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NR 5 CIPA – GRAU DE RISCO 1


COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
E DE ASSÉDIO
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Sumário

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 6
2. ORGANIZAÇÃO DA CIPA E ATRIBUIÇÕES DOS CIPEIROS/REUNIÕES DE CIPA ....................... 7
2.1 Introdução ..................................................................................................................... 7
2.2 Organização ................................................................................................................... 7
2.2.1 Obrigações dos empregados para com a CIPA.................................................... 10
2.2.2 Atribuições do Presidente ................................................................................... 10
2.2.3 Atribuições do Vice-Presidente ........................................................................... 11
2.2.4 Atribuições do Presidente e Vice-Presidente em conjunto ................................ 11
2.3 Nomeado da CIPA ....................................................................................................... 11
2.3.1 Atribuição do Nomeado da CIPA ......................................................................... 12
2.4 Funcionamento da CIPA .............................................................................................. 12
2.5 Planejamento .............................................................................................................. 14
2.6 Reunião Ordinária da CIPA .......................................................................................... 14
2.7 Documentos relevantes .............................................................................................. 16
2.8 Como ser um bom cipeiro ........................................................................................... 23
3. INTRODUÇÃO À SEGURANÇA DO TRABALHO ..................................................................... 25
3.1 Introdução ................................................................................................................... 25
3.2 Serviço Especializado em Engenharia de Segurança do Trabalho e Medicina do
Trabalho – SESMT.................................................................................................................... 25
3.3 Gestão de SST .............................................................................................................. 26
4. LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÕES DO MTE ..................................................................... 27
4.1 Introdução ................................................................................................................... 27
4.2 Normas Regulamentadoras......................................................................................... 27
4.3 NR 5 CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio ........................ 48
5. NOÇÕES TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS ..................................................................... 50
5.1 Introdução ................................................................................................................... 50
5.2 Noções Trabalhistas .................................................................................................... 50
5.3 Previdência .................................................................................................................. 51
6. CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO................................................................... 55
6.1 Meio Ambiente de Trabalho ....................................................................................... 55
6.2 Segurança no Ambiente de Trabalho .......................................................................... 56
7. CAMPANHAS DE SEGURANÇA – SIPAT ................................................................................ 59
7.1 Introdução ................................................................................................................... 59
7.2 Objetivos da SIPAT ...................................................................................................... 59
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7.3 Como organizar uma SIPAT ......................................................................................... 60


7.3.1 Introdução ........................................................................................................... 60
7.3.2 Verba para a Realização do Evento ..................................................................... 61
7.3.3 Registro em ATA .................................................................................................. 61
7.3.4 Definir um Tema para a SIPAT ............................................................................. 62
7.3.5 Divulgação da SIPAT ............................................................................................ 63
7.3.6 Definir uma Equipe para Realização da SIPAT..................................................... 64
7.3.7 Definir Local do Evento ....................................................................................... 64
7.3.8 Ações que Antecedem a SIPAT............................................................................ 65
8. PRINCÍPIOS GERAIS DE HIGIENE DO TRABALHO ................................................................. 67
8.1 Introdução ................................................................................................................... 67
8.2 Exposição ao Perigo ou ao Risco? ............................................................................... 68
8.3 Agentes de Risco Ocupacional .................................................................................... 68
8.3.1 Agentes de Riscos Físicos .................................................................................... 69
8.3.2 Agentes de Riscos Químicos ................................................................................ 70
8.3.3 Agentes de Riscos Biológicos............................................................................... 71
8.3.4 Agentes de Riscos Ergonômicos .......................................................................... 72
8.4 Higienista Ocupacional ................................................................................................ 73
9. METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES ........................................... 75
9.1 Introdução ................................................................................................................... 75
9.2 Conceitos Básicos ........................................................................................................ 75
9.3 Métodos de Análises de Risco ..................................................................................... 76
9.4 Elaboração da Análise de Riscos ................................................................................. 78
10. REGISTRO DOS RISCOS AOS TRABALHADORES ............................................................... 79
10.1 Introdução ................................................................................................................... 79
10.2 Responsáveis pela Elaboração .................................................................................... 79
10.3 Mapa de Riscos............................................................................................................ 80
10.3.1 Elaboração do Mapa de Risco ............................................................................. 81
10.3.2 Etapas para Elaboração ....................................................................................... 81
10.3.3 Avaliação dos Riscos ............................................................................................ 83
10.3.4 Cores.................................................................................................................... 83
10.3.5 Círculos ................................................................................................................ 84
10.3.6 Legenda ............................................................................................................... 85
11. NOÇÕES SOBRE ACIDENTES DE TRABALHO: CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS, INVESTIGAÇÃO
E PREVENÇÃO .............................................................................................................................. 88
11.1 Introdução ................................................................................................................... 88
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11.2 Tipos de Acidentes de Trabalho .................................................................................. 89


11.3 Causas dos Acidentes de Trabalho .............................................................................. 90
11.3.1 Atos inseguros ..................................................................................................... 91
11.3.2 Condições Insegura ............................................................................................. 92
11.4 Consequências dos Acidentes ..................................................................................... 93
11.4.1 Consequências para o Trabalhador ..................................................................... 93
11.4.2 Consequências para a Empresa........................................................................... 94
11.4.3 Consequências para a Família da Vítima ............................................................. 95
11.4.4 Consequências para o Governo .......................................................................... 96
11.5 Procedimentos em Caso de Acidentes ........................................................................ 97
11.5.1 Emissão da CAT ................................................................................................... 97
11.5.2 Retorno ao Trabalho ........................................................................................... 98
11.5.3 Exames médicos .................................................................................................. 98
11.6 Investigação do Acidente ............................................................................................ 99
11.6.1 Primeiros Passos.................................................................................................. 99
11.6.2 Procedimentos para a investigação .................................................................... 99
12. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DOS RISCOS ......................................................................... 101
12.1 Introdução ................................................................................................................. 101
12.2 Conscientização ......................................................................................................... 101
12.3 Equipamentos de Proteção Coletiva ......................................................................... 102
12.4 Equipamento de Proteção Individual ........................................................................ 103
12.5 Ferramentas de Prevenção ....................................................................................... 103
13. ERGONOMIA.................................................................................................................. 106
13.1 Introdução ................................................................................................................. 106
13.2 Ergonomia ................................................................................................................. 106
13.2.1 Ergonomia Cognitiva ......................................................................................... 107
13.2.2 Ergonomia organizacional ................................................................................. 107
13.2.3 Ergonomia física ................................................................................................ 108
13.3 Levantamento, Transporte e Descarga Individual de Materiais ............................... 108
13.3.1 Capacidade Individual de Carregamento de Peso............................................. 109
13.3.2 Levantamento e Transporte Individual de Materiais ........................................ 110
13.3.3 Meios Apropriados de Carga e Descarga .......................................................... 111
13.3.4 Carro de Mão..................................................................................................... 112
13.3.5 Transpaleteira ................................................................................................... 113
13.3.6 Empilhadeira ..................................................................................................... 114
13.4 Ergonomia No Escritório ........................................................................................... 115
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13.4.1 Ambiente de Trabalho ....................................................................................... 116


13.4.2 Iluminação ......................................................................................................... 117
13.4.3 Temperatura...................................................................................................... 117
13.4.4 Mobiliário .......................................................................................................... 118
13.5 Prática de Trabalho ................................................................................................... 120
14. DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO .................................................................... 121
14.1 Introdução ................................................................................................................. 121
14.2 Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) ................................................................. 122
14.3 Lesão por Esforço Repetitivo (LER) ........................................................................... 123
14.4 Dermatose ocupacional ............................................................................................ 124
14.5 Doenças psicossociais ............................................................................................... 124
14.6 Doenças da visão ....................................................................................................... 125
14.7 Doenças Pulmonares ................................................................................................. 126
15. NOÇÕES SOBRE INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS E REABILITADOS NO
PROCESSO DE TRABALHO.......................................................................................................... 128
15.1 Introdução ................................................................................................................. 128
15.2 Lei 8231 de 24/07/1991 ............................................................................................ 128
15.3 Direitos da PcD .......................................................................................................... 129
15.4 Habilitação e Reabilitação Profissional ..................................................................... 130
15.5 A inclusão .................................................................................................................. 131
15.6 A inclusão na Segurança do Trabalho ....................................................................... 131
16. PREVENÇÃO E COMBATE AO ASSÉDIO SEXUAL E A OUTRAS FORMAS DE VIOLÊNCIA NO
TRABALHO ................................................................................................................................. 133
16.1 Introdução ................................................................................................................. 133
16.2 Violência no Trabalho................................................................................................ 134
16.3 Assédio Sexual no Trabalho....................................................................................... 134
16.4 Assédio Moral no Trabalho ....................................................................................... 136
16.5 Discriminação no Trabalho ........................................................................................ 137
16.6 Reconhecendo Violência, o Assédio e a Discriminação ............................................ 138
16.7 Prevenção e Combate ao Assédio Moral e Sexual, Discriminação e outras formas de
Violência no Trabalho............................................................................................................ 140
16.8 Conduta Frente ao Assédio Moral e Sexual, Discriminação e outras formas de
Violência no Trabalho............................................................................................................ 141
16.9 Conclusão .................................................................................................................. 142
17. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 143
18. REFERENCIAS ................................................................................................................. 144
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1. INTRODUÇÃO

Com a Revolução Industrial na Inglaterra e a chegada das máquinas nas


empresas, houve um aumento significativo no número de acidentes e lesões no
trabalho. Com isso, observou-se a necessidade de implantar um grupo de
pessoas, para corrigir os possíveis riscos de acidentes.
A CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio, nasceu
em 1944 no Brasil, cabendo a ela, dar os primeiros passos para a implantação
da Segurança do Trabalho, sendo que foi regulamentada pela Portaria nº 155,
em 1953.
O treinamento de NR 5 – CIPA, tem como objetivo, a conscientização e
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar
compatível, permanentemente, o trabalho com a preservação da vida e a
promoção da saúde do trabalhador.
Neste treinamento, são abordados assuntos sobre o ambiente e
condições do trabalho; doenças e métodos de prevenção de doenças; noções
previdenciárias e a organização da CIPA.
Desejamos um bom proveito do curso e sucesso na gestão da CIPA!
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2. ORGANIZAÇÃO DA CIPA E ATRIBUIÇÕES DOS


CIPEIROS/REUNIÕES DE CIPA

2.1 Introdução

A NR-5 CIPA estabelece a obrigatoriedade das empresas organizarem e


manterem em funcionamento, uma comissão, constituída exclusivamente por
empregados, com o objetivo de prevenir infortúnios laborais, eliminando as
possíveis causas de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. A
fundamentação legal, que dá embasamento jurídico, são os artigos 163 a 165 da
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

2.2 Organização
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Com dimensionamento paritário, ou seja, composta por duas partes


iguais, a Comissão é constituída por um número ‘x’ de funcionários, eleitos pelos
empregados; e, obrigatoriamente, pela mesma quantidade de funcionários
designados pela empresa/empregador.
A quantidade exata de empregados, eleitos para formar a primeira parte
da Comissão, deve estar de acordo com o Quadro I da NR 5, onde as empresas
estão subdivididas em grupos, que consideram a quantidade total de
funcionários registrados e o grau de risco estabelecido pelo tipo de atividade da
empresa.
Assim como a quantidade de membros efetivos, a quantidade de
suplentes, também deverá respeitar o que consta no Quadro I da NR 5, tanto
para os eleitos pelos empregados, quanto para os designados pelo empregador.
O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano,
permitida uma reeleição.

Grupo eleito pelos empregados

É feita uma votação interna, para definir o Vice-Presidente dentre eles –


o cargo de Vice-Presidente deve ser ocupado por um representante dos
empregados e, caso o primeiro Vice-Presidente saia do cargo, será feita uma
nova votação dentre os restantes.
Os representantes dos empregados têm o direito a estabilidade
profissional, durante seu mandato e por mais o ano posterior, desde que o
mesmo não tenha contrato de trabalho por tempo determinado.

Grupo designado pelo empregador

O empregador define o Presidente e, caso o mesmo renuncie, define


também quem assumirá o cargo – o cargo de Presidente deve ser ocupado por
um representante do empregador.
A equipe designada pelo empregador, não têm direito a garantia do cargo
na empresa, durante e/ou após o mandato.
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No caso da empresa não se enquadrar no Quadro I da NR 5, não será


necessária eleição e o empregador só precisará indicar um responsável, para
executar as atribuições da CIPA, o chamado Nomeado da CIPA.
Em casos como esse, a empresa nomeará um responsável pelo
cumprimento dos objetivos desta NR, podendo ser adotados mecanismos de
participação dos empregados, através de negociação coletiva.
Atribuições da CIPA:

Conforme o item 5.3.1 da NR 5 (BRASIL, 1978e), a CIPA terá por


atribuição:

a) Acompanhar o processo de identificação de perigos e avaliação de


riscos bem como a adoção de medidas de prevenção implementadas
pela organização;
b) Registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores, em conformidade
com o subitem 1.5.3.3 da nr-01, por meio do mapa de risco ou outra
técnica ou ferramenta apropriada à sua escolha, sem ordem de
preferência, com assessoria do serviço especializado em segurança e
em medicina do trabalho - SESMT, onde houver;
c) Verificar os ambientes e as condições de trabalho visando identificar
situações que possam trazer riscos para a segurança e saúde dos
trabalhadores;
d) Elaborar e acompanhar plano de trabalho que possibilite a ação
preventiva em segurança e saúde no trabalho;
e) Participar no desenvolvimento e implementação de programas
relacionados à segurança e saúde no trabalho;
f) Acompanhar a análise dos acidentes e doenças relacionadas ao
trabalho, nos termos da nr-1 e propor, quando for o caso, medidas
para a solução dos problemas identificados;
g) Requisitar à organização as informações sobre questões relacionadas
à segurança e saúde dos trabalhadores, incluindo as comunicações de
acidente de trabalho - CAT emitidas pela organização, resguardados o
sigilo médico e as informações pessoais;
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h) Propor ao SESMT, quando houver, ou à organização, a análise das


condições ou situações de trabalho nas quais considere haver risco
grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores e, se for o
caso, a interrupção das atividades até a adoção das medidas corretivas
e de controle;
i) Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a
semana interna de prevenção de acidentes do trabalho - SIPAT,
conforme programação definida pela CIPA; e
j) Incluir temas referentes à prevenção e ao combate ao assédio sexual
e a outras formas de violência no trabalho nas suas atividades e
práticas.

De acordo com o item 5.3.2 da NR 5 (BRASIL, 1978e), cabe ao


empregador:

a) Proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao


desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a
realização das tarefas constantes no plano de trabalho;
b) Permitir a colaboração dos trabalhadores nas ações da CIPA; e
c) Fornecer à CIPA, quando requisitadas, as informações relacionadas às
suas atribuições.

2.2.1 Obrigações dos empregados para com a CIPA

O item 5.3.3 da NR 5 (BRASIL, 1978e) deixa claro que os empregados


têm o dever de indicar à CIPA, ao SESMT e à organização situações de riscos
e apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho.

2.2.2 Atribuições do Presidente

Conforme o item 5.3.4 da NR 5 (BRASIL, 1978e) cabe ao presidente da


CIPA:

a) Convocar os membros para as reuniões; e


b) Coordenar as reuniões, encaminhando à organização e ao SESMT,
quando houver, as decisões da comissão.
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2.2.3 Atribuições do Vice-Presidente

De acordo com o item 5.3.5 da NR 5 (BRASIL, 1978e), cabe ao Vice-


Presidente substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus
afastamentos temporários.

2.2.4 Atribuições do Presidente e Vice-Presidente em conjunto

O item 5.3.6 da NR 5 (BRASIL, 1978e), determina que o Presidente e o Vice-


Presidente devem:

a) Coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os


objetivos propostos sejam alcançados; e
b) Divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do
estabelecimento.

2.3 Nomeado da CIPA

Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I e não for


atendido por SESMT, nos termos da Norma Regulamentadora n° 4 (NR-04), a
organização NOMEARÁ um representante da organização dentre seus
empregados para auxiliar na execução das ações de prevenção em segurança
e saúde no trabalho, podendo ser adotados mecanismos de participação dos
empregados, por meio de negociação coletiva.
O Nomeado é tão importante para a segurança do trabalho, quanto a CIPA
no formato coletivo.
Para oficializar o Nomeado da CIPA, é necessário:

• Preencher o formulário para Nomeação, é necessário apresentar a


assinatura do funcionário a ser nomeado e do empregador;
• Providenciar treinamento de CIPA para o Nomeado;
• Guardar toda documentação referente a nomeação;
• Dar condição de trabalho de CIPA ao Nomeado.

Observação: Não é necessário comunicar a escolha do Nomeado ao


sindicato da categoria. Apenas o início do processo eleitoral da CIPA deve ser
comunicado, o que não é o caso.
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2.3.1 Atribuição do Nomeado da CIPA

A duração do mandato do Nomeado é de um ano, tal qual a CIPA


convencional.
Quando a empresa tem apenas um Nomeado à CIPA, é natural dizer que
ele cumprirá as ações da CIPA, exceto reuniões, afinal é impossível fazer
reunião sozinho.
Entretanto, ele poderá executar naturalmente as outras atribuições. Em
vez da Ata de Reunião, ele poderá documentar as inconformidades no local de
trabalho, com relatórios ou check list. Neste caso, deverá coletar assinatura do
empregador ou responsável no documento.
Também é importante frisar que o Nomeado da CIPA, não tem direito a
estabilidade no emprego.

2.4 Funcionamento da CIPA

O funcionamento da CIPA é regulamentado conforme os seguintes itens


da NR 5 (BRASIL, 1978e):

5.6.1 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário


preestabelecido.

5.6.1.1 A critério da CIPA, nas Microempresas - ME e Empresas de Pequeno


Porte - EPP, graus de risco 1 e 2, as reuniões poderão ser bimestrais.

5.6.2 As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas na organização,


preferencialmente de forma presencial, podendo a participação ocorrer de forma
remota.
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5.6.2.1 A data e horário das reuniões serão acordadas entre os seus membros
observando os turnos e as jornadas de trabalho.

5.6.3 As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes.

5.6.3.1 As atas das reuniões devem ser disponibilizadas a todos os integrantes


da CIPA, podendo ser por meio eletrônico.

5.6.3.2 As deliberações e encaminhamentos das reuniões da CIPA devem ser


disponibilizadas a todos os empregados em quadro de aviso ou por meio
eletrônico.

5.6.4 As reuniões extraordinárias devem ser realizadas quando:

a) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal; ou

b) houver solicitação de uma das representações.

5.6.5 Para cada reunião ordinária ou extraordinária, os membros da CIPA


designarão o secretário responsável por redigir a ata.

5.6.6 O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente,


quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa.

5.6.7 A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida


por suplente, obedecida a ordem de colocação decrescente que consta na ata
de eleição, devendo os motivos ser registrados em ata de reunião.

5.6.7.1 Caso não existam mais suplentes, durante os primeiros 6 (seis) meses
do mandato, a organização deve realizar eleição extraordinária para suprir a
vacância, que somente será considerada válida com a participação de, no
mínimo, um terço dos trabalhadores.

5.6.7.1.1 Os prazos da eleição extraordinária serão reduzidos à metade dos


prazos previstos no processo eleitoral desta NR.

5.6.7.1.2 As demais exigências estabelecidas para o processo eleitoral devem


ser atendidas.

5.6.7.2 No caso de afastamento definitivo do presidente, a organização indicará


o substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA.

5.6.7.3 No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros


titulares da representação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus
titulares, em dois dias úteis.

5.6.7.4 O mandato do membro eleito em processo eleitoral extraordinário deve


ser compatibilizado com o mandato dos demais membros da Comissão.

5.6.7.5 O treinamento de membro eleito em processo extraordinário deve ser


realizado no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados a partir da data da
posse.

5.6.8 As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.

5.6.8.1 Não havendo consenso, a CIPA deve regular o procedimento de votação


e o pedido de reconsideração da decisão.
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2.5 Planejamento

Para um bom desempenho do mandato da CIPA é necessário elaborar um


plano de trabalho.
A CIPA deverá fazer um plano de trabalho simples, o qual conterá objetivos;
metas; cronograma de execução e estratégia de ação. A elaboração do plano do
trabalho, foi escolhida, dentro da visão de que a CIPA deve ser uma comissão
proativa, que pretenda, efetivamente, contribuir dentro de suas possibilidades,
para a melhoria das condições de trabalho. Cabe ressaltar que o mesmo pode
estar estruturado na própria ata, não necessitando constituir documento
separado. É importante que a empresa garanta aos membros da CIPA, o tempo
necessário para que este plano seja elaborado e monitorado.
O plano de trabalho da CIPA, deverá estar em sintonia com os programas
de prevenção adotados pela empresa. Para tanto, é importante que os
responsáveis pela elaboração do PCMSO e PGR, contem com a colaboração da
Comissão, quando do desenvolvimento e implantação desses programas.
Para auxiliar o processo o Instituto Treni disponibilizada na aba materiais
um Planner onde você poderá fazer suas anotações refere as reuniões, bem
como planejar as ações a serem executadas.

2.6 Reunião Ordinária da CIPA


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É por meio das reuniões ordinárias que os objetivos são traçados, que o
planejamento é elaborado, implantado e acompanhado.
A pauta da reunião deve ser coordenada pelo Presidente, juntamente com
o Secretário.
A reunião deverá cumprir o tempo previsto para a realização, devendo
obedecer os horários de início e fim. O momento da reunião deverá ser um
momento produtivo, devendo mostrar para a direção da empresa, que a CIPA
está funcionando e que dá resultado.
Veja abaixo algumas dicas importantes para conduzir a reunião:

● Leitura da ata: a reunião começa com a leitura da ata


passada;
● Lista de presença: devem ser verificadas na lista de
presença, as pessoas que estão presentes ou ausentes;
● Assuntos a serem abordados: a reunião da CIPA deve
tratar, exclusivamente, de assuntos relacionados às
atividades da CIPA.
● Participação dos membros da CIPA na reunião: a reunião
é de todos. Os assuntos podem ser levantados por qualquer
um dos membros. Todos devem ser ouvidos e todas as
opiniões devem ser consideradas.
● Elaboração da ata: após a reunião da CIPA, deve haver o
registro de reunião em ata e sempre com assinatura de todos
os presentes;
● Entrega de cópias da ata: após finalizada a ata, deve-se
entregar uma cópia para todos os membros.
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2.7 Documentos relevantes

A seguir seguem 13 modelos de documentos utilizados pela CIPA.


Cada um tem a sua devida importância e deve servir de embasamento para o
respectivo procedimento.
Modelo 1 - Carta convite para inscrições dos candidatos representantes dos empregados da
CIPA

CONVOCAÇÃO PARA AS INSCRIÇÕES DOS CANDIDATOS A


REPRESENTANTES DOS EMPREGADOS NA CIPA
Convocamos a todos os servidores interessados em candidatar-se aos cargos de
representantes, titulares e suplentes, da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e
Assédio – CIPA, gestão 20XX / 20XX, a efetivarem suas inscrições junto aos membros
da Comissão Eleitoral que se encontra instalada (informar o local), no período de
(informar a data).
Cidade, ______ de ______ de 20XX.
________________
Comissão Eleitoral

Modelo 2 - Ofício para o Sindicato responsável comunicando a realização da eleição.


Ofício n° ______/20XX
Cidade, Data Completa.
Ao Exmo. Sr. (NOME DO PRESIDENTE) Sindicato dos Trabalhadores e XXXXX

Assunto: Comunicação de processo eleitoral

Senhor Presidente, comunicamos por meio deste ofício a este Sindicato, que será
realizada no dia XX de XXXXXXXX de 20XX, a eleição dos representantes dos
empregados na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio – CIPA, do (nome
do Órgão/Repartição) sito (endereço), Cidade/UF. A eleição terá início às XXhXXmin.
Atenciosamente,
______________________________
Responsável pelo Órgão/Repartição

Modelo 03 - Carta de apresentação da comissão eleitoral

DESIGNAÇÃO DA COMISSÃO ELEITORAL


Ficam designados os(as) senhores(as) XXXXXXXXXX e XXXXXXXXXXXX para
comporem a Comissão Eleitoral da CIPA, em conformidade com a Norma
Regulamentadora NR 5, da Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego,
alterada pela Portaria nº 08, de 23 de fevereiro de 1999.
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Cidade, _____ de _________de 20XX.


________________________________
Presidente ou Vice Presidente da CIPA

Modelo 04 - Ficha de inscrição para eleição da CIPA

FICHA DE INSCRIÇÃO PARA ELEIÇÃO DA CIPA


Gestão – 20XX/20XX

Nome: _______________________________
Cargo: _______________________________

Venho, através desta, candidatar-me para eleição dos representantes dos empregados na
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio – CIPA do XXXXXXXXXXX
(nome do Órgão/Repartição).
Cidade, XX de XXXXXXX de 20XX.
____________________ _______________________
Assinatura do candidato Responsável pela Inscrição

Modelo 05 - Edital de convocação de eleição da CIPA

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ELEIÇÃO


Ficam convocados todos os servidores do XXXXXXXXXXXXXX (nome do Órgão ou
Repartição) para eleição dos membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e
Assédio – CIPA, de acordo com a Norma Regulamentadora – NR5 do Ministério do
Trabalho e Emprego, aprovada pela Portaria nº 08, de 03 de fevereiro de 2002.
Será realizada em escrutínio secreto, no dia (data), (horário de início e término), (local).

Apresentaram-se e serão votados os seguintes candidatos:

Nome do Candidato Cargo

Cidade, XX de XXXXXXX de 20XX.


________________
Comissão Eleitoral
18

Modelo 06 - Cédula de votação

CÉDULA DE VOTAÇÃO
CIPA - GESTÃO 20XX/20XX
XXXXXXXXXXXXXX
(nome do Órgão/Repartição)

Candidato 1
Candidato 2
Candidato 3
Candidato 4
Candidato 5
Marque "X" no candidato de sua preferência.

Modelo 07 - Folha de registro dos servidores/funcionários que votaram para a eleição da CIPA

FOLHA DE VOTAÇÃO - CIPA GESTÃO 20XX/20XX

Nome do Funcionário Assinatura


01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
19

27
28
29
30

Cidade, XX de XXXXXXX de 20XX.


________________
Comissão Eleitoral

Modelo 08 - Ata de eleição da CIPA

ATA DE ELEIÇÃO DOS REPRESENTANTES DOS EMPREGADOS NA


COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES E ASSÉDIO – CIPA

Aos XX dias do mês de XXXXXXX de 20XX, no local designado no Edital de


Convocação, com a presença dos senhores XXXXXXX e XXXXXXX (Comissão
Eleitoral), instalou-se a mesa receptora e apuradora dos votos. Às XXhXXm, o Presidente
da mesa declarou iniciados os trabalhos. Durante a votação verificou-se que não houve
nenhuma ocorrência digna de nota. Às XXhXXm, o Presidente da mesa declarou
encerrados os trabalhos de eleição, verificando o comparecimento de XXXXXXX
(quantidade de funcionários) funcionários e procedendo à apuração dos votos na presença
de quantos desejaram. Após a apuração, foi obtido o seguinte resultado:
Titular(es) Suplente(s)
Nome / Votos Nome / Votos

Após a classificação dos representantes dos empregados, esses escolheram entre os


titulares o Sr. XXXXXXX para Vice-Presidente da CIPA. Demais votados em ordem
decrescente de votos:

Nome Votos

Brancos
Nulos
E, para constar, mandou o presidente da mesa que fosse lavrada a presente Ata, por mim
assinada, (nome do secretário da mesa), e pelos eleitos.
_________________ _____________
Presidente da mesa
Secretário da mesa
Representantes dos Empregados:
20

_________ ______
Titular Suplente

Modelo 09 - Ata de eleição da CIPA

ATA DE INSTALAÇÃO E POSSE DA COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO


DE ACIDENTES E ASSÉDIO – CIPA
Aos XX dias do mês de XXXXXXX do ano de 20XX, no XXXXXXXXXX (nome do
Órgão/Repartição) nesta cidade, presente(s) o(s) senhor (es) XXXXXXX, XXXXXXX
(representantes do Órgão/Repartição), e outros, conforme livro de presença, reuniram-se
para instalação e posse da CIPA deste Órgão/Repartição, conforme estabelecido pela
Portaria n° 3214/78. O senhor XXXXXX, representante do Órgão/Repartição, Presidente
da sessão, tendo convidado a mim XXXXXXXX para secretário da mesma, declarou
abertos os trabalhos, lembrando a todos os presentes o objetivo da reunião, qual seja:
posse dos componentes da CIPA. Continuando, declarou instalada a CIPA e empossados
como representantes do Empregador:

Titular(es) Suplente(s)

Da mesma forma, declarou empossados como representantes dos Empregados:

Titular(es) Suplente(s)

Em seguida, foi designado para Presidente da CIPA o Sr. XXXXXXX, e escolhido para
Vice-Presidente dentre os representantes dos Empregados o Sr. XXXXXXXX. Os
representantes do Empregador e dos Empregados, em comum acordo, escolheram
também o Sr. XXXXXXXX para Secretário da CIPA, sendo seu substituto o Sr.
XXXXXXX. Nada mais havendo para tratar, o Presidente da sessão deu por encerrada a
reunião, lembrando a todos que o período da gestão da CIPA ora instalada será de 01(um)
ano, a contar da presente data. E, para constar, lavrou-se a presente Ata que, lida e
aprovada, vai assinada por mim, Secretário, pelo Presidente da Sessão e por todos os
Representantes eleitos e/ou designados, inclusive os Suplentes.
__________________ _ _________________
Presidente da Sessão Secretário da Sessão

Representantes dos Empregador:


Titular: ___________________________________
Suplente: _________________________________
21

Representantes dos Empregados:


Titular(es): ___________________________________
Suplente(s): _________________________________
Secretário: ___________________________________
Secretário Substituto: _________________________________

Modelo 10 - Calendário de reuniões ordinárias da CIPA

CALENDÁRIO ANUAL DAS REUNIÕES ORDINÁRIAS DA CIPA (modelo)Gestão 20XX / 20XX

CALENDÁRIO ANUAL DAS REUNIÕES ORDINÁRIAS DA CIPA - Gestão


20XX / 20XX
Nº Ordem Dia do Mês Mês Dia Semana Horário
01 XX Fevereiro 4a-feira 11:00
02 XX Março 4a-feira 11:00
03 XX Abril 4a-feira 11:00
04 XX Maio 4a-feira 11:00
05 XX Junho 4a-feira 11:00
06 XX Julho 4a-feira 11:00
07 XX Agosto 4a-feira 11:00
08 XX Setembro 4a-feira 11:00
09 XX Outubro 4a-feira 11:00
10 XX Novembro 4a-feira 11:00
11 XX Dezembro 4a-feira 11:00
12 XX Janeiro 4a-feira 11:00
Local: _____________________________
________________________________
Presidente da CIPA gestão 20XX/20XX
____________________________________
Vice-Presidente da CIPA gestão 20XX/20XX

Modelo 11 - Ofício ao TRT para arquivamento de documentos


Ofício n° ________ /20XX
22

Cidade/UF, ____ de _________ de 20XX.

Ao Exmo. Sr.XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX Delegado Regional do Trabalho


de Cidade/UF

Assunto: Registro da CIPA

Senhor Delegado, O XXXXXXXXXXXX (nome do Órgão/Repartição), situado à


XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX (endereço completo, inclusive CEP e telefone),
com atividade de XXXXXXXXXXXXXX, CNAE: XXXXXXXX, Grupo C – XX,
CNPJ: XXXXXXXXXXXXXX, com XXXXXXX (quantidade de funcionários) vem,
muito respeitosamente, requerer à Vossa Senhoria o protocolo para arquivamento de
documentos da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio – CIPA, de
conformidade com o artigo 163 da CLT e a NR5 da Portaria n. 3.214 de 08/06/78 e
Portaria n. 08 de 23/02/1999.

Para tanto, anexamos os seguintes documentos:


- Cópia da Ata de Eleição;
- Cópia da Ata de Instalação de Posse;
- Calendário Anual das reuniões ordinárias da CIPA.

Atenciosamente,
___________________________
Presidente do Órgão/Repartição

Modelo 12 - Carta de convocação para reunião ordinária

CONVOCAÇÃO PARA REUNIÃO ORDINÁRIA N° ________

Ficam convocados os componentes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e


Assédio - CIPA, para se reunirem em seção ordinária, (data), (horário), (local), com as
seguintes ordens do dia:

1 – andamento das sugestões apresentadas em reuniões anteriores;


2 – discussão dos acidentes do trabalho ocorridos após a última reunião (se ocorreram);
3 – segurança e saúde do trabalho de interesse do setor em questão;
4 – novas sugestões para melhoria na segurança;
5 - adequação novas fotocélulas na descarga da ponte-rolante;
6 - outros temas

Cidade/UF, XX de XXXXXXX de 20XX.


_________________
Presidente da CIPA
23

Modelo 13 - Carta de Solicitação de Desligamento de CIPA

SOLICITAÇÃO DE DESLIGAMENTO DA CIPA (Membro


Estável)

Justifico que o Sr.(nome) portador do RG: (número). Esteve no (nome do


Sindicato) pedindo apoio do sindicato para documentar seu pedido de
saída da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidente e Assédio) e
renunciado a estabilidade (garantia de emprego). A garantia de emprego
estaria em vigência até (data).
O mesmo afirma que está deixando a CIPA por livre e espontânea vontade.
Que não sofreu pressão alguma por parte dos administradores e líderes da
empresa.

Cidade/UF, XX de XXXXXXX de 20XX.


_________________
Assinatura do funcionário do sindicato
_________________
Assinatura de renunciante

2.8 Como ser um bom cipeiro

Ser membro da CIPA é ser representante de alguém, o que nunca é fácil.


Abaixo serão apresentadas algumas dicas de como ser um bom cipeiro:

✓ Seja ativo;
✓ Saiba ouvir;
✓ Cuidado com o poder;
✓ Saiba delegar;
✓ Saiba conversar;
24

✓ Ganhe respeito;
✓ Dê feedback;
✓ Trabalhe com responsabilidade;
✓ O trabalho da CIPA se resume em uma parceria;
✓ CIPA não se resume a garantia de emprego, esqueça a
estabilidade;
✓ Estar próximo aos demais empregos;
✓ Busque estar perto do SESMT;
✓ Mantenha a organização;
✓ Divulgue os resultados obtidos.
25

3. INTRODUÇÃO À SEGURANÇA DO TRABALHO

3.1 Introdução

A segurança do trabalho é compreendida, basicamente, como um


conjunto de ações voltadas a prevenção de acidentes de trabalho e doenças
ocupacional, com o objetivo de preservar a integridade do trabalhador. Torna-se
necessário ensinar; aprender e praticar mais segurança nas atividades do
ambiente profissional e doméstico. Deste modo, o hábito de segurança passará
a se instalar e será automaticamente praticado (BARRETTO, 2016).
A segurança do trabalho é muito importante. Por isso, a implantação de
práticas seguras no trabalho, vem crescendo constantemente, visto que a
mesma possibilita, não apenas evitar acidentes, mas também a realização de
um trabalho mais organizado, o que, consequentemente, aumenta a produção e
torna o ambiente mais agradável.

3.2 Serviço Especializado em Engenharia de Segurança do Trabalho e


Medicina do Trabalho – SESMT
26

O SESMT é composto por profissionais que estão ligados a segurança do


trabalho, voltado a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais.
O SESMT deve ser composto por médico do trabalho, engenheiro de
segurança do trabalho, técnico de segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho
e auxiliar/técnico em enfermagem do trabalho, e o seu dimensionamento vincula-
se ao número de empregados da organização e ao maior grau de risco entre a
atividade econômica principal e atividade econômica preponderante no
estabelecimento.
Os profissionais integrantes do SESMT devem possuir formação e
registro profissional em conformidade com o disposto na regulamentação da
profissão e nos instrumentos normativos emitidos pelo respectivo conselho
profissional, quando existente.
De modo geral, em conjunto com as lideranças de uma organização, é de
competência do SESMT criar e conduzir a gestão da segurança e da saúde dos
trabalhadores. Essa gestão deve ser baseada em normas, legislações e
comportamentos.

3.3 Gestão de SST

Sabe-se que o SESMT é um modelo de gestão e que deve atuar


diretamente na prevenção dos riscos presentes no meio ambiente de trabalho
onde a empresa encontra-se instalada.
Pode-se dizer que uma gestão eficaz no que se refere à saúde e à
segurança do trabalho (SST) é um dos principais fatores para o êxito duradouro
de qualquer organização.
As boas práticas nesse sentido devem ter como propósito não apenas
resguardar a integridade física, como também promover a qualidade de vida dos
colaboradores.
Isso garante trabalhadores seguros, saudáveis, motivados e
comprometidos e resulta na redução de acidentes e de doenças e até mesmo
das interrupções no processo de produção e na diminuição do absenteísmo.
27

4. LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÕES DO MTE

4.1 Introdução

No ambiente de trabalho, o maior patrimônio de uma empresa, são as


vidas dos seus trabalhadores, e para que essas vidas sejam protegidas, existem
regras específicas para garantir a sua segurança e sobrevivência.
A legislação aplicada na segurança do trabalho, é composta por um
conjunto de normas regulamentadoras; portarias e decretos, bem como,
convenções internacionais da Organização Internacional do Trabalho (OIT),
devidamente ratificadas pelo Brasil.

4.2 Normas Regulamentadoras

No Brasil, a legislação sobre a segurança do trabalho são as normas


regulamentadoras (NRs).
As normas regulamentadoras foram criadas a partir da lei nº 6.514, de 08
de junho de 1978. As mesmas são elaboradas e modificadas, por uma comissão
tripartite, composta por representantes do governo, empregados e
empregadores. Elas só podem ser elaboradas e modificadas, por meio de
portarias expedidas pelo MTE, o que acontece quando se sente que algo precisa
ser modificado, melhorado ou excluído.
28

As Normas Regulamentadoras (NRs), são orientações trabalhistas,


sobre procedimentos obrigatórios, relacionados à saúde e à segurança do
trabalhador, visando promover e preservar a integridade física do mesmo,
estabelecendo a regulamentação da legislação pertinente à segurança e
medicina do trabalho, além de instituir políticas sobre esses assuntos, dentro
das empresas.
As NRs relativas à segurança e saúde ocupacional, são de obrigação
para toda a empresa ou instituição que admite empregados registrados pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e isso também inclui empresas
privadas e públicas, órgãos públicos da administração direta ou indireta, bem
como os órgãos do Poder Legislativo.
As normas regulamentadoras, são elaboradas pelo Ministério do
Trabalho e um sistema tripartite paritário, formado por representantes do
Governo; dos trabalhadores e dos empregadores, os três com o mesmo peso
de decisão.
O Ministério do Trabalho é um órgão do Governo Federal, que trata das
políticas e diretrizes para a geração de emprego e renda e de apoio ao
trabalhador; das políticas e diretrizes para a modernização das relações do
trabalho; da fiscalização do trabalho, inclusive do trabalho portuário; da política
salarial; da formação e desenvolvimento profissional; da segurança e saúde no
trabalho; política de imigração e cooperativismo e associativismos urbanos.
São 38 normas regulamentadoras, sendo que 36 estão vigentes. Cada
uma possui seus próprios parâmetros de regulamentação, com o objetivo de
prevenir acidentes e doenças provocadas pelo trabalho.
Segundo o Ministério do Trabalho:

Normas Regulamentadoras – NRs, relativas à segurança e medicina


do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas
e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta,
bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que
possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do
Trabalho – CLT.

A seguir serão apresentadas as normas regulamentadoras e seus


objetivos:
29

NR 1 – DISPOSIÇÕES GERAIS e GERENCIAMENTO DE RISCOS


OCUPACIONAIS

O objetivo desta Norma é estabelecer as disposições gerais, o campo de


aplicação, os termos e as definições comuns às Normas Regulamentadoras -
NR relativas a segurança e saúde no trabalho (SST) e as diretrizes e os
requisitos para o gerenciamento de riscos ocupacionais e as medidas de
prevenção em SST.

NR 2 – INSPEÇÃO PRÉVIA - REVOGADA


30

NR 3 – EMBARGO OU INTERDIÇÃO

Embargo e interdição, são medidas de urgência, adotadas, a partir da


constatação de situação de trabalho que caracterize risco grave e iminente ao
trabalhador.

NR 4 – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE


SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO

As empresas privadas e públicas; os órgãos públicos da administração


direta e indireta e dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, manterão,
obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a
integridade do trabalhador no local de trabalho.
31

NR 5 – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES E


ASSÉDIO

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio – CIPA - tem


como objetivo, a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de
modo a tornar compatível, permanentemente, o trabalho com a preservação da
vida e a promoção da saúde do trabalhador.

NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI

A norma regulamenta a utilização do EPI. Considera-se Equipamento de


Proteção Individual – EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado
pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos, suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho.
32

NR 7 – PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE


OCUPACIONAL

Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte


de todos os empregadores e instituições, que admitam trabalhadores como
empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional –
PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde, do conjunto dos
seus trabalhadores.

NR 8 – EDIFICAÇÕES

Estabelece requisitos técnicos mínimos, que devem ser observados nas


edificações, para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalhem.
33

NR-09 - AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES


OCUPACIONAIS A AGENTES FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

Estabelece os requisitos para a avaliação das exposições ocupacionais a


agentes físicos, químicos e biológicos quando identificados no Programa de
Gerenciamento de Riscos - PGR, previsto na NR-1, e subsidiá-lo quanto às
medidas de prevenção para os riscos ocupacionais.

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM


ELETRICIDADE

Estabelece os requisitos e condições mínimas, objetivando a


implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a
garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente,
interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade.
34

NR 11 – TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E


MANUSEIO DE MATERIAIS

Normas de segurança para operação de elevadores; guindastes;


transportadores industriais e máquinas transportadoras.

NR 12 – SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E


EQUIPAMENTOS

Define referências técnicas; princípios fundamentais e medidas de proteção,


para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores, e estabelece
requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho, nas
fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos,
e ainda, à sua fabricação; importação; comercialização; exposição e cessão a
qualquer título, em todas as atividades econômicas, sem prejuízo da observância
do disposto nas demais Normas Regulamentadoras – NRs, aprovadas pela
35

Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, das normas técnicas oficiais e; na


ausência ou omissão destas, nas normas internacionais aplicáveis.

NR 13 – CALDEIRAS, VASOS DE PRESSÃO E TUBULAÇÃO

Estabelece requisitos mínimos para a gestão da integridade estrutural de


caldeiras à vapor; vasos de pressão e suas tubulações de interligação, nos
aspectos relacionados à instalação; inspeção; operação e manutenção, visando
à segurança e à saúde dos trabalhadores.

NR 14 – FORNOS

Os fornos, para qualquer utilização, devem ser construídos solidamente,


revestidos com material refratário, de forma que o calor radiante, não ultrapasse
os limites de tolerância, estabelecidos pela Norma Regulamentadora – NR 15.
36

NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES

Trata de atividades que expõem os empregados a agentes nocivos à


saúde, acima dos limites legais permitidos.

NR 16 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS

A norma é composta de uma parte geral, contendo definições e


procedimentos para pagamento do adicional de periculosidade, e anexos que
tratam das atividades perigosas em específico.
37

NR 17 – ERGONOMIA

Visa a estabelecer parâmetros, que permitam a adaptação das condições


de trabalho, às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a
proporcionar um máximo de conforto; segurança e desempenho eficiente.

NR 18 – CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA


INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

Estabelece diretrizes de ordem administrativa; de planejamento e de


organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas
preventivos de segurança, nos processos; nas condições e no meio ambiente de
trabalho, na indústria da construção.
38

NR 19 – EXPLOSIVOS

Estabelece diretrizes para o trabalho com explosivos. Considera-se


explosivo, material ou substância que, quando iniciada, sofre decomposição
muito rápida em produtos mais estáveis, com grande liberação de calor e
desenvolvimento súbito de pressão.

NR 20 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS


E COMBUSTÍVEIS

Estabelece requisitos mínimos para a gestão da segurança e saúde no


trabalho, contra os fatores de risco de acidentes, provenientes das atividades de
extração; produção; armazenamento; transferência; manuseio e manipulação de
inflamáveis e líquidos combustíveis.
39

NR 21 – TRABALHOS A CÉU ABERTO

Estabelece requisitos mínimos para os trabalhos realizados a céu aberto,


sendo obrigatória a existência de abrigos, ainda que rústicos, capazes de
proteger os trabalhadores contra intempéries.

NR 22 – SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO

Tem por objetivo, disciplinar os preceitos a serem observados, na


organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível, o
planejamento e o desenvolvimento da atividade mineira, com a busca
permanente da segurança e saúde dos trabalhadores.
40

NR 23 – PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS

Estabelece que todos os empregadores, devem adotar medidas de


prevenção de incêndios, em conformidade com a legislação estadual e com as
normas técnicas aplicáveis.

NR 24 – CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS


DE TRABALHO

Estabelece as condições sanitárias mínimas no ambiente de trabalho.


41

NR 25 – RESÍDUOS INDUSTRIAIS

Estabelece requisitos sobre a utilização e destinação de resíduos


industriais, provenientes dos processos industriais, na forma sólida; líquida ou
gasosa, ou combinação dessas, e que, por suas características físicas; químicas
ou microbiológicas, não se assemelham aos resíduos domésticos, como: Cinzas;
lodos; óleos; materiais alcalinos ou ácidos; escórias; poeiras; borras; substâncias
lixiviadas e àqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de
poluição; bem como aos demais efluentes líquidos e emissões gasosas
contaminantes atmosféricos.

NR 26 – SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
42

Trata da utilização de cores na segurança do trabalho, estabelecendo a


adoção de cores para segurança em estabelecimentos ou locais de trabalho, a
fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes.

NR 27 – REGISTRO PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA


DO TRABALHO

Revogada.

NR 28 – FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES

Trata da fiscalização sobre o cumprimento das disposições legais e/ou


regulamentares sobre segurança e saúde do trabalhador, obedecendo a CLT e
as Normas Regulamentadoras.
43

NR 29 – NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE


NO TRABALHO PORTUÁRIO

Objetiva regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças


profissionais; facilitar os primeiros socorros a acidentados; e alcançar as
melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores
portuários.

NR 30 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO AQUAVIÁRIO

Tem como objetivo, a proteção e a regulamentação das condições de


segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários.
44

NR 31 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA AGRICULTURA,


PECUÁRIA, SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E
AQUICULTURA

Estabelece os preceitos a serem observados na organização e no


ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o
desenvolvimento das atividades da agricultura; pecuária; silvicultura; exploração
florestal e aquicultura, com a segurança; saúde e meio ambiente do trabalho.

NR 32 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE


SAÚDE

Tem por finalidade, estabelecer as diretrizes básicas para a


implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos
trabalhadores dos serviços de saúde, bem como, daqueles que exercem
atividades de promoção e assistência à saúde em geral.
45

NR 33 – SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS


CONFINADOS

Estabelece os requisitos mínimos para identificação de espaços


confinados e o reconhecimento; avaliação; monitoramento e controle dos riscos
existentes, de forma a garantir, permanentemente, a segurança e a saúde dos
trabalhadores, que interagem direta ou indiretamente nestes espaços.

NR 34 – CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA


INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, REPARAÇÃO E DESMONTE NAVAL

Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança;


à saúde e ao meio ambiente de trabalho, nas atividades da indústria de
construção; reparação e desmonte naval.
46

NR 35 – TRABALHO EM ALTURA

Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o


trabalho em altura, envolvendo o planejamento; a organização e a execução, de
forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores, envolvidos direta ou
indiretamente com esta atividade.

NR 36 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM EMPRESAS DE


ABATE E PROCESSAMENTO DE CARNES E DERIVADOS

Estabelece os requisitos mínimos para a avaliação; controle e


monitoramento dos riscos existentes, nas atividades desenvolvidas na indústria
de abate e processamento de carnes e derivados, destinados ao consumo
humano, de forma a garantir, permanentemente, a segurança; a saúde e a
qualidade de vida no trabalho, sem prejuízo da observância do disposto nas
demais Normas Regulamentadoras – NRs, do Ministério do Trabalho e Emprego.
47

NR 37 - SEGURANÇA E SAÚDE EM PLATAFORMAS DE PETRÓLEO

Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece os requisitos mínimos de


segurança, saúde e condições de vivência no trabalho a bordo de plataformas
de petróleo em operação nas Águas Jurisdicionais Brasileiras - AJB.

NR 38 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NAS ATIVIDADES


DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Esta norma tem o objetivo de estabelecer os requisitos e as medidas de


prevenção para garantir as condições de segurança e saúde dos trabalhadores
nas atividades de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.
48

4.3 NR 5 CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e


Assédio

Em 1968, a Portaria 32, do Departamento Nacional de Segurança e


Higiene do Trabalho, determina a criação da CIPA – Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes e Assédio, nas indústrias; empresas de transporte; e
comércio.
Assim como as demais NR’s, relativas à segurança e saúde ocupacional,
a NR 5 – CIPA, é de observância obrigatória, para qualquer empresa ou
instituição, que tem empregados regidos pela Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), incluindo empresas privadas e públicas; órgãos públicos da
administração direta e indireta; bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo
e Judiciário.
A NR 5 – CIPA, tem como objetivo, a prevenção de acidentes e doenças
decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível, permanentemente, o
trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
Todas as empresas privadas; públicas; sociedades de economia mista;
instituições beneficentes; cooperativas; clubes; desde que possuam
empregados celetistas, dependendo do grau de risco da empresa e do número
mínimo de 20 empregados, são obrigados a manter a CIPA (Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes e Assédio).
A norma aborda os itens sobre a constituição; organização; atribuições;
funcionamento; treinamento; processo eleitoral; contratantes e contratadas; e os
quadros de dimensionamento da CIPA.
49

Esse dimensionamento, depende da Classificação Nacional de Atividades


Econômicas (CNAE), que remete a outra listagem, a de número de empregados.
A CIPA é composta de um representante da empresa (Designado) e de
representantes dos empregados, eleitos em escrutínio secreto, com mandato de
um ano; direito a uma reeleição; e mais um ano de estabilidade.
Mesmo quando a empresa não precisa ter membros eleitos, de acordo
com o dimensionamento previsto, deverá ter um membro designado pelo
empregador, o qual responderá pelas ações da CIPA na empresa.
A norma aborda os itens sobre a constituição, organização, atribuições,
funcionamento, treinamento, processo eleitoral, contratantes e contratadas, e os
quadros de dimensionamento da CIPA.
Esse dimensionamento depende da Classificação Nacional de Atividade
Econômicas (CNAE), que remete a outra listagem de número de empregados.
A CIPA é composta de um representante da empresa (designado) e de
representante dos empregados, eleitos em escrutínio secreto, com mandato de
um ano e direito a uma reeleição e mais um ano de estabilidade.
Mesmo quando a empresa não precisar ter membros eleitos de acordo
com o dimensionamento previsto, deverá ter um membro designado pelo
empregador, o qual responderá pelas ações da CIPA na empresa.
50

5. NOÇÕES TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS

5.1 Introdução

Entende-se por legislação trabalhista, o conjunto de leis e normas, que


tem como objetivo, regulamentar as atividades trabalhistas, seja em relação aos
direitos do trabalhador, como também em suas obrigações, valendo o mesmo
para o empregador. A legislação trabalhista é um ramo novo do direito, em
comparação aos outros ramos, pois surgiu no século XX, após muitos anos de
protestos e reclamações de setores trabalhistas, que reivindicavam por melhores
condições de trabalho; estabilidade e segurança. A legislação trabalhista é
extremamente importante, e recomenda-se sempre aos trabalhadores, conhecer
bem seus direitos e obrigações, antes de fazer qualquer tipo de reclamação.

5.2 Noções Trabalhistas


51

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é a lei trabalhista do Brasil.


Nela estão incluídas as normas que regulam as relações de trabalho entre o
empregador e os empregados.
Na CLT, estão definidos os direitos e deveres, tanto do empregador
quanto do empregado. As normas se referem às relações de trabalho e às regras
dos processos trabalhistas na Justiça.
As normas da CLT, são válidas para as relações individuais de trabalho e
para as relações coletivas. Da mesma forma, protegem tanto o trabalhador
urbano quanto o rural.
Alguns dos principais assuntos que são regulamentados na CLT são:
assinatura da carteira de trabalho; demissão por justa causa; regras sobre
assinatura; prazos; mudança e extinção dos contratos de trabalho; jornada de
trabalho; horas extras; conceito de trabalho diurno e noturno; aviso prévio;
garantia de direito a fazer greve; estabilidade no trabalho; pagamento de
adicionais, como insalubridade e periculosidade; garantia de ter férias; descanso
semanal e intervalos; pagamento do valor terço de férias, antes do início do
período; proteção do trabalho da mulher e licença maternidade; convenções
coletivas de trabalho e direitos dos trabalhadores domésticos.

5.3 Previdência

Previdência social é uma espécie de seguro do trabalhador, que pode ser


acionado em situações específicas como: doença; acidente; aposentadoria;
gravidez; morte; entre outras situações, que impedem o trabalhador de exercer
suas atividades laborais.
52

O Instituto Nacional de Seguro Social, considera a previdência social


como: um seguro que garante a renda do contribuinte e de sua família, em casos
de doença; acidente; gravidez; prisão; morte e velhice. Oferece vários
benefícios, que juntos, garantem tranquilidade quanto ao presente e em relação
ao futuro, assegurando um rendimento seguro. Para ter essa proteção, é
necessário se inscrever e contribuir todos os meses.
A previdência social pode ser habilitada, quando o trabalhador perde a
capacidade de trabalhar, ou seja, quando é atingido por um dos chamados riscos
sociais: doença; invalidez; idade avançada; morte e desemprego involuntário.
Além desses, há também a maternidade e a reclusão.

Aposentadoria por idade: é o benefício concedido ao segurado da


previdência social, que atingir a idade considerada risco social. Têm direito ao
benefício, os trabalhadores urbanos, do sexo masculino, a partir dos 65 anos, e
do sexo feminino, a partir dos 60 anos de idade. Os trabalhadores rurais podem
pedir aposentadoria por idade, com cinco anos a menos: a partir dos 60 anos,
homens, e a partir dos 55 anos, mulheres.

Aposentadoria por invalidez: benefício concedido aos trabalhadores


que, por doença ou acidente, forem considerados, pela perícia médica do INSS,
incapacitados para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço, que lhes
garanta o sustento.

Aposentadoria por tempo de contribuição: na aposentadoria por tempo


de contribuição, o valor poderá ser integral ou proporcional. Os cálculos podem
ser realizados diretamente no INSS.

Aposentadoria especial: benefício concedido ao segurado, que tenha


trabalhado em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física. Para ter
direito à aposentadoria especial, o trabalhador deverá comprovar, além do tempo
de trabalho, efetiva exposição a agentes nocivos químicos; físicos; biológicos;
ou associação de agentes prejudiciais, pelo período exigido para a concessão
do benefício (15, 20 ou 25 anos).
53

Auxílio-doença: benefício concedido ao segurado, impedido de trabalhar,


por doença ou acidente, por mais de 15 dias consecutivos. No caso dos
trabalhadores com carteira assinada, os primeiros 15 dias são pagos pelo
empregador, exceto o doméstico, e a previdência social paga, a partir do 16º dia
de afastamento do trabalho. Para os demais segurados, o INSS paga o auxílio,
desde o início da incapacidade e enquanto a mesma perdurar.

Auxílio-reclusão: é um benefício devido aos dependentes do segurado


recolhido à prisão, durante o período em que estiver preso sob regime fechado
ou semiaberto. Não cabe concessão de auxílio-reclusão, aos dependentes do
segurado que estiver em livramento condicional ou cumprindo pena em regime
aberto.

Auxílio-acidente: é o benefício pago ao trabalhador que sofre um


acidente e fica com sequelas, que reduzem sua capacidade de trabalho. É
concedido para segurados que recebiam auxílio-doença. Para a concessão do
auxílio-acidente, não é exigido tempo mínimo de contribuição, mas o trabalhador
deve ter qualidade de segurado e comprovar a dificuldade para continuar
desempenhando suas atividades, por meio de exame da perícia médica do INSS.

Pensão por morte: benefício pago à família do trabalhador quando ele


morre. Para a concessão de pensão por morte, não há tempo mínimo de
contribuição, mas é necessário que o óbito tenha ocorrido, enquanto o
trabalhador tinha qualidade de segurado. Se o óbito ocorrer após a perda da
qualidade de segurado, os dependentes terão direito a pensão, desde que o
trabalhador tenha cumprido, até o dia da morte, os requisitos para obtenção de
aposentadoria.

Salário-maternidade: o salário-maternidade, é devido por ocasião do


parto, inclusive o natimorto; aborto não criminoso; adoção ou guarda judicial para
fins de adoção.
A duração do salário-maternidade, dependerá do tipo do evento que deu
origem ao benefício:
54

• 120 dias no caso de parto;


• 120 dias no caso de adoção ou guarda judicial para fins de adoção,
independentemente da idade do adotado, que deverá ter no máximo 12
anos de idade;
• 120 dias, no caso de natimorto;
• 14 dias, no caso de aborto espontâneo ou previsto em lei (estupro ou risco
de vida para a mãe), a critério médico.

Salário-família: benefício pago aos segurados e aos trabalhadores


avulsos, de acordo com o número de filhos ou equiparados que possua. Filhos
maiores de 14 anos, não têm direito, exceto no caso dos inválidos (para quem
não há limite de idade). Para ter direito, o cidadão precisa enquadrar-se no limite
máximo de renda, estipulado pelo Governo Federal. Para a concessão do
salário-família, não é exigido tempo mínimo de contribuição.
55

6. CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO

6.1 Meio Ambiente de Trabalho

O conceito de meio ambiente de trabalho é muito jovem, e não está bem


definido, porém pode ser entendido como o local onde as pessoas
desempenham suas atividades laborais, sejam remuneradas ou não, cujo
equilíbrio está baseado na salubridade do meio e na ausência de agentes que
comprometam a segurança físico-psíquica dos trabalhadores.
O ambiente de trabalho é caracterizado pelo espaço das empresas, onde
há uma relação entre, pessoas, máquinas, equipamentos e a organização do
trabalho.
Este deve ser mantido em perfeito estado de conservação, possibilitando,
assim, que os trabalhadores possam desempenhar suas atividades com
segurança e, nas horas vagas, realizar as refeições, higiene pessoal e descanso.
O ambiente de trabalho pode ser do tipo industrial, comércio ou prestação
de serviços.
Ambiente industrial é aquele utilizado para transformar matéria prima,
manualmente ou com a utilização de máquinas e ferramentas, em mercadorias.
Como por exemplo, fábricas de móveis, roupas, esquadrias, eletrônicos e muitos
outros.
Ambiente comercial é aquele que vende mercadorias diretamente ao
consumidor, como por exemplo, supermercado, atacadistas, lojas, entre outras.
Prestadores de serviço são aquelas empresas que não realizam a entrega
de mercadoria, mas ofertam o próprio trabalho, este tipo de empresa nem
56

sempre possuí o local fixo de trabalho, como por exemplo, setores de


alimentação, transporte, turismo, saúde, educação, lazer, entre outros.

6.2 Segurança no Ambiente de Trabalho

Os profissionais da segurança do trabalho desenvolvem um papel


fundamental dentro das organizações para que o ambiente de trabalho seja
seguro, ficando a eles a responsabilidade de verificar os principais riscos aos
quais os funcionários estão submetidos, elaborar planos de ação para minimizá-
los e fiscalizar as condutas internas no dia a dia.
Para manter o ambiente de trabalho seguro, medidas de segurança
devem ser aplicadas, onde deve-se melhorar as condições de trabalho; fazer
cumprir a legislação e normas, e treinar e atualizar o trabalhador sobre os
possíveis riscos e como preveni-los.
Veja algumas maneiras de como certificar-se que o ambiente de trabalho
está seguro:
• Ambiente organizado;
• Proporcione um ambiente de trabalho saudável aos trabalhadores;
• Utilização dos equipamentos de proteção coletiva e individual
corretamente;
• Criar processos e rotinas de trabalho;
• Revisão dos processos de trabalho;
• Manutenção preventivas dos equipamentos.
57

Agora te faço algumas perguntas:


• Como está o seu ambiente de trabalho?
• A organização está em dia?
• Os trabalhadores estão motivados?
• Os trabalhadores estão utilizando as proteções corretamente?

Provavelmente você não parou para pensar nisso, pare deu uma olhada,
como é o seu ambiente de trabalho, qual é o comportamento deles quanto a
segurança e saúde do trabalho.

LEMBRE-SE
Mais do que a formatação física, é preciso ter um ambiente de trabalho
saudável, que proporciona satisfação ao seu pessoal, favorecendo a produção
de resultados.
58
59

7. CAMPANHAS DE SEGURANÇA – SIPAT

7.1 Introdução

A Semana Interna de Prevenção a Acidentes e Assédio – SIPAT, é uma


semana de atividades voltadas para prevenção de acidentes de trabalho e
doenças ocupacionais, realizada anualmente.
Segundo a NR 5, é de atribuição da CIPA “promover, anualmente, em
conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de
Acidentes e Assédio do Trabalho - SIPAT, conforme programação definida pela
CIPA.”

7.2 Objetivos da SIPAT


60

A SIPAT busca, por meio de palestras, gincanas, sorteios de brindes,


teatro e atividades motivacionais, desenvolver a consciência e orientar o
trabalhador, sobre a importância da prevenção de acidentes de trabalho e
doenças ocupacionais, criando uma atitude vigilante no funcionário, que lhe
permita conhecer e solicitar as correções necessárias, a fim de tornar o ambiente
mais seguro, trazendo à tona, um processo de melhoria contínua no ambiente
de trabalho.
É uma aliada muito interessante em favor da conscientização do
trabalhador, e, quando bem organizada, serve até como fator de integração entre
CIPA, funcionários da empresa e SESMT.
Através da SIPAT, é possível até combater um problema comportamental
específico na empresa, como, alcoolismo, drogas, tabagismo. Por isso é tão
importante escolher um bom tema. O foco é sempre estar ligado com o bem-
estar e a saúde.

7.3 Como organizar uma SIPAT

7.3.1 Introdução

Organizar a SIPAT, pode não ser algo tão simples, é uma semana de
evento e demanda uma certa complexidade.
A SIPAT só será um sucesso, se for executada, mediante planejamento.
Sem o planejamento, as chances de sucesso serão mínimas.
61

7.3.2 Verba para a Realização do Evento

Para que o evento tenha sucesso, muitas vezes é necessário verba. Para
conseguir a verba, deve-se sensibilizar o empregador, informando o que a
empresa ganhará com a conscientização dos funcionários, que pode-se criar
uma imagem positiva para a empresa; diminuir acidentes, doenças e
afastamentos, etc.
Para facilitar o processo, sempre leve os orçamentos e planos referentes
aos custos para o evento. Isso dará mais credibilidade junto a administração.
O apoio da direção da empresa é fator fundamental para o sucesso da
SIPAT. Aliás, o sucesso da gestão de Segurança do Trabalho na empresa
sempre começa de cima para baixo.

7.3.3 Registro em ATA

Toda movimentação da CIPA em torno da SIPAT deve ser registrada em


ATA.
62

Isso é uma prova de que a CIPA está trabalhando, além de uma prática
muito bem vista pelos auditores do MTE e por alguns gestores da empresa.

7.3.4 Definir um Tema para a SIPAT

Logo após acertado o valor disponível para a realização do evento, é a


hora da CIPA definir o tema para o evento.
Não existe tema definido por lei ou NR alguma sobre tema obrigatório para
a SIPAT.
O ideal é encontrar temas que combatam problemas comportamentais de
segurança do trabalho na empresa. Pode-se realizar pesquisas, com sugestões
ou anseios dos funcionários, para que possa levar à reunião da CIPA e definir o
tema.
É importante lembrar que o objetivo da SIPAT é ser uma ferramenta de
prevenção de acidentes e doenças ocupacionais.
Alguns temas interessantes para SIPAT:

● Prevenção e combate a incêndios;


● Como evitar acidentes de trabalho;
● Como evitar acidentes de trajeto;
● LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e DORT (Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho);
● Tabagismo;
● Alcoolismo;
● Formas de tratamento cordial entre as pessoas;
63

● Alimentação saudável;
● Meio ambiente e uso dos recursos naturais de forma consciente;
● Evitando as gambiarras no ambiente de trabalho e em casa;
● O que é e para que serve a CIPA;
● Uso do EPI;
● Cuidados com a segurança;
● Estimule a participação dos funcionários para tornar o ambiente de
trabalho mais harmonioso e seguro;
● Como produzir com qualidade e segurança;
● A importância do EPC e do EPI;
● Noções sobre o uso, guarda, conservação dos EPC e do EPI;
● A pressa é uma aliada do acidente;
● Respeite o limite do seu corpo;
● Não retire as proteções coletivas das máquinas;
● Não use o ar comprimido para limpar o seu corpo.
● Prevenção e combate ao assédio sexual e a outras formas de
violência no trabalho.

7.3.5 Divulgação da SIPAT

Muitas empresas gostam de fazer banners para divulgação da SIPAT,


principalmente em empresas que possuem muitos parceiros. O envio de
materiais para divulgação é fundamental, com o intuito de viabilizar a
participação de uma quantidade maior de pessoas.
64

7.3.6 Definir uma Equipe para Realização da SIPAT

Essa equipe deve ser escolhida dentre os próprios cipeiros.


Toda pessoa tem algum traço marcante. A partir do perfil da pessoa, pode
ser direcionada uma tarefa específica a ela. Escolha uma tarefa que tenha a ver
com o talento da pessoa. Assim ela trabalhará com mais confiança e terá chance
de fazer um trabalho de melhor qualidade.
Também é preciso definir um coordenador para a equipe responsável,
visando a realização da SIPAT. Lembre-se de escolher alguém com perfil de
liderança, que seja proativo e dinâmico.
Esse coordenador ficará responsável por toda equipe. Após escolher um
coordenador, todas as tarefas relativas a SIPAT, deverão antes passar por ele e
lhe caberá coordenar e acompanhar de perto o trabalho da equipe.

7.3.7 Definir Local do Evento


65

Se a empresa não tiver um local definido para este tipo de atividade, é


importante definir um local, antecipadamente, com a direção.

7.3.8 Ações que Antecedem a SIPAT

É importante também que, no caso de necessitar que alguém viaje em


busca de assuntos relacionados ao evento, a empresa disponibilize os gastos
com condução, hospedagem, etc.
Toda gestão da CIPA deve estar de olho no desenvolvimento das ações
que antecedem a SIPAT ao longo do ano.
Para que o evento fique impecável, nada pode ser deixado para cima da
hora.
Muitas são as ações que antecedem a realização do evento, como:
• Busca de patrocínio;
• Decidir a disposição de palestras grátis ou pagas;
• Buscar palestrantes;
• Buscar materiais para gincanas;
66

• Definir concursos que poderão ser realizados;


• Definir oradores/mestres;
• Definir peças teatrais que podem ser realizadas;
• Definir e providenciar convites que serão entregues;
• Definir as premiações que serão entregues;
• Definir calendário de apresentações da SIPAT.
É recomendado que a SIPAT tenha uma solenidade de abertura e
fechamento, que seja dirigida por algum representante do empregador ou pelo
próprio empregador.
Pode ser montado um cronograma de atividades, com o intuito de garantir
um melhor aproveitamento do tempo, visando também evitar possíveis atrasos
e imprevistos.
67

8. PRINCÍPIOS GERAIS DE HIGIENE DO TRABALHO

8.1 Introdução

A higiene do trabalho, também conhecida como higiene ocupacional, é


uma ciência que reúne diversas ferramentas, de diversas outras ciências, com o
objetivo de antecipar, reconhecer, avaliar e controlar os riscos ocupacionais
provenientes das atividades laborais, e com o foco na prevenção da integridade
física e na saúde dos trabalhadores em seus postos de trabalho.
Segundo a ABHO (Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais):

A higiene ocupacional é a ciência e arte focada na antecipação,


reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ou fatores estressores
ambientais, gerados no, ou a partir do local de trabalho, os quais podem
causar doenças, prejudicar a saúde e o bem-estar ou causar significante
desconforto sobre os trabalhadores ou entre os cidadãos da comunidade.

O objetivo final da higiene do trabalho é a eliminação, nos locais de


trabalho, de todos os fatores de risco ambientais. Eliminar tudo o que pode afetar
a saúde.
Ter saúde é ter equilíbrio e bem-estar físico, mental e social, sendo que
a:
• Saúde física é o funcionamento adequado das diferentes partes do
corpo, órgãos, tecidos e células;
• a saúde mental é o equilíbrio intelectual e emocional; e
• a saúde social se refere ao bem-estar na relação com os outros.
68

8.2 Exposição ao Perigo ou ao Risco?

Veja a diferença entre eles:


• Perigo: fonte ou situação com potencial para provocar danos em
termos de lesão, doença, dano a propriedade, meio ambiente, local
de trabalho ou a combinação destes;
• Risco: combinação da probabilidade de ocorrência e da
consequência de um determinado evento perigoso.

Perigo é a fonte geradora e o risco é a exposição a esta fonte.

8.3 Agentes de Risco Ocupacional

Riscos ocupacionais são agentes físicos; químicos; biológicos e


ergonômicos, existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua
69

natureza; concentração; intensidade e tempo de exposição, são capazes de


causar danos à saúde do trabalhador.
Os riscos ambientais ou profissionais estão divididos em quatro grupos:

8.3.1 Agentes de Riscos Físicos

Agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar


expostos os trabalhadores, tais como:
● Ruído é considerado qualquer tipo de poluição sonora não
desejada, caracterizado pela mistura de ondas de sons, tornando-
o desagradável e impossível de ser compreendido pelos ouvido
humano. Normalmente os ruídos são mais intensos em
serralherias, marcenarias, marmorarias, metalúrgicas, construção
civil e outros, a exposição excessiva ao ruído pode causar a perda
auditiva e muitos outros sintomas;
● Vibrações são movimentos oscilatórios do corpo sobre o ponto de
equilíbrio, as vibrações podem ser de corpo inteiro ou localizadas
dependendo o trabalho e equipamento que está sendo utilizado
podendo causar desde uma simples dor abdominal até danificar o
sistema nervoso central;
● Radiações ionizantes possuem capacidade de interagir com
átomos neutros por onde ela se propaga, são comumente
utilizadas em hospitais, consultórios odontológicos e até fábricas
de alimentos, a radiação pode danificar células e afetar o material
genético, causando doenças graves.
70

● Radiações não ionizantes, não possuem energia suficientes para


arrancar elétrons dos átomos do meio por onde está se deslocando
como exemplos podemos citar as micro-ondas, radiofrequência,
infravermelho e radiações ultravioletas;
● Radiações solares apesar se ser útil para as manutenção da vida
a mesma gera alguns riscos à saúde como manchas e
envelhecimento precoce da pele e queimaduras;
● Frio Ocupacional é a falta de calor gerado pelo corpo, gerado no
ambiente de trabalho onde a temperatura é muito baixa, pode
causar a hipotermia;
● Calor é predominante na maioria das funções como siderúrgicas,
operações de caldeiras, fornos e soldas, o calor excessivo pode
causar exaustão, esgotamento, câimbra, urticária, entre outros;
● Pressões anormais está ligada a força da gravidade terrestre,
quanto mais perto do centro da terra estivermos maior será a força
da gravidade exercida sobre nós como é o caso do mergulhos

8.3.2 Agentes de Riscos Químicos

Considera-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos


que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras,
fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade
de exposição, possam ter contato ou serem absorvidos pelo organismo através
da pele ou por ingestão.
71

● Poeiras são pequenas quantidades de partículas suspensas no ar;


● Fumos ou fumaça é a suspensão na atmosfera de produtos
resultantes da combustão;
● Névoas são partículas líquidas que resultam na condensação de
vapores ou da dispersão mecânica de líquidos, podemos citar
como exemplo o monóxido de carbono liberado pelo escapamento
dos carros;
● Neblinas é uma nuvem de vapor que normalmente é formada
próximo do solo, aerossóis são formados da condensação de
vapores são causadores de riscos;
● Gases os mais perigosos são os inflamáveis, visto que podem
tornar uma atmosfera explosiva;
● Vapores produtos na fase líquida se aquecidos podem se
transformar em vapor químicos.

8.3.3 Agentes de Riscos Biológicos

Agentes de Riscos Biológicos são causados pela manipulação de seres


vivos capazes de provocar inflamações no trabalhador que foi exposto a algum
destes agentes, conforme segue:
● Bactérias ou germes são seres minúsculos que se multiplicam em
grandes quantidades capazes de agredir o organismo causando
inúmeras doenças;
● Fungos muitos são prejudiciais à saúde porém nem todos são
prejudiciais;
72

● Bacilos são bactérias em formato de bastão sendo os causadores


da tuberculose;
● Parasitas são organismos que vivem junto aos seres dos quais
retiram os meios de sobrevivência, como o piolho, carrapato e
outros;
● Protozoários são organismos com apenas uma célula as doenças
mais conhecidas causadas por eles é a doença de chagas e a
malária;
● Vírus possuem grande capacidade de proliferação, sendo capazes
de causar doenças em humanos, animais e vegetais.
Segue alguns exemplos de riscos biológicos que podemos encontrar no
nosso dia a dia:
● Animais peçonhentos: Aranhas, cobras, escorpiões, abelhas, etc.
● Vetores de doenças: Mosquitos, ratos, baratas, moscas, água
contaminada com germes patogênicos;
● Material Hospitalar: Urina, sangue, seringas, fezes e vísceras.

8.3.4 Agentes de Riscos Ergonômicos

Ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho as características


fisiológicas e psicológicas do homem, tornando o ambiente de trabalho
agradável evitando lesões.
Estão relacionados com a interação do trabalhador com o seu posto de
trabalho, nos espaços que geram esforço físico intenso, posturas inadequadas,
73

ritmos de trabalho e jornadas de trabalho intenso, monotonia, entre outras que


podem gerar situações de estresse físico e psíquico. Alguns exemplos são:
● LER (Lesão por esforços repetitivos) / DORT (distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho).
● Carregamento de peso incompatível com o biótipo do trabalhador;
● Postura inadequada para a tarefa executada;
● Mobílias ou equipamentos incompatíveis, ausentes ou
desnecessários no trabalho;
● Estresses de forma geral.

8.4 Higienista Ocupacional

O higienista ocupacional é o profissional graduado em Higiene


Ocupacional, com conhecimento em avaliações qualitativas e principalmente as
quantitativas, dos mais variados agentes presentes no ambiente de trabalho.
Cabe ao higienista ocupacional, realizar as seguintes tarefas:

• Prever fatores de risco para a saúde e o meio ambiente, que podem estar
associados aos diferentes tipos de trabalho e atuar para preveni-los, já
nas etapas de planejamento e projeto de processos (incluindo
equipamentos, matérias-primas, produtos químicos, etc.) e locais de
trabalho;
• Reconhecer agentes e fatores de risco (produtos químicos e poeiras,
agentes físicos e biológicos, fatores ergonômicos e psicossociais), que
podem estar presentes em locais de trabalho; determinar as condições de
exposição e entender seus possíveis efeitos na saúde e bem-estar dos
trabalhadores;
• Avaliar a exposição dos trabalhadores a agentes e fatores de risco, por
meio de métodos qualitativos e/ou quantitativos e interpretar os resultados
obtidos, com vistas a eliminar a exposição, ou reduzi-la a níveis
aceitáveis;
• Projetar e/ou recomendar medidas de prevenção e controle de riscos,
eficientes e econômicas, e integrá-las a programas bem gerenciados e
sustentáveis.
74

• Reconhecer agentes que podem ter impacto sobre o meio ambiente e


contribuir para a proteção ambiental.
75

9. METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE


ACIDENTES

9.1 Introdução

O trabalhador deve ser treinado a conhecer e interpretar as análises de


acidentes, podendo contribuir para o aprimoramento das mesmas, assim como
identificar as possíveis condições impeditivas à realização dos serviços.

9.2 Conceitos Básicos

A análise de risco, consiste em avaliar, por método sistemático, as


condições do local de trabalho, visando identificar os perigos com potencial de
causar lesões e danos à saúde dos trabalhadores, e aspectos de desvios de
processos, que comprometam a segurança do trabalho. A análise de risco deve
ser efetuada por profissionais legalmente habilitados.
Para o desenvolvimento da análise de riscos, é necessário entender
alguns conceitos, conforme segue:
76

✔ Perigo: é a possibilidade que determinado agente tem, de causar algum


dano; lesão ou ferimento no trabalho ou dano material no ambiente de
trabalho;
✔ Risco: é a probabilidade ou a chance que o perigo de determinado agente
possa ocorrer;
✔ Dano: severidade da lesão ou perda física; funcional ou econômica,
resultante da perda de controle sobre um risco;
✔ Causa: origem de caráter humano ou material, relacionado com o evento
catastrófico (acidente), pela materialização de um risco que resulte em
danos;
✔ Perda: prejuízo sofrido por uma organização, sem garantia de
ressarcimento por seguro ou outros meios.

9.3 Métodos de Análises de Risco

A adoção de medidas de controle, deve ser precedida da aplicação de


técnicas de análise de risco.
Análise de risco é um método sistemático de exame e avaliação, de todas
as etapas e elementos de um determinado trabalho, para desenvolver e
racionalizar toda a sequência de operações que o trabalhador executará;
identificar os riscos potenciais de acidentes físicos e materiais; identificar e
corrigir problemas operacionais; e implementar a maneira correta para execução
de cada etapa do trabalho, com segurança.
77

É, portanto, uma ferramenta de exame crítico da atividade ou situação,


com grande utilidade para a identificação e antecipação dos eventos
indesejáveis e acidentes possíveis de ocorrência, possibilitando a adoção de
medidas preventivas de segurança e de saúde do trabalhador, do usuário e de
terceiros, do meio ambiente e até mesmo evitar danos aos equipamentos e
interrupção dos processos produtivos.
São exemplos de metodologias:

Análise Preliminar de Risco (APR): É uma técnica que visa à prevenção


de acidentes do trabalho, através da antecipação dos riscos. É uma visão
antecipada do trabalho a ser executado, que permite a identificação dos riscos
envolvidos em cada passo da tarefa, e ainda permite condições de evitá-los ou
conviver com eles em segurança.

Análise de Risco da Tarefa (ART): É um método de análise de risco que


consiste no estudo, durante a fase de concepção; desenvolvimento ou execução
de uma tarefa ou operação, com o fim de se determinar os riscos que poderão
estar presentes.

Análise de modos de falha e efeitos – FMEA (AMFE): Envolve um


estudo detalhado e sistemático das falhas de componentes e/ou sistemas
mecânicos. Nesta análise, os modos de falhas de cada componente do sistema
são identificados, e os efeitos destas falhas no sistema são avaliados, sendo
propostas medidas de eliminação; mitigação ou controle das causas e
consequências destas falhas.

Hazard and Operability Studies – HAZOP: É a aplicação de um exame


crítico; qualitativo; formal e sistemático em um processo, e em planos de
engenharia e operação de plantas novas ou existentes, com a finalidade de
identificar perigos e problemas de operabilidade, que possam prejudicar a
operação segura e eficiente.

Análise Preliminar de Perigo – APP: É uma técnica para identificar a


existência de perigos e riscos nas operações empresariais, que envolvem
78

materiais perigosos, e de novos perigos e riscos, que passarão a existir, em


virtude da ampliação das instalações, ou alterações em processos produtivos.
Por meio dela é possível investigar os eventos perigosos nas instalações, tanto
na parte mecânica, quanto nos sistemas e nas operações de produção e
manutenção.

9.4 Elaboração da Análise de Riscos

A análise de riscos, consiste em avaliar por métodos sistemáticos, as


condições do local de trabalho, visando identificar os perigos com potencial de
causar lesões e danos à saúde dos trabalhadores e aspectos de desvios de
processos, que comprometam a segurança do trabalho.
A análise de riscos deve ser elaborada por profissionais legalmente
habilitados.
79

10. REGISTRO DOS RISCOS AOS TRABALHADORES

10.1 Introdução

Uma das atividades dos CIPEIRO é registrar a percepção dos riscos dos
trabalhadores.
Como já vimos anteriormente os riscos estão presentes no nosso dia-a-
dia e uma forma de entendê-los é avaliar o ambiente de trabalho, sendo que a
melhor forma de avaliar o ambiente de trabalho é conhecer todos os setores da
empresa.
Você já conhece toda sua empresa, já andou por todos os setores?
Outro aliado na hora do reconhecimentos dos riscos é o PGR Programa
de Gerenciamento de Riscos.
E agora, como registrar os riscos de forma clara e simplificada para os
demais colaboradores?
A forma mais utilizada de registro é o mapa de riscos, porém a sua equipe
poderá optar pela forma que melhor se adaptar, seja através de planilhas, cartaz,
gráficos, mapa mental, tirinhas, infográficos entre outros, porém tenha em mente
que deverá ser um formato simples e de fácil compreensão.
Ferramentas que podem ajudar a elaborar os registros é o CANVA e o
PADLET.

10.2 Responsáveis pela Elaboração


80

O registro dos riscos deve ser realizado pela equipe da CIPA em parceria
com a SESMT, onde houver.
É importante que o SESMT acompanhe de perto a elaboração, pois os
mesmos possuem o conhecimento técnico no assunto.

10.3 Mapa de Riscos

O mapa de risco é uma representação gráfica dos riscos presentes no


ambiente de trabalho. É elaborado, de acordo com o layout do local analisado,
demonstrando por meio de círculos, com cores e tamanhos diferentes, os riscos
presentes no ambiente.
O tamanho dos círculos varia de acordo com o tamanho do risco no local,
sendo riscos pequenos, médios e grandes.
O mapa de risco serve, não apenas para mostrar os riscos presentes no
local de trabalho, fazendo diagnóstico da situação da empresa ou do setor
81

analisado, como também, para determinar medidas de prevenção ou anulação


dos referidos riscos.
Visa também, estimular as ações de prevenção na empresa, e a
conscientização, fazendo com que, após o conhecimento dos riscos, os
funcionários passem a ser mais zelosos pela própria segurança.

10.3.1 Elaboração do Mapa de Risco

É importante ter uma planta do local, mas se não houver condições de


conseguir, isto não poderá impossibilitar o desenvolvimento, um desenho
simplificado, um esquema ou croqui do local poderá ser utilizado.

10.3.2 Etapas para Elaboração

a) Conhecer o processo de trabalho no local analisado:


- os trabalhadores: número, sexo, idade, treinamentos profissionais e de
segurança e saúde, jornada de trabalho;
- os instrumentos e materiais de trabalho;
- as atividades exercidas;
- o ambiente.
82

b) Identificar os riscos existentes no local analisado;

c) Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia:


- medidas de proteção coletiva;
- medidas de organização do trabalho;
- medidas de proteção individual;
- medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários, armários,
bebedouro, refeitório, área de lazer, etc.
d) Identificar os indicadores de saúde:
- queixas mais frequentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos
mesmos riscos;
- acidentes de trabalho ocorridos;
- doenças profissionais diagnosticadas;
- causas mais frequentes de ausência ao trabalho.

e) Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local;

f) Elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout da instituição, indicando


através de círculos:
- o grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada;
- o número de trabalhadores expostos ao risco;
- a especificação do agente (por exemplo: químico – sílica, hexano, ácido
clorídrico; ou ergonômico – repetitividade, ritmo excessivo);
- a intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores,
que deve ser representada por tamanhos proporcionalmente diferentes dos
círculos.

g) Após a discussão e aprovação da CIPA, o Mapa de Risco, deverá ser


afixado em cada local analisado, de forma claramente visível e de fácil
acesso para os servidores. A falta de elaboração e de afixação do
Mapa de Riscos, nos locais de trabalho, pode implicar em multas de
valor elevado.
83

10.3.3 Avaliação dos Riscos

Com as informações anotadas, a CIPA deve fazer uma reunião, para


examinar cada risco identificado. Nesta fase, faz-se a classificação dos perigos
existentes, conforme o tipo de agente, de acordo com a Tabela de Riscos
Ambientais. Também se determina o grau: pequeno, médio ou grande.

10.3.4 Cores

As cores são parte muito importante do Mapa de Risco, pois são elas que
representam os riscos presentes no ambiente.
Acrescente os riscos de acordo com o grupo de risco e cores
correspondentes.

RISCOS AMBIENTAIS
Grupo I Grupo II Grupo III Grupo IV Grupo V
VERMELHO VERDE MARROM AMARELO AZUL
Agentes Químicos Agentes Físicos Agentes Biológicos Ergonomia Acidentes

Poeira Ruído Vírus Trabalho físico Arranjo físico


pesado deficiente

Fumos Metálicos Vibração Bactéria Posturas incorretas Máquinas sem


proteção
Névoas Radiação ionizantes Protozoários Treinamento Matéria-prima fora
e não ionizantes inadequado de especificação
inexistente
84

Vapores Pressões anormais Fungos Jornadas Equipamentos


prolongadas de inadequados
trabalho defeituosos ou
inexistentes

Gases Temperaturas Bacilos Trabalho noturno Ferramentas


extremas defeituosas
inadequadas ou
inexistentes

Produtos químicos Frio Parasitas Responsabilidade Iluminação


em geral deficiente

Substâncias, Calor Conflito Armazenamento


compostos ou
produtos químicos
em geral.

Umidade Tensões emocionais Eletricidade


Desconforto Incêndio

Monotonia Edificações

Insetos, cobras,
aranhas, etc.

10.3.5 Círculos

A intensidade dos riscos no ambiente de trabalho é representada por meio


de círculos. Se o risco é grande, o círculo deve ser grande, se for médio, o círculo
será médio, se for pequeno, o círculo será pequeno.

Risco Pequeno Risco Médio Risco Grande

O tamanho do círculo que usar na legenda do Mapa de Risco, deverá ser


o mesmo do layout.
Para evitar que os círculos da legenda fiquem com tamanho diferente do
que está dentro do layout, faça os três círculos somente uma vez. Desenhe logo
85

no início o círculo grande, médio e pequeno, e depois, sempre que precisar,


acrescente o círculo de tamanho correspondente, copiando e colando. Ao
realizar isso, o tamanho sempre será o mesmo, e você não terá como errar.
Se o local analisado tiver muitos riscos, você poderá colocá-los dentro do
círculo e fazer tipo gráfico pizza. Se o local analisado for grande, você poderá
usar setas, indicando os locais para os determinados riscos.

10.3.6 Legenda

A legenda é uma parte muito importante do Mapa de Risco.


Itens importantes na legenda do mapa de risco:

✔ Cores dos respectivos riscos: as mesmas do Grupo de Cores,


segundo os riscos ocupacionais. É indispensável que dentro da
legenda, tenha um campo, explicando o significado das cores.
Muitas pessoas, com certeza, não conhecem o significado, e, se
isso não estiver explicado na legenda, não entenderão o mapa de
risco;
✔ Círculos: devem ser do mesmo tamanho dos que estão no layout.
Também é bom colocar escrito, ao lado deles: pequeno; médio;
grande, para facilitar o entendimento dos leigos no assunto.

Legenda: Intensidade dos Riscos e Grupos de Riscos


86

Onde o Risco é Pequeno


= Risco Pequeno
Risco Químico
Risco Físico
Onde o Risco é Médio
= Risco Médio Risco Biológico

Ergonomia

Acidentes
Onde o Risco é Grande
= Risco Grande

✔ Local analisado: todo Mapa de Risco deve ter a descrição do local


analisado, pois fica mais fácil dos outros entenderem. Exemplo:
Mapa de Risco do depósito;
✔ Orientações do Mapa de Risco: não deve-se colocar data no
mapa de riscos, visto que a tendência é o desprezo, quando ficar
velho.
O Mapa de Risco só precisa ser revisto, quando ocorrem modificações no
local de trabalho ou alterações nos riscos presentes no ambiente. Se não ocorrer
nenhuma das duas, o documento valerá sempre. Sendo assim, só será
necessário alterá-lo se estiver ilegível em função do tempo.
Orientações:
✔ Seja claro em suas orientações: colocar os riscos presentes no
ambiente e também as medidas preventivas;
✔ Localização do Mapa de Risco: o local escolhido deve ser, de
preferência, a entrada para o setor. Assim, todos, antes de entrar,
olham o quadro e se orientarão por ele.
87

Fonte: http://tstsaraivanews.blogspot.com.br/2014/06/modelo-mapa-de-risco.html
88

11. NOÇÕES SOBRE ACIDENTES DE TRABALHO:


CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS, INVESTIGAÇÃO E
PREVENÇÃO

11.1 Introdução

Acidente de trabalho é toda ocorrência não corriqueira; não programada;


normalmente não desejada, que traga prejuízo ao funcionamento normal de
determinada atividade.
A Lei nº 8213, de 24 de julho de 1991, conceitua acidente de trabalho:
Art. 19 - Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do
trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a
perda ou redução, permanente ou temporário, da capacidade para o trabalho.

Lesão corporal é o resultado, bem-sucedido, de qualquer agressão ao


corpo. Pode-se citar, a debilitação de um órgão do corpo humano, como por
exemplo, a cegueira causada pelo lançamento de um estilhaço no olho.
Perturbação funcional, é o prejuízo do funcionamento de qualquer parte
do corpo; órgão ou sentido, como a perda da capacidade de ouvir, por parte de
um trabalhador, no ambiente de trabalho (doença ocupacional), ou fora do
ambiente de trabalho (não ocupacional).
Observe que, nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por
ocasião de satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho
ou durante o trabalho, é considerado no exercício do trabalho.
Segundo a Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991:
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo
anterior, as seguintes entidades mórbidas:
89

I - doença profissional, assim entendida a produzida ou


desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e
constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da
Previdência Social
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou
desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é
realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação
mencionada no inciso I.

11.2 Tipos de Acidentes de Trabalho

Com o objetivo de organizar o processo de mapeamento de acidentes,


após anos, foram criadas algumas classes de acidentes de trabalho.

Acidentes típicos: são os acidentes decorrentes da característica da


atividade profissional desempenhada pelo acidentado.

Acidentes atípicos: também chamados de doença do trabalho ou


doença ocupacional, sofrida em razão do trabalho que o trabalhador exerce.
90

Acidentes de Trajeto são os acidentes ocorridos no trajeto entre a


residência e o local de trabalho do segurado e vice-versa.

O acidente de trajeto é uma interpretação da lei, criada para equipar


acidente de trabalho ao do trajeto da residência para o trabalho ou deste para
aquela, independentemente do modo de locomoção.
Para ser considerado acidente de trajeto, o trabalhador deverá estar no
trajeto normal, isto é, o caminho percorrido para ir ao trabalho habitualmente,
não necessariamente o mais curto, mas sim o obrigatório.

11.3 Causas dos Acidentes de Trabalho

Muitas podem ser as causas dos acidentes de trabalho, sendo causados,


basicamente, por dois fatores: os atos inseguros e as condições inseguras.
91

11.3.1 Atos inseguros

Atos inseguros são fatores importantes, que colaboram para a ocorrência


de acidentes do trabalho e que são definidos como causas de acidentes, que
residem, exclusivamente, no fator humano, isto é, aqueles que decorrem da
execução das tarefas de forma contrária às normas de segurança, ou seja, a
violação de um procedimento aceito como seguro, pode levar a ocorrência de
um acidente.
Atos inseguros podem ser exemplificados como:

⮚ Dirigir em excesso de velocidade e de forma perigosa;


⮚ Carregar materiais pesados de maneira inadequada;
⮚ Trabalhar em velocidades inseguras;
⮚ Utilizar esquemas de segurança que não funcionam;
⮚ Usar equipamentos inseguros ou usá-lo inadequadamente;
⮚ Não usar EPI’s;
⮚ Não usar procedimentos seguros;
⮚ Assumir posições inseguras;
⮚ Subir escadas ou degraus depressa;
⮚ Distrair-se;
⮚ Negligenciar as recomendações de segurança;
⮚ Arriscar-se, brincar, correr, pular e saltar durante a execução das
atividades.
92

11.3.2 Condições Insegura

Condições inseguras são consideradas falhas técnicas que, presentes no


ambiente de trabalho, comprometem a segurança dos trabalhadores e a própria
segurança das instalações; dos equipamentos e oferecem perigo ou risco no
ambiente de trabalho. São defeitos; deficiências; irregularidades técnicas; ou
ausência de dispositivos de segurança.
São exemplos de condições inseguras:

⮚ Equipamentos sem proteção;


⮚ Procedimentos arriscados em máquinas ou equipamentos;
⮚ Armazenamento inseguro;
⮚ Iluminação deficiente;
⮚ Ventilação imprópria;
⮚ Temperatura elevada ou baixa no local;
⮚ Condições físicas ou mecânicas inseguras;
⮚ Ruído em excesso;
⮚ Ambiente sujo e desorganizado;
⮚ Piso escorregadio ou danificado;
⮚ Iluminação inadequada;
⮚ Passagens perigosas;
⮚ Ventilação inadequada;
⮚ Instalações elétricas perigosas ou inadequadas;
⮚ Falta de EPC’s;
⮚ Arranjo físico disfuncional;
93

⮚ Alto risco de incêndio, etc.

11.4 Consequências dos Acidentes

Os acidentes de trabalho, constituem um problema de saúde pública para


todo o país e para o mundo. Estudos revelam que, para cada 30 mil desvios de
condutas ocorridos em um local de trabalho, ocorrerão 3 mil incidentes; 300
acidentes sem afastamento; 30 acidentes com afastamento e 1 acidente fatal.
No Brasil, enfrentamos grandes problemas, devido ao trabalho informal,
onde o trabalhador, não tem amparo legal, e há falta de registros de acidentes,
o que acaba atrapalhando o processo de mapeamento das zonas de riscos e
dos custos, relacionados aos acidentes.
Os acidentes de trabalho só causam prejuízos e nenhum benefício para
ninguém. A necessidade de mudanças na Normas Regulamentadoras é
constante, pois os números de acidentes de trabalho ainda são assustadores.

11.4.1 Consequências para o Trabalhador


94

Com todos os esforços dos empregadores e da conscientização dos


trabalhadores, pela observação das normas; adoção dos programas de
prevenção e a utilização correta dos equipamentos de segurança; ainda assim,
podem ocorrer acidentes, com consequências sérias para o trabalhador,
causando:
⮚ Sofrimento físico (dor, ferimentos, doenças, etc.);
⮚ Incapacidade para o trabalho;
⮚ Desamparo para a família;
⮚ Afastamento do trabalho;
⮚ Redução do salário do trabalhador, quando recebe auxílio-doença
pelo INSS;
⮚ Prejuízos morais;
⮚ Traumas psicológicos (insegurança, sequelas e invalidez, morte,
distúrbios familiares, etc.).

11.4.2 Consequências para a Empresa

As consequências dos acidentes, não se restringem apenas aos


trabalhadores. As empresas também sofrem prejuízos, o que reforça a
95

necessidade da valorização dos programas de prevenção e das alternativas para


minimizar os números de acidentes de trabalho. As principais consequências de
acidentes de trabalho para as empresas são:

• Gastos com primeiros socorros e transporte de acidentados;


• Perda de tempo e dinheiro, caso o acidente gere afastamento, e
também tempo perdido para a substituição do acidentado;
• Pagamento dos primeiros quinze dias após o afastamento;
• Prejuízos com eventuais perdas de máquinas, equipamentos,
ferramentas, matéria-prima, etc.;
• Possíveis atrasos na prestação de serviços ou na produção, que
poderá causar possível insatisfação dos clientes ou multas
contratuais;
• Perda de eficiência e desempenho dos acidentados ao retornar ao
trabalho;
• Eventuais despesas com treinamento do substituto;
• Possível paralisação de alguns serviços;
• Reflexos negativos no ambiente de trabalho;
• Queda na produtividade dos trabalhadores, devido ao imposto
emocional;
• Prejuízos institucionais perante a sociedade;
• Problemas com o sindicato;
• Problemas com a família.

11.4.3 Consequências para a Família da Vítima


96

Para a família da vítima, as perdas são:


• Dificuldade financeira;
• Incômodo geral. Terão que ajudar o acidentado, que em muitos
casos, será incapaz de se cuidar;
• Gastos com compra de remédio, tratamento e locomoção;
• Dor emocional em relação ao parente que está inválido ou
enfermo.

11.4.4 Consequências para o Governo

O governo também tem perdas com o acidente de trabalho:


• Perda da mão de obra produtiva;
• Mais gente dependendo do dinheiro do INSS;
• Menos dinheiro recebido de contribuinte pelo INSS.
97

11.5 Procedimentos em Caso de Acidentes

O primeiro passo será sempre procurar socorro médico. Tudo dependerá


da condição da pessoa após o acidente.
A pessoa deverá entrar em contato com o SESMT; a CIPA ou o setor de
RH da empresa.

11.5.1 Emissão da CAT

A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), é um documento, emitido


para reconhecer, tanto um acidente de trabalho ou de trajeto, bem como uma
doença ocupacional.
A empresa é obrigada a informar à Previdência Social, todos os acidentes
de trabalho ocorridos com seus empregados, mesmo que não haja afastamento
das atividades, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência.
Em caso de morte, a comunicação deverá ser imediata.
O preenchimento e envio da CAT, pode ser realizado online ou de forma
manual.
Existem mais de um tipo de CAT conforme segue:

• a CAT inicial, irá se referir a acidente de trabalho típico, trajeto,


doença profissional, do trabalho ou óbito imediato;
• a CAT de reabertura, será utilizada para casos de afastamento por
agravamento de lesão de acidente do trabalho, ou de doença
profissional ou do trabalho;
98

• a CAT de comunicação de óbito, será emitida, exclusivamente,


para casos de falecimento, decorrente de acidente ou doença
profissional ou do trabalho, após o registro da CAT inicial;
• na CAT de reabertura, deverão constar as mesmas informações
da época do acidente. Exceto quanto ao afastamento, último dia
trabalhado, atestado médico e data da emissão, que serão relativos
à data da reabertura. Não será considerada CAT de reabertura, a
situação de simples assistência médica ou de afastamento, com
menos de 15 dias consecutivos.

A CAT deve ser emitida em quatro vias:

1º via vai para o INSS.


2º via fica com o segurado ou os dependentes dele.
3º via fica com o sindicato da categoria do trabalhador.
4º via fica na empresa.
O emitente da CAT, tem a obrigação de enviar as quatro vias para os
lugares mencionados. Além disso, deve informar ao acidentado, onde ela foi
registrada.

11.5.2 Retorno ao Trabalho

Quando o INSS julgar que a pessoa está novamente apta para o trabalho,
a encaminhará para perícia médica, e, se for aprovada pelo Setor de Perícia, ela
é liberada para retornar ao trabalho.

11.5.3 Exames médicos

Conforme a NR 7, toda a pessoa que sofrer acidente de trabalho e, por


isso, ficar afastada, deverá, no retorno ao trabalho, passar por exames médicos
de retorno ao trabalho, com emissão do ASO (Atestado de Saúde Ocupacional)
e exames complementares.
99

11.6 Investigação do Acidente

A investigação dos acidentes de trabalho, é importante para descobrir as


causas e evitar que ocorram acidentes parecidos. Somente após a investigação,
é possível saber onde se deve focar o trabalho preventivo.
A investigação de acidente de trabalho, deve acontecer, seguindo no
mínimo, os seguintes passos:

11.6.1 Primeiros Passos

Acompanhe a seguir como se prepara para a investigação:


• Conheça o processo normal de trabalho na empresa;
• Envolva outras pessoas, nunca trabalhe sozinho.

11.6.2 Procedimentos para a investigação

Os principais procedimentos para fazer o levantamento dos fatos para a


investigação são:

• O ambiente: certifique-se de que o ambiente está livre de


alterações. Isso contribuirá para desvendar o que saiu de errado e
provocou o acidente. Anote todos os detalhes que julgar
importante;
• Entrevistas: converse com as pessoas envolvidas no acidente, as
que só viram e até as que foram vítimas. Dê prioridade para que as
conversas sejam particulares, e deixe claro que o objetivo da
100

conversa é encontrar o erro no processo, para evitar que ocorram


acidentes semelhantes;
• Exames médicos: são importantes para determinar a gravidade
da lesão e também o agente causador;
• Elaborar o relatório final do acidente: o relatório do acidente
deve ser pequeno, com texto de fácil compreensão e sem termos
técnicos. Segue os passos para o relatório:

➢ Qual o agente causador do acidente;


➢ Quantidade de envolvidos;
➢ Depoimento de testemunhas;
➢ Detalhes importantes sobre o ambiente de trabalho;
➢ Quantos dias de afastamento o funcionário terá que cumprir;
➢ Quantas horas de jornada já tinham sido cumpridas no dia
do acidente;
➢ Se o acidentado é portador de alguma enfermidade e se
toma algum tipo de medicamento controlado;
➢ Outras situações dignas de atenção;

● Aponte soluções para a eliminação dos riscos: encontre o


problema e sugira soluções possíveis de serem cumpridas.
101

12. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DOS RISCOS

12.1 Introdução

Prevenir é a melhor forma de tratar os acidentes de trabalho.


Com a prevenção, é possível evitar muitos dos acidentes. A seguir,
apresentam-se algumas medidas para a prevenção dos acidentes.

12.2 Conscientização

A segurança do trabalho, só flui na empresa, por meio de conscientização.


A conscientização dos funcionários é de longe, a prática mais importante
para uma gestão de segurança do trabalho de sucesso.
A conscientização pode ocorrer nas seguintes fases:
102

⮚ Divulgação dos riscos: consiste em mostrar, de forma clara, sem


uso de linguagens técnicas, a existência dos riscos relativos a
atividade;
⮚ Divulgação das medidas preventivas: mostrar ao empregado, de
forma clara, como se proteger dentro da cada etapa do processo
de trabalho, através das ferramentas: EPC, EPI, procedimentos de
trabalho, etc.;
⮚ Reforços periódicos: periodicamente, a empresa precisa usar as
ferramentas disponíveis, para refazer o processo de
conscientização.

12.3 Equipamentos de Proteção Coletiva

Os equipamentos de proteção coletiva, são um método de proteção


inteligente.
Os equipamentos de proteção coletiva, devem ser a primeira opção a ser
analisada, para diminuição ou eliminação dos riscos no ambiente de trabalho.
Devido a importância, aborda-se o assunto em um item específico.
103

12.4 Equipamento de Proteção Individual

Os Equipamentos de Proteção Individual – EPIs, são muito utilizados e


conhecidos na maioria das empresas.
É uma medida que fornece proteção geral. Porém, para ter sucesso, a
equipe de segurança do trabalho, deve praticar diálogos e palestras, praticando
a conscientização dos funcionários mais resistentes.
Este conteúdo também aborda-se em um capítulo específico.

12.5 Ferramentas de Prevenção

Entre as ferramentas de prevenção de acidentes estão: DDS; check list;


investigação de acidentes; inspeção de segurança; análise preliminar de risco;
permissão de trabalho; sinalização; mapa de risco. Veja a seguir uma breve
descrição de cada uma delas.

⮚ Diálogo diário de segurança: é uma ferramenta de


conscientização. São palestras curtas que, em geral, não chegam
104

em 15 minutos. Os temas são focados nos riscos presentes no


ambiente e nas medidas preventivas adotadas pela empresa;
⮚ Check List: são utilizados para verificação de segurança em locais
de trabalho; veículos; máquinas; ferramentas; equipamentos; EPIs
e até para o funcionamento de um órgão, como SESMT e CIPA. Há
também os check lists de NRs, que servem para adequar a
empresa às exigências da NR utilizada como fonte do próprio
check list;
⮚ Investigação de acidentes: é importante para determinar a causa
do acidente e evitar que aconteçam outros parecidos;
⮚ Inspeção de segurança: visa a identificação dos riscos de
acidentes e doenças ocupacionais, fazendo uso de técnicas e
recursos apropriados. A inspeção pode ser geral, parcial, de rotina,
periódica, eventual, oficial ou especial;
⮚ PGR: Um dos programas mais importantes é o PGR – Programa
de Gerenciamento de Riscos, que veio para substituir o PPRA –
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, regido pela Norma
Regulamentadora – NR-1, que estabelece as diretrizes mínimas
que o programa deve seguir. Anteriormente, o PPRA contemplava
apenas riscos físicos, químicos e biológicos, o que foi modificado
na adoção do PGR, que também contempla riscos ergonômicos,
de acidentes e, ainda, as situações de emergência. Nesse
programa, o plano de ação deve ser consistente e prever ações
para todos os riscos encontrados, além de outras comuns, como o
monitoramento quantitativo dos agentes de risco passíveis de
medição.
⮚ PCMSO: o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional,
tem como objetivo, a preservação da saúde, do conjunto dos seus
trabalhadores, sendo, então, um programa que, em conjunto com
os demais, somará forças em prol da saúde dos trabalhadores. Tem
caráter de prevenção, mapeamento precoce e diagnóstico dos
agravos a saúde dos trabalhadores, além da constatação dos
casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis a saúde dos
funcionários;
105

⮚ APR: a Análise Preliminar de Riscos, é uma técnica, que visa a


prevenção de acidentes do trabalho, por meio da antecipação dos
riscos. É uma visão antecipada do trabalho a ser executado, a qual
permite a identificação dos riscos envolvidos em cada passo da
tarefa, e ainda, permite a condição de evitá-lo ou conviver com ele
em segurança;
⮚ PT: a Permissão de Trabalho, é um formulário, normalmente
utilizado em trabalhos com riscos elevados. É usado para
documentar a liberação de trabalho em áreas de riscos elevados,
por tempo determinado. Normalmente utilizado nos trabalhos a
quente, espaço confinado, trabalho com produtos químicos,
trabalho em locais com gases e explosivos, trabalho em altura,
movimentação de produtos perigosos e escavações;
⮚ Sinalização/Placas de aviso: devem ser muito bem implantadas,
visto que as mesmas servem como orientadores;
⮚ Organização do ambiente: a organização do ambiente é uma
peça importante na prática de prevenção de acidentes. Procure
não improvisar, participar de treinamentos oferecidos pela empresa
e cumprir as normas de segurança adotadas pela empresa.
106

13. ERGONOMIA

13.1 Introdução

Pode-se de dizer que a ergonomia é bem jovem, começou a ser estudada


e aplicada logos após a Segunda Guerra Mundial, quando surgiu a necessidade
de soluções aos problemas operacionais e a novas questões de saúde que se
tornaram prevalecentes nos trabalhadores, pois até esse período os
trabalhadores precisavam se adaptar às máquinas.

13.2 Ergonomia

A ergonomia busca projetar ou adaptar condições de trabalho compatíveis


com as capacidades do ser humano, respeitando seus limites.
107

Ela vem com o objetivo de transformar o trabalho de forma a adaptá-lo às


características e variabilidade do homem e do processo produtivo, aliando o
bem-estar, segurança e a produtividade e qualidade.
Segundo SENAC (2021), a ergonomia é uma ciência que estuda a relação
do homem com o ambiente que o rodeia para promover seu bem-estar.
A palavra ergonomia vem de duas palavras gregas: “ergon”, que significa
trabalho e “nomos”, que significa leis.
A ergonomia é dividida em três grandes grupos, sendo eles:

13.2.1 Ergonomia Cognitiva

A ergonomia cognitiva está relacionada à análise da demanda reflexiva


gerada, como por exemplo:
• O estresse no ambiente de trabalho;
• A interação saudável entre o homem e computador;
• O reflexo da carga mental no ambiente de trabalho e sua influência
na tomada de decisão.

13.2.2 Ergonomia organizacional


108

A ergonomia organizacional está relacionada às padronizações dos


processos, hierarquia organizacional, prescrição de tarefas, entre outros
aspectos relacionados à burocratização do trabalho, que refletem diretamente
na execução das atividades pelo trabalhador.

13.2.3 Ergonomia física

A ergonomia física está relacionada à estrutura biológica do trabalhador e


seus movimentos.
Podemos levar em conta os seguintes fatores:
• Manuseio de materiais e ferramentas de trabalho;
• Postura adequada nos postos de trabalho;
• Movimentos repetitivos.

13.3 Levantamento, Transporte e Descarga Individual de Materiais


109

Transporte manual de carga é todo aquele no qual o peso da carga é


suportado inteiramente por um só trabalhador, envolvendo o levantamento e a
deposição da carga.

13.3.1 Capacidade Individual de Carregamento de Peso

Será que existe limite de peso que um trabalhador possa carregar?

Sim, a NR-17 deixa claro que não deverá ser exigido nem admitido o
transporte manual de cargas por um trabalhador cujo peso seja suscetível de
comprometer sua saúde ou sua segurança.
Fique de Olho!
Você não é obrigado a transportar o que não consegue!

Observe que quando mulheres de qualquer idade e trabalhadores jovens


com idade inferior a dezoito anos e maior de quatorze anos forem designados
para o transporte manual de cargas, o peso máximo destas deverá ser
nitidamente inferior àquele admitido para os homens, para não comprometer a
sua saúde ou a sua segurança.
110

Pessoas idosas devem evitar o levantamento de peso, pois seus ossos


são frágeis devido a ação do tempo

13.3.2 Levantamento e Transporte Individual de Materiais

Antes de iniciar a tarefa de movimentação manual de cargas, você deve


observar o peso, volume e dimensões da carga, para então adotar uma postura
correta de manuseio de modo a evitar graves consequências à sua coluna.

Veja algumas dicas sobre levantamento de peso.

1- Posicione-se junto ao objeto e mantenha os pés


afastados, com um pé à frente do outro, pois isso
vai aumentar sua base de sustentação;

2- No momento em que se abaixar, dobre os joelhos


e mantenha a cabeça e as costas em linha reta;

3- Quando o objeto que será transportado estiver em


suas mãos, segure-o de forma bastante firme,
usando a palma das mãos e todos os dedos,
tomando cuidado para o objeto não cair no chão
e, consequentemente, sobre os pés;
111

4- No momento em que for se levantar, use somente


o esforço das pernas e mantenha os braços
estendidos;

5- É importante aproximar o objeto do corpo, pois


quanto mais distante do corpo, mais difícil será a
locomoção e manuseio.
Durante o percurso, mantenha o objeto
centralizado em relação ao seu corpo.

A união faz a força!


Solicite ajuda quando for transportar objetos grandes ou mais pesados do que
suporta.

13.3.3 Meios Apropriados de Carga e Descarga

Garantir a sua segurança é primordial durante as atividades, porém a


utilização de outros meios para a movimentação de cargas também pode facilitar
e agilizar os trabalhos.
112

Segundo a NR-17 item 17.2.4, com vistas a limitar ou facilitar o transporte


manual de cargas, deverão ser usados meios técnicos apropriados.
Para facilitar o transporte de carga podem ser utilizados vários outros
meios de transporte como um simples carro de mão até empilhadeiras de grande
porte.

13.3.4 Carro de Mão

O carro de mão foi criado para auxiliar os soldados durante a guerra, com
ele era possível realizar carregamento maior de mantimentos, transportar feridos
e criar barricadas para proteção dos soldados.
Quando se observaram os benefícios da utilização do carro de mão, ele
começou a ter outras funções e hoje ele é amplamente usado.
A construção civil é uma das grandes beneficiadas com a invenção,
auxiliando os trabalhadores no transporte de materiais.
Além do carro de mão, bastante conhecido como carrinho de mão,
existem vários tipos de carro do transporte de carga, conforme exemplos:
113

• Carro tipo plataforma: utilizado normalmente para transporte de


materiais, em supermercados, construção civil, armazéns e outros.
• Carro de Carga Escada: comumente utilizado por entregadores
que precisam acessar prédios e subir escadas, por sua facilidade
em escalar degraus.
• Carro de Carga para Transporte de Tambor: projetado
circularmente para o transporte de botijões de gás.

Muitos outros tipos de carros de transporte de materiais podem ser


encontrados no mercado, procure o que melhor se encaixe em suas atividades.

Use corretamente o carro de mão.


• Mantenha a carga mais baixa possível;
• Coloque primeiramente os objetos pesados, depois os mais leves;
• Coloque a carga de modo que o peso se concentre no eixo;
• Não coloque a carga acima da altura dos seus ombros;
• Ao levantar o carrinho, faça força com os braços e pernas, e não
com as costas;
• O carrinho é que deve transportar a carga, você só o empurra e o
equilibra;
• Nunca ande para trás com o carrinho carregado.

13.3.5 Transpaleteira
114

A transpaleteira é um equipamento utilizado para levantar e movimentar


cargas pesadas de um lado para o outro.
A transpaleteira pode ser manual ou elétrica:

• Transpaleteira manual: a sua principal particularidade é o


processo de funcionamento, em que uma bomba hidráulica faz o
processo de levantamento e descarga dos produtos.
• Transpaleteira elétrica: utiliza uma fonte externa de energia para
se movimentar. Ela é muito maior que a manual, o que pode
dificultar sua movimentação se o espaço for pequeno, porém a
grande vantagem é que suporta um peso maior de carga.

13.3.6 Empilhadeira
115

Uma empilhadeira ou empilhador é uma máquina de grande porte usada


principalmente para carregar e descarregar mercadorias nas áreas de
engenharia civil, logística, lojas de materiais de construção, entre outros.
Trata-se de um veículo industrial que movimenta o transporte de grandes
volumes de carga, substituindo boa parte do esforço de vários homens para
mover o mesmo material.
Todo trabalhador que utiliza a empilhadeira deve ser treinado para operá-
la.

13.4 Ergonomia No Escritório

Como assim?
Doenças do trabalho em escritórios?
116

Sim, os trabalhadores que laboram em escritórios podem desenvolver


algumas doenças do trabalho e a ergonomia é uma grande aliada para evitá-las.
Para prevenir as doenças do trabalho fique atento ao seu posto de
trabalho e às suas condições físicas e cognitivas.

13.4.1 Ambiente de Trabalho

O ambiente de trabalho é composto das instalações, mobiliário e


equipamentos. É o local onde o trabalhador irá desempenhar as suas atividades.
Este deve ser pensado para garantir sua segurança e saúde.
117

13.4.2 Iluminação

A iluminação pode ser natural ou artificial, geral ou suplementar, porém


você deve garantir que ela esteja apropriada para as suas atividades.
Certifique-se de que a iluminação seja uniformemente distribuída e difusa
e que não esteja ofuscando ou gerando reflexos incômodos, sombras e
contrastes excessivos.
Problemas na iluminação podem causar desconforto, fadiga ocular e dor
de cabeça.

Iluminação artificial Iluminação Natural

13.4.3 Temperatura

A temperatura no ambiente de trabalho deve possibilitar ao trabalhador


um conforto térmico, o que torna o ambiente de trabalho agradável.
Segundo a NR-17 Ergonomia, devem ser adotadas medidas de controle
da temperatura, da velocidade, da ocorrência de corrente de ar e da umidade
com a finalidade de proporcionar conforto térmico na situações de trabalho,
observando-se o parâmetro de faixa de temperatura do ar entre 18°C e 25°C
para ambientes climatizados.
Se não for possível estar em um local onde se possa controlar a
temperatura, procure ficar em um ambiente ventilado e utilize roupas
confortáveis de acordo com o clima.
118

13.4.4 Mobiliário

Quando você estiver realizando trabalhos sentado, seu posto de trabalho


deve ser planejado ou adaptado à sua posição. Bancadas, mesas, escrivaninhas
e as cadeiras devem proporcionar condições para uma boa postura, visualização
e operação.

• MESAS

O ideal é sempre trabalhar à mesa, utilize-a como base para as suas


atividades.
Tenha todos os equipamentos que utiliza diariamente sobre ela ou o mais
próximo possível, como as tomadas, telefone, agenda, porém lembre-se de
evitar o acúmulo de coisas sobre ela, o que pode tirar a sua liberdade de
movimentos.
119

• CADEIRAS

É na cadeira que você passa a maior parte do seu tempo, por isso ela
deverá ser no mínimo confortável.
Condições mínimas para uma cadeira confortável:
• Altura compatível com o tipo de trabalho e com a estatura da
pessoa;
• Ajustes de altura e ajustes para as costas;
• Assento com bordas arredondadas;
• Encosto articulado;
• Apoio para os braços.

• APOIO DE PÉS

Quando a cadeira não permite que você apoie os pés no chão, a solução
é adotar um apoio para os pés, que serve para relaxar a musculatura e para
melhorar a circulação sanguínea nos membros inferiores.
120

13.5 Prática de Trabalho

Na grande maioria das empresas são seguidas as normas, ao se adotar


mobiliário e equipamentos que estejam dentro das especificações padronizadas
por organismos oficiais, voltados à preservação da saúde do trabalhador.
O esforço repetitivo e o uso inadequado do corpo são as principais fontes
de doenças do trabalho. Porém, existem formas simples de se prevenir as
doenças.
O alongamento regular durante o dia proporciona melhora na circulação
do sangue, diminuição da tensão muscular, redução da ansiedade, estresse e
fadiga, melhora da prontidão mental, diminuição do risco de lesão, facilitação do
trabalho, desenvolvimento da consciência corporal e a sensação de bem-estar.

Alongue-se sempre! Alongue as mãos, braços, ombros, costas, pernas e


pescoço. Alongue-se antes, nos intervalos e depois da jornada de trabalho.
Para se alongar, respire naturalmente, relaxe e preste muita atenção nos
seus movimentos, nos músculos e nas articulações.
121

14. DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO

14.1 Introdução

A doença ocupacional é entendida como a produzida ou desencadeada,


pelo exercício do trabalho peculiar à determinada atividade e constante da
respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência
Social.
A legislação em vigor, subdivide e equipara as doenças ocupacionais em:
doença profissional e doença do trabalho, conforme artigo 20, incisos I e II, da
Lei 8.213/1991.

I – doença profissional, assim entendida, a produzida ou desencadeada pelo


exercício do trabalho peculiar à determinada atividade e constante da
respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência
Social;
II – doença do trabalho, assim entendida, a adquirida ou desencadeada em
função de condições especiais, em que o trabalho é realizado e com ele se
relacione diretamente.

As doenças ocupacionais, subdividem-se em tecnopatias; ergonopatias


ou doenças profissionais típicas, inerentes a alguns trabalhos peculiares ou a
determinadas atividades laborativas, com nexo causal presumido, razão pela
qual o infortunado fica dispensado de comprovar o mesmo.
Os casos de doenças ocupacionais vêm aumentando gradativamente, na
mesma proporção do crescimento industrial e, considerando a extensão dessas
doenças, cabe destacar algumas que aparecem com maior incidência e, por isso,
são tidas como doenças ocupacionais mais comuns, de acordo com as
estatísticas, sendo estas:
122

14.2 Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR)

A PAIR, é uma diminuição progressiva auditiva, decorrente da exposição


continuada a níveis elevados de pressão sonora. O termo Perdas Auditivas
Induzidas por Níveis Elevados de Pressão Sonora, é o mais adequado, porém,
o termo PAIR é mais utilizado e, por isso, mais conhecido.
As principais características desta moléstia são:

• Ser sempre neurossensorial, por comprometer as células de órgão


de Corti;
• Ser quase sempre bilateral, por atingir os ouvidos direito e
esquerdo, com perdas semelhantes e, uma vez instalada,
irreversível;
• Por atingir a cóclea, o trabalhador pode atingir intolerância a sons
mais intensos.

O diagnóstico de PAIR, pretende a identificação; qualificação e a


quantificação da perda auditiva. É necessário constatar que o trabalhador foi
exposto a níveis elevados de pressão sonora, de intensidade maior que 85dc,
durante oito horas diárias, por vários anos.
Cabe destacar que, os danos causados à saúde do trabalhador,
transcendem a função auditiva, atingindo também os sistemas circulatório;
nervoso; endócrino; digestivo; entre outras atividades físicas e mentais.
Apresentam-se como medidas de controle e conservação auditiva, o
reposicionamento do trabalhador em relação à fonte de ruído, ou mudança de
função; a redução da jornada de trabalho e o aumento do número de pausas no
trabalho e/ou de duração das mesmas.
123

14.3 Lesão por Esforço Repetitivo (LER)

As Lesões por Esforços Repetitivos – LER, são enfermidades que podem


acometer tendões; articulações; músculos; nervos; ligamentos; isolada ou
associadamente, com ou sem degeneração dos tecidos, atingindo, na maioria
das vezes, os membros superiores; região escapular; pescoço; pelo uso repetido
ou forçado de grupos musculares e postura inadequada.
Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – DORT ou LER,
são definidos como síndromes clínicas; apresentam dor crônica, acompanhada
ou não por modificações objetivas, e resultam do trabalho exercido.
A expressão LER é genérica. O médico, ao diagnosticar, deve especificar
qual é o tipo de lesão, pois como refere-se a várias patologias, torna-se mais
difícil determinar o tempo que leva para uma lesão persistente passar a ser
considerada crônica.
A prevenção pode ser realizada, através da redução dos riscos ambientais
e interrupção das atividades que estão provocando dor, já no surgimento dos
primeiros sintomas, que podem ser algumas pontadas ou dores suportáveis. É
necessário que se faça um diagnóstico, para possibilitar a rápida reversão do
quadro.
Para evitar que os trabalhadores sejam acometidos pelas doenças, a
empresa poderá oferecer aos trabalhadores, a ginástica laboral.
124

14.4 Dermatose ocupacional

Essas e outras disfunções, quando diagnosticadas como doenças


ocupacionais, são devidas a exposição do trabalhador, a determinados agentes,
durante o desempenho de suas funções. Esses agentes podem ser de natureza
química; física ou biológica, como, graxa ou óleo mecânico.
Caracterizadas por alterações na pele e mucosa, as dermatoses
ocupacionais (DO) englobam:
• Dermatites de contato;
• Cânceres;
• Infecções;
• Ulcerações.

Como forma de prevenção, podem ser realizados exames médicos


periódicos; orientações aos funcionários; afastamento do fator irritante ou que
está causando a alergia.

14.5 Doenças psicossociais


125

As doenças psicossociais, ocupam um importante lugar dentre as


principais causas de afastamentos do trabalho. Entre as principais razões, estão:
• Carga excessiva de trabalho;
• Pressão no trabalho;
• Tempo no desempenho da função;
• Insegurança decorrente da situação de trabalho;
• Exigências emocionais da função;
• Desentendimento na área de trabalho;
• Assédio moral ou sexual.

Importante ressaltar que os riscos psicossociais, referem-se aos que


abalam a saúde mental; física e social do trabalhador, podendo desenvolver no
trabalhador, um desânimo prolongado no convívio de trabalho, ocasionando uma
tristeza profunda.
Prevenção: avaliação e controle do risco para doenças psicossociais no
local de trabalho; gestão do estresse laboral; adoção de ações capazes de
promover o bem-estar mental dos colaboradores; entre outras medidas.

14.6 Doenças da visão

Os olhos são vulneráveis a muitos dos riscos presentes em situações de


trabalho. Entre eles, a exposição a agentes mecânicos; físicos; químicos;
biológicos e sobre-esforço. As manifestações das doenças que acometem o
aparelho visual, vão desde leve sensação de desconforto, até transtornos
graves, como no caso da catarata e cegueira.
126

Quem trabalha em lugares de altas temperaturas, pode desenvolver a


perda do cristalino, ocasionando a cegueira. Assim como o câncer de pele, a
doença atinge uma parcela significativa da população brasileira, principalmente
os idosos, e precisa ter relação direta com o trabalho para ser considerada
ocupacional.
Como prevenção, pode ser utilizada a implementação de programas, que
incluam vigilância à saúde no trabalho, nos ambientes nos quais são executadas
as tarefas; e obtenção de melhores condições para o desempenho das funções.

14.7 Doenças Pulmonares

O pulmão é a principal interface entre o organismo e o ambiente, estando


assim, sujeito às mais variadas exposições, como a fumos; poeiras; gases e
vapores produzidos ou utilizados no ambiente de trabalho.
As doenças pulmonares de origem ocupacional, comumente chamadas
de profissionais, devem-se à inalação de partículas nocivas; nuvens; vapores ou
gases no local de trabalho.
As principais doenças respiratórias ocupacionais são: silicose; pulmão
negro; asbestose; bronquite; beriliose; asma profissional; bissinose; exposição a
gases e substâncias químicas; pneumoconiose benigna; pneumonites de
hipersensibilidade; doenças infecciosas e cancro.
Vale salientar que as doenças ocupacionais pulmonares, podem ocorrer
em várias profissões e com diferentes graus de gravidade, uma vez que vai
127

depender da suscetibilidade do indivíduo; da intensidade da exposição; do tipo


de exposição; do tipo de partículas (orgânicas, inorgânicas ou sintéticas); do seu
tamanho; densidade; solubilidade e carga elétrica. Por outro lado, a
manifestação destas doenças, pode ocorrer de uma forma aguda ou crônica,
insidiosamente ao longo de décadas, constituindo um grupo de doenças com
elevada repercussão na qualidade de vida dos trabalhadores afetados.
Como prevenção, pode ser utilizada a implementação de programas, que
incluam vigilância à saúde no trabalho nos ambientes nos quais são executadas
as tarefas e melhores condições para o desempenho das funções.
128

15. NOÇÕES SOBRE INCLUSÃO DE PESSOAS COM


DEFICIÊNCIAS E REABILITADOS NO PROCESSO DE
TRABALHO

15.1 Introdução

A inclusão social de pessoas com deficiência PcD é a abertura de um


caminho para uma sociedade inclusiva.
Inserir pessoas com deficiência no ambiente de trabalho é mais que uma
obrigação, é uma responsabilidade social.
Para incluir um PcD no quadro de colaboradores deve-se haver um
cuidado desde o planejamento e adequação do ambiente da empresa as
necessidades do PcD até o processo de recrutamento e seleção.
A empresa deve ser um ambiente inclusivo, garantindo o bem estar de
todos os colaboradores.

15.2 Lei 8231 de 24/07/1991

Em 24 de julho de 1991 foi publicada a lei número 8231, que dispõe sobre
os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências.
O Art. 89 cita que a habilitação e a reabilitação profissional e social
deverão proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o
trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios para a (re)educação
129

e de (re)adaptação profissional e social indicados para participar do mercado de


trabalho e do contexto em que vive.
A Lei estabelece que a empresa que tiver 100 (cem) ou mais empregados
está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos
seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência,
habilitadas, na seguinte proporção:
I – de 100 até 200 empregados – 2%;
II – de 201 a 500 – 3%;
III – de 501 a 1.000 – 4%;
IV – de 1.001 em diante – 5%.

Segundo o ministério do Trabalho se enquadram como PcD os seguintes


tipos de deficiências:
• Deficiência física: alteração de força, alterações articulares,
ostomias, nanismo, paralisia cerebral, amputações, ausência ou
deformidade de membros, outras alterações de segmentos
corporais, deformidades estéticas;
• Deficiência auditiva
• Deficiência visual: visão monocular;
• Deficiência intelectual
• Deficiência Mental/Psicossocial: transtorno do espectro autista:
deficiência Mental (Psicossocial); síndromes Epilépticas; déficits
cognitivos originados após 18 anos

15.3 Direitos da PcD


130

A lei 13146 normatiza as disposições para que a PcD tenha um trabalho


de sua livre escolha em um ambiente acessível e inclusivo, com equidade de
oportunidade.
Os trabalhadores devem ter condições justas e favoráveis, devendo
receber remuneração igual aos demais trabalhadores, não devendo existir
impedimento ao trabalho, sendo vedada discriminação desde o recrutamento à
promoção profissional
É direito do profissional receber da empresa condições de acesso a
cursos, treinamentos, educação continuada, planos de carreira, promoções,
bonificações e incentivos profissionais, em igualdade de oportunidades com os
demais empregados.

15.4 Habilitação e Reabilitação Profissional

A habilitação profissional é o processo que tem como objetivo


proporcionar a PcD a aquisição de conhecimento, habilidades e aptidões para o
exercício da profissão ou da ocupação, devendo ser realizada em ambientes que
possuem recursos que atendam todas as pessoas com deficiência,
independente de qual seja.
Já a reabilitação profissional envolve quem, por qualquer razão, esteja
incapacitado para seu trabalho e faz o uso de meios de reeducação ou
readaptação profissional para o retorno ao ambiente de trabalho.
131

15.5 A inclusão

A inclusão ocorre quando a pessoa com deficiência tem a mesma


oportunidade das demais pessoas, não se resumindo apenas em uma
contratação.
A organização deve estar preparada para que o sucesso seja alcançado,
permitindo que as pessoas com deficiência fortaleçam sua autoestima e se
integram à rotina da empresa.
Felipe Lacerda, cita 10 dicas para a inclusão do PcD e reabilitados na sua
empresa:
1. Identifique os níveis de aceitação e de rejeição;
2. Execute atividades de sensibilização e treinamento em todos os
setores;
3. Promova relacionamentos saudáveis entre os colaboradores com
a PcD;
4. Faça um mapeamento da acessibilidade;
5. Adote estratégias ergonômicas para possibilitar a inclusão da PcD;
6. Conte com um apoio especializado;
7. Divulgue internamente o programa de inclusão;
8. Conscientize e capacite supervisores e chefes de equipe;
9. Ofereça um plano de carreira;
10. Acompanhe de perto o desenvolvimento do colaborador.

15.6 A inclusão na Segurança do Trabalho


132

A segurança e saúde do trabalho (SST) tem um papel fundamental na


inclusão das pessoas com deficiência, cabe aos profissionais da SST
desenvolver estratégias que visem incluir estas pessoas.
A SST tem como objetivo proteger e promover a saúde dos trabalhadores,
mantendo e melhorando sua capacidade de trabalho e adaptando o ambiente de
trabalho aos trabalhadores, contribuindo na manutenção de um ambiente seguro
e saudável para todos,
Segundo Daniela Bortman (2016) cabe ao Profissional do Trabalho:
• Buscar a melhor adaptação do trabalho ao trabalhador, a
identificação de riscos à saúde associados ao trabalho, a avaliação
e a eliminação ou o controle dos riscos existentes no trabalho;
• Exercer suas atividades com total independência, profissional e
moral, com relação ao empregador e ao empregado;
• Conhecer os ambientes e as condições de trabalho dos
trabalhadores sob seus cuidados, para o adequado desempenho
de suas funções;
• Ser peça fundamental para a promoção de debates que ampliem
práticas inclusivas e mudanças dentro do ambiente de trabalho;
• Mitigar os efeitos, recuperar ou reabilitar o trabalhador na
ocorrência de acidentes ou doenças no ambiente de trabalho.
• Compreender o processo de inclusão de todos os trabalhadores;
• Não discriminar nos processos seletivos – identificação do
potencial, em vez da limitação;
• Fazer com que o trabalho seja adaptado ao trabalhador
(ergonomia, planos de resposta a emergência, novas tecnologias
etc.).
133

16. PREVENÇÃO E COMBATE AO ASSÉDIO SEXUAL E


A OUTRAS FORMAS DE VIOLÊNCIA NO TRABALHO

16.1 Introdução

A violência, o assédio e a discriminação no trabalho podem interferir na


liberdade, na dignidade e nos direitos humanos dos trabalhadores.
Este tipo de violência afeta diretamente ao trabalhador, atingindo a
quantidade e a qualidade do seu trabalho, gerando adoecimentos, afastamento
em decorrência das doenças psíquicas ou psicológicas.
Para que possam ser elucidados os problemas voltados a este tipo de
violência aos trabalhadores o governo federal publicou a Lei nº 14.457, de 21 de
setembro de 2022, que estabelece que, para a promoção de um ambiente laboral
sadio, seguro e que favoreça a inserção e a manutenção de mulheres no
mercado de trabalho, as empresas com Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes e de Assédio (CIPA) deverá adotar medidas para a prevenção e
combate ao assédio sexual e às demais formas de violência contra a mulher no
trabalho.
E em 20 de dezembro de 2022 foi publicada a portaria MTP Nº 4.219 que
renomeou a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes para CIPAS -
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio.
Este é um dos assuntos que geram muitas dúvidas, e para te auxiliar, no
decorrer deste capítulo iremos apresentar os principais conceitos, forma de
134

reconhecimentos, formas de prevenção e a conduta caso você se depare com


uma dessas situações no ambiente de trabalho.

16.2 Violência no Trabalho

Violência no trabalho é a agressão física, psicológica ou moral do


trabalhador em circunstâncias relacionadas ao trabalho, gerando risco para a
sua segurança, bem-estar ou saúde.
A violência pode se manifestar de muitas maneiras: por meio de
agressões físicas, insultos verbais, assédio moral e sexual, discriminações.
Pode ser executada por pessoas externas e internas ao ambiente de
trabalho.

16.3 Assédio Sexual no Trabalho


135

Quando a mulher se inseriu no mercado de trabalho, laborando lado a


lado com os homens, a reação masculina passou a ser com condutas de
hostilidade e de imposição de superioridade, travadas por meio de assédio
sexual.
O assédio sexual era prática que não só servia para demonstrar que a
mulher trabalhadora não constituiria, com sua inserção no trabalho, ela não era
vista como sujeito de direitos e sim como objeto, como forma de demonstrar que
era uma intrusa nos ambientes laborais do homem.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, mais de 52%
das mulheres economicamente ativas já foram vítimas de assédio sexual no
trabalho.
Segundo o Ministério do Trabalho o assédio sexual é abordagem com
conotação sexual ou insistência inoportuna, manifestada fisicamente ou por
palavras, gestos ou outros meios, a pessoas contra a sua vontade, causando-
lhes constrangimentos e violando a sua liberdade sexual.

O assédio sexual pode ser distinguido em dois tipos:


• Assédio por chantagem: é o que ocorre quando há a exigência
de uma conduta sexual, em troca de benefícios ou para evitar
prejuízos na relação de trabalho;
• Assédio por Intimidação: é o que ocorre quando há provocações
sexuais inoportunas no ambiente de trabalho, com o efeito de
prejudicar a atuação de uma pessoa ou de criar uma situação
ofensiva, de intimidação ou humilhação. Caracteriza-se pela
insistência, impertinência, hostilidade praticada individualmente ou
em grupo, manifestando relações de poder ou de força não
necessariamente de hierarquia. Por vezes confundido com assédio
moral.

Você sabia que assédio sexual é crime?

Desde 2001, o art. 216-A do Código Penal prevê: “Constranger alguém


com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o
136

agente da sua condição se superior hierárquico ou ascendência inerentes ao


exercício, emprego, cargo ou função”.
A pena prevista é de detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

A ação contra o assédio sexual não é uma luta de mulheres contra


homens, ela é uma luta de todos, independente do gênero, que desejam um
ambiente de trabalho saudável, seguro e inclusivo.

Nos materiais complementares você encontra uma cartilha disponibilizada


pelo Ministério Público do Trabalho com perguntas e respostas sobre Assédio
Sexual no Trabalho. Baixe e saiba muito mais sobre o assunto.

16.4 Assédio Moral no Trabalho

O assédio moral é um tipo de violência psicológica que se configura por


meio de condutas abusivas, reiteradas e sistemáticas, manifestadas por meio de
comportamentos, palavras, gestos e agressões leves, que interferem na
dignidade humana e direitos fundamentais das vítimas (liberdade, igualdade e
direitos de personalidade de outrem), por meio da humilhação e
constrangimento, e que resulta em prejuízo às oportunidades na relação de
emprego ou na expulsão da vítima de seu ambiente de trabalho
O assédio moral é amplamente discutido, apesar de não existir uma
legislação própria, há um conjunto de normas e leis que elucidam o conteúdo,
como, a constituição federal Art. 1º e 5º, a CLT Art. 468º e 46º°, o Decreto
9.571/2018, que estabelece diretrizes nacionais sobre empresas e direitos
humanos.
137

Segundo o Ministério do Trabalho Assédio moral é uma forma de violência


psicológica contra a dignidade ou integridade psíquica ou física de uma pessoa.
Pode ter diferentes razões e se manifesta por condutas abusivas praticadas de
forma repetida ou sistemática.
Assédio moral pode ocorrer por ações (humilhações, injúrias, acusações,
gritos, confrontos, boatos, fofocas etc.) ou omissões (ignorar a vítima, não lhe
dirigir a palavra, silenciar em sua presença etc.).
A assédio moral no trabalho interfere diretamente no desempenho das
atividades dos trabalhadores, e pode ser configurado em qualquer nível
hierárquico do assediador ou do assediado, bastando que ocorra de forma
intencional ou frequentes.
O assédio no trabalho causa sofrimento, queda na produtividade,
desconforto físico e emocional, prejuízo profissional, afastamento e até exclusão
da empresa.
Nos materiais complementares você encontra uma cartilha disponibilizada
pelo Ministério Público do Trabalho com perguntas e respostas sobre Assédio
Moral no Trabalho. Baixe e saiba muito mais sobre o assunto.

16.5 Discriminação no Trabalho

Discriminação é o tratamento diferente, com exclusão ou preferência


injustificada, de uma pessoa em relação à outra, deixando-a em situação de
138

desvantagem, destruindo ou alterando a igualdade de oportunidade ou de


tratamento.
No ambiente de trabalho a discriminação pode ser observada através de:
• Publicação de vagas de trabalho com referência a sexo, idade, cor
ou situação familiar;
• Recusar emprego ou dispensar do trabalho em razão de sexo,
idade, cor, situação familiar ou estado de gravidez;
• Considerar o sexo, idade, cor ou situação familiar como fator
determinante para fins de remuneração, formação profissional e
oportunidades de crescimento profissional;
• Exigir atestado ou exame, de qualquer natureza, para comprovar
esterilidade ou gravidez, na admissão ou permanência no
emprego;
• Realizar revistas íntimas; e
• Proibir a utilização de elevadores sociais por trabalhadores.

16.6 Reconhecendo Violência, o Assédio e a Discriminação

Os métodos de violência, assédio e discriminação são variados, sendo


comumente verificados comportamentos que implicam piora das condições de
trabalho, isolamento e recusa de comunicação, atentado contra a dignidade por
meio de violência verbal, física ou sexual. São exemplos:
• Isolar a vítima, retirar sua autonomia e/ou não lhe transmitir mais
as informações úteis para a realização de tarefas e/ou impedir o
139

acesso aos instrumentos de trabalho: telefone, computador,


internet;
• Retirar o trabalho que é de sua responsabilidade e/ou tratar de
forma diferenciada sem justificativa legal e/ou dar tarefas
incompatíveis com sua saúde;
• Pressionar para que não faça valer seus direitos (férias, horários,
prêmios) e/ou impedir que seja promovida e/ou realizar revistas
íntimas;
• Interrompê-la constantemente e/ou desacreditá-la diante dos
colegas, superiores ou subordinados e/ou espalhar rumores a seu
respeito;
• Recusar todo contato com ela, mesmo o visual e/ou ignorar sua
presença, dirigindo-se apenas aos outros e/ou proibir os colegas
de conversar com ela e não a deixar falar com pessoas;
• Fazer gestos de desprezo diante dela (suspiros, olhares
desdenhosos, levantar de ombros) e/ou falar aos gritos;
• Atribuir-lhe problemas psicológicos e/ou criticar sua vida privada;
• Atribuir-lhe tarefas humilhantes e/ou injuriá-la com termos
obscenos ou degradantes;
• Ameaçar com violência física e/ou agredi-la sexualmente (com
gestos ou propostas) ou fisicamente, mesmo que sutilmente
(exemplo: empurrar, fechar a porta na cara); e
• Invadir sua vida privada, com ligações telefônicas e/ou segui-la na
rua ou espionar na frente da casa.
140

16.7 Prevenção e Combate ao Assédio Moral e Sexual,


Discriminação e outras formas de Violência no Trabalho

As diversas formas de violência e assédio no ambiente de trabalho, estão


diretamente ligadas as políticas de empresa e como ela organiza o trabalho.
Para a prevenção e combate da violência e o assédio, a NR-5 orienta uma
série de medidas a serem adotadas pela empresa.

a) inclusão de regras de conduta a respeito do assédio


sexual e de outras formas de violência nas normas internas da
empresa, com ampla divulgação do seu conteúdo aos empregados
e às empregadas;
b) fixação de procedimentos para recebimento e
acompanhamento de denúncias, para apuração dos fatos e,
quando for o caso, para aplicação de sanções administrativas aos
responsáveis diretos e indiretos pelos atos de assédio sexual e de
violência, garantido o anonimato da pessoa denunciante, sem
prejuízo dos procedimentos jurídicos cabíveis; e
c) realização, no mínimo a cada 12 (doze) meses, de ações
de capacitação, de orientação e de sensibilização dos empregados
e das empregadas de todos os níveis hierárquicos da empresa
sobre temas relacionados à violência, ao assédio, à igualdade e à
diversidade no âmbito do trabalho, em formatos acessíveis,
apropriados e que apresentem máxima efetividade de tais ações."
141

Proporcionar um ambiente de trabalho livre de qualquer tipo de violência,


não é só obrigação do empregador, mas também sua como Cipeiro, para isso
esteja atento as suas obrigações, inclua na sua rotina discussões sobre o
assunto, e esteja aberto caso alguém queira conversar com você sobre o
assunto e lembre-se de manter discrição.
Você sabia que a informação e a conscientização de trabalhadores,
empregadores, suas organizações e de toda a sociedade sobre a gravidade e
os prejuízos causados pela violência, assédio e discriminação no trabalho são
essenciais para a promoção de um meio ambiente do trabalho sadio e seguro
para todos.

16.8 Conduta Frente ao Assédio Moral e Sexual, Discriminação e


outras formas de Violência no Trabalho

Quando uma vítima procurar o CIPEIRO para fazer uma denúncia, a


mesma deve receber o suporte emocional e jurídico para resolver a situação.
Para isso você deve ter conhecimentos sobre os procedimentos indicados pela
empresa nessa situação.
Quanto a orientação à vítima, recomenda-se:
• Dizer, claramente, não ao agressor;
• Registrar com detalhes as situações pelas quais passou;
• Juntar provas, como bilhetes, e-mails, mensagens em redes
sociais.
• Procure ajuda com colegas de trabalho, em especial aqueles que
testemunharam o fato ou que já tenham sofrido violência, assédio
e/ou discriminação; e
• Evite conversas isoladas com o agressor.
142

Livre-se do sentimento de culpa ou medo, uma vez que a irregularidade


da conduta não depende do comportamento da vítima ou da testemunha, mas
sim do agressor, sempre que for necessário faça a denúncia.
O ministério do trabalho possuí um canal exclusivo para denúncias, saiba
mais em https://denuncia.sit.trabalho.gov.br/home

16.9 Conclusão

Importante, então, destacar que a inclusão e a construção de uma


sociedade que prestigie e reconheça a diversidade dependem, em grande
medida, do rompimento de preconceitos, estereótipos e barreiras não apenas
físicas, mas atitudinais.
Enquanto houver vítimas, com todos os males decorrentes, a luta pela
mudança dessa realidade deve continuar.
Não seja vítima ou cúmplice deste ato, pois os danos à sua saúde e ao seu futuro
profissional podem ser irreparáveis.
143

17. CONCLUSÃO

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio desenvolve um


papel fundamental na segurança e saúde dos trabalhadores, através dela é
possível aplicar medidas de segurança, conscientização e prevenção de
acidentes e doenças do trabalho.

Durante os estudos foi possível conhecer um pouco sobre a segurança e


a saúde no ambiente de trabalho, através do estudo das leis, noções trabalhista
e das normas regulamentadoras possibilitando a ampliação do conhecimento.

Também foi possível conhecer a organização do CIPA e as atribuições


dos cipeiros, formas de planejar as atividades que lhes são atribuídas,
apresentando as principais tarefas dos cipeiros como a semana da SIPAT,
elaboração do Mapa de Risco, entre outras.

Cabe a nós cipeiros juntamente com a equipe de segurança do trabalho


a responsabilidade por mantermos informados sobre os riscos, incluindo os
procedimentos e medidas de controle a serem adotados contra os riscos,
seguindo as legislações e normas.

Agora que você já conhece as práticas seguras no ambiente de trabalho


está apto a iniciar as atividades como cipeiro, desejamos a você sucesso no seu
mandato e segurança e saúde no trabalho!
144

18. REFERENCIAS

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requisitos. 2.ed. Rio de Janeiro, 2006.
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