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FÍSICA GERAL

Cinemática e Dinâmica da Partícula


Exercícios I – Movimento em uma ou mais
dimensões
EXERCÍCIO 1
O deslocamento de um corpo pode ser negativo?
E a distância percorrida pelo corpo?
Solução:
Deslocamento é uma alteração na posição com o tempo. É uma
grandeza vetorial e assim, tem intensidade e direção, com sinal
positivo ou negativo. Sua unidade no SI é metros. Assim, o
deslocamento de um corpo pode ser negativo.

A distância percorrida (ou espaço percorrido) é a medida da


quantidade de unidades que o corpo percorreu sobre a trajetória
do movimento, num dado intervalo de tempo. O seu valor depende
da trajetória. Seu valor é sempre positivo. Assim, a distância
percorrida pelo corpo não pode ser negativa.
EXERCÍCIO 2
Uma bicicleta percorre 15 km em 30 minutos. Qual é a sua
velocidade média em km/h?
A velocidade média é definida
Solução:
como:
Consideremos a situação do
problema: 𝒆𝒔𝒑𝒂ç𝒐 𝒑𝒆𝒓𝒄𝒐𝒓𝒓𝒊𝒅𝒐 𝟏𝟓 𝒌𝒎
𝒗= =
𝒕𝒆𝒎𝒑𝒐 𝟑𝟎 𝒎𝒊𝒏

Mas, 1 hora = 60 min


30 min y horas = 1 min
Então: 1 min = 0,017 horas
𝟏𝟓 𝒌𝒎
Assim, 𝒗=
𝟑𝟎𝒙𝟎, 𝟎𝟏𝟕 𝒉
15 km
v = 26,5 km/h
EXERCÍCIO 3
Num final de semana, uma garota “fitness” corre com
velocidade constante de 22,4 m/s. Após correr 30 minutos,
qual foi a distância percorrida pela garota.
Solução:
Consideremos a situação do problema:
22,4 m/s
30 min

x
Se velocidade é constante, a aceleração é nula. Então:
𝑥 = 𝑥; + 𝑣(𝑡 − 𝑡; )
Vamos considerar o início da corrida quando se começa a
marcar o tempo. Então:
𝑚
𝑥; = 0 𝑚 𝑒 𝑡; = 0 𝑠 Assim: 𝑥 = 𝑣𝑡 = 22,5 30 𝑚𝑖𝑛
𝑠
Mas: 1 min = 60 s
Mas:
30 min = 30 x 60 s = 1800 s
1.000 m = 1,0 km
Então:
𝑚 Então:
𝑥 = 22,5 30 min = 22,5 . 1800 m
𝑠
𝒙 = 𝟒𝟎, 𝟓 𝐤𝐦
𝒙 = 𝟒𝟎. 𝟓𝟎𝟎 𝐦
EXERCÍCIO 4
A partir do repouso, um carro move-se com uma aceleração
constante de 6,0 m/s2. Qual será a posição do carro após o
primeiro segundo?
Solução: 6,0 m/s2
1,0 s
x=?
Consideremos a situação do
problema:
Como ele parte do repouso, sua velocidade é nula, quando se
começa a marcar o tempo. Vamos considerar a marcação do
espaço a partir desse instante.
Assim, em to = 0 s, xo = 0 m e vo = 0 m/s.
T
Mas: 𝑥 = 𝑥; + 𝑣; (𝑡 − 𝑡; ) + (𝑡 − 𝑡; )U
U
0 0 0 0
𝑎 U 6,0 𝑚 U U
Então: 𝑥= 𝑡 𝑥= U
1,0 𝑠
2 2 𝑠

Portanto: 𝑥 = 3,0 𝑚
EXERCÍCIO 5
Você está montado em um cavalo, correndo
com uma velocidade de 25 m/s e deve parar
ao atingir a linha de chegada localizada a 20
m de distância. Qual é a sua aceleração?
Solução:
Consideremos a situação do problema:
25,0 m/s 0,0 m/s

a=?

20,0 m
Temos que: 𝑣 U = 𝑣;U + 2𝑎∆𝑥
U
𝑚 U U
𝑚 U
Então: (0,0) ( ) = (25,0) ( ) +2𝑎 20,0 𝑚
𝑠 𝑠
𝑚 𝑚 U
(0,0)U ( )U − 25,0 U = 2𝑎 20,0 𝑚
𝑠 𝑠
𝑚U 625
− 625 U = 40,0𝑎 𝑚 𝑎=− 𝑚/𝑠²
𝑠 40
Portanto: 𝑎 = −15,6 𝑚/𝑠²

O sinal negativo na aceleração significa que o cavalo está


desacelerando.
EXERCÍCIO 6
O exemplo mais simples dos movimentos com
aceleração (quase) constante é o de um corpo que
cai em direção à Terra, atraído pela força
gravitacional. A gravidade da Terra proporciona
uma aceleração constante. Este é o caso mais
importante de aceleração constante.
Neste caso, verifica-se que todos os corpos caem
com a mesma aceleração no mesmo ponto da
superfície da Terra e, se a distância percorrida não
é demasiada grande a aceleração permanece
constante durante a queda.
Esse movimento ideal, no qual se desprezam a
resistência do ar e a pequena variação da
aceleração com a altura, denomina-se queda livre.
A aceleração de um corpo que cai livremente,
chama-se aceleração da gravidade e é
representada por 𝒈. Seu valor varia com a altitude
e com a latitude. É menor no equador que nos
polos, devido à rotação da Terra.
A intensidade normal da aceleração da gravidade
é tomado ao nível do mar a uma latitude de 45º:
𝒈
g = 9,80665 m/s²
Obtenha as equações gerais do movimento, para
um corpo em queda livre.
Solução:
Consideremos um corpo em queda livre, sob a
ação da força de atração gravitacional da Terra.
Este movimento obedece a expressão geral para o
movimento retilíneo uniformemente acelerado.
y
Vamos considerar como positiva, a direção 𝒈
para cima. Então:
T
𝑦 = 𝑦; + 𝑣; (𝑡 − 𝑡; ) + (𝑡 U − 𝑡;U )
U
Mas, a = -g. Então:
^
𝑦 = 𝑦; + 𝑣; (𝑡 − 𝑡; ) − (𝑡 U − 𝑡;U )
0 U 0
Vamos considerar que no momento em que se
começa a marcar o tempo, o corpo tem uma
velocidade inicial vo.
Então:
𝑔 U
𝑦 = 𝑦; + 𝑣; 𝑡 − 𝑡
2 O x
𝑑𝑦 𝑑 ^ U
Mas, 𝑣= Então: 𝑣 = (𝑦; + 𝑣; 𝑡 − 𝑡 ) = 𝑣; −𝑔𝑡
𝑑𝑡 𝑑𝑡 U

Portanto: 𝑣 = 𝑣; −𝑔𝑡

Assim, as equações gerais do movimento para um corpo


em queda livre são:

𝑔 U
𝑦 = 𝑦; + 𝑣; 𝑡 − 𝑡 e 𝑣 = 𝑣; −𝑔𝑡
2
EXERCÍCIO 7
Um foguete está se movendo para cima com
uma velocidade de 100 m/s. Quando está a 400 m
do solo, o motor é desligado. Determine a altura
máxima atingida pelo foguete e sua velocidade
pouco antes de atingir o solo.
Solução:
Consideremos a situação do problema: A

Vamos iniciar a contagem do tempo, no 400 m 100 m/s


instante em que o motor é desligado,
ponto A. Neste ponto, a velocidade do
foguete é 100 m/s.
A partir desse instante, passa a atuar 0 m/s
B
sobre o foguete, a aceleração da 9,8 m/s²
gravidade que vai reduzir sua velocidade
até que ele para na altura máxima, y, no
ponto B.
U U
100 m/s y
Assim: 𝑣a = 𝑣T − 2𝑔(𝑦b − 𝑦T )
U 𝑚 U 𝑚 A
𝑚 −2 9,8 𝑦 − 400 𝑚
0U = 100² 𝑠U 400 m
𝑠 𝑠
𝑚 U 𝑚 U 𝑚
0U − 100² = −2 9,8 𝑦 − 400 𝑚
𝑠 𝑠 𝑠U

𝑚 U 𝑚 𝑚 e
−10.000 = −19,6 U 𝑦 − 400 𝑚 = −19,6𝑦 U +7.840 ²
𝑠 𝑠 𝑠 f

𝑚 U 𝑚 U 𝑚 U
𝑚 𝑚
−10.000 − 7.840 = −19,6𝑦 U −17.840 = −19,6𝑦 U
𝑠 𝑠 𝑠 𝑠 𝑠
Então: 19,6𝑦 = 17,840 𝑚 B
0 m/s
9,8 m/s²
𝑦 = 910,2 𝑚
Após atingir esta altura máxima, o
foguete cai em queda livre até atingir 100 m/s y
o solo, no ponto C.
A
U U
Assim: 𝑣 = 𝑣; − 2𝑔∆𝑦 400 m
U U
C
𝑣 = 0 − 2(9,8 𝑚/𝑠²)(−910,2 𝑚)
𝑣 U = − (19,6 𝑚/𝑠²)(−910,2 𝑚)
𝑣 U = 17.839,2 𝑚²/𝑠² 𝑣= 17.839,2 𝑚/𝑠

Então: 𝑣 = 133,6 𝑚/𝑠 A direção da velocidade é a mesma


da aceleração da gravidade.
EXERCÍCIO 8
Um carro se move em linha reta de tal forma
que por um curto período de tempo sua
velocidade é definida por v = (0,9t2 + 0,6t)
m/s onde t está medido em segundos. O
carro partiu da origem quando foi iniciada a
contagem do tempo.
Determine sua posição e a aceleração quando t = 3,0 s.
Solução: Mas, 𝑑𝑣
𝑎=
Consideremos a situação do problema: 𝑑𝑡
v=0,9t²+0,6t m/s
Então:
3,0 s 𝑑(0,9𝑡 U + 0,6𝑡)
x=? 𝑎=
a=? 𝑑𝑡
t=0,0 s; xo=0,0 m/s 𝑎 = 2(0,9)𝑡 + 0,6
𝑎 = 1,8 (3,0) + 0,6 𝑎 = 6,0 𝑚/𝑠²
i
k,j
𝑑𝑥
Mas, 𝑣 = Então: 𝑑𝑥 = 𝑣𝑑𝑡 h 𝑑𝑥 = h 𝑣𝑑𝑡
𝑑𝑡 j
j

k,j 𝑡k 𝑡² 3,0
𝑥 = h (0,9𝑡 U + 0,6𝑡)𝑑𝑡 𝑥 = 0,9 + 0,6 l
j
3 2 0

(3,0)k (3,0)²
𝑥 = 0,9 + 0,6 = 8,1 + 2,7 𝑚 𝑥 = 10,8 𝑚
3 2

Portanto, a posição e aceleração do carro após 3,0


segundos são 10,8 m e 6,0 m/s², respectivamente.
EXERCÍCIO 9
Um pequeno projétil é disparado para
dentro de um meio fluido com uma
velocidade inicial de 60 m/s. Devido à
resistência do fluido, o projétil experimenta
uma desaceleração igual a 0,4v2 m/s2.
Determine a velocidade e a posição do
projétil 4,0 s depois de ser disparado.
𝑑𝑣
Solução: Mas, 𝑎 = Então:
Consideremos a situação do problema: 𝑑𝑡

0,4v² m/s² t = 4,0 s 𝑎𝑑𝑡 = 𝑑𝑣 −0,4𝑣²𝑑𝑡 = 𝑑𝑣


v=? m,j
1 n 𝑑𝑣
60 m/s x=? h 𝑑𝑡 = − h
t=0s j 0,4 oj 𝑣²
4,0 1 𝑣 pq
𝑣 1 1 1
𝑡l =− ( )r 4,0 − 0,0 = ( − )
0 0,4 −1 60 0,4 𝑣 60

1 1
1,6 = ( − 0,017) 1,617 = 𝑣 = 0,62 𝑚/𝑠
𝑣 𝑣

𝑣 = 0,62 𝑚/𝑠
Consideremos a solução mais geral:
𝑡 1 𝑣 pq 𝑣 1 1 1 Mas, to = 0 s e
𝑡 l𝑡 = − ( ) l𝑣 𝑡 − 𝑡; = ( − )
; 0,4 −1 ; 0,4 𝑣 𝑣; vo = 60 m/s
Então: pq
1 1 1 1 1 1
𝑡 −0= ( − ) 0,4𝑡 + = 𝑣 = 0,4𝑡 +
0,4 𝑣 60 60 𝑣 60
pq pq
𝑑𝑥 Então: 𝑑𝑥 = 0,4𝑡 + 1 1
Mas, 𝑣 = 𝑑𝑥 = 0,4𝑡 + 𝑑𝑡
𝑑𝑡 60 60
𝑑𝑡
Aqui temos uma integral composta e para solucioná-la,
devemos fazer uma mudança de variável. Consideremos:
1 𝑑𝑦 𝑑𝑦 Para:
𝑦 = 0,4𝑡 + = 0,4 𝑑𝑡 =
60 𝑑𝑡 0,4 1
𝑡; = 0, 𝑦; =
60
Assim:
𝑑𝑦 i
1 t pq 𝑥 1 𝑦
𝑑𝑥 = 𝑦 pq h 𝑑𝑥 = h 𝑦 𝑑𝑦 𝑥 l𝑥 = 𝑙𝑛 𝑦 l𝑦
0,4 is 0,4 tu ; 0,4 ;

1 1 1 1
𝑥 − 𝑥; = (𝑙𝑛 𝑦 − 𝑙𝑛 𝑦; ) 𝑥= (𝑙𝑛 0,4 4,0 + − 𝑙𝑛 )
0,4 0,4 60 60
0
1
𝑥= (𝑙𝑛1,617 − 𝑙𝑛0,017)
0,4

1 1
𝑥= (0,48 − (−4,08)) = (4,56)
0,4 0,4

Assim: 𝑥 = 11,40 𝑚

Portanto, a velocidade e a posição do projétil, 4,0 s depois


de ser disparado são, 0,62 m/s e 11,40 m, respectivamente.
EXERCÍCIO 10
Um projétil é qualquer corpo lançado 𝑔⃗
com uma velocidade inicial e que
segue uma trajetória determinada pela
aceleração da gravidade e resistência
do ar.
Determine as equações gerais para o
movimento de um projétil.
Solução:
Vamos desprezar aqui os efeitos da resistência do ar. A chave
para solucionar o movimento de um projétil é analisar
separadamente os movimentos na direção horizontal e vertical.
Assim, a componente horizontal da aceleração é ax=0 e a
componente vertical é ay=-g. Então: 𝑎⃗ = −𝑔𝚥̂
Galileu Galilei (1564-1642) já percebera que a
trajetória de um projétil após seu lançamento era uma
parábola e que o movimento do projétil era
constituído de dois movimentos independentes, um
horizontal e outro vertical de queda livre, sujeito à
aceleração da gravidade. Com base em observações
experimentais, enunciou o Princípio da Independência
dos Movimentos, que diz o seguinte:
Quando um móvel realiza um movimento composto cada um dos
movimentos componentes se realiza como se os demais não existissem.
No nosso caso, este princípio se aplica porque o movimento na
direção horizontal se realiza uniformemente, independente do
movimento na vertical, que é uniformemente variado. Assim, na
direção horizontal:
𝑎i = 0 𝑣i = 𝑣;i 𝑥 = 𝑥; + 𝑣;i 𝑡
Na direção vertical:
𝑔
𝑎t = −𝑔 𝑣t = 𝑣;t − 𝑔𝑡 𝑦 = 𝑦; + 𝑣;t 𝑡 − 𝑡²
2
Vamos considerar que o projétil é lançado com y
velocidade inicial 𝑣; e que o lançamento forma um
ângulo q com a vertical. 𝑣;t 𝑣;
As componentes x e y da velocidade inicial,
podem ser obtidas em termos do ângulo q como:
𝑣;i = 𝑣 = 𝑣 𝑐𝑜𝑠𝜃 𝑣;t = 𝑣;t = 𝑣; 𝑠𝑒𝑛𝜃
;i ; q
Então:
O 𝑣;i x
𝑣i = 𝑣;i = 𝑣; 𝑐𝑜𝑠𝜃 𝑣t = 𝑣;t − 𝑔𝑡 = 𝑣; 𝑠𝑒𝑛𝜃 − 𝑔𝑡
Se considerarmos que o projétil parte da origem:
𝑔
𝑥 = (𝑣; 𝑐𝑜𝑠𝜃)𝑡 𝑦 = (𝑣; 𝑠𝑒𝑛𝜃)𝑡 − 𝑡²
2
tm tm
Dois pontos na trajetória são de y
fundamental importância, a altura máxima 𝑔⃗
e a distância máxima que o projétil pode
atingir:
𝑣; ym
𝑔
𝑦 = (𝑣; 𝑠𝑒𝑛𝜃)𝑡 − 𝑡² 𝑣te = 𝑣; 𝑠𝑒𝑛𝜃 − 𝑔𝑡
2
0 O x
xm
𝑣; 𝑣; 𝑔 𝑣;
𝑡e = 𝑠𝑒𝑛𝜃 𝑦e = (𝑣; 𝑠𝑒𝑛𝜃)( 𝑠𝑒𝑛𝜃) − ( 𝑠𝑒𝑛𝜃)²
𝑔 𝑔 2 𝑔

𝑣;U 𝑣;U 𝑣;U


𝑦e = 𝑠𝑒𝑛²𝜃 − 𝑠𝑒𝑛²𝜃 𝑦e = 𝑠𝑒𝑛²𝜃
𝑔 2𝑔 2𝑔
Para atingir o alcance máximo, o projétil irá gastar o dobro do
tempo para atingir a altura máxima, então:
𝑣; y tm tm
𝑡e = 2 𝑠𝑒𝑛𝜃
𝑔
𝑔⃗
𝑣; 𝑣; ²
𝑥e = 𝑣; 𝑐𝑜𝑠𝜃 2 𝑠𝑒𝑛𝜃 = 2𝑠𝑒𝑛𝜃𝑐𝑜𝑠𝜃
𝑔 𝑔
𝑣; ym
Mas, 2𝑠𝑒𝑛𝜃𝑐𝑜𝑠𝜃 = 𝑠𝑒𝑛2𝜃 Então:

𝑣; ² O xm x
𝑥e = 𝑠𝑒𝑛2𝜃
𝑔

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