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Fundamentos
de
Lubrificação Industrial
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Fundamentos de Lubrificação Industrial
ÍNDICE
1. PETRÓLEO ................................................................................................................................. 5
1.1. Origem do petróleo ......................................................................................................... 5
1.2. Composição química do petróleo..................................................................................... 5
3. ADITIVOS .................................................................................................................................. 9
3.1. Anticorrosivos .................................................................................................................. 9
3.2. Antidesgaste ................................................................................................................... 9
3.3. Antiespumante ................................................................................................................ 9
3.4. Antioxidantes .................................................................................................................. 9
3.5. Detergentes ...................................................................................................................... 9
3.6. Dispersantes ..................................................................................................................... 9
3.7. Extrema Pressão .............................................................................................................. 9
3.7.1. Four Ball ............................................................................................................ 10
3.7.2. Timken................................................................................................................. 11
3.8. Melhoradores do Índice de Viscosidade ....................................................................... 11
3.9. Rebaixadores do Ponto de Fluidez ................................................................................ 11
3.10. Modificadores de atrito ................................................................................................. 12
3.11. Outros aditivos ............................................................................................................ 12
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4.2.5. Cor ...................................................................................................................... 14
4.2.6. Densidade ........................................................................................................... 15
4.2.7. Outras propriedades ...................................................................................... 16
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8.4. Compressores para Gases Industriais ............................................................................ 35
8.5. Redutores ...................................................................................................................... 35
8.5.1. Tipos de lubrificantes para redutores ................................................................ 35
8.6. Sistemas Hidráulicos ..................................................................................................... 36
8.6.1. Tipos de lubrificantes para sistemas hidráulicos ............................................... 37
8.7. Graxas Industriais .................................................................................................... 37
9. GLOSSÁRIO ......................................................................................................................... 38
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1 PETRÓLEO
Certas características físico-químicas do petróleo como fluidez, cor e odor podem variar em
função de sua composição e do local extraído.
Figura 1
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2 ÓLEOS BÁSICOS
2.1 Descrição
Nas refinarias o petróleo é processado e uma grande quantidade de subprodutos é obtida.
Algumas das refinarias possuem unidades especiais para tratamento e processamento destes
subprodutos que depois de tratados serão denominados “óleos básicos”.
Os óleos básicos são a matéria-prima principal para a produção dos diversos tipos de
lubrificantes.
Figura 2
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Na figura 3, uma visão simplificada de como os diferentes grupos de básicos são obtidos e quais
são os processos que afetam diretamente as suas propriedades físico-químicas finais.
Figura 3
• Índice de viscosidade
• Percentual de saturados
• Teor de enxofre
Estas propriedades serão vistas mais adiante nesta apostila e também estão detalhadas no
glossário.
Algumas das especificações mais modernas de óleos de motor e de transmissão têm limites tão
severos que o uso de básicos de maior qualidade passa a ser obrigatório. Os básicos de melhor
qualidade também possuem melhores características de Ponto de fluidez, Resistência à
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oxidação e Volatilidade.
Enxofre, % Saturados, %
Grupo I.V
peso volume
I > 0,03 e/ou < 90 80-119
II ≤ 0,03 e ≥ 90 80-119
III ≤ 0,03 e ≥ 90 ≥ 120
IV Todas polialfaolefinas (PAO’s)
Todos os básicos não incluídos nos grupos de I a IV (Nafténicos e
V
sintéticos não PAOs)
VI Poli-interna-olefinas (PIO’s)
Tabela 1
2.4 Dúvida freqüente sobre básicos: Os óleos básicos do grupo III são
sintéticos?
Segundo o parecer da Corte de Apelação Americana de 1999 (National Appeals Division - NAD)
os óleos dos grupos III podem ser chamados de sintéticos. Isto é válido para todo o mundo,
exceto Alemanha.
Algumas empresas fazem uso do termo “formulado com ISOSYN” para diversos produtos
fabricados nos EUA com básicos do grupo III, como indicação de uso de básico de melhor
qualidade.
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3 ADITIVOS
Os aditivos são compostos químicos que melhoram ou atribuem propriedades aos óleos básicos
que serão usados na fabricação de lubrificantes e graxas. Esses aditivos químicos têm diferentes
funções e normalmente pertencem a uma das categorias descritas abaixo.
3.1 Anticorrosivos
Estes aditivos protegem as superfícies metálicas lubrificadas do ataque químico pela água ou
outros contaminantes.
3.2 Antidesgaste
Estes aditivos formam um filme protetivo nas superfícies metálicas, evitando o rompimento da
película lubrificante, quando o óleo é submetido a cargas elevadas. A formação deste filme ocorre
a temperaturas pontuais de até 300°C.
3.3 Antiespumante
Têm a propriedade de fazer com que esta espuma formada na circulação normal do óleo se
desfaça o mais rápido possível.
3.4 Antioxidantes
Têm a propriedade de aumentar a resistência à oxidação do óleo. Retardam a reação com o
oxigênio presente no ar, evitando a formação de ácidos e borras e, conseqüentemente,
prolongando a vida útil do óleo. Evitando a oxidação, minimizam o aumento da viscosidade e o
espessamento do óleo.
3.5 Detergentes
Têm a propriedade de manter limpas as partes do motor. Também têm basicidade para neutralizar
os ácidos formados durante a combustão.
3.6 Dispersantes
Têm a propriedade de impedir a formação de depósitos de produtos de combustão (fuligem) e
oxidação (borra) nas superfícies metálicas de um motor, mantendo estes produtos indesejáveis
em suspensão de modo que sejam facilmente retidos nos filtros ou removidos quando da troca do
óleo.
Existem dois ensaios principais para avaliar a capacidade de um óleo lubrificante de suportar
cargas elevadas em serviço. A capacidade EP de um óleo depende quase que integralmente dos
aditivos de Extrema Pressão adicionados ao produto.
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3.7.1 Four Ball
O método Four Ball ASTM D-2783 é um ensaio que avalia as propriedades de extrema pressão
do lubrificante, utilizando uma esfera de aço que gira na parte superior a 1760 rpm sobre 3 outras
esferas que estão imóveis em uma cuba de teste recoberta com o óleo. Os testes são feitos
aumentando a carga até ocorrer a soldagem.
Figura 3.1 a
O método Four Ball ASTM D-4172 é um ensaio que avalia as propriedades antidesgastes do
lubrificante, semelhante ao ASTM D-2783, porém neste caso, após o ensaio mede-se o diâmetro
das escariações sofridas pelas esferas, em mm.
Figura 3.1 b
Figura 3.1 c
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Para graxas os ensaios são ligeiramente diferentes e são, portanto, definidos por outros
métodos:
• O método Four Ball ASTM D-2596 avalia as propriedades de extrema
pressão da graxa até ocorrer a soldagem.
• O método Four Ball ASTM D-2266 avalia as propriedades de anti-desgaste da graxa medindo
o diâmetro das escariações.
3.7.2 Timken
Este teste para óleos lubrificantes é feito sob o método ASTM D-2782. É um ensaio que avalia as
propriedades de extrema pressão do lubrificante.
Um anel de aço gira contra um bloco de aço. São colocados pesos (libras) fazendo com que o
anel exerça pressão sobre o bloco que está imóvel. Ao final avalia-se o bloco, ou seja, se a
aditivação presente no óleo não se rompeu danificando o bloco.
Figura 3.2
Para graxas o ensaio é ligeiramente diferente e, portanto definido por outro método:
• O método Timken ASTM D-2509 avalia as propriedades de extrema pressão da graxa
observando os danos causados no bloco de teste.
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4 ÓLEOS LUBRIFICANTES
Figura 4.1
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Figura 4.2
Outros métodos de cálculo de viscosidade cinemática ainda muito citados em manuais e literatura
técnica em geral são SSU (Saybolt Segundo Universal) e Engler.
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4.2.5 Cor
Dentre vários métodos empregados para a determinação de cor, o mais usual é o ASTM - 1500.
Neste método, uma amostra líquida é colocada no recipiente de teste e utilizando uma fonte de luz
esta amostra é comparada com discos de vidro colorido, que variam em valor de 0,5 a 8,0.
Quando não é encontrada uma equivalência exata e a cor da amostra fica entre duas cores
padrão, relata-se a mais alta. Assim um óleo que tenha a cor entre 2,5 e 3,0 será reportado L3,0.
A cor dos óleos não tem relação direta com as características lubrificantes e nem com a
viscosidade, um óleo mais claro não é necessariamente menos viscoso.
Figura 4.3
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4.2.6 Densidade
É a relação entre o peso do volume do óleo medido a uma determinada temperatura e o peso de
igual volume de água destilada. Também é conhecida como massa específica.
A maior parte dos produtos líquidos de petróleo é manipulada e vendida por volume, porém, em
alguns casos é necessário conhecer o peso do produto. Conhecendo-se a densidade é possível
converter volume para peso e vice-versa.
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4.2.7 Outras propriedades
Além das propriedades detalhadas acima existem outras como:
Ponto de anilina. Volatilidade. Ponto de inflamação. Ponto de congelamento
Figura 5.4
É importante ressaltar que na classificação atual (emitida em 2002) houve uma mudança
significativa nas viscosidades dos números AGMA 10, 11 e 12 para poderem alinhar com os
graus de viscosidade ISO. Para equipamentos antigos deve-se conferir a viscosidade
adequada especificada pelo fabricante (não se deve ater apenas ao número AGMA quando
da recomendação de lubrificantes).
6 CLASSIFICAÇÕES DE DESEMPENHO
Os fabricantes de equipamentos e a indústria petrolífera vêm desenvolvendo várias maneiras de
classificar e descrever os lubrificantes, tentando atender as evoluções dos equipamentos, as
condições operacionais, qualidade e tipos de combustíveis empregados e mais recentemente,
legislações ambientais (atuais e futuras) principalmente relativas a emissões.
(EP)
MÉTODO DE
PROPRIEDADE TESTE REQUERIMENTOS
ISO/ASTM
1000-
Grau de Viscosidade 3448/D2422 32 46 68 100 150 220 320 460 680
3200
>3200
Viscosidade a 40ºC,
3104/D445 Ver figura 12 (Tabela viscosidade ISO / Nº AGMA) Reportar 1)
mm2/s
Viscosidade a 100ºC,
3104/D445 Reportar1)
mm2/s
Índice de viscosidade2),
2909/D2270 90 85 Reportar1)
min
Viscosidade dinâmica @
partida a frio3), mPa.s, -/D2983 150000
max.
Ponto de fulgor, ºC, min. 2592/D92 180 200
Resistência ao
envelhecimento @ 121ºC
– Max. % de aumento da -/D2893 6 8 10 15 Reportar1)
viscosidade cinemática @
100ºC
Reportar1
Teor de água4), ppm, max 12937/D6304 300
)
Seq. I 75/10 Seq.
Espuma,
6247/D892 Seq. I 50/0 Seq. II 50/0 Seq. III 50/0 II 75/10 Seq. III
Tendência/Estabilidade 75/10
Deve ser livre de contaminantes suspensos no momento que for disponibilizado para
Limpeza -/-visual uso.
Separação da água5) - %
2,0 2,0 Reportar1)
H2O no óleo após 5h, máx
- % H2O no óleo após
-/D2711 1,0 4,0 Reportar1)
centrifugação, ml, máx.
(Procedimento
- total de H2O livre
B)
coletada durante todo o
80,0 50,0 Reportar1)
teste, começando com 90
ml H2O, ml, min.
Prevenção a ferrugem,
7120/D665 Passa
Parte B
Corrosão em lamina de
2160/D130 1b
cobre, 3 h @ 100ºC max.
Desgaste por abrasão,
14635-1/
método visual FZG, 10 12 >12
D5182
A/8,3/90, min.
Notas: 1) O fornecedor do lubrificante reporta valores de acordo com os testes do método para efeito informativo. 2) Índices de
viscosidades menores que os valores mínimos listados são aceitáveis se estiverem de acordo os usuários e os fabricantes dos
equipamentos. 3) A temperatura de partida é especificada pelo usuário final. Deve ser reportada a viscosidade na temperatura avaliada
ou a temperatura em que o óleo atinge 150.000 mPa.s 4) Quantidade de água no óleo embalado. Maiores valores são aceitáveis talvez
melhores para alguns óleos totalmente sintéticos, como poliglicois, misturas sintéticas, ou misturas de fluidos sintéticos com minerais.
Valores são aceitáveis se estiverem de acordo os usuários e os fabricantes dos equipamentos. 5) Valores máximos apresentados são
para óleos minerais. Valores são aceitáveis se estiverem de acordo os usuários e os fabricantes dos equipamentos.
Figura 6.25
DIN 51 501
Esta especificação descreve óleos minerais puros para aplicação por perda ou uso
em temperaturas de operação de até 50ºC. Os óleos são classificados em faixas de viscosidades
de 5 a 680 cSt a 40ºC. Os óleos que atendem esta especificação são classificados DIN 51 501L e
DIN 51 501NA.
DIN 51 503
Esta especificação descreve requerimentos de óleos de refrigeração usados em compressores de
refrigeração que utilizem amônia ou hidrocarbonetos halogenados (R12, R22 ou R14) como
refrigerante. Os óleos que atendem a especificação DIN 51 503KA possuem faixas de
viscosidades de 15 a 68 cSt a 40ºC e são utilizados em compressores de amônia. Os óleos que
atendem a especificação DIN 51 503KC possuem faixas de viscosidades de 22 a 100 cSt a 40ºC
e são utilizados em compressores de hidrocarbonetos halogenados.
DIN 51 506
Esta especificação descreve óleos minerais com aditivos inibidores de oxidação para
uso em compressores recíprocos.
Os óleos são classificados em cinco faixas de viscosidades e por faixa de temperatura de
descarga.
DIN 51 506VB e DIN 51 506VBL - para temperatura máxima de compressão de até 140ºC.
DIN 51506VC e DIN 51 506VCL - para temperatura máxima de compressão de 160 a 220ºC e
sistemas com reservatório.
DIN 51 506VD-L - para temperatura máxima de compressão de até 220ºC.
DIN 51 593
Esta especificação determina a estabilidade de óleos para compressores de refrigeração. Os
refrigerantes tais como hidrocarbonetos e o dióxido de enxofre halogenado reagem com o óleo e
este conduz à formação de produtos ácidos da reação. A resistência refrigerante de um óleo é o
tempo que decorre sob as condições de teste antes da formação dos primeiros produtos da
reação dados a forma do refrigerante. Este teste é conhecido também como o Philips Test.
7 GRAXAS LUBRIFICANTES
7.1 Definição
Uma graxa lubrificante pode ser definida como um material sólido a semi-sólido constituindo de
um agente espessante (sabão metálico) disperso num lubrificante líquido (óleo). O lubrificante
líquido que em geral compõe 70 a 95% em peso da graxa acabada, proporciona a lubrificação
propriamente dita, enquanto o espessante oferece uma consistência semelhante ao gel para
manter o lubrificante líquido no lugar. Muitas vezes se acrescenta aditivos para intensificar certas
propriedades da graxa. Devido a sua consistência semelhante ao gel, prefere-se as graxas em
lugar dos óleos em aplicações onde ocorreria um vazamento de óleo, onde a ação de vedação
natural da graxa é necessária ou onde é requerida a espessura extra da película da graxa.
Em geral, quase todas as graxas amolecem em serviço, porém recuperam sua consistência
original quando deixadas em repouso.
7.3 Fabricação
A graxa é fabricada formando-se o sabão em presença do óleo. São três os processos para
fabricar graxa:
Processo de Tacho - por tradição, a fabricação de graxas tem sido feita na forma de um
processo de bateladas realizado em grandes tachos. As capacidades destes tachos variam
de 4500 kg a 22600 kg.
Processo Contactor – este processo é muito parecido com o de tacho com a vantagem
de reduzir enormemente o tempo de fabricação das graxas.
Processo Contínuo – este processo nasceu em meados dos anos 60, é compacto e
versátil, oferecendo vantagens sobre o processo de bateladas, como sua homogeneidade
e estabilidade ao cisalhamento.
Figura 7.1
Graxas à base de sabão de Cálcio – bastante aderentes, são indicadas para uso em
peças que trabalham em contato com água. Não são indicadas para utilização em
temperaturas superiores a 80ºC.
Graxas à base de sabão de Alumínio – são indicada para uso onde o principal requisito
seja a característica de aderência da graxa, proporcionando boa proteção contra a
ferrugem e resistência à lavagem por água. Não resiste a temperaturas elevadas.
Graxas à base de sabão Complexo – sabão complexo é aquele, onde a fibra do sabão é
formada pela co-cristalização de um sabão normal (Cálcio, Sódio, Alumínio ou Lítio) e um
agente complexo, como: ácido acético, lático, etc. Esse tipo de graxa apresenta como
características principais, um elevado ponto de gota, alta estabilidade de trabalho e
resistência à lavagem por água e ao sangramento(separação de óleo).
Graxas Espessadas sem Sabão – são as que utilizam espessantes químicos inorgânicos
ou orgânicos dispersos no óleo. Esses tipos de espessantes não são feitos com álcali
metálico como os usados nas graxas espessadas com sabão. Exemplos: poliuréia, sílica e
argila orgânica. São utilizadas visando o aproveitamento de suas características especiais
como descrito adiante.
As observações feitas acima servem apenas como primeira orientação do usuário. Outras
características da graxa como sua consistência, viscosidade do óleo base e seus aditivos, são de
extrema importância na seleção do tipo de graxa a ser usado.
Devemos observar que a mistura de graxas de diferentes bases pode acarretar a perda de sua estabilidade, com a conseqüente
separação do espessante e do óleo.
Figura 7.2 c
Legenda:
7.5 Propriedades
7.5.1 Consistência
É a resistência oferecida por uma graxa à sua penetração. É determinada pelo método que
consiste em medir a penetração (em décimos de milimetros) exercida por um cone sobre uma
amostra de graxa, sob ação de carga padronizada durante 5 segundos e à temperatura de 25ºC.
O aparelho utilizado nesta medição é chamado penetrômetro.
Figura 7.4 a
Figura 7.4 b
Com base nos resultados obtidos no penetrômetro, o National Lubricating Grease Institute (NLGI)
criou um sistema de classificação para as graxas definidos de consistência trabalhada em 60
ciclos que variam de 000 (muito macia) a 6 (muito dura).
Classificação NLGI
Penetração Trabalhada ASTM D-217
Grau NLGI
(25ºC + ou -2ºC)
000 445 - 475
00 400 - 430
0 355 - 385
1 310 - 340
2 265 - 295
3 220 - 250
4 175 - 205
5 130 - 160
6 85 - 115
Figura 7.5
Figura 7.6
Na prática, esta medida serve como orientação para a mais alta temperatura a que certa graxa
pode ser submetida durante o trabalho. Deve-se considerar como limite operacional uma
temperatura 20% inferior ao seu ponto de gota.
7.5.3 Bombeabilidade
É a capacidade de fluir de uma graxa pela ação de bombeamento. Os fatores que afetam o
bombeamento são: a consistência da graxa, a viscosidade do óleo e o tipo de espessante.
A bombeabilidade afeta o método de aplicação da graxa (adequação ao sistema centralizado, por
exemplo) e a movimentação interna da graxa dentro do elemento mecânico, influindo diretamente
na capacidade de lubrificação da mesma.
Figura 7.7
Figura 7.8
Classificação
Aplicação Tipo de serviço Produto típico
NLGI
Serviço pouco severo e
relubrificação freqüente, Sabão de cálcio OU
Chassis LA
com ponto de gota mínimo Sabão de lítio
de 80ºC
Serviço com altas cargas de
choque, grande exposição à
Sabão de lítio (com
Chassis LB água e relubrificação não
aditivação EP)
freqüente, com ponto de
gota mínimo de 150ºC
Cubos de Sabão de lítio (do
Serviço normal, com ponto
rodas GA tipo múltiplas
de gota mínimo de 80ºC
aplicações)
Sabão de lítio
Cubos de (do tipo múltiplas
rodas aplicações) OU
Serviço severo, com ponto
GB Sabão de lítio (com
de gota mínimo de 175ºC
aditivação EP)
Figura 7.9
Observação: Uma graxa pode atender ao mesmo tempo os requisitos de graxa para cubos de
rodas e para lubrificação de chassis.
7.6.2 Especificações DIN para graxas
DIN 51 502 (Graxas)
Consiste de várias partes: tipo de graxa, aditivos especiais, componente sintético (se aplicável),
número NLGI, temperatura máxima de operação (opcional) e temperatura mínima de operação
(opcional).
Se a graxa tiver aditivos especiais adicionais, estes serão indicados por um caractere
extra. As graxas receberão uma das letras abaixo: (ver a lista completa na seção de óleos
industriais):
Por exemplo, uma graxa KP2K-10, é uma graxa do tipo “K” com aditivos do tipo “P”.
Figura 7.10 c
Por exemplo, uma graxa K SI 3 R, é do tipo ‘K’, com óleo sintético do tipo SI.
O número NLGI indica a consistência, por exemplo, KP2K é uma graxa do tipo NLGI 2.
A letra após o número de consistência da graxa indica uma combinação de
temperatura máxima de trabalho contínuo e o comportamento na presença de água.
Onde mais de uma letra de código é mostrada para a temperatura, a primeira letra
denota uma exigência realçada da resistência à lavagem por água.
C ou D +60
E ou F +80
G ou H +100
K ou M +120
N +140
P +160
R +180
S +200
T +220
U +220
Figura 7.10 d
Por exemplo, em KP2K, o ultimo K indica +120 ºC.
8 MÓDULO INDUSTRIAL
8.1 Compressores
8.2 Compressores de ar
Para a lubrificação de compressores deve-se verificar sempre a recomendação do fabricante. As
recomendações podem variar desde um óleo de motor até um óleo mineral puro. Abaixo um breve
guia para melhor compreensão das alternativas para lubrificação dos mesmos. Compressores
alternativos (ou de pistão).
Recomendações Refrigerante
Naftênico 46 e 68 CFC (Amônia, R717, R12, R 502, R22, R401A, R402)
Naftênico WF 32 CFC (Amônia, R717, R12, R 502, R22, R401A, R402)
Compatível com gás HFC 68 HFC ( R-134a , R404A , R407C)
8.5 Redutores
Redutores são caixas de engrenagens fechadas que são empregados, em pequenas ou grandes
quantidades, em diversos tipos de indústrias.
a) Óleos R&O
São óleos de base mineral, formulados com aditivos do tipo “Rust and Oxidation”, ou seja, que
garantem proteção contra ferrugem e oxidação. Não contém aditivos de extrema pressão do tipo
Enxofre-Fósforo. A Falk é um dos fabricantes que indicam este tipo de produto para lubrificação
de seus redutores.
São identificados pela AGMA com o sufixo “R&O”
PRINCIPAIS PRODUTOS:
(São formulados para atender os requisitos mínimos dos principais fabricantes de bombas, como
Denison e Vickers, e das especificações européias DIN para esta aplicação.) Hidráulico HD (São
produtos sem aprovação formal dos fabricantes de bombas e cilindros, mas com excelente
performance em serviço. Recomendado principalmente para sistemas hidráulicos de
equipamentos antigos ou que estejam sujeitos a freqüentes vazamentos, e conseqüentemente
submetidos a uma alta taxa de reposição de óleo).
São formulados para atender os requisitos mínimos de alguns fabricantes de bombas e cilindros,
que requeiram um produto sem Zinco ou sem Cinza em algumas aplicações especiais.
PRINCIPAL PRODUTO:
Óleo Ashless
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9 GLOSSÁRIO
Agentes de adesividade - Mantêm o produto aderido nas partes lubrificadas, evitando o
gotejamento do mesmo.
Corantes -São aditivos empregados para alterar a cor dos produtos. Normalmente utilizados para
identificar os produtos, evitando aplicações incorretas e também são utilizados para facilitar a
visualização de vazamentos.
Gás Natural - É uma substância no estado gasoso que também provém de rochas e encontra-se,
muito freqüentemente, associado ao óleo. É vulgarmente designado “gás”.
Legenda:
Óleo de referência (IV = 0)
Óleo sendo avaliado
Óleo de referência (IV = 100)
Figura 10.1
Teor de enxofre -Indica o percentual ou partes por milhão (PPM) de enxofre em um óleo ou
combustível. O controle do enxofre é necessário pois uma concentração elevada deste elemento
leva à formação de óxidos de enxofre durante a combustão, podendo corroer as partes metálicas.