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Objetivos:
Bibliografia:
Avaliação:
Participação – 15 pts.
Produção de vídeo (08/06) – 15 pts.
Estudos de caso – duplas diferentes (08/06 e 13/07) – 20 pts.
Seminários – duplas diferentes – apresentação de ppt e sem relatório (29/06, 20/07,
03/08 ou 17/08) – 20 pts.
Avaliação final – Prova Moodle (31/08) – 30 pts.
1 INTRODUÇÃO
Embora haja registros do uso da remoção de material por abrasão no antigo Egito (2000 a.C.) e
no Antigo Testamento, a utilização de máquinas retificadoras industriais começou na década
de 1860, inicialmente com a produção de peças para máquinas de costura, seguida de
componentes para bicicletas.
Abrasão de 3 corpos: embora menos eficiente, nesse processo os abrasivos estão livres para
girar, expondo novas arestas cortantes.
2 RETIFICAÇÃO
Nesta operação, uma superfície abrasiva (rebolo) gira a alta velocidade (20-140 m/s) enquanto
é pressionada contra a peça, aplicando uma força perpendicular à área de contato. Desta
forma, material é removido da peça e do rebolo. A ração entre as forças tangencial e normal
determina o coeficiente de atrito entre o rebolo e a peça.
Retificação plana:
Retificação cilíndrica:
A retificadora Creep Feed se caracteriza por ser uma máquina de elevada rigidez
(equivalente à de uma fresadora), porém com a exatidão de uma retificadora.
A mesa é acionada por um fuso de esferas recirculantes (e não pelo sistema hidráulico
usado em retificadoras convencionais).
Devido à elevada energia específica consumida, o fluido de corte tem papel fundamental
na refrigeração da peça e deve ser aplicado sob altas pressão e vazão (~10 bar e 5-10 L/s).
Na operação Creep Feed o rebolo deve ser dressado continuamente e as distâncias rebolo-
peça e dressador-rebolo devem ser corrigidas automaticamente.
Retificação sem centros (centerless):
Operação de retificação cilíndrica externa que emprega dois rebolos (de corte e de
arraste). A remoção de material é feita pelo rebolo de corte e a peça não é suportada
entre os centros, mas repousa sobre uma régua de apoio. O rebolo de arraste (com ligante
de borracha) determina a velocidade da peça.
Peças comumente produzidas por esta operação são: rolos para mancais de rolamento,
válvulas de motores, eixos de cames e pinos para pistões.
Em geral, o eixo da peça é posicionado a uma distância máxima de 12 mm acima dos eixos
dos rebolos (exceto nos casos de peças muito longas).
3 BRUNIMENTO
Nesta operação todos os grãos ativos estão em constante contato com a superfície da peça,
descrevendo trajetórias helicoidais. Para que isso ocorra, a ferramenta gira enquanto a peça se
desloca axialmente com movimento alternado.
Também difere da retificação pelo fato de os abrasivos apresentarem baixas velocidades (0,2 –
2 m/s).
Perfil transversal e rugosidades obtidas após a operação de brunimento:
Aplicações do Brunimento:
A razão entre o comprimento e o diâmetro do furo atinge faixas amplas (de 307/1 até 1/96).
Exemplos: peças para a indústria petrolífera (L/D = 9.800/32) e anéis (L/D = 0,4/38).
O brunimento também é aplicado na geração de sulcos para lubrificação e na correção de
defeitos ou ajustagem de peças que passaram por processos de usinagem anteriores.
Características do processo:
Baixas velocidades
Baixa taxa de remoção de material
Baixa geração de calor
Superfície com excelente qualidade (baixa rugosidade e tolerâncias estreitas)
Tensões residuais mínimas
Processo pouco econômico na remoção de grande volume de material
Parâmetros do processo:
Pressão de brunimento
o Controle: feito automaticamente por meio da velocidade de avanço radial das
pedras abrasivas, de forma a compensar o aumento do diâmetro do furo e o
desgaste das pedras;
Ferramenta:
Calibradores:
A lubrificação é crítica nessa operação. Além disso, o fluido deve evitar a petrificação
do abrasivo e manter a temperatura de trabalho constante;
Fluidos muito viscosos causam a perda de eficiência e geração excessiva de calor. Já
fluidos pouco viscosos (a base de água) provocam o desgaste prematuro do abrasivo
(baixa ação lubrificante)
Óleo mineral com aditivos (amortecedores de choque) é o fluido mais utilizado. Pode
ser usado puro (integral) ou diluído em querosene a uma concentração de 20 a 30%.
4 LAPIDAÇÃO:
Operação abrasiva entre superfícies sob baixas velocidade e pressão. Em geral, o abrasivo está
livre (diluído em uma solução) e a ferramenta é de ferro fundido.
Objetivos:
Características do Processo:
Lapidação em par:
As superfícies são atritadas umas contra as outras, visando acoplamento com perfeita
vedação ou onde só possa passar um filme de óleo ou gás (ex.: válvula sede de motor);
O movimento é feito de forma que o abrasivo tenha a mesma eficácia nas duas
superfícies;
Pode ser aplicada a metais e cerâmicas;
Tamanho e peso da peça só são limitados pela capacidade do equipamento, que
atendem a todas as formas de superfícies;
A remoção de material é mínima, devendo ser procedida por uma operação de
retificação ou brunimento.
Abrasivo:
Lapidador:
o Processo mecanizado;
o Pratos giram em sentidos contrários;
o Dimensões das peças variam de 75 a 100 milímetros de diâmetro e 6 a 230
mm de espessura;
o Exatidão depende da operação anterior;
o Limitado pela geometria da peça;
o Ciclos devem ser curtos e as peças invertidas.
o Somente uma peça por vez;
o Utiliza rolos de 150 mm de comprimento e 75 e 150 mm de diâmetro que
giram no mesmo sentido;
o Adaptável a variações dimensionais da peça;
o Limitações de forma.
5 POLIMENTO:
De forma análoga à lapidação, utiliza abrasivos livres. Entretanto, a pressão é aplicada por
meio de uma ferramenta flexível (tecido, almofada ou metal de baixa dureza).
Assim, o abrasivo segue o contorno da peça com penetração limitada, modificando a textura,
mas não a forma da peça. A remoção ocorre por sulcamento (não há micro lascamento).
Trata-se de uma operação delicada com baixíssima taxa de remoção e que visa a produção de
superfícies espelhadas (ao contrário da lapidação que gera superfícies opacas).
A diferença essencial entre polimento e lapidação está no objetivo, e não no processo, que
pode empregar equipamentos semelhantes.
O principal objetivo do polimento é a elevada qualidade de acabamento (baixa rugosidade),
caracterizada por uma superfície espelhada, ao passo que a lapidação produz uma superfície
opaca.
O polimento emprega grãos abrasivos menores, forças e velocidades mais baixas. Além disso, a
ferramenta é feita de material mais macio (polímero, alumínio, bronze).
O polimento pode ser mecânico e/ou químico, mas a combinação de ambos acelera a taxa de
remoção, reduz a rugosidade e evita danos subsuperficiais à peça.
No polimento químico mecânico, o produto das reações químicas entre a peça, abrasivo e
fluido são eliminados pela ação mecânica do abrasivo.
6 RELAÇÕES CINEMÁTICAS:
Relativas ao rebolo(spindle):
o ds = diâmetro do rebolo (mm);
o vs = velocidade do rebolo (30 – 120 m/s);
o vf = velocidade de avanço radial.
Relativas à peça (workpiece):
o dw = diâmetro da peça (mm);
o vw = velocidade da peça (10 – 25 m/min)
Retificação cilíndrica:
vs
=50−100
vw
Retificação plana:
vs
=100−200
vw
Penetração de trabalho
Comprimento de Contato:
O comprimento de contato para as 3 operações pode ser simplificado por:
Em geral, o valor de lc varia de 0,1 a 10 mm, dependendo da operação.
Considera a trajetória do abrasivo (lk) como um arco circular. Espessura de corte hm = O’C – O’A
A grande dificuldade em se determinar o h m com exatidão reside no valor de L, que representa
a distância entre dois grãos abrasivos adjacentes.
Material abrasivo;
Tamanho dos grãos abrasivos (granulometria);
Estrutura (ou porosidade);
Dureza do rebolo;
Material ligante.
Chave de código para a seleção de rebolos convencionais:
Metal Abrasivo:
Via de regra, abrasivos mais duros e friáveis são empregados em operações de precisão, ao
passo que abrasivos mais tenazes são utilizados para desbaste e serviço pesado.
Óxido de alumínio:
A fase α-Al2O3 é a mais dura e possui estrutura hexagonal similar aos óxidos de alumínio
naturais (corundum e esmeril), que representam pureza e grau de cristalização variados.
Rebolos de óxido de alumínio sintético podem conter ainda outros óxidos metálicos
acrescentados intencionalmente ou na condição de impureza.
Partindo da bauxita, abrasivos de Al2O3 podem ser obtidos por cinco vias distintas;
A adição de óxido de zircônio (ZrO 2) à Al2O3 resulta em um produto com grande aplicação em
operações mais severas. Alumina e zircônia possuem sustentabilidade mútua e forma uma fase
eutética (42% ZrO2) bastante tenaz devido à inibição de propagação de trincas pelo ZrO2.
Apesar de apresentar dureza inferior à Al 2O3 (aproximadamente metade), o ZrO2 possui
temperatura de fusão superior (2720°C contra 2040°C do Al 2O3), que confere maior
estabilidade térmica ao rebolo.
Material Abrasivo:
Carboneto de Silício:
Si O2 +3 C → SiC +2 CO
O produto final é carboneto de silício com estrutura hexagonal (α-SiC), cuja coloração varia de
verde a preta. Embora o carboneto de silício verde seja mais puro e apresente aplicações mais
nobres por ser semicondutor, o SiC preto é mais usado como abrasivo devido ao menor custo
(dureza inferior ao SiC verde, mas superior ao Al2O3).
No caso de diamantes naturais, são utilizados aqueles descartados para a produção de joias e
que apresente defeitos, falhas e inclusões.
O diamante possui alta condutividade térmica (600 – 2000 W/mK) e baixa condutividade
elétrica.
O diamante sintético foi disponibilizado comercialmente a partir de 1967, inicialmente pela GE.
Rebolos à base de cBN são indicados para aços e ligas metálicas não ferrosas de alta resistência
(ligas aeronáuticas).
Granulometria:
O tamanho médio dos grãos abrasivos é o principal responsável pela rugosidade da peça (R a =
0,15 – 2,5 μm).
Processos de separação e classificação:
Dureza do rebolo:
Não está associada à dureza dos seus grãos abrasivos, mas à capacidade do ligante de manter
o abrasivo unido ao corpo do rebolo.
A dureza de rebolos com a mesma concentração de abrasivos pode ser relacionada à sua
porosidade, uma vez que o rebolo com menor porosidade possui maior concentração de
aglomerante que o torna mais duro. Assim:
Dureza Z: 2% de porosidade
Y: 4%
X: 6%, ...
Estrutura do rebolo:
Diz respeito à concentração volumétrica de abrasivos no rebolo. Quanto maior o número, mais
aberta é a estrutura do rebolo, isto é menor o volume de abrasivos.
O volume percentual de abrasivos (Vg) pode ser determinado a partir da estrutura (S) do
rebolo:
V g=2 ( 32−S )
O ligante deve ser resistente o suficiente para suportar as forças de retificação, a temperatura
e a força centrífuga sem se desintegrar. Deve também suportar o ataque químico do fluido de
corte e se desgastar de forma controlada para expor novos abrasivos.
Além disso, o ligante deve assegurar rigidez ao rebolo e ser capaz de reter os abrasivos durante
o corte, ao mesmo tempo em que libera os abrasivos desgastados.
Ligante vitrificado:
É o mais utilizado devido ao custo reduzido, porém, opera a velocidades mais baixas (v s = 30
m/s), a menos que o rebolo seja reforçado (vs = 80 – 90 m/s).
Após secagem o rebolo é submetido a temperaturas acima de 1260°C por longo período (de 1
a 2 dias para atingir a temperatura máxima, mantida por 12 horas), seguida de resfriamento
lento para se evitar que as tensões térmicas resultem em trincas.
Ligante resinoide:
Pode ser de 3 tipos: resina plástica (epóxi ou uretano), fenólica (ligante mais empregado, após
o vitrificado, em rebolos convencionais e o mais popular em rebolos de diamante) ou
poliamida (mai tenaz e resistente que a fenólica, porém mais cara).
Após a prensagem na forma final o rebolo com ligante fenólico é submetido à cura sob
temperaturas de 150 a 200°C.
Ligante de borracha:
Ligante metálico:
A seleção da concentração mais indicada para uma dada aplicação depende de vários
aspectos, tais como, tamanho do lote, comprimento do arco de contato rebolo-peça,
granulometria, material aglomerante, etc.
V g+ V b +V p=100