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Fundamentos de Lubrificação Industrial

Fundamentos

de

Lubrificação Industrial

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Fundamentos de Lubrificação Industrial

ÍNDICE

1. PETRÓLEO ................................................................................................................................. 5
1.1. Origem do petróleo ......................................................................................................... 5
1.2. Composição química do petróleo..................................................................................... 5

2. ÓLEOS BÁSICOS ....................................................................................................................... 6


2.1. Descrição .......................................................................................................................... 6
2.2. Processo de produção de óleos básicos ........................................................................... 7
2.3. Propriedades dos grupos de básicos ................................................................................. 7
2.4. Dúvida freqüente: Óleos Básicos do grupo III são sintéticos? ........................................ 8

3. ADITIVOS .................................................................................................................................. 9
3.1. Anticorrosivos .................................................................................................................. 9
3.2. Antidesgaste ................................................................................................................... 9
3.3. Antiespumante ................................................................................................................ 9
3.4. Antioxidantes .................................................................................................................. 9
3.5. Detergentes ...................................................................................................................... 9
3.6. Dispersantes ..................................................................................................................... 9
3.7. Extrema Pressão .............................................................................................................. 9
3.7.1. Four Ball ............................................................................................................ 10
3.7.2. Timken................................................................................................................. 11
3.8. Melhoradores do Índice de Viscosidade ....................................................................... 11
3.9. Rebaixadores do Ponto de Fluidez ................................................................................ 11
3.10. Modificadores de atrito ................................................................................................. 12
3.11. Outros aditivos ............................................................................................................ 12

4. ÓLEOS LUBRIFICANTES ....................................................................................................... 12


4.1. Produção de lubrificantes .............................................................................................. 12
4.2. Propriedades dos óleos lubrificantes .............................................................................. 13
4.2.1. Viscosidade ..........................................................................................................13
4.2.2. Índice de Viscosidade (IV) .................................................................................. 13
4.2.3. Ponto de fluidez.................................................................................................. 14
4.2.4. Ponto de fulgor .................................................................................................. 14

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4.2.5. Cor ...................................................................................................................... 14
4.2.6. Densidade ........................................................................................................... 15
4.2.7. Outras propriedades ...................................................................................... 16

5. SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DE VISCOSIDADE ........................................................ 16


5.1. Sistema de Classificação de Viscosidade ISO para Óleos Industriais ........................... 16
5.2. Sistema de Classificação de Viscosidade AGMA para Óleos Industriais .................... 16
5.3. Outras classificações de viscosidade ....................................................................... 17

6. CLASSIFICAÇÕES DE DESEMPENHO ................................................................................ 18


6.1. Classificação AGMA ..................................................................................................... 18
6.2. Especificações DIN para óleos industriais ..................................................................... 19
6.3. Classificações de fabricantes industriais .............................................................. 23

7. GRAXAS LUBRIFICANTES ................................................................................................... 25


7.1. Definição ........................................................................................................................ 25
7.2. Aplicação de Graxa ....................................................................................................... 25
7.3. Fabricação ..................................................................................................................... 25
7.4. Tipos de Graxas ............................................................................................................. 26
7.4.1. Tabela de compatibilidade de graxas ..................................................................
28
7.5. Propriedades .................................................................................................................. 28
7.5.1. Consistência ........................................................................................................ 28
7.5.2. Ponto de gota ...................................................................................................... 30
7.5.3. Bombeabilidade .................................................................................................. 31
7.6. Classificação para graxas ..............................................................................................
32
7.6.1. Sistema de classificação de graxas da NLGI ...................................................... 32
7.6.2. Especificações DIN para graxas ..............................................................33

8. MÓDULO INDUSTRIAL ........................................................................................................ 34


8.1. Compressores ............................................................................................................... 34
8.2. Compressores de ar ........................................................................................................ 34
8.3. Compressores de refrigeração ........................................................................................ 35

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8.4. Compressores para Gases Industriais ............................................................................ 35
8.5. Redutores ...................................................................................................................... 35
8.5.1. Tipos de lubrificantes para redutores ................................................................ 35
8.6. Sistemas Hidráulicos ..................................................................................................... 36
8.6.1. Tipos de lubrificantes para sistemas hidráulicos ............................................... 37
8.7. Graxas Industriais .................................................................................................... 37

9. GLOSSÁRIO ......................................................................................................................... 38

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1 PETRÓLEO

1.1 Origem do petróleo


Pela teoria orgânica, o petróleo, tal como é encontrado hoje na natureza, resultou da matéria
orgânica depositada em conjunto com partículas rochosas durante a formação das rochas
sedimentares milhões de anos atrás.

1.2 Composição química do petróleo


O petróleo é constituído quase inteiramente por carbono e hidrogênio em várias combinações
químicas (hidrocarbonetos). Dependendo dos tipos de hidrocarbonetos predominantes em sua
composição o petróleo pode ser classificado em base parafínica e base naftênica. No caso de não
haver predominância de um tipo de composto sobre o outro, o petróleo é classificado como base
mista.

Certas características físico-químicas do petróleo como fluidez, cor e odor podem variar em
função de sua composição e do local extraído.

A figura abaixo classifica os derivados de petróleo de acordo com o número de carbonos.

Figura 1

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2 ÓLEOS BÁSICOS

2.1 Descrição
Nas refinarias o petróleo é processado e uma grande quantidade de subprodutos é obtida.
Algumas das refinarias possuem unidades especiais para tratamento e processamento destes
subprodutos que depois de tratados serão denominados “óleos básicos”.

Os óleos básicos são a matéria-prima principal para a produção dos diversos tipos de
lubrificantes.

Os básicos obtidos do petróleo são classificados conforme abaixo:

Figura 2

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2.2 Processo de produção de óleos básicos


O tratamento dos básicos está em constante evolução, com o objetivo de melhorar suas
propriedades e diferenciar os mesmos comercialmente.

Na figura 3, uma visão simplificada de como os diferentes grupos de básicos são obtidos e quais
são os processos que afetam diretamente as suas propriedades físico-químicas finais.

Figura 3

2.3 Propriedades dos grupos de básicos


Para permitir que os diferentes grupos de básicos possam ser comparáveis comercialmente e
substituíveis no processo de produção de lubrificantes os óleos básicos foram classificados em
grupos que levam em consideração as propriedades abaixo.

• Índice de viscosidade
• Percentual de saturados
• Teor de enxofre

Estas propriedades serão vistas mais adiante nesta apostila e também estão detalhadas no
glossário.

Algumas das especificações mais modernas de óleos de motor e de transmissão têm limites tão
severos que o uso de básicos de maior qualidade passa a ser obrigatório. Os básicos de melhor
qualidade também possuem melhores características de Ponto de fluidez, Resistência à

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oxidação e Volatilidade.
Enxofre, % Saturados, %
Grupo I.V
peso volume
I > 0,03 e/ou < 90 80-119
II ≤ 0,03 e ≥ 90 80-119
III ≤ 0,03 e ≥ 90 ≥ 120
IV Todas polialfaolefinas (PAO’s)
Todos os básicos não incluídos nos grupos de I a IV (Nafténicos e
V
sintéticos não PAOs)
VI Poli-interna-olefinas (PIO’s)

Tabela 1

2.4 Dúvida freqüente sobre básicos: Os óleos básicos do grupo III são
sintéticos?
Segundo o parecer da Corte de Apelação Americana de 1999 (National Appeals Division - NAD)
os óleos dos grupos III podem ser chamados de sintéticos. Isto é válido para todo o mundo,
exceto Alemanha.

Algumas empresas fazem uso do termo “formulado com ISOSYN” para diversos produtos
fabricados nos EUA com básicos do grupo III, como indicação de uso de básico de melhor
qualidade.

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3 ADITIVOS

Os aditivos são compostos químicos que melhoram ou atribuem propriedades aos óleos básicos
que serão usados na fabricação de lubrificantes e graxas. Esses aditivos químicos têm diferentes
funções e normalmente pertencem a uma das categorias descritas abaixo.

3.1 Anticorrosivos
Estes aditivos protegem as superfícies metálicas lubrificadas do ataque químico pela água ou
outros contaminantes.

3.2 Antidesgaste
Estes aditivos formam um filme protetivo nas superfícies metálicas, evitando o rompimento da
película lubrificante, quando o óleo é submetido a cargas elevadas. A formação deste filme ocorre
a temperaturas pontuais de até 300°C.

3.3 Antiespumante
Têm a propriedade de fazer com que esta espuma formada na circulação normal do óleo se
desfaça o mais rápido possível.

3.4 Antioxidantes
Têm a propriedade de aumentar a resistência à oxidação do óleo. Retardam a reação com o
oxigênio presente no ar, evitando a formação de ácidos e borras e, conseqüentemente,
prolongando a vida útil do óleo. Evitando a oxidação, minimizam o aumento da viscosidade e o
espessamento do óleo.

3.5 Detergentes
Têm a propriedade de manter limpas as partes do motor. Também têm basicidade para neutralizar
os ácidos formados durante a combustão.

3.6 Dispersantes
Têm a propriedade de impedir a formação de depósitos de produtos de combustão (fuligem) e
oxidação (borra) nas superfícies metálicas de um motor, mantendo estes produtos indesejáveis
em suspensão de modo que sejam facilmente retidos nos filtros ou removidos quando da troca do
óleo.

3.7 Extrema Pressão


Estes aditivos reagem com o metal das superfícies sob pressão superficial muito elevada,
formando um composto químico que reduz o atrito entre as peças. Minimizam o contato direto
entre as partes, evitando o rompimento da película lubrificante, quando o óleo é submetido a
cargas elevadas. Esta reação se dá a temperaturas pontuais elevadas (cerca de 500°C). Estes
aditivos são comumente utilizados em lubrificantes de engrenagens automotivas e industriais e
também em graxas.

Existem dois ensaios principais para avaliar a capacidade de um óleo lubrificante de suportar
cargas elevadas em serviço. A capacidade EP de um óleo depende quase que integralmente dos
aditivos de Extrema Pressão adicionados ao produto.

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3.7.1 Four Ball
O método Four Ball ASTM D-2783 é um ensaio que avalia as propriedades de extrema pressão
do lubrificante, utilizando uma esfera de aço que gira na parte superior a 1760 rpm sobre 3 outras
esferas que estão imóveis em uma cuba de teste recoberta com o óleo. Os testes são feitos
aumentando a carga até ocorrer a soldagem.

Figura 3.1 a

O método Four Ball ASTM D-4172 é um ensaio que avalia as propriedades antidesgastes do
lubrificante, semelhante ao ASTM D-2783, porém neste caso, após o ensaio mede-se o diâmetro
das escariações sofridas pelas esferas, em mm.

Figura 3.1 b

Figura 3.1 c

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Para graxas os ensaios são ligeiramente diferentes e são, portanto, definidos por outros
métodos:
• O método Four Ball ASTM D-2596 avalia as propriedades de extrema
pressão da graxa até ocorrer a soldagem.

• O método Four Ball ASTM D-2266 avalia as propriedades de anti-desgaste da graxa medindo
o diâmetro das escariações.

3.7.2 Timken
Este teste para óleos lubrificantes é feito sob o método ASTM D-2782. É um ensaio que avalia as
propriedades de extrema pressão do lubrificante.

Um anel de aço gira contra um bloco de aço. São colocados pesos (libras) fazendo com que o
anel exerça pressão sobre o bloco que está imóvel. Ao final avalia-se o bloco, ou seja, se a
aditivação presente no óleo não se rompeu danificando o bloco.

Figura 3.2

Para graxas o ensaio é ligeiramente diferente e, portanto definido por outro método:
• O método Timken ASTM D-2509 avalia as propriedades de extrema pressão da graxa
observando os danos causados no bloco de teste.

3.8 Melhoradores do Índice de Viscosidade


Têm a função de reduzir a tendência dos óleos lubrificantes variarem a sua viscosidade com a
variação da temperatura.

3.9 Rebaixadores do Ponto de Fluidez


Melhoram a fluidez dos óleos quando submetidos a baixas temperaturas, evitando a formação de
cristais que restringem o fluxo dos mesmos.

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3.10 Modificadores de atrito


Os aditivos modificadores de atrito reduzem a energia necessária para deslizar partes móveis
entre si, formando uma película que se rompe com o movimento, mas que se recompõe
automaticamente. São empregados em óleos de motores (para aumento de eficiência), em
sistemas de freio úmidos, direções hidráulicas e diferenciais autoblocantes (para diminuição de
ruídos), em transmissões automáticas (para melhorar o acionamento das embreagens e
engrenagens) e também em graxas para Juntas Homocinéticas (para o aumento de eficiência).
Podem ser substâncias orgânicas (teflon), inorgânicas (grafite, bissulfeto de molibdênio) ou
organometálicas (a base de molibdênio ou boro).

3.11 Outros aditivos


Além destes tipos de aditivos, existem vários outros de uso corrente como corantes, agentes de
adesividade, etc.

4 ÓLEOS LUBRIFICANTES

4.1 Produção de lubrificantes


Os óleos lubrificantes apresentam certas características próprias que lhes são conferidas pela sua
composição química (resultante do petróleo bruto), pelo tipo de refino, pelos tratamentos
adicionais realizados e pelos aditivos utilizados.

Abaixo esquema simplificado da produção de óleos lubrificantes

Figura 4.1

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4.2 Propriedades dos óleos lubrificantes


4.2.1 Viscosidade
A viscosidade é a resistência ao movimento (fluxo) que um fluido apresenta, a uma determinada
temperatura.

O método de medição mais empregado atualmente é o de viscosidade cinemática. Neste método


é medido o tempo que um volume de líquido gasta para fluir (sob ação da gravidade) entre dois
pontos de um tubo de vidro capilar calibrado. A unidade de viscosidade cinemática é expressa em
centistokes (cSt) ou em mm /s, conforme o sistema métrico internacional.
2

Figura 4.2

Outros métodos de cálculo de viscosidade cinemática ainda muito citados em manuais e literatura
técnica em geral são SSU (Saybolt Segundo Universal) e Engler.

A viscosidade é uma das propriedades mais importantes a serem consideradas na seleção de um


lubrificante, pois este deve ser suficientemente viscoso para manter uma película protetora entre
as peças em movimento relativo, e também não ser tão viscoso que ofereça resistência excessiva
ao movimento entre as peças.

4.2.2 Índice de Viscosidade (IV)


É um número empírico que expressa a taxa de variação da viscosidade com a variação da
temperatura. Quanto mais alto o IV de um óleo lubrificante, menor é a variação de sua viscosidade
ao se variar a temperatura. De um modo geral, os óleos parafínicos possuem um IV maior que os
óleos naftênicos. (Veja mais detalhes no glossário)

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4.2.3 Ponto de fluidez


É a menor temperatura em que um óleo flui livremente, sob condições préestabelecidas de
ensaio. Esta característica é bastante variável, e depende de diversos fatores como: origem do
óleo cru, tipo de óleo e processo de fabricação. (Veja mais detalhes no glossário)

4.2.4 Ponto de fulgor


É a menor temperatura na qual um óleo desprende vapores que, em presença do ar, provocam
um lampejo ao aproximar-se de uma pequena chama da superfície do óleo. Este ensaio permite
estabelecer a máxima temperatura de utilização de um produto, evitando riscos de incêndio e/ou
explosão.

4.2.5 Cor
Dentre vários métodos empregados para a determinação de cor, o mais usual é o ASTM - 1500.
Neste método, uma amostra líquida é colocada no recipiente de teste e utilizando uma fonte de luz
esta amostra é comparada com discos de vidro colorido, que variam em valor de 0,5 a 8,0.
Quando não é encontrada uma equivalência exata e a cor da amostra fica entre duas cores
padrão, relata-se a mais alta. Assim um óleo que tenha a cor entre 2,5 e 3,0 será reportado L3,0.

A cor dos óleos não tem relação direta com as características lubrificantes e nem com a
viscosidade, um óleo mais claro não é necessariamente menos viscoso.

Qual a importância da cor em um lubrificante?


1) Identificação de vazamentos. Por esta razão muitas vezes são adicionados corantes
nos óleos para facilitar a identificação dos mesmos.
2) Atrativo comercial. Óleos mais claros ou coloridos artificialmente podem dar uma idéia
de produtos de maior qualidade
3) Facilitar a visualização das peças (nos casos de produtos para usinagem)
4) Não interferir na cor do produto final quando o óleo fizer parte da composição do mesmo.
A tabela a seguir é apenas uma referência de cores para uso didático, não pode ser utilizada
como padrão de cores

Figura 4.3

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4.2.6 Densidade
É a relação entre o peso do volume do óleo medido a uma determinada temperatura e o peso de
igual volume de água destilada. Também é conhecida como massa específica.

A maior parte dos produtos líquidos de petróleo é manipulada e vendida por volume, porém, em
alguns casos é necessário conhecer o peso do produto. Conhecendo-se a densidade é possível
converter volume para peso e vice-versa.

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4.2.7 Outras propriedades
Além das propriedades detalhadas acima existem outras como:
Ponto de anilina. Volatilidade. Ponto de inflamação. Ponto de congelamento

5 Sistema de Classificação de Viscosidades

5.1 Classificação de Viscosidades ISO para Óleos Industriais


O sistema de classificação ISO é mais simples e leva em consideração apenas a
viscosidade do produto à 40ºC.

Grau de Viscosidade Limites da Viscosidade Unidades


Viscosidade Média, Cinemática, cSt @ 40ºC Equivalentes
ISO cSt @ 40ºC Mínimo Máximo em SUS
2 2,2 1,98 2,42 32
3 3,2 2,88 3,52 36
5 4,6 4,14 5,06 40
7 6,8 6,12 7,48 50
10 10 9 11 60
15 15 13,5 16,5 75
22 22 19,8 24,2 105
32 32 28,8 35,2 150
46 46 41,4 50,6 215
68 68 61,2 74,8 315
100 100 90 110 465
150 150 135 165 700
220 220 198 242 1000
320 320 288 352 1500
460 460 414 506 2150
680 680 612 748 3150
1000 1000 900 1100 4650
1500 1500 1350 1650 7000

Figura 5.4

5.2 Sistema de Classificação de Viscosidade AGMA para Óleos


Industriais
O sistema de classificação AGMA (American Gear Manufacturers Association) classifica os
lubrificantes para engrenagens abertas ou fechadas, levando em consideração não só a
viscosidade dos óleos, mas também a aditivação dos produtos. A AGMA classifica os óleos como:
 R&O (inibidores de ferrugem e corrosão),
 EP (Antidesgaste / Extrema Pressão)
 CP (Óleos compostos - com 3 a 10% de gordura mineral ou sintética freqüentemente
empregados em engrenagens do tipo coroa / sem-fim)
 R (residuais - freqüentemente empregados em engrenagens abertas)
 S (sintéticos)

A classificação AGMA estabelece também diversos limites (dentre eles):


 Viscosidade máxima de 150.000 cP (a 5 graus abaixo da temperatura de partida do
equipamento).
 Valores mínimos de índice de viscosidade
 Valores máximos de formação de espuma

É importante ressaltar que na classificação atual (emitida em 2002) houve uma mudança
significativa nas viscosidades dos números AGMA 10, 11 e 12 para poderem alinhar com os
graus de viscosidade ISO. Para equipamentos antigos deve-se conferir a viscosidade
adequada especificada pelo fabricante (não se deve ater apenas ao número AGMA quando
da recomendação de lubrificantes).

ANSI /AGMA 9005-E02


1
Viscosidade 2 Limites de Viscosidade 2
Média a 40ºC Cinemática a 40ºC (cSt) Número
ISO
AGMA
(cSt) Mínimo Máximo
ISO VG 32 32 28,8 35,2 0
ISO VG 46 46 41,4 50,6 1
ISO VG 68 68 61,2 74,8 2
ISO VG 100 100 90,0 110 3
ISO VG 150 150 135 165 4
ISO VG 220 220 198 242 5
ISO VG 320 320 288 352 6
ISO VG 460 460 414 506 7
ISO VG 680 680 612 748 8
ISO VG 1000 1000 900 1100 8A
ISO VG 1500 1500 1350 1650 9
ISO VG 2200 2200 1980 2420 10
ISO VG 3200 3200 2880 3520 11
Figura 5.5
1) Revisão da ANSI/AGMA 9005-D94.
2) A unidade usual para a viscosidade cinemática é o centistoke (cSt), que equivalente a mm2/s
Extraído da ANSI/AGMA 9005-02, lubrificação de engrenagens industriais, com a permissão da
emitente, a American Gear Manufacturers Association, 500 Montgomery Street, Suite 350,
Alexandria, Virginia, USA, ZIP Code 22314

5.3 Outras classificações de viscosidade


Existem outras classificações de viscosidade específicas para máquinas ferramenta (como as
normas ASLE). Entre em contato se necessário.

6 CLASSIFICAÇÕES DE DESEMPENHO
Os fabricantes de equipamentos e a indústria petrolífera vêm desenvolvendo várias maneiras de
classificar e descrever os lubrificantes, tentando atender as evoluções dos equipamentos, as
condições operacionais, qualidade e tipos de combustíveis empregados e mais recentemente,
legislações ambientais (atuais e futuras) principalmente relativas a emissões.

6.1 Classificação AGMA


Os graus de desempenho (R&O, Comp, EP, S) já citados no item 5.4 correspondem a testes de
performance que incluem ensaios de resistência à oxidação, resistência ao desgaste, formação de
espuma, dentre outros:

ANSI/AGMA 9005-E02 Performance mínima requerida para óleos de extrema pressão

(EP)
MÉTODO DE
PROPRIEDADE TESTE REQUERIMENTOS
ISO/ASTM
1000-
Grau de Viscosidade 3448/D2422 32 46 68 100 150 220 320 460 680
3200
>3200
Viscosidade a 40ºC,
3104/D445 Ver figura 12 (Tabela viscosidade ISO / Nº AGMA) Reportar 1)
mm2/s
Viscosidade a 100ºC,
3104/D445 Reportar1)
mm2/s
Índice de viscosidade2),
2909/D2270 90 85 Reportar1)
min
Viscosidade dinâmica @
partida a frio3), mPa.s, -/D2983 150000
max.
Ponto de fulgor, ºC, min. 2592/D92 180 200
Resistência ao
envelhecimento @ 121ºC
– Max. % de aumento da -/D2893 6 8 10 15 Reportar1)
viscosidade cinemática @
100ºC
Reportar1
Teor de água4), ppm, max 12937/D6304 300
)
Seq. I 75/10 Seq.
Espuma,
6247/D892 Seq. I 50/0 Seq. II 50/0 Seq. III 50/0 II 75/10 Seq. III
Tendência/Estabilidade 75/10
Deve ser livre de contaminantes suspensos no momento que for disponibilizado para
Limpeza -/-visual uso.
Separação da água5) - %
2,0 2,0 Reportar1)
H2O no óleo após 5h, máx
- % H2O no óleo após
-/D2711 1,0 4,0 Reportar1)
centrifugação, ml, máx.
(Procedimento
- total de H2O livre
B)
coletada durante todo o
80,0 50,0 Reportar1)
teste, começando com 90
ml H2O, ml, min.
Prevenção a ferrugem,
7120/D665 Passa
Parte B
Corrosão em lamina de
2160/D130 1b
cobre, 3 h @ 100ºC max.
Desgaste por abrasão,
14635-1/
método visual FZG, 10 12 >12
D5182
A/8,3/90, min.
Notas: 1) O fornecedor do lubrificante reporta valores de acordo com os testes do método para efeito informativo. 2) Índices de
viscosidades menores que os valores mínimos listados são aceitáveis se estiverem de acordo os usuários e os fabricantes dos
equipamentos. 3) A temperatura de partida é especificada pelo usuário final. Deve ser reportada a viscosidade na temperatura avaliada
ou a temperatura em que o óleo atinge 150.000 mPa.s 4) Quantidade de água no óleo embalado. Maiores valores são aceitáveis talvez
melhores para alguns óleos totalmente sintéticos, como poliglicois, misturas sintéticas, ou misturas de fluidos sintéticos com minerais.
Valores são aceitáveis se estiverem de acordo os usuários e os fabricantes dos equipamentos. 5) Valores máximos apresentados são
para óleos minerais. Valores são aceitáveis se estiverem de acordo os usuários e os fabricantes dos equipamentos.

Figura 6.25

6.2 Especificações DIN para óleos industriais


DIN 51 502
Essa especificação classifica os óleos por aplicação através de um conjunto de letras.
Essa especificação define apenas as aplicações dos produtos. Ela não define o nível de
performance dos lubrificantes. Os limites físico-químicos são definidos para cada aplicação em
especificações a parte detalhadas nesse capítulo. Por exemplo, a especificação DIN 51502 define
que óleos HL, HLP e HVLP são para sistemas hidráulicos e a especificação 51.542 define os
ensaios que os óleos precisam passar para serem classificados como Part 1 HL, Part 2 HLP e
Part 3 HVLP.

Lubrificantes Especiais e Industriais


Consiste de três partes: aplicação principal, aditivos especiais (tabela 2) e grau de viscosidade
ISO.

Os códigos alfabéticos iniciais, indicando a aplicação principal para óleos minerais ou


fluidos sintéticos, são definidos na lista abaixo:

AN Óleos minerais para aplicações acima de 50 ºC


BA Óleos betuminosos, 16 a 36 cSt. a 100 ºC (DIN 51 501)
BB Óleos betuminosos, 49 a 114 cSt. a 100 ºC (DIN 51 501)
BC Óleos betuminosos, 225 a 500 cSt. a 100 ºC (DIN 51 501)
C Sistemas circulatórios, óleos minerais (DIN 51 517 Part 1)
CL Sistemas circulatórios, óleos R&O, (DIN 51 517 Part 2)
CLP Sistemas circulatórios, óleos EP, (DIN 51 517 Part 3)
CG Guias de barramentos
D Ferramentas Pneumáticas
E Éster Orgânico
F Óleos para filtros de ar
FK Fluidos “Perflourinated”
FS Óleos Desmoldantes
G (Ver Graxas)
HC Hidrocarbonetos Sintéticos
HD (Ver Automotivo)
HYP (Ver Automotivo)
HFAE Fluido Hidráulico resistente ao fogo, emulsão de óleo em água (DIN 24 320)
HFAS Fluido Hidráulico resistente ao fogo, base água
HFB Fluido Hidráulico resistente ao fogo, água em óleo
HFC Fluido Hidráulico resistente ao fogo, polímero aquoso
HFDR Fluido Hidráulico resistente ao fogo anidro

HFDS Fluido Hidráulico resistente ao fogo anidro


HFDT Fluido Hidráulico resistente ao fogo anidro
HFDU Fluido Hidráulico resistente ao fogo anidro
HL Óleos Hidráulicos, R&O (DIN 51 524 Part 1)
HLP Óleos Hidráulicos, Antidesgaste (DIN 51 524 Part 2)
HVLP Óleos Hidráulicos, Antidesgaste e alto IV (DIN 51 524 Part 3)
JÁ Óleo Isolante
IB Óleo Isolante
K (Para todos “K” exceto “KA” e “KC”, ver Graxas)
KA Óleos para refrigeração, refrigerante amônia (DIN 51 503)
KC Óleos para refrigeração, hidrocarbonetos halogenados (DIN 51 503)
L Óleos para tratamento térmico
M (Ver Graxas)
O (Ver Graxas)
PG Fluidos poliglicois
PH Ácidos fosfóricos Ésteres
Q Óleos para transferência de calor (DIN 51 522)
R Óleos protetivos
S Coolants
SI Óleos siliconados
TD Óleos para turbinas (DIN 51 515 Part 1)
Óleos para compressor, sem aditivos, máx. 140 ºC temperatura de descarga
VB
(DIN 51 506).
Óleos para compressor, com aditivos, máx. 140 ºC temperatura de descarga
VBL
(DIN 51 506).
Óleos para Compressor, sem aditivos, máx. 160 ºC temperatura de descarga
VC
para sistema com reservatório ou tubulação (DIN 51 506).
Óleos para Compressor, com aditivos, máx. 160 ºC temperatura de descarga
VCL
para sistema com reservatório ou tubulação. (DIN 51 506).
Óleos para Compressor, com aditivos, máx 220 ºC temperatura de descarga
VDL
(DIN 51 506).
W Óleos para Mancais Siderúrgicos
ZA Óleos para Cilindros à Vapor (DIN 51 510)
ZB Óleos para Cilindros à Vapor (DIN 51 510)
ZD Óleos para Cilindros à Vapor (DIN 51 510)
X Outros Fluidos Sintéticos

Os códigos mostrados a seguir indicam aditivos especiais empregados.


Note que em algumas das categorias acima, o “aditivo especial” já é incluído, por exemplo: CLP = óleo de circulação
ou “L” e “P” abaixo.

D Aditivos Detergentes (exemplo: em óleos hidráulicos HLPD)


Emulsificantes em Água (exemplo: SE fluidos refrigerantes miscíveis em
E
água)
F Aditivos Sólidos (exemplo: grafite, dissulfeto de molibdênio).
L Inibidores de Ferrugem e Oxidação
P Aditivos Antifricção e Antidesgaste.
M Óleos refrigerantes minerais miscíveis em água (exemplo: SEM)
S Óleos refrigerantes sintético miscíveis em água (exemplo: SES)
V Lubrificantes diluídos com solventes
Figura 6.26

DIN 51 501
Esta especificação descreve óleos minerais puros para aplicação por perda ou uso
em temperaturas de operação de até 50ºC. Os óleos são classificados em faixas de viscosidades
de 5 a 680 cSt a 40ºC. Os óleos que atendem esta especificação são classificados DIN 51 501L e
DIN 51 501NA.

DIN 51 503
Esta especificação descreve requerimentos de óleos de refrigeração usados em compressores de
refrigeração que utilizem amônia ou hidrocarbonetos halogenados (R12, R22 ou R14) como
refrigerante. Os óleos que atendem a especificação DIN 51 503KA possuem faixas de
viscosidades de 15 a 68 cSt a 40ºC e são utilizados em compressores de amônia. Os óleos que
atendem a especificação DIN 51 503KC possuem faixas de viscosidades de 22 a 100 cSt a 40ºC
e são utilizados em compressores de hidrocarbonetos halogenados.

DIN 51 506
Esta especificação descreve óleos minerais com aditivos inibidores de oxidação para
uso em compressores recíprocos.
Os óleos são classificados em cinco faixas de viscosidades e por faixa de temperatura de
descarga.
DIN 51 506VB e DIN 51 506VBL - para temperatura máxima de compressão de até 140ºC.
DIN 51506VC e DIN 51 506VCL - para temperatura máxima de compressão de 160 a 220ºC e
sistemas com reservatório.
DIN 51 506VD-L - para temperatura máxima de compressão de até 220ºC.

DIN 51 515 Part 1


Esta especificação descreve óleos para lubrificação de turbinas a vapor, turbinas a gás, máquinas
elétricas e em máquinas acopladas a turbinas a vapor tais como geradores, compressores e
bombas. Os óleos que atendem a especificação DIN 51 515TD possuem faixas de viscosidades
de 32 a 100 cSt a 40ºC

DIN 51 517 Part 1


Esta especificação descreve as exigências mínimas de óleos minerais sem aditivos e estáveis a
oxidação para lubrificação de rolamentos e engrenagens. Os óleos que atendem a especificação
DIN 51 517 Part 1C possuem faixas de viscosidades de 7 a 680 cSt a 40ºC.

DIN 51 517 Part 2


Esta especificação descreve as exigências mínimas de óleos que contenham
aditivos para melhorar a proteção a corrosão e aumentar a resistência à oxidação,
utilizados em rolamentos e engrenagens.
Os óleos que atendem a especificação DIN 51 517 Part 2 CL possuem faixas de
viscosidades de 5 a 460 cSt a 40ºC.

DIN 51 517 Part 3


Esta especificação descreve óleos que contenham aditivos de extrema pressão (EP)
para lubrificação de engrenagens.
Os óleos que atendem a especificação DIN 51 517 Part 3 CLP possuem faixas de
viscosidades de 46 a 680 cSt a 40ºC.
Os óleos desta especificação devem passar no estágio 12 em um ensaio de
performance de engrenagens conhecido como FZG, denominado DIN 51 354 Part 2.
DIN 51 522
Esta especificação descreve os requerimentos, testes e procedimentos para óleos
minerais novos de base hidrocarboneto de transferência de calor.
Esses óleos recebem a denominação DIN 51 522Q.

DIN 51 524 Part 1


Esta especificação descreve óleos hidráulicos que podem suportar o stress altamente térmico e
conter os ingredientes que melhoram a proteção e a resistência à oxidação. Os óleos descritos
por este padrão têm uma escala da viscosidade de 10 a 100 cSt a 40°C e são denominados DIN
51 524 Part 1 HL.

DIN 51 524 Part 2


Esta especificação descreve óleos hidráulicos que se encontram com todas as exigências da DIN
51 524 Part 1 além de conter aditivos para se encontrar com um nível elevado do desempenho
anti-wear em testes específicos. Os óleos descritos por este padrão têm uma escala da
viscosidade de 10 a 100 cSt a 40°C e são denominados DIN 51 524 Part 2 HLP.

DIN 51 593
Esta especificação determina a estabilidade de óleos para compressores de refrigeração. Os
refrigerantes tais como hidrocarbonetos e o dióxido de enxofre halogenado reagem com o óleo e
este conduz à formação de produtos ácidos da reação. A resistência refrigerante de um óleo é o
tempo que decorre sob as condições de teste antes da formação dos primeiros produtos da
reação dados a forma do refrigerante. Este teste é conhecido também como o Philips Test.

DIN 51354 Part 2 (FZG Test)


Esta especificação avalia a capacidade dos óleos usados para lubrificação de engrenagem. O
teste FZG de engrenagem é realizado com o funcionamento especial das rodas da engrenagem
no lubrificante em uma velocidade constante por um período predeterminado em um sistema de
lubrificação submersa. São controladas a temperatura inicial do óleo e a carga aplicada aos
dentes da engrenagem. Durante cada estágio de carga, os flancos dos dentes da engrenagem
são inspecionados e os danos são comparados com as avaliações padrão.

6.3 Classificações de fabricantes industriais


Abaixo tabela comparativa entre as especificações dos principais fabricantes de bombas
hidráulicas e as especificações DIN 51524 Parte 2.
Figura 6.27

7 GRAXAS LUBRIFICANTES
7.1 Definição
Uma graxa lubrificante pode ser definida como um material sólido a semi-sólido constituindo de
um agente espessante (sabão metálico) disperso num lubrificante líquido (óleo). O lubrificante
líquido que em geral compõe 70 a 95% em peso da graxa acabada, proporciona a lubrificação
propriamente dita, enquanto o espessante oferece uma consistência semelhante ao gel para
manter o lubrificante líquido no lugar. Muitas vezes se acrescenta aditivos para intensificar certas
propriedades da graxa. Devido a sua consistência semelhante ao gel, prefere-se as graxas em
lugar dos óleos em aplicações onde ocorreria um vazamento de óleo, onde a ação de vedação
natural da graxa é necessária ou onde é requerida a espessura extra da película da graxa.
Em geral, quase todas as graxas amolecem em serviço, porém recuperam sua consistência
original quando deixadas em repouso.

7.2 Aplicação de Graxa


Onde usar a graxa?
 Onde o óleo não pode ser contido ou vaza com facilidade;
 Onde existem dificuldades e condições inseguras para realizar a relubrificação;
 Onde o lubrificante deve ter também a função de vedar;
 Onde o projeto da máquina especifica a utilização de graxa;
 Onde o tempo de relubrificação for reduzido;
 Onde se quer reduzir a freqüência de lubrificação;
 Onde existem equipamentos com lubrificação intermitente;
 Onde é importante a redução de ruídos;
 Onde existem condições extremas de altas temperaturas, altas pressões, cargas de
choque e baixas velocidades com cargas elevadas.

7.3 Fabricação
A graxa é fabricada formando-se o sabão em presença do óleo. São três os processos para
fabricar graxa:

 Processo de Tacho - por tradição, a fabricação de graxas tem sido feita na forma de um
processo de bateladas realizado em grandes tachos. As capacidades destes tachos variam
de 4500 kg a 22600 kg.
 Processo Contactor – este processo é muito parecido com o de tacho com a vantagem
de reduzir enormemente o tempo de fabricação das graxas.
 Processo Contínuo – este processo nasceu em meados dos anos 60, é compacto e
versátil, oferecendo vantagens sobre o processo de bateladas, como sua homogeneidade
e estabilidade ao cisalhamento.

Figura 7.1

7.4 Tipos de Graxas


As graxas são diferenciadas quanto a natureza do espessante. Existe uma grande variedade de
espessantes, dentre os quais, destacam-se sabões metálicos, argilas tratadas, polímeros de uréia
e outros, sendo que cerca de 90% dos casos os espessantes empregados são sabões metálicos.
Quanto à natureza do sabão metálico, as graxas classificam-se da seguinte forma:

 Graxas à base de sabão de Cálcio – bastante aderentes, são indicadas para uso em
peças que trabalham em contato com água. Não são indicadas para utilização em
temperaturas superiores a 80ºC.

 Graxas à base de sabão de Sódio – recomendadas para mancais planos e rolamentos


que trabalham a altas velocidades e temperaturas elevadas (até 120ºC) e, ocasionalmente,
em engrenagens. É desaconselhável o seu uso em presença de umidade, pois o sabão é
solúvel em água.

 Graxas à base de sabão de Alumínio – são indicada para uso onde o principal requisito
seja a característica de aderência da graxa, proporcionando boa proteção contra a
ferrugem e resistência à lavagem por água. Não resiste a temperaturas elevadas.

 Graxas à base de sabão de Lítio – são bastante aderentes e relativamente insolúveis em


água, substituindo, em aplicações convencionais, muito bem as graxas de Cálcio e Sódio,
sendo, portanto, de aplicações múltiplas. Possuem grande estabilidade mecânica e alto
ponto de gota, sendo de fácil aplicação por meio de pistolas e sistemas centralizados de
lubrificação.

 Graxas à base de sabão Complexo – sabão complexo é aquele, onde a fibra do sabão é
formada pela co-cristalização de um sabão normal (Cálcio, Sódio, Alumínio ou Lítio) e um
agente complexo, como: ácido acético, lático, etc. Esse tipo de graxa apresenta como
características principais, um elevado ponto de gota, alta estabilidade de trabalho e
resistência à lavagem por água e ao sangramento(separação de óleo).

 Graxas Espessadas sem Sabão – são as que utilizam espessantes químicos inorgânicos
ou orgânicos dispersos no óleo. Esses tipos de espessantes não são feitos com álcali
metálico como os usados nas graxas espessadas com sabão. Exemplos: poliuréia, sílica e
argila orgânica. São utilizadas visando o aproveitamento de suas características especiais
como descrito adiante.

As observações feitas acima servem apenas como primeira orientação do usuário. Outras
características da graxa como sua consistência, viscosidade do óleo base e seus aditivos, são de
extrema importância na seleção do tipo de graxa a ser usado.

Graxas à base de sabão metálico simples


Temperatura Máxima Aplicações
Espessante Resistência à Água
de Uso Prolongado Típicas
Alta Resistência Mancais sujeitos a
Cálcio 80°C (repele) umidade.
Equipamentos
industriais antigos
Sódio 120°C Fraca (emulsiona)
com lubrificação
freqüente.
Mancais de baixa
rotação, aplicações
Alumínio 80°C Boa Resistência
com umidade. Uso
decrescente.
Aplicações
Lítio 140°C Boa Resistência automotivas e
industriais.
Figura 7.2 a
Graxas à base de sabão metálico complexo
Temperatura Máxima Aplicações
Espessante Resistência à Água
de Uso Prolongado Típicas
Alta Resistência Mancais automotivos
(repele) e industriais
Cálcio 175°C
submetidos a altas
temperaturas.
Mancais planos, de
Alumínio 175°C Boa Resistência esferas e rolos de
siderúrgicas.
Mancais automotivos
e industriais
Lítio 175°C Boa Resistência
submetidos a altas
temperaturas.
Figura 7.2 b
Graxas Sem Sabão Metálico
Temperatura Máxima Aplicações
Espessante Resistência à Água
de Uso Prolongado Típicas
Mancais industriais
(rolos), juntas
Alta Resistência homocinéticas
Poliuréia 175°C (repele) automotivas,
ventiladores e
motores elétricos de
auto desempenho.
Mancais sujeitos a
altas temperaturas
Argila 175°C Boa Resistência com re-lubrificação
freqüente Mancais
de roletes
em siderúrgicas

Devemos observar que a mistura de graxas de diferentes bases pode acarretar a perda de sua estabilidade, com a conseqüente
separação do espessante e do óleo.
Figura 7.2 c

7.4.1 Tabela de compatibilidade de graxas


Figura 7.3

Legenda:

7.5 Propriedades

As principais propriedades de uma graxa a serem consideradas são:

7.5.1 Consistência

É a resistência oferecida por uma graxa à sua penetração. É determinada pelo método que
consiste em medir a penetração (em décimos de milimetros) exercida por um cone sobre uma
amostra de graxa, sob ação de carga padronizada durante 5 segundos e à temperatura de 25ºC.
O aparelho utilizado nesta medição é chamado penetrômetro.
Figura 7.4 a

Figura 7.4 b

Com base nos resultados obtidos no penetrômetro, o National Lubricating Grease Institute (NLGI)
criou um sistema de classificação para as graxas definidos de consistência trabalhada em 60
ciclos que variam de 000 (muito macia) a 6 (muito dura).

Classificação NLGI
Penetração Trabalhada ASTM D-217
Grau NLGI
(25ºC + ou -2ºC)
000 445 - 475
00 400 - 430
0 355 - 385
1 310 - 340
2 265 - 295
3 220 - 250
4 175 - 205
5 130 - 160
6 85 - 115

Figura 7.5

7.5.2 Ponto de gota


Indica a temperatura em que a graxa passa do estado sólido ou semi-sólido para o líquido.

Figura 7.6

Na prática, esta medida serve como orientação para a mais alta temperatura a que certa graxa
pode ser submetida durante o trabalho. Deve-se considerar como limite operacional uma
temperatura 20% inferior ao seu ponto de gota.

7.5.3 Bombeabilidade

É a capacidade de fluir de uma graxa pela ação de bombeamento. Os fatores que afetam o
bombeamento são: a consistência da graxa, a viscosidade do óleo e o tipo de espessante.
A bombeabilidade afeta o método de aplicação da graxa (adequação ao sistema centralizado, por
exemplo) e a movimentação interna da graxa dentro do elemento mecânico, influindo diretamente
na capacidade de lubrificação da mesma.

Figura 7.7

Figura 7.8

7.6 Classificação para graxas


7.6.1 Sistema de classificação de graxas da NLGI

A NLGI desenvolveu um sistema de classificação de graxas para aplicações automotivas.


As graxas são submetidas a testes de estabilidade ao cisalhamento, resistência à
oxidação, resistência à lavagem por água, propriedades de extrema pressão (Timkem e
Four Ball), resistência à corrosão, bombeabilidade e ponto de gota. De acordo com os
resultados nos testes, descritos na norma ASTM -4950, elas são classificadas conforme
abaixo.

Classificação
Aplicação Tipo de serviço Produto típico
NLGI
Serviço pouco severo e
relubrificação freqüente, Sabão de cálcio OU
Chassis LA
com ponto de gota mínimo Sabão de lítio
de 80ºC
Serviço com altas cargas de
choque, grande exposição à
Sabão de lítio (com
Chassis LB água e relubrificação não
aditivação EP)
freqüente, com ponto de
gota mínimo de 150ºC
Cubos de Sabão de lítio (do
Serviço normal, com ponto
rodas GA tipo múltiplas
de gota mínimo de 80ºC
aplicações)
Sabão de lítio
Cubos de (do tipo múltiplas
rodas aplicações) OU
Serviço severo, com ponto
GB Sabão de lítio (com
de gota mínimo de 175ºC
aditivação EP)

Serviço muito severo, em Complexo de lítio


altas temperaturas ou em (com aditivação EP)
Cubos de
GC condições do tipo pára-e-
rodas
anda, com ponto de gota
mínimo de 220ºC

Figura 7.9

Observação: Uma graxa pode atender ao mesmo tempo os requisitos de graxa para cubos de
rodas e para lubrificação de chassis.
7.6.2 Especificações DIN para graxas
DIN 51 502 (Graxas)
Consiste de várias partes: tipo de graxa, aditivos especiais, componente sintético (se aplicável),
número NLGI, temperatura máxima de operação (opcional) e temperatura mínima de operação
(opcional).

O primeiro ou o segundo caractere indica o tipo de graxa, conforme abaixo:

K Graxas para mancais planos ou de rolamentos e barramentos


G Graxas para engrenagens fechadas
Graxas para engrenagens abertas e mancais (sem betumem, lubrificantes
OG
adesivos).
Graxas para mancais planos e selos (exigências de desempenho menores
M
do que o tipo K).
Figura 7.10 a

Se a graxa tiver aditivos especiais adicionais, estes serão indicados por um caractere
extra. As graxas receberão uma das letras abaixo: (ver a lista completa na seção de óleos
industriais):

F Aditivos sólidos exemplo grafite, bissulfeto de molibdênio.


L Inibidores de oxidação e corrosão.
P Aditivos anti-fricção e anti desgaste.
Figura 7.10 b

Por exemplo, uma graxa KP2K-10, é uma graxa do tipo “K” com aditivos do tipo “P”.

Para graxas de base sintética, serão adicionados os caracteres abaixo:


FK Fluidos “Perflourinated”
E Ésteres Orgânicos
HC Hidrocarbonetos Sintéticos.
PH Ácidos Ésteres Fosfóricos
SI Óleos siliconados
PG Poliglicóis
X Outros

Figura 7.10 c

Por exemplo, uma graxa K SI 3 R, é do tipo ‘K’, com óleo sintético do tipo SI.

O número NLGI indica a consistência, por exemplo, KP2K é uma graxa do tipo NLGI 2.
A letra após o número de consistência da graxa indica uma combinação de
temperatura máxima de trabalho contínuo e o comportamento na presença de água.
Onde mais de uma letra de código é mostrada para a temperatura, a primeira letra
denota uma exigência realçada da resistência à lavagem por água.
C ou D +60
E ou F +80
G ou H +100
K ou M +120
N +140
P +160
R +180
S +200
T +220
U +220
Figura 7.10 d
Por exemplo, em KP2K, o ultimo K indica +120 ºC.

Opcionalmente, o limite mínimo da temperatura de trabalho pode ser especificado. A temperatura


mais baixa, um múltiplo de -10 ºC e na escala -10 a -60, é adicionado como um sufixo. Por
exemplo, em KP2K-20, -20 é o limite requerido para baixa temperatura.

8 MÓDULO INDUSTRIAL

8.1 Compressores

8.2 Compressores de ar
Para a lubrificação de compressores deve-se verificar sempre a recomendação do fabricante. As
recomendações podem variar desde um óleo de motor até um óleo mineral puro. Abaixo um breve
guia para melhor compreensão das alternativas para lubrificação dos mesmos. Compressores
alternativos (ou de pistão).

Há 2 opções principais para a lubrificação dos compressores de pistão

 Produtos de base mineral - A primeira opção é uso de um produto de base naftênica de


viscosidade ISO 100 ou 150, dependendo do fabricante.

 Produtos de base sintética - Uso de produtos de base sintética permitem maiores


intervalos de troca e menores custos de manutenção.
 Compressores rotativos (de parafuso, palhetas ou lóbulos)

Há 2 opções principais para a lubrificação dos compressores rotativos

 Produtos de base mineral - A primeira opção é uso óleo hidráulico de alto IV e de


viscosidade ISO 32, 46 ou 68, dependendo do fabricante

 Produtos de base sintética - Uso de produtos de base sintética permitem maiores


intervalos de troca e menores custos de manutenção.

8.3 Compressores de refrigeração


O compressor é o componente de maior importância em qualquer sistema de refrigeração, tanto
do prisma técnico como econômico. O sistema de refrigeração por compressão é largamente
usado em aplicações domésticas, comerciais e industriais.

Tipos de Compressores Alternativo Rotativos

Lubrificação dos Compressores.


As exigências de lubrificação nas aplicações da refrigeração diferem apreciavelmente daquelas
impostas por outros tipos de equipamentos. Embora o lubrificante seja exigido apenas no
compressor, ele também pode circular através de todo o sistema juntamente com o refrigerante,
durante o ciclo de refrigeração. Conseqüentemente, os lubrificantes não só devem diminuir
sensivelmente o atrito e o desgaste como devem ser inertes com o refrigerante.

Propriedades dos Lubrificantes.


Normalmente, os óleos usados na lubrificação dos compressores de refrigeração são óleos
minerais puros de predominância de hidrocarbonetos naftênicos, e óleos de base semi-sintética e
100% sintético, caracterizados pelas propriedades; viscosidade, ponto de fluidez, ausência de
umidade, resistência à oxidação, estabilidade química e térmica.

Recomendações Refrigerante
Naftênico 46 e 68 CFC (Amônia, R717, R12, R 502, R22, R401A, R402)
Naftênico WF 32 CFC (Amônia, R717, R12, R 502, R22, R401A, R402)
Compatível com gás HFC 68 HFC ( R-134a , R404A , R407C)

8.4 Compressores para Gases Industriais


A recomendação crítica quando se está comprimindo qualquer tipo de gás é verificar se há
compatibilidade entre o lubrificante e o gás sendo comprimido, pois existe sempre o risco de
reação entre os produtos que pode causar até a explosão do equipamento.

8.5 Redutores
Redutores são caixas de engrenagens fechadas que são empregados, em pequenas ou grandes
quantidades, em diversos tipos de indústrias.

Lubrificantes de engrenagens precisam ter um bom desempenho em diversas condições de


operação como presença de grande quantidade de água, alta temperatura de operação, operação
em ambientes contaminados e cargas elevadas de choque.

Deve-se utilizar o lubrificante correto, na viscosidade correta, seguindo as recomendações dos


fabricantes que normalmente definem a viscosidade ideal levando em consideração a rotação de
entrada do redutor e a temperatura de operação. Deve-se estar atendo que as modificações feitas
nos equipamentos para aumento de produtividade podem requerer uma reavaliação na
recomendação inicial do lubrificante.

8.5.1 Tipos de lubrificantes para redutores


A classificação mais empregada no Brasil é da American Gear Manufacturers Association
(AGMA), já detalhada no capítulo 5.4, que define cinco tipos de lubrificantes para engrenagem:
óleos com inibidores de ferrugem e oxidação (R&O), óleos compostos, óleos com extrema
pressão (EP), óleos sintéticos e óleos residuais (mais indicados para engrenagens abertas).

a) Óleos R&O
São óleos de base mineral, formulados com aditivos do tipo “Rust and Oxidation”, ou seja, que
garantem proteção contra ferrugem e oxidação. Não contém aditivos de extrema pressão do tipo
Enxofre-Fósforo. A Falk é um dos fabricantes que indicam este tipo de produto para lubrificação
de seus redutores.
São identificados pela AGMA com o sufixo “R&O”

Lubrificantes compostos para engrenagem


São misturas de básicos minerais com inibidores R&O, aditivos demulsificantes e de 3 a 10% de
gordura animal ou gordura sintética. São freqüentemente usados em redutores “coroa sem fim”
para prover uma boa lubrificação e prevenir desgaste deslizante (“Sliding wear”).
São identificados pela AGMA com o sufixo “Comp”

b) Lubrificantes paras engrenagens com extrema pressão


Esses lubrificantes referem-se a óleos de engrenagem de base mineral com aditivos de extrema
pressão. Os aditivos EP normalmente são enxofre, fósforo ou boratos. Estes aditivos formam um
filme resistente que protege contra soldagem, “scuffing” e “scoring” nas engrenagens durante as
condições limite de lubrificação. A maioria dos fabricantes de redutores recomenda produto deste
tipo.
São identificados pela AGMA com o sufixo “EP”

c) Lubrificantes paras engrenagens com extrema pressão e proteção adicional anti-


pitting
Esses lubrificantes referem-se a óleos de engrenagem de base mineral com aditivos de extrema
pressão e aditivação especial para evitar formação de pitting nos dentes das engrenagens. A
Flender e Renk Zanini são os principais fabricantes que recomendam produto deste tipo.
Também são identificados pela AGMA com sufixo “EP”

d) Lubrificantes sintéticos para engrenagens


São elaborados com básicos sintéticos (Polialfaolifinas, Diesteres, Polyoisesteres, Esteres ou
Poliglicois) e aditivos de extrema pressão. Em geral óleos sintéticos tem as vantagens de serem
mais resistentes a oxidação em temperaturas extremas de operação. Podem ser utilizados uma
gama maior de temperaturas, em função de seu maior índice de viscosidade. Cada tipo de básico
sintético tem diferentes características e alguns deles podem ter limitações e desvantagens tais
como: compatibilidade com elastômeros, reações químicas na presença de água e alto custo de
aquisição.
Óleos sintéticos são identificados por um número AGMA com o sufixo “S”.

8.6 Sistemas Hidráulicos


Os sistemas hidráulicos estão cada vez mais complexos, mas continuam tendo três pontos críticos
de lubrificação que são as bombas, cilindros de acionamento e válvulas de controle.
A vida útil das bombas e cilindros está diretamente relacionada com a qualidade dos básicos e
aditivos empregados na formulação do lubrificante.
A vida útil das válvulas de controle, por sua vez, está ligada à qualidade e manutenção do sistema
de filtragem do equipamento para manter o lubrificante dentro dos limites máximos de
contaminação definidos pelos fabricantes das válvulas.
Deve-se utilizar o lubrificante na viscosidade correta, seguindo as recomendações dos fabricantes.
E deve-se estar atendo que as modificações feitas nos equipamentos para aumento de
produtividade podem requerer uma reavaliação na recomendação inicial do lubrificante.

8.6.1 Tipos de lubrificantes para sistemas hidráulicos


e) Óleos antidesgaste
São óleos tradicionais, de base mineral e aditivação antidesgaste, conhecidos também como do
tipo AW (Antiwear).

PRINCIPAIS PRODUTOS:
(São formulados para atender os requisitos mínimos dos principais fabricantes de bombas, como
Denison e Vickers, e das especificações européias DIN para esta aplicação.) Hidráulico HD (São
produtos sem aprovação formal dos fabricantes de bombas e cilindros, mas com excelente
performance em serviço. Recomendado principalmente para sistemas hidráulicos de
equipamentos antigos ou que estejam sujeitos a freqüentes vazamentos, e conseqüentemente
submetidos a uma alta taxa de reposição de óleo).

f) Óleos antidesgaste sem cinza


São óleos específicos de base mineral e aditivação antidesgaste sem Zinco na sua formulação.

São formulados para atender os requisitos mínimos de alguns fabricantes de bombas e cilindros,
que requeiram um produto sem Zinco ou sem Cinza em algumas aplicações especiais.

PRINCIPAL PRODUTO:
Óleo Ashless

8.7 Graxas Industriais


Para selecionar a graxa correta para cada aplicação deve-se observar a temperatura de operação,
a velocidade de trabalho, quantidade e tipo de carga e períodos estimados de relubrificação.

Sugerimos contatar nossa assistência técnica para a escolha do produto mais adequado.

9 GLOSSÁRIO
Agentes de adesividade - Mantêm o produto aderido nas partes lubrificadas, evitando o
gotejamento do mesmo.

Corantes -São aditivos empregados para alterar a cor dos produtos. Normalmente utilizados para
identificar os produtos, evitando aplicações incorretas e também são utilizados para facilitar a
visualização de vazamentos.

Gás Natural - É uma substância no estado gasoso que também provém de rochas e encontra-se,
muito freqüentemente, associado ao óleo. É vulgarmente designado “gás”.

Índice de Viscosidade ou VI -É um número empírico que mede a variação da mudança de


viscosidade com a mudança de temperatura. Um alto VI indica uma pequena mudança na
viscosidade enquanto um baixo VI indica uma variação bastante significativa !

Legenda:
Óleo de referência (IV = 0)
Óleo sendo avaliado
Óleo de referência (IV = 100)

Figura 10.1

Percentual de Saturados - Ensaio de laboratório para identificar a grau de saturação das


moléculas.Quanto mais saturado maior a presença de ligações simples dentro da cadeia
carbônica. Indica uma estabilidade do produto em relação a sua reatividade.
Petróleo (Bruto ou Cru) - O nome deriva da palavra latina “petra” (rocha) e da grega
“oleum” (óleo). Assim, literalmente, “petróleo quer dizer “óleo de rocha”. Como se
trata de um líquido que provém de rochas, o nome “petróleo” é adequado. É
vulgarmente designado “óleo”.

Ponto de anilina - com relação a produtos de petróleo, é a menor temperatura na


qual o produto é completamente miscível com igual volume de anilina. Um produto
de Alto Ponto de Anilina é rico em hidrocarbonetos parafínicos e pobre em
naftênicos e aromáticos. Esse ensaio é importante para prever a compatibilidade dos
óleos com vedadores, pois os aromáticos tendem a deformar os referidos elementos
de vedação.

Ponto de congelamento – é o mesmo que ponto de fluidez.


Ponto de fluidez - ensaio de laboratório que determina a menor temperatura na
qual o óleo deixa de fluir num teste de escorrimento em um tubo padrão.
Indica a capacidade de operar adequadamente em baixas temperaturas.

Ponto de inflamação - é o prosseguimento do teste de ponto de fulgor até o


temperatura em que o óleo sustente a inflamação por pelo menos 5 segundos.

Resistência à oxidação – (Oxidation Stability) - Capacidade do óleo não reagir em


presença de oxigênio principalmente em altas temperaturas.
Alguns dos ensaios de resistência à oxidação:

 D 2272: RPVOT (RBOT)


 D943: TOST
 IP 280: Cigre
 D4871: Universal Oxidation Test (UOT)
 IP 48: Oxidation Test

Teor de enxofre -Indica o percentual ou partes por milhão (PPM) de enxofre em um óleo ou
combustível. O controle do enxofre é necessário pois uma concentração elevada deste elemento
leva à formação de óxidos de enxofre durante a combustão, podendo corroer as partes metálicas.

Volatilidade - é a medida da velocidade de evaporação de um produto. Quanto maior a


volatilidade, mais inflamável será o mesmo.

ITW Chemical Products Ltda


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