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1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 5
2 PRINCÍPIOS DA LUBRIFICAÇÃO .............................................................. 5
2.1 REGIMES DE LUBRIFICAÇÃO .................................................................... 6
2.1.1 LUBRIFICAÇÃO HIDRODINÂMICA ....................................................... 7
2.1.2 LUBRIFICAÇÃO ELASTOHIDRODINÂMICA ......................................... 8
2.1.3 LUBRIFICAÇÃO LIMÍTROFE ................................................................. 9
2.1.4 LUBRIFICAÇÃO MISTA ....................................................................... 10
3 FUNÇÕES DOS LUBRIFICANTES ........................................................... 10
3.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À CONSISTÊNCIA ........................................ 11
4 ÓLEOS LUBRIFICANTES ACABADOS (COMERCIAIS) .......................... 12
4.1 ÓLEOS BÁSICOS ....................................................................................... 13
4.1.1 ÓLEOS BÁSICOS MINERAIS .............................................................. 13
4.1.2 ÓLEOS BÁSICOS SINTÉTICOS .......................................................... 20
4.1.3 ÓLEOS BÁSICOS PRODUZIDOS PELA PETROBRAS ...................... 22
5 ADITIVOS ................................................................................................. 23
5.1 ANTIOXIDANTES ....................................................................................... 24
5.2 DETERGENTE / DISPERSANTES / AGENTES DE ALCALINIDADE ........ 26
5.2.1 DETERGENTES ................................................................................... 26
5.2.2 DISPERSANTES .................................................................................. 27
5.3 MELHORADORES DE ÍNDICE DE VISCOSIDADE (MIV).......................... 29
5.4 ABAIXADORES DO PONTO DE FLUIDEZ (APF) ...................................... 31
5.5 INIBIDORES DE CORROSÃO E DE FERRUGEM ..................................... 32
5.6 INIBIDORES DE ESPUMA ......................................................................... 33
5.7 ADITIVOS QUE INFLUENCIAM NA TRIBOLOGIA DOS MOTORES ......... 33
5.7.1 ADITIVOS ANTIDESGASTE ................................................................ 34
5.7.2 MODIFICADORES DE ATRITO (Friccion Modifiers – FM) ................... 35
6 PROPRIEDADES DOS ÓLEOS LUBRIFICANTES .................................. 36
6.1 APARÊNCIA ............................................................................................... 37
6.2 COR ............................................................................................................ 37
6.3 DENSIDADE ............................................................................................... 38
6.4 VISCOSIDADE ............................................................................................ 38
2
6.4.1 VISCOSIDADE DINÂMICA (µ), VISCOSIDADE ABSOLUTA OU
VISCOSIDADE APARENTE ............................................................................. 38
6.4.2 VISCOSIDADE CINEMÁTICA (υ) ......................................................... 40
6.5 ÍNDICE DE VISCOSIDADE ......................................................................... 42
6.6 VOLATILIDADE NOACK – ASTM D-5800 .................................................. 43
6.7 PONTO DE FULGOR.................................................................................. 44
6.8 RESÍDUO DE CARBONO ........................................................................... 44
6.9 PONTO DE FLUIDEZ.................................................................................. 45
6.10 ESTABILIDADE À OXIDAÇÃO ................................................................ 46
6.11 DEMULSIBILIDADE ................................................................................. 47
6.12 CINZA OXIDADA ..................................................................................... 47
6.13 ÍNDICE DE ACIDEZ TOTAL .................................................................... 48
6.14 ÍNDICE DE BASICIDADE TOTAL ............................................................ 48
6.15 ESTABILIDADE AO CISALHAMENTO NA BOMBA BOSCH .................. 49
6.16 FORMAÇÃO DE ESPUMA ...................................................................... 50
6.17 ANÁLISE POR INFRAVERMELHO ......................................................... 50
6.18 TEOR DE ÁGUA ...................................................................................... 51
6.19 INSOLÚVEIS EM PENTANO E TOLUENO ............................................. 52
6.20 ANÁLISE DOS ELEMENTOS .................................................................. 52
6.21 CINZAS SULFATADAS ........................................................................... 54
7 UTILIZAÇÃO DOS ÓLEOS LUBRIFICANTES EM MOTORES DE
COMBUSTÃO INTERNA.................................................................................. 54
7.1 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES DE COMBUSTÃO
INTERNA .............................................................................................................. 54
7.2 SISTEMAS DE LUBRIFICAÇÃO DE MOTORES DE COMBUSTÃO
INTERNA .............................................................................................................. 56
7.3 ÓLEOS LUBRIFICANTES PARA MOTORES ............................................. 59
7.3.1 DESGASTE DOS COMPONENTES DO MOTOR ................................ 60
7.3.2 FORMAÇÃO DE DEPÓSITOS ............................................................. 61
7.3.3 CLASSIFICAÇÃO DOS ÓLEOS AUTOMOTIVOS................................ 64
8 LUBRIFICANTES INDUSTRIAIS .............................................................. 73
8.1 MANCAIS .................................................................................................... 75
8.1.1 A LUBRIFICAÇÃO DE MANCAIS EM TURBINAS ............................... 80
8.1.2 A LUBRIFICAÇÃO DE COMPRESSORES .......................................... 82
8.2 ENGRENAGENS ........................................................................................ 89
3
8.3 O LUBRIFICANTE NOS SISTEMAS HIDRÁULICOS ................................. 94
9 MANUTENÇÃO PREDITIVA ................................................................... 100
10 ARMAZENAMENTO, MANUSEIO E SEGURANÇA DE LUBRIFICANTES103
10.1 ARMAZENAGEM ................................................................................... 103
10.2 TRANSPORTE E MANUSEIO ............................................................... 103
10.3 SEGURANÇA, SAÚDE E MEIO AMBIENTE ......................................... 104
4
1 INTRODUÇÃO
2 PRINCÍPIOS DA LUBRIFICAÇÃO
5
Fac = µc . N
Figura 1 - Atrito entre corpos com movimento relativo
6
Figura 2 - Curva de Stribeck identificando os regimes de lubrificação
Nesta curva vemos que a natureza da lubrificação segue, basicamente, dois tipos
de comportamentos distintos, baseados nas condições de operação definidas pela
carga e velocidade do equipamento e pela viscosidade do lubrificante. A lubrificação
é denominada hidrodinâmica quando as superfícies, separadas por um filme, não
entram em contato, não contribuindo assim para as forças de fricção. A lubrificação
limítrofe ocorre quando há um contato intermitente entre superfícies, resultando em
forças de fricção significativas.
7
Figura 3 - Lubrificação Figura 4 - Lubrificação Hidrodinâmica em
Hidrodinâmica em Rolamentos Mancais de Deslizamento
Cilíndricos
Espessura do filme de óleo ~ 1 a 100 µm
8
Figura 5 - Efeito do aumento de pressão na viscosidade
Este aumento de carga tem pouco efeito na espessura de película porque, nas
pressões envolvidas, a película do óleo é mais rígida do que as superfícies do
metal. Consequentemente, o efeito principal de um aumento da carga é a
deformação das superfícies metálicas com consequente aumento da área de
contato (Figura 6).
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Sob estas circunstâncias, a lubrificação hidrodinâmica não se verifica e o filme de
óleo não é capaz de proteger adequadamente as superfícies. A alternativa então
empregada é a adição de aditivos antidesgaste, que são absorvidos ou reagem com
as superfícies de modo a formar uma fina camada protetora para reduzir/evitar o
desgaste.
Esse regime de lubrificação é bastante comum em transmissões e nos
acionamentos de válvulas (Figura 7).
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d) transmissão ou absorção de energia mecânica, nos sistemas hidráulicos, nas
transmissões de veículos, nos freios hidráulicos e nos amortecedores;
e) contribuição para a vedação contra o ambiente externo ao sistema lubrificado;
f) funções passivas variadas, tais como: resistir ao fogo, à formação de espuma
ou ao desenvolvimento de bactérias; reduzir o contato com o ar (óleos
protetivos); e não atacar elastômeros, plásticos e pinturas.
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Tabela II - Classificação dos lubrificantes quanto à consistência.
Classe Exemplo Usos
Lubrificante líquido • Óleos lubrificantes em geral de • Maior parte das
base mineral ou sintética. aplicações numa ampla
• Fluidos à base de água: faixa de viscosidade
soluções ou emulsões água- (resistência do filme
óleo. lubrificante).
12
Figura 8 - Componentes que podem ser incorporados ao óleo lubrificante
13
boa estabilidade à oxidação (durabilidade) e baixa volatilidade,
comparativamente aos básicos naftênicos;
- óleos básicos naftênicos: por apresentarem baixos pontos de fluidez e melhores
características de solvência são mais usados em aplicações a baixas
temperaturas, em óleos de refrigeração, óleos para processamento de borracha,
fluidos para trabalho com metais e graxas.
Na Tabela III são comparadas algumas características principais dos dois tipos de
óleos básicos.
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Os óleos básicos minerais são obtidos a partir do processamento de crus
selecionados segundo processos de refino que visam à remoção e ou
transformação de compostos indesejáveis. Suas propriedades têm influência direta
sobre o desempenho dos lubrificantes formulados, conforme
Tabela V.
Tabela V - Propriedades dos lubrificantes acabados e influência do óleo básico sobre
as mesmas.
Propriedade Influência do óleo básico Influência do aditivo
Viscosidade
Separação de água O óleo básico define estas
O aditivo pode alterá-las.
Compatibilidade com características.
elastômeros
Proteção contra desgaste O óleo básico tem um papel
importante em função da O aditivo pode melhorar.
Eficiência energética
viscosidade.
O óleo básico tem um papel
Estabilidade importante em função da
O aditivo tem papel
composição.
preponderante na formulação.
Proteção contra corrosão O óleo básico deve
Condições de partida responder bem à aditivação.
Limpeza do equipamento O óleo básico tem pouco O aditivo tem papel
Espuma / Liberação de ar efeito. preponderante na formulação.
1
Usado originalmente em máquinas com movimento giratório – spin (fiação).
2
Originalmente obtidos por tratamento ácido sulfúrico, seguido de neutralização.
3
Usados na formulação de óleos para turbinas.
4
Por sua aparência brilhante – bright stock.
5
Os óleos naftênicos são produzidos no Brasil por hidrotratamento – daí o nome
Hidrogenado.
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d) Os óleos básicos tipo turbina têm requisitos adicionais de demulsibildade e
resistência à oxidação em função de sua principal utilização.
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As finalidades das etapas descritas estão resumidas na Tabela VI. O petróleo
utilizado na rota solvente deve gerar cortes de vácuo e óleos desasfaltados com
qualidades e rendimentos tais que garantam a economicidade do processo, ou seja,
que levem a um rendimento final de 10 % a 15 % de óleos básicos.
Tabela VI - Finalidades das etapas da rota solvente para a produção de óleos básicos.
Etapa Processo Finalidade
Fracionamento Destilação a vácuo Produção das frações destiladas
Desasfaltação Extração líquido-líquido Recuperação de frações lubrificantes
ainda existentes no resíduo da destilação
a vácuo
Desaromatização Extração líquido-líquido Remoção de aromáticos para aumento
do índice de viscosidade do óleo
Desparafinação Cristalização e separação Melhoria das características a baixa
das parafinas temperatura
Hidroacabamento Hidrotratamento brando Estabilização dos produtos
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unidades de processo. Ou seja, a área de movimentação de produtos é muito
complexa numa unidade de produção de óleos básicos lubrificantes.
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substituição da etapa de desaromatização pelo hidrotratamento. Mais tarde, o
processo de desparafinação a solvente foi sendo substituído pelo HDW e pelo
HIDW.
O processo de hidrocraqueamento (HCC) combinado com o HDT e o HIDW se
constituiu numa evolução natural da rota descrita, por flexibilizar ainda mais o
processo em termos de qualidade de cru, permitindo o processamento de cargas de
baixíssimo índice de viscosidade (IV), até mesmo IV<0. Os óleos básicos
produzidos podem ser classificados nos grupos II ou III, por possuírem alto IV
(>100), baixíssimos teores de enxofre e de aromáticos, baixa toxicidade, excelente
estabilidade à oxidação, boas características de escoamento a baixa temperatura,
baixa volatilidade e cor extremamente baixa. Seu desempenho é comparável aos
fluidos sintéticos (polialfaolefinas) e os combustíveis gerados como subprodutos são
também produtos de alto nível de qualidade. Veja na Figura 12.
20
Tabela VII - Óleos básicos sintéticos e exemplos de utilizaçãoii.
21
Tabela VIII - Óleos básicos sintéticos e exemplos de propriedadesii.
Óleos spindle, spindle branco, isolante neutro leve, NH-10, NH-20, NH-140
Básicos parafínico, neutro leve, neutro neutro médio, e óleo isolante
médio, neutro pesado, bright bright stock. naftênico.
stock, turbina leve, turbina
pesado, cilindro I, cilindro II.
22
5 ADITIVOS
23
Em geral, para se formular um óleo de motor empregam-se pacotes de aditivos que
reúnem todos os componentes que respondem pelo desempenho do produto.
Assim, de forma resumida, uma formulação é composta por um conjunto de óleos
básicos e um pacote de aditivos. Se necessário, empregam-se ainda um
melhorador do índice de viscosidade e um abaixador do ponto de fluidez.
A seguir serão descritas as principais famílias de aditivos e seus compostos mais
comuns.
5.1 ANTIOXIDANTES
Ambos os radicais aril e alquil são empregados comercialmente sendo os radicais alquil
mais efetivos como antioxidantes enquanto que os radicais aril são mais termo-resistentes.
As características antidesgaste e de estabilidade térmica dos compostos alquil podem
variar quando se utilizam diferentes alcoóis (primários x secundários x alcoóis de baixa
massa molar). Os principais radicais alquil são propil, butil, hexil, octil e mistura dos
anteriores. O efeito do radical alquil na temperatura de decomposição térmica do
ditiofosfato de zinco é mostrado na Tabela X.
Algumas vezes, desativadores de metais, isto é, aditivos que reagem com os íons
metálicos reduzindo a sua ação catalisadora, são incorporados aos antioxidantes e,
desse modo, tais componentes podem atuar das seguintes formas:
− Inibindo os radicais livres;
25
− Decompondo os peróxidos;
− Desativando os catalisadores metálicos.
Em grande parte dos óleos lubrificantes os ZnDTP’s são os únicos utilizados uma
vez que atuam nos três mecanismos acima citados e possuem uma excelente
relação custo/benefício, mas em alguns produtos são adicionados,
complementarmente, outros compostos.
Os limites de emissões impostos aos motores levaram à adoção de novas
tecnologias, como o uso de catalisadores no sistema de exaustão e esse fato tem
gerado limitações no emprego do ZnDTP, pois o fósforo age como apassivador dos
metais utilizados nos catalisadores. Assim, novos produtos antioxidantes estão
sendo desenvolvidos e adicionados aos óleos lubrificantes.
Esses aditivos são geralmente citados em conjunto, pois eles atuam para evitar a
formação de depósitos, principalmente nos motores do ciclo diesel, devido à alta
formação de fuligem na combustão. Assim esses aditivos agem prevenindo:
− A formação de depósitos nas superfícies metálicas;
− A aglutinação de resinas e de compostos de oxidação;
− A formação / deposição de borras nos motores;
− A formação de produtos ácidos devido à sua natureza básica.
5.2.1 DETERGENTES
onde:
MO = óxido metálico divalente;
MOH = hidróxido metálico divalente; e
R representa o radical orgânico que age como solubilizador do óleo (sulfonato).
5.2.2 DISPERSANTES
27
Na Figura 13 ilustra-se a ação dos dispersantes.
Conforme mencionado, alguns dispersantes sem cinzas podem ter também uma
ação como melhoradores do índice de viscosidade. São os dispersantes poliméricos
que possuem em sua estrutura as características dos materiais empregados como
MIV`s além dos compostos polares que respondem pela dispersância, como
ilustrado na fórmula a seguir.
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onde: Os hidrocarbonetos são do tipo oleofílicos (têm afinidade com a fase óleo), A
é um grupo polar e R um radical alquil ou alquenil.
Esses aditivos são empregados quando não se consegue, através dos processos
de refino dos óleos básicos, atender às necessidades de utilização dos óleos ou
quando são exigidas condições extremas de variação de temperatura, em especial
as mais baixas. Os MIV’s são polímeros de alta massa molar (50.000 a 100.000)
solúveis em óleo como:
- Poliisobutilenos
- Polimetacrilatos
- Copolímeros de etileno/propileno/butadieno (OCP).
- Poliacrilatos
- Copolímeros de estireno ou de ésteres maleicos.
29
Na Figura 15 estão apresentadas as estruturas dos principais polímeros utilizados:
30
5.4 ABAIXADORES DO PONTO DE FLUIDEZ (APF)
31
Figura 17 – Compostos poliméricos empregados como APF
32
Além de proteger os casquilhos do motor contra a corrosão, estes aditivos também
devem proteger os componentes dos motores contra a ferrugem, especialmente em
locais onde é verificada a formação de água, como na tampa dos balancins e no
cárter. Os aditivos detergentes, que neutralizam os ácidos, e os dispersantes, que
mantêm a água em suspensão, são muito importantes nesse processo, porém o
auxílio de um aditivo que protege a superfície metálica é fundamental.
33
Figura 19 – Regimes de lubrificação em um mancal
34
ciclo OTTO que trabalham em altas rotações. Esse contato metal-metal pode ser
evitando adicionando-se uma película que protege a superfície quer seja por
absorção física ou por reação química. O ditiofosfato de zinco é o aditivo
largamente empregado para esta função e possui um efeito particular na proteção
dos mecanismos do trem de válvulas.
Como ambos o ZnDTP e os detergentes tem uma atração muito forte por metais,
esses devem ser bem balanceados nos pacotes de aditivos, para que não haja uma
competição que resulte na não proteção das superfícies pelo aditivo antidesgaste.
Os tipos mais comuns de antioxidantes são os seguintes:
• Fosfetos orgânicos;
• Olefinas sulfurizadas;
• Ditiofosfato de Zinco;
• Compostos alcalinos empregados como neutralizadores.
10
9,5
9
Perda de potência, KW
8,5
8
7,5
7
6,5
6
5,5
5
30 50 70 90 110 130 150
Tem peratura do óleo no cárter, °C
35
Na Figura 20, observa-se claramente que, em temperaturas mais elevadas as
perdas por atrito são maiores devido à fina película lubrificante decorrente da baixa
viscosidade do óleo o que leva a contatos metal-metal. Essas perdas são
minimizadas com o emprego dos modificadores de atrito. Outrossim, verificamos
nessa mesma figura, que o efeito dos FM é bem pequeno nas temperaturas baixas.
Conforme observado, a efetividade dos óleos com aditivos modificadores de atrito
depende fundamentalmente da espessura do filme que é função de variáveis como:
36
Tabela XI - Propriedades dos óleos básicos lubrificantes e sua importância.
6.1 APARÊNCIA
6.2 COR
37
6.3 DENSIDADE
6.4 VISCOSIDADE
38
Para a realização do ensaio, a amostra é colocada em um conjunto cuba / rotor,
sendo este acionado por um motor elétrico e alimentado por uma corrente pré-
ajustada. A amostra é resfriada até a temperatura de teste e deixada nesta
condição por um determinado tempo após o qual se aciona o rotor e se mede sua
velocidade. Com o valor da velocidade do rotor, calcula-se a viscosidade aparente
do óleo com base em uma calibração realizada previamente com óleos de
referência (Figura 21).
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Figura 22 – Esquema de funcionamento do MRV e foto do equipamento
Viscosidade_dinâmica_µ µ
Viscosidade_cinemática_υ = , ou seja, υ = eq. 1
massa específica_ρ ρ
40
A viscosidade cinemática é expressa, de acordo com o SI, em metros quadrados
por segundo (m2/s) ou, tradicionalmente, em stokes (St) ou em centistokes (cSt). A
correspondência entre essas unidades é:
Uma vez que a viscosidade é uma das características mais importantes na seleção
do lubrificante adequado para determinação do equipamento, sua variação durante
o uso nos equipamentos é crítica, e tanto os aumentos como as reduções de
viscosidade podem comprometer seriamente a lubrificação.
Mudanças na viscosidade do óleo lubrificante podem indicar:
− degradação oxidativa do óleo, que ocorre em função do tipo de uso, da
41
temperatura de operação, do intervalo entre trocas de óleo, etc. Os produtos de
oxidação são as borras e resinas, que causam o espessamento do óleo;
− contaminação do óleo com substâncias que causam o seu espessamento, tais
como a fuligem, resultante de má combustão; ou com óleos de maior ou menor
grau de viscosidade usados indevidamente em reposições de nível;
− presença de água que, quando emulsionada, leva ao aumento da viscosidade;
− diluição por combustível, indicada pela redução da viscosidade, associada com
a redução do ponto de fulgor;
− cisalhamento dos aditivos poliméricos, empregados como melhoradores de
índice de viscosidade, no caso de óleos multiviscosos (motores e engrenagens).
42
Índice de Viscosidade abaixo de 100 Índice de Viscosidade acima de 100
y: Viscosidade (em cSt or mm2/s) a alta temperatura (100 ºC) do óleo cujo IV será calculado.
u: Viscosidade (em cSt or mm2/s) a baixa temperatura (40 º C) do óleo cujo IV será calculado.
L: Viscosidade em cSt, a 40 ºC, de um óleo com IV = zero com a mesma viscosidade a 100 ºC
do óleo em teste.
H: Viscosidade em cSt, a 40 ºC, de um óleo com IV = 100 com a mesma viscosidade a 100 ºC
do óleo em teste.
Para óleos com viscosidade a 100 °C entre 2 cSt e 70 cSt, os valores de IV podem ser extraídos
diretamente das tabelas constantes do livro-método ASTM D-2270.
Alternativamente, os valores de L, H e D são extraídos das tabelas constantes do mesmo livro.
Para IV < 100: Para IV > 100
D = L−H eq. 2 Log ( H ) − Log (u )
N=
L −U Log ( y ) eq. 4
IV = ×100
D eq. 3 10 N − 1
IV = + 100
0,00715 eq. 5
43
A perda por evaporação é calculada pela equação 6:
Esse teste consiste na medida da massa dos resíduos carbonáceos obtidos de uma
amostra de destilado ou do próprio óleo básico depois de sofrer aquecimento,
combustão e pirólise (método ASTM D-524). Este teste mede a quantidade dos
44
componentes não vaporizáveis, potenciais formadores de resíduos carbonosos
(coque). Seu resultado, calculado pela eq. 7, está associado ao teor de compostos
aromáticos e/ou de pesados. O aparelho que determina o resíduo de carbono
Ramsbottom está apresentado na Figura 26.
massa _ resíduo
RCR = × 100 eq. 7
massa _ amostra _ inicial
O ponto de fluidez é a menor temperatura em que o óleo ainda flui por ação da
gravidade, após resfriamento em condições padronizadas. Esta característica é
importante quando o produto formulado tem que atender a requisitos de viscosidade
a baixa temperatura e este ensaio foi por muito tempo o único utilizado para avaliar
o comportamento dos óleos lubrificantes a baixas temperaturas. Seu resultado
depende do óleo básico e da sua resposta ao aditivo abaixador de ponto de fluidez
empregado.
No caso dos óleos básicos parafínicos, a interrupção do escoamento se dá em
função do aparecimento e crescimento de cristais de parafinas normais (n–
parafinas), quando o óleo é resfriado, sem agitação. No caso dos óleos naftênicos,
o escoamento cessa por aumento excessivo da viscosidade.
A determinação do ponto de fluidez pelo método ASTM D-97, como ilustrado na
Figura 27, é feita da seguinte forma:
− a amostra é vertida dentro do tubo no nível marcado, com um termômetro
colocado de maneira que o bulbo fique imerso, e que o começo da capilar fique
3 mm abaixo da superfície da amostra;
− a amostra é então aquecida para desfazer qualquer cristal de parafina presente
(i.e. para apagar a memória térmica) e então resfriada usando-se níveis de
temperatura decrescentes, fixadas pelo método;
− a inspeção, que consiste na observação da existência de fluxo na superfície da
amostra, se inicia a uma temperatura que esteja, pelo menos, 15 ºC acima da
45
temperatura estimada para o ponto de fluidez. A cada 3 ºC, o tubo de teste é
removido, observado e recolocado no banho, até não se observar mais
movimento na superfície, isto é, até que esta se mantenha estática por 5 s;
− a menor temperatura na qual se observa movimento no óleo é reportada como o
Ponto de fluidez. Seu valor é o da última temperatura lida no termômetro
acrescida de 3 ºC.
Definida como uma deterioração química de um óleo causada por contato contínuo
com o oxigênio e catalisadores, como o cobre, a estabilidade à oxidação é um dos
aspectos mais críticos na maioria das aplicações dos óleos lubrificantes, uma vez
que está relacionada com a vida útil do óleo em serviço.
A oxidação leva à formação de: ácidos, que causam corrosão; depósitos e lama,
que produzem o espessamento do óleo e a redução da dissipação do calor, que
acelera ainda mais o processo de oxidação; e limitam o desempenho do lubrificante
no que se refere ao tempo de uso e/ou capacidade de suportar as condições de
serviço.
A degradação oxidativa do óleo lubrificante é decorrente de interações do óleo
básico e aditivos com o ambiente onde o óleo está sendo usado (alta temperatura,
oxigênio, superfícies metálicas catalíticas, contaminações etc).
Em linhas gerais, observa-se que:
- quanto maior o teor de saturados melhor a estabilidade à oxidação;
- compostos aromáticos do tipo nafteno-aromáticos e policíclicos aromáticos são
mais susceptíveis à oxidação;
- compostos básicos de nitrogênio reduzem a estabilidade à oxidação;
46
- alguns compostos sulfurados (sulfetos alifáticos e ciclo alifáticos) aumentam a
estabilidade à oxidação do óleo, mas competem com os aditivos empregados e,
portanto, pioram a resposta do óleo básico à aditivação.
A estabilidade à oxidação dos óleos lubrificantes é determinada por diversos tipos
de testes nos quais se procura simular a exposição do produto a condições
oxidantes (alta temperatura, presença de metais, água e ar) e avaliar a sua
degradação em termos de aumento de viscosidade, índice de acidez e/ou resíduo
de carbono, por exemplo.
6.11 DEMULSIBILIDADE
47
etapas de aquecimento em um forno (800 °C), alternadas com repouso, em um
recipiente livre de umidade (dessecador).
48
10
Troca do óleo
0
0 200
IAT IBT
O ensaio em motor L-38 pode também ser utilizado para avaliar a estabilidade ao
cisalhamento dos óleos lubrificantes automotivos.
49
6.16 FORMAÇÃO DE ESPUMA
50
− acompanhar ensaios laboratoriais de oxidação;
− acompanhar a presença de contaminantes orgânicos, como glicol e água, de
sulfatos e de fuligem. O glicol pode ser oriundo de contaminação do óleo por
fluido refrigerante, e traços dessa substância aceleram significativamente a taxa
de oxidação do lubrificante em serviço;
− avaliar o nível de oxidação e de nitração dos óleos usados.
Apresenta-se, na Figura 32, um espectro ao infravermelho de um lubrificante,
indicando-se algumas bandas características de contaminações do produto.
51
crepitação, no qual se coloca algumas gotas de óleo em uma chapa de alumínio
bem quente: a ocorrência de estalidos indica a presença de água no óleo. Para a
quantificação do teor de água, utiliza-se o ensaio de destilação.
52
Tabela XII - Metais presentes no óleo usado e sua associação com o desgaste de
componentesviii, ix.
53
6.21 CINZAS SULFATADAS
54
Na Tabela XIII estão resumidas as características de operação dos motores do ciclo
OTTO e Diesel
55
7.2 SISTEMAS DE LUBRIFICAÇÃO DE MOTORES DE COMBUSTÃO
INTERNA
56
Figura 34 - Componentes do sistema de lubrificação nos motores de combustão
interna
O óleo que circula dentro do motor fica depositado na parte inferior do bloco,
conhecida como cárter, já que neste ponto ele mantém-se mais resfriado em
relação ao que circula pelo motor. Do cárter, o óleo é succionado pela bomba de
óleo através de um tubo coletor que possui na sua entrada um filtro de malha
grossa (filtro de sucção / peneira do pescador) para retenção das partículas maiores
de metal e outros possíveis fragmentos que possam danificar a bomba.
A bomba de óleo, que em geral é de engrenagens, força o lubrificante através do
filtro de óleo, que tem por função reter as partículas menores que estejam em
suspensão no óleo de modo a mantê-lo em boas condições de lubrificação,
evitando a abrasividade no contato das partes móveis. De modo a controlar a
pressão de óleo na galeria principal, a bomba de óleo incorpora um regulador que
retorna para o cárter uma parte do fluxo de óleo em caso de pressão elevada como,
por exemplo, na partida a frio, quando a viscosidade do óleo está alta.
A maior parte do óleo é direcionada do filtro para a galeria principal de óleo do
motor, onde a pressão é mantida em valores próximos a 40 psi (276 kPa) pela ação
do regulador de pressão localizado na bomba de óleo. O lubrificante segue por
diversas passagens (pequenos canais perfurados ou criados na fundição do bloco),
atingindo todos os componentes que precisam ser lubrificados.
Em geral o fluxo atinge inicialmente o virabrequim, atuando sobre os mancais
principais e, por meio de pequenos canais perfurados, o óleo é conduzido para as
buchas da árvore de comando de válvulas e para os casquilhos das bielas. Estas,
por sua vez, também através de canais que ligam a cabeça ao pé da biela ou
apenas uma passagem em sua cabeça, esguicham óleo dentro do corpo do pistão e
nas paredes do cilindro. Seja qual for a forma de lubrificação, o anel inferior do
57
pistão (anel de óleo) "raspa" a parede do cilindro no movimento de descida, para
que o lubrificante não seja queimado na combustão, o que ocasiona elevados níveis
de emissões.
Além de suprir óleo ao virabrequim, bielas, pistões e eixo de comando, a galeria
principal tem derivações que têm o papel de distribuir o óleo a todos os
componentes do motor como àqueles instalados no cabeçote (válvulas, balanceiros,
etc) e para o conjunto de engrenagens que, em geral, se localiza na parte dianteira.
Após circular em todos os elementos da lubrificação, o óleo retorna ao cárter por
gravidade.
A pressão gerada pela bomba de óleo é função da rotação do motor, já que seu
acionamento é feito pelo virabrequim ou pelo comando. Desse modo, apesar de
existir uma válvula para controlar a pressão do sistema, valores mais elevados
desta estão disponíveis nas rotações mais altas quando é maior a exigência de
lubrificação. Por outro lado, observamos algumas vezes indicações de baixa
pressão de óleo em motores carburados que possuem marcha lenta irregular.
Apesar do sistema de vedação dos pistões, uma parte dos gases escapa entre as
paredes de cilindros e pistões, contaminando o óleo e aumentando a pressão do
sistema. Para resolver este problema, existe um sistema de respiro do cárter que
consiste de uma mangueira que liga o interior do bloco ao sistema de admissão
retornando ao motor esses gases para a queima.
Conforme mencionado, a pressão do sistema é controlada dentro de uma faixa de
variação e qualquer alteração pode indicar um problema como se segue:
58
reservatório externo e, a partir daí, o funcionamento é idêntico ao sistema
pressurizado com cárter úmido.
Como os motores de combustão interna são bastante complexos, neles se
observam concomitantemente vários conjuntos com movimentos relativos, podendo
estar cada conjunto em um regime de lubrificação distinto. Na Figura 35 mostra-se a
curva de Stribeck identificando-se os tipos de contato observados com maior
frequência nos motores.
Onde,
Z = Viscosidade do óleo
N = Rotação do eixo
P = Pressão de
59
• Modificadores de índice de viscosidade
• Abaixadores do ponto de fluidez
Com exceção dos dois últimos aditivos todos os outros são geralmente fornecidos
em forma de “pacote”, cuja constituição depende da aplicação pretendida. Os dois
últimos aditivos são especialmente empregados nos óleos multiviscosos onde
principalmente é exigido um bom desempenho nas temperaturas mais baixas.
As consequências principais do mau funcionamento do motor devido à inadequação
do lubrificante se traduzem em desgaste dos componentes mecânicos, na formação
de depósitos e em outros efeitos secundários.
60
7.3.2 FORMAÇÃO DE DEPÓSITOS
61
Figura 36 - Fotos de defletores de cárteres identificando a formação de borras
62
7.3.2.2 FORMAÇÃO DE VERNIZES E LACAS
Os vernizes são também avaliados segundo critérios estabelecidos pelo CRC que
têm por base quantificar a intensidade da cor do depósito pela comparação com
padrões estabelecidos.
Na Figura 40 é apresentada uma escala de intensidade de cor que vai do branco
(intensidade 10) ao preto (intensidade 1). Este critério, de méritos, resulta em
valores mais altos para as peças com menor formação de depósitos.
63
Figura 40 - Escala de intensidade de cor da CRC para avaliação de vernizes
Via de regra os testes em motor possuem óleos de referência com os quais são
corridos ensaios para que seja verificada a eficácia do ensaio (óleos passa e não
passa). Nesses ensaios são utilizados também combustíveis de referência para
minimizar a dispersão de resultados.
64
Tabela XIV - Graus de viscosidade SAE para óleos automotivos.
65
A classificação americana do API é a mais aceita internacionalmente e estabelece
uma codificação que, em geral, é constituída por duas letras. A primeira, que pode
ser S ou C representa a aplicação automotiva. O S (“Spark Igniton” ou “Service”) se
refere a óleos para motores do ciclo OTTO (veículos leves a gasolina ou álcool),
enquanto que o C ("Compression Ignition” ou “Commercial”) se refere a óleos para
motores do ciclo DIESEL (veículos pesados). A segunda letra indica o desempenho
do óleo, o que é definido pelos ensaios em motores estabelecidos pela ASTM,
conforme discutido em capítulos anteriores.
Acompanhando a evolução dos óleos lubrificantes, as classificações API para
motores do ciclo OTTO começaram com a letra A, ou seja, API SA e evoluíram para
as letras subseqüentes ao A, ou seja, SB, SC, SD, ..,SJ, SL, SM e SN, que é a
classificação mais atual e rigorosa da API para esse produto. De forma similar, para
motores DIESEL, temos as classificações CA, CB, CC, ... CG-4, CH-4, CI-4 e CJ-4.
Nessas últimas classes, o número 4 se refere a motores DIESEL de 4 tempos.
Cabe ressaltar que, em geral, as classificações mais recentes substituem as
anteriores, de forma que se pode usar um óleo API SN no lugar de um SM ou SL ou
outro de classificação anterior, mas não o contrário.
Na Tabela XV apresenta-se um histórico da evolução das especificações API para
os motores do ciclo OTTO e na Tabela XVI mostra-se a evolução das classificações
API para motores do ciclo Diesel.
66
Tabela XV – Evolução das especificações API para óleos lubrificantes para veículos leves.
67
Tabela XVI - Evolução das especificações API de óleos para motores do ciclo Diesel
69
- Seqüência IID - Avaliação de ferrugem e depósitos em baixa temperatura;
- Seqüência IIIF - Oxidação – Espessamento do óleo e desgaste do trem de
válvulas;
- Seqüência VG - Formação de borras e desgaste no comando em regime para e
anda. Teste de 216 horas – 54 ciclos de 4 horas cada
- Sequencia VIII – Avaliação do ataque corrosivo de casquilhos de
cobre/chumbo/estanho por lubrificantes submetidos a temperatura elevada
(143ºC). Duração do Teste 40 h.
Tipo de
Sem chumbo
combustível
25 & 0,75 24, 60 &
Carga geral, Pa 200 25 26-98 26-98
kW 1.3 kW
Temperatura, °C 155 49-59 46,1-98,9 45-100 45-125 45-135
MIL-L-
21260D, MIL-
Teste incluídos
API SL, API SL, L-46167B, API SL, API EC-II, API SL,
nas
ILSAC GF-3 ILSAC GF-3 API SJ/SH, ILSAC GF-3 ILSAC GF-2 ILSAC GF-3
especificações ILSAC GF-1,
ILSAC GF-2
Depósitos no
Desgaste no
Avaliação feita pistão, aum. Borra, verniz Borra e Eficiência Eficiência
trem de
no teste de visc., e desgaste verniz energética energética
válvulas
desgaste
70
Com relação aos lubrificantes para motores diesel, os novos desenvolvimentos
estão sendo dirigidos pelos limites de emissão. Projetos de novos motores estão
sendo introduzidos para atingir os requisitos mais rigorosos de emissões, e estas
mudanças impõem ao lubrificante condições mais severas.
O lubrificante foi identificado como um contribuinte direto na redução das emissões,
especialmente nas partículas de hidrocarboneto. Isto ocorre em parte devido à
passagem do lubrificante pelas guias da válvula de exaustão e pelos selos do
turboalimentador, mas o principal causador do consumo de óleo é a queima da
película do lubrificante nas paredes dos cilindros durante a combustão.
Para reduzir as emissões de particulados, os motores são projetados para operar
com uma película mais fina de lubrificante e com uma mínima passagem de
lubrificante pelos anéis de pistão. Isto aumenta o potencial de desgaste para anéis e
cilindros e eleva as temperaturas de operação, resultando em maior tendência para
a formação de depósitos.
Além disso, as modificações nos motores e os ajustes necessários para assegurar a
conformidade com os novos regulamentos de emissões levaram ao aumento dos
níveis da fuligem do lubrificante, o que contribuiu para a elevação da viscosidade do
óleo e para um maior desgaste do motor.
Para atender a esses novos requisitos de emissões foram desenvolvidos alguns
ensaios como:
- Caterpillar 1P - controle do depósito nos pistões em motores de baixa emissão;
- Cummins M11 EGR – gerenciamento de óleos com alto teor de fuligem em
motores com EGR;
- Mack T-8E e o Mack T-9 – ensaios para avaliar a habilidade dos lubrificantes em
gerenciar o desgaste do trem de válvulas, o aumento da viscosidade e o
entupimento de filtro em lubrificantes contaminados com fuligem.
71
Tabela XVIII – Características dos principais ensaios ASTM para avaliação de
lubrificantes para motores do ciclo Diesel.
72
8 LUBRIFICANTES INDUSTRIAIS
74
Os fabricantes e formuladores de lubrificantes procuram manter seus produtos
qualificados nas listas dos fabricantes de equipamentos. Esta qualificação pode ser
obtida pelo envio de documentos técnicos comprovando a qualidade do lubrificante,
ou pelo envio de amostras para teste pelo fabricante do equipamento, ou ainda pela
realização de testes de campo acompanhados pelo fabricante do equipamento.
Atualmente, alguns fabricantes estão comercializando sua própria linha de
lubrificantes que devem ser utilizados durante o período de garantia da máquina.
Em geral, eles se associam a um fabricante de lubrificantes que envasa os produtos
nas embalagens com a marca comercial do fabricante da máquina. Esta modalidade
tem se tornado cada vez mais comum e, nestes casos, não é mais possível
qualificar lubrificantes de outras marcas.
Apresenta-se a seguir uma discussão sobre as partes lubrificadas citadas e sobre
os equipamentos lubrificados mais importantes na indústria do petróleo. Estes são
descritos quanto aos detalhes construtivos e quanto a possíveis falhas que
impactam a lubrificação.
8.1 MANCAIS
75
Tabela XXI – Principais tipos de mancais
76
Nos mancais de deslizamento, as superfícies já em movimento são separadas
totalmente por um filme de óleo em um regime hidrodinâmico. As forças são
transmitidas tanto radial quanto axialmente e estes mancais podem operar em altas
rotações mesmo sob altas cargas. Na teoria, este tipo de mancal nunca sofreria
desgaste devido à presença de filme lubrificante enquanto em operação. Na prática
ocorrem fatores como contaminação, sobrecarga e aumento de temperatura, que
degradam o óleo e prejudicam a formação deste filme ao longo do uso.
Nos mancais de rolamento, o material rolante ajuda na redução de perdas por
fricção (atrito). O filme lubrificante atinge a espessura de 1 µm (mícron) e é
submetido a pressões elevadas em função da pressão entre as superfícies em
movimento. Nestas condições, a viscosidade do óleo aumenta muito e ele
praticamente se comporta como um sólido que se deforma elasticamente (regime
de lubrificação elastohidrodinâmico). Em função deste equilíbrio delicado, a
presença de contaminantes facilmente gera desgaste nas pistas ou nas esferas.
Os mancais de escora possuem uma estrutura similar aos rolamentos: os coxins
distribuem a carga e podem ser cilindros, agulhas ou outros formatos. A diferença é
que são projetados para suportar mais cargas axiais, mas a folgas são pequenas e
a sensibilidade à contaminação é elevada.
A presença de água, por exemplo, reduz a vida útil de um rolamento em até 70% e
as principais causas de falhas em mancais de rolamento estão citadas na Figura 41.
A maioria dos rolamentos é lubrificada a graxa devido à função de selagem da
própria graxa o que torna desnecessária a instalação de selos para evitar
vazamento de óleo.
77
Os lubrificantes em mancais estão sujeitos a elevadas cargas e altas temperaturas.
Sua composição, em geral, contém os aditivos descritos na Tabela XXII.
78
Figura 42 – Reservatório de lubrificantes em sistemas de circulação
79
Figura 44 – Tipos de reclassificadores
A lubrificação por graxa é mais simples, pois basta empacotar o mancal com a
graxa no momento da montagem. A reposição é feita através de um bujão e é
importante abrir o bujão de drenagem da graxa usada para evitar o excesso de
graxa que pode prejudicar o equipamento.
Estabilidade à Oxidação X X
Proteção Corrosão X X X
Estabilidade Térmica X
Espuma X
Demulsibilidade X
Liberação de Ar X
81
Tabela XXIV - Lubrificantes BR para Mancais
Aditivos
Comentários
Principais
TURBINA
ISO antioxidante DIN 51517-2 (categoria CL)
10,15,22,46,68,80,100, antiferrugem e DIN 51515 (categoria L-TD)
150,200,220,320,460,680
TURBINA PLUS DIN 51515 categoria TD-L(2) e DIN
51524 parte 1(HL)
ISO antioxidante SIEMENS para uso em turbinas a gás
32,46,50,68,77,86,100, antiferrugem ou a vapor, sem caixa de
engrenagens, segundo a especificação
150,220 TLV
DIN 51515 categoria TD-L, DIN 51524
categoria HL, SIEMENS TLV-901304,
antioxidante GEK 101941A, GEK 32568F e GEK
TURBINA EP antiferrugem 46506D. O LUBRAX TURBINA EP 46
é aprovado pela ALSTOM para uso em
ISO 32,46,68,100 antidesgaste turbinas a gás e a vapor, dentro da
isento de cinzas especificação HTGD90117 e pela
MAN para uso em turbinas a gás tipo
THM.
Óleo básico sintético à base de
antioxidante polioléster
TURBINA POE
antiferrugem MIL-PRF-23699F STD (QRN O-13D-
28 24)
antidesgaste
e NATO Code O-156
antioxidante Óleo básicos naftênico para evitar a
MIST
antiferrugem formação de resíduos parafínicos nos
ISO 68
antidesgaste reclassificadores
82
O tipo de compressor interfere diretamente no tipo de lubrificante indicado, mas
qualquer que seja o tipo de compressor, o lubrificante terá como principais funções
a lubrificação de mancais e a selagem do compressor.
Os compressores alternativos operam conforme descrito na Figura 45.
83
Figura 46 – Pontos de Lubrificação num Compressor Alternativo
84
Nos compressores do tipo parafuso, a compressão ocorre no espaço entre os
lóbulos, conforme mostrado na Figura 48. Estes podem operar a seco ou
lubrificados. Quando lubrificados, eles operam “afogados”, pois há injeção de óleo
lubrificante na sucção do compressor. As partes a serem lubrificadas incluem os
mancais dos eixos dos parafusos e a engrenagem que conecta os mesmos. De
forma similar ao de palhetas, o gás comprimido tem que ser filtrado para separar o
óleo lubrificante que obrigatoriamente o contamina.
85
também é mais crítica do que no caso das turbinas, visto que as folgas são
muito pequenas, bem como a presença de contaminantes externos;
• na lubrificação de compressores, é muito comum o contato entre o gás e o
lubrificante, incluindo, assim, mais um aspecto adicional na seleção do
lubrificante que é a compatibilidade entre estes dois produtos (ver Tabela
XXVI).
Tabela XXVI – Compatibilidade entre Gases e Bases Lubrificantes
86
Figura 49 – Ciclo de Refrigeração
Na Tabela XXVII apresentam-se as bases lubrificantes mais adequadas para os
principais tipos de gás refrigerante. O FREON está em desuso por atacar a camada
de ozônio e tem sido substituído pelo R 134A, por propano ou isobutano.
Os óleos básicos minerais utilizados nesta aplicação são os naftênicos por
apresentarem menores teores de compostos parafínicos e melhores propriedades a
baixa temperatura. Para reduzir o consumo de energia destes compressores, a
viscosidade do lubrificante especificado é cada vez mais baixa. Com isto, a
formação de filme lubrificante se torna mais difícil e é necessário avaliar a
necessidade de aditivos antidesgaste.
Tabela XXVII – Compatibilidade entre gás e base lubrificante em compressores de
refrigeração
antioxidante
COMPSOR antiferrugem
DIN-51506 categoria VD-L.
ISO 32,46,68,100,150,220 antidesgaste
detergente/dispersante
antioxidante Base sintética mista de
COMPSOR DE polialfaolefina e ésteres
antiferrugem
ISO 100 Indicado para compressores
antidesgaste de ar alternativos
Base sintética polialfaolefina
antioxidante Indicado para compressores
COMPSOR PAO de ar
antiferrugem
ISO 32,46,68 Os intervalos de troca até 8
antidesgaste vezes maiores se comparados
aos óleos minerais
Base sintética mista de
COMPSOR PG antioxidante polialquilenoglicol e ésteres
Indicado para compressores
ISO 46 antiferrugem de ar rotativos como a linha
CENTAC da Ingersoll- Rand
Base sintética polialquileno
glicol
Compressores tipo "K" da
Burckhardt Compression AG
antioxidante compressores de gás natural
COMPSOR GAS liquefeito (metano, etano), gás
antiferrugem
180 liquefeito de petróleo (propano,
antidesgaste butano), outros
hidrocarbonetos
(etileno, propileno e butileno) e
gases químicos como amônia
e butadieno
COMPSOR RF
antioxidante Óleos básicos naftênicos
ISO 32,46,68,100,115,150
88
8.2 ENGRENAGENS
As engrenagens são componentes que transmitem torque entre eixos pelo engate
de dentes, sem que ocorra deslizamento. Esta transmissão de torque envolve
mudança de direção e alteração de rotação dependendo do diâmetro das
engrenagens e da conformação dos dentes. Na Tabela XXIX apresentam-se alguns
dos principais tipos de engrenagens.
89
Tabela XXIX – Tipos de engrenagens.
Eixos paralelos
Tipo mais simples de engrenagem
Dentes Retos
Adequada para baixas rotações
Muito barulhentas em altas rotações
90
Como mencionado anteriormente, os óleos para engrenagens industriais seguem o
padrão AGMA de viscosidade, estabelecido pela American Gear Manufacturers
Association, que define os 10 graus de viscosidade, mostrados na Tabela XXX, e
relacionados com os graus ISO.
Tabela XXX - Graus de viscosidade aplicados aos lubrificantes de engrenagens
industriaisErro! Indicador não definido..
Viscosidade,
Equivalente ISO AGMA EP*
Nº AGMA mPa.s at 40°C
2448
min max Nº
0 28,8 35,2 32
1 41,4 50,6 46
2 61,2 74,8 68 2 EP
3 90 110 100 3 EP
4 135 165 150 4 EP
5 198 242 220 5 EP
6 288 352 320 6 EP
7C* 414 506 460 7 EP
8C* 612 748 680 8 EP
8AC* 900 1100 1000 8 A EP
* C – contêm de 3 a 10 % de material graxo.
A lubrificação de engrenagens é feita, na grande maioria dos casos, por banho (Figura
50). Neste sistema, parte das engrenagens está mergulhada no óleo e, à medida que
o movimento se inicia, o próprio dente da engrenagem leva o óleo para o ponto mais
elevado, mostrando, assim, a importância da velocidade das engrenagens na escolha
da viscosidade adequada.
COMPOSIÇÃO OBSERVAÇÃO
Presente em todas as formulações para aumentar a vida útil
Antioxidante
do lubrificante e retardar a formação de borras.
Reduzir efeito de baixas contaminações com água ou
Anticorrosivo compostos ácidos, especialmente em equipamentos que
operam intermitentemente.
Quebrar espuma formada devido à agitação a qual o
Antiespumante
lubrificante está submetido.
Operações com cargas elevadas que prejudicam a formação
Extrema pressão
do filme lubrificante.
Pode ser utilizado ao invés do extrema-pressão quando as
Antidesgaste
cargas são mais amenas.
92
Tabela XXXII – Especificações de lubrificantes para engrenagens
Timken X X
Four Ball EP X
FZG X X X
Corrosividade Cobre X X X
Proteção Corrosão X X X
Estabilidade à Oxidação X X X
Demulsibilidade X X
Espuma X
93
Tabela XXXIII– Lubrificantes BR para Engrenagens
GEAR antioxidante
antiferrugem USS 224, AGMA 9005-D94 e
ISO 32,46,68,100,150,220,
DIN 51517 Parte 3 (CLP)
320,460,680,1.000,1.500 extrema pressão (EP)
antioxidante Base sintética polialfaolefina
GEAR PAO USS 224, AGMA 9005-D94 e
antiferrugem
ISO 150,220,320,460 DIN 51517 Parte 3 (CLP)
extrema pressão (EP)
94
Um sistema hidráulico é composto por vários equipamentos (ver Figura 52). O fluido
hidráulico é bombeado do reservatório para os cilindros hidráulicos que são
responsáveis pelo movimento desejado. Existem válvulas direcionais que direcionam o
fluido para o lado do cilindro desejado, de forma a se executar o movimento correto.
Existem, também válvulas de alívio para que excesso de pressão seja descarregado
para o reservatório sem prejudicar o sistema. A selagem é muito importante porque
garante a pressurização por igual em todos os pontos evitando vazamentos. Apesar de
tantas partes, a principal a ser lubrificada é a bomba hidráulica que gera a pressão no
fluido.
Motor elétrico
acoplado a bomba
hidráulica
95
Figura 53 – Bombas de Sistemas Hidráulicos
Na Tabela XXXIV faz-se uma comparação destes tipos de bomba em função das
pressões de trabalho e custo.
A composição dos óleos hidráulicos está descrita na Tabela XXXV. Em função das
folgas estreitas presentes nas bombas, é necessária a presença de aditivos
antidesgaste na sua composição. Nota-se que a composição é bastante semelhante à
dos lubrificantes para compressores alternativos.
96
Tabela XXXV – Composição de Lubrificantes Hidráulicos
COMPOSIÇÃO OBSERVAÇÃO
Presente em todas as formulações para aumentar a
Antioxidante vida útil do lubrificante e retardar a formação de
borras
Reduzir efeito de baixas contaminações com água ou
Anticorrosivo compostos ácidos, especialmente em equipamentos
com operação intermitente
Quebrar espuma formada devido à agitação a qual o
Antiespumante
lubrificante está submetido
Antidesgaste Pontos com pequenas folgas e espessura de filme
Estabilidade à Oxidação X X
Proteção contra
X X X X
Corrosão
Estabilidade Térmica X X
Espuma X X
Estabilidade Hidrolítica X
Bomba Vickers X X X
Bomba Denison X
Filtrabilidade X
Demulsibilidade X X X
Compatibilidade com
X
Elastômeros
Liberação de Ar X X
V104-C-10 35VQ-25A
CONDIÇÕES
I-286-S M-2950-S
Pressão Saída (psig) 2000 1975 – 3025
Rotação (rpm) 1200 – 1440 2350 – 2400
Duração (h) 100 – 250 50/Cartucho
Temperatura (°F) - 195 – 205
Número Cartuchos 1 3
98
Tabela XXXVIII– Lubrificantes BR para Sistemas Hidráulicos
antioxidante
HYDRA
antiferrugem DIN 51524 parte 2 (HLP)
ISO 32,46,68,100,150,320
antidesgaste
Estabilidade térmica Cincinnati
antioxidante Machine, filtrabilidade Denison,
HYDRA HV antiferrugem desgaste em bombas de
palhetas Vickers e Denison,
ISO 15,32,46,68,100 antidesgaste VDMA 24318 categoria HLP,
melhorador de IV DIN 51524 parte 3 (HVLP) ou
ISO 6743/4.
HYDRA XP antioxidante DIN 51524 parte 2 (categoria
antiferrugem HLP)
ISO 5,10,15,22,32,46,68,
CINCINNATI MACHINE P-69
100,150, 220 antidesgaste Teste Vickers 35VQ25
Óleo básicos vegetal,
antioxidante lubrificante biodegradável
HYDRA ECO Denison HF2 e HF6
antiferrugem
ISO 46 ISO HM sob o número 177
antidesgaste Teste 35VQ25 da
Eaton/Vickers
99
Tabela XXXIX – Outros Produtos Lubrificantes
9 MANUTENÇÃO PREDITIVA
100
As técnicas de monitoramento na manutenção preditiva incluem: a inspeção visual, a
análise de vibração, o ultrassom, e outras técnicas não destrutivas. A combinação
destas técnicas de monitoramento e da análise dos lubrificantes em uso oferece um
excelente meio de controle de todos os equipamentos e sistemas críticos em uma
indústria.
A manutenção preditiva pela análise de óleos lubrificantes permite o monitoramento de
dois fatores importantes para o funcionamento da máquina. Como no exame de
sangue que circula no corpo humano, a análise do óleo usado pode revelar
informações importantes sobre as condições em que se encontra o ambiente onde ele
circula, determinando o grau e a natureza dos metais de desgaste, dos contaminantes,
bem como as características básicas dos lubrificantes, a viscosidade, por exemplo.
A análise do óleo lubrificante pode ser complementada pela ferrografia, técnica que
permite uma definição mais precisa da origem das partículas presentes no óleo e um
diagnóstico mais completo do estado da máquina. Esta técnica determina o grau de
severidade, os modos e tipos de desgastes em equipamentos por meio de:
identificação do acabamento superficial; coloração; natureza; e tamanho das partículas
em uma amostra de óleo ou graxas.
A análise de óleos usados é a espinha dorsal de qualquer programa de
manutenção industrial.
Estão apresentados na Tabela XL os principais ensaios utilizados na análise de óleos
lubrificantes em uso para efeito de acompanhamento de máquinas em operação,
assim como a justificativa para tal utilização.
101
Tabela XL: Análises empregadas no acompanhamento de lubrificantes em uso, como
ferramenta de manutenção preditiva
Análise Justificativa
Aparência A aparência límpida leva ao descarte de alguns possíveis
contaminantes do óleo (água, por exemplo).
Teor de água A presença de água é extremamente prejudicial ao desempenho
do lubrificante e um dos principais responsáveis pela redução da
vida útil das máquinas. Pode ser derivada de:
− vazamento do sistema de refrigeração;
− condensação do ambiente (baixa temperatura, etc..);
− estocagem e manuseio impróprios do óleo ou equipamento
exposto ao tempo.
Viscosidade A viscosidade é a propriedade que garante a permanência do
filme lubrificante no sistema lubrificado. Mudanças na viscosidade
do lubrificante podem indicar:
− degradação oxidativa do óleo com possível geração de borras
e resinas, que causam o espessamento do óleo e depósitos
nas máquinas;
− contaminação do óleo com substâncias que causam o seu
espessamento (ex. fuligem); ou com óleos de maior ou menor
grau de viscosidade usados indevidamente em reposições de
nível;
− presença de água que, quando emulsionada, leva ao
aumento da viscosidade;
− diluição por combustível. Nesse caso ocorre redução da
viscosidade, associada com redução do ponto de fulgor;
− cisalhamento dos aditivos poliméricos, com perda da
capacidade de lubrificação.
Índice de acidez total Medida da degradação oxidativa do óleo.
Índice de basicidade total Medida da reserva alcalina do óleo – importante para óleos de
motor.
Análise ao infravermelho Impressão digital do óleo, a análise é útil para:
− conferir a identidade de um óleo;
− medir a degradação oxidativa do óleo; e
− indicar/identificar contaminantes presentes no óleo.
Insolúveis em pentano e Úteis para se estimar o teor de partículas (metais de desgaste,
tolueno poeira, etc..) e de produtos de degradação do óleo lubrificante
Teor de metais Ferramenta poderosa para avaliar o desgastes das máquinas
para avaliar a necessidade de intervenções e até o risco de
quebra.
102
10 ARMAZENAMENTO, MANUSEIO E SEGURANÇA DE LUBRIFICANTES
10.1 ARMAZENAGEM
103
Os tambores em uso podem ser colocados em posição vertical, utilizando-se bombas
manuais, mecânicas ou pneumáticas para a retirada do lubrificante. Esse método
reduz a contaminação do produto. Outra maneira é armazená-los em posição
horizontal, sobre estrados e usar uma torneira especial para a retirada de produto,
usando-se um recipiente para captar perdas acidentais11. Procedimentos especiais
são utilizados para o manuseio de graxas.
Outra recomendação importante de manuseio de lubrificantes diz respeito aos
recipientes de coleta do óleo (novo ou usado). Estes devem estar claramente
identificados e devem ser cuidadosamente limpos e secos (não usar estopas na
limpeza de vasilhames, pois estas contaminam o óleo com fiapos).
Evitar acidentes e proteger a saúde dos trabalhadores deve ser uma preocupação
constante quando se trabalha com lubrificantes. Estes produtos não apresentam
toxidez aguda e, normalmente, não são causadores de câncer porque os óleos
básicos atuais são altamente refinados. No entanto, o contato repetido com a pele leva
à ocorrência de ressecamento da pele, o que a expõe à ação de bactérias. Os
seguintes pontos devem ser lembrados:
− o uso do EPI é importante para evitar a ocorrência de dermatites, que podem
também ser decorrentes do uso de roupas sujas de óleo e graxa;
− os lubrificantes não são inflamáveis (ponto de fulgor > 200 °C), mas a proximidade
de fontes de calor e a presença de oxigênio pode causar fogo;
− qualquer lubrificante derramado exige remoção imediata para evitar escorregões.
Finalmente, vale lembrar que os lubrificantes não usualmente são substâncias
biodegradáveis e devem ser reciclados de acordo com os padrões locais existentes
em relação a eles.
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