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DFX – Design for X

Técnicas de Desenvolvimento
de Produtos
Visão Geral e Princípios Básicos

EPR-707
Técnicas DFX
⚫ As técnicas DFX:

⚫ Geralmente são aplicadas nas fases iniciais do


processo de desenvolvimento de produtos;

⚫ Garantem que diversos aspectos do ciclo de vida


estejam considerados no produto;
⚫ Necessidades do cliente;
⚫ Processos de manufatura;
⚫ Validação do produto;
⚫ Confiabilidade;
⚫ Meio ambiente;
⚫ Entre outras.
DFX mais comuns

⚫ O DFM e o DFA são as mais comuns e mais


populares ferramentas DFX.

⚫ O DFA avalia a facilidade de montagem.

⚫ O DFM avalia a viabilidade e custo da


manufatura do produto no nível operacional.

Fonte: Herrmann et al. (2004)


O que é o DFM?

⚫ É uma abordagem que enfatiza aspectos de manufatura


ao longo do processo de desenvolvimento do produto.

⚫ Ela visa chegar a um produto com baixo custo, sem


sacrificar sua qualidade.

⚫ Está relacionado com o entendimento de como o projeto


do produto interage com os vários componentes do
sistema de manufatura, de maneira que os
componentes que formarão o produto após a montagem
sejam fáceis de serem fabricados.
Foco do DFM
⚫ Comparação do uso de diferentes combinações de
materiais e processos de fabricação selecionados
para as partes de uma montagem;

⚫ Determinação do impacto do custo com o uso


desses materiais e processos;

⚫ Ou seja, o DFM analisa cada componente em


separado e tende a recomendar partes de formas
simples em substituição a um componente de
forma geométrica complexa, achando o mais
eficiente uso da geometria do componente com
relação ao processo de fabricação.
Foco do DFM

a) Conceito original

b) Fundição c) Metalurgia d) Forjamento


do pó

e) Soldagem f) Fresamento g) Dobramento


de chapas
O que é o DFA?
⚫ Tem por principal objetivo simplificar a estrutura do
produto a fim de reduzir custos.

⚫ Consiste em criticar, a todo momento, os métodos e


as soluções adotadas tentando simplificar ou eliminar
a montagem.

⚫ Consiste ainda em obter informações sobre as várias


alternativas de projeto ponderando-se características
como número total de componentes, tempo de
montagem, dificuldade de inserção e manipulação,
etc.
Foco do DFA

⚫ Consolidação dos componentes;


⚫ Montagem vertical com o auxílio da gravidade;
⚫ Uso de características de orientação e inserção nas
partes; e
⚫ Revisão do projeto conceitual por meio do consenso
da equipe de projeto (engenharia simultânea).

⚫ Ou seja, o DFA avalia todo o produto, não apenas


as partes individualmente, buscando simplificar a
arquitetura do produto e objetivando o mais
eficiente uso da função do componente.
DFMA

⚫ Diretrizes Gerais;

⚫ Diretrizes para manuseio de componentes;

⚫ Diretrizes para inserções e fixações;

⚫ Diretrizes para sequência de montagem.


Diretrizes gerais do DFMA

⚫ Reduzir ao mínimo a quantidade de peças.

⚫ “O produto ideal tem apenas uma peça”.

⚫ A simplicidade é a CHAVE!

Fonte: Autolatina (1992)


Diretrizes gerais do DFMA

⚫ Projetar para um número mínimo de


componentes.

Redução da quantidade de fixadores


Diretrizes gerais do DFMA

⚫ Procurar padronizar materiais, acabamentos e


componentes.

⚫ Determinar o impacto no custo com o uso destes


materiais e processos.
Diretrizes gerais do DFMA

⚫ Desenvolver uma abordagem de projeto


modular.

Farol (aro+vidro) do fusca Conjunto de farol do gol


Diretrizes gerais do DFMA

⚫ Eliminar parafusos, arruelas, molas e roldanas.

Difícil para automação


Preferível

Parafusos com arruelas incorporadas

Risco e tempo para montagem reduzidos


Redução do tempo total de manufatura
Redução do custo da manufatura
Diretrizes gerais do DFMA
⚫ Procurar utilizar componentes com forma ergonômica.

Vídeolaparoscopia
Diretrizes do DFMA para manuseio de
componentes
⚫ Segundo Boothroyd, Dewhurst e Knight (1989, 2002),
existem condições geométricas dos componentes que
podem gerar condições melhores ou piores de
manuseio.

⚫ Simetricidade: sempre que possível projetar


detalhes simétricos sobre os três planos ortogonais
do componente.

Exemplo: pino
Diretrizes do DFMA para manuseio de
componentes
⚫ Assimetricidade: detalhes que precisam ser realmente
assimétricos por necessidades específicas do produto
devem ter esta condição evidenciada, para que seja
facilmente sentida pelo tato durante o manuseio.
Diretrizes do DFMA para manuseio de
componentes
⚫ Dificultar a acomodação entre as peças.
Diretrizes do DFMA para manuseio de
componentes
⚫ Embaraçamento: existem geometrias de componentes
que têm a tendência natural de embaraçar-se nas
outras peças quando estocadas e movimentadas,
principalmente em fornecimentos a granel.
Diretrizes do DFMA para manuseio de
componentes
⚫ Embaraçamento:
Diretrizes do DFMA para manuseio de
componentes
⚫ Dificultar embaraçamento de peças.

Essas peças enroscam facilmente.

Depois de reprojetadas, não enroscam mais.


Diretrizes do DFMA para manuseio de
componentes
⚫ Dificultar embaraçamento de peças.
Diretrizes do DFMA para manuseio de
componentes
⚫ Adesão por contato de superfície: evitar peças que
possam ficar grudadas às outras, devido à planicidade e
acabamentos superficiais, sobretudo em peças com
necessidade de oleosidade nas faces junto-postas com
fornecimento em feixes.
⚫ Se possível, criar detalhes para facilitar a operação de
separação das peças (pela redução da dificuldade ao
rompimento da tensão superficial da camada de óleo).
Diretrizes do DFMA para manuseio de
componentes
⚫ Outras situações: evitar, sempre que possível, projetar
peças escorregadias, delicadas, flexíveis, muito
pequenas ou muito grandes, ou que possam oferecer
perigo no manuseio, mesmo que seja apenas potencial,
como em peças pontiagudas, detalhes ou gumes
cortantes ou que lascam facilmente.
Diretrizes do DFMA para inserções e
fixações
⚫ Projetar de tal forma que exista pouca ou nenhuma
resistência para inserção, provendo chanfros ou
guias para inserção entre as duas peças. Na figura
abaixo, o maior comprimento auxilia a evitar o
desalinhamento entre estes eixos.
Diretrizes do DFMA para inserções e
fixações
⚫ Em situações de montagem de eixos com rebaixos
(ou outros corpos cilíndricos ou não) em
alojamentos também com medidas escalonadas,
providenciar para que o corpo menor sirva de guia
para o corpo maior.

Inserção mais fácil Inserção difícil


Diretrizes do DFMA para inserções e
fixações
⚫ Providenciar para que peças com rebaixos longos
sejam automaticamente localizadas no eixo de
furos pela utilização de chanfros convite para evitar
operações posteriores de localização e
alinhamentos.
Diretrizes do DFMA para inserções e
fixações
⚫ Projetar para que a peça seja localizada antes de ser
liberada. Uma fonte potencial de problemas na inserção
é quando, devido às restrições do projeto, a peça
precisa ser solta antes de estar posicionada dentro de
uma montagem. Dentro destas circunstâncias é
importante a criação de detalhes para gerar confiança
que a peça esteja na trajetória de montagem correta
com a repetibilidade necessária.

Peça necessita ser solta Peça colocada em posição


antes de ser colocada antes de ser solta
Diretrizes do DFMA para sequência de
montagem
⚫ Projetar os componentes de tal forma que a sequência
de montagem seja como em uma pirâmide sobre um
eixo imaginário de referência que geralmente permite
montagens por cima.
⚫ Esta forma geralmente facilita a centralização
automática das peças e evita a ocorrência de
montagens cegas.
Diretrizes do DFMA para sequência de
montagem
⚫ Evitar projetar sistemas que, durante a montagem de
subconjuntos, seja necessário segurar e manter
posicionada uma das peças para servir de ponto de
posicionamento e inserção do outro componente ou
subconjunto.
⚫ Se esta operação for realmente necessária, então
prever a inclusão de algum detalhe na peça para que
esta fique parada e provisoriamente centralizada na
posição até ser montada e travada definitivamente.

X
Diretrizes do DFMA para sequência de
montagem
⚫ Projetar de tal forma que as operações de montagem
não fiquem inacessíveis: a figura abaixo mostra duas
situações onde, na primeira, os parafusos ficam dentro
da caixa necessária, dificultando o posicionamento
destes.
Diretrizes do DFMA para sequência de
montagem
⚫ Evitar ajustes: a figura abaixo mostra o exemplo de
duas peças que necessitam ser confeccionadas em
diferentes materiais e fixas por dois parafusos para
permitir o ajuste do comprimento total da montagem.
⚫ Se o conjunto for substituído por uma peça única, com
o comprimento calibrado através de uma nova análise
das dimensões e tolerâncias, irá haver reduções nos
custos de montagem e de número de componentes,
mesmo após ser considerado o possível aumento no
custo de matéria-prima.
Diretrizes do DFMA para sequência de
montagem
⚫ Utilize os princípios da cinemática no projeto:
existem situações em que a super-restrição de
movimentos pode gerar dificuldade de montagem. A
figura abaixo mostra um exemplo em que a localização
de um cubo quadrado em um plano pode ser realizada
facilmente com apenas três pontos.
Diretrizes do DFMA para sequência de
montagem
⚫ Na figura abaixo foi aplicado o conceito de cinemática
entre os componentes. Mantendo-se as funções do
conjunto foi, primeiramente, eliminado um dos pinos e,
em uma segunda análise, foram eliminados os dois
pinos e a arruela com o suporte
Exemplos de aplicação do DFMA

⚫ A Prática Technicook fabrica fornos industriais e comerciais,


com foco nos mercados de cozinhas profissionais e
panificadoras.
Exemplos de aplicação do DFMA
PROTETOR DE TURBINA DO FORNO
Exemplos de aplicação do DFMA
PROTETOR DE TURBINA
DO FORNO

ANTES
11 componentes DEPOIS
Operações: corte; 1 componente
dobra e solda a Operações: corte
ponto
Exemplos de aplicação do DFMA

PROTETOR DE TURBINA DO FORNO


Pesquisa aplicando o DFMA
Reprojeto de um dispositivo eletromecânico em uma abordagem de
engenharia reversa – projeto de pesquisa aprovado pela Fapemig no
valor de, aproximadamente, R$ 26.000,00, concluído em 2009.

Técnicas a serem empregadas: reprojeto de produto, engenharia


reversa, DFMA, modelagem e prototipagem rápida.
Pesquisa aplicando o DFMA
Reprojeto de um dispositivo eletromecânico em uma abordagem de
engenharia reversa
Pesquisa aplicando o DFMA
Reprojeto de um dispositivo eletromecânico em uma abordagem de
engenharia reversa
Pesquisa aplicando o DFMA
Reprojeto de um dispositivo eletromecânico em uma abordagem de
engenharia reversa
Pesquisa aplicando o DFMA
Reprojeto de um dispositivo eletromecânico em uma abordagem de
engenharia reversa
Pesquisa aplicando o DFMA
Reprojeto de um dispositivo eletromecânico em uma abordagem de
engenharia reversa

Protótipos híbridos
Pesquisa aplicando o DFMA
Reprojeto de um dispositivo eletromecânico em uma abordagem de
engenharia reversa

Resultados finais
Casos de DFMA

Três soluções para o mesmo projeto


Casos de DFMA

Projeto atual Projeto simplificado


Livros de DFMA
Referências bibliográficas
⚫ AUTOLATINA. Apostila de desenvolvimento de produto e melhoria de processos.
Autolatina, 1992.
⚫ CATAPAN, M. F.; FORCELLINI, F. A.; FERREIRA, C. V. Recomendações do
projeto preliminar em componentes de plástico injetados para a definição da forma
utilizando o DFMA. V CBGDP, Curitiba, 2005.
⚫ FERREIRA, J. C. V.; NAVEIRO, R. M. O uso de projetos orientados no
desenvolvimento de produtos. Revista Máquinas e Metais, Ano 38, No. 429, 2001.
⚫ HORTA, L. C.; ROZENFELD, H. Design for manufacturing and assembly. Instituto
de Movimentação e armazenamento de materiais. Perfil da gestão das indústrias
brasileiras e tendências. LOG & Movimentação e Armazenagem, São Paulo, n. 96,
p. 52-66, 2001.
⚫ JUNIOR, O. C.; NETO, A. I. Projeto orientado para manufatura de produtos
plásticos injetáveis. V CBGDP, Curitiva, 2005.
⚫ VALERI, S. G.; TRABASSO, L. G. Desenvolvimento integrado do produto: uma
análise dos mecanismos de integração das ferramentas DFX. IV CBGDP,
Gramado, 2003.
⚫ HERRMANN, J. W. et al. New directions in design for manufacturing. Proceedings
of ASME Design Engineering Technical Conferences and Computers and
Information in Engineering Conference, Salt Lake City, Utah (USA), 2004.
⚫ http://www.dfma.com/software/index.html
Sites recomendados
⚫ http://www.dfma.com/dfma.htm
⚫ http://www.design-iv.com/gettingstarted.htm
⚫ http://www.igdp.producao.ufrgs.br
⚫ http://www.nedip.ufsc.br
⚫ http://www.numa.org.br/

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