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ÍNDICE
1. GENERALIDAES 03
2. PRODUÇÃO DE AR COMPRIMIDO 04
3. PREPARAÇÃO DO AR COMPRIMIDO 15
4. DISTRIBUIÇÃO DO AR COMPRIMIDO 18
5. UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 22
ANEXOS 26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 32
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1. GENERALIDADES
Introdução
Quadro de características
Vantagens.
Quantidade.
O ar para ser comprimido existe em quantidades ilimitadas.
Transporte.
O ar comprimido é transportado por meio de tubulações, não existindo para esse caso a necessidade de
linhas de retorno, como é feito nos sistemas hidráulicos.
Armazenagem.
Ao contrário da hidráulica em que durante o funcionamento do circuito faz-se necessário o contínuo
trabalho da bamba (na maioria dos casos) para a circulação do fluido que se encontra armazenado em um tanque
anexo ao equipamento, em pneumática o ar é comprimido por um compressor e armazenado em um reservatório,
não sendo assim necessário que o compressor trabalhe continuamente, mas sim, somente, quando a pressão cair
a um determinado valor mínimo ajustado em um pressostato.
Temperatura.
Diferentemente do óleo que tem sua viscosidade afetada pela variação da temperatura, o ar comprimido
é insensível às condições desta, permitindo um funcionamento seguro, mesmo em condições extremas.
Segurança.
O ar comprimido não apresenta perigos de explosão ou incêndio, e mesmo que houvesse explosão por
falha estrutural de um componente tubulação, mangueira, ou mesmo do reservatório de ar comprimido, a pressão
do ar utilizado em pneumática é relativamente baixa (6 a 12 bar), enquanto em hidráulica trabalha-se com pressões
que chegam à ordem de 350bar.
Limpeza.
Uma vez que o fluido de utilização é o ar comprimido, não há risco de poluição ambiental, mesmo ocorrendo
eventuais vazamentos nos elementos mal vedados. Este fato torna a pneumática um sistema excelente e eficiente
para aplicação na indústria alimentícia e farmacêutica.
Construção.
Uma vez que as pressões de trabalho são relativamente baixas quando comparadas à hidráulica, seus
elementos de comando e ação são menos robustos e mais leves, podendo ser construídos em liga de alumínio,
tornando seu custo relativamente menor, portanto mais vantajoso.
Velocidade.
É um meio de trabalho que permite alta velocidade de deslocamento, em condições normais entre 1 a 2
m/s, podendo atingir 10m/s no caso de cilindros especiais e 500.000 rpm no caso de turbinas pneumáticas.
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Desvantagens.
Preparação.
A fim de que o sistema possa ter um excelente rendimento, bem como uma prolongada vida útil de seus
componentes, o ar comprimido requer uma boa preparação da qualidade do ar, isto é, isento de impurezas e
umidade, o que é possível com a utilização de filtros e purgadores, conforme será visto mais adiante.
Compressibilidade.
A compressibilidade é uma característica não apenas do ar, mas também de todos os gases, que
impossibilita a utilização da pneumática com velocidades uniformes e constantes. Isto quer dizer que
diferentemente da hidráulica, ou mesmo da eletrônica, em controle de servomotores para movimentos de precisão,
a pneumática não possibilita controle de velocidade preciso e constante durante vários ciclos seguidos.
Força.
Considerando a pressão normal de trabalho nas redes pneumáticas industriais, ou seja, uso econômico (6
bar), é possível, com o uso direto de cilindros, chegar a forças de 48250 N (capacidade para erguer uma massa
de 494 kg) com atuador linear ISSO de Dp = 320 mm).
Custos.
Quando levados em consideração os custos de implantação dentro de uma indústria (produção,
preparação, distribuição e manutenção), eles podem ser considerados significativos. Entretanto, o custo da energia
é em parte compensado pelos elementos de preços vantajosos e rentabilidade do equipamento.
2. PRODUÇÃO AR COMPRIMIDO.
Para a produção de ar comprimido são necessários compressores. Esses comprimem o ar até a pressão
de trabalho desejada. Ao projetar a produção ou consumo do ar, devem ser consideradas ampliações e futuras
aquisições de novos equipamentos pneumáticos. Uma ampliação posterior da instalação torna-se, geralmente,
muito cara. Nas indústrias de mineração, ou para máquinas que mudam freqüentemente de lugar, são usadas
instalações móveis de produção de ar comprimido. Para o desempenho contínuo de sistemas de controle e
elementos de trabalho, é necessário garantir que o fornecimento de ar esteja: na pressão necessária, seco e
limpo. Se estas condições não forem completamente atendidas, então uma degeneração de curto em médio prazo
do sistema será acelerada. O efeito é uma parada no maquinário, além dos custos aumentados com o reparo ou
a substituição de peças. A geração de ar comprimido se inicia com a compressão. O ar comprimido flui através de
toda uma série de componentes antes de atingir o dispositivo de consumo. O tipo de compressor e sua localização
em um grau menor ou maior afeta a quantidade de partículas de sujeira, óleo e água, as quais adentram em um
sistema pneumático. Ar comprimido mal preparado irá inevitavelmente criar mau-funcionamento e pode se
manifestar no sistema como se segue: rápido desgaste das vedações e partículas em movimento nos cilindros e
válvulas; silenciadores contaminados, corrosão nos canos, válvulas, cilindros e outros componentes; jato de
lubrificação dos componentes que se movem.
Como regra, os componentes pneumáticos são denominados para uma pressão operacional máxima de
800 a 1000 kPa (8-10 bar). A experiência prática demonstrou, entretanto, que aproximadamente 600 kPa (6 bar)
devem ser utilizados para uma operação econômica. Devem ser esperadas perdas de pressão entre 10 e 50 kPa
(0,1 e 0,5 bar) devido à bloqueios, dobras, vazamentos e percurso da tubulação, dependendo do tamanho do
sistema de canos e do método do layout. O sistema do compressor deve fornecer pelo menos 650 a 700 kPa (6,5
a 7 bar) para um nível de pressão operacional desejado de 600 kPa (6 bar). Dois são os princípios conceptivos em
que se fundamentam todas as espécies de compressores de uso industrial:
Deslocamento positivo e
Deslocamento dinâmico.
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Os compressores de deslocamento dinâmicos ou turbocompressores (máquinas de fluxo) possuem dois
órgão principais: rotor e difusor. O rotor é um órgão rotativo munido de pás que transfere ao gás a energia recebida
de um acionador. Essa transferência de energia se faz em parte na forma cinética e em outra parte na forma de
entalpia, posteriormente, o escoamento estabelecido no rotor é recebido por um órgão fixo denominado difusor,
cuja função é promover a transformação da energia cinética do gás em entalpia, com consequente ganho de
pressão. Os compressores dinâmicos efetuam o processo de compressão de maneira contínua, portanto
corresponde exatamente ao que se denomina, em termodinâmica, um volume de controle.
COMPRESSORES
ROTATIVOS ALTERNATIVOS
EJETOR FLUXO FLUXO
RADIAL AXIAL
Compressor de deslocamento
dinâmico axial (turbocompressor).
Compressor de deslocamento
dinâmico radial (centrífugo).
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Ao contrário dos compressores recíprocos, que
possuem muitas peças móveis, o compressor Scroll
possui uma espiral, ou scroll, que órbita em um caminho
definido por um outro scroll fixo complementar. Este scroll
fixo é unido ao corpo do compressor. O scroll móvel é
acoplado ao virabrequim e descreve um movimento
giratório. Este movimento cria uma série de bolsas de gás
que viajam entre os dois scrolls. Essas bolsas de gás são
atraídas da parte externa para o centro do scroll, onde
elas são descarregadas. Como o gás se move em bolsas
cada vez menores, há um aumento na temperatura e na
pressão, até atingir a pressão desejada na descarga.
É construído por um cilindro (carcaça) e dois rotores descentrados, desenhados com precisão, a fim de
que sejam constantemente tangentes ao cilindro (carcaça) e tangente entre si. As vazões são maiores que a dos
compressores alternativos a pistão, mas as pressões atingidas são menores (40 N/cm2 = 4 bar). Por isso, são
comumente empregados em sistemas de transporte, medidores de fluxo e bombas de vácuo.
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especificadas. Este compressor possui versões não lubrificadas, mas para isso é imprescindível que o tipo de
material das palhetas seja adequado. Pode ser bronze, carvão e grafite. As palhetas constituídas por estes
materiais permitem que o compressor trabalhe isento de lubrificação.
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Compressor de deslocamento positivo alternativo de pistão.
Esse tipo de compressor é o mais usado, atualmente, porque é apropriado para todos os tipos de pressão.
O campo de pressão pode variar de um bar até milhares de bar. Nesse compressor, o pistão admite o ar através
da válvula de admissão e o comprime no curso de compressão até atingir a pressão desejada quando abre a
válvula de descarga. São econômicos na faixa de pressão de 8 a 10 bar. Quando a razão de compressão
necessária é muito alta ocorrem perdas térmicas muito altas, e nesse caso deve-se usar a versão multiestágio, em
que a cada estágio ocorre um aumento da pressão melhorando-se o rendimento. Em torno de cada pistão existem
aletas para a dissipação do calor gerado na compressão. Em alguns casos é necessário um sistema de refrigeração
à água.
Esse compressor apresenta como desvantagem a geração de oscilações de pressão além de um fluxo de
ar pulsante.
Os compressores alternativos quanto a Tipos de compressores alternativos quanto a
disposição dos cilindros, podem ser: construção, podem ser:
o Horizontal – simples ou em tandem diafragma
o Horizontal – opostos o mecânico
o Vertical o hidráulico
em coluna labirinto
em V simples efeito
em Y o vários estágios
em L duplo efeito
em W o vários estágios
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Compressor de deslocamento positivo alternativo tipo labirinto.
O compressor de distribuidor de efeito simples possui somente uma câmara de compressão por cilindro,
isto é, apenas a parte superior do distribuidor aspira e comprime o ar.
Cilindros.
São executados, geralmente, em ferro fundido perlítico de boa resistência mecânica, com dureza suficiente
e boas características de lubrificação devido à
presença de carbono sob a forma de grafite.
Pode ser fundido com aletas para
resfriamento com ar, ou com paredes duplas para
resfriamento com água (usa-se geralmente o bloco
de ferro fundido e camisas de aço).
Compressor de um estágio.
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empregado para pressões acima destas. No caso de ser aplicado um compressor de mais estágios, a economia
será grande, devido à sua maior eficiência e rendimento.
Este compressor tem vários cilindros e, entre eles, resfriadores intermediários. A compressão em múltiplos
estágios aumenta a eficiência volumétrica, conforme a relação de compressão do primeiro estágio e a pressão
aproxima-se das condições isotérmicas, aumentando também a eficiência do compressor, tornando-o mais
complexo.
Este compressor é utilizado quando são necessárias altas pressões; porém para cada faixa de pressão
existe um número adequado de estágios, dependendo da aplicação pretendida.
Distribuidor (pistão).
O seu formato varia de acordo com a articulação existente entre ele e a biela. Nos compressores de S.E.,
o pé da biela se articula diretamente sobre o pistão e este, ao subir provoca empuxo na parede do cilindro. Em
conseqüência, o distribuidor deve apresentar uma superfície de contato suficiente. No caso de D.E., o empuxo
lateral é suportado pela cruzeta e o distribuidor é rigidamente preso à haste. Os distribuidores são feitos de ferro
fundido ou ligas de alumínio.
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Um sistema de refrigeração ideal é aquele em que a
temperatura do ar na saída do resfriador intermediário é igual à
temperatura de admissão deste ar. O resfriamento pode ser
realizado por meio de ar em circulação, ventilação forçada e água,
sendo que o resfriamento a água é o ideal porque provoca
condensação de umidade; os demais não provocam condensação.
Resfriamento a água.
Resfriamento a ar.
Análise do diagrama
pressão x volume (pv).
O diagrama PV é a maneira
mais usual de representar o ciclo de
trabalho de um compressor
alternativo. O que ocorre com a
pressão e a vazão dentro do cilindro
é representado teoricamente pelo
diagrama PV. O ciclo do compressor
obedece a quatro etapas distintas;
compressão, descarga, expansão e
admissão. Compressores de
processo geralmente são de duplo
efeito, ou seja, comprime de ambos
os lados do pistão, mas nosso
diagrama vai representar só um lado
do cilindro a partir de um ponto morto.
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Diagrama PV afetado pela abertura das válvulas.
O diagrama PV visto ignora as alterações provocadas pelo
período de abertura das válvulas do cilindro. Para aproximar o diagrama
teórico do real temos que acrescentar o aumento de área que representa
o período de abertura das válvulas.
Volume de ar fornecido.
Defini-se como sendo a quantidade total de m³ de ar que pode ser fornecido pelo compressor, quando em
atividade máxima. Entretanto, pode ser ainda definido como volume deslocado e volume admitido.
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Volume deslocado.
É definido por meio de equacionamento abaixo:
= . . . .
Onde,
Vd – volume deslocado, m³.
n – rotações por segundo, rps.
z – número de cilindros.
Dp – diâmetro do pistão, m.
Lc – curso do pistão, m.
i – 1 para simples efeito e 2 para duplo efeito.
Volume admitido.
É o valor que efetivamente será utilizado. Seu valor está em função da eficiência volumétrica dos
compressores (rendimento), que varia de acordo com o tipo de compressor.
= .
Onde,
Vad – admitido, m³.
– eficiência volulmétrica.
Pressão.
Esta característica é de extrema importância, pois é responsável pela força desenvolvida pelos atuadores,
classificando-se assim em dois níveis:
Pressão de regime.
É a pressão efetiva fornecida pelo compressor e que se distribui por toda a linha, alimentado todos os
pontos de utilização. É, portanto, a pressão com a qual o ar se encontra armazenado no reservatório. Entretanto
seu uso direto nos circuitos pneumáticos para automação é desaconselhado devido às freqüentes flutuações por
causa da temperatura.
Pressão de trabalho.
É a pressão necessária ao acionamento dos diversos circuitos pneumáticos e pelo motivo exposto
anteriormente deve ser menor que a pressão de regime. Essa redução é possibilitada com a utilização de uma
válvula redutora de pressão, normalmente um conjunto “LUBREFIL” (conjunto formado por filtro de ar, regulador
de pressão e lubrificador). Dessa forma, além de reduzir a pressão, é possível mantê-la sempre constante e com
isso as forças e velocidades desenvolvidas podem ser garantidas durante os processos.
É comum, na indústria, adotar como pressão de trabalho a de 6bar (pressão considerada como sendo a
econômica), enquanto a pressão de regime gira em torno de 7 a 8 bar, podendo chegar até 12bar.
Controle de capacidade.
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Regulagem por descarga.
Neste sistema, quando, durante o funcionamento do compressor, é
atingida a pressão máxima que fora na regulagem preestabelecida,
suponhamos ser esta de 9bar, uma válvula reguladora de pressão do tipo
alívio é acionada, descarregando para atmosfera o ar comprimido produzido.
Somente quando a pressão da rede cair ao seu valor mínimo, 6bar, é que a
válvula será totalmente fechada, permitindo o restabelecimento da pressão
normal.
Estrangulamento na admissão.
Este tipo de regulagem parte de uma configuração semelhante à
anterior, porém, em lugar da válvula reguladora de pressão, é utilizada uma
válvula de 1/2 vias. A mola, entretanto, é selecionada de forma que permita
a comutação da válvula somente quando é atingida uma pressão máxima.
Desse modo, a alimentação do compressor caia ao nível inferior
preestabelecido, quando então a válvula volta a abrir.
Variação de velocidade.
A vazão de um compressor alternativo é proporcional a sua rotação,
assim variar a rotação é mais um meio de controle de capacidade. A variação
pode ser feita por meios simples como através da troca das polias de transmissão
por diâmetros diferentes, alterando assim a rotação. Alguns acionadores
permitem variação contínua da rotação, como as turbinas e os motores a
combustão interna ou ainda, motor de indução com rotação variável. Em compressores alternativos este método é
quase não empregado. Um
problema com esse método é
o risco de colocar a rotação
num valor que excite alguma
freqüência crítica. Para
grandes reduções de
velocidade, o sistema de
lubrificação precisa ser
melhorado, pois a velocidade
muito baixa prejudica a
lubrificação.
Controle contínuo.
Este é sem dúvida o
método mais completo e
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moderno, também o que exige o maior investimento. Quando bem aplicado, seu retorno é garantido pelos ganhos
na redução das perdas de energia. Sua aplicação não deve ser a revelia dos custos envolvidos, o processo deve,
para tal, exigir uma condição de controle que justifique tal investimento. Teoricamente esse método poderia ser
empregado para variações de velocidade entre 0 e 100%, mas para vazões abaixo de 20 ou 30% a temperatura
sobe muito e torna-se inviável. Assim, os valores de controle normalmente aceitos pelos fabricantes, fica de 25 a
100%.
O sistema utiliza o mesmo descarregador do tipo garfo do método de alívio pelas válvulas de admissão.
Nesse caso, o ajuste é variável e o acionamento é parcial. A válvula não fica carrega ou descarregada o tempo
todo, mas somente o tempo necessário para atender a vazão definida.
Válvulas do cilindro.
As principais diferenças entre as válvulas estão em seu elemento móvel de vedação, conforme figura
abaixo.
Sede
A estação de compressor deve ser montada dentro de um ambiente fechado, com proteção acústica para
fora. O ambiente deve ter boa aeração e o ar deve ser fresco, seco e livre de poeira.
3. PREPARAÇÃO DO AR COMPRIMIDO.
Resfriador posterior
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ser ponto de fuga para o ar. Além de manter a temperatura do ar compatível com as vedações sintéticas utilizadas
pelos componentes pneumáticos.
Um resfriador posterior é constituído basicamente de duas partes: um corpo geralmente cilindro onde se
alojam feixes de tubos confeccionados com materiais de boa condução de calor, formando no interior do corpo
uma espécie de colméia. A segunda parte é um separador de condensado dotado de dreno.
O ar proveniente do compressor é obrigado a passar através dos tubos, sempre em sentido oposto ao fluxo
da água de refrigeração, que é mudado constantemente de direção por placas defletoras, garantindo, desta forma,
uma maior dissipação de calor.
Na saída, está o separador de condensado. Devido à sinuosidade do caminho que o ar deve percorrer,
provoca-se a eliminação da água condensada, que fica retirada numa câmara.
Devido ao resfriamento, o volume de ar disponível é reduzido e, portado, a sua energia também sofre
redução. Contudo, o emprego do resfriador não representa perda real de energias, já que o ar deveria, de qualquer
forma, ser resfriado na tubulação de distribuição, causando os efeitos indesejáveis já mencionados. Com o
resfriador estes problemas são minimizados.
Reservatório de ar comprimido.
O tamanho do reservatório de ar
comprimido depende:
· do volume fornecido pelo compressor;
· do consumo de ar;
· da rede distribuidora (volume
suplementar);
· do tipo de regulagem;
· da diferença de pressão desejada na rede.
Exemplo 1:
Dimensionar o volume de um reservatório para ar comprimido que trabalha em regime intermitente. Dados:
Consumo: Q = 20 m³/min. Ciclos de comutação: Z = 20. Diferença de pressão: p = 1 bar.
Solução:
O volume do reservatório pode ser determinado mediante o diagrama de volume de ar que se encontra na
página seguinte.
Resultado; Volume do reservatório VR = 15m³.
Secagem do ar comprimido.
O ar possui água na forma de vapor. Este vapor d'água é aspirado pelo compressor junto com o ar. Esse
vapor pode se condensar ao longo da linha dependendo da pressão e temperatura. A água acumulada pode ser
eliminada através de filtros separadores de água e drenos dispostos ao longo da linha. No entanto um filtro não
pode eliminar vapor d'água e para isso são necessários secadores. Para entendermos os princípios da secagem
do ar vamos usar o fato que o ar é equivalente a uma esponja. Se a esponja estiver saturada de água, não poderá
absorver mais água. Da mesma forma se a umidade do ar atingir o seu valor máximo, o mesmo não poderá
absorver mais vapor d'água. Comprimindo uma esponja não-saturada, diminuímos sua quantidade de água, o que
é equivalente a aumentar a pressão do ar e ocorrer condensação do vapor d'água. Ao resfriar a esponja, seus
poros diminuem de volume, eliminando água, o que é equivalente a aumentar a temperatura do ar e ocorrer
condensação. Essa analogia nos sugere métodos para retirar o vapor d'água do ar. Existem quatro métodos de
secagem:
Resfriamento
Adsorção
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Absorção
Sobrepressão
Resfriamento.
Consiste em se resfriar
o ar o que reduz o seu ponto de
orvalho. O ar é resfriado
circulando-o por um trocador de
calor (serpentina com fluido
refrigerante) como mostrado na
figura. O ponto de orvalho
(umidade) alcançado com esse
método situa-se entre 2ºC e
5ºC. Dessa forma, a região
após o resfriador posterior é
uma região onde há grande
ocorrência de condensação na
linha pneumática.
Adsorção.
Absorção.
O secador por absorção separa ao mesmo tempo vapor e partículas de óleo. Porém, grandes quantidades
de óleo atrapalham o funcionamento do secador. Devido a isto é usual antepor um filtro fino ao secador. O ponto
de orvalho alcançável com esse método é 10ºC. É o método mais barato entre os demais porém o que retira menor
quantidade de água.
Sobrepressão.
4. DISTRIBUIÇÃO DE AR COMPRIMIDO.
As tubulações pneumáticas exigem manutenção regular, razão pela qual não devem, dentro do possível,
ser mantidas dentro de paredes ou cavidades estreitas, pois isto dificulta a detecção de fugas de ar. Pequenos
vazamentos são causas de consideráveis perdas de pressão. Existem três tipos de redes de distribuição de
pressão principais:
Rede em circuito aberto
Rede em circuito fechado
Rede combinada
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Essas linha principais são feitas de tubos de Cobre, latão, aço liga, etc.… Conectadas às linhas principais
estão as linhas secundárias, em geral, mangueiras de borracha ou material sintético. A rede em circuito aberto
mostrada na figura é a mais simples e deve ser montada com um declive de 1% a 2% na direção do fluxo para
garantir a eliminação da água que condensa no interior da linha. Isso ocorre porque o ar fica parado no interior da
linha quando não há consumo.
Já a rede em circuito fechado mostrada na figura permite que o ar flua nas duas direções e que fique
circulando na linha reduzindo o problema de condensação.
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Em todas as configurações de rede por causa da formação de água condensada (maior ou menor) é
fundamental instalar a tomada de ar das tubulações de ar secundárias na parte superior do tubo principal. Desta
forma evita-se que a água condensada, eventualmente existente na tubulação principal possa chegar aos ramais
secundários. Para interceptar e drenar a água condensada devem ser instaladas derivações com drenos na parte
inferior da tubulação principal.
Processam-se de diversas maneiras, roscas, solda, flange, acoplamento rápido, devendo apresentar a
mais perfeita vedação. As ligações roscadas são comuns, devido ao baixo custo e facilidade de montagem e
desmontagem. Para evitar vazamentos nas roscas é importante a utilização da fita Teflon, devido às imperfeições
existentes na confecção das roscas. A união realizada por solda oferece menor possibilidade de vazamento, se
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comparada à união roscada, apesar de um custo maior. As uniões soldadas devem estar cercadas de certos
cuidados, as escamas de óxido tem que ser retiradas do interior do tubo, o cordão de solda deve ser mais uniforme
possível.
Vazamento do ar.
Escape do ar em Potência
Diâmetro
588,36 kPa 6 bar 85 PSI necessária para
do furo
compressão
3
Tamanho mm pol m /s l/s c.f.m CV kwh
real
1 3/64 0,001 1 2 0,4 0,3
3 1/8 0,01 10 21 4,2 3,1
5 3/16 0,027 27 57 11,2 8,3
Custo do vazamento.
Exemplo 2:
Quanto custa um vazamento em um ano provocado por um vazamento de 1 mm em uma instalação de ar
comprimido residencial.
Solução:
Para um compressor gerar 1 l/s a pressão de 6 bar consome da rede elétrica 0,314 kWh. Preço kWh =
R$ 0,44 (residencial).
Portanto:
Um furo de 1 mm em uma rede com pressão de 6 bar trabalhando 24 horas/dia.
Um furo 1 mm vaza 1 l/s
1 l/s necessita de 0,314 kWh de potência
CCT - DEMEC 21
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Exemplo 3:
No exemplo anterior considerar um furo de 3 mm ?
Um furo 3 mm = 10 l/s
10 l/s x 0,314 kWh = 3,14 kWh
Exemplo 4:
Determinar a quantidade de água condensada num compressor de ar comprimido de uma instalação com
as seguintes características de compressão. Capacidade de sucção 1000 m³/h. Pressão absoluta de descarga 7
bar. Volume comprimido por hora 143 m³. Temperatura de sucção 293 K (20 ºC) umidade relativa do ar nas
condições ambientes, UR = 50%.. Temperatura de descarga 313 K (40 ºC).
Solução:
Quantidade de água antes da compressão:
O teor de água a seguir é obtido à temperatura de 293 K (20 ºC): 100% = 17,3g/m³ (Anexos página 31
Tabela 1).
Portanto 50% = 8,65g/m³. Resulta em 8,65g/ m³• 1000 m³/h = 8.650g/h.
Ao proceder o dimensionamento mínimo necessário à linha principal, de forma que ela possa atender à
pressão e vazão necessárias aos diversos pontos de alimentação que se distribuiram por dentro da fábrica, é
necessária já estimar um possível aumento de demanda ao longo dos anos.
Esse dimensionamento deve considerar uma queda de pressão de 0,3 a 0,5bar do reservatório (adotar 0,5
a partir de 500m) até o consumidor.
CCT - DEMEC 22
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Vazão volumétrica total do ar, Q [m³/h].
É a quantidade em m³ de ar por hora que será consumida da rede, supondo todos os pontos em
funcionamento em um mesmo momento. Para efeito de dimensionamento seguro e recordando a possibilidade de
futura ampliação dos pontos de consumo, deve-se somar a esse volume o percentual estimado para a futura
ampliação.
É a soma do comprimento linear da tubulação da linha tronco com o comprimento equivalente originado
dos pontos de estrangulamento.
Lt = L1 + L2
Lt – comprimento total [m]
L1 – comprimento retilíneo [m]
L2 – comprimento equivalente [m]
São as perdas localizadas (curvas, registros, tês, etc.), necessárias para distribuição da linha tronco por
dentro de toda a planta industrial. Essas singularidades devem ser transformadas em comprimento equivalente
(L2), o que é possível com a utilização da Tabela A2 nos Anexos.
Fonte: Fialho,
Bustamante
Arivelto,
Automação
Pneumática
CCT - DEMEC 23
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Equacionamento.
A determinação do diâmetro mínimo necessário para atender à demanda, inclusive já prevendo expansão
futura, pode ser obtida então pelo seguinte equacionamento das variáveis citadas:
% 1,663785 × 10 × , ! ×
= 10 &
"
∆$ × $
Exemplo 5:
Determinar o diâmetro necessário à tubulação da linha tronco da rede pneumática abaixo com as seguintes
características:
Solução:
Primeira avaliação do diâmetro nominal
(trecho linear), que servirá de referência de consulta Fonte: Fialho,
Bustamante
para as perdas localizadas na tabela A2. Lembrando Arivelto,
que em 10 anos a capacidade em volume de ar Automação
necessário deve acrescer em 60%, o volume de ar Pneumática
então será:
CCT - DEMEC 24
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d = 75,79mm
Exemplo 6:
Considerando o problema anterior determinar o diâmetro das linhas secundárias com o comprimento de
tubulação linear, L1 = 11m.
Singularidade:
3 tês roscados com fluxo pelo ramal
1 válvula do tipo gaveta, roscada
1 curva 90° de raio longo, roscada
1 cotovelo comum 90°, roscado.
Solução:
Vazão volumétrica.
*³
300 × 1,60 *³
= ℎ = 48,0
10 ℎ
Trecho linear
Exemplo 1.10:
Considerando o problema anterior determinar o diâmetro das linhas de alimentação com o comprimento
de tubulação linear, L1 = 5 m.
CCT - DEMEC 25
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Fonte: Fialho,
Bustamante
Arivelto,
Automação
Pneumática
Singularidade:
1 tê roscado com fluxo pelo ramal
1 válvula do tipo gaveta, roscada
1 curva 180° de raio longo, roscada
Solução:
Vazão volumétrica
*³
48,0
= ℎ = 16 *³
3 ℎ
Trecho linear
<=
9
:
<=
9
:
______________________________________
Fonte: Fialho, Bustamante Arivelto, Automação Pneumática
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QUESTÕES
PERGUNTA-SE:
1. Qual a quantidade de ar, considerando o estado normalizado (1 bar, 20°C) que contém
o reservatório e qual a quantidade máxima utilizável?
2. Que pressão se forma com o reservatório fechado num aumento de temperatura para
65°C? (Desprezar dilatação do reservatório).
4) Uma ferramenta pneumática é operada por um cilindro de gás cheio de ar comprimido como
mostrado na figura 2. A pressão de preenchimento é de 205 bar absoluto, a uma temperatura
de 20°C e a capacidade do cilindro de gás é de 40 litros. A ferramenta é operada com uma
pressão de trabalho igual à 4 bar e consome 200 litros/min de ar, referentes a 1 bar e 20°C.
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PERGUNTA-SE:
1. Por quanto tempo a ferramenta poderá ser operada com o cilindro, em operação
contínua?
2. Qual o tempo de funcionamento com 20% de vazão de utilização?
3. A qual valor de pressão se reduz o cilindro de gás que foi preenchido à 20°C quando
este for empregado ao ar livre a uma temperatura ambiente de -5°C?
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RESERVATÓRIO A
Consumo:...............................................................................Q = 30 m3 /min
Interrupções/h.........................................................................Z = 15
Diferença de pressão..............................................................Dp = 0,63 bar
Qual o volume do reservatório Va = ?
RESERVATÓRIO B
Consumo:...............................................................................Q = 80 m3 /min
Interrupções/h.........................................................................Z = 10
Diferença de pressão..............................................................Dp = 0,25 bar
Qual o volume do reservatório Vb = ?
Vazão, Q = 200m³/h.
Singularidades
5 tês roscados com fluxo em ramal.
10) Considerando o problema anterior determinar o diâmetro das linhas secundárias com o
comprimento de tubulação linear, L1 = 11m.
Singularidade:
3 tês roscados com fluxo pelo ramal
1 válvula do tipo gaveta, roscada
1 curva 90° de raio longo, roscada
1 cotovelo comum 90°, roscado.
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11) Considerando o problema anterior determinar o diâmetro das linhas de alimentação com o
comprimento de tubulação linear, L1 = 5m.
Singularidade:
1 tê roscado com fluxo pelo ramal
1 válvula do tipo gaveta, roscada
1 curva 180° de raio longo, roscada
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ANEXOS
TABELA 1. UMIDADE ABSOLUTA DE VAPOR DA ÁGUA SATURADO EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA (°C)
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
1. Bonacorso, Nelso Gauze, Automação Eletropneumática, Editora Érica Ltda, São Paulo, SP, Brasil,
2007.
3. Fialho, Bustamante Arivelto, Automação Hidráulica, Editora Érica Ltda, São Paulo, SP, Brasil,
2007.
4. Fialho, Bustamante Arivelto, Automação Pneumática, Editora Érica Ltda, São Paulo, SP, Brasil,
2007.
7. Hidráulica, Livro Didático, FESTO Didactic, São Paulo, SP, Brasil, 2010.
8. Introdução aos Sistemas Eletropneumpaticos, Livro Didático, FESTO Didactic, São Paulo, SP,
Brasil, 2010.
10. Meixner, H. e Kobler, R., Introdução à Pneumática, Livro Didático, FESTO Didactic, São Paulo,
SP, Brasil, 2010.
11. Mendes, Valdirson P., Ar Condicionado, Apostila, São Luís, MA, 2000.
12. Mendes, Valdirson P., Conforto Térmico e Avaliação do Calor, Apostila, São Luís, MA, 2008.
13. Mendes, Valdirson P., Fundamentos da Transferência de Calor, Apostila, São Luís, MA, 2008.
14. Mendes, Valdirson P., Máquinas Térmicas e de Fluxo, Apostila, São Luís, MA, 2012.
15. Mendes, Valdirson P., Refrigeração e Ar Condicionado, Apostila, São Luís, MA, 2012.
16. Mendes, Valdirson P., Ventilação Industrial, Apostila, São Luís, MA, 2010.
17. Pneumática Industrial, Apostila, Parker Training, Jacareí, SP, Brasil, 1995.
18. Soares, Joshuah de Bragança, Manual de Pneumática e Hidráulica, Editora Pimenta & Cia LTDA,
SP, Brasil, 1985.
19. Stewart, Harry L., Pneumática e Hidráulica, Editora Hemus, SP, Brasil, 1981.
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