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Repintura

Automotiva

Série Automotiva
Repintura
Automotiva

Série Automotiva
Expediente
Firjan – Federação das Indústrias do estado do Rio de Janeiro

Presidente
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira

Superintendente da Firjan SESI / Diretor Regional da Firjan SENAI


Diretor Executivo de Operações
Alexandre dos Reis

Gerência Geral de Educação


Gerente
Regina Malta

Gerência de Desenvolvimento e Tecnologias Educacionais


Gerente
Allain Fonseca

Coordenador da Divisão de Plataformas e Recursos Educacionais


Othon Gomes Lucas Neto

Repintura Automotiva
Ficha Técnica 2008

Coordenação
Vera Regina Costa Abreu

Elaboração
Docentes do CFP de Niterói

Projeto Gráfico e Editoração - 2020


Luis Gustavo Costa Gama

www.firjan.com.br
Av. Graça Aranha, 1
Centro, Rio de Janeiro
Repintura
Automotiva

Série Automotiva
Sumário

Palavra inicial .......................................................................................................................................................................... 9


Sistema de pulverização por sucção .............................................................................................................................. 11
Pistola de pulverização por sucção .............................................................................................................................. 13
Recipiente ................................................................................................................................................................... 16
Manipulando a pistola ........................................................................................................................................................ 17
Inspecionando ............................................................................................................................................................ 17
Montando a pistola ................................................................................................................................................. 18
Testar a pistola ............................................................................................................................................................ 21

Decapagem de pintura ..................................................................................................................................................... 24


Acessórios de segurança ................................................................................................................................................... 27
Ferramentas para remoção de pintura e emassamento ...................................................................................... 29
Pincéis e trinchas .................................................................................................................................................... 30
Espátulas ..................................................................................................................................................................... 31
Lima murça ................................................................................................................................................................. 32
Raspador ..................................................................................................................................................................... 33
Escova de aço .......................................................................................................................................................... 33
Removendo a pintura ......................................................................................................................................................... 34
Remoção com uso de raspador .......................................................................................................................... 34
Produtos e utensílios para limpeza .................................................................................................................... 35
Produto para remoção de pintura e oxidação .............................................................................................. 38

Preparação de superfícies metálicas ............................................................................................................................ 41


Desoxidando com produtos químicos ........................................................................................................................ 43
Lixas e lixadeiras ................................................................................................................................................................. 45
Lixas .............................................................................................................................................................................. 45
Lixadeira elétrica e lixador manual ................................................................................................................... 47
Desoxidando com lixadeiras ............................................................................................................................................. 49
Lixando Manualmente ........................................................................................................................................................ 52
Desengordurando ................................................................................................................................................................ 53

Aplicação de Tinta-base .................................................................................................................................................... 55


Primers – Variados Tipos e Indicações .......................................................................................................................... 58
Primer de óxido de nitrocelulose ........................................................................................................................ 58
Primer de óxido sintético ....................................................................................................................................... 59
Cromato de zinco sintético ................................................................................................................................... 60
Cromato de zinco de nitrocelulose ................................................................................................................... 60
Aplicando Tintas e Vernizes – Tintabase Primer (com Equipamento de Sucção) .......................................... 62
Limpando o Equipamento de Pulverização por Sucção ....................................................................................... 65
Aplicação de Massa em Superfícies Metálicas .......................................................................................................... 67
Conhecendo as Massas para Pintura .......................................................................................................................... 70
Massa à base de nitrocelulose ......................................................................................................................... 70
Massa à base de resinas sintéticas .................................................................................................................... 71
Emassando – Procedimentos Básicos .......................................................................................................................... 73
Caso I – aplicando massa sintética rápida ...................................................................................................... 74
Caso II – aplicando massa plástica .................................................................................................................... 76

Aplainamento de Superfícies Emassadas ................................................................................................................... 79


Usando as Mãos para Aplainar ..................................................................................................................................... 82
Selador (Surfacer) .................................................................................................................................................................. 83
Selador de nitrocelulose ........................................................................................................................................ 83
Selador sintético ....................................................................................................................................................... 84

Pintando e Criando ............................................................................................................................................................. 85


Pintando com Tinta de Nitrocelulose (Equipamento por Sucção) ...................................................................... 87
Emprego ...................................................................................................................................................................... 88
Características .......................................................................................................................................................... 88
Condições de uso .................................................................................................................................................... 88
Acondicionamento .................................................................................................................................................. 90
Pintando com Tinta-esmalte Sintética .......................................................................................................................... 90
Emprego ...................................................................................................................................................................... 90
Tipos .............................................................................................................................................................................. 91
8 Pintando com Tinta-base Poliéster (Equipamento por Sucção) ......................................................................... 93
Emprego ...................................................................................................................................................................... 93
Características .......................................................................................................................................................... 93
Fitas Adesivas – Pintura Criativa .................................................................................................................................... 94
Protegendo superfícies com fita adesiva ........................................................................................................ 96
Pintando com Separação de Cores ............................................................................................................................... 97
Sobrepondo Tintas ............................................................................................................................................................... 98

Polimento Manual .............................................................................................................................................................. 101


Produtos de Acabamento ................................................................................................................................................ 103
Polidores .................................................................................................................................................................... 103
Cera impermeabilizadora .................................................................................................................................... 104
Glicerina ..................................................................................................................................................................... 105
Algodão ...................................................................................................................................................................... 105
Polindo Superfícies Pintadas ou Envernizadas ........................................................................................................ 105
Palavra inicial

Olá! A Firjan SENAI agradece pela sua escolha e dá boas-vindas a vocês!

A dinâmica social dos tempos de globalização exige dos profissionais atualização


constante. Mesmo as áreas tecnológicas de ponta ficam obsoletas em ciclos cada vez
mais curtos, trazendo desafios renovados a cada dia e tendo como conseqüência para
a educação a necessidade de encontrar novas e rápidas respostas.

Nesse cenário, impõe-se a educação continuada, exigindo que os profissionais


busquem atualização constante durante toda a vida – e os docentes e alunos da Firjan
SENAI incluem-se nessas novas demandas sociais.
É preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educação
profissional, as condições que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar
e de aprender, favorecendo o trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade,
entre outros aspectos, ampliando suas possibilidades de atuar com autonomia, de forma
9
competente.

A repintura automotiva é uma operação complexa que requer do profissional


conhecimento técnico, habilidade manual e criatividade. Trata-se, portanto, de um
processo que envolve várias etapas de trabalho, a serem executadas passo a passo
com a utilização correta dos equipamentos e ferramentas recomendados, além de
exigir muita atenção. Pois, tão-somente sob essas condições será possível realizar o
serviço com segurança e, principalmente, de acordo com os padrões de qualidade
exigidos pelos clientes.

Este livro contém os procedimentos básicos usualmente adotados para a repintura


automotiva. Por isso, os temas apresentados devem ser lidos com interesse pelo aluno
e discutidos com o professor, a fim de serem enriquecidos e complementados. Estudando
dessa forma, o processo de aprendizagem será, com certeza, mais rápido e, sobretudo,
mais produtivo.

Repintura Automotiva
Sistema de Pulverização
por Sucção
Sistema de Pulverização por Sucção

O sistema de pulverização por sucção é assim chamado em virtude de empregar


uma pistola, cujo princípio de funcionamento se baseia no vácuo. É o sistema mais
usado em trabalhos de repintura ou de média produção. Além do equipamento de ar
comprimido, compõe-se de pistola de sucção e recipiente ou caneca.

Pistola de Pulverização por Sucção

Este equipamento tem por finalidade pulverizar o fluido na configuração desejada,


para aplicação nas superfícies.

Figura 1 - Pistola de pulverização por sucção

13

Repintura Automotiva
As partes que compõem a pistola podem ser visualizadas na fig. 2, a seguir apresentada.

Figura 2 - Componentes da pistola por sucção

1. anel de retenção
2. copa de ar
3. conjunto do bico de fluido
4. desviador
5. parafuso prisioneiro do gatilho
6. parafuso do gatilho
7. válvula de ajuste do leque
8. agulha do fluido
9. mola
10. gaxeta
11. bulha
12. parafuso de ajuste da agulha
13. corpo da pistola
14. parafuso de Allen
15. niple de entrada de ar
16. gatilho
17. bucha
18. gaxeta
19. niple de entrada de fluido
14 20. contraporca
21. conjunto da válvula de ar

Na pistola de sucção, a corrente de ar comprimido cria um vácuo à frente da capa


de ar, fazendo com que a pressão atmosférica force a passagem do material contido no
recipiente (caneco) ligado à pistola, para a cabeça
de pulverização dela. Figura 3 - Pistola por sucção

O material projetado pelo bico pulveriza-se à frente


da capa, recebendo desta jatos de ar que lhe dão
a configuração desejada.
As configurações usuais são mostradas na fig. 4, obtidas pulverizando uma superfície
perpendicularmente e à distância adequada.

Figura 4 - Configurações de pulverização

Este tipo de pistola leva acoplado, diretamente no seu corpo, o recipiente de material
(ver a fig. 5).
Mas pode, também, ser identificado pelo bico de fluido que se projeta ligeiramente
para fora da capa.

Figuras 5 e 6 - Recipiente e bico de pulverização


15

Para ser mantida em perfeito estado de funcionamento, a pistola deve passar por
limpeza e desobstrução das passagens de ar e de fluido logo após o seu uso. Devem-se
lubrificar as agulhas e suas gaxetas com óleo fino (SAE 10). As molas devem ser untadas
com vaselina pura. Periodicamente, ou conforme o uso, deve-se proceder à verificação
de todos os componentes, reparando-os ou substituindo os que estiverem danificados
ou desgastados.

Repintura Automotiva
Recipiente

É uma caneca de alumínio na qual se deposita o material a pulverizar. Fica acoplado


diretamente à entrada de fluido da pistola. Em geral, tem capacidade para até um litro.

Figura 7 - Recipiente

16

O recipiente deve ser completamente isento de vestígios de tinta ou qualquer outro


material.

Todo o conjunto da tampa, notadamente a junta, deve ficar limpo e em perfeito


estado, devendo-se prestar especial atenção à desobstrução do orifício da tampa, cuja
finalidade é permitir a entrada de ar atmosférico, que compensa a sucção pelo tubo de
imersão, empurrando o material para o bico da pistola, onde é pulverizado.
Manipulando a Pistola

O funcionamento eficiente do equipamento segue três procedimentos básicos, ou


seja, inspeção, montagem e testagem da pistola, conforme é demonstrado a seguir.

Inspecionando

Consiste em verificar e eliminar pequenos defeitos ou substituir as peças danificadas


da pistola de pulverização. A inspeção é necessária sempre que a pistola apresenta
irregularidades na pulverização do fluido.

PROCESSO DE EXECUÇÃO
1° passo: Limpar as peças
a. Lavá-las com redutor de segunda, usando um pedaço de pano
e uma escova apropriada.

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b. Secar as peças utilizando ar comprimido isento de umidade.

zAtenção • As gaxetas e as peças de plástico não devem ser lavadas.

• Quando a pistola tiver sido usada com laca acrílica,


lavar as peças com diluente próprio.

2° passo: Verificar o corpo da pistola


a. Examinar o estado das roscas, internas e externas. Caso estejam danificadas,
providenciar a recuperação delas.

b. Verificar as passagens de ar de fluido, desentupindo-as, se necessário,


com estilete de material macio e ar comprimido isento de umidade.

zAtenção • Ao realizar o exame, usar os próprios parafusos e bujões,


considerando, também, o seu estado de conservação.

Repintura Automotiva
3° passo: Verificar a válvula de ar
a. Examinar a pressão da mola e ver se está empenada.
b. Verificar se a haste da válvula esta empenada e se a válvula se encontra gasta
ou com fissura.
c. Verificar se a gaxeta está desgastada.

zAtenção • A distância entre as espirais é aproximadamente de 2mm.

• Para verificar o empeno, utilizar superfície plana.

4° passo: Verificar o conjunto do cabeçote


a. Examinar o empeno e o desgaste da agulha do fluido.
b. Verificar as passagens de ar do bico de fluido e da capa de ar.
c. Examinar a pressão da mola e ver se está empenada.
d. Examinar se a gaxeta se encontra desgastada.

zAtenção • O desgaste da ponta da agulha implica, também, o da sede


do bico, sendo conveniente a substituição de ambas as
peças. Pode-se reconhecer o desgaste, quando, ao aplicar
18 a tinta, esta sai em excesso, causando má pulverização.

5° passo: Verificar a válvula de regulagem do leque


a. Verificar o funcionamento de regulagem do leque e o seu estado de funcionamento.
b. Verificar o empeno da haste.

6° passo: Verificar a junta da tampa do recipiente, invertendo-a ou substituindo-a,


se estiver muito deformada ou apresentar vazamento

Montando a pistola

Consiste em repor as peças da pistola de pulverização de fluido, encaixando-as


ou atarraxando-as em seus alojamento, bem como ajustando as gaxetas, para evitar
vazamentos depois de limpas, inspecionadas e lubrificadas.
PROCESSO DE EXECUÇÃO
1° passo: Repor a válvula de ar (ver fig. 8)
a. Colocar a mola na haste.
b. Introduzir a válvula no seu alojamento.
c. Atarraxar com a mão o parafuso-guia da mola e apertá-lo com a chave
múltipla.
d. Colocar a gaxeta, envolvendo a haste da válvula.
e. Atarraxar com a mão a porca recartilhada de ajuste da gaxeta,
até encontrar resistência nela.

Figura 8 - Válvula de ar

zAtenção • Lubrificar a mola e a válvula de ar com vaselina.

19
• Lubrificar a gaxeta com óleo fino.

2° passo: Repor a agulha de fluido (ver fig. 9)


a. Colocar a gaxeta.
b. Colocar o parafuso do ajuste da gaxeta, atarraxando-o com a mão,
sem apertá-lo.
c. Introduzir a agulha de fluido no seu alojamento.

Figura 9 - Agulha de freio

zAtenção • Lubrificar a gaxeta com óleo fino.

Repintura Automotiva
3° passo: Colocar o gatilho
a. Encaixar o gatilho na frente do ressalto da agulha e no corpo da pistola,
de modo que os furos coincidam (ver fig. 10).

Figura 10 - Detalhe do gatilho da pistola

b. Colocar o eixo do gatilho, fixando-o com o parafuso por meio de chave


e contrachave.

4° passo: Colocar a mola e o parafuso de ajuste da agulha de fluido (ver fig. 11)

20 Figura 11 - Agulha de fluido

5° passo: Atarraxar o bico de fluido com a mão e apertá-lo com a chave múltipla

zAtenção • Apertar o gatilho, para retrair a agulha,


facilitando, assim, a colocação do bico.

6° passo: Atarraxar a capa de ar, sem forçar a rosca, para não danificá-la

7° passo: Repor a válvula de ajuste da largura do leque


a. Atarraxar o parafuso de ajuste na porca de fixação da válvula, até descobrir
a mola, e lubrificá-la com vaselina.
b. Desatarraxar o parafuso até encobrir a mola.
c. Introduzir a válvula no seu alojamento e atarraxar, com a mão,
a porca de fixação.
d. Apertar a porca com a chave múltipla.
8° passo: Acoplar a tampa no recipiente, atarraxando a porca de conexão
no niple de entrada de fluido, e apertá-la com a chave múltipla

zAtenção • O grampo deve ficar voltado para a frente


da pistola, e o suspiro, o punho da pistola.

9° passo: Montar a pistola no recipiente


a. Introduzir o tubo de imersão e ajustar a tampa no recipiente, de modo
que os ganchos da culatra se encaixem nos pinos dele.
b. Apertar o grampo, girando-o no sentido dos ponteiros do relógio.

zAtenção • Apoiar o recipiente na bancada.

Testar a Pistola

Esta operação tem como objetivo comprovar o bom funcionamento da pistola de


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pulverização por sucção dentro dos padrões estabelecidos.

PROCESSO DE EXECUÇÃO
1° passo: Preparar a pistola
a. Colocar a pistola sobre a bancada (conjunto).
b. Afrouxar o grampo da tampa do recipiente e retirar a pistola (ver fig. 12).

Figura 12 - Pistola por sucção

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c. Encher, com água, o recipiente até a sua curva (ver fig. 13).

Figura 13 - Recipiente

zAtenção • O fluido não deve


ultrapassar a curva
do recipiente,
para não danificar
a sucção.

d. Repor a pistola no recipiente, fixar a culatra


nos pinos e apertar o grampo.
e. Conectar a mangueira da saída do transformador de ar da pistola
e abrir a válvula do ar regulado.
f. Desatarraxar totalmente o parafuso de ajuste da válvula do leque.
g. Desatarraxar o parafuso de ajuste da agulha de fluido,
até que apareçam os primeiros fios de rosca.

2° passo: Iniciar o treinamento


a. Segurar a pistola conforme mostra a fig. 14.
22
Figura 14 - Posicionamento para o uso da pistola

b. Manter distância de 15 a 20cm.


c. Levar a pistola até um pouco além da superfície por pintar e iniciar a passada,
acionando o gatilho somente na borda da peça, em movimento contínuo
e sincronizado, sobrepondo à passada anterior em 10cm aproximadamente.

zAtenção • A posição da pistola deve ser sempre perpendicular


à superfície, e o deslocamento pode ser nos sentidos
horizontal e ou vertical.
Repetir a operação tantas vezes quantas forem necessárias, até conseguir
dominar a técnica de pulverização.

3° passo: Deslocar na posição vertical

zAtenção • Afrouxar o anel de segurança da capa de ar e colocar


o “chifre” na posição vertical (ver fig. 15).

Figura 15

Início da primeira passada

Segunda passada sobreposta à anterior


23

4° passo: Deslocar na posição vertical

zAtenção • A pistola deve ficar ligeiramente inclinada para cima,


e a pulverização deve ser iniciada pelo lado mais
próximo do operador (ver fig. 16).

O excesso de pulverização deve cair sobre a parte não-pintada.

Figura 16

Repintura Automotiva
O quadro a seguir apresenta uma síntese das etapas de operação do sistema de
pulverização por sucção estudado neste tema.

Roteiro de Trabalho

24
Decapagem
de Pintura
Decapagem de Pintura

Trata-se de uma operação complexa, porque envolve a completa retirada da cama-


da de tinta que reveste um metal. Esse serviço costuma ser realizado de acordo com as
ordens apresentadas no quadro a seguir.

N.º Ordem de Execução

1 Remover a pintura, usando raspador

2 Remover, usando removedor liquido

3 Remover a pintura, usando lixadeira

Para executar esse tipo de serviço, o profissional deve ter sempre à sua disposição
os equipamentos e materiais básicos a seguir relacionados.

• Acessórios de segurança: óculos; máscaras; luvas; avental. 27


Equipamentos: lixadeira elétrica; bandeja plástica.

• Ferramentas: raspador; escova de aço; espátula; pincéis; trinchas; espanador.

• Produtos ou utensílios para limpeza: estopa; palha de aço;


removedor líquido; lixa em disco; nafta.

Todos os referidos equipamentos e materiais, além dos procedimentos para remoção


de pintura, encontram-se detalhados nos itens que compõem este tema.

Acessórios de Segurança

Óculos, máscara, luvas e avental são essenciais para proteger a saúde do profissional
contra os riscos existentes tanto nos produtos da pintura, quanto no processo de remoção
dos diversos tipos de tinta.

Repintura Automotiva
Óculos e máscara

Figuras 1 e 2
Deve-se usá-la sempre que se
manuseiam a lixadeira e produtos
químicos, ácidos ou cáusticos,
ou quando se remove a pintura
por meio de raspagem, para evitar
ser atingido por fragmentos
nos olhos.

Constitui-se de uma guarnição que se adapta anatomicamente à boca e ao nariz,


bem como de um elástico que a mantém na posição de uso.

Figura 3 - Óculos de proteção

28

O vidro deverá ser limpo ou substituído, quando a visibilidade estiver prejudicada.

As máscaras podem ser de um filtro ou dois, conforme as espécies de agentes que


se deseja evitar. Em pintura por pulverização, usa-se a máscara para proteger as vias
respiratórias, retendo o pó resultante da pulverização e os gases emanados das tintas
ou outras substâncias químicas.

Quando a máscara é usada apenas contra a pulverização, o filtro deve ser substituí-
do sempre que se encontre impregnado de partículas que dificultem a respiração. Sendo
a máscara usada contra emanações, o filtro de material ativado (cápsula) deve ser
substituído segundo as recomendações do fabricante.

zAtenção • As máscaras são de uso individual, para evitar


o contágio de doenças que se transmitem
pela mucosa da boca e vias respiratórias.
Luvas e avental

São vestimentas de borracha resistente aos produtos químicos.

Figuras 4 e 5 - Luva e avental

Sua principal finalidade é proteger tanto as mãos quanto a parte do corpo, até a
29
altura dos joelhos, dos produtos da pintura e, especialmente, da remoção, quando se
usa o processo químico.
Esses equipamentos devem ser rasgados ou perfurados. Para serem conservadas,
as luvas devem ser bem lavadas e secas. É recomendável pulverizá-las com talco, ao
serem usadas e guardadas.

Ferramentas para Remoção


de Pintura e Emassamento

São os pincéis, raspadores e escovas de aço, que servem para retirar as pinturas das
superfícies, e as espátulas, que, além disso, são usadas para efetuar o emassamento,
geralmente nas repinturas.

Embora não seja uma ferramenta típica do pintor, a lima também costuma ser
utilizada com freqüência, para retificar a espátula.

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Pincéis e Trinchas

São constituídos de um corpo de madeira, cujo prolongamento forma um cabo,


e de uma parte utilizável, formada por um tufo de pêlos ou cerdas que se prende à
extremidade oposta do cabo por meio de um anel metálico.

Figura 6 - Pincel e trincha


Os pincéis podem ser redondos
ou retangulares, sendo numerados
de 1 a 24 conforme o seu tamanho,
correspondendo o número 1 ao menor
e o número 24 ao maior. Seus pêlos
são de origem animal e, de acordo
com a qualidade, denominam-se
comuns ou de seda, sendo estes
últimos os mais caros.

30
As trinchas são normalmente retangulares, e seu tamanho é relacionado com a lar-
gura dos tipos, que varia de 25mm a 50mm (1’’ a 2’’). Seus pêlos podem ser da mesma
origem e qualidade dos pincéis, porém podem, ainda, ser classificadas, pela espessura
do tufo, em:

• simples;

• meia-dupla;

• dupla;

• tripla;

• quádrupla.

Os pincéis e trinchas, depois de usados, deverão ser imediatamente lavados com


o diluente próprio para a tinta ou verniz. Mas, quando forem utilizados com ácidos,
deverão ser lavados com bastante água. Depois, deverão ser secados e untados com
vaselina, a fim de conservarem o pêlo em condições de uso.
Espátulas

As espátulas são lâminas de aço temperado, flexíveis e que podem ter ou não cabo.
Servem para raspagem ou emassamento em pintura. O cabo pode ser de madeira
ou de plástico. A lâmina é lisa e tem o gume com o chanfro arredondado de um só lado.

Figuras 7 e 8 - Partes de uma espátula

As espátulas de cabo de madeira possuem lâmina mais resistente, sendo próprias


para raspagem de um modo geral.
31

As de cabo plástico são mais leves e com lâminas de maior flexibilidade, sendo mais
apropriadas para o emassamento de superfícies planas. O tamanho das espátulas varia
de acordo com a largura da lâmina, que pode ser de 12mm a 30mm. Espátula sem cabo
é uma lâmina de aço com dois cantos arredondados que formam as costas (fig. 9).

Figura 9 - Espátula

É normalmente mais flexível que a espátula de cabo e, por isso, mais adequada ao
emassamento de superfícies curvas.

Repintura Automotiva
O gume é chanfrado como na espátula de cabo, e o tamanho varia de acordo com
a largura da lâmina, que vai de 100mm a 300mm (4” até 12”). As espátulas devem ser
mantidas limpas e recobertas com uma película de óleo, para evitar a ferrugem.

O gume das espátulas deve ser retificado e afiado periodicamente com lima murça.

z Precaução • Cuidado para não se ferir com o gume


da espátula.

Lima murça

É uma ferramenta manual, de aço e carbono, denticulada e temperada, que se usa


na operação de limar.

Figura 10 - Lima

32

Existe grande variedade de limas quanto à forma, tamanho e picado. Este último
pode, ainda, ser simples ou cruzado. E, dependendo do número de dentes por centímetro,
as limas podem ser denominadas bastardas ou murças.

A lima adequada ao trabalho de retificação e afiação do gume das espátulas é a


paralela murça de 300mm (12”). Deve a lima ser limpa somente com uma escova de aço
apropriada e conservada em lugar limpo e seco.

z Precaução • Não usar a lima para bater ou como alavanca,


pois, devido à sua tempera, é muito quebradiça,
podendo causar acidentes.
Raspador

É uma ferramenta manual de corte, feita de aço temperado e com um cabo de


madeira com o qual se executa a operação de raspar a pintura.

Figura 11 - Raspador

z Precaução • São mais usados os de 20cm a 24cm (8” a 10”),


e seus dois gumes devem ser mantidos afiados.

• Cuidado para não se ferir com o gume


ou a ponta do raspador.

33

Escova de aço

A escova de aço é composta de um corpo de madeira, onde estão incrustados


numerosos fios de arame. As escovas de aço podem ser de dois tipos:

• com cabo;

• sem cabo.

Figuras 12 e 13 - Escovas de aço

Repintura Automotiva
Servem para remover restos de pintura, especialmente nas reentrâncias, onde outras
ferramentas não têm acesso. Também são utilizadas para a remoção das camadas mais
grossas da oxidação das superfícies metálicas. Para manter as escovas em bom estado
de uso, não se deve pressioná-las demasiadamente, para não empenar os fios. Também
devem ser limpas e secas, ao terminar a operação, para evitar que se oxidem.

Removendo a Pintura

Neste item, são apresentados os processos de retirada da tinta, utilizando raspador


e removedor líquido, bem como os produtos necessários para executar essas operações
de forma eficiente.

Remoção com uso de raspador

É uma operação manual de raspagem, para retirar a pintura das superfícies.


34
Recomenda-se seu uso apenas em pequenas peças ou retoques devido ao baixo
rendimento. A remoção da pintura é necessária, quando esta apresenta rachaduras,
bolhas, descontinuidade ou camadas de materiais que possam prejudicar a nova pintura.

PROCESSO DE EXECUÇÃO Figura 14


1° passo: Raspar a pintura
a. Segurar o raspador
como indicado na fig. 14.

b. Aplicar o raspador sobre a pintura a raspar, de modo que somente


um dos gumes faça contacto com ela, e incliná-lo para trás.

Figuras 15 e 16
c. Raspar com movimento para a frente, fazendo pressão com o raspador
sobre a pintura, e retornar sem fazer pressão. O ritmo da raspagem deve
ser de quarenta golpes por minuto aproximadamente.
d. Evitar riscar a superfície.

2° passo: Limpar a superfície com uma escova apropriada e verificar


se está bem raspada. Completar a raspagem, se necessário

z Precaução • Segurar o raspador com firmeza, para evitar


ferir-se nas arestas.

• Usar óculos de segurança.

Produtos e utensílios para limpeza

São dissolventes, como a nafta, benzina, querosene, redutor e álcool, que se usam
com a estopa, para eliminar gorduras e restos de tinta: o espanador, usado para retirar 35
a poeira e restos sólidos, e o estilete, para desobstruir os orifícios dos equipamentos de
pulverização.

Dissolventes
São líquidos – e alguns, como a nafta, a benzina e o querosene, são derivados do
petróleo – que dissolvem as graxas e óleos. O álcool é de origem vegetal e serve para a
limpeza de pequenos engorduramentos, como os deixados pelas mãos nas superfícies
em fase de pintura.
O redutor, originado de acetatos, oxida as gorduras, eliminado-as totalmente,
sendo, por isso, essencial na limpeza das superfícies a pintar.

z Precaução • Todos estes dissolventes são voláteis


e altamente inflamáveis, por isso
deve-se evitar seu uso próximo
a fogo, centelhas e fagulhas.

Repintura Automotiva
Estopa
É de origem vegetal e se obtém do aproveitamento de fios e tecidos, formando um
aglomerado. Quando os fios são selecionados e alvejados, obtém-se a estopa de primei-
ra qualidade. Quando não, a estopa é de segunda qualidade e apresenta fios de origem
diferente, com tinturas diversas e até mesmo corpos estranhos.
Emprega-se na limpeza de modo geral, podendo-se esfregá-la a seco ou com
dissolventes nas superfícies a limpar. Por razões econômicas, a limpeza “grossa” deve ser
feita com estopa de segunda, e as demais aplicações com estopa de primeira qualidade,
especialmente quando se tratar de limpeza para acabamento.

Estiletes
Podem ser de madeira, náilon ou metais macios, e servindo para desobstruir os ori-
fícios ou passagens de fluido e de ar dos equipamentos de pintura. Deve-se, para isso,
escolhê-los com o diâmetro apropriado para cada orifício.

Espanadores
Constituídos de um corpo de madeira leve e roliça com cerdas implantadas.

36
Figura 17 - Espanador

Usados para retirar a poeira e os restos sólidos resultantes da remoção das pinturas,
servindo apenas como auxiliares nas limpeza em geral.

Remoção com uso de removedor líquido

Esta operação consiste em aplicar sobre a superfície um produto químico para


amolecer a pintura e logo a seguir, se necessário, removê-la com espátula ou outras
ferramentas.
Tal processo é particularmente útil, quando se trata da remoção das pinturas velhas
ou defeituosas em superfície descontínua.

PROCESSO DE EXECUÇÃO
1° passo: Aplicar o removedor, com uma trincha de pêlo comum, sobre a pintura

zAtenção • Se a superfície for grande, o removedor deverá ser


aplicado por partes.

• Deve-se agitar o removedor, antes de usá-lo,


e depositar um quarto de galão, aproximadamente,
no recipiente.

• O removedor deve ser mantido fechado


na embalagem original.

2° passo: Remover a pintura com a espátula

Figura 18

37

zAtenção • Deve-se esperar que a ação do removedor se exerça


durante uns 15 a 30 minutos.

• A pintura removida deve ser depositada em um recipiente.

• Quando a superfície for muito grande ou constituída


de várias peças, enquanto se esperar a ação do removedor
na primeira, ele poderá ser aplicado em algumas outras,
não deixando, entretanto, que seque, pois isso dificulta
a remoção.

• Sendo a pintura constituída de várias camadas,


repetem-se os 1° e 2° passos.

Repintura Automotiva
3° passo: Neutralizar o removedor, friccionando uma estopa embebida
em nafta sobre a superfície

4° passo: Eliminar a película de tinta deixada pelo removedor, friccionando


toda a superfície com palha de aço grossa umedecida em nafta

5° passo: Lavar a superfície com nafta e enxugá-la com estopa limpa

z Precaução • É indispensável o uso de óculos de proteção,


luvas e avental de borracha.

• Não usar nafta ou qualquer outro removedor


perto de chamas, centelhas ou fagulhas,
pois esse tipo de produto é altamente inflamável.

Produto para remoção de pintura e oxidação


38

A remoção química da pintura ou da oxidação é efetuada por meio de removedores


e desoxidantes especiais bem como de ácido muriático. Também se usa, como auxiliar
da remoção da pintura, a palha de aço.

Removedor líquido
Composto de álcool, acetona, acetato de anila ou parafina ou cera, para reduzir a
evaporação.
Emprego
Serve para dissolver e remover os produtos da pintura.

Características
Líquido de cheiro ativo, altamente inflamável e volátil.

Condições de uso
Aplica-se com a trincha sobre as superfícies pintadas, deixando atuar por 15 a 20
minutos, após o que se retira a pintura com o auxílio de espátula.
Desoxidantes líquidos
São ácidos e dissolventes enérgicos apropriados para remover a oxidação das
superfícies metálicas, evitando, assim, que ela se propague, e permitindo que os produtos
da pintura tenham efetiva aderência à chapa. Os ácidos podem ser nítrico, sulfúrico e
clorídrico (muriático).

Condições de uso
Aplicam-se preferivelmente em soluções aquecidas, sendo, por isso, mais usados
em fábricas, pois são mais eficientes, quando se faz o banho por imersão.
Os produtos conhecidos como desoxidantes líquidos são dissolventes enérgicos
à base de acetato. Empregam-se a frio, sendo aplicados com trinchas.

Terminada a remoção ou desoxidação com esses produtos, deve-se proceder


a uma lavagem com água, no caso dos ácidos, e com nafta, no caso
dos desoxidantes líquidos. Convém, logo após, desengordurar e recobrir
a superfície com uma camada de tinta de base (primer), pois a chapa,
desprotegida, oxida-se rapidamente.

39
z Precaução • Ao usar qualquer desses produtos químicos, o operador
deve se proteger com luvas, avental de borracha
e óculos próprios. Deve, também, evitar a aproximação
do fogo e centelhas, no caso de desoxidante líquido.

Palha de aço
É obtida pela ação de uma ferramenta de corte sobre uma chapa de aço doce
enrolada, num processo semelhante ao torneamento. Produzem-se duas qualidades: a
grossa e a fina. A grossa é usada na remoção da película de tinta por outros meios de
remoção. Quando usada a seco, oxida-se com facilidade, perdendo suas qualidades.
Utilizada com querosene, além de ser mais eficiente, não se oxida, podendo ser guardada
para uso futuro.

A fina é usada para remover o brilho da tinta, na execução de filetes, letras, etc.,
junto à fita que isola a pintura, para permitir a boa aderência da tinta de sobreposição.
Também se usa para remover sujeiras e partículas de tinta provenientes da pulverização
nas superfícies cromadas, metais e vidros.

Repintura Automotiva
Preparação
de Superfícies
Metálicas
Preparação de Superfícies Metálicas

Antes da aplicação de uma nova pintura, as superfícies metálicas precisam receber


um tratamento especial, que consiste na realização das tarefas indicadas no quadro a
seguir.

N.º Ordem de Execução

1 Atenção: usar produtos químicos e lixadeira

2 Lixar manualmente a superfície

3 Desengordurar a superfície

4 Fosfatizar a superfície

É preciso destacar, ainda, que a preparação das superfícies metálicas requer o uso
de uma série de materiais, a seguir relacionados, para que o profissional possa executar
o trabalho de forma segura e eficiente.

• Acessórios de segurança: luvas; máscaras e óculos. 43


• Equipamentos: lixadeira elétrica; bandeja plástica.

• Ferramentas: pincéis; trinchas; espanador.

• Produtos: desoxidante líquido; nafta; estopa; pano industrial; lixa de ferro;


lixa em disco; fosfatizante líquido; redutor de segunda e querosene.

Neste tema, são abordados os principais procedimentos para desoxidar superfícies


metálicas, bem como os produtos necessários à realização do serviço.

Desoxidando com Produtos Químicos

É o processo de eliminar de uma superfície metálica a oxidação criada pela ação


do tempo. O processo de desoxidação química é empregado, especificamente, quando
as superfícies são irregulares, tornando o lixamento impossível. Nesse caso, deve-se
proceder a uma rigorosa lavagem e neutralização dos ácidos empregados.

Repintura Automotiva
A desoxidação é muito importante não só para impedir que a oxidação prossiga,
destruindo as partes atingidas, como também para permitir que a pintura seja durável.

PROCESSO DE EXECUÇÃO
1° passo: Aplicar o desoxidante ou ácido muriático sobre a superfície,
fazendo uso de óculos de proteção, luvas e avental de borracha

a. Colocar uma porção do líquido em recipiente de vidro, louça ou plástico.


b. Aplicar o desoxidante ou ácido muriático, com um pincel ou trincha
de pêlo comum, friccionando-o rapidamente nas partes mais oxidadas.

zAtenção • Quando for usado desoxidante líquido, diluí-lo


em água na proporção indicada pelo fabricante.

• A superfície não deve ter restos de tinta.

• Aguardar a ação do desoxidante ou ácido


por um período de 20 a 30 minutos, e repetir
a aplicação, se necessário.

44
2° passo: Remover o desoxidante ou ácido
a. Esfregar uma porção de estopa embebida em dissolvente
sobre toda a superfície.
b. Repetir o subpasso anterior pelo menos três vezes.

zAtenção • Para remover o ácido, usar água e eliminar


o desoxidante, utilizar nafta.

• A estopa deve ser trocada em cada repetição.

3° passo: Enxugar bem a superfície com estopa limpa e seca


4° passo: Secar a superfície usando ar comprimido isento de umidade
5° passo: Lavar bem a superfície usando estopa embebida em redutor
de segunda

zAtenção • Quando a pintura não for feita imediatamente


após a desoxidação, será necessário proceder
à proteção da chapa com óleo mineral ou graxa,
para evitar que ela volte a oxidar-se.
Lixas e Lixadeiras

A lixação é uma das etapas fundamentais no processo de preparação de superfícies


metálicas, garantindo, também, pintura perfeita e duradoura.
Os itens a seguir apresentam as ferramentas e os equipamentos utilizados para o
lixamento.

Lixas

A lixa pode ser considerada uma ferramenta. Constitui-se de grãos abrasivos,


fixados a um suporte ou costado por meio de adesivos. Para a sua fabricação, usam-se,
atualmente, dois processos de deposição dos abrasivos.

Figura 1 - Deposição por gravidade

45

Figura 2 - Deposição eletrostática

No processo de deposição eletrostática, os grãos abrasivos são atraídos pelo


adesivo, pela sua parte mais pesada, deixando exposta a sua parte mais leve e mais
cortante, determinando, assim, uma melhor qualidade da lixa.

Os abrasivos são os componentes da lixa que efetuam o trabalho de cortar o


material: cada grão abrasivo age como uma pequena ferramenta de corte, retirando
o material da superfície onde é atritado.

Repintura Automotiva
Modernamente, os grãos abrasivos são fabricados de carbureto de silício (Carbo-
rundum) ou de óxido de alumínio (Durexite e Alundum). As lixas apresentam-se em forma
de folhas, geralmente retangulares, de 27,5cm × 22,5cm, para uso manual, e discos para
uso com máquina (lixadeira), com diâmetro de 18cm ou 23cm, os quais possuem um furo
central normalizado para fixação ao flange da máquina.

De modo geral, as lixas são utilizadas para aperfeiçoar as superfícies, alisando-as


ou aplainando-as, e servindo, também, para eliminar a oxidação ou a pintura delas.
Devem ser selecionadas de acordo com a finalidade, a espécie de superfície a trabalhar
e as condições de uso, como se vê no quadro apresentado a seguir.

Disco (Uso
Folhas (Uso Manual)
em Máquina
Lixas N° Grão
Para Madeira Para Metais De Água Remoção

600
Tintas Fino
500
Surfacers
400
Vernizes
380
360
320
Aplainamento 380
46
de massa 280
rápida 240
220
Aplicações

180
120
Aplainamento 100
Madei crua de massa 80
e tintas sintética 60
50
40
Desoxidação 36 Oxidação
Aplainamento e outros usos 24 de metais
de massas 20
Aplainamento 16 Pintura sobre
de massa plástica metais

Grosso

• As lixas de água não devem ser usadas a seco, mas sempre molhadas
com água ou querosene, para melhorar seu rendimento.

• As lixas para metais podem ser usadas a seco ou molhadas com querosene.

• As lixas para madeiras devem ser usadas somente a seco.


• De modo geral, as lixas não devem ser guardadas em lugar úmido,
para não prejudicar o seu rendimento, quando em uso, visto que a umidade
provoca a deformação do costado e o desprendimento do abrasivo.

Lixadeira elétrica e lixador manual

A lixadeira elétrica é uma máquina na qual um disco abrasivo (lixa), girando em alta
velocidade, permite o lixamento rápido e eficiente nas superfícies, com o objetivo de
desoxidar ou remover a pintura.
Aqui é apresentada apenas a do tipo portátil, de disco, de uso freqüente nos serviços
de pintura.

Figura 3 - Partes de uma lixadeira

47

Figura 4

Compõe-se de um motor elétrico, dentro


de uma carcaça de alumínio, e de um flange
rotativo, no qual se fixa, por meio de uma porca,
o disco abrasivo.

Repintura Automotiva
O flange é acoplado ao eixo do motor por meio de um conjunto de engrenagens,
através das quais se obtêm a mudança de direção do movimento do eixo para o flange
em 90º bem como a redução da velocidade dele.
As especificações mais usuais são:

• tensão da rede 110V – 220V;

• potência 1.400 watts (1,9HP);

• freqüência de rotação 4.000rpm (sem carga);

• peso 4,8kg;

• disco de borracha (flange) 18cm a 23cm.

O cabo elétrico não deve apresentar falhas de isolamento, devendo ter fio-terra,
para permitir ligação da carcaça à terra.

Figura 5 - Detalhe do aterramento em caixas metálicas

48

z Precaução • O fio-terra deve ser mantido ligado à terra,


quando em uso, para evitar a possibilidade
de choques elétricos.

• Usar óculos de proteção.

• Empunhar a máquina com firmeza.

• Não usar a máquina próximo de inflamáveis


e, especialmente, não usá-los no lixamento.
Lixador manual
É um taco de borracha ou de madeira com 2,5cm de altura, 5cm de largura e 10cm
de altura, aproximadamente.

Prende-se nele uma tira de lixa com a mão ou por meio de ranhuras existentes
no próprio taco, de tal modo que recubra uma das faces maiores e fique com a parte
abrasiva voltada para fora.

Figura 7 - Lixador com taco de borracha Figura 6 - Lixador com taco de madeira

O lixador manual é geralmente usado para o aplainamento de superfícies de madei-


49
ra, de plástico e emassadas.

Desoxidando com Lixadeiras

É o processo de eliminar de uma superfície a oxidação criada pela ação do tempo.


Executa-se a tarefa com lixadeira elétrica, quando a oxidação é profunda e a área
muito grande.

A desoxidação é muito importante não só para impedir que a oxidação prossiga,


destruindo as partes atingidas, como também para permitir que a pintura seja durável.

Repintura Automotiva
PROCESSO DE EXECUÇÃO
1° passo: Montar o disco abrasivo na lixadeira
a. Colocar a lixadeira sobre a bancada.
b. Bloquear, com a chave de boca, o eixo principal da máquina,
sob o suporte da lixa.

Figura 8

z Precaução • Manter a máquina desconectada da rede elétrica,


para evitar acidentes.
50

c. Retirar o parafuso ou porca de fixação do disco com a chave própria.

Figura 9

d. Colocar o disco abrasivo na lixadeira, atarraxando a porca


ou parafuso de fixação.
e. Apertar o parafuso ou porca com a chave própria.
f. Retirar a chave que bloqueia o eixo principal da máquina.
2° passo: Conectar a máquina à rede

z Precaução • O interruptor da lixadeira deverá estar desligado


(o que é designado por off ou desligado),
para evitar acidentes.

3° passo: Desoxidar a superfície


a. Segurar a lixadeira pelo cabo com uma das mãos e pelo suporte
lateral com a outra.

Figura 10

51

b. Ligar a lixadeira.
c. Lixar a superfície, movimentando a lixadeira em espiral no sentido
da rotação do disco, inclinando-a ligeiramente para o lado do avanço
e fazendo leve pressão com ela contra a chapa.

z Precaução • Usar óculos de proteção.

• Não usar a lixadeira perto de inflamáveis.

• Cuidado com as arestas e pontas da chapa,


pois podem causar a ruptura do disco,
provocando acidentes.

Repintura Automotiva
Lixando Manualmente

A operação de lixar caracteriza-se pela ação de friccionar com a lixa uma superfície,
desgastando-a, com a finalidade de eliminar ferrugem ou oxidação, e pinturas, bem
como aplainar e polir.

PROCESSO DE EXECUÇÃO Figura 11


1° passo: Dividir a folha de lixa

a. Dobrar a folha ao meio


e transversalmente,
fazendo o vinco.
b. Separar as duas partes.
c. Dobrar cada uma das partes
e transversalmente, fazendo o vinco.
d. Separar as partes.
e. Repetir o subpasso c.

52 zAtenção • A dobra deve ser feita com a parte abrasiva para dentro.

• Quando se usa lixa de água, deve-se dividir a folha


em quatro partes apenas.

• Usando lixa para metais, divide-se a folha em oito partes.

2° passo: Lixar a superfície


a. Segurar a lixa para metais ou a lixa de água (conforme mostram,
respectivamente, as figs.12 e 13).

Figuras 12 e 13
b) Friccionar a lixa sobre a superfície em movimentos de vaivém, deslocando-a
por toda a área, e lixar, até obter o resultado desejado.

zAtenção • A lixa de água deve ser usada sempre molhada com água,
podendo-se, para isso, manter uma esponja ou pano
embebido na água, aplicados sobre a superfície a lixar.

• A lixa para metais pode ser usada a seco ou molhada


com querosene.

• Quando a área é muito grande, deve-se lixar por etapas


de um metro quadrado aproximadamente.

• Em superfícies curvas, lixa-se na direção longitudinal.

Desengordurando 53

Para eliminar toda substância gordurosa ou oleosa de uma superfície, procede-se


ao desengorduramento, a fim de tornar possível a aderência dos materiais de pintura
aplicados a essa superfície, ou permitir o uso de lixas.

É uma operação que antecede a pintura de automóveis, utensílios eletrodomésticos,


cofres, móveis de aço e equipamentos industriais.

PROCESSO DE EXECUÇÃO
1° passo: Retirar a primeira camada, esfregando com uma porção de pano seco
a superfície a ser desengordurada.

zAtenção • O pano deve ser substituído,


sempre que estiver saturado.

Repintura Automotiva
2° passo: Proceder ao desengorduramento
a. Esfregar a superfície com uma porção de pano embebida em dissolvente.
b. Enxugar a superfície com pano seco e limpo.

zAtenção • Podem ser usados como dissolventes


querosene, nafta ou benzina.

• Dissolventes nunca devem ser usados


perto de chamas, fagulhas ou centelhas,
pois podem provocar incêndio.

3° passo: Completar o desengorduramento limpando a superfície


com pano embebido em redutor de segunda

zAtenção • Quando se tratar de retoque, não usar


o redutor sobre a pintura, mas somente
sobre a chapa.
54
• Para eliminar gorduras, como,
por exemplo, a deixada pelas mãos,
usar nafta ou álcool comum.
Aplicação
de Tinta-base
Aplicação de Tinta-base

O processo de aplicação de tinta-base envolve as etapas de trabalho constantes


no quadro a seguir, apresentadas, de modo mais detalhado, durante o estudo deste
tema.

N.º Ordem de Execução

1 Medir a viscosidade da tinta

2 Desengordurar a superfície

3 Aplicar a tinta-base

4 Limpar a pistola

Antes de tratar das referidas etapas, é importante salientar que a aplicação


de tinta-base requer a existência de condições e/ou materiais específicos, a seguir
relacionados, a fim de garantir a realização do serviço com maior segurança e
57
eficiência.

• Acessório de segurança: máscara de proteção.

• Equipamentos: compressor; transformador de ar; pistola;


bandeja plástica; viscosímetro – copo Ford n.º 4; cronômetro;
raspador de vidro; proveta graduada de 500ml.

• Ferramentas: mexedor de tintas; pincel.

• Produtos: redutor de segunda; tinta-base primer;


pano para limpeza; nafta; tule de náilon;
solvente para sintético.

Repintura Automotiva
Primers – Variados Tipos e Indicações

As tintas-base são também conhecidas como tintas primárias, de fundo,


anticorrosivas, antioxidantes e primers. São geralmente da mesma origem das tintas
de acabamento, em composição com outros produtos químicos que reagem com
certos metais, como o ferro, o zinco e o alumínio, impedindo a ação corrosiva nessas
superfícies.

Existem vários tipos de tinta-base, cada qual com uma aplicação distinta, adequada
ao tipo de pintura e às condições mais ou menos fvoráveis do ambiente, determinadas
por agentes químicos da atmosfera e do tempo, a que se submeterão as superfícies
pintadas.

Emprego
Além de servirem para evitar a corrosão ou oxidação dos metais, têm utilidade para
proporcionar boa adesão de outros produtos que complementem uma pintura.
As tintas-base mais usadas em repintura a pistola são primer de óxido de nitrocelu-
58
lose e sintético, cromato de zinco sintético e de nitrocelulose, bem como wash primer,
tratados mais adiante.

Características
Apresentam-se em estado líquido e viscoso. Têm cheiro idêntico ao das tintas de
acabamento da mesma base, o que as identifica. São de cores variadas e geralmente
não-tóxicas.

Primer de óxido de nitrocelulose

Características
Contém, em sua composição, óxido de ferro, e sua coloração é vermelho-óxida,
tornando-se semifosco depois de aplicado. Tem cheiro idêntico ao da acetona e não
é tóxico.
Emprego
É apropriado à aplicação sobre ferro, quando se necessita de uma repintura com
certa rapidez, sendo empregado, com muita freqüência, em repintura de automóveis,
servindo de suporte para outros produtos de base de nitrocelulose.

Condições de uso
Para sua aplicação, deve-se diluí-lo com redutor de segunda, até a viscosidade
de 12 a 15 segundos no copo Ford n.º 4, com 2,8 a 3,15kg/cm de pressão, apenas em
uma demão.

O tempo de secagem superficial é de 15 a 30 minutos e, final, de duas a três horas


ao ar livre, dependendo das condições atmosféricas. Só se deve aplicar este tipo de
tinta sobre a superfície sem pintura, limpa e desengordurada.

Primer de óxido sintético

Características 59
Também apresenta, em sua composição, óxido de ferro. Tem cheiro idêntico ao do
óleo de linhaça e depois de seco torna-se fosco. Não é tóxico.

Emprego
Deve ser aplicado em superfície de ferro ou galvanizada, depois de tratada
para pintura.
Esta tinta-base oferece melhor garantia à pintura, pois, devido à sua composição,
apresenta maior aderência.
Pode servir de suporte para às tintas de acabamento de base de nitrocelulose, uma
vantagem com relação a outras tintas-base, cuja aplicação se denomina mista.

Condições de uso
Para aplicação com pistola de sucção, recomendam-se pressões entre 2,1 a 2,8kg/cm
(com viscosidade baixa), sendo a referida tinta diluída com diluente sintético, para não
perder sua propriedade.

Repintura Automotiva
O tempo de secagem superficial é de uma a duas horas e, final, de seis a oito horas.
Os primers de óxido de nitrocelulose e sintético são acondicionados em recipiente
de 0,473 litro (um oitavo de galão) e 0,946 litro (um quarto de galão), 3,785 litros (um
galão) e 18,225 litros (cinco galões).
O recipiente deve ser bem fechado e guardado em lugar fresco e seco.

Cromato de zinco sintético

Características
Pode ser de base sintética ou de nitrocelulose, apresentando-se nas cores amarela
ou verde, tornando-se semifosco depois de seco.

Emprego
É anticorrosivo e permite a aderência de outros produtos da pintura sobre o alumínio
ou ferro galvanizado.

60 Condições de uso
É de aplicação demorada, porém tem as vantagens de possuir melhor aderência e
servir de suporte a produtos de outras bases, isto é, de aplicação mista. Pode ser apli-
cado com pistola de pressão ou sucção, e, neste caso, recomenda-se a pressão de 2,1 a
2,8kg/cm. O tempo de secagem superficial é de uma a duas horas, e, final de seis a oito
horas ao ar livre.

Cromato de zinco de nitrocelulose

Condições de uso
É de aplicação rápida, podendo ser aplicado pelos dois sistemas; no de pressão,
recomendam-se 2,8 a 3,5kg/cm. Seu tempo de secagem superficial é de 15 a 30 minutos,
e, final, de duas a três horas ao ar livre.

Acondicionamento
É acondicionado em recipientes de 0,473 litro a 18,225 litros.
Wash primer
É um primer de lavagem, constituído de solução de ácido fosfórico misturada, no
momento do emprego com uma tinta extremamente diluída, baseada em resina de
polivinibutiral pigmentada com tetroxicromato de zinco.
Uma vez reunidos e em contato com os metais, estes elementos produzem uma
ionização que inibe a corrosão, tornando a superfície passiva. Formam uma camada
altamente superficial aliada a permanente elasticidade de película.

Emprego
Deve ser aplicado sobre qualquer superfície metálica, substituindo com vantagem
a fosfatização.

Condições de uso
Aplica-se a pistola de sucção com 2,1 a 3,5kg/cm em uma só demão. Seca em 20
minutos ao ar, podendo ser levado à estufa a 50ºC.
Para isso, mistura-se a base com o diluente ácido na proporção recomendada pelo
fabricante, deixando a mistura uns 30 minutos em repouso. A seguir, ela deve ser empre-
gada dentro do período de vida útil de oito a dez horas, após o que não se recomenda 61
seu uso.
Em condições normais de uso, é tóxico, mas, em contacto com a pele, convém lavar
logo com água devido à ação do diluente ácido.

Acondicionamento
Os dois componentes (base + ácido) são acondicionados em separado e, assim,
podem ser armazenados por tempo indefinido.
O ácido é embalado em recipientes de vidro, e a base em lata, ambos nas medidas
de um galão ou 3.785 litros.

z Precaução • As tintas-base nitrocelulosas são inflamáveis, não devendo,


portanto, serem aplicadas perto de fogo, centelhas
ou fagulhas.

• É necessário o uso de máscara contra a pulverização


para todos os produtos.

Repintura Automotiva
Aplicando Tintas e Vernizes – Tintabase
Primer (com Equipamento de Sucção)

É o processo de tinta ou verniz em passadas sucessivas e semi-superpostas com


pistola de sucção, sobre uma superfície, de modo a cobri-la com uma ou mais camadas
do material. Tal aplicação pode visar à proteção ou ao embelezamento de móveis
e eletrodomésticos, bem como, principalmente, de automóveis, nos quais estas
características são de vital importância.

PROCESSO DE EXECUÇÃO
1° passo: Diluir a tinta ou verniz
a. Abrir a lata com abridor apropriado, suspendendo sucessivamente,
em vários pontos, a tampa dela.
b. Mexer bem a tinta, até que fique homogênea.
c. Depositar uma porção da tinta ou verniz em recipiente apropriado.
d. Diluí-la, adicionando-lhe o diluente indicado e mexendo novamente.

62 zAtenção • Usar de preferência um mexedor de alumínio liso.

2° passo: Encher o recipiente, coando a tinta


Figura 1
ou verniz
a. Colocar sobre a boca do recipiente um pano
de morim branco ou de náilon, dando-lhe
a forma de um coador, de modo que sobrem
na boca uns 10cm (fig. 1).

b. Segurar, com uma das mãos, a beira


do pano e encher o recipiente através
do coador.

zAtenção • O fluido não deve ultrapassar a curva do recipiente,


para que fique uma câmara, de modo a facilitar
a sucção.
3° passo: Preparar o equipamento de pulverização
a. Drenar a água condensada no transformador de ar, abrindo a válvula
de entrada de ar e afrouxando a válvula de drenagem sob ele.
b. Regular a pressão de ar à saída do transformador, no valor adequado
ao tipo de fluido.
c. Conectar a mangueira da saída do transformador de ar à entrada
de ar da pistola.

4° passo: Acoplar a pistola ao recipiente, fixando-a com a alavanca

zAtenção • O recipiente deve ser apoiado numa bancada.

5° passo: Abrir o registro de ar à saída do transformador


6° passo: Regular a pistola
a. Desatarraxar totalmente os parafusos de regulagem do leque e do fluido.
b. Acionar o gatilho, pulverizando sobre uma superfície, na distância
adequada, e regular a quantidade de fluido e a largura do leque.
63
7° passo: Aplicar a tinta ou o verniz
a. Aproximar a pistola da superfície, conforme mostra a fig. 2.

Figura 2

b. Levar a pistola até um pouco além da superfície a pintar, e iniciar a passada,


acionando o gatilho somente na borda da peça, em movimento continuo
e sincronizado.

Repintura Automotiva
c. Dar passadas sucessivas e semi-sobrepostas com movimentos alternado
(fig. 3).
Figura 3

zAtenção • A pistola deve ser mantida sempre perpendicular


à superfície.

• A superfície deve estar limpa e isenta de gordura,


umidade e calor.

• A tinta ou verniz devem ser lixados antes


de qualquer aplicação.

• Usar máscara de proteção.

64
• No manuseio de tintas, vernizes e diluentes, evitar
a aproximação do fogo e de centelhas elétricas,
por serem produtos altamente inflamáveis.
Limpando o Equipamento de Pulverização
por Sucção

Para manter o equipamento em perfeito estado de funcionamento, é fundamental


lavar e desobstruir a pistola e seu recipiente (caneca) com diluente, utilizando escovas,
estiletes e jatos de ar, para eliminar os resíduos de tintas ou vernizes deles logo após o
seu uso.

PROCESSO DE EXECUÇÃO
1° passo: Limpar a capa de ar
a. Retirar a capa de ar.
b. Limpar a capa de ar, imergindo-a em diluente, e retirá-la depois de alguns
minutos.
c. Soprar a capa de ar com ar comprimido isento de umidade, e desobstruir
os orifícios com um estilete macio, se necessário.

2° passo: Retirar o recipiente e despejar o material


65
3° passo: Agitar o recipiente com um pouco de diluente e despejá-lo
4° passo: Limpar por dentro o recipiente, o tubo de imersão e a tampa,
utilizando um pano embebido em diluente

zAtenção • Para desobstruir o suspiro da tampa,


usar um estilete macio.

5° passo: Recolocar um pouco de diluente no recipiente e acoplá-lo à pistola


6° passo: Recolocar a capa de ar
7° passo: Agitar a pistola umas cinco vezes, cobrindo a capa de ar com um pano
e acionando o gatilho simultaneamente

8° passo: Retirar o pano e pulverizar o diluente, até terminar


9° passo: Esfregar a pistola com um pano embebido em diluente

Repintura Automotiva
Aplicação de Massa
em Superfícies
Metálicas
Aplicação de Massa
em Superfícies Metálicas

Trata-se de uma operação complexa, realizada em sete etapas, conforme demonstra


o quadro a seguir, apresentadas, em detalhes, ao longo do estudo deste tema.

N.º Ordem de Execução

1 Desengordurar a superfície

2 Aplicar tinta-base

3 Limpar a pistola

4 Emassar a superfície

5 Aplainar a superfície

6 Aplicar o selador

7 Limpar a pistola

69

A execução segura e eficiente de cada uma dessas etapas exige que o profissional,
além do conhecimento da técnica de emassamento, também tenha à sua disposição os
itens a seguir relacionados.

• Acessório de segurança: máscara.

• Equipamentos: compressor; transformador de ar; pistola; balde plástico;


bandeja plástica.

• Produtos: estopa; nafta; massa rápida; massa sintética; massa plástica;


redutor de segunda; lixas de água; tinta-base primer, selador (surfacer);
lixa de ferro; tule de náilon.

Repintura Automotiva
Conhecendo as Massas para Pintura

São produtos para pintura fabricados com talco especial, secantes sólidos e líquidos,
acetatos e resinas minerais ou artificiais. A finalidade das massas é permitir eliminar as
irregularidades das superfícies a pintar.

Massa à base de nitrocelulose

É a massa chamada rápida ou massa de repasse.

Características
Contém, na sua composição, acetatos altamente voláteis que lhe conferem a
característica de secagem rápida.

Emprego
Aplica-se sobre o primer da mesma base, para corrigir pequenas irregularidades,
70
no máximo em quatro demãos bem-pressionadas, e no repasse (após a primeira
demão de tinta de acabamento), em duas demãos apenas.
Não é indicada como base ou enchimento de grandes irregularidades, pois tende
a apresentar rachaduras, rebaixamentos e bolhas que prejudicam a pintura.

Condições de uso
Esta massa vem pronta para a aplicação. Quando se apresenta endurecida pelo
tempo de armazenamento ou pela evaporação do solvente, adicionar pequenas
quantidades de surfacer da mesma base puro, e não os diluentes ou o primer.
O tempo de secagem, dependendo da marca e condições atmosféricas, varia de
10 a 15 minutos entre cada demão e de duas a três horas para a secagem final ao ar livre.

Conservação
O recipiente não deve ser mantido aberto, para evitar a evaporação dos compo-
nentes voláteis e o conseqüente endurecimento, devendo, por isso, ser bem fechado para
armazenamento.
Acondicionamento
Apresenta-se em embalagens de um quarto de galão, nas cores branca e cinza.

Massa à base de resinas sintéticas

Este tipo de massa, denominada sintética, é também conhecido como massa de


enchimento ou massa de base. Compõe-se de resinas sintéticas oleosas e talco especial,
formando massa espessa e macia, de secagem mais lenta que a de nitrocelulose.

Emprego
É adequada para eliminar grandes irregularidades das superfícies. Pode ser apli-
cada em cinco ou seis demãos, bem-pressionadas, com espaços de 20 a 30 minutos.
A secagem final leva de seis a oito horas ao ar livre. Aplica-se sobre superfícies prepara-
das com primer da mesma base ou sobre as tintas de acabamento devidamente lixadas.

Condições de uso
Para ser usada, a massa sintética deve ser previamente mexida, misturando bem 71
seus componentes. Quando se apresenta endurecida devido ao prolongado tempo de
armazenamento ou a evaporação dos solventes, adicionar pequenas quantidades de
surfacer sintético puro, e não o diluente (redutor) ou primer.

Conservação
O recipiente não deve ser mantido aberto, para evitar a evaporação dos compo-
nentes voláteis e o conseqüente endurecimento, devendo ser completado com água e
vedado para armazenamento.

Acondicionamento
Apresenta-se nas embalagens de 3,785 litros, 0,947 litro e 0,473 litro, nas cores
branca, cinza-claro e cinza-escuro. Tem o cheiro característico do óleo de linhaça, o
que permite distingui-la de outras massas.

Repintura Automotiva
Massa plástica
É a massa elaborada com resinas poliéster, usada para encher as superfícies
que não sejam obrigatoriamente desamassadas (lanternadas) e apresentem grande
dificuldade de reparo.

Emprego
Substitui com vantagem o enchimento com estanho, que, além de mais caro,
exige a aplicação com calor, o que prejudica a pintura adjacente e,
posteriormente, a pintura no local de sua aplicação devido à ação corrosiva
dos desoxidantes empregados.
Esta massa, quando submetida à ação do catalisador e exposta ao ar,
transforma-se num corpo sólido e insolúvel.

Condições de uso
Para a sua aplicação deve-se calcular a quantidade necessária e adicionar
a ela o catalisador na proporção de trinta gotas (em dias quentes, vinte gotas)
para cada 100g de massa.

72 A ação do catalisador inicia-se no momento de sua adição e, após 15 minutos,


a massa começa a endurecer, razão pela qual deve-se prepará-la em pequenas
quantidades a ser consumidas nesse período. O tempo de endurecimento total
é de uma a duas horas, permitindo o aplainamento com lima ou lixa.

Conservação
Não guardar restos de massa com catalisador, nem introduzir a espátula
com ela no recipiente da massa pura.

Acondicionamento
Apresenta-se nas embalagens de 0,947 litro, trazendo uma bisnaga
do catalisador com a quantidade necessária. Deve ser guardada em lugar
fresco (menos de 25ºC) e escuro, para preservar o catalisador.

Características
Dependendo do fabricante, apresenta-se nas cores cinza-escura,
rosa e verde, cujas tonalidades, após a ação do catalisador,
tornam-se mais fortes, com exceção do cinza, que fica mais claro.
z Precaução • Tomar cuidado ao manusear o catalisador,
evitando seu contato com a boca e os olhos.

Emassando – Procedimentos Básicos

Consiste em aplicar a massa com uma espátula, espalhando-a com pressão sobre
uma superfície previamente preparada.

Esta operação é necessária para eliminar as irregularidades da superfície a ser


pintada, ocorrendo, também, como repasse no desenvolvimento da pintura.

PROCESSO DE EXECUÇÃO
1° passo: Homogeneizar a massa
a. Abrir a lata com abridor apropriado, suspendendo a tampa sucessivamente
em vários pontos.
73
b. Mexer bem a massa, até ficar homogênea.

zAtenção • Usar um mexedor resistente, de preferência


de alumínio.

• A massa rápida não deve ser mexida,


pois já vem homogênea.

2° passo: Preparar as espátulas


a. Colocar uma lima murça paralela sobre uma superfície de madeira.
b. Retificar o fio da espátula a ser usada, para aplicar a massa, friccionando-a
sobre a lima, conforme mostra a fig. 1.

Figura 1

Repintura Automotiva
c. Chanfrar, arredondando o fio da espátula somente em um lado (fig. 2).

Figura 2

d. Fazer o polimento do chanfrado, friccionando a lâmina numa lixa de água


sobre uma superfície plana.
e. Desoxidar as duas espátulas.
f. Desengordurar as duas espátulas.

z Precaução • Cuidado para não se ferir com o chanfrado.

74
Caso I – aplicando massa sintética rápida

PROCESSO DE EXECUÇÃO
1° passo: Colocar a massa na espátula
a. Retirar uma porção de massa com a espátula de cabo.
b. Remover a massa de uma das faces, passando-a para outra face,
usando a segunda espátula.
c. Repetir o subpasso b, pressionando a massa contra a lâmina da primeira
espátula, até sentir que está mais consistente e sem cair.

zAtenção • Introduzir a espátula na massa – somente


a metade da lâmina.

• Movimentar a espátula em semicírculo


e não deixar acumular massa na beirada
do recipiente.
2° passo: Aplicar a primeira demão
a. Retirar um pouco de massa de uma das espátulas, com a que vai usar
no emassamento.
b. Espalhar e alisar a massa na superfície em movimentos sucessivos,
de modo que cada passada se superponha à metade da anterior.

zAtenção • A superfície deve estar limpa e isenta de gordura,


umidade e calor.

• Os movimentos devem ser efetuados conforme


mostra a fig. 3.

• A espátula deve ser usada sempre com a parte


chanfrada para dentro e formar um ângulo
de 45º, ao espalhar a massa, e quase na vertical
ao alisá-la, sempre pressionada.

• Não deixar a massa endurecer na espátula,


renovando-a constantemente.

• As passadas com massa rápida devem ser feitas


75
com movimentos acelerados.

Figura 3 e 4

c. Repetir os subpassos a e b, até cobrir toda a superfície.

Repintura Automotiva
3° passo: Aplicar as outras demãos, repetindo o segundo passo

zAtenção • Se a superfície for plana, aplicar as demãos


de preferência cruzadas, para melhor eliminar
as irregularidades.

• Observar o intervalo de tempo entre cada


aplicação (15 a 30 minutos para a massa
sintética e de 5 a 10 minutos para a massa
rápida).

• A massa rápida só deve ser aplicada, no máximo,


em quatro demãos. A massa sintética poderá
ser aplicada em mais de quatro demãos,
se a superfície for muito irregular.

Caso II – aplicando massa plástica

76
PROCESSO DE EXECUÇÃO
1° passo: Preparar a massa
a. Retirar uma porção de massa do recipiente com uma espátula de aço
que tenha cabo e esteja completamente limpa.
b. Colocar a porção de massa sobre uma superfície completamente limpa,
plana e lisa.
c. Fazer com a espátula uma cavidade no centro da porção de massa.
d. Pingar na cavidade a quantidade de catalisador recomendada
pelo fabricante.
e. Misturar bem a massa com o catalisador, usando espátula.

zAtenção • Calcular aproximadamente a porção de massa de acordo


com o tamanho da superfície a ser emassada.

• Não usar superfícies absorventes ou de plástico,


e que enferrujem.

• Não colocar a espátula usada na mistura dentro do recipiente


da massa, pois esta fará com que ela endureça.
2° passo: Aplicar a massa
a. Fazer a aplicação da massa em uma só demão imediatamente ao término
da mistura, pois ela já estará em processo de secagem.

zAtenção • A massa deve ser aplicada com leve pressão,


sem falhas, tanto mais lisa quanto possível
e em quantidade sempre mais alta
que o nível da superfície.

• Não colocar a sobra da massa dentro


do recipiente dela, pois a ação do catalisador
irá endurecê-la.

• A superfície não deve estar pintada, e sim limpa,


desengordurada, com redutor de segunda
bem como isenta de umidade e calor.

77

Repintura Automotiva
Aplainamento
de Superfícies
Emassadas
Aplainamento de Superfícies Emassadas

As etapas de trabalho relativas ao aplainamento de superfícies emassadas encon-


tram-se no quadro a seguir, devendo ser observadas pelo profissional, a fim de garantir
sua segurança e a eficiência do serviço realizado.

N.º Ordem de Execução

1 Preparar os equipamentos e ferramentas

2 Preparar a superfície

3 Aplainar a superfície

4 Limpar os equipamentos e ferramentas

A primeira ordem refere-se aos equipamentos e ferramentas básicos relacionados


a seguir.

• Acessório de segurança: máscara.


81

• Equipamentos: lixadeira elétrica; balde plástico; pistola de sucção;


compressor; transformador de ar; recipiente para tinta ou verniz.

• Ferramentas: espátula com cabo; lixador manual; mexedor de tinta.

• Produtos: lixas de água; lixa de ferro; tinta-base primer; selador (surfacer);


redutor de segunda; tule de náilon; estopa; espanador.

As demais ordens de execução são tratadas, com mais detalhes, ao longo do estudo
deste tema.

Repintura Automotiva
Usando as Mãos para Aplainar

Aplainar superfícies emassadas é uma operação manual que se executa com a lixa
presa a um bloco de madeira ou de borracha dura. Consiste em friccioná-la sobre uma
superfície emassada, desbastando-a, até torná-la plana.

PROCESSO DE EXECUÇÃO
1° passo: Dividir a lixa de acordo com o tamanho do lixador
2° passo: Eliminar as rebarbas da massa nas beiradas da peça,
usando uma espátula de aço com cabo, se necessário
3° passo: Colocar a lixa no bloco e segurá-la, conforme mostra a fig. 1

Figura 1

82

4° passo: Aplainar a massa, lixando-a em movimentos de vaivém, pressionando


sempre o lixador contra superfície, até aparecer sinais dela

zAtenção • Quando usar lixa de água, manter o lixador e a superfície


sempre molhados.

• Usando lixa de ferro, eliminar o acúmulo de massa na lixa,


batendo com o lixador na palma da mão.

• Em peças grandes, fazer o aplainamento por áreas


de um metro aproximadamente.

• Em superfícies planas, realizar os movimentos na direção


longitudinal ou transversal, e nas curvas, em diagonal.

• Movimentar o lixador sempre na direção dos lados


dobrados da lixa.
5° passo: Verificar o aplainamento
a. Limpar ou enxugar a superfície com um espanador ou um pano.
b. Verificar a planeza da superfície visualmente ou usando o tato.
Repassar com o lixador, se necessário.

Selador (Surfacer)

Também conhecido por surfacer, sendo de base de resinas alquídicas e sintéticas, ou


de nitrocelulose.
É aplicado sobre tinta-base primer, sobre massas e, quando em repintura, sobre
tintas de acabamento depois de bem lixadas, com a finalidade de permitir sua melhor
aderência. Não deve ser aplicado como tinta-base primer.
O selador tem, também, condições de eliminar pequenas irregularidades apresenta-
das numa superfície, dependendo das demãos aplicadas. Existem dois tipos de selador: 83
o de nitrocelulose e o sintético, apresentados a seguir.

Selador de nitrocelulose

Características
O selador de nitrocelulose apresenta-se em estado líquido e viscoso, tendo um odor
idêntico ao da acetona, e sendo de cor branca e cinza-claro ou escuro. Não é tóxico.

Emprego
O selador de nitrocelulose é também aplicado sobre a tinta-base primer sintética,
agindo como veículo de separação na pintura mista, aquela que, iniciada com sintética,
pode ter acabamento em tinta de nitrocelulose.
Pode, também, ser aplicado sobre madeira, papelão, Duratex, usando a mesma
técnica de aplicação.

Repintura Automotiva
Condições de uso
Para facilitar sua aplicação, deve ser diluído com redutor de segunda em viscosidade
de média a alta, coado, aplicado em uma demão sobre a tinta-base primer e em duas a
três demãos sobre massas com 40 a 50 libras de pressão, aguardando o intervalo de 10
a 15 minutos entre cada demão. O tempo de secagem do surfacer de nitrocelulose é de
15 a 30 minutos superficialmente e, definitivamente, de três a quatro horas.

Selador sintético

Características
O selador sintético apresenta-se em estado líquido-viscoso, tendo cheiro idêntico ao
do óleo de linhaça. É de cor branca e cinza-clara ou escura. Não é tóxico.

Emprego
Pode ser aplicado, também, como tinta-base primer sobre superfícies metálicas de
ferro ou aço, bem como madeira, papelão, Duratex e Eucatex. É mais apropriado a servir

84 de base para tinta-esmalte sintética.


Pintando e Criando
Pintando e Criando

Para pintar, utilizar tintas; para criar, usar sua imaginação. Eis, exatamente, o assunto
a ser abordado neste tema, que apresenta três tipos de tinta – suas principais característi-
cas, indicações para uso e formas de aplicação – e duas técnicas de pintura bastante
usuais, ou seja, separar cores e sobrepor tintas.

Pintando com Tinta de Nitrocelulose


(Equipamento por Sucção)

O quadro que se segue apresenta as etapas do processo de aplicação desse tipo de


tinta.

N.º Ordem de Execução

1 Desengordurar a superfície

2 Lixar o selador
87
3 Aplicar a tinta de acabamento

4 Limpar a pistola

A execução dessas ordens requer do profissional, além do conhecimento técnico, o


uso dos materiais a seguir relacionados.

• Acessório de segurança: máscara.

• Equipamento: compressor de ar; transformador de ar; pistola de sucção;


bandeja plástica.

• Ferramentas: espanador; mexedor de tintas.

• Produtos: estopa; álcool; pano industrial; lixa de água; tinta de nitrocelulose;


redutor de primeira; redutor de segunda; laca-flor; tule de náilon.

Repintura Automotiva
A tinta de nitrocelulose é também conhecida como tinta rápida, tinta laca e tinta
duco. Sua origem e os principais componentes estão contidos no diagrama que se segue.

Emprego

É geralmente aplicada, quando se necessita de uma pintura de bom acabamento,


de fácil aplicação, de retoque e com possibilidade de renovação. Por suas qualidades,
é uma das mais paliçadas em repintura de automóveis, mobiliário e eletrodomésticos.
88

Características

Apresenta-se em estado líquido-viscoso, em várias cores e tonalidades, tendo


cheiro semelhante ao da acetona. É volátil, altamente inflamável, de secagem rápida
e não-tóxica. Pode ser aprimorada com polimento depois de bem seca.

Condições de uso

Para aplicação com pistola de pressão, diluí-la com redutor de primeira em visco-
sidade de 16 a 18 segundos, no copo Ford no 4 (viscosidade média), com pressão de ar
de 60 a 70 libras, pressão no tanque de 18 a 20 libras, com vazão de tinta de 800ml/
minuto (200ml em 15 segundos). Aplicar sempre coada com quatro ou cinco demãos
de intervalo de 5 a 10 minutos. Pode haver uma variação de proporção quanto à
aplicação, dependendo do fabricante.
Para aplicação com pistola de sucção, esse tipo de tinta deve ser usado à pressão
de 40 a 50 libras, em quatro a cinco demãos, dependendo do poder de cobertura da
tinta. A primeira demão deve ser dada com viscosidade média. Deixar secar de 5 a 10
minutos e repassar com massa rápida se for necessário. Depois de seca e aplainada,
recobrir a massa com uma demão de surfacer, devendo esta, depois de seca e lixada,
ser recoberta com a tinta de acabamento, tendo a mesma viscosidade da primeira
demão, homogeneizando a superfície.

As segunda e a terceira demãos devem ser aplicadas em viscosidade de média a


baixa, e a última, em viscosidade com intervalos de 5 a 10 minutos. Todas as demãos
de tinta devem ser coadas.

O diluente a ser usado, para baixar a viscosidade desse tipo de tinta de acabamen-
to, é o redutor (Thinner) de primeira ou de melhor qualidade. Na aplicação da referida
tinta, o filme torna-se, às vezes, leitoso ao secar. Tal fenômeno, geralmente chamado
“nevado”, “gelado” ou “geada”, acontece em dias úmidos ou chuvosos, quando, após a
aplicação da tinta e o conseqüente resfriamento da superfície devido à evaporação
rápida do redutor, condensa-se a umidade do ar na tinta e não sai durante a secagem 89
do filme.

Consegue-se eliminar esse fenômeno usando um redutor de boa qualidade, ou


acrescentando quantidades variadas de retardar ou laca-flor, diluentes que mantêm
o filme aberto, até que a umidade tenha evaporado. Também pode-se aplicar e secar
a tinta em ambiente de temperatura mais elevada, o que equivale a um ar mais seco,
conseguindo-se eliminar tal problema.

O tempo de secagem desse tipo de tinta varia, dependendo da fabricação ou


das condições atmosféricas, de 5 a 15 minutos para a reaplicação de demãos; para a
secagem de 2 a 3 horas; para o endurecimento de 12 a 24 horas. Para obter um bom
e duradouro aprimoramento, polir a tinta com pasta para polir e polidores líquidos,
depois de seca e endurecida.

Repintura Automotiva
Acondicionamento

Encontra-se embalada em recipientes de 0,473 litro, 0,946 litro, 18,722 litros, 205 litros
e 942 litros.

z Precaução • Não aplicar esse tipo de tinta perto


de chamas, fagulhas ou centelhas,
por ser altamente inflamável.

Pintando com Tinta-esmalte Sintética


Sua origem e os principais componentes estão contidos no diagrama que se segue.

90

Emprego

Esse tipo de tinta é geralmente aplicado em superfícies em que não seja necessário
um acabamento aprimorado, sendo de fácil aplicação. É usada em pintura à pistola para
aplicações em coletivos, em peças e acessórios de automóveis, bem como na confecção
de filetes decorativos e letreiros. Aplica-se, também, em eletrodomésticos, mobiliário,
máquinas e utensílios industriais.
Tipos

Existem vários tipos de tinta-esmalte sintética, sendo os mais usados em pintura à


pistola:

• esmalte sintético comum;

• extra-rápido;

• martelado.

Esmalte sintético comum e extra-rápido

Características
Apresenta-se em estado líquido-viscoso, em várias cores e tonalidades, tendo
cheiro semelhante ao do óleo de linhaça, e sendo volátil e de secagem
relativamente lenta. Não é tóxico e não aceita retoque nem polimento.

Condições de uso 91
Para facilitar a aplicação do esmalte sintético comum e do extra-rápido,
diluí-los com diluentes especiais para sintéticos na proporção de 10 a 30%
à viscosidade de média a alta, com 30 a 40 libras de pressão, em duas
demãos, devendo a primeira ser aplicada com rapidez, somente para
“empoeirar” a superfície, a fim de evitar possível escorrimento da segunda
demão, a principal. Aplicá-los de modo convencional, com o intervalo
de 5 a 10 minutos.

Fazer a secagem em ambientes ventilados e protegidos da poeira


e da circulação de ar contaminado. O tempo de secagem do esmalte
sintético comum é de 1 a 2 horas superficialmente e de 6 a 8 horas
definitivamente.

O tempo de secagem do esmalte extra-rápido é de 20 a 30 minutos


superficialmente e de 3 a 4 horas definitivamente. Aplicá-lo pelo mesmo
processo do esmalte sintético comum.

Repintura Automotiva
Conservação
Guardá-lo em lugar seco e fresco. Não usando todo o conteúdo, limpar bem
o encaixe da tampa, para evitar a entrada de ar no recipiente, o que ocasiona
o endurecimento da tinta, inutilizando-a.

Acondicionamento
Encontra-se no comércio embalada em recipientes de 18,722 litros, 3,785 litros,
0,946 litro, 0,473 litro e 0,236 litro.

Martelado

Características
É de grande efeito decorativo, boa aderência, dispensando tinta-base
(primers) e emassamento. Só deve ser aplicado a pistola.
Mostra-se de dureza elevada e de alto brilho, não sendo tóxico.
Seca ao ar livre ou em estufa.

92
O esmalte sintético martelado é um tipo de fabricação moderna
especial de grande aceitação nas aplicações industriais de pintura
e repintura pulverizada. Em sua composição, são mais empregados
pigmentos metálicos de alumínio.

Condições de uso
Para sua aplicação, diluir com diluente próprio para martelado,
com 10% dele apenas, para facilitar a pistolagem e acelerar a secagem.
Usar de 40 a 50 libras de pressão e aplicar somente em uma demão
uniforme. A secagem é de 3 a 5 horas ao ar livre, dependendo
das condições atmosféricas, e na estufa, de 30 minutos.

Acondicionamento
Encontram-se embalados em recipientes de 0,946 litro e 3,785 litros.
Pintando com Tinta-base Poliéster
(Equipamento por Sucção)

Emprego

É conveniente para pinturas metálicas e perolizadas. Tem ótima fidelidade de cor e


rendimento superior a outros sistemas de pintura metálica existentes no mercado.

Características

Apresenta-se em estado líquido e viscoso, possui cheiro semelhante ao da acetona,


boa dureza e resistência à abrasão, sendo de grande resistência às intempéries e de
excelente brilho. Geralmente é metalizada ou perolizada, bem como cores e tonalidades.

Para a aplicação da tinta poliéster, empregar o seguinte método: sobre a superfície


já desoxidada, desengordurada e coberta com primer, depois de bem seco e bem lixado
com lixa no 600, aplicar a tinta homogeneizando perfeitamente a base de poliéster, a 93
qual já vem na viscosidade de aplicação, aproximadamente durante 13 segundos, e
filtrar, para eliminar as eventuais impurezas, utilizando, para isso, coador apropriado.
Aplicar duas ou três demãos normais com pistola de pulverização, com pressão de
40 a 50 libras e intervalo de 5 a 10 minutos entre as demãos. A distância entre a pistola
e a superfície a ser pintada deve ser de 20cm a 30cm aproximadamente.

zAtenção • A base de poliéster deve ser aplicada em passadas leves.

• Para obter mais brilho no acabamento de poliéster, depois de aplicar a última


demão de tinta de acabamento e aguardar o intervalo aproximadamente
de 15 minutos, aplicar verniz poliuretano transparente, diluído e catalisado
na proporção recomendada pelo fabricante, em duas demãos, com a mesma
pressão usada para a tinta de acabamento.

• Essa aplicação do verniz poliuretano transparente objetiva obter mais brilho,


proporcionar maior durabilidade, retenção da cor e evitar que, ao aprimorar
a pintura com polimento, esta apresente possíveis manchas.

• Retoques em acabamentos com bases de poliéster metalizadas ou perolizadas


exigem muita habilidade do pintor, a fim de evitar divergências de tonalidades
entre a área ou peça retocada e o restante da carroçaria do veículo.

Repintura Automotiva
As etapas do trabalho de pintura com tinta-base poliéster, usando equipamento de
sucção, estão relacionadas no quadro a seguir.

N.º Ordem de Execução

1 Desengordurar a superfície

2 Lixar manualmente

3 Aplicar o selador

4 Limpar a pistola

5 Lixar o selador

6 Aplicar a tinta e o verniz de acabamento

7 Limpar a pistola

Para executar essas ordens, ter à disposição o material a seguir relacionado.

• Acessório de segurança: máscara.


94
• Equipamento: compressor de ar; transformador de ar; pistola de sucção.

• Ferramentas: chaves de boca; chaves de estrias; mexedor de tintas;


copo medidor.

• Produtos: pano industrial; selador (surfacer); lixa úmida; Thinner;


tinta poliéster; verniz poliuretano.

Fitas Adesivas – Pintura Criativa

São tiras de papel crepom, parafinado, que contêm goma em uma das faces. As fitas
adesivas também são chamadas de fitas gomadas ou fitas-cola.

Servem para delimitar as superfícies a pintar, isolando as outras, de modo que não
sejam atingidas pela pulverização ou outros produtos da pintura.
Quando se trata de grandes áreas, usa-se papel para cobri-las, fixando-o, porém,
com a fita adesiva, a qual, entretanto, deve ser aplicada de modo a prender e delimitar
a superfície a pintar.
A fita de papel crepom tem como característica principal a elasticidade no sentido
do comprimento, que lhe permite acompanhar as curvas de grandes raios num mesmo
plano (fig. 1).

Figura 1

A goma não endurece, o que permite que a fita seja retirada com facilidade e sem
prejudicar o material da superfície.
Apresenta-se em rolos de 55m, e as larguras mais usadas são 10mm, 19mm, 25mm
e 50mm. 95
A fita de papel parafinado é especial para e execução de filetes. Sua característica
principal é permitir o destacamento de pequenas faixas longitudinais correspondentes
à largura do filete que se deseja pintar (fig. 2).

Figura 2

Quanto à fita gomada, é semelhante à fita de papel crepom, sendo de espessura


inferior à comum, o que determina uma delimitação na sobreposição das tintas, menos
perceptível ao tato e mais definida.

Repintura Automotiva
Protegendo superfícies com fita adesiva

Consiste em cobrir com a fita adesiva as partes de uma superfície, quando não se
deseja que sejam pintadas, ou para permitir a sobreposição de cores em desenhos,
faixas e filetes, como pode ser visto mais adiante.

No caso das superfícies grandes, usam-se fita e papel apropriados, para simplificar
a operação.

Geralmente, esse tipo de proteção de superfícies é utilizado em pintura e repintura


de automóveis e eletrodomésticos.

PROCESSO DE EXECUÇÃO
1° passo: Selecionar a fita quanto à largura e qualidade adequadas
2° passo: Aplicar a fita adesiva
a. Riscar, se necessário, para fazer a divisão das cores, usando um lápis macio.

96 zAtenção • A base deve estar completamente


seca e endurecida.

• Evitar arranhar a pintura da base.

• Para confeccionar faixas e filetes,


usar fita adesiva especial.

b. Desenrolar uns 5cm da fita e aplicá-la, pressionando-a com uma das mãos,
sobre o alumínio da parte a proteger.

c. Cobrir toda a superfície, desenrolando a fita, sem deformá-la,


com uma das mãos e, com a outra, pressioná-la contra a superfície,
segundo a marcação ou os limites da peça, deixando um afastamento
de 1mm no contorno dela.
zAtenção • A superfície deve estar limpa e isenta de gordura,
umidade e calor.

• No caso de usar papel, pressionar somente a metade


da largura da fita junto ao limite, deixando a outra
metade frouxa, para prender o papel.

• Evitar fazer rugas, ao aplicar a fita.

• No caso de emendas, a fita deve sobrepor-se


uns 3cm e o papel, 10 a 15cm.

• No tocante a peças presas às superfícies a pintar,


circundar as extremidades com a fita e cobrir
o restante no sentido longitudinal delas.

• Usar uma lâmina apropriada para cortar a fita.

97
Pintando com Separação de Cores

O quadro a seguir apresenta as etapas de trabalho a serem observadas pelo


profissional, a fim de realizar, com segurança e eficiência, essa técnica de aplicação de
tintas.

N.º Ordem de Execução

1 Fazer a separação

2 Preparar a superfície

3 Aplicar a tinta

Repintura Automotiva
É importante destacar, ainda, que o processo de separação de cores requer os
materiais a seguir relacionados.

• Acessório de segurança: máscara.

• Equipamento: compressor de ar; transformador de ar; pistola de sucção;


bandeja plástica; régua graduada; esquadro.

• Ferramentas: mexedor de tintas; gilete; tesoura; espanador.

• Produtos: pano para limpeza; álcool; lixa de água; borracha; palha de aço fina
(tipo Bombril); redutor de primeira e de segunda; tule de náilon; fitas adesivas;
papel especial; lápis preto; tinta de nitrocelulose.

Sobrepondo Tintas

Consiste em repintar partes de uma superfície com tintas e cores ou tonalidades


diferentes. Este processo é utilizado, quando se necessita decorar ou desenhar uma
98
superfície.

PROCESSO DE EXECUÇÃO
1° passo: Desengordurar a superfície, limpando-a com pano embebido em álcool
2° passo: Fazer a marcação do desenho ou decoração com lápis macio

zAtenção • Usar régua, esquadro, compasso


e borracha para lápis.

3° passo: Colocar a fita adesiva sobre a marcação

zAtenção • Usar fita de largura correspondente ao tipo de desenho


ou decoração.

• Desenrolar uns 5cm da fita e aplicá-la, pressionando-a


com uma das mãos sobre o limite da parte a proteger.

• Ao desenrolar a fita, não deformá-la, esticando-a.


zAtenção • No caso de usar papel, pressionar somente a metade
da largura da fita, deixando a outra metade frouxa,
para prender o papel.

• Usar um pedaço de 2cm de fita, a fim de prender


a outra extremidade do papel.

• Evitar fazer rugas, ao aplicar a fita.

• No caso de emendas, a fita deve sobrepor-se uns 3cm,


e o papel, 10 a 15cm.

• Usar lâmina (gilete) para cortar a fita, e tesoura


para cortar o papel.

4° passo: Sobrepor a tinta


a. Desengordurar a superfície a ser pintada, usando pano embebido em álcool.
b. Preparar a superfície que será pintada.
c. Aplicar a tinta na superfície.
99
d. Retirar o isolamento depois de 15 minutos da última demão aplicada.

zAtenção • Quando se tratar de grandes superfícies, fazer


o lixamento interno com a lixa de água úmida.

• Junto ao limite da fita, usar palha de aço fina,


seca e limpa.

• Quando se tratar de pequenas superfícies, utilizar


somente palha de aço fina, seca e limpa.

• Quando houver sobreposição de fita no desenho


ou decoração, retirar primeiro a fita de cima.

• Cuidar para que a fita ou papel não toquem


na área pintada.

Repintura Automotiva
Polimento
Manual
Polimento manual

O quadro a seguir apresenta as etapas de realização do polimento.

N.º Ordem de Execução

1 Fazer a limpeza da superfície

2 Fazer o polimento da superfície pintada

Para executar esse tipo de serviço, dispor do material a seguir relacionado.

• Ferramenta: espanador.

• Produtos: pasta para polir; querosene; algodão industrial.

Ao longo do estudo deste tema, são apresentados as principais características e


indicações de uso dos referidos produtos, bem como os procedimentos básicos para
realizar o polimento em superfícies pintadas ou envernizadas.

103

Produtos de Acabamento
São os polidores e ceras que se aplicam sobre pinturas recentes ou já usadas, com
a finalidade de realçar o brilho e protegê-las contra a ação do tempo. Também se utiliza
glicerina, para proteger as borrachas e pneus, resguardando-os contra o ressecamento.

Polidores

São em pasta ou líquidos. Os polidores em pasta, também conhecidos como massa


de polir, são basicamente emulsão de glicerina e água, contendo pós abrasivos.
Existem dois tipos de pasta: grossa e fina. A pasta grossa é usada em repintura,
especialmente para eliminar o “alaranjado” ou “casca de laranja” ocasionado pela pintu-
ra a pistola, tornando a superfície lisa e brilhante. Identifica-se pela cor alaranjada, e a
fina, por amarelo-claro.

Repintura Automotiva
A pasta fina é mais usada na recuperação ou restauração da pintura, desencar-
dindo-a e realçando seu brilho. As pastas são aplicadas por meio de algodão industrial
umedecido com querosene, para evitar o ressecamento causado pela fricção. Aplicam-se
sobre as tintas de nitrocelulose, laca acrílica e nitrossintética, podendo ser usadas, tam-
bém, para polir e limpar metal, plástico e fórmica. Encontram-se acondicionadas em
recipientes de 0,947 litro (um quarto de galão) ou 0,473 litro (um oitavo de galão) e 3,785
litros (um galão).

Os polidores líquidos diferem dos polidores em pasta quanto à composição química


e o tamanho dos grãos abrasivos, que, neste caso, são muito menores. Existem três tipos
de acabamento: seco, oleoso e impermeabilizante. O polidor de acabamento seco serve
para desencardir, desengordurar e realçar o brilho de superfícies recém-pintadas, sendo
usado, ainda, após a aplicação da pasta. Não oferece condições de impermeabilização,
deixando a superfície seca e desprotegida. É necessário, por isso, aplicar, em seguida,
uma cera impermeabilizadora.

O polidor de acabamento oleoso tem características idênticas às do tipo seco, mas

104 contém uma substância oleosa que, além de permitir a aplicação de cera impermeabi-
lizadora, é usada especialmente para desencardir pinturas claras. O polidor de aca-
bamento impermeabilizante, além de apresentar algumas características do tipo seco,
contém silicone, que impermeabiliza a superfície, dispensando o uso de cera. Este pro-
duto não se presta para desencardir as pinturas. Os polidores líquidos têm consistência
leitosa, devendo ser agitados antes do uso. Vêm acondicionados em recipientes de 3,785
litros (um galão), 0,947 litro (um quarto de galão) e 0,473 litro (um oitavo de galão).

Cera impermeabilizadora

Composta basicamente de cera de carnaúba e silicone obtido de compostos


orgânicos do silício, que apresenta particular repulsão à água, resistência ao calor e
aos agentes oxidantes. Usada em pintura e repintura a pistola como elemento final
do polimento, a fim de proporcionar uma película impermeabilizante, para proteger
a pintura contra a ação do tempo e, ao mesmo tempo, proporcionar um brilho adicional
após o polimento. É acondicionada em recipientes de 0,947 litro e 0,473 litro.
Glicerina

É um líquido viscoso e incolor, solúvel em água, álcool e acetona, usado para evitar
o ressecamento das borrachas em geral, logo após a sua limpeza, especialmente quando
se utiliza o redutor. Usa-se diluída em álcool, na proporção de três partes de álcool e uma
de glicerina. É acondicionada em recipientes de até 120 litros.

Algodão

É de origem vegetal e se apresenta como um aglomerado de pequenas fibras


macias e de cor amarelada. Seu poder absorvente e a resistência à maioria dos
produtos químicos usados em pintura tornam-no indicado como veículo na aplicação
dos polidores. É acondicionado em pacotes de um quilo ou em fardos.

Polindo Superfícies Pintadas 105

ou Envernizadas

Consiste em friccionar com o polidor a superfície pintada, tornando-a lisa e


desencardindo-a, quando já sofreu a ação do tempo, a fim de realçar o seu brilho.

Esta operação deve ser realizada com a pasta e o líquido, ou somente com este,
quando se tratar de recuperar o brilho de pinturas antigas. Executa-se tanto como fase
de acabamento da maioria das pinturas novas, quanto para conservação.

Repintura Automotiva
PROCESSO DE EXECUÇÃO
1° passo: Aplicar o polidor
a. Separar três porções de algodão com 50g cada uma aproximadamente.
b. Retirar os corpos estranhos que se encontrem no algodão.
c. Agitar bem o recipiente com o polidor, se este for líquido.
d. Colocar o polidor no algodão.
e. Friccionar o polidor sobre a superfície pintada, fazendo movimentos
de vaivém, com pequena pressão manual, em direção longitudinal
ou transversal à peça.

zAtenção • A superfície deve estar limpa e isenta de gordura,


umidade e calor.

• Não colocar o recipiente do polidor ou qualquer outro


objeto sobre a pintura.

• Quando o polidor for líquido, embeber no algodão.


Se for em pasta, umedecer o polidor com querosene
e depois embeber no algodão.
106
• Manter o algodão sempre com o polidor até o final
da operação.

• Se o polidor for líquido, do tipo impermeabilizante,


aplicá-lo por etapas em áreas quadradas de três
palmos aproximadamente. Sendo em pasta, aplicálo
por etapas em áreas quadradas de cerca de quatro
palmos.

• Iniciar e terminar o polimento com o mesmo pedaço


de algodão. Só trocá-lo, se cair no chão.

• Não friccionar o algodão nas arestas, para não


desgastar a tinta.

• Os movimentos devem ser cadenciados em número


de quarenta por minuto aproximadamente.
2° passo: Limpar o polidor aplicado, friccionando a segunda porção de algodão,
a seco, sobre toda a superfície polida, com movimentos semelhantes
aos usados na aplicação do polidor

zAtenção • A limpeza deve ser feita logo após a aplicação


do polidor, em cada etapa.

• Quando usar polidor líquido de acabamento


seco ou oleoso em peças pequenas,
esperar secar.

• Retirar o pó acumulado no algodão, batendo-o


entre as palmas das mãos.

3° passo: Aprimorar a limpeza


a. Friccionar a terceira porção de algodão sobre toda a superfície.
b. Passar finalmente uma flanela sempre com movimentos idênticos
aos da aplicação do polidor.

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Repintura Automotiva
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Firjan-SENAI

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