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CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO 3
CAPÍTULO 3: METROLOGIA 1 0
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 5 4
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CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
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CAPÍTULO 2
PROCESSOS INDUSTRIAIS
PROCESSO CONTÍNUO
Opera em altos volumes e baixa variedade de produtos. Seus produtos são indivisiveis e produzidos
em fluxo ininterrupto. Sao relacionados a altos investimentos (capital intensivo), com fluxo altamente
previsivel e tecnologia inflexivel.
Exemplo
Refinaria de petroleo, processos petroquimicos, fabricacao de papel em altos volumes, geracao de
energia nuclear e geracao de energia hidroeletrica.
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Quais sao os processos?
Sao aqueles que envolvem a vida: andar, saltar, trabalhar, entre outros.
O que gerencia tudo isso?
O processo da ida e gerenciado pelo nosso controlador, o cerebro.
INSTRUMENTAÇÃO PARA CONTROLE DE PROCESSOS
Os processos industriais sao variados, envolvem muitos tipos de produtos, maquina e materias-
primas. Tambem exigem controle adequado as exigências da precisao dos produtos gerados. Normalmente,
os maiores usuários de instrumentação industrial pesada sao as industrias que atuam nas areas de energia
(petroleo, geracao de energia eletrica, petroquimica), quimica, alimentos, siderurgica, celulose e papel. Tais
processos decorrem da complexidade de seus processos e exigencia de muitos pontos de controle, alem da
rapida variacao e exigencia de valores precisos nos seus parametros.
Nos processos em geral e necessario controlar e manter constantes as principais variaveis como
pressao, nivel, vazao, temperatura, pH, condutividade e outras especificas para cada industria.
Os instrumentos de medicao, ligados aos elementos de controle, permitem controlar e manter estas
variaveis em condicoes mais adequadas/precisas do que se elas fossem controladas manualmente por um
operador. Isto se deve ao fato de que um operador nao pode manter a sua atencao em tempo total.
INSTRUMENTOS
Sao ferramentas indispensaveis utilizadas para estabelecer e manter os padrões operacionais que
identificam um produto a ser fabricado. Sao utilizados para controlar as variaveis em um processo ou sistema
tao precisamente quanto necessario, a fim de alcancar as especificacoes do produto em composicao, forma,
cor ou acabamento.
O instrumento ou sistema de instrumentacao pode ser:
Mecanico, hidraulico, eletronico, pneumatico, eletrico ou a combinacao destes.
Exemplo de instrumento mecanico: Manometro de Bourdon.
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Figura: (a) Funcionamento do manômetro de Bourdon; (b) manômetro de Bourdon;
(c) o tubo Bourdon funciona como a língua de sogra (brinquedo) quanto mais forte
é o sopro, mais desenrola
O tipo de instrumento ou sistema depende das variaveis a serem controladas ou medidas e da rapidez
e precisao requeridas.
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A automacao, com requisitos de controle por computador e registro de dados, expandiu o uso de
estacoes ou sistemas de medicao e controle. Para cada aplicacao deve existir compreensao clara da funcao de
cada instrumento e de suas limitacoes no sistema de medicao e controle.
Devemos conhecer a teoria, a operacao funcional e as interacoes entre os componentes do processo a
ser medido ou controlado.
A importancia de um instrumento em qualquer sistema de medicao e controle depende da sua
capacidade de ativar um dispositivo de controle e de seguranca.
A instrumentacao torna possivel colocar a producao em massa sob controle e permite que se
estabelecam os limites do processo.
Instrumentacao e a ciencia que desenvolve e aplica tecnicas de medicao, indicacao, registro e controle
de processos de fabricacao, visando a otimizacao e eficiencia desses processos.
A selecao e aplicacao de instrumentos de processo deverao ser concomitantes com a competencia de
processos industriais. Sao competencias amplas e complexas, pelo volume de conhecimentos necessarios
para a operacionalizacao, pois ainda exigem conhecimentos de eletronica, obtencao, transformacao,
movimentacao de materiais e tubulacoes industriais.
INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL
Os processos industriais sao semelhantes aos do corpo humano, porem iniciamos com a decisao do
grau de automacao desejado, pois no corpo humano, diversos processos sao “automaticos”,
independentemente da decisão ou da vontade, como a respiracao, circulacao sanguinea, os processos que
envolvem a digestao e outros. Na area industrial, o grau de automacao menor e de implantacao mais barata
e, um alto grau de automacao exige compra e instalacao de maquinas caras e complexas como os robos
industriais.
As antigas plantas de processo possuiam controladores e registradores instalados diretamente no
campo, fisicamente muito proximos aos sensores e elementos finais de controle, o que garantia simplicidade
e velocidade de comunicacao entre esses elementos. Com o crescimento do numero de processos gerenciados
nas plantas, necessitou-se implantar salas de controle centralizado, perdendo-se as vantagens obtidas pela
referida proximidade entre os equipamentos. Isso gerou atrasos e dificuldades de manutencao na planta;
entretanto, as vantagens geradas compensavam essas desvantagens.
A sala de controle pode ser guarnecida (com a presenca de um operador), ou nao.
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Figura : Sala de controle da usina nuclear de Angra dos Reis
Com a evolucao dos sistemas eletronicos e das comunicacoes digitais que permitiu
comunicacao a longa distancia, pode-se retornar com os elementos controladores para o campo.
Assim, diminuiu o atraso e a dificuldade de manutencao sem, contudo, perderem-se as
funcionalidades de monitoramento, ajuste e configuracao a partir de uma localizacao remota via
internet ou por antenas (sistemas wireless).
A tecnologia atual evoluiu dessas implantacoes, concretizando os chamados Protocolos Abertos de
Comunicacao Digital, os quais possuem normas bem definidas e de dominio publico que, se seguidas,
garantem a intercomunicação entre equipamentos certificados, os quais podem ser fornecidos por varios
fabricantes diferentes.
Esses protocolos ficaram conhecidos como barramentos de campo ou fieldbus, sendo os mesmos,
classificados quanto ao tipo de dispositivo que comunicam e quanto ao formato dos dados que transportam.
Para que a automacao de um processo possa ser executada adequadamente e necessario que tenhamos
conhecimentos significativos de conceitos iniciando pelos conceitos basicos.
a) Processo – e o conjunto de operacoes necessarias para a obtencao de um produto ou o controle de
uma operacao. Assim, transportamos esse conceito basico para a industria em todos os seus segmentos, pois
convivemos com diversos processos, alguns específicos – como na medicina encontramos os processos de
sensoriamento e manutencao da vida: medidores de pressao, respiradores artificiais, maquinas de dialise
(utilizadas para substituir um rim doente) entre outros, como os processos voltados a area de informacao,
transito de automoveis, etc.
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A instrumentacao e muito variada e ao mesmo tempo especifica para cada segmento industrial e,
ainda, ser especializada para um setor dentro de uma industria.
Exemplo
Para a industria de usinagem que utiliza as maquinas CNC, necessita-se dos parametros de medidas
lineares (comprimento, diametro) e rugosidade. Ja na industria petroquimica teremos a necessidade de
parametros diversos relacionados a fluidos (como temperatura, vazao e pressao), mas ainda teremos
diferencas de instrumentos. Alguns serao comuns, outros serao utilizados em areas classificadas, o que exige
caracteristicas especiais, o que torna um instrumento de area classificada, caro quando comparado a um
instrumento comum.
Dessa maneira, este estudo devera ser complementado sempre em função da especificidade de cada
empresa ou de cada segmento.
Atividades de aprendizagem
1. O que e processo?
2. O que e processo industrial?
3. Cite um processo de producao industrial continuo e um descontinuo.
4. Cite cinco variaveis de processo.
5. O que sao instrumentos?
6. Explique os tres dispositivos basicos dos instrumentos.
7. Defina instrumentacao.
8. Liste quatro instrumentos industriais.
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CAPÍTULO 3
METROLOGIA
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Juntamente com a colocacao dos conceitos fundamentais relacionados a Metrologia, sera
definida uma terminologia compativel, com normas nacionais e internacionais. Essa terminologia sera
usada nesta disciplina.
Procura-se respeitar uma base tecnica cientifica e a objetividade. Pode-se encontrar diferenca
em relacao a outras instituicoes, ja que ainda nao existe uma terminologia comum em uso no Brasil.
A terminologia a ser utilizada possui uma forte influencia do VIM, Vocabulario Internacional de
Metrologia (no Brasil publicado pelo INMETRO).
IMPORTÂNCIA DA MEDIÇÃO
Medição é definida como o “processo de obtenção experimental dum ou mais valores que
podem ser, razoavelmente, atribuídos a uma grandeza” (VIM, 2012).
Em geral, o resultado de uma medição é somente uma aproximação ou estimativa do valor
verdadeiro e, dessa forma, só é completa quando acompanhada pela incerteza dessa estimativa
(ALBERTAZZI & SOUZA,2008).
Para evidenciar a importância da metrologia, segue um fragmento de texto do físico Inglês
Lord Kelvin:
“sempre afirmo que se você puder medir
aquilo de que estiver falando e conseguir
expressá-lo em números, você conhece alguma
coisa sobre o assunto – mas quando você não
pode expressá-lo em número seu
conhecimento é pobre e insatisfatório”. Lord Kelvin em 1883.
Durante uma medição, qualquer que seja, é praticamente impossível obter um resultado sem que haja
erros (ALBERTAZZI & SOUZA, 2008), porém nenhuma medição, seja no comércio, na indústria ou na
pesquisa, possui significado se não estiver associada à incerteza de medição. Desta maneira, a incerteza torna-
se uma ferramenta fundamental para o crescimento e inovação tecnológica, possibilitando a promoção da
competitividade e do desenvolvimento tecnológico (MENDES & ROSARIO, 2005).
A Metrologia abrange todos os aspectos técnicos e práticos relativos às medições, quaisquer que
sejam os campos da ciência ou da tecnologia. É a base física da qualidade e fundamental para a
competitividade. No mundo industrializado, as operações metrológicas representam cerca de 5% do Produto
Interno Bruto (PIB) (MADALENO, 2012).
De acordo com Madaleno (2012) a metrologia aplicava-se, inicialmente, apenas às grandezas físicas
(comprimento, massa, tempo, corrente elétrica, intensidade luminosa e temperatura). As medidas das
substâncias e dos compostos químicos eram expressas segundo as grandezas físicas. Como exemplo,
concentração (massa/volume), capacidade calorífica (energia/pelo produto da massa pela temperatura) e
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assim para uma série de outras unidades. Não havia necessidade de se falar em metrologia química, pois
todas as medições realizadas eram rastreadas à uma grandeza física.
O objetivo da metrologia é a determinação do valor numérico de uma grandeza mensurável. Para tal,
deve-se executar um conjunto de operações de medição, utilizando dispositivos apropriados, aparelhos ou
instrumentos de medição (IPS, 2012).
Além de ser um requisito para obtenção da acreditação, o laboratório pretendente deve estimar a
incerteza expandida dos resultados de análise para os quais almeja o reconhecimento. A incerteza de medição,
por ser uma ferramenta importante no monitoramento da qualidade analítica de ensaios, vem se
desenvolvendo muito em diversas áreas do conhecimento, inclusive na área de ensaios químicos em
alimentos (VICENTE et al., 2010).
O PROCEDIMENTO DE MEDIR
Medição (measurement) – conjunto de operacoes que tem por objetivo determinar o valor de uma
grandeza (a medir), por meio de processos manuais ou automaticos.
A “Grandeza a Medir” (GM) pode ser temperatura, forca, umidade, intensidade luminosa, pH,
comprimento, etc. A operacao de medicao e realizada, genericamente, por um “Sistema de Medicao”
(SM).
Varios outros nomes podem ser encontrados para designar um sistema de medicao, tais como maquina
de medir, medidor, instrumento de medicao, aparelho de medir, equipamento de medicao.
Obtem-se da operacao instrumentada a chamada “Leitura” (L) que e caracterizada por um numero
(lido pelo operador) acompanhado da unidade de leitura.
A medida e o valor correspondente ao valor momentaneo da grandeza a medir, no instante da leitura,
obtida pela aplicacao dos parametros do sistema de medicao. A leitura e expressa por um numero
acompanhado da unidade da grandeza a medir. A transformacao da leitura em medida obedece aos parametros
do sistema de medicao que podem ser:
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Para o leigo, o trabalho de medicao terminaria ao se obter um numero. Para que se pudesse afirmar
isto, duas hipoteses deveriam ser cumpridas:
A medida e relativa a uma dimensao perfeita.
O sistema de medicao e pereito.
Efetivamente nada e perfeito, portanto o trabalho de medicao nao termina neste ponto. Na verdade,
aqui se inicia o trabalho do profissional dedicado a metrologia, que deve chegar a informacao denominada
“Resultado de Medicao” (RM).
O resultado de medicao expressa propriamente o que se conhece sobre o valor da grandeza medida, e
e um “Resultado Base” (RB) acompanhado de sua indeterminacao ou “Incerteza da Medicao” (IM) e
da unidade da “Grandeza Medida” (GM). Veja a formula abaixo:
No resultado de medicao, o resultado base pode ser uma medida, ou a obtenção de varias medidas,
ou um valor calculado em funcao de diversas outras grandezas medidas, etc.
A incerteza de medicao, caracterizada pelo limite superior e inferior em relação ao resultado base,
aparece devido a:
Erros no sistema de medicao;
Variacao da grandeza medida.
Em funcao dos erros dos sistemas de medicao e da variacao da grandeza medida, a medicao devera
ser realizada, com base no:
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Conhecimento do processo que define a grandeza medida;
Conhecimento do sistema de medicao;
Bom senso.
A determinacao do resultado da medicao nao e uma atividade simples. E necessario que todos os
envolvidos em metrologia dominem:
Estatistica basica;
Conhecimento de qualificacao de sistemas de medicao;
Metodos.
Somente assim se pode fazer uma metrologia dimensional correta e com confiabilidade. Antes de
abordar mais profundamente esse assunto, outros conceitos precisam ser revistos.
SISTEMA GENERALIZADO DE MEDIÇÃO
Apesar de a metrologia ocupar-se, do SM (Sistema de Medicao) como “caixa preta”, e importante,
neste ponto, analisar sua constituicao básica. Em muitos casos torna-se interessante caracterizar em módulos
estes SMs, de forma independente ou para formar um novo sistema de Medicao pelo acoplamento de modulos
diversos. Pode-se caracterizar da seguinte forma:
Transdutor – transforma a grandeza medida em um sinal proporcional (mecanico, pneumatico eletrico
ou outro) segundo uma funcao transferencia, baseada em um ou mais fenomenos fisicos.
Tratamento do sinal – necessario, pois na maioria dos casos, os transdutores oferecem um sinal de
baixa amplitude. Alem da funcao amplificacao, pode tambem ter filtros, processamento, etc.
Indicador – recebe o sinal tratado e transforma em dados inteligiveis para o usuario.
UNIDADES E PADRÕES
Medir e comparar uma grandeza qualquer com uma unidade previamente estabelecida. Como se ve a
unidade e essencial para a realizacao da medicao.
As unidades sao entao estabelecidas por padroes segundo normas da convencao propria, regional,
nacional ou internacional.
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No transcorrer do tempo, diversos foram os sistemas de unidades estabelecidos nas diferentes regioes
do mundo. Em funcao do intercambio internacional de produtos e informacoes, bem como da propria
incoerencia entre muitas unidades anteriormente adotadas, estabeleceu-se em 1960, um conjunto coerente de
unidades (SI), que consta de unidades de base, derivadas e suplementares.
Existem diversos sistemas de unidade, sendo que o sistema ingles e ainda bastante utilizado, sendo
ele baseado, supostamente, nas medidas do rei.
a) Polegada – correspondente a largura do polegar do rei.
b) Uma polegada equivale a 25,4 mm.
c) O pe equivale a 12 polegadas.
d) Uma jarda, equivalente a um passo, vale 3 pes de comprimento.
Para se ter uma ideia da razao e evolucao das unidades, vamos fazer um breve relato da historia do
metro.
A historia do metro inicia por volta do ano de 1790 na Franca, onde se procurava a definicao de um
padrao do comprimento que nao dependesse nem do corpo humano nem de materializacoes deterioraveis
pelo tempo.
Nessa epoca ele foi definido como a decima milionesima parte de um quarto do meridiano terrestre
que passa por Paris. Em 20 de maio de 1875 foi adotada, como unidade oficial de medidas de 18 nacoes.
O metro foi definido em 1960 como sendo 1.670.763,73 vezes o comprimento de onda de uma luz
emitida pela transicao entre os niveis de energia 2p10 e 5d5 do atomo de Kriptonio 86 no vacuo. Dessa forma,
conseguia-se uma reproducao do metro com um erro de •} 1f nm.
Em 1983, o metro passou a ter uma nova definicao que e a seguinte: “um metro e a distancia
percorrida pela luz no vacuo, no intervalo do tempo de 1/299.792.458 de segundo”. O erro atual de
reproducao por este meio corresponde
a •} 1,3 nm, o que significa um erro de 1,3 milimetros para 1000 quilometros.
O metro em si, com o passar do tempo, nao foi alterado. O que ocorreu foi uma impressionante
melhoria na precisao de sua definicao. Alem disso, obteve-se dessa forma, um padrao internacional
indestrutivel, nao sujeito ao desgaste devido ao uso ou mudanca fisica e que pode ser repetido
simultaneamente em todas as partes do mundo.
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A materializacao da dimensao pode ser realizada atraves de trenas, reguas e diversos instrumentos,
selecionados conforme a precisao exigida. Veja abaixo.
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
1. Qual o conceito de metrologia?
2. Cite cinco grandezas que podem ser medidas.
3. O que e medida?
4. O resultado de uma medicao e exato? Justifique.
5. Quais sao os procedimentos de determinacao do resultado de medicao?
6. Quais as bases do procedimento de determinacao do resultado de medicao?
7. O que e medir?
8. Quais sao as caracteristicas do Sistema Internacional?
9. Qual a definicao de metro?
10. Quais as vantagens do uso do Sistema Internacional?
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CAPÍTULO 4
METROLOGIA QUÍMICA
O QUE É?
Uma análise química consiste na aplicação de uma série de processos para identificar (análise
qualitativa) ou quantificar (determinar a quantidade, a concentração, o teor, etc) de uma espécie química
(analito) presente em uma amostra.
As medições químicas são efetuadas, praticamente, em todos os ramos da atividade humana. Na área
industrial as discussões sobre confiabilidade metrológica que iniciou na metrologia dimensional e em seguida
no estudo da incerteza das medições instrumentais no processo, inclui também as técnicas de garantia da
qualidade das medições químicas.
A análise quantitativa, muito usada em sistemas de análises online, visa determinar a concentração
das espécies de interesse. Em uma análise química o analito é a substância a ser determinada. A matriz é o
sistema em que o analito está contido (é tudo que a amostra contém menos o analito).
Segundo o INMETRO, o objetivo principal da metrologia química é prover confiança para as
medições químicas. Embora este assunto seja de suma importância no mundo moderno, ainda é pouco
conhecido ou até mesmo desconhecido de grande parcela dos profissionais da química.
A figura acima mostra o mural intitulado “The Proclamation regarding Weights and Measures” (A
Proclamação em matéria de pesos e medidas) concluído em 1884, localizado no Manchester Town Hall.
Desde o início do século XXI o INMETRO já apontava como mudança de paradigma alguns pontos,
indicando como um cenário de antes de 2000: a metrologia química era descentralizada, pulverizada em
diversos institutos, as iniciativas eram isoladas e tinha-se com isso pouca eficiência. O instituto apontava
também como uma tendência após o ano de 2000 como: iniciativas de controle metrológico centrada no
INMETRO; uma maior robustez, garantindo inserção internacional; uma melhor defesa dos interesses
nacionais e uma maior eficiência e melhor gestão da metrologia no país.
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Falar sobre o tema Metrologia Química é importante para o técnico de analisadores que trabalha com
analisadores em linha (online), porque contribui na evolução do entendimento das variáveis medidas, na
compreensão da incerteza das medições dos analisadores de processo e de modo geral na confiabilidade das
medições analíticas feitas dentro da área industrial, com amostras tomadas diretamente no processo industrial.
De modo geral a metrologia química está relacionada a 80% das cadeias produtivas e pode contribuir
para: a qualidade, inovação e competitividade, a eliminação das barreiras técnicas ao comércio, a garantia
das relações de troca mais justa. Por outro lado, muitos sistemas com analisadores precisam ser projetados,
mantidos e calibrados segundo normas rígidas de especificação de produto e outros sistemas analíticos
precisam atender a padrões e normas de regulações ambientais.
A metrologia química atua na qualidade e na confiabilidade dos resultados das medições químicas,
através de várias ferramentas como por exemplo: o desenvolvimento de padrões/referências, que em química
são chamados de materiais de referência; o desenvolvimento de métodos, procedimentos e protocolos de
referência; a organização de ensaios de proficiência para avaliar como os laboratórios estão medindo e a
capacitação de profissionais.
ENQUADRAMENTO HISTÓRICO
No segundo milénio antes de Cristo (A. C.) a pureza do ouro já era avaliada recorrendo à comparação
da massa inicial do metal com a massa obtida após a sua purificação (ensaio do fogo). O Rei da Babilónia,
Kadašman-Enlil, apresentou uma reclamação ao quarto Faraó do Egipto, Amenophis III, 1375 – 1350 A. C.,
sobre um fornecimento de ouro: “depois de colocado no forno, este ouro era menos do que o seu peso”.
No entanto, os fenómenos físico-químicos envolvidos nas avaliações efetuadas só começaram a ser
compreendidos do ponto de vista teórico após os trabalhos de Ostwald (1853 -1932), realizados nos finais do
século XIX, os quais resultaram da introdução da teoria iónica na análise qualitativa.
Estes trabalhos representam os primeiros passos da Química Analítica moderna e foram realizados mais de
um século após os estudos de Lavoisier (1743 – 1794). E hoje, a metrologia em química desenvolveu-se com
a globalização dos mercados.
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Figura: Ostwald(esquerda) e Lavoisier (direita).
A ESCOLHA DO MÉTODO
Ainda a nível de planejamento ou projeto da aplicação, a escolha do método analítico apropriado para
a caracterização das amostras, deve considerar fatores como: o tipo de informação que se pretende obter; a
quantidade de amostra disponível e a proporção dos constituintes a analisar; a exatidão e a precisão do método
analítico; as interferências analíticas e o seu controle; as dificuldades com possíveis contaminações; o tempo
necessário para analisar cada amostra e o custo da análise de cada elemento por amostra.
ACOMPANHAMENTO METROLÓGICO
Análises feitas em laboratórios podem ser realizadas em situações mais controladas e padronizadas
enquanto o analisador industrial opera com condicionamento de amostras automáticos ou com medições “in
situ”, onde a agressividade e a instabilidade do processo aumentam a incerteza das medições.
O método é a aplicação de uma técnica para a determinação de um analito específico em uma matriz
específica. Os métodos usados em analises químicas geralmente são classificados como sendo clássicos ou
instrumentais. Os métodos instrumentais compreendem o uso de algum instrumento para monitorar qualquer
alteração física nas espécies químicas ou nas reações. Por outro lado, denomina-se de procedimento um
conjunto de recomendações escritas, que detalham como aplicar um método para uma amostra particular,
incluindo informações sobre amostragem adequada, eliminação de interferências e validação de resultados.
Além disso, temos ainda o protocolo de análise, que é um conjunto de orientações, que detalham um
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procedimento que deve ser seguido para a aceitação da análise por uma instituição oficial que estabeleceu o
protocolo.
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Uma das primeiras questões a ser considerada no processo de seleção do método é o nível de exatidão
requerido. Geralmente, o método selecionado representa um compromisso entre a exatidão requerida e o
tempo e recursos disponíveis para a análise. A exatidão indica a proximidade da medida do valor verdadeiro
ou aceito. A precisão descreve a concordância entre os vários resultados obtidos da mesma forma.
A validação deve ser avaliada após as etapas de seleção, desenvolvimento, e otimização dos métodos.
É fundamental que as empresas disponham de meios e critérios objetivos para demonstrar que os métodos
que utilizam conduzem a resultados confiáveis, que garantam qualidade, idoneidade e credibilidade de seus
produtos e/ou serviços. Qualquer alteração de métodos normalizados implica em revalidar o método. Os
laboratórios de metrologia e química têm a responsabilidade de verificar se as características de desempenho
prescritas no método oficial podem ser obtidas.
Segundo a norma ABNT NBR ISO/IEC 17025, com o objetivo de confirmar que os métodos são
apropriados para o uso pretendido, o laboratório deve validar: Métodos não normalizados; Métodos
criados/desenvolvidos pelo próprio laboratório; Métodos normalizados usados fora dos escopos para os quais
foram concebidos; Ampliações e modificações de métodos normalizados. As comparações entre métodos,
consistem na comparação dos resultados obtidos utilizando um método interno com os resultados
conseguidos por meio de um método de referência. O objetivo é estudar o grau de proximidade dos resultados
obtidos pelos dois métodos de ensaio, ou seja, avaliar a exatidão do método interno com o de
referência. Existem várias técnicas para comparar os resultados obtidos por dois métodos de ensaio, entre as
quais: Testes de Hipótese, Regressão Linear entre os dois métodos e Planejamento de Experimentos.
Há de se considerar que muito embora um sistema automático de análises online faça a repetição do
método indefinidamente até o evento da falha. Com a operação contínua internamente os componentes do
sistema vão sujando, sofrendo incrustações, os sensores e materiais de referência vão sofrendo degradação e
o resultado sofre uma derivação que deve ser monitorada através de calibrações e verificações periódicas.
Estas verificações deverão estar contidas num plano de garantia da qualidade a ser elaborado.
AMOSTRAGEM
Uma amostra analítica é uma pequena porção do material objeto da análise química que representa a
composição média qualitativa e quantitativa da população. A amostragem é um conjunto de operações que
nos permite obter, deste modo uma amostra reduzida em tamanho para uma quantidade de material
homogêneo que pode ser convenientemente transportada, condicionada e cuja composição seja representativa
da situação dentro do processo monitorado. A integridade da amostra deve ser mantida até ser analisada. As
condições de recolha, transporte e armazenamento devem garantir a não alteração da amostra.
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A figura acima mostra um sistema extrativo de gases em chaminé com diluição, interligado ao sistema de
condicionamento, calibração e analise.
O analito é uma espécie química presente na amostra cuja concentração se deseja determinar em uma
análise, no entanto a matriz compreende todos os constituintes de amostra analítica.
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ANÁLISE
As análises devem ser realizadas com partes da amostra condicionadas e preparadas de forma
adequado. É preciso ainda que o analito esteja em uma forma adequada para a determinação. Caso isto não
ocorra é preciso convertê-lo a uma forma adequada para efetuar a sua determinação, segundo requisitos do
método e do próprio analisador.
A figura acima mostra um analisador contínuo para efluentes líquidos industriais do tipo colorímetro, com
os reagentes armazenados dentro da caixa do analisador. Gentileza Endress+Hauser
Toda medida analítica é constituída de dois componentes, o sinal e o ruído. O primeiro contém informação
sobre o analito e o ruído é a parte indesejada, pois é constituída de informação espúria. O ruído pode degradar
a exatidão e a precisão de um método, bem como prejudicar o limite inferior da quantidade do analito que
pode ser detectada (o limite de detecção).
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A figura acima mostra uma casa de analisadores de um sistema de monitoramento contínuo de emissões
com seus respectivos cilindros de gases padrões de calibração.
REFERÊNCIAS
Para garantir a confiabilidade e comparabilidade das medições químicas, o INMETRO recomenda o
uso de: Procedimentos Primários de Medição (Métodos Primários); o uso de Materiais de Referência
Certificados (MRC); a adoção de programas de intercomparações e aplicação de serviços padronizados de
calibração e ensaio.
Os Métodos Primários de Medição (MPM) são métodos que possuem as mais altas qualidades
metrológicas para o qual uma declaração completa de incerteza possa ser feita em termos de unidades SI e
cujos resultados são, portanto, aceitos sem referência a um padrão ou grandeza sob medição. O INMETRO
afirma que os MPMs já definidos para quantidade de matéria são: gravimetria, coulometria, titulometria,
espectrometria de massas por diluição isotópica, medição de pH e calorimetria.
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A figura acima mostra a pirâmide da rastreabilidade metrológica para vincular os padrões e materiais de
referências dentro de uma cadeia internacional de certificação.
O procedimento operacional padrão objetivo e completo de acordo com a norma ISO 78-2, deve ser
claro, aprovado, autorizado e revisado pelo grupo de garantia da qualidade da empresa. A documentação da
validação deve conter ainda, especificação dos requisitos, características de desempenho obtidas, critérios de
aceitação dos valores obtidos das características de desempenho em comparação com os requisitos, e a
afirmação da validade dos resultados quanto ao atendimento das necessidades do problema analítico. O uso
de testes estatísticos adequados torna as decisões menos subjetivas o que faz com que o processo de validação
de métodos analíticos seja mais objetivo, mais fácil de demonstrar e implementar.
Uma análise química de alta qualidade requer reagentes e soluções com purezas conhecidas. Um
frasco de um reagente de grau químico, aberto recentemente, pode ser utilizado normalmente, com confiança;
se essa mesma confiança pode ser justificada quando o frasco estiver pela metade, isso depende inteiramente
da maneira como ele tem sido manuseado desde que foi aberto.
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Referência Certificado é acompanhado por um certificado, com um ou mais valores da propriedade, e
certificados por um procedimento que estabelece sua rastreabilidade à obtenção exata da unidade na qual os
valores da propriedade são expressos, e cada valor certificado é acompanhado por uma incerteza para um
nível de confiança estabelecido.
Os ensaios de proficiência tem a finalidade de realizar uma avaliação contínua da competência técnica
dos laboratórios participantes e de fornecer aos laboratórios um mecanismo para avaliar e demonstrar a
confiabilidade de suas medições, através da discussão dos resultados detectar os pontos de melhoria de cada
laboratório.
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CAPÍTULO 5
UNIDADES LEGAIS DE MEDIDA
O GRAMA
O grama pertence ao genero masculino. Por isso, ao escrever e pronunciar essa unidade, seus
multiplos e submultiplos, faca a concordancia correta.
Exemplo
Dois quilogramas, quinhentos miligramas, duzentos e dez gramas, oitocentos e um gramas.
PREFIXO QUILO
O prefixo quilo (simbolo k) indica que a unidade esta multiplicada por mil. Portanto, nao pode ser
usado sozinho. Veja o Quadro 3.2, como se usam os prefixos quilo de maneira correta.
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MEDIDAS DE TEMPO
Ao escrever as medidas de tempo, observe o uso correto dos simbolos para hora, minuto e segundo.
Unidades do SI em uso
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Unidades do SI fora de uso
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Os multiplos mega, giga e tera sao utilizados na informatica para designar as capacidades de
processamento dos processadores e computadores.
a) Para formar o multiplo ou submultiplo de uma unidade, basta colocar o nome do prefixo desejado na frente
do nome dessa unidade. O mesmo se da com o simbolo.
Exemplo
Para multiplicar a unidade volt por mil:
quilo + volt = quilovolt ; k + V = kV
Para dividir a unidadde volt por mil:
mili + volt = milivolt ; m + V = mV
c) Por motivos historicos, o nome da unidade SI de massa contem um prefixo, por exemplo: quilo, mili, etc.
Por isso, os multiplos e submúltiplos dessa unidade sao formados a partir do grama.
UNIDADES DE BASE
O SI definiu sete grandezas físicas independentes e estabeleceu para cada grandeza um valor unitario
definido por um padrao.
A mudanca do padrao pode ocorrer, mas nao significa que o valor unitário seja alterado. Atraves de
um novo padrao podera ser alcancada uma forma de reproducao mais pratica e/ou com menos erros.
29
As unidades bases sao:
UNIDADES DERIVADAS
Unidades derivadas sao aquelas formadas pela combinacao das unidades de base segundo relacoes
algebricas que correlacionam as grandezas correspondentes.
Como exemplos de unidades derivadas podem citar, entre muitas outras:
UNIDADES SUPLEMENTARES
Sao unidades que nao foram enquadradas ainda nas categorias anteriores. Trata-se basicamente das
unidades de angulo plano (radiano) e angulo solido (esteradiano) que nao sao derivadas e tem definicoes
matematicas proprias, nao necessitando de um padrao fisico.
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
1. Que organismo criou o “Sistema Metrico Decimal”?
2. Pesquise na rede outros sistemas de medida. Verifique o sistema de unidade de medida baseado nas
partes do corpo humano.
3. Quando o Sistema Internacional de Unidades foi adotado oficialmente no Brasil e quando foi ratificado?
4. O prefixo quilo (k) tem qual significado? De um exemplo.
5. Qual e a grandeza representada pelas unidades Bar? Cite a unidade oficial para esta grandeza.
6. A unidade “no” representa que grandeza? Cite a sua equivalencia no Sistema Internacional de
Unidades.
7. A producao de bebidas e medida com o uso da grandeza de volume em hectolitros? Qual volume
equivalente a 2,5 hectolitros?
8. Quais sao as sete unidades base do SI?
9. O que sao unidades derivadas do SI?
10. Qual e a unidade de medida considerada suplementar?
30
CAPÍTULO 6
CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS DE MEDIÇÃO
PADRÕES DA CALIBRAÇÃO
PADRÃO (STANDARD)
Medida materializada, instrumento de medicao, material de referencia ou sistema de medicao
destinado a definir, realizar, conservar ou reproduzir uma unidade de um ou mais valores de uma grandeza
para servir como referencia.
CALIBRAÇÃO (CALIBRATION)
Conjunto de operacoes que estabelece, sob condicoes especificadas, a relação entre os valores
indicados por um instrumento de medicao ou sistema de medicao ou valores representados por uma medida
materializada ou um material de referencia, e os valores correspondentes das grandezas estabelecidos por
padroes.
Exemplo
Massa padrao de 1 kg
Resistor padrao de 100 Ω
Padrao de frequencia de cesio
Amperimetro padrao
Eletrodo padrao de hidrogenio
Solucao de referencia de cortisol no soro humano, tendo uma concentração certificada.
Observação
Um conjunto de medidas materializadas similares ou instrumentos de medicao que, utilizados em conjunto,
constituem um padrao coletivo.
Um conjunto de padroes de valores escolhidos que, individualmente ou combinados, formam uma serie de
valores de grandezas de uma mesma natureza e denominado colecao padrao.
Observação
O resultado de uma calibracao permite tanto o estabelecimento dos valores do mensurando para as indicacoes
como a determinacao das correcoes a serem aplicadas.
31
AMPLITUDE DA FAIXA NOMINAL (SPAN)
Diferenca, em modulo, entre os dois limites de uma faixa nominal.
Exemplo
Para uma faixa nominal de - 10°C a + 50°C a amplitude da faixa nominal e 60°C.
Observação
Em algumas areas, a diferenca entre o maior e o menor valor e denominada faixa.
Exemplos
Termometro: FO (Faixa de Operacao): de - 50° a + 50° Celsius.
Medidor de deslocamento: FO (Faixa de Operacao): de - 0,050 a + 0,050 mm.
Figura: Termômetro de haste flexível: (a) sensor; (b) haste flexível; (c) mostrador e (d) poço do termômetro
Poco do termometro e um tubo fechado em um dos lados. Este lado e conectado ao processo. No
lado posto e introduzido o sensor do termometro.
O poco e utilizado quando se necessita desconectar o sensor sem a parada do processo ou, quando o
sensor nao suporta a agressao quimica ou pressão do processo.
32
OMPRIMENTO DE ESCALA (SCALE LENGTH)
E o comprimento da linha compreendida entre a primeira e a ultima marca, passando pelo centro de
todas as marcas menores.
Observação
A linha pode ser real ou imaginaria, curva ou reta.
O comprimento da escala e expresso em unidades de comprimento, qualquer que seja a unidade do
mensurando ou a unidade marcada sobre a escala.
Exemplos
Manometro: DE (Divisao de Escala) = 0,1 kgf/cm2
Termometro: DE (Divisao de Escala) = 5°C
Regua Escolar: DE (Divisao de Escala) = 1 mm
Figura: (a) Caudalímetro ou medidor de vazão; (b) zoom no medidor, divisão de escala em 10 m³/hora ou
1% e (c) escala mecânica, divisão em mm
ÍNDICE (INDEX)
A parte fixa ou movel de um dispositivo mostrador cuja posicao em relação as marcas de escala
permite determinar um valor indicado.
Exemplos
Ponteiro, ponto luminoso, superficie de um liquido, pena de registrador.
33
Exemplos
Para dispositivo mostrador digital e a variacao na indicacao quando o digito menos significativo
varia de uma unidade. Este conceito tambem se aplica a um dispositivo registrador.
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
1. Qual e a diferenca entre padrao e calibracao de um instrumento?
2. Como sao conhecidos os limites (de escala) inferior ou superior de um instrumento?
3. Um termometro possui no indicador os valores de - 60°C e + 100°C. Qual a amplitude da faixa nominal
desse instrumento?
4. “A Faixa de Medicao de um instrumento e o conjunto de valores de um mensurando para o qual se admite
que o erro de um instrumento de medicao mantem-se dentro dos limites especificados. Tambem e conhecido
como faixa de operacao.” Considerando o texto acima, responda: A Faixa de Medicao pode ser maior que
a Faixa Nominal?
5. Podemos ter instrumentos com a mesma faixa de medicao e diferentes divisoes de escala? Justifique.
6. Escreva tres exemplos de indices de instrumentos.
7. O que e resolucao de um instrumento?
8. Pesquise na rede um tipo de instrumento (exemplo: termometro). Observe as aplicacoes (clinicas,
industriais), seus materiais de construcao (vidro, acos comuns, acos inoxidaveis). Faca um breve relato do
que voce pesquisou.
34
CAPÍTULO 7
Processos de medição
Observação
Uma vez que o valor verdadeiro nao pode ser determinado, utiliza-se, na pratica, um valor verdadeiro
convencional.
Quando for necessario distinguir “erro” de “erro relativo”, o primeiro e, algumas vezes,
denominado “erro absoluto da medicao”. Este termo nao deve ser confundido com “valor absoluto do
erro”, que e o modulo do erro.
Observação
O resultado de uma calibracao permite tanto o estabelecimento dos valores do mensurando para as
indicacoes como a determinacao das correcoes a serem aplicadas.
Uma calibracao pode tambem determinar outras propriedades metrológicas com o efeito das
grandezas de influencia.
O resultado de uma calibracao pode ser registrado em um documento denominado certificado de
calibracao.
SENSIBILIDADE (SENSITIVITY)
E a variacao da resposta de um instrumento de medicao dividida pela correspondente variacao do
estimulo.
Observação
A sensibilidade pode depender do valor do estimulo.
Exemplos
Um termometro de vidro com faixa de medida de 0°C a 100°C possui uma escala de leitura de 20 cm, portanto
a sua sensibilidade e de 0,2 cm/°C.
36
A histerese e um fenomeno bastante tipico em sistemas de medicao mecânicos devido a folgas e
deformacoes associadas ao atrito.
REPETIVIDADE (REPEATABILITY)
E a capacidade de reproducao da indicacao ou transmissao ao se medir, repetidamente, valores
identicos da variavel medida, nas mesmas condições de operacao e no mesmo sentido de variacao. A
repetitividade geralmente e expressa em porcentagem do alcance (span).
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
1. Qual o conceito de erro de medicao?
2. Ao medir uma barra de aco com uma trena comum, foi encontrada a dimensão de dois metros. Podemos
afirmar que este e um valor verdadeiro do comprimento? Justifique.
3. Durante um processo de medicao, encontramos diferentes valores para o comprimento de uma peca.
Afirmamos que isso e um erro. As causas dos erros podem ser completamente determinadas? Explique por
que.
4. Qual e o conceito de correcao (de um erro)?
5. Como podemos compensar um erro sistematico?
6. A repetitividade (de resultados de medicao) representa o grau de concordância entre os resultados de
medicoes sucessivas de um mesmo mensurando efetuadas sobre as mesmas condicoes. Quais sao essas
condições de repetitividade?
7. O conjunto de operacoes que estabelece, sob condicoes especiais, a relação entre os valores indicados por
um instrumento de medicao, ou valores representados por uma medida materializada, ou um material
referencia e os valores correspondentes das grandezas estabelecidas por padroes, e
denominado_____________________________.
8. Qual e a diferenca entre sensibilidade e histerese de um instrumento de medida?
9. Observando o conceito de classe de exatidao de um instrumento, e possível concluir que deveriamos ter
nas empresas somente instrumentos de alto indice de classe? Analise diversos fatores de resposta.
37
CAPÍTULO 8
Elementos de estatística
ERROS EXPERIMENTAIS
Numa analise quimica e comum a ocorrencia de algum tipo de erro. Obviamente e impossivel eliminar
todos os tipos de erros. Sempre existe um erro associado a todas as medidas. Alguns sao mais obvios que
outros, mais facilmente detectaveis, como num exame de sangue, por exemplo, comprovar-se que um homem
nao esta gravido. Esse tipo de erro tambem acontece na Quimica, mas existem outros mais complicados e
muitas vezes impossíveis de se determinar.
ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS
Para fazer uma analise de teor de acido acetilsalicilico em um analgesico, pesa-se 2,0000 g de
comprimido pulverizado, faz-se a analise quimica e obtem-se como resultado da titulacao acido/base 20,31
mL de solucao padrao.
Ao calcular o numero de casas decimais, qual sera o resultado final? Qual a incerteza relativa deste
calculo? Quantos algarismos significativos devem ser usados no resultado final?
38
Figura: Leitura feita em um pHmetro de bancada
Isso significa que a leitura de 3,65 pode ter sido 3,67 ou 3,63. Se fizéssemos uma nova leitura, e o
valor lido fosse 3,67, teriamos acertado. O valor 0,04, em modulo, e o valor da incerteza relativa da medida
feita, dado muito importante para conclusoes experimentais.
Essa incerteza na medida da ultima casa decimal, e a existencia de uma faixa em que os valores lidos
podem se encontrar e comum a todos os aparelhos de medida, independentemente da sofisticacao do metodo
utilizado.
Como se determina essa faixa de leitura do aparelho? O fabricante utiliza pesos padroes, volumes
padroes, solucoes padroes, etc., para fazer varias leituras e para determinar a faixa de leitura do equipamento.
O fabricante utiliza padrões aceitos internacionalmente para calibrar a leitura no seu equipamento.
Ao se fabricar uma balanca, as industrias usam pesos padroes, normalmente construidos em aco-liga
especial ou platina. Os resultados das medidas são tratados estatisticamente e, desses resultados extraem-se
os valores da incerteza relativa, desvio padrao, faixa de leitura do equipamento, etc.
39
OPERAÇÕES COM ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS
As quatro operacoes matematicas basicas sao: soma, subtracao, divisao e multiplicacao. Quando se
leva em consideracao os algarismos significativos e necessario o uso de determinadas regras para essas
operacoes, para que no final se obtenha uma resposta precisa e condizente com os dados experimentais.
E importante anotar a precisao de cada equipamento que se trabalha. Por exemplo, se voce executou
uma titulacao com uma bureta cujo volume escoado foi de 18 mL com precisao de ±0,1 mL, entao o valor
preciso escoado da bureta deve ser de 18,1 ou 17,9 mL. Esse numero de casas decimais e algarismos
significativos devem ser levados em conta quando se executarem operações de multiplicacao, divisao, soma
ou subtracao com esses dados experimentais.
Outra situacao e quando se trabalha num mesmo metodo analitico com dois equipamentos de precisao
diferentes. Por exemplo, depois de se preparar uma amostra, pipeta-se 20,02 mL da solucao do analito. Em
seguida submete-se amostra a uma analise espectrofotometrica. O espectrofotometro lhe da uma resposta de
absorbancia de 0,126. Ao se executarem os calculos, a regra diz que devem ser levados em consideracao o
numero de algarismos significativos e casas decimais do equipamento que tiver a menor precisao, nesse caso,
a pipeta.
a) Operação de adição e subtração
Ao somar ou subtrair numeros de mesma quantidade de algarismos significativos, a resposta deve ter
o mesmo numero de casas decimais que os números envolvidos na operacao, por exemplo:
Note que os quatro ultimos numeros da resposta nao sao significativos e, portanto, nao sao levados
em consideracao. Logo, a resposta certa e 121,795 u.a.
O numero 4 correspondente ao ultimo algarismo significativo e arredondadopara 5. Para regras de
arredondamento ver Tabela 1.2.
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b) Operação de multiplicação e divisão
Nesse caso, levamos em consideracao no resultado final da operacao, o numero de algarismos significativos
contidos no numero com menos algarismos significativos.
Vejamos os exemplos a seguir:
A potencia de 10 nao influencia nada no numero de algarismos significativos que deve ser mantido.
TIPOS DE ERROS
Toda medida em quimica possui alguma incerteza que vem do metodo, do analista ou do equipamento. A
essa incerteza existente nas medidas damos o nome de Erro Experimental. As conclusoes das medidas podem
ter alto ou baixo grau de confianca, mas nunca com completa certeza. Os erros experimentais sao
classificados como:
Erros sistematicos.
Erros aleatorios.
Veremos a seguir o que sao e o que significam cada um destes tipos de erros.
ERRO SISTEMÁTICO
Quando ha uma falha em um equipamento ou uma falha no metodo analítico temos o chamado erro
determinado, mais conhecido como erro sistematico.
Ao se realizar um experimento com suspeita de erro sistemático, novamente o erro e reprodutivel.
Embora o erro sistematico possa ser descoberto e corrigido, nem sempre essa e uma tarefa facil.
Como exemplo de erro sistematico, pode-se citar o uso de um turbidimetro. Ao se ler a turbidez de
um padrao de turbidez anota-se um valor de 25,00 NTU, mas que na realidade, e 25,04 NTU. Ao erro
produzido na medida da turbidez de um aparelho que foi padronizado incorretamente, da-se o nome de erro
sistematico, pois para toda a medida que se fizer, o valor estara 0,04 unidades menores do que na realidade.
Para corrigir esse erro deve-se usar um segundo padrao para se verificar o valor do erro sistematico
obtido e testar o aparelho. Na realidade, o método nefelometrico de turbidez normalmente utiliza 3 ou mais
padroes de concentração conhecida (normalmente mais que 4 padroes), justamente para se evitar esse erro
41
determinado, para que dessa forma, se possa montar uma curva de calibracao, mais confiavel e segura do
ponto de vista da precisao.
ERRO ALEATÓRIO
Esse tipo de erro tambem e chamado de erro indeterminado e resulta dos efeitos de variaveis que nao
estao controladas nas medidas. O erro aleatório esta sempre presente e não pode ser corrigido. Um bom
exemplo desse tipo de erro e quando uma pessoa le a escala de uma bureta apos uma titu- lacao. O valor lido
por essa pessoa provavelmente nao sera o mesmo lido por outra pessoa. O mesmo acontece quando se faz a
visualizacao da cor na viragem de uma titulacao. A viragem da cor e vista em tempos diferentes por diferentes
pessoas, alem disso, ha a interpretacao diferenciada da cor da viragem por cada analista.
Em aulas de laboratorios e comum uma interpretacao diferente das cores da viragem de metodos com
ponto triplo de viragem ou mesmo numa viragem simples acido x base. Uma pessoa pode interpretar que a
titulacao chegou ao fim por julgar que nao ha mais mudanca de coloracao da solucao com o indicador,
enquanto outra pode julgar que a solucao ainda muda de cor quando se adiciona o titulante. Esse erro aleatorio
nao pode ser controlado e nao ha como evita-lo em funcao das particularidades da situacao.
A seguir estudaremos precisao, exatidao, incertezas absoluta e relativa.
PRECISÃO E EXATIDÃO
No tiro ao alvo e comum se dizer que o tiro foi exato. O que e ser exato e preciso nesse caso? E no
caso da Quimica? A seguir veremos as diferencas, particularidades e conceitos de precisao e exatidao.
A precisão e uma medida da reprodutibilidade de um resultado e a exatidão se refere a quao proximo
um valor de uma medida esta do valor “real”. Para ficar mais claro, suponhamos que se tenha que fazer a
medida da concentração do teor de acido latico no sangue de um paciente. Faz-se uma amostragem em 10
porcoes iguais do mesmo paciente e da mesma parte do corpo. Para isso utilizam-se quatro metodos diferentes
para medir o mesmo teor de analito e, como resultado, obtem-se os valores contidos na Tabela 1.3.
42
• Método B – e um metodo preciso, mas nao exato. E preciso porque os valores foram reprodutiveis, e nao e
exato porque os valores obtidos nas 10 analises nao foram proximos do valor real (valor real = 1,250 mg/L).
• Método C – e um metodo nao preciso nem exato. Isso porque os resultados nao foram reprodutiveis e porque
nao foram proximos do valor real.
• Método D – e um metodo razoavelmente exato, mas nao preciso. Exato porque os valores foram bem
proximos do valor real, porem nao foram reprodutiveis, o que nao nos da precisao no metodo.
A incerteza absoluta nos dira, portanto, o grau de precisao de equipamentos ou vidrarias de laboratorio
ao qual uma medida e associada em uma leitura.
Incerteza relativa
Ao fazermos uma medida com uma bureta teremos um resultado. Supondo que essa medida seja de
14,23 ±0,02 mL, a incerteza relativa e a comparação entre a medida feita e a sua incerteza absoluta; em outras
palavras, e a razao entre a incerteza absoluta e a medida feita. Veja Equacao 1.1 para ficar mais claro:
Usando o exemplo anterior com base na Equacao 1.1 o resultado da incerteza relativa e:
Em cada equipamento e vidraria utilizados existe um erro sistematico associado a incerteza de cada
instrumento. Atraves de calibracoes podemos eliminar os erros sistematicos, porem ainda restariam os erros
aleatorios que nao são identificaveis e nem corrigiveis.
Deve-se usar a calibracao para mitigacao ou eliminacao do erro sistemático e melhoria da exatidao
do metodo. A incerteza, quando possivel, deve ser descrita como o desvio padrao ou o intervalo de confianca.
43
E possivel mensurar um erro aleatorio a partir da estimativa de confiabilidade que um instrumento
apresenta ou da experiencia pessoal do operador com um determinado metodo. Principais operacoes
matematicas para mensurar o erro aleatorio.
Nesse caso, o valor de e4 e calculado com base na Equacao 1.2, que fica:
Esse valor ±0,04 pode ser expresso como incerteza relativa percentual que calculado fica:
44
Cada um dos tres erros sao as incertezas relativas percentuais de cada parte da operacao aritmetica e,
no final, temos a incerteza relativa percentual global.
Muitas vezes o bom senso deve prevalecer, e cabe ao analista decidir quão preciso deve ser o metodo.
Para isso ele deve levar em consideracao vários fatores, como:
Objetivo da analise quimica.
Tempo disponivel para a escolha, implementacao e execucao do metodo.
Recursos financeiros disponiveis.
Recursos materiais e humanos disponiveis.
DISTRIBUIÇÃO GAUSSIANA
Os dados obtidos de uma analise quimica se agrupam muito proximos de uma curva suave. A curva
suave damos o nome de distribuição Gaussiana.
Nela, os valores das medidas tendem a se agrupar em torno do valor medio.
O grafico da Figura 1.4 mostra uma curva Gaussiana hipotetica de um experimento qualquer. Na
curva, a maior parte dos valores tende a se agrupar no centro da curva, dentro dos limites da linha pontilhada
azul. O valor zero no eixo das abscissas da curva, representa o centro da curva e onde se encontra o valor
medio dos dados obtidos. A distancia do valor zero (media dos valores obtidos) ate o ponto em que a curva
toca no eixo das abscissas e o desvio padrao.
45
Onde: x e a media dos valores lidos
A Tabela 1.4 apresenta como se calcula e qual a funcao de cada calculo estatistico feito em um conjunto de
dados, nesse caso, em uma populacao.
Ainda na Tabela 1.4, pode-se verifi car como se calculam e interpretam dois dados importantes na
analise quimica: a media aritmetica e o desvio padrao.
A partir desses dois dados e da curva Gaussiana, pode-se concluir que, uma boa analise quimica e um
bom metodo devem resultar nos mesmos valores de desvio e media, mesmo que se facam 3 ou 2.000 analises
quimicas. A curva Gaussiana e calculada de acordo com a Equacao 1.5 a seguir:
46
A Equacao 1.5 mostra que a construcao de uma curva Gaussiana nao e tao simples e exige muito
tempo. Neste caso, uma ferramenta bastante util e a utilizacao do software Excel da Microsoft®, uma planilha
eletronica de dados.
No caso da Equacao 1.5, os valores σ e μ podem ser substituidos por s e x, quando o numero de
dados for pequeno para serem usados os valores de σ e μ. No nosso caso, ao inves de se trabalhar com uma
populacao de dados, trabalha-se com uma amostra da populacao, entao usa-se s e x.
O intervalo de confi anca, neste caso, e uma expressao condicionante de que a media real μ,
provavelmente ocupa uma posicao dentro de certa distancia da media medida x. O intervalo de confi anca de
μ e dado pela Equacao 1.6.
Os valores do teste t de Student sao tabelados e podem ser encontrados com facilidade em qualquer
livro de Estatistica. Na realidade, usando a ferramenta Excel da Microsoft® o que precisamos saber e o
percentual de confi anca que desejamos. Quem estabelece o grau de confi anca para seus dados e o próprio
analista. O grau de confi anca mais utilizado e o valor de 95% de confianca no teste t de Student.
Para que fi que mais claro como e inserido no Excel o calculo da funcao do intervalo de confi anca, a
Figura 1.5 traz um diagrama muito simples para guiar seus estudos neste programa.
47
Diagrama esquemático para cálculo do intervalo de confi ança no Excel da Microsoft® Student foi o
pseudonimo de W. S. Gosset. Gosset era pesquisador da Cervejaria Guinness da Irlanda. A fabrica
restringiu as publicacoes de Gosset por causa de direitos de propriedade. Porem, pela importancia de
seu trabalho, Gosset teve permissao para publica-lo, mas com um nome fi cticio. O teste t de Student e
utilizado para comparacao de resultados de experimentos diferentes e para calcular intervalos de confi
anca (vide Equacao 1.6).
Coletar amostras em pontos diversos de um lago qualquer, retornando mensalmente nos referidos pontos
durante 12 meses.
A pesquisa consiste em comparar os valores de oxigenio dissolvido no lago no periodo de amostragem, isto
e, inferir a probabilidade de que os valores de oxigenio das amostragens serao encontrados num certo
intervalo, no periodo amostral.Esse tipo de calculo tambem e feito pelo Excel, como a Figura mostra.
48
No diagrama, o valor das matrizes e o resultado das medidas dos teores de oxigenio dissolvido em
cada um dos pontos analisados em cada mes de estudo.
Como o programa so trabalha com duas matrizes de dados, e conveniente transforma-los em duas
matrizes, uma e primeiro semestre; a outra segundo.
A Tabela 1.5 mostra os calculos estatisticos dos valores referentes ao oxigênio dissolvido do primeiro
e segundo semestre de um ano qualquer, de um lago tropical nao poluido.
De acordo com a Tabela 1.5, o teste t de Student sugere que ha uma variação pequena no periodo
amostral, ou seja, a probabilidade e muito pequena de que os valores de oxigenio dissolvido estejam fora da
faixa de valores determinados na media e intervalo de confianca. Se outra analise for feita em outro periodo
amostral, os valores tendem a ser proximos.
Nesse sentido, entra o calculo da media aritmetica, que e o somatorio detodos os valores encontrados
dividido pela quantidade de analises feitas. A Equacao 1.7 expressa matematicamente o valor da media
aritmetica simples.
49
Onde: Σ simbolo que significa somatorio
xi sao os valores obtidos em cada analise individual e n o total de analises feitas Levando-se em conta os
dados da Tabela 1.5, de posse da Equacao 1.7, calcula-se a media aritmetica da seguinte forma:
A media aritmetica ponderada e muito parecida com a media aritmética simples, porem, ha a
atribuicao de pesos para cada medida. Na pratica, algumas vezes certas medidas tem uma importancia muito
maior do que outras, portanto, pesos diferentes.
A Tabela 1.6 mostra como calcular a media ponderada das notas de Quimica dos alunos. Para cada
bimestre e atribuido um peso. O 4. bimestre tem peso maior.
Em sintese, a Equacao 1.8 mostra a formula generica de como calcular a media ponderada.
DESVIO PADRÃO
Desvio padrao expressa o quanto um determinado valor se afasta da media de uma populacao ou
amostra. Com base no desvio padrao e possivel tirar conclusoes muito importantes em analise quimica. Por
exemplo, se um técnico faz uma serie de analises quimicas para calibracao de um equipamento e obtem uma
tabela de valores cujo desvio padrao e muito alto indica que suas analises nao foram satisfatorias, em outras
palavras, os valores encontrados por ele estao muito longe do valor da media aritmetica, e os seus dados
devem ser descartados.
A correta manipulacao do desvio padrao promove resultados benefi cos. Numa operacao de calibracao
e validacao de metodo nao se permitem valores de desvio padrao altos. Numa analise de amostras
desconhecidas no meio ambiente em periodos amostrais diferentes, o desvio padrao pode apenas signifi car
que ha grande variacao nos valores ao longo das estacoes. Ja grandes valores de desvio padrao numa industria
farmaceutica podem indicar problemas na linha de producao e a analise deve ser refeita para confi rmacao
desses valores, que se confi rmados indicam que os remedios devem ser descartados.
Matematicamente a Equacao 1.9 mostra como calcular o desvio padrao. Devemos lembrar que o
desvio padrao pode ser calculado usando-se a ferramenta Excel da Microsoft®.
50
Onde: Σ e o somatorio das medidas feitas
x e o valor encontrado
n e o numero de medidas feitas
TESTE Q
O teste Q e, uma ferramenta decisiva para ajudar a descartar ou nao um dado quando este parece
inconsistente relativamente aos dados restantes.
Exemplo
Suponhamos que um analista faca varias replicas de uma analise de fosforo em uma amostra e tenha
como resultado os seguintes valores: 12,53; 12,66; 12,54; 12,53; 12,55; 12,52; 12,52; 12,53. A duvida e: o
ponto 12,66 deve ser descartado?
Os passos para realizar esse calculo sao:
a) Organizar os dados em ordem crescente de valores.
b) Calcular a variacao do valor questionado e do valor mais proximo.
c) Calcular o intervalo entre o primeiro e o ultimo valores da escala.
A Equacao 1.11 apresenta a formula para calculo do Qcalculado para compara-lo com o Qtabelado.
Levando-se em consideracao os valores 12,53; 12,66; 12,54; 12,53; 12,55; 12,52; 12,52; 12,53; o esquema
esboca como e feito o calculo do teste Q.
51
Figura: Esquema do cálculo do teste Q
Usando-se a Equacao 1.11 podemos calcular o valor do Qcalculado:
Comparamos o valor de Qcalculado com o do Qtabelado. Consultando, a Tabela 1.7 verificamos que
para 8 observacoes o Qcalculado > Qtabelado. Nesse caso, o analista deve descartar o valor 12,66. A regra
e:
52
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
1. Quais sao os padroes fundamentais que originam as unidades mais comuns do Sistema Internacional?
2. O que e algarismo significativo?
3. Suponha que voce mediu a massa de um determinado reagente em uma balanca de 4 casas decimais, e que
o valor lido foi de 10,2356 gramas. Quantos algarismos significativos tem esse numero?
4. Quais sao os tipos de erros experimentais que existem?
5. O que e erro aleatorio?
6. Diferencie precisao de exatidao.
7. Defina:
a) Incerteza absoluta.
b) Incerteza relativa.
c) Intervalo de confianca.
d) Teste t de Student.
8. Defina matematicamente:
a) Media aritmetica.
b) Media ponderada.
c) Desvio padrao.
9. Faca o calculo do Teste Q do seguinte conjunto de numeros, e diga se o numero 12,32 deve ser descartado.
12,33; 12,32; 12,36; 12,34; 12,38; 12,37; 12,39; 12,33 e-
53
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
54
Hino Nacional Hino do Estado do Ceará
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!