cárter. Não sabemos se ela já
havia lido o manual do proprietário antes de usar o veículo. O frentista,
logicamente, deve ter adicionado um litro de um óleo de base mineral comum,
de especificação provavelmente inferior à exigida pelo fabricante daquele
veículo. Com certeza, o veículo daquela senhora tinha saído de fábrica
abastecido com lubrificante 100% sintético de especificação mais alta
existente e, então, deve ter ocorrido uma queda enorme na qualidade da
mistura que ficou no cárter. Resultado disso foi que, alguns quilômetros
depois de deixar aquele posto, o motor novo fundiu. Esse fato aconteceu
realmente, não é uma ilustração.

• Cada fabricante de lubrificante tem a sua própria fórmula e dosagem de


aditivação.

Esta pequena história serve para enfatizar a importância capital da lubrificação e


suas conseqüências.

2 CONCEITO DE LUBRIFICAÇÃO
Há uma relação definida entre a lubrificação e a ótima condição de funcionamento
das máquinas.

1
A lubrificação correta das mesmas é o
meio de assegurar ao industrial a eficiência
de produção.

2.1 FINALIDADE DA
LUBRIFICAÇÃO
Diminuir o atrito e eliminar o desgaste de
superfícies sólidas que deslizam umas
sobre as outras.

3 ATRITO
A força de atrito é uma força muito comum porém complexa. O método exato pelo
qual a força de atrito age é ainda um assunto de muita discussão científica. A força
de atrito pode ser observada freqüentemente no nosso dia a dia, quando
andamos, quando acendemos um palito de fósforo, quando escovamos os dentes,
etc.

Há dois tipos de forças de atrito. A força de atrito estática e a força de atrito


cinética ou dinâmica.

Enquanto o corpo está em repouso, a força necessária para iniciar o movimento é


consumida para vencer o atrito dinâmico.

Uma vez iniciado o movimento do corpo, a força necessária para manter este
movimento é consumida para vencer o atrito dinâmico.

O atrito depende também do estado da superfície de contato. Quanto maior a


rugosidade das superfícies, maior é à força de atrito. Mesmo para superfícies
perfeitamente polidas existe o atrito.
Alguns coeficientes de atrito
Material Coeficiente de atrito
Metal - metal 0,15 - 0,30
Metal - madeira 0,20 - 0,60
Madeira - madeira 0,25 - 0,50
Madeira - couro 0,30 - 0,65
Pedra - pedra 0,40 - 0,65
Terra - terra 0,25 - 1,00
Tipos de atrito: deslizamento; rolamento; fluído.

3.1 CONSEQÜÊNCIA DO ATRITO


Desde que o trabalho é igual ao produto da força pela distância percorrida é
evidente que quando o bloco está em movimento produz trabalho. Ele não
2
representa, contudo, na sua totalidade, trabalho útil; uma certa parte deste
trabalho move o bloco, a outra parte é necessária para romper o atrito.

Esta última é dissipada em forma de calor. Este calor se não fosse a lubrificação,
produziria, por exemplo, a dilatação do metal dos mancais, eixos e rolamentos,
causando gripamento (este é o termo usado para designar o agarramento entre
as superfícies em contato). Isto ocorre por falta de lubrificação, é o que acontece
é a união das partes que se tocam.

Observando a figura, o carro com tração


na roda dianteira, ao acelerarmos a tração
motora "empurra" o chão para trás em
conseqüência do princípio da ação e
reação, o solo exerce uma força de
mesma intensidade e sentido contrário,
movimentando o automóvel para frente.

Conclusão
O atrito pode ter duas conseqüências:
• Atrito necessário: andar; comer; triturar; moer; frear, etc.
• Atrito nocivo: aquecimento em demasia; gasto de energia; ruído; desgaste;
acidentes; aumento de custos, etc.

4 LUBRIFICAÇÃO
Para atenuar o atrito entre as peças
de mecanismos; como mancais de
escorregamento (onde se encaixam
e giram os eixos) - e evitar sua
oxidação, desenvolveu-se a técnica
da formação e manutenção de um
a película de substância líquida ou
pastosa (geralmente óleo ou graxa)
entre os locais em que se dá o
contato dessas peças.

O estudo da técnica de lubrificação


e das substâncias lubrificantes é
feito nos laboratórios de indústrias petroquímicas e têm importância
fundamental para a melhoria das condições operacionais e de manutenção de
máquinas, motores e equipamentos em geral.

Se uma camada ou película de lubrificante for colocada entre a superfície e o


bloco, a força necessária para movê-lo se tornará menor, pois, o emprego do
lubrificante substitui o atrito sólido-sólido, por um atrito fluído que é muitíssimo
menor.

Conclusão
A lubrificação reduz o atrito.

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4.1 TIPOS DE LUBRIFICANTES
Lubrificantes são materiais ou substâncias que reduzem o coeficiente de atrito
entre as superfícies.

Os mais diversos produtos têm sido usados com esta finalidade. Os mais
perfeitos e adequados para todos os fins surgiram com o aperfeiçoamento da
moderna indústria petroquímica.

Segundo a função a que se destinam, os lubrificantes podem ser: gasosos;


líquidos; pastosos e sólidos.

4.1.1 Lubrificantes Gasosos:


Exemplos: nitrogênio; ar; gases do tipo halogenetos (Cloro; Flúor)

4.1.2 Lubrificantes Líquidos:


Os lubrificantes líquidos podem são os óleos lubrificantes que podem ser
minerais, graxos, compostos, emulsionáveis e sintéticos.

A) Minerais — Obtidos na destilação do petróleo bruto, consiste na mistura de


hidrocarbonetos cujo teor determina as propriedades de cada óleo
produzido. Esses óleos, portanto, diferem entre si quanto a viscosidade,
resistência à oxidação e outras características. Podem ser usados sozinhos
ou misturados, com ou sem acréscimo de outras substâncias. Tem um
vasto campo de aplicação em trabalhos mecânicos e na lubrificação em
geral.

B) Graxos - De origem vegetal ou animal, são misturas complexas de


glicérides dos ácidos graxos como os ácidos esteáricos, palmítico, decílico
e láurico. Por seu elevado índice de untuosidade, são muito úteis em
trabalhos mecânicos. Mas, por causarem oxidação, espessamento e
formação muito rápida de resíduos, podem ser inadequados a lubrificação
de certas máquinas, onde o mais indicados são, sem duvida, os óleos
compostos.

C) Compostos — Misturas (óleos minerais e óleos graxos, têm propriedades


semelhantes às dos óleos graxos sem mistura, com a vantagem de terem
muito reduzidas às características de causar espessamento e formação de
resíduos. Têm amplo uso na lubrificação de máquinas e em trabalhos
mecânicos, e podem ser produzidos numa grande escala de viscosidades).

D) Emulsionáveis — No trabalho de metais — torneamento e retífica por


exemplo —, a refrigeração é mais importante que a lubrificação. A água é o
melhor refrigerante conhecido; por muito tempo usaram-se soluções de
sabão em água, mas esses líquidos, embora refrigerem, são lubrificantes
muito pobres, além de não protegerem contra a ferrugem. O problema foi
resolvido com os óleos emulsionáveis ou fluídos resultantes da mistura de
óleo mineral com agentes emulsionantes. Essa mistura pode ser diluída em
água, formando uma emulsão estável nas mais diversas concentrações.

E) Sintéticos — como silicones, ésteres sintéticos e glicóis polialquílicos —


são desenvolvidos em laboratório e têm um vasto campo de aplicação, por
suas excelentes propriedades, destacando-se entre outras as de resistência
a altas temperaturas.

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F) Isolantes — empregados em dispositivos elétricos tais como
transformadores; disjuntores automáticos, etc. são óleos minerais isentos
de umidade, poeira, areias, metais, etc. A função deste óleo é dissipar o
calor gerado por efeito joule. Este óleo deve ter agentes antioxidantes,
baixo ponto de fluidez, e a rigidez dielétrica que é a medida da resistência
do óleo à alta tensão, isto é, o óleo deve ser isolante não permitindo a
passagem de corrente elétrica.

4.1.3 Lubrificantes Pastosos ou Graxas


As graxas são óleos minerais espessados com diversos tipos de sabão, argilas
e outros materiais de partículas muito finas (para não causarem desgaste nas
superfícies lubrificadas).

Os sabões usados são feitos pelo cozimento de óleos graxos com vários álcalis
(sódio, bário, cálcio, alumínio e lítio principalmente) e com o óleo mineral
desejado, algumas vezes em presença de água. O resultado é um gel de
estrutura muito fina, que encerra o óleo mineral e também evita seu fluxo.

As graxas servem para lubrificar pontos de difícil acesso e onde não se pode
garantir uma retenção satisfatória de lubrificantes líquidos. Têm um campo de
aplicação muito variado, que vai desde pequenos motores elétricos até mancais
fortemente carregados de grandes laminadoras feitas de aço.

4.1.4 Lubrificantes sólidos


Os lubrificantes sólidos, como grafita, sulfeto de molibdênio, talco, pedra sabão
e mica, são usados em trabalhos que se desenvolvem em temperaturas muito
altas.

A) Grafita: — Adere fortemente a superfícies metálicas. Sua propriedade


lubrificante decorre da estrutura lamelar (composta de hexágonos
estratificados) e da película de umidade que absorve. Pode ser usada em
forma de pedras ou em suspensão coloidal em água e óleo. Misturadas com
óleo ou graxa, essas formas resultam em óleo ou graxa grafitados (os
produtos petrolíferos servem apenas como veículo para a grafita ,
depositando uma camada dela sobre as partes a serem lubrificadas). Por
ter propriedades lubrificantes até a mais de 600 graus Celsius, a grafita é
usada, por exemplo, em partes móveis de fornos e na produção de metais à
quente.

B) Sulfeto de Molibdênio — Lubrificante sólido de características


semelhantes as da grafita: é negro, insolúvel, de estrutura lamelar e adere
fortemente a superfícies metálicas, produzindo baixo coeficiente de atrito.
Não serve para temperaturas pouco superiores a 400 graus Celsius, pois
nesse caso decompõe-se em trióxido de molibdênio (abrasivo) e anidrido
sulfuroso (corrosivo). Mas apresenta melhor desempenho que a grafita em
temperaturas acima de 650 graus Celsius. Por seu conteúdo de enxofre, é
adequado ainda a condições de serviço sob extrema pressão.

C) Talco, Pedra-sabão e mica —Produtos finamente divididos para mistura


com lubrificantes especiais, formam camadas sólidas que só fundem a
temperaturas muito altas, evitando a abrasão e a soldagem entre as
superfícies. Seu uso é muito limitado por apresentarem dificuldades de
aplicação e remoção.

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4.1.5 Aplicações dos Lubrificantes
Em qualquer tipo de indústria, independente dos equipamentos, os

componentes mais comuns, aos quais se aplicam lubrificantes são;


• Mancais de eixo ;
• Dentes de engrenagem;
• Rolamentos em geral;
• Haste de válvulas;
• Talha;
• Correntes;
• Cabos de aço;
• Roletes de apoio de esteiras transportadoras.
• Cilindros de compressores alternativos, etc.

4.1.6 Folga e Película Lubrificante


Os mancais de deslizamento sempre são ajustados a um diâmetro um pouco
maior que o do eixo, o espaço entre eles é denominado folga.

Esta folga representa a tolerância prevista para a dilatação e a distorção de


cada uma das peças, quando ambas estão sujeitas ao calor e ao esforço.

Além de permitir a rotação livre do eixo, esta folga é aproveitada também para
a introdução e distribuição do lubrificante facilitando a formação da película de
óleo.

O óleo introduzido na folga adere às superfícies do eixo e do mancal, cobrindo-


as com uma camada ou película lubrificante. Esta adesão facilita a distribuição
uniforme do óleo que, ao girar o eixo, forma uma película contínua sobre toda
superfície.

É necessário um fluxo abundante

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5 LUBRIFICANTE LÍQUIDO MINERAL
O lubrificante mineral é um subproduto da refinação do petróleo e passa por uma
série de tratamentos para chegar a um produto com características lubrificantes.

As classes de petróleo, citados a seguir diferenciam-se entre si:


1) De base parafínica — produtos de destilação completamente parafínicos;

2) De base parafínica-intermediaria — frações leves parafínicas; pesadas


intermediárias;

3) De base intermediária-parafínica — frações leves intermediárias; pesadas


parafínicas;

4) De base intermediária — produtos de destilação completamente


intermediários;

5) De base intermediária-naftênica — frações leves intermediárias; pesadas


naftênicas;

6) De base naftênica-intermediária — frações leves naftênicas; pesadas


intermediárias;

7) De base naftênica — produtos de destilação completamente naftênicos;

8) De base parafino-naftênica — as frações leves parafínicas; pesadas


naftênicas;

9) De base nafteno-parafínica — as frações leves naftênicas; pesadas


parafínicas.

Análises feitas em 800 amostras de crus provenientes dos principais campos


petrolíferos mundiais revelam que 85% dos crus podem ser classificados nos três
grupos: de base parafínica (1), ou de base intermédia (4), ou de base naftênica
(7).

5.1 ADITIVOS
A adição de agentes químicos
aos lubrificantes, denominados
de aditivos, tem como finalidade
conferi-lhes determinadas
propriedades depois de
acabados. Alguns aditivos dão-
lhes novas propriedades úteis,
que não existem originalmente
nos óleos, enquanto outros
melhoram as suas propriedades
naturais.
Atualmente todos os tipos de
lubrificantes contêm no mínimo
um aditivo, enquanto outros
possuem cinco ou mais diferentes. A quantidade de aditivo utilizado varia de
alguns centésimos até 30%.

7
5.1.1 Diminuidores do ponto de fluidez ou congelamento
São geralmente polímeros, hidrocarbonetos de alta massa molecular, que
retardam a formação de cristais de graxa e inibem sua aglomeração quando o
óleo trabalha a baixas temperaturas. Esses aditivos são utilizados em óleos
lubrificantes parafínicos pois muitos óleos naftênicos possuem pontos de fluidez
naturalmente baixos, por isso dispensam estes aditivos.

5.1.2 Inibidores de oxidação:


Retardam a oxidação do lubrificante reduzindo ou modificando a reação dos
hidrocarbonetos constituintes dos óleos lubrificantes com o oxigênio. A
oxidação nos óleos lubrificantes acarreta a formação de compostos ácidos,
além de torná-los corrosivos aumentam a viscosidade, formam lamas que
acabam sedimentando e aderindo as paredes das tubulações e equipamentos.
Existe uma gama muito grande de substâncias antioxidantes:

A) Compostos de enxofre: ésteres sulfurizados; olefinas sulfurizados;


terpenos sulfurizados; sulfetos aromáticos; sulfetos alquifenol.
B) Compostos fosforados: fosfitos orgânicos; fosfatos; alquilfosfatos.
C) Compostos mistos (enxofre-fósforo): fosfatos de difenol e compostos
fosforados de terpeno- pentasulfeto;
D) Aminas e fenol

5.1.3 Detergentes
Previnem ou reduzem a formação de depósitos nos motores a gasolina e
diesel. Atuam diretamente no processo oxidativo do óleo e, conseqüentemente,
nos produtos formados, que se tornam menos adequados à formação de
depósitos. Podem também reduzir os produtos da combustão a partículas muito
finas, suspensas no óleo e dificilmente depositáveis. Neutralizam os produtos
ácidos da combustão (que causam corrosão nos cilindros, pistões e anéis) e
têm pequeno efeito de limpeza sobre as peças do próprio motor.

5.1.4 Corretores do Índice de Viscosidade


O índice de viscosidade dos óleos lubrificantes é melhorado adicionando-lhes
polímeros, hidrocarbonetos de alta massa molecular. São usados polímeros de
butano, de ésteres de ácido metacrílico e ésteres de álcoois graxos.

Estes aditivos agem na alteração da viscosidade principalmente a altas


temperaturas. Portanto são muito úteis em motores e máquinas sujeitos à
grandes alterações térmicas, principalmente em veículos automotores, nas
transmissões automáticas, turbinas à vapor, em sistemas de controle hidráulico.

Os óleos para motores, contendo aditivos destinados a melhorar o índice de


viscosidade, e que satisfazem as exigências de duas ou mais viscosidades
diferentes, óleos multiviscosos, são designados pelo nome de Multigrades.
Portanto, estes óleos asseguram uma boa circulação a baixas temperaturas e
uma viscosidade máxima às temperaturas operacionais.

5.1.5 Agentes antiespuma


Em alguns sistemas, o ar ou gases mistura-se ao óleo, formando uma espuma
que interfere na lubrificação e causa danos a máquinas. A adição de pequenas
quantidades 1 a 20 ppm de silicone, polímeros de sílica orgânica, ao óleo faz
com que as bolhas de gás quebrem-se na medida em que se formam.

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5.1.6 Inibidores de Corrosão
São aditivos destinados a evitar a corrosão em mancais, engrenagens, etc..
Embora merecendo menção especial, são em geral também antioxidantes.

5.1.7 Inibidores de Ferrugem


São compostos que apresentam elevada atração polar para as superfícies
metálicas. Através de interação fisico-química com determinados tipos de
metais, eles formam uma película contínua e aderente a estas superfícies
metálicas, inibindo e impedindo a ação da água nestas superfícies. São
compostos químicos complexos a base de ésteres dos ácidos graxos, ésteres
ácidos, fósforo e determinados sabões metálicos e aminados.

Estes aditivos são úteis em turbinas a vapor, lubrificantes de engrenagens,


fluídos hidráulicos, e como proteção para motores que não estão em
funcionamento.

5.1.8 Agentes dispersantes


Estes aditivos são na realidade detergentes, cuja ação é de evitar a formação
de depósitos tipo goma e lacas em máquinas e motores.

Os principais aditivos são:


A) Sulfonatos metálicos: os metais são alcalinos terrosos cálcio e bário. Os
ácidos sulfônicos são derivados de petróleo ou a partir de aromáticos
alquilados.
B) Fenatos metálicos ou tiofenatos: os metais utilizados são os mesmos do
item anterior. O fenol ou sulfeto de fenol é alquilado.
C) Fosfatos metálicos ou tiofosfatos: são compostas a base de
pentassulfureto de fósforo com uma poliolefina convertendo em sal metálico
(metais são os mesmos dos itens anteriores).
D) Polímeros detergentes isentos de cinza: são polímeros polares,
semelhantes aos utilizados como aditivos para melhorar índice de
viscosidade (IV). Tais compostos são: poliglicóis; pirolidonas, amidas;
ácidos carboxílicos.

5.1.9 Agentes antidesgaste:


Em condições extremas de lubrificação, para eliminar ou minimizar o desgaste
por atrito, são acrescentados ao lubrificante, alguns aditivos tais como:
A) Agentes de untuosidade: são do tipo óleo graxo, compostos orgânicos
polares - finalidade diminuir o coeficiente de atrito, nas condições de
extrema lubrificação;
B) Agentes para condições médias de serviço (mild -EP): são óleos graxos,
compostos orgânicos polares e ésteres fosfóricos. Para motores de
automóveis, estes aditivos proporcionam amenizar o desgaste na face de
encosto dos balancins das válvulas, nos excêntricos dos eixos de comando
nos segmentos e nos cilindros.
C) Em condições de extrema pressão: são aditivos do tipo enxofre, boro,
fósforo e compostos clorados, em alguns casos são utilizados sabões de
chumbo. Estes agentes possibilitam a restituição da película lubrificante que
é rompida ou removida pela ação de pressões muito elevadas quer por
deslizamento a altas velocidades, e desta maneira evitam a gripagem dos
elementos rotativos. Os compostos são ativados pela temperatura elevada
resultante da pressão extrema. Enquanto a temperatura se levanta, as
moléculas do EP tornam-se reativo e liberam derivados do fósforo, cloro, ou
o enxofre (dependendo do composto que é usado) a reagir com somente
9
com o metal exposto resultando um composto novo tal como o cloreto de
ferro ou o sulfito de ferro. O composto novo dá forma a um revestimento
protetor contínuo que enche as asperezas do metal exposto. Assim, a
proteção é depositada exatamente nos locais onde é necessário.

5.2 CARACTERÍSTICAS DOS LUBRIFICANTES LÍQUIDOS


Podem ser de ordem física, química e prática. As principais características de
ordem física, ou seja, aquelas que podem ser medidas por meio de ensaios de
laboratórios são:

5.2.1 Densidade Relativa


É a massa de um volume, comparado diretamente com igual volume de água,
ambos medidos na temperatura de 15,5 oC.

É um número puro ou adimensional, não é a mesma coisa que pesos


específicos, que é o peso por unidade de volume.

5.2.2 Densidade API


É a massa de um volume comparado com água, indiretamente, segundo uma
141 ,5
escala arbitrária. o
API = − 131,5
densidade à 15,5 0C

5.2.3 Densímetro
É um aparelho que mede diretamente a densidade do material líquido.

10
5.2.4 Ponto de Mínima Fluidez ou Ponto de Congelamento
O ponto de mínima fluidez é a menor temperatura indicada pelo termômetro
antes do óleo cessar de fluir por gravidade.
Para determinação desta temperatura, o
óleo é resfriado lentamente e em repouso,
atinge um ponto no qual as parafinas
começam a cristalizar, o que turva o óleo,
desta forma separam-se da solução.

No teste, resfria-se a amostra de óleo


dentro de um tubo e, a cada decréscimo de
3ºC na temperatura, observa-se à
existência ou não de movimento da
superfície do óleo dentro do tubo. Se após
(5) segundos não houver movimentação,
nessa temperatura teremos atingido o
ponto de congelamento, e a uma
temperatura de 3ºC acima desta estará a
temperatura do ponto de mínima fluidez.
Por exemplo, se determinado óleo apresentar um ponto de congelamento de -
10ºC, seu ponto de mínima fluidez será -7ºC.

5.2.5 Ponto de Fulgor ou Inflamação

É a temperatura em que os gases evaporados do óleo, na presença de uma


chama, dão origem a um "Flash", ou seja, há inflamação porém a concentração
de gases é insuficiente para manter a combustão e a chama apaga-se. Ao valor
desta temperatura se dá o nome de ponto de inflamação ou ponto de fulgor.
Este ponto varia conforme o tipo de aparelho e o sistema de que se utiliza.

O ponto de combustão é a temperatura em que toda a superfície do óleo


entra em combustão completa, por pelo menos cinco segundos.

Estes ensaios são feitos em um aparelho conhecido como CLEVELAND (vaso


aberto), ou em aparelho PENSKY-MARTENS (vaso fechado).
11
O óleo é colocado até o nível indicado na cuba e aquecido lentamente (10ºF
por minuto), passando-se a cada 5ºF de aumento
de temperatura uma chama padrão de gás sobre o
óleo, até atingir o ponto de fulgor, quando a
temperatura do termômetro é registrada.

5.2.6 Resíduo Carbonoso


É o depósito de carbono, em porcentagem de
massa, após submeter o óleo à vaporização e
carbonização, à pressão normal.

A quantidade de carbono está ligada à origem do


óleo, por exemplo, os naftênicos apresentam
quantidade menor de resíduo em relação aos dos
parafínicos.

5.2.7 Cinzas sulfatadas


São resíduos após o óleo ter submetido à calcinação via úmida, sob a ação do
ácido sulfúrico. O resultado é expresso em termos de porcentagem, em massa.

De uma maneira geral, os óleos lubrificantes minerais isentos de aditivos


apresentam teores de cinzas
ou substâncias sulfatadas,
praticamente iguais a zero.

5.2.8 Viscosidade
É a medida da resistência
oferecida por qualquer fluído
(líquido ou gás) ao
movimento ou ao
escoamento. Tecnicamente,
é uma medida do atrito
interno do lubrificante que
surge entre diferentes
camadas quando o líquido é
posto em movimento.

O conceito de viscosidade é
o principal parâmetro na
seleção de um lubrificante.
A unidade de medida para a
mm 2
viscosidade cinemática é , referida também como centistoke (cS). A
s
viscosidade é especificada , normalmente, à 40o C e 100 oC, ainda que em
certos casos possam se usadas temperaturas de 37,8o C.

Existem outras unidades de referência como a viscosidade absoluta poise


N. s
( ).
m2

12
A viscosidade cinemática ( stoke e a centésima parte chamada centistoke) é
viscosidade absoluta
definida como: Viscosidade cinemática =
massa específica
Obs.: Além destas duas unidades de viscosidades, há também outras: SSU
(Seconds Saybolt Universal); SSF (Seconds Saybolt Furol); Redwwod No1 e
No2; Engler. Estas unidades são conversíveis uma nas outras através de
fórmulas ou tabelas.

De uma maneira geral, em líquidos chamados


Newtonianos, a viscosidade diminui com o aumento
de temperatura.

A viscosidade é a função principal de um lubrificante,


para formar uma película que separa os
componentes do rolamento minimizando o atrito e em
conseqüência o desgaste.

Está diretamente relacionada com a capacidade de suportar carga, ou seja,


quanto mais viscoso for o óleo maior será a carga suportada. A viscosidade é
conseqüência do atrito interno de um fluído, isto é, da resistência que o fluído
oferece ao movimento, daí sua grande influência na perda de potência e na
intensidade de calor produzido nos mancais.

A viscosidade é inversamente proporcional à temperatura; assim sendo, quanto


maior a temperatura do óleo menor será sua viscosidade.

Classificação da Viscosidade SAE (Society of Automotive Engineers)


SAE - 5 W Para lubrificar mecanismos que funcionam em baixas
SAE - 10 W temperaturas
SAE – 20 W
SAE – 10
SAE – 20 Para órgãos de máquinas e motores que em
SAE – 30 temperatura ambientais que não ultrapassem a
SAE – 40 100 oC.
SAE – 50
SAE – 80 Para órgãos de máquinas de baixa rotação com
SAE – 90 ajuste grosseiro e engrenagens para transmissão de
SAE – 140 grandes esforços.
SAE – 250
Obs.: W é originado do inglês, winter (inverno).

Nos óleos multi viscosos, por exemplo de acordo com


o símbolo ao lado. No centro do anel está a classe de
viscosidade do SAE.

A viscosidade é uma medida de características do


fluxo do óleo em determinada temperatura.

A primeira combinação de número/letra (5W) indica


que o óleo fluirá bem ao lubrificar as peças críticas de motor em temperaturas
baixas, quanto mais baixo este número mais facilmente será a lubrificação do
motor no início de funcionamento e em tempo frio.

13
O segundo número (30) indica a habilidade dos óleos ao lubrificar o motor em
alta temperatura. Neste caso, mais elevado o número, mais denso será o óleo.

5.2.9 Índice de Viscosidade (IV)


É um valor empírico que estabelece a relação entre a variação, que a sua
viscosidade sofre com a temperatura, e as variações idênticas de dois óleos
tomados como padrão de referência. Um dos óleos muito sensível (Índice de
Viscosidade 0) e o outro pouco sensível (Índice de Viscosidade 100), tomando-
se como base as viscosidades medidas de 40 a 100oC.

Em suma, nos óleos com alto índice de viscosidade, a variação de viscosidade


é menos acentuada do que um óleo de baixo índice de viscosidade para
condições idênticas de temperatura.

5.2.10 Poder Dielétrico


É o poder de resistência à passagem
da corrente elétrica. A umidade abaixa
muito o poder dielétrico de um óleo,
razão pela qual não se estoca óleo de
transformador.

14
5.2.11 Cor
Os produtos de petróleo
apresentam variação de cor quando
observados contra a luz. Essa faixa
de variação atinge desde o preto
até quase o incolor.

As variações de cor são devidas às


variações da natureza dos crus, da
viscosidade e dos métodos e
formas de tratamento empregado
durante a refinação, sendo que são
usados corantes para uniformizar o
aspecto de certos produtos.

No colorímetro da ASTM, temos vidros com oito cores diferentes, desde o mais
claro (nº 1) até o mais escuro (nº 8), abrangendo desde o claro até o vermelho
carregado. Cor mais escura observa-se usando uma diluição de 15% de óleo
em 85% de querosene, e ao resultado se acrescenta à palavra diluído.

Antigamente a cor clara indicava um óleo de baixa viscosidade. Atualmente,


conseguem-se óleos de alta viscosidade e bem claros.

Óleos de origem parafínica - refletem luz de cor verde fluorescente.

Óleos de origem naftênica - refletem luz azulada.

Podem-se imitar essas cores com a adição de aditivos, o que vem mostrar a
não influência da cor no desempenho do lubrificante

5.2.12 Número de Neutralização (NN)


É genericamente definido como sendo a quantidade de base, expressa em
miligramas de hidróxido de potássio, ou a quantidade de ácido, expressa em
equivalentes miligramas de hidróxido de potássio, necessária para neutralizar
os constituintes de caráter ácido ou básico contidos em um grama de uma
amostra de óleo.

Número de Acidez Total (TAN) é a quantidade de base, expressa em


miligramas de hidróxido de potássio, necessária para neutralizar todos os
componentes ácidos presentes em um grama de amostra.

Número de Acidez Forte, Mineral ou Inorgânica (SAN) é a quantidade de


base, expressa em miligramas de hidróxido de potássio, necessária para
neutralizar ácidos fortes presentes em um grama de amostra.

Número de Alcalinidade Total (TBN) é a quantidade de ácido, expressa em


equivalentes miligramas de hidróxido de potássio, necessária para neutralizar
todos os componentes básicos presentes em um grama de amostra.

Número de Alcalinidade Forte, Mineral ou Inorgânica (SBN) é a quantidade


de ácido, expressa em equivalentes miligramas de hidróxido de potássio,
necessária para neutralizar as bases fortes presentes em um grama de amostra

15
5.2.13 Número de Saponificação
De acordo com a ASTM, o número de saponificação é um índice, que identifica
a quantidade de gordura ou de óleo graxo presente em um óleo mineral novo.
Realiza-se o ensaio medindo o peso, em mg, de KOH necessário para
saponificar um grama de óleo.

Também serve para verificar uma eventual contaminação de óleo com graxa.

5.2.14 Água
A contaminação por água é indesejável na maioria dos sistemas de
lubrificação, porque sua presença pode resultar em:

a) Formação de emulsões;
b) Falha ou ineficiência de lubrificação em pontos críticos;
c) Precipitação dos aditivos por hidrólise;
d) Formação de borras. Em óleos “sujos”, que pode entupir telas, filtros ou
tubulações;
e) Contribuição para a corrosão das superfícies metálicas em certos casos.

5.2.15 Corrosão em Lâmina de Cobre


Alguns óleos têm incorporado
em sua formulação de certos
aditivos contendo cloro,
enxofre ou sais inorgânicos,
que, sob condições específicas
de serviço, podem contribuir
no caso dos óleos
lubrificantes, para corrosão em
partes dos equipamentos ou,
no caso de óleos de corte, nas
peças a serem usinadas.

Existem vários tipos de testes


de corrosão para produtos
derivados do petróleo,
dependendo da aplicação a
que esses produtos se
destinam. Como os metais
mais sujeitos a esse tipo de
ataque corrosivo são o cobre e
suas ligas, materiais amplamente empregados em mancais, o teste mais
utilizado é o que avalia o ataque corrosivo a uma lâmina de cobre sob
condições padronizadas.

5.2.16 Demulsibilidade
A determinação da demulsibilidade é de suma importância para óleos
lubrificantes que tenham contato regular com água, devido à natureza do
serviço que desempenham, como, por exemplo, óleos para turbinas a vapor,
para máquina de papel, para sistemas hidráulicos etc., em que o óleo não deve
formar emulsão com água. Em outras aplicações, tais como óleos para
máquinas a vapor, determinados compressores de ar, marteletes de perfuração
de rochas, estimulam-se a formação de emulsões.

16
5.2.17 Insolúveis
São substâncias presentes nos lubrificante, em determinados solventes
orgânicos como o pentano, tolueno, ou hexano. Os insolúveis são,
principalmente, produtos da oxidação do óleo (borras, vernizes, resinas,
gomas), fuligem da combustão, degradação do óleo entre outros

6 PRINCÍPIOS DA LUBRIFICAÇÃO
LÍQUIDA
A grande variedade de máquinas utilizadas deve ser lubrificada, pois, caso
contrário, seu funcionamento ficaria limitadíssimo. Em tais máquinas, de um modo
geral, o que se lubrifica são: mancais; engrenagens; as superfícies planas
deslizantes; os cilindros; os rolamentos.

6.1 FUNDAMENTOS DA LUBRIFICAÇÃO


Os fundamentos da lubrificação baseiam-se nos tipos de camada lubrificante e
das condições requeridas do óleo empregado.

A espessura necessária da película lubrificante depende das condições de


funcionamento do equipamento, principalmente da temperatura, velocidade de
rotação e de certa forma da carga.

Diferentes situações de lubrificação podem ocorrer:

6.1.1 Camada de Lubrificação Limite;

A lubrificação por camada limite ocorre quando a camada de lubrificante é


muito pequena para separar as superfícies de contato. Este fenômeno ocorre
quando a quantidade de lubrificante é insuficiente ou a velocidade baixa
demais.
Por esta razão, não se consegue manter uma película espessa durante os
períodos de partida e de parada.

17
A viscosidade do óleo é também um fator a considerar, pois estando incorreta
paras as condições de operação, torna-se impossível à obtenção de uma
película espessa mesmo com velocidade e cargas normais.

Além disso, se os mancais não dispuserem de um suprimento de óleo em


quantidade suficiente, dado que o lubrificante que recebem é pouco e fornecido
intermitentemente, a película também não se formará.

Rolamentos em cilindros de secagem de papel operam em situações de


camada limite; a temperatura de operação torna a viscosidade do óleo muito
baixa.

6.1.2 Lubrificação hidrodinâmica


A lubrificação hidrodinâmica (fricção por
deslizamento) é obtida quando as duas
superfícies estão completamente
separadas por uma película de lubrificante.
Há muito menos atrito do que na
lubrificação por camada limite: não há
contato metálico entre superfícies em
movimento.

6.1.3 Lubrificação Mista


A lubrificação de película mista é uma combinação da lubrificação
hidrodinâmica e a de limite. Em tal situação, somente o contato ocasional das
asperezas ocorre. Esta circunstância pode ser o resultado da avaria do
lubrificante ou do aumento de carga sobre o lubrificante.

6.1.4 Lubrificação elasto-hidrodinâmica


Também chamada
(EHD ou LEH)
(fricção por
rolamento) ocorre
quando a pressão ou
carga aumenta a um
nível onde a
viscosidade do
lubrificante exerce
uma força de
cisalhamento mais
elevada que a
superfície do metal
suporta. Em
conseqüência, a
superfície do metal
deforma-se
elasticamente em
razão da pressão alta
do lubrificante, na
área de contato, aumenta tanto, que ocorre uma deformação elástica nas
superfícies de contato.

Pode-se imaginar uma situação na qual o lubrificante é projetado para fora do


ponto de contato, ficando as superfícies em contato direto uma com a outra,

18
porém isto não ocorre. A viscosidade, no ponto de contato, aumenta
drasticamente. Quando o corpo rolante passa, a superfície de contato volta a
sua forma inicial e a viscosidade do óleo a sua condição inicial.

Este tipo de lubrificação ocorre em situações onde a lubrificação é muito boa,


como por exemplo, em fusos de máquinas ferramentas.

Além disso, sob altas tensões de contato, o lubrificante pode aumentar


consideravelmente a sua viscosidade. Estes dois últimos efeitos considerados,
indicam que, mesmo em condições de EHL, pode ocorrer a formação de um
filme pleno de lubrificante que evita, efetivamente, o contato entre as asperezas
das superfícies opostas.

6.1.5 Gráficos dos Fundamentos de Lubrificação

6.2 ELEMENTOS DE LUBRIFICAÇÃO


Para uma lubrificação adequada, os principais fatores a serem considerados são
a velocidade, a temperatura, a potência mecânica transmitida e ainda a
possibilidade de contaminação.

O aumento da velocidade entre superfícies de contato permite que se usem


filmes (películas) lubrificantes formados por óleos mais leves e menos viscosos.
Nas máquinas modernas, as altas velocidades são uma constante, o que exige
cuidados especiais na lubrificação de mancais, engrenagens, correntes e cabos
de aço.

No caso, além da viscosidade do lubrificante, é preciso considerar suas


propriedades de coesão e adesão às superfícies em contato, para que resista
aos efeitos das forças centrífugas que tendem a deslocá-lo dos pontos de
lubrificação.
19
As potências mecânicas transmitidas exercem, sobre as superfícies em contato,
pressões que variam conforme as cargas e os esforços existentes em
determinadas condições operacionais e em determinado trabalho realizado pelo
equipamento. As cargas têm sido progressivamente aumentadas na medida em
que as técnicas siderúrgicas se aperfeiçoaram: desenvolveram-se aços-liga
adequados ao emprego em engrenagens e eixos que, sem aumento de tamanho,
puderam ser submetidos a maiores esforços e pressões. Para corresponder a
esses novos materiais, desenvolveram-se os chamados lubrificantes de extrema
pressão.

Como a viscosidade dos lubrificantes varia de modo inversamente proporcional à


temperatura, é importante conhecer as temperaturas de trabalho, para escolher o
lubrificante de viscosidade adequada. Essas temperaturas dependem das
condições inerentes ao funcionamento do ponto de lubrificação e também do
calor transmitido de outras partes da máquina por radiação ou condução: num
motor de automóvel, por exemplo, a temperatura dos mancais é afetada pelo
atrito neles desenvolvido e pelo calor da explosão do combustível nos cilindros.
As faixas de temperaturas admissíveis para os lubrificantes conhecidos são mais
ou menos restritas e, por isso, são preciso, em muitos casos, usar outros meios
de controle da temperatura, como o ar e a água.

A possibilidade de contaminação do lubrificante depende do tipo de vedação


oferecida e da poluição do meio de trabalho. Pó, água e partículas metálicas
podem reduzir seriamente a vida útil de máquinas e equipamentos, além de
contribuírem para aumentar os custos da energia (ou combustível) e da
manutenção.

Em certos casos, a lubrificação é feita de forma especial. Isso ocorre, por


exemplo, quando os objetos lubrificados são:

6.2.1 Mancais
É imprescindível a
lubrificação dessas
peças, sejam de
rolamento ou de
escorregamento
(exceto quando
sujeitas a cargas
muito leves). Nos de
escorregamento
quase sempre há
ranhuras que captam
o lubrificante
transportado pelos
anéis de lubrificação
e distribuem-no
longitudinalmente
pelo mancal.
Ranhuras bem
planejadas podem
conduzir o
lubrificante
alternadamente do
centro para as

20
extremidades dos mancais e vice-versa. Elas devem ser usinadas segundo as
especificações de dimensão e de localização em relação à curvatura e
extremidades dos mancais; ser colocadas nas zonas de baixa pressão dos
mancais e não podem ter cantos (que raspariam o lubrificante da superfície do
eixo, impedindo a distribuição uniforme entre as superfícies de contato).
Em rolamentos, a lubrificação inicial pode ser feita pelo próprio fabricante: eles
são entregues blindados ou selados, contendo um volume de graxa protegido
por elementos de vedação, de modo a permitir o funcionamento durante meses
ou até anos sem relubrificação. Rolamentos abertos são protegidos contra
oxidação e acondicionados em papel alcatroado: essas proteções deverão ser
retiradas através de lavagem com solvente adequado, seguindo-se a aplicação
de graxa ou óleo de acordo com as recomendações do fabricante. As
lubrificações posteriores dos rolamentos, quando em serviço, devem ser
planejadas, pois a lubrificação excessiva é tão prejudicial quanto a insuficiente,
por acarretar aumento da temperatura de trabalho (devido ao atrito interno no
próprio lubrificante) e prejuízos irreparáveis para as vedações.

6.2.2 Engrenagens
Para especificar o lubrificante
adequado, é preciso identificar
antes as condições operacionais
das engrenagens. Mas, de modo
geral, esse lubrificante deve ter
suficiente capacidade de adesão
para permanecer na superfície dos
dentes (resistindo a ação da força
centrífuga); características de
extrema pressão para resistir aos
esforços nos dentes, e custo
comparável à importância do
serviço executado pelo
equipamento.

6.2.3 Correntes
O lubrificante de correntes deve reduzir os
atritos e protegê-las contra a oxidação. A
escolha do lubrificante e do método de
aplicação depende da velocidade linear da
corrente e de seu passo.

Para correntes com passo entre 1/4 e 5/8 de


polegada, recomenda-se lubrificante com
viscosidade SAE 20; entre 3/4 e 1/4, SAE 30;
e, para 1 polegada e meia ou mais, SAE 40.

Quando as temperaturas ambientais forem


superiores a 40 graus Celsius, é preciso usar
lubrificantes de maior viscosidade.

21
6.2.4 Cabos de Aço
A lubrificação evita o desgaste prematuro
e a oxidação dos fios. Durante a
fabricação do cabo, cada fio é lubrificado
na medida em que se formam as tranças,
e estas recebem outra camada de
lubrificante ao serem encordoadas para a
composição final.

A relubrificação dos cabos deve alcançar


os fios internos, o que se consegue com
limpeza da superfície externa e o
aquecimento do lubrificante de
viscosidade adequada.

6.2.5 Vedações
Em qualquer sistema de lubrificação, são
importantes as vedações interna e
externa, para que o lubrificante não saia e
para que agentes contaminantes não
entrem no sistema.

O material das vedações não pode conter substâncias abrasivas, pois o


desgaste deve ocorrer na vedação e não no eixo. Assim, os materiais
geralmente utilizados são o couro, o feltro, a cortiça, a borracha e alguns
materiais sintéticos. O desgaste das vedações feitas por arruelas de feltro,
couro ou borracha pode ser contornado com o uso de molas que mantêm as
arruelas em contato permanente com o eixo.

A disposição mecânica de qualquer vedação requer a análise da máxima


temperatura a ser provavelmente atingida pelo lubrificante. O aumento de
temperatura eleva a fluidez do lubrificante, exigindo o uso de vedações mais
justas ou de "labirintos" que dificultem a saída do líquido.

A eficiência de uma vedação também depende diretamente do acabamento da


superfície com a qual ela está em contato.

22
6.3 MÉTODOS DE LUBRIFICAÇÃO

6.3.1 Método manual


É a aplicação direta do lubrificante na parte
móvel da máquina, por intermédio de
almotolia ou pincel.

Obs.: A dosagem de lubrificante depende


do lubrificador e, assim muitas vezes ela
pode ser excessiva ou insuficiente.

6.3.2 Por Feltros Saturados


Provavelmente o mais antigo, envolve o uso de um feltro saturado de
lubrificante e colocado diretamente
sobre o eixo da máquina. O
movimento do eixo desenvolve
pequenas pressões hidrostáticas,
suficientes para manter lubrificação
contínua, desde que os feltros
sejam periodicamente saturados
com lubrificante. Os feltros também
funcionam como filtros evitando a
penetração de outros poluentes.

6.3.3 Por Copos com Mecha


Conforme a figura, consiste em
reservatórios de óleo que contêm uma
mecha de estopa com uma das
extremidades mergulhada no lubrificante e
a outra posicionada sobre o ponto de
lubrificação. O óleo é drenado para o
mancal em forma de gotas, por ação
capilar. O método tem a desvantagem de
lubrificar continuamente, mesmo com a
máquina parada, além de ter a vazão
gradualmente diminuída (na medida em
que a mecha se contamina).

A mecha (pavio) de lã é mais utilizada,


sendo formada de vários fios, de maneira
que, se reduzirmos a quantidade de fios,
reduziremos a quantidade de óleo que sai
do copo. O copo deve ser mantido cheio,
pois a quantidade de óleo lubrificante que
goteja, diminui à medida que o nível de
óleo do copo abaixa.

23
Uso é muito usado nas indústrias de papel, borracha, cimento, eixos, motores
elétricos pequenos, mancais planos etc.

6.3.4 Por Copos Conta-Gotas


Conforme a figura, consiste em
reservatórios de óleo cuja
vazão é regulada por
parafusos de ajustagem ou por
válvulas de agulha, além de
terem geralmente indicadores
visuais para a observação
direta do fluxo. Na parte
superior do reservatório há
uma haste que permite abrir ou
fechar a válvula sem alterar a
regulagem fixada. Permite
regular a quantidade de óleo
por minuto e entra em
operação quando for
requerido. Os copos conta-
gotas têm uma desvantagem:
exigem constantes regulagens
para correção do fluxo, que é
facilmente alterado pelas
variações da temperatura
ambiente.

Muito usado em compressor de ar, engrenagens, correntes, máquinas etc.

6.3.5 Por Anéis


Método que proporcionou uma
efetiva lubrificação com circulação
de óleo. O lubrificante fica num
reservatório colocado embaixo do
mancal. Ao redor do eixo, há um
anel cuja parte inferior fica
mergulhada no óleo: na medida em
que o eixo gira, o anel arrasta o
óleo e o distribui pelas ranhuras da
área de baixa pressão do mancal.
Podem-se utilizar vários anéis, o
que depende do comprimento do
mancal. O uso desse método
restringe-se apenas a velocidades
baixas e médias.

6.3.6 Copo de Vareta


Consta de um copo de vidro provido de uma tampa de metal. Um pino móvel
passa por um orifício e repousa sua extremidade sobre o eixo, que, quando
em movimento começa a vibrar, de maneira a provocar um fluxo de óleo para
o mancal ou eixo.

24
Observação: Este processo de lubrificação é muito econômico pois só injeta
óleo quando a máquina estiver funcionando.

Uso: em mancais planos,


ventiladores etc.

6.3.7 Lubrificação por Meio de


Estopa ou Almofada
Neste sistema utilizado nos
mancais de vagões ou carros
elétricos, coloca-se em contato
com a parte inferior do munhão
certa quantidade de estopa,
previamente embebida em óleo
conforme figura. Por ação capilar,
o óleo embebido escoa pela
estopa em direção ao mancal.

6.3.8 Por Banho de óleo e Salpico


As partes a serem lubrificadas ficam
parcialmente mergulhadas no lubrificante
contido em um reservatório. No banho, muito
usado em caixas de engrenagens, as
esferas ou roletas inferiores dos rolamentos
e as partes inferiores das engrenagens
arrastam o lubrificante para as partes altas.
No salpico, usado principalmente em
cabeçotes de máquinas operatrizes, em
pequenos motores, em compressores
alternativos, obtém-se o efeito do banho
acrescido do salpico sobre as peças não
banhadas.

25
6.3.9 Lubrificação à Banho ou Imersão
Neste processo as partes móveis ficam em contato direto com o óleo da caixa.
A medida em que elas giram o óleo dá um banho nos componentes do
conjunto. Usado em motores pequenos e médios e em pequenas turbinas.

6.3.10 Por Circulação

Processo mais moderno, consiste na entrada e saída contínuas de lubrificante


do reservatório, permitindo um fluxo constante para os mancais e outras peças
que exijam lubrificação abundante.

Na circulação por gravidade, o óleo é bombeado para um reservatório (acima


das partes a serem lubrificadas), de onde flui, por gravidade, para as partes
móveis da máquina.

Na circulação sob pressão, o óleo é bombeado diretamente aos pontos de


lubrificação, onde a dosagem individual é assegurada através de válvulas de
agulha.
26
Fazem parte deste processo, filtros de
limpeza do óleo e equipamentos de
controle de temperatura.

É usada em grandes motores,


máquina térmica

6.3.11 Por Bomba Única


Neste método a bomba está ligada
ao eixo do motor ou máquina, ficando
mergulhada no óleo do cárter ou
depósito.

O óleo atinge os pontos de


lubrificação por meio de
canalizações; após tem lubrificado as
partes móveis, retorna ao cárter, e é
posto em circulação.

6.3.12 Por Bomba Múltipla e Lubrificadores Mecânicos


Neste método existe um aparelho lubrificador montado na própria máquina e
por ela acionado. Este conjunto consiste de uma caixa que serve de depósito
para o lubrificante e um, dois ou mais pistões, funcionando como bomba.

As gotas de óleo seguem por canalizações até as peças a lubrificar.


A quantidade de óleo em cada pistão é regulável por um parafuso. Para
facilitar a regulagem, muitos lubrificadores mecânicos possuem visores que
permitem a contagem de gotas por unidade de tempo.

6.3.13 Método de Lubrificação por Pulverização

Neste método utilizado para pulverização tanto de óleo como graxa em


sistemas de engrenagens, correntes, cremalheiras, etc.

6.3.14 Método Centralizado


Prefere-se, atualmente, adotar sistemas centralizados de lubrificação à alta
pressão, com bombas, o que apresenta várias vantagens: o abastecimento é
simultâneo para vários pontos; cada mancal recebe a quantidade certa de
lubrificante, no momento adequado; a condução do lubrificante através de
circuito hermético impede a contaminação; evita-se a parada de máquinas

27
para lubrificação; e o atendimento de centenas de pontos pode ser
comandado por um só operador.

28
Além disso, verificou-se que a lubrificação centralizada prolonga a vida útil dos
mancais em 400% ou mais, mantendo as ajustagens e tolerâncias iniciais.
São utilizados em grandes máquinas operatrizes, compressores de processo,
turbinas, etc.

7 GRAXA LUBRIFICANTE

7.1 CARACTERÍSTICAS DAS GRAXAS

7.1.1 Consistência
É uma propriedade utilizada para
líquidos plásticos, semi-sólidos e os
sólidos possuem para fluir quando
submetidos à pressão.

Para evitar os termos "mole",


"espesso", "médio", etc., a ASTM
"American Society for Testing
Materials" elaborou e normalizou um
teste para graxas batizado como
Penetração "penetração de uma
graxa lubrificante é a profundidade, em
décimos de milímetros, que um cone
metálico padrão de peso e dimensão
conhecidos, penetra em uma amostra
de graxa, durante um intervalo de 5
segundo"

Este teste é equivalente aos graus da SAE, e adotado pela NGLI "National
Lubrificating Grease Institute"

29
Consistência das graxas lubrificantes - Classificação NLGI
Grau de Penetração trabalhada
Consistência ASTM a 25 oC
000 445 a 475
00 400 a 430
0 355 a 385
1 310 a 340
2 265 a 295
3 220 a 250
4 175 a 205
5 130 a 160
6 85 a 115

A consistência da graxa lubrificante indica o grau de rigidez e depende


essencialmente de espessante utilizado na sua composição. Quanto menos
espessa for uma graxa, maior será o índice de penetração do cone. Os graus
000 e 00 são referidos a graxas semifluídas de menor consistência, enquanto a
graxa de índice 6 maior consistência, são graxas mais duras. Por exemplo às
graxas de índice 0 e 1, tem aplicação em sistemas de temperaturas muito
baixas ou em sistemas de lubrificação centralizada.

7.1.2 Ponto de Gota


O ASTM D-566, define ponto de gota como
sendo a temperatura na qual uma graxa
passa de seu estado semi-sólido (pastoso)
para o líquido, obedecendo a certos
critérios.

O teste do ponto de gota é definido nos


padrões D-566 e D-2265 de ASTM. O
instrumento do teste consiste em um copo
da graxa com um furo pequeno no fundo,
tubo de teste, dois termômetros, um
recipiente, agitando o dispositivo e um
aquecedor elétrico . As superfícies
interiores do copo da graxa são revestidas
com a graxa a ser testada. Um termômetro
é introduzido no copo e prendido no lugar
de modo que o termômetro não toque na
graxa. Este conjunto é colocado dentro de
um tubo de teste. O tubo de teste é
abaixado no recipiente que é enchido com o
óleo. Um outro termômetro é introduzido no
óleo.

Para executar um teste, o óleo é aquecido, ao ser agitado, em uma taxa de 8 a


12°F (4 a 6,5 ºC) por o minuto até a temperatura esteja 30°F (16,5 ºC) abaixo
do ponto gota previsto. O calor é reduzido até que a temperatura do tubo de
teste esteja 4°F (2 ºC) ou menos do que a temperatura de óleo. O ponto de
gota está a uma temperatura gravada no termômetro do tubo de teste quando
uma gota da graxa cai através do furo no copo da graxa. Se a gota arrastar
uma linha, a temperatura do ponto de gota está a uma temperatura em que a
linha quebra.

30
7.1.3 Estabilidade Mecânica e Estrutural
É um teste no qual se procura avaliar o efeito de esforços em regimes severos
de operação na qual a graxa pode perder sua consistência e amolecer,
provocando vazamentos e em conseqüência a falha na lubrificação.

O aparelho utilizado é o mesmo da avaliação da consistência da graxa, porém


o que diferencia é o número de penetrações trabalhadas. Enquanto para o teste
de consistência são efetuados 60 cursos duplos, no teste de avaliação para
determinar a estabilidade estrutural ou mecânica este número varia entre 1000
a 100.000 cursos.

7.1.4 Resistência à Oxidação


Este teste procura avaliar a oxidação de uma determinada graxa exposta em
ambientes oxidantes e altas temperaturas. A oxidação da graxa pode acarretar
deterioração da sua consistência provocando amolecimento ou endurecimento,
com perda das propriedades de lubrificante.

Podem ser efetuados testes estáticos como o especificado pela ASTM ou


dinâmico especificado pela SAE.

7.1.5 Resistência à separação do óleo:


Este teste procura avaliar o grau de resistência que uma graxa deve ter para
impedir a separação do óleo do sabão (espessante).

7.1.6 Resistência à umidade


É um teste que avalia o desempenho das graxas em manter sua estrutura,
propriedades lubrificantes e anticorrosivas quando trabalham em presença de
água.

7.1.7 Antiferrugem
Além de manter suas propriedades lubrificantes, uma boa graxa deve possuir
proteção contra a ferrugem e corrosão. Algumas graxas possuem esta
propriedade, outras há necessidade de adicionar agentes que aumentem essa
propriedade.

7.2 TIPOS DE GRAXAS

7.2.1 Graxa de Cálcio


Sua grande vantagem é a resistência à água. Muitas vezes contém em sua
composição uma pequena porcentagem de água (1 a 3%).

Assim não pode ser usada com temperatura superior a 60 oC, sob pena de
separar o sabão do óleo. Porém certas graxas a base de cálcio e contendo
determinados aditivos conseguem operar eficazmente em serviços até 120 oC.

São utilizados em rolos de secagem de papel ou em equipamentos marítimos.

Tem o aspecto similar à manteiga e apresenta uma boa estabilidade mecânica

31
7.2.2 Graxa de Sódio
Sua principal vantagem é a boa resistência ao calor, podendo ser usada até
90/120 oC. Seu ponto de gota e, em geral, em torno de 175 oC. Entretanto, não
resiste à água e não deve ser empregada em presença da mesma.

Sua textura em geral é fibrosa, podendo, porém, ser amanteigada, dependendo


processo de fabricação. A graxa de sódio de fibra longa é usada para
lubrificação de mancais de buchas e outras superfícies deslizantes em altas
temperaturas. Apresentam também boas propriedades de aderência e vedação.
Fornecem proteção contra a ferrugem.

7.2.3 Graxa de Alumínio


Assim como a graxa de cálcio, a graxa de alumínio não pode ser usada com
temperatura superior a 70 oC. Em geral a graxa de alumínio torna-se gomosa
quando quente, ficando imprópria para o uso.
Possui boa resistência a água e muito boa adesividade natural, por esse motivo
é usada com sucesso para lubrificação de chassi.

7.2.4 Graxa de Lítio


Já vimos que as graxas de cálcio e as de alumínio não resistem ao calor,
enquanto a de sódio, embora possa ser usada em temperaturas altas, não
resiste à lavagem com água. Nenhuns desses tipos de graxa citados podem ser
usados como uma graxa de múltipla aplicação, isto é, uma graxa que atente à
maioria dos requisitos de uma boa lubrificação.

Esse objetivo pode ser conseguido com a graxa de lítio, que tem resistência ao
calor e a água, apresentando boa capacidade de bombeamento.

Ponto de gota acima de 190 oC, fibra média, temperatura de trabalho de -30 oC
a 120o C com a adição de aditivos pode trabalhar até 150o C.

7.2.5 Graxa de Composição Betuminosa


É uma graxa de elevada aderência feita à base de mistura de óleos minerais.
Normalmente precisa de um aquecimento prévio para ser aplicada.
Alguns tipos apresentam-se diluídos em solventes podendo ser aplicado a frio.

7.2.6 Graxa de Poliuréia


É uma graxa de fibra média, ponto de gota superior a 270 oC , apresenta boa
resistência à oxidação e à umidade, base é óleo mineral. Temperatura de
trabalho -20 a 160 oC. Normalmente cor bege. Tem boa aplicação em sistema
marítima.

7.2.7 Outros tipos de graxa


Existem outros tipos de graxas, incluindo as de base de óleo sintético, tais
como éster e silicone, que apresentam melhor resistência à oxidação do que as
de base de óleo mineral. São utilizados com agentes espessantes sabão de
lítio, bentonita, sílica gel, PTFE (teflon), bissulfeto de molibdênio, grafite, etc. .
Estas graxas têm finalidade específica como instrumentação e dispositivos em
aeronaves, robôs, satélites, podendo operar em temperaturas criogênicas em
torno de -70 oC.

32
7.3 ADITIVOS
São incorporados agentes especiais às graxas lubrificantes, cuja finalidade é
proporcionar melhoria no desempenho.

7.3.1 Agentes antiferrugem


São incorporados à graxa principalmente quando o ambiente de trabalho está
exposto à umidade e também protegem os rolamentos durante a
armazenagem.

7.3.2 Agentes antioxidantes


Melhoram a resistência à oxidação principalmente quando a graxa trabalha a
altas temperaturas, mantendo o poder de lubrificação e ao mesmo tempo
anticorrosivo.

7.3.3 Agentes de Extrema Pressão (EP)


São compostos sulfurosos, fosforosos e a base de cloro, incorporados à graxa
utilizada em serviços críticos de pressões muito elevadas. Em caso de ruptura
da película lubrificante, por alta temperatura provocada por deslizamento, que
por alta pressão, estes aditivos dão origem a formação de uma película
protetora, evitando o contato entre as superfícies metálicas em atrito.

7.4 PROCESSOS DE LUBRIFICAÇÃO (GRAXA)


Na lubrificação à graxa, é importante que sejam usados processos apropriados
na transferência de graxa do tambor para as partes a serem lubrificadas. O uso
de equipamento adequado para a transferência da graxa permite que as
execuções dessas operações sejam feitas com o máximo de limpeza, quer para
o lubrificador quer para o equipamento, protegendo a graxa contra
contaminações e impurezas.
A seqüência dessa transferência é:
Tambor Î Bomba intermediária Î Aparelho de lubrificação Î Ponto de uso.

7.4.1 Bomba Manual


É uma bomba que introduz a
graxa por intermédio do pino
graxeiro. É usada onde a
quantidade de graxa aplicada
é pequena e o local de
aplicação de difícil acesso.

33
7.4.2 Copo Stauffer (engraxadeira)
Os copos são cheios com graxa e ao regular a tampa, a graxa é impelida pela
parte inferior do copo.

A vantagem deste método está


no pouco conhecimento
necessário para sua utilização.

Quando a rosca chegar ao fim


do seu curso o copo deve ser
cheio novamente.

7.4.3 Pincel ou Espátula


Método de lubrificação manual de engrenagens, cabos e correntes que
trabalham ao ar livre.

7.4.4 Enchimento
É usado em mancais de rolamento. A graxa é aplicada manualmente, até 2/3
da capacidade do depósito.

Observação:Não se devem encher totalmente


os mancais, pois pode provocar um
superaquecimento.

34
7.4.5 Sistema Centralizado

Constitui-se num processo de lubrificação de graxa ou de óleo com a finalidade


de lubrificar um número elevado de pontos na quantidade certa de lubrificante,
independente de sua localização.

A vantagem deste sistema é a redução de mão-de-obra de lubrificação.

7.4.6 Pinos Graxeiros


Substituem os copos de graxa, com a
vantagem de reduzir o tempo
necessário para a lubrificação.

Três tipos de pinos graxeiros são


utilizados normalmente:

Hidráulico: Utilizado geralmente em


máquinas menores e mais leves.

Chato: Localiza-se pouco acima da caixa do mancal. É utilizado onde o espaço


para lubrificação é reduzido.

Cabeça em Botão: Utilizado em equipamentos pesados, onde prevalecem


condições severas e são necessários grandes volumes de graxa.

As graxeiras são constituídas de uma mola que força uma bola de aço contra o
orifício de entrada da graxa. A graxa entra sob pressão e empurra a bola contra
a mola .

Logo que a pressão diminui a bola volta-se contra o orifício de entrada,


fechando assim, o vazamento. Antes de colocar a graxa, o pino deve ser limpo
com um pano para evitar a entrada de impurezas do mancal.

35
7.5 VANTAGENS DA LUBRIFICAÇÃO COM GRAXA
As principais vantagens da utilização da graxa são:

7.5.1 Em Mancais de Rolamento


- Boa retenção;
- Lubrificação instantânea;
- Mínimo vazamento;
- Permite uso freqüente sob mancais;
- Baixo consumo.

7.5.2 Em Mancais de Deslizamento


- Boa retenção;
- Resistente ao choque;
- Permanece onde necessário quando das partidas e em operações
intermitentes.

7.5.3 Em Engrenagens
- Boa retenção, principalmente em engrenagens abertas;
- Resiste à ação e até remoção proveniente da força centrífuga;
- Resiste à pressão de carga.

8 LUBRIFICAÇÃO DOS MANCAIS


8.1 MANCAIS SIMPLES
A lubrificação de mancais pode ser feita com óleo ou graxa.

Três fatores são necessários para que haja boa lubrificação dos mancais:
1) Rotação do munhão.
2) Carga imposta ao mancal.
3) Viscosidade do óleo ou no caso, a consistência da graxa.

A lubrificação dos mancais é, muitas vezes, facilitada por ranhuras na


superfície do mancal. As ranhuras ajudam a conduzir e distribuir uniformemente
o óleo sobre a superfície, possibilitando a refrigeração do mancal.

As ranhuras dependem da largura do mancal, da carga apoiada, da velocidade


do eixo e do método de lubrificação.

8.2 MANCAIS DE ROLAMENTO


As funções de um lubrificante para rolamento são:
1) Reduzir o atrito de deslizamento entre os elementos rolantes e os
separadores.
2) Proteger as superfícies contra ferrugem ou corrosão.
3) Dissipar (espalhar) o calor gerado.
4) Completar a vedação do conjunto, a fim de evitar a penetração de qualquer
impureza.

36
O óleo e a graxa são utilizados na lubrificação de rolamento. O óleo tem maior
eficiência nos casos de refrigeração e a graxa tem maior eficiência quando se
trata de vedação.

Quatro fatores provocam falhas na lubrificação com graxa:


1) Folgas exageradas no conjunto, fazendo a graxa ser jogada pelas partes
móveis.

2) Perda de graxa através de um retentor inadequado.

3) Deterioração química da graxa, devido a altas temperaturas de operação do


mancal.

4) Graxa inadequada.

9 LUBRIFICAÇÃO DE
ENGRENAGENS
Métodos:
- Manual;
- Por banho de óleo com salpico e sem salpico;
- Por sistema circulatório.
-

9.1 MANUAL
Emprega-se em engrenagens expostas. São utilizadas composições
betuminosas, aplicadas com pincel ou espátula. São aplicadas principalmente
em engrenagens de baixa rotação que transmitem cargas elevadas.

9.2 POR BANHO DE ÓLEO COM SALPICO


Aplicado em engrenagens abertas, de grandes dimensões e baixa rotação.

Aplicam-se óleos lubrificantes de grande viscosidade e até composições


betuminosas leves.

9.3 POR BANHO DE ÓLEO SEM SALPICO


Os dentes da engrenagem inferior ficam mergulhados no óleo. Com a rotação o
óleo é levado à outra engrenagem.

9.4 POR SISTEMA CIRCULATÓRIO


O sistema e empregado em engrenagens que trabalham em alta velocidade. O
óleo é pressionado por urna bomba que, em forma de jato, lubrifica os dentes
da engrenagem.

37
10 ESCOLHA DO LUBRIFICANTE
10.1 CAIXAS ENGRENAGENS CILÍNDRICAS E CÔNICAS DE
DENTES RETOS OU HELICOIDAIS
O lubrificante escolhido nesses casos, varia de acordo com as cargas suportadas
pelos dentes. Recomenda-se o uso de óleos minerais puros para esses tipos de
engrenagens.

10.2 ENGRENAGENS HIPOIDAIS

Muito utilizada em diferenciais de veículos. Exigem boa lubrificação, pelas


condições severas a que as engrenagens estão sujeitas. O óleo mineral puro ou
com aditivo não é recomendado. Deve-se usar óleo de extrema pressão.

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10.3 ENGRENAGENS DE PARAFUSO SEM FIM
O deslizamento e é muito alto nas
superfícies de trabalho. Os óleos
compostos são utilizados na
lubrificação. Atualmente empregam-se
óleos minerais puros e óleos
sintéticos.

10.4 ENGRENAGENS ABERTAS


Requerem lubrificantes de grande aderência, a fim de não serem arremessados
para fora dos dentes com a rotação.

10.5 DEFICIÊNCIAS
Na lubrificação das engrenagens podem ser causadas por:
- Alta temperatura;
- Contaminação e aumento de viscosidade do óleo;
- Óleo usado não obedecendo a viscosidade correta;
- Nível de óleo alto ou muito baixo.

Nota
Em toda máquina, equipamento, veículo, a escolha do lubrificante deve seguir as
recomendações do fabricante quanto ao óleo ou a graxa a serem usados.

Mistura e lubrificantes: nunca misture lubrificantes não compatíveis, seja ele


óleo ou graxa.

Não utilize lubrificantes que não tenham identificação.

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11 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
• Fundamentos de Lubrificação - Mobil Oil do Brasil

• Manual SKF de Manutenção de Rolamentos

• Enciclopédia Abril - 1973

• Chemical Engineers' Handbook - Perry & Chilton - Fifth Edition

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