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𝑥 = 𝑥𝑜 + 𝑣𝑡
Observe que nesta ultima equação (Torricelli) não existe a variável tempo.
Segunda Lei de Newton.
Vamos agora dar exemplos de casos dinâmicos, ou seja, casos onde o somatório das forças é diferente de zero.
Exemplo 1:
Um barco projetado para deslizar no gelo está em repouso sobre uma superfície horizontal sem atrito. Sopra um vento
(ao longo da direção dos apoios no gelo) de modo que 4,0 s após a partida, o barco atinge uma velocidade de 6,0 m/s
(cerca de 22 km/h). Qual é a força horizontal constante FV que o vento exerce sobre o barco? A massa total do barco mais
a massa do velejador é igual a 200 kg.
Dados:
Vamos primeiro calcular o valor da aceleração usando uma das equações da cinemática:
vo = 0 m/s
v = 6,0 m/s
t = 4,0 s 𝑣 = 𝑣𝑜 + 𝑎 ∙ 𝑡 → 6 = 𝑎 ∙ 4 𝑎 = 1,5 𝑚/𝑠 2
m = 200 kg;
Fv = ?
Utilizando a 2a lei de Newton:
𝐹𝑥 = 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∙ 𝑎Ԧ
𝐹𝑉 = 200 ∙1,5
𝐹𝑉 = 300 𝑁
Observe que podemos usar a mesma condição ao longo do eixo y. No entanto, a aceleração ao longo do eixo y é nula, senão
o barco não estaria deslizando, e sim pulando ou saltando.
𝐹𝑦 = 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∙ 𝑎Ԧ
𝐹𝑦 = 0
𝐹𝑉 = 400 𝑁
Exemplo 3: Um elevador e sua carga possuem massa total igual a 800 kg. O elevador está inicialmente descendo com
velocidade igual a 10,0 m/s; a seguir ele atinge o repouso em uma distância de 25,0 m. Ache a tensão T no cabo de suporte
enquanto o elevador está diminuindo de velocidade até atingir o repouso.
Dados: Observe que, como o elevador está descendo e freiando, então a aceleração tem de ser no
vo = 10,0 m/s; sentido contrário, ou seja, no sentido positivo de y.
v = 0 m/s;
Vamos usar a equação de Torricelli para encontrá-la.
a=?;
m = 800 kg;
𝑣 2 = 𝑣𝑜2 + 2 ∙ 𝑎 ∙ (𝑦 − 𝑦0 )
y = – 25,0 m.
(0)2 = (10)2 +2 ∙ 𝑎 ∙ (−25) 𝑎 = 2 𝑚/𝑠 2
Vamos utilizar a 2a lei de Newton:
𝐹𝑦 = 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∙ 𝑎Ԧ
𝑇 − 𝑃 = 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∙ 𝑎Ԧ
𝑇 − 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∙ 𝑔Ԧ = 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∙ 𝑎Ԧ
𝑇 = 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∙ (𝑔 + 𝑎)
𝑇 = 800 ∙ (9,8 + 2)
𝑇 = 9440 𝑁
Podemos observar que a tensão é maior que o peso (1600 N maior). Tem de ser assim, senão o elevador não iria parar.
Exemplo 4: Um garoto de 50,0 kg está sobre uma balança dentro do elevador do exemplo anterior. Qual a leitura da balança?
Dados: Observe que agora o diagrama de corpo livre foi desenhado no passageiro, e não no elevador, como
a = 2 m/s2; no exemplo anterior.
P = 50,0 · 9,8 = 490 N;
N=? Novamente a aceleração ao longo do eixo y deve ser para cima, senão o elevador não para.
𝐹𝑦 = 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∙ 𝑎Ԧ 𝑁 − 𝑃 = 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∙ 𝑎Ԧ
𝑁 = 50 ∙ (9,8 + 2) 𝑁 = 590 𝑁
Este resultado obtido é o que chamamos de peso aparente.
Observe que a balança iria marcar o valor de 590 N, maior que o peso real do garoto que é de 490 N.
E o que aconteceria se o elevador diminuísse a sua velocidade ao subir para parar em um andar qualquer?
Neste caso, teria de haver uma aceleração negativa, para fazê-lo parar.
Ԧ
𝑁 − 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∙ 𝑔Ԧ = 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∙ (−𝑎) 𝑁 = 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∙ (𝑔 − 𝑎)
No primeiro caso, teríamos um peso aparente maior, no segundo um peso aparente menor. Sentimos isto no elevador.
Exemplo 5: Um tobogã cheio de estudantes em férias (peso total P) escorrega para baixo em uma encosta coberta de neve.
A montanha possui uma inclinação constante = 25 o e o tobogã está tão bem lubrificado que não existe qualquer atrito.
Qual é a aceleração do tobogã?
Observem que o único dado foi o ângulo de inclinação ( = 25 o). Por que será?
Projetando a força peso:
𝑃𝑥 = 𝑃 ∙ sin 𝛼;
𝑃𝑦 = 𝑃 ∙ cos 𝛼 .
Usando a 2a lei de Newton (lembre que a aceleração ao longo do eixo y é nula, pois eles escorregam e não quicam:
𝐹𝑦 = 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∙ 𝑎Ԧ 𝑁 − 𝑃𝑦 = 0 𝑁 = 𝑃𝑦
𝐹𝑥 = 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∙ 𝑎Ԧ
𝑃𝑥 = 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∙ 𝑎Ԧ
𝑃 ∙ sin 𝛼 = 𝑚 ∙ 𝑎
𝑚 ∙ 𝑔 ∙ sin 𝛼 = 𝑚 ∙ 𝑎
Observem que a aceleração depende somente do ângulo , pois a aceleração da gravidade é constante, e não depende
da massa.
Felizmente não depende da massa, senão teríamos que construir ruas e estradas para cada tipo de veículo: uma para
carro de passeio, outra para caminhão, etc.
𝑁𝐹 𝑁𝐵
𝐹𝐹𝐵
𝐹𝐵𝐹 𝐹𝑀
𝐹Ԧ = 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∙ 𝑎Ԧ
Dados:
F = 9,0 N;
𝐹 = (𝑚𝐹 +𝑚𝐵 ) ∙ 𝑎 mF = 0,50 kg ;
mB = 1,00 kg.
9 = (0,50 + 1,00) ∙ 𝑎
𝑎 = 6 𝑚/𝑠 2
Agora vamos calcular a força de contato entre a bandeja e o frasco de leite. Agora não podemos pegar o sistema completo
Com todas as forças, pois as forças de contato se anulam. Agora deve ser separado. Vamos pegar então o frasco de leite.
𝐹Ԧ = 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∙ 𝑎Ԧ 𝑁𝐹
𝐹𝐵𝐹 = 𝑚𝐹 ∙ 𝑎
𝐹𝐵𝐹
𝐹𝐵𝐹 = 0,5 ∙ 6
𝐹𝐵𝐹 = 3 𝑁 𝑃𝐹
Exemplo 7: Na figura deste exemplo, vemos um cavaleiro com massa m1 = 8,0 kg, desliza sobre um trilho de ar horizontal sem
atrito em um laboratório de física. Ele está ligado a um peso de laboratório de massa m2 = 3,0 kg por meio de um fio leve,
flexível e não deformável, que passa por uma pequena polia sem atrito.
a) Calcule a aceleração de cada corpo;
b) Calcule a tensão no fio. Dados:
𝑁1 m1 = 8,0 kg;
m2 = 3,0 kg.
𝑇1
𝑃1
Podemos observar que, de fato, a única força resultante é a força peso atuando sobre a massa m2. 𝑃2
As demais forças se anulam: P1 anula N1 e as duas tensões se anulam entre si (iguais e opostas).
𝐹Ԧ = 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∙ 𝑎Ԧ
𝑇 = 8,0 ∙ 2,7
𝑇 = 21,6 𝑁
Apenas por curiosidade, vamos pegar o sistema da massa m2. Devemos encontrar o mesmo resultado:
𝐹Ԧ = 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∙ 𝑎Ԧ
𝑇 − 𝑃2 = 𝑚2 ∙ (−𝑎)
Diagramas de corpo livre:
𝑇 − 𝑚2 ∙ 𝑔 = 𝑚2 ∙ (−𝑎)
𝑇 − (3 ∙ 9,8) = 3 ∙ (−2,7)
𝑇 = 29,4 − 8,1
Os resultados não são exatamente iguais pois arredondamos a aceleração. 𝑇 = 21,3 𝑁