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Análise de Certificado

de Calibração
Quais são as formas
de se apresentar os
resultados da
Calibração?
Existem inúmeras formas de se relatar os
resultados de uma calibração. As mais comuns
são tabelas com os seguintes valores:

1. Indicação obtida no instrumento sob calibração, Indicação


obtida no padrão de referência e Incerteza de medição

2. Valor nominal do instrumento sob calibração, Indicação


obtida no padrão de referência e Incerteza de medição

3. Valor nominal do ponto calibrado, Erro ou Correção e


Incerteza de medição
Exemplo 1:
Normalmente aplicável a Fontes e Medidores com um
mostrador (analógico ou digital)

Paquímetro Analógico

Valor
Valor Erro ( ± ) Incerteza da
Indicado k
Convencional (mm) (mm) medição (mm)
(mm)
0,000 0,00 0,00 0,01 2,00
1,200 1,20 0,00 0,02 2,03
1,500 1,51 0,01 0,01 2,00
1,700 1,70 0,00 0,02 2,03
Exemplo 2:
Normalmente aplicável a Padrões, Medidas materializada
ou Artefatos, tais como: Resistor, Capacitor, Indutor,
Bloco padrão etc.

Peso Padrão
Valor
Valor Nominal Erro ( ± ) Incerteza da
Convencional k
(g) (g) medição (g)
(g)
1000 1000,002 -0,002 0,005 2,00
Exemplo 3:
Normalmente aplicável a instrumentos cujo ponto de
calibração não pode ser repetido, tais como:
Cronômetro, Termômetro etc.

Termômetro
Indicação Correção Incerteza k
(ºC) (ºC)  (ºC)
21,0 -0,01 0,05 2,0
23,0 0,00 0,05 2,0
Valor Indicado (V.I.)

Indicação, obtida no instrumento sob calibração,


referente ao valor de uma grandeza.

Valor Nominal (V.N.)


Indicação, obtida no instrumento sob calibração,
referente ao valor nominal de uma grandeza.
Valor Convencional (V.C.)
Indicação, obtida no padrão, referente ao valor
de uma grandeza.

Erro (de indicação de um instrumento)


Indicação de um instrumento de medição menos
um valor verdadeiro convencional da grandeza
de entrada correspondente.

Correção
Valor adicionado algebricamente ao Valor
Indicado para compensar um Erro.

(Erro com sinal invertido.)


Incerteza (de medição)
Parâmetro não negativo que caracteriza a
dispersão dos valores atribuídos a um
mensurando, com base nas informações
utilizadas.

k (Fator de abrangência ou cobertura)


Fator numérico utilizado como um multiplicador
da incerteza padrão combinada de modo a obter
uma incerteza expandida.

Obs.: Um fator de abrangência k está tipicamente na


faixa de 2 a 3.
Incerteza Especificada pelo Fabricante
Erros Máximos Admissíveis
Limites de Erros Admissíveis
Tolerância

Valores extremos de um erro admissível por


especificações, regulamentos, normas, etc. para o
instrumento sob calibração.
Obs.:
• Normalmente, possui duplo sinal.
Normalmente, os resultados de
uma calibração são apresentados
em um documento denominado

“CERTIFICADO DE
CALIBRAÇÃO”
O que fazer com um
Certificado de
Calibração ?
Recebi o Certificado
de Calibração.
E agora ???
Quando uma pessoa recebe um
Certificado de Calibração, ela tem
várias alternativas de
encaminhamento. As mais comuns
são:
a) Perder (e solicitar cópia posteriormente).
b) Colocar na “pilha do esquecimento perpétuo”.
c) Esperar terminar o expediente e deixar
para avaliar o que fazer no dia seguinte.
d) Arquivar:

• sem ler previamente ( despreocupada);


d) Arquivar:
• após constatar que tem o selo RBC-INMETRO (
satisfeita);
d) Arquivar:
• após tentar ler e concluir que o mesmo foi
escrito em língua desconhecida (
conformada).
Como analisar um
Certificado de
Calibração ?
Análise de Certificado
O processo de análise de um certificado para
assegurar que um instrumento está
adequado ao uso pretendido é conhecido
por:

• Comprovação Metrológica
• Validação do Certificado
• Validação do Instrumento
A ANÁLISE DE UM CERTIFICADO PODE
SER FEITA EM DUAS ETAPAS:

1º) Verificar se atende aos requisitos


da norma NBR ISO 17025.
2º) Verificar se atende aos requisitos e
tolerância do processo.

Obs.: É recomendável que o laboratório ou


organização elabore um “Critério de Aceitação” para
garantir que o instrumento está adequado ao uso.
1ª Etapa da Análise:
Verificar se o conteúdo do certificado
atende aos requisitos da norma NBR ISO
17025
QUAIS SÃO OS REQUISITOS DA
NORMA NBR ISO 17025 ?

Cada certificado de calibração deve incluir, a menos que o


laboratório tenha razões válidas para não fazê-lo, pelo
menos, as seguintes informações:
a)um título (por exemplo: “Certificado de Calibração”);
b)o nome e o endereço do laboratório e o local onde as
calibrações foram realizadas, se diferentes do endereço do
laboratório;
c)identificação unívoca em todas as páginas;
d)o nome e o endereço do cliente;
e) identificação do método utilizado;

f) uma descrição, a condição e identificação não ambígua, do item


calibrado;

g) a data da realização da calibração;

h) os resultados da calibração com as unidades de medida;

i) o(s) nome(s), função(ões) e assinatura(s) ou identificação


equivalente da(s) pessoa(s) autorizada(s) para emissão do
certificado de calibração;

j) Convém que os certificados de calibração impressos incluam


também o número da página e o número total de páginas.
k) as condições (por exemplo: ambientais) sob as quais as
calibrações foram feitas, que tenham influência sobre os resultados
da medição;

l) a incerteza de medição e/ou uma declaração de conformidade a


uma especificação metrológica identificada ou seção desta;

m) evidência de que as medições são rastreáveis;

n) Quando forem feitas declarações de conformidade, a incerteza


de medição deve ser considerada.
2ª Etapa da Análise:
Verificar se os resultados da calibração
são compatíveis com os requisitos e
tolerância do processo
COMO VERIFICAR SE OS REQUISITOS E
TOLERÂNCIA DO PROCESSO SÃO ATENDIDOS ?

a) Verificar se as faixas e/ou pontos calibrados são


compatíveis com o processo (utilização do
instrumento).

b) Verificar se a resolução e incerteza são


compatíveis com o processo.

c) Fazer a análise de conformidade para cada ponto


(quando não houver a declaração de conformidade
no certificado).
Critério

Resultado Conforme (RC):

RC = | Erro | + | ICal |  | EMA |


onde:
EMA = Erro Máximo Admissível (especificação do fabricante do instrumento sob
calibração ou tolerância do processo - duplo sinal)
Erro (na unidade da medida) = VI  VC
VI = Valor Indicado (indicação do instrumento sob calibração)
VC = Valor Convencional ou Valor Correto ou Valor de Referência
(indicação obtida no padrão utilizado)
ICal = incerteza da medição (expandida) fornecida no Certificado de Calibração do
instrumento considerado.
Critério
Resultado Não conforme (RNC):

RNC = | Erro | + | ICal | > | EMA |


onde:
EMA = Erro Máximo Admissível (especificação do fabricante do instrumento sob
calibração ou tolerância do processo - duplo sinal)
Erro (na unidade da medida) = VI  VC
VI = Valor Indicado (indicação do instrumento sob calibração)
VC = Valor Convencional ou Valor Correto ou Valor de Referência
(indicação obtida no padrão utilizado)
ICal = incerteza da medição (expandida) fornecida no Certificado de Calibração do
instrumento considerado.
d) Se para todos os pontos calibrados, o
resultado estiver conforme, o certificado
de calibração poderá ser arquivado e o
instrumento liberado para uso.
e) Se para um ou mais pontos calibrados, o
resultado estiver não conforme verificar
recomendações a seguir.
O que fazer quando um ou mais
resultados estiverem não conformes ?

Opção 1: fazer ajuste e/ou reparo

Ajustar e refazer a calibração e,


posteriormente, a análise de conformidade.

Se para todos os pontos calibrados, o resultado


estiver conforme, o certificado de calibração poderá
ser arquivado e o instrumento liberado para uso. 
Faixa de 200 unid.
LEA (Limite de Erro Admissível) =  (0,3% do valor
indicado + 2 dígitos)
Erro (unir)

+LEA
Opção 2: aplicar correções

Verificar se é possível aplicar correções nas medições


efetuadas.

Correção = - Erro

Caso seja possível, refazer a análise de conformidade


para cada ponto, conforme segue:
 Resultado Conforme (RC): | ICal |  | LEA |
 Resultado Não conforme (RNC): | ICal | > | LEA |
Se para todos os pontos calibrados, o resultado estiver
conforme, o certificado de calibração poderá ser
arquivado e o instrumento liberado para uso. 
Opção 3: ampliar os limites de erros admissíveis do
instrumento ou a tolerância do processo

Reavaliar o processo e o erro admissível do


instrumento de medição envolvido a fim de verificar se
é possível ampliar os limites de erros admissíveis, para
que todos os pontos apresentem resultados conformes.

Após a reclassificação, o certificado de calibração


poderá ser arquivado e o instrumento ou dispositivo de
medição liberado para uso. 
A seguir é apresentado um exemplo para determinação
da incerteza a ser utilizada para a faixa de um
instrumento (reclassificação das especificações do
fabricante).
Incerteza a ser Utiizada

IEF
LEA
12
30% + (Erro + IC)
10

8
Erro + IC
Erro (unir)

6 Incerteza a ser
Utilizada
4

0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
-2

Va l o r In d i c a d o ( u n i d )
Opção 4: aplicar quando as opções anteriores não
produzirem resultados conformes

Se nenhuma das opções anteriores produzir


resultados conformes, o instrumento deve ser:

• identificado como impróprio para uso (etiquetado);

• utilizá-lo em outro processo;

• retirado de uso (segregado em local apropriado) ou


encaminhado para descarte.
FIM

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