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VOU CALIBRAR O CHUTE!!!

6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO


6.1 Introdução

O que é calibração?

Calibrar os pneus de um carro?


Não é calibração porque se efetua uma medição e controle da pressão.

Ajustar um valor ao correspondente sinal?


Ajustar o sinal em 2mV/V quando se aplicar a pressão de 10 kPa não é
calibração.

Calibrar máquina de ensaio de materiais após manutenção?


Comparar valores indicados na máquina com valores de padrões
conhecidos e rastreados é uma calibração.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.1 Introdução

O que é calibração?

Segundo VIM 2008, Calibração é:

“operação que estabelece, numa primeira etapa e sob


condições especificadas, uma relação entre os valores e
as incertezas de medição fornecidos por padrões e as
indicações correspondentes com as incertezas
associadas;
numa segunda etapa, utiliza esta informação para
estabelecer uma relação visando à obtenção de um
resultado de medição a partir de uma indicação”.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.1 Introdução

O que é calibração?
Exemplos de calibração:
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.1 Introdução

O que é calibração?
Exemplos de calibração:
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.1 Introdução

O que é calibração?
Exemplos de calibração:
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.1 Introdução

O que é calibração?
Exemplos de calibração:
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.2 Objeto da calibração

Calibrar o quê?

 Instrumento ou sistema de medição com


indicador
 Um elemento do sistema de medição (sensor,
condicionador – indicador)
 Um artefato que representa uma medida
materializada
 Um material (ou substância) de referência.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.3 Objetivos da calibração

Por que calibrar?

 Para avaliar tecnicamente o desempenho do objeto da


calibração.
 Para alguns, atender exigências de auditorias de modo a
conseguir um selo ou certificado.
 Para outros, melhorar o sistema de qualidade porque
pode proporcionar vantagem competitiva na oferta de
produtos, redução de perdas, e melhor atendimento dos
requisitos oriundos dos consumidores.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.3 Objetivos da calibração

Por que calibrar?

Objetivos técnicos de uma calibração estática:

 Determinar a relação entre valores programados do


intervalo de indicação e os correspondentes valores
obtidos de padrões rastreados.
 Determinar os erros sistemáticos (ou correções)
correspondentes aos valores programados de indicação.
 Determinar as incertezas correspondentes aos erros
sistemáticos (ou correções).
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.3 Objetivos da calibração

Por que calibrar?

Objetivos técnicos de uma calibração dinâmica:

 Determinar a sensibilidade estacionária (ou estática).


 Determinar a constante de tempo e o tempo de resposta
de instrumentos de primeira ordem.
 Determinar o coeficiente de amortecimento, a frequência
natural e a frequência de ressonância de instrumentos
de segunda ordem.
 Determinar os gráficos de resposta em frequência
(amplitude e fase).
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.4 Meios e condições para efetuar calibrações

Itens primários para efetuar uma calibração:


 Objeto da calibração
 Padrão
 Equipamento para aplicar o mensurando

Condições em que se realizam as calibrações:


 Ambientais (laboratório, plantas industriais e serviços de
campo)
 Específicas a cada conjunto de itens envolvidos (dependem dos
itens e do método de calibração, e geralmente são
estabelecidas em normas técnicas).

 As condições em que se realizam as calibrações são


denominadas de condições de validade de cada calibração.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.4 Meios e condições para efetuar calibrações

Outros itens a considerar:

 Formação e treinamento do pessoal técnico.


 Instalações para proporcionar as condições de validade das
calibrações.
 Meios eficientes para processar os resultados de medição.
 Documentação para consulta (manuais, normas,
procedimentos).
 Manutenção de registros de atividades técnicas e
administrativas.
 Meios de comunicação e de busca de informações externas.

A norma ABNT NBR ISO 17025, estabelece os meios e condições, e


outros requisitos que um laboratório deve atender para obter
reconhecimento de sua competência.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.4 Meios e condições para efetuar calibrações

A escolha do padrão.

As normas técnicas dão indicações dos tipos e características


requeridas. Porém, algumas não são muito claras.

Recomenda-se atentar para as seguintes sugestões:


 Intervalo nominal ou valor nominal (intervalo serve para
padrão que é instrumento de medição e valor nominal
para padrão de medida materializada).
 Incerteza de medição (regra de ouro da metrologia).
 Custo do padrão (evitar uso de padrões com
características bem acima do necessário porque são mais
caros).
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.4 Meios e condições para efetuar calibrações

Equipamentos para aplicar o mensurando.

Para efetuar a comparação das leituras de um determinado valor


do mensurando, obtidas tanto no sistema a calibrar quanto no
padrão, necessita-se gerar o valor do mensurando, e é
desejável que este permaneça invariável.

No caso do padrão ser um artefato, o valor do mensurando é


gerado intrinsecamente e permanece invariável.
Os equipamentos auxiliares são usados para manusear e montar o
artefato. Exemplos:
- Massas padrão de 20 000kg necessitam de algum guindaste.
- Blocos padrão de comprimento necessitam uso de pinças de
madeira ou de plástico.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.4 Meios e condições para efetuar calibrações

Equipamentos para aplicar o mensurando.


 Padrões de temperatura necessitam equipamentos térmicos para
mudar estado sólido para líquido, em temperatura estabilizada.
Água fervendo é um exemplo de padrão com valor estabilizado.
Necessita de equipamento que produza calor.
 Em instrumento ou sistema de medição padrão com indicação, a
geração do valor estabilizado pode ser relativamente difícil.
Aceitam-se comportamentos quase estáticos, de modo a
possibilitar leituras simultâneas no padrão e no objeto.
 Exemplos:
Calibração de máquinas de ensaio – força é gerada por um
sistema eletro – hidráulico.
Calibração de manômetros – sistema cilindro e êmbolo para
aplicar a pressão.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.5 Atividades envolvidas com uma calibração

Grupos de atividades:

 Estudos e testes preliminares.

 Realização rotineira do serviço, segundo um


procedimento específico.

 Utilização dos resultados.


6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.5 Atividades envolvidas com uma calibração

Estudos e testes preliminares :

 Identificação do objeto da calibração: consulta da


documentação sobre o objeto da calibração.

 Definição dos objetivos da calibração: calibração


plena ou expedita (de pré-ajuste).

 Estabelecimento do método de calibração: envolve


o estudo de normas técnicas e bibliografia especializada
complementar.

 Escolha do padrão: além do visto anteriormente,


considerar a compatibilidade de montagem e as
condições de operação.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.5 Atividades envolvidas com uma calibração

Estudos e testes preliminares :

 Especificação dos equipamentos para aplicar o


mensurando.

 Planejamento da operação de medição: exemplo:


- Preparação e montagem dos itens de calibração;
- Ajustes e testes preliminares de funcionamento;
- Modo de aplicar o mensurando e de ler (ou captar) seus valores;
- Estabelecimento do número de repetições das medições;
- Modo de registrar os valores lidos do mensurando, das influências
ambientais e das anomalias ocorridas durante a aplicação do
mensurando.

 Processamento dos resultados de medição: cálculos


estatísticos de aceitação/rejeição, do valor do mensurando e
das incertezas.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.5 Atividades envolvidas com uma calibração

Estudos e testes preliminares :

 Análise de conformidade dos resultados do processamento:


verificar se especificações de normas ou de outras regulamentações são
atendidas; no certificado de calibração, indicam-se os intervalos
determinados de valores das características que se enquadram nas
classificações regulamentares, na forma de um parecer.

 Elaboração da documentação de calibração:


preparação dos documentos gerados no planejamento dos estudos
e testes preliminares, e de realização rotineira da calibração (o
documento mais importante é o certificado de calibração).
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.5 Atividades envolvidas com uma calibração

Estudos e testes preliminares :

 Elaboração do procedimento de calibração: as principais operações a


constar num procedimento de calibração são as seguintes:
- preparação e montagem dos itens de calibração;
- realização das medições;
- processamento dos resultados de medição;
- análise de conformidade dos resultados do processamento;
- elaboração do certificado de calibração.

 Validação do método de calibração: as técnicas mais usadas são as


seguintes:
- calibração com o uso de padrões de referência ou materiais de referência;
- comparações com resultados obtidos por outros métodos;
- comparações interlaboratoriais.

 Atualização técnica e treinamento dos operadores.


6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.5 Atividades envolvidas com uma calibração

Realização rotineira do serviço de calibração:

A realização rotineira do serviço de calibração, para um


determinado objeto da calibração que se aplica a uma
grandeza específica, deve ocorrer somente após a validação
comprovada do método de calibração e também da
atualização técnica e treinamento dos operadores.

Principais resultados a constar num certificado de


calibração:
a) correções e correspondentes incertezas;
b) condições de validade da calibração;
c) parecer de conformidade.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.5 Atividades envolvidas com uma calibração

Realização rotineira do serviço de calibração:


Baseando-se no parecer, as seguintes afirmações são constatadas, em resumo:
a) existe conformidade;
b) Não existe conformidade.

Existindo conformidade, a principal utilização dos resultados diz respeito às


correções porque, com o uso destas, pode ser propiciada a rastreabilidade
dos resultados de medição.

Não existindo conformidade, pode-se decidir:


a) reparar e ajustar, com necessidade de nova calibração do objeto;
b) classificar o objeto em classes de exatidão inferiores, passando a um uso
de exigências menos severas;
c) retirar o objeto de serviço.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.6 Métodos de calibração

Método da substituição.
Usa-se quando objeto e padrão tiverem
indicação dos valores medidos nos
intervalos nominais.
O mensurando é aplicado simultaneamente
em ambos de modo que, no objeto lê-se
o valor programado e, no padrão, o valor
correspondente.
Exemplo: calibração de relógio comparador
centesimal com micrômetro padrão
milesimal.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.6 Métodos de calibração

Método diferencial.

Usado quando objeto e


padrão representarem,
cada um, medidas
materializadas.
A diferença de valores
equivalentes
representados é lida em
instrumento adequado.
Exemplos: calibração de
régua metálica de
oficina usando como
padrão uma régua de
precisão.
As diferenças são lidas em
instrumento ótico
adequado.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.6 Métodos de calibração

Método direto (ou absoluto).

Usado quando o objeto tiver


indicação dos valores medidos e
o padrão for um artefato de
medida materializada. Mede-se
diretamente o padrão.

Exemplo: calibração de paquímetro


usando blocos padrão para
compor as medidas
materializadas programadas.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.6 Métodos de calibração

Método indireto.

Usado para calibrar um objeto, quando o valor do padrão for


obtido medindo diretamente grandezas das quais este
depende.

Exemplo:
Na calibração de um medidor de vazão, o valor padrão é obtido
pelo cociente entre o volume do líquido num recipiente e o
correspondente tempo decorrido para o líquido atingir o
volume medido.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.6 Métodos de calibração

Métodos mistos.

O padrão é obtido de um experimento, sendo usados métodos


tradicionais, combinados entre si, e o próprio fenômeno em
que se baseia o experimento.

Exemplo:
Método das frações excedentes empregado na calibração de
blocos padrão de comprimento, onde o fenômeno físico de
base é a interferometria e se usa um algoritmo de cálculo do
valor diferencial, em relação ao comprimento nominal do
bloco padrão.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.7 Aplicação do mensurando em calibrações estáticas

Pontos e intervalos de medição

Seja a calibração de uma balança com intervalo nominal de 0 – 100kg.


Os valores escolhidos para avaliar são:
(0 – 10 – 20 – 30 – 40 – 50 – 60 – 70 – 80 – 90 – 100) kg.
Então, têm-se:
a) 10 intervalos igualmente espaçados de 10% da amplitude nominal;
b) 11 pontos de medição.

Pontos e intervalos são estabelecidos por:


a) normas técnicas;
b) guias orientativos de organismos metrológicos;
c) indicação nos manuais dos fabricantes;
d) solicitação dos usuários.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.7 Aplicação do mensurando em calibrações estáticas

Pontos e intervalos de medição

Informações adicionais a considerar no estabelecimento de pontos e intervalos:

 Valores possíveis de obter nos padrões. Ex: anéis dinamométricos.

 Comportamento da função estímulo – resposta y=f(x). Ex: em sensores


com elemento elástico, a não-linearidade é mais pronunciada no trecho final
do intervalo de medição.

 Tempo necessário para efetuar as leituras. Se essa operação for manual, a


diminuição dos pontos é desejável e, se for automatizada, pode-se
aumentar o número de pontos.

 Histerese. O número de pontos dobra.


6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.7 Aplicação do mensurando em calibrações estáticas

Ciclos de medição

O conjunto de 11 pares de valores, do exemplo de calibração de uma


balança, constitui um ciclo de medição. Para 5 ciclos, têm-se 55
pontos de medição.

Os ciclos de medição são estabelecidos por recomendações de normas


técnicas, guias orientativos, manuais de fabricantes e por
solicitação dos usuários.

Na NBR 6388/1983, recomenda-se o mínimo de 5 ciclos para a


calibração de relógio comparador centesimal, usando micrômetro
milesimal como padrão.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.7 Aplicação do mensurando em calibrações estáticas

Sequência de aplicação e leituras dos valores programados

Progressiva.
Ex: calibração de relógio comparador com micrômetro padrão.

Peregrino total.
Calibração de balanças com massas padrão.

Peregrino parcial.
Calibração de micrômetro para medidas externas.
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6.7 Aplicação do mensurando em calibrações estáticas

Realização das leituras

Onde devem ser realizadas as leituras repetidas? No objeto da


calibração ou no padrão?

Usando o método direto, os valores do padrão são medidas


materializadas. Portanto, as leituras repetidas são efetuadas no
objeto.

Usando o método da substituição, tanto o objeto quanto o padrão


possuem indicação.
Como o padrão deve ter menor resolução de indicação, os valores
programados são ajustados no indicador do objeto e as leituras
repetidas realizadas no indicador do padrão.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.7 Aplicação do mensurando em calibrações estáticas

Registro das leituras

As leituras são registradas basicamente de dois modos:


a) Automaticamente, mediante uso do computador;
b) Manualmente, usando planilhas de dados.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.7 Aplicação do mensurando em calibrações estáticas

Registro das leituras


LAB. METROLOGIA PLANILHA DE COLETA DE DADOS NA CALIBRAÇÃO DE MÁQUINAS DE ENSAIOS T/C – NBR
DMC/FURG’’’’’’’’’’ 6156
Sistema a calibrar (SC): Sistema padrão (SP): Executor:
Responsável:
Obs.: Pistão em 20% do curso máximo. Pistão em 60% do curso máximo.
Leituras no SC Ciclos I II III IV V VI
( ) Pontos de
medição
-- Data
-- Hora início
-- Hora térm.
-- Temp.(C)
-- Umid. (%)
1
2

10
11
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.8 Análise e processamento dos valores medidos em
calibrações estáticas

Sistemas de medição com indicação do valor do


mensurando

 Análise da consistência dos valores medidos:


a) Inspeção visual (rejeitar valores incoerentes);
b) limites simétricos de erros (3 desvios padrão da média);
c) Critério de Chauvenet (rejeitar dados suspeitos);
d) Critério de Dixon (rejeitar dados suspeitos).

 Processamento dos valores do mensurando e das incertezas,


segundo modelo matemático em acordo com o método de
calibração.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.8 Análise e processamento dos valores medidos em
calibrações estáticas

Sistemas de medição com indicação do sinal relacionado ao


valor do mensurando

São medidos sinais y no indicador do objeto da calibração,


correspondentes aos valores x obtidos no padrão.

A relação y=f(x) geralmente é expressa na forma polinomial, onde


os coeficientes do polinômio são obtidos pelo método dos
mínimos quadrados.

Para um razoável número de casos, a relação linear é satisfatória.


6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.9 Resultados de calibração

Documentos gerados

 Ficha de recepção de serviços;


 Ficha de encaminhamento de serviços;
 Registros dos valores medidos;
 Planilhas eletrônicas (ou softwares específicos) para análise e
processamento dos valores medidos;
 Relatório ou certificado de calibração.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.9 Resultados de calibração

Documentos gerados

O conteúdo mínimo de um certificado de calibração é recomendado na NBR


ISO/IEC 17025:2001. Aqui são destacados:
 Identificação do método utilizado;
 Descrição, condição e identificação do objeto da calibração;
 Resultados da calibração (valores indicados e os correspondentes
valores obtidos no padrão, e as respectivas incertezas);
 Uma declaração de que os resultados se referem somente ao objeto
da calibração;
 Condições de validade da calibração;
 Uma declaração de conformidade a uma especificação pertinente,
considerando a incerteza associada;
 Evidência de que as medições são rastreáveis.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.9 Resultados de calibração

Uso de resultados da calibração em medições subseqüentes

 O objeto da calibração (instrumento ou sistema de medição) é


usado em medições subseqüentes que não são de calibração.
 Supõe-se que um valor medido esteja entre dois valores
contíguos de pontos de calibração.
 Para estes pontos, as incertezas (incerteza instrumental) são
conhecidas.
 A correção e incerteza instrumental do valor medido
intermediário podem ser estimadas usando a curva de erros
construída com os resultados de calibração.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.9 Resultados de calibração

Uso de resultados da calibração em medições subseqüentes

 Frequentemente, a correção e a incerteza de calibração são


insuficientes para as medições subseqüentes porque as
condições de medição são diferentes das condições de
validade da calibração.

 Neste caso, é necessário incluir fontes de incerteza adicionais,


por exemplo, associadas às leituras e especificações dos
fabricantes, e desenvolver um balanço de incertezas para
obter a incerteza do resultado de medição.

 Esta depende muito do conhecimento do responsável por


desenvolver o balanço de incertezas.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.9 Resultados de calibração

Uso de resultados da calibração em medições subseqüentes

 Se as condições de medição forem as mesmas da calibração,


ao menos as fontes de incerteza associadas às leituras devem
ser combinadas com as incertezas de calibração.

 Medição subseqüente à calibração, no caso de regressão


linear, tem abordagem específica conforme consta no livro
texto e que pode ser melhor entendida numa aplicação
prática.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.9 Resultados de calibração

Avaliação da conformidade de resultados de calibração

 A avaliação da conformidade de resultados de calibração


consiste em examinar se os parâmetros determinados
atendem as especificações das normas ou regulamentações
pertinentes e também as estabelecidas pelos clientes.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.9 Resultados de calibração

Avaliação da conformidade de resultados de calibração

 Um dos aspectos importantes é a consideração da incerteza.

 Supõe-se que o erro máximo admissível de um instrumento


de medição seja Emax% = 5% VF (VF: valor final do intervalo
nominal).
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.9 Resultados de calibração

Avaliação da conformidade de resultados de calibração

 Para um determinado ponto de calibração, foram obtidas uma


correção de C% = 2%VF e incerteza expandida de U% =
1,5%VF.

 Então, pode-se estabelecer o seguinte critério de aceitação:

C %  U %  Emax %
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.9 Resultados de calibração

Avaliação da conformidade de resultados de calibração

 Observa-se que, para o ponto considerado, existe


conformidade, pois

2%VF + 1,5%VF < 5%VF

 A conformidade da calibração ocorrerá se os demais pontos


atenderem ao critério de aceitação.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.10 Comparações interlaboratoriais

Um laboratório pode verificar se seus serviços de calibração


produzem resultados corretos e confiáveis, ao participar de
um programa de comparação com outros laboratórios que
realizam calibrações de instrumentos usados na medição de
grandezas idênticas às suas.

As comparações interlaboratoriais são efetuadas entre dois ou


mais laboratórios, sob condições predeterminadas, e se
aplicam a uma mesma grandeza.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.10 Comparações interlaboratoriais

Para os laboratórios, os objetivos da comparação são tais como:

 Validar métodos de calibração;


 Validar estimativas de incertezas;
 Identificar tendências instrumentais;
 Identificar oportunidades de melhoria;
 Demonstrar competência técnica;
 Demonstrar controle de qualidade dos resultados.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.10 Comparações interlaboratoriais

As comparações apresentam diferentes níveis de abrangência tais


como internacional, nacional, estaduais, regionais, locais e até
dentro de uma empresa.

Um laboratório também pode promover comparações internas,


denominadas de intra-laboratoriais.

No Brasil, o INMETRO tem coordenado programas de comparações


entre laboratórios da RBC (Rede Brasileira de Calibração).

Outros organismos capacitados também podem promover e


coordenar tais programas no país.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.10 Comparações interlaboratoriais

Para implementar um programa de comparação interlaboratorial,


devem existir:

 um órgão coordenador,
 um laboratório que efetue a calibração de referência,
 os laboratórios participantes,
 o objeto da calibração e
 regulamentações ou normas de como desenvolver o
programa.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.10 Comparações interlaboratoriais

Cada laboratório efetua a calibração do objeto segundo seu


método, ou segundo orientações pré-estabelecidas, e os
resultados são enviados ao coordenador para este compará-
los com os resultados da calibração de referência.

Objeto da calibração itinerante deve ser enviado sucessivamente


de um laboratório a outro, de acordo com instruções
previamente definidas.

Se o objeto não for transportável, cada laboratório vai até o local


onde ele está instalado e efetua a calibração.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.10 Comparações interlaboratoriais

O critério normalmente usado, para comparar os resultados de


calibração de cada laboratório participante com os resultados
de referência, é o da compatibilidade metrológica (VIM 2008).

Para aplicá-lo, as seguintes informações de cada ponto de


calibração são necessárias:
 xlab : resultado do mensurando segundo o laboratório
participante;
 u(xlab) : incerteza padrão de xlab;
 xref : resultado do mensurando segundo o laboratório de
referência;
 u(xref) : incerteza padrão de xref;
 k : fator de abrangência dos resultados comparados.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.10 Comparações interlaboratoriais

Uma avaliação imediata da compatibilidade pode ser efetuada,


comparando graficamente os intervalos de confiança
representados pelas incertezas expandidas, determinadas
com o mesmo nível de confiança.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.10 Comparações interlaboratoriais

Matematicamente, a compatibilidade metrológica expressa-se por

xlab  xref  k u 2 ( xlab )  u 2 ( x ref )  2r ( xlab , xref )u( xlab )u( xref )
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.10 Comparações interlaboratoriais

A expressão frequentemente usada como critério de


compatibilidade, e obtida de normas técnicas, é a do erro
normalizado En.

xlab  xref
En 
U 2
lab U 2
ref
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.10 Comparações interlaboratoriais

Existirá compatibilidade do resultado do laboratório com o


resultado de referência se

En  1
Um resultado do laboratório participante, incompatível com o
resultado do laboratório de referência, indica que o
laboratório participante deve promover ações corretivas no
seu procedimento de calibração.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.11 Executores de calibrações

Quem executa calibração?

Resposta:

laboratórios devidamente capacitados para esse tipo


de serviço.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.11 Executores de calibrações

A capacitação de um laboratório é conseguida após ele cumprir


uma série de exigências normativas e regulamentares e,
principalmente, ter sido submetido a rigorosas auditorias de
algum órgão acreditador.

A norma que tem sido usada para as exigências de acreditação é a


ABNT NBR ISO 17025.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.11 Executores de calibrações

No Brasil, o órgão acreditador mais importante é o INMETRO.

Um laboratório acreditado pelo INMETRO passa a fazer parte da


Rede Brasileira de Calibração (RBC).

Um certificado de calibração emitido por um laboratório RBC é


aceito plenamente e serve como um documento oficial para
eventuais disputas ou contestações legais.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.11 Executores de calibrações

Os laboratórios acreditados podem pertencer a diferentes tipos de


organizações, tais como indústrias, prestadores de serviços
técnicos, institutos de pesquisa ou universidades.

Eles também podem ser criados e implementados visando a


prestação de serviços de calibração a terceiros, como negócio.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.11 Executores de calibrações

 Considerando as necessidades de melhoria da qualidade nas


indústrias, os serviços de calibração representam
investimento indispensável.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.11 Executores de calibrações

Assim, em função do porte, o uso desses serviços pode ser


encarado dos seguintes modos:

 Em empresas de pequeno porte (micro empresas), é


mais vantajoso o uso de serviços terceirizados ou, até
mesmo, o retorno do sistema de medição ao fabricante
para este executar manutenção, ajuste e calibração.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.11 Executores de calibrações

Assim, em função do porte, o uso desses serviços pode ser


encarado dos seguintes modos:

 Em empresas de porte médio, é comum ter um setor de


instrumentação, sob a responsabilidade de um
engenheiro ou técnico, para os serviços de
manutenção, ajuste e também de verificações (ou
calibrações expeditas de pré-ajuste). As calibrações
completas geralmente são encaminhadas a terceiros.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.11 Executores de calibrações

Assim, em função do porte, o uso desses serviços pode ser


encarado dos seguintes modos:

 Em empresas de grande porte, geralmente existe


demanda interna suficiente que justifique a
implantação e implementação de um laboratório de
serviços de calibração.
6. CALIBRAÇÃO DE SISTEMAS DE MEDIÇÃO
6.11 Executores de calibrações

Independente do porte de uma empresa, e se forem freqüentas as


manutenções e ajustes, é justificável a existência ao menos
de padrões rastreados para os conseqüentes testes de
verificação.

Assim, pode-se diminuir os custos de calibração.

Slides preparados por VOLNEI ANDERSSON em (20/05/2010) e em


(24/02/2012). Revisados em16/05/2013.
Documentos gerados

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