Você está na página 1de 24

36

4. OS ESFORÇOS NOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS

 Introdução

 Na estática os corpos são considerados como sendo rígidos; tal


hipótese é necessária a fim de se conseguir um resultado completamente
independente das propriedades da matéria de que são constituídos.
A resistência dos materiais que também faz parte da mecânica, entretanto
considera os corpos tais como são na realidade, isto é, deformáveis e
suscetíveis de sofrerem ruptura quando sob a ação de forças.
No nosso caso tentaremos abordar o assunto “esforços nos elementos
estruturais” com o intuito de dar uma idéia (noções) de como esses
(elementos) se comportam mediante ação de forças e quais são as
conseqüências (deformações) dessas ações. Não estaremos aqui no mérito
de cálculo de resistência nem de estática (objetos de cursos para projeto).
O que queremos é despertar nos participantes os pensamentos analíticos
e críticos em relação aos esforços que atuam nos elementos e como mitigar
seus efeitos.
Abordaremos a seguir alguns conceitos de resistência dos materiais e da
estática que, se despertarem e interesse maior, sugerimos a pesquisa mais
aprofundada em livros sobre esses assuntos.
O objetivo da resistência dos materiais é o estabelecimento de processo
para cálculo da “resistência”, “da rigidez” e da estabilidade dos “elementos
construtivos”.

 4.1 Estrutura
 Define-se estrutura como um conjunto de elementos construtivos
destinados a “receber e transmitir esforços”.
As estruturas, quer sejam planas ou espaciais, em geral, estão
vinculadas, ou seja, estão afixadas de tal modo a apresentarem apenas
movimentos limitados.
37

 4.2 Vínculos
 São dispositivos que servem para impedir certos movimentos de
uma estrutura.
Para as estruturas planas existem três tipos de vínculos principais:

 4.2.1 Apoio Fixo


 Impede dois movimentos de translação e podem transmitir dois
esforços reativos – H e V como mostrado na figura 30.
H – impede a translação horizontal
V – impede a translação vertical

Representa-se esquematicamente pelo símbolo:

Figura 31 – representação esquemática de vínculo de apoio fixo

 4.2.2 Apoio Móvel


 Impede um movimento de translação e pode transmitir um esforço
reativo – H e V.
V – impede translação vertical
38

Figura 32 – apoio móvel

Representa-se esquematicamente pelo símbolo:

Figura 33 – representação esquemática de vínculo de apoio móvel

 4.2.3 Engastamento
 Impede dois movimentos de translação e o movimento de rotação e
pode transmitir três esforços reativos: H, V e M (momento de
engastamento).

Figura 34 - engastamento

H – impede translação horizontal


V – impede translação vertical
M – impede a rotação

Representa-se esquematicamente pelo símbolo mostrado na figura 35:

Figura 35 – representação esquemática do vínculo engastamento


39

 4.3 Classificação das estruturas quanto à sua vinculação


 Dependendo dos tipos de vínculos de uma estrutura, podemos
classificá-la em: isostática, hiperestática ou hipostática.
Devemos observar que o termo “estrutura“ é usado num sentido geral,
podendo simbolizar tanto uma barra (elemento) como um conjunto de
barras, um conjunto de chapas e barras, etc.

 4.3.1 Estrutura Isostática


 Quando os esforços reativos (reações de apoio) podem ser
determinados apenas com as equações de estática, portanto, o número é
igual ao número de equações de equilíbrio como mostra a figura 36.

Esforços reativos (reações de apoio): 3 (V1, H2 e V2)


Equações de equilíbrio da estática: 3 ∑FH=0
∑FV=0
∑MA=0

Figura 36 – estrutura isostática

 4.3.2 Estruturas Hiperestática


 Quando os esforços reativos (reações de apoio) são em número
maior que as equações da estática – ver figura 37.
40

Esforços reativos (reações de apoio): 4 (H 1, V1, H2 e V2)


Equações de equilíbrio da estática: 3

Figura 37 a– estrutura hiperestática

Esforços reativos (reações de apoio): 4 (H1, V1, M e V2)


Equações de equilíbrio da estática: 3

Figura 37 b– estrutura hiperestática

 4.3.3 Estrutura Hipostática (ou móvel)


 Quando os esforços reativos (reações de apoio) são um número
menor que as equações da estática como na figura 38.
Esforços reativos (reações de apoio) – 2 (V1 e V2)
Equações de equilíbrio da estática – 3

Figura 38 – estrutura hipostática

De um modo geral podemos dizer que os sistemas móveis podem ser


carregados por cargas apenas em determinadas posições.
41

Por exemplo, um fio que sustenta um peso na sua extremidade é um


sistema isostático. Porém é hipostático para cargas não verticais.
Percebe-se, portanto, que de modo geral, o equilíbrio de uma estrutura
hipostática, se existir, será instável ou seja, a peça estará em situação de
ruína.

 4.4 Elementos construtivos


 São os elementos simples que compõem uma construção (entenda-
se: estrutura, máquina ou dispositivo) como elemento construtivos podemos
citar: barra, placa, casca e bloco.

 Barra: elemento construtivo que tem duas dimensões pequenas em

relação à terceira.
A linha que une os centros de gravidade das secções transversais
denomina-se eixo da barra.
Exemplo: eixo de transmissão, vigas, parafusos.

 Placa e Cascas: predominam duas dimensões em relação à terceira.

 Blocos: as três dimensões são da mesma ordem de grandeza.

Nesse curso abordaremos apenas as estruturas que são compostas por


barras, que na prática, abrangem o universo das estruturas metálicas.

 Resistência – É a propriedade que tem um elemento construído de


se opor à ruptura, quando solicitado por esforços extremos.
42

 Rigidez – É a propriedade que tem um elemento construtivo de se


opor às deformações.
 Estabilidade – É a propriedade que tem um elemento construtivo de
apresentar uma pequena deformação, para uma pequena variação de uma
carga que o solicita.

 4.5 Classificação dos Esforços


 Podemos dizer que os esforços se classificam em:

ATIVOS (CARGAS)
EXTERNOS

REATIVOS (REAÇÕES)
ESFORÇOS

RESISTENTES (TENSÕES)
INTERNOS

SOLICITANTES

 4.5.1 Esforços externos ativos


 Cargas que atuam nas estruturas que podem ser concentradas
cargas ou distribuídas.

As cargas podem ser:


 Estáticas – aquelas que não variam com o tempo (ex.: peso próprio)
 Dinâmicas – que variam com o tempo (ex.: veículo passando sobre
pontes, cargas nas bielas de um motor, cargas de vento numa estrutura de
galpão ou edifício.

 4.5.2 Esforços externos reativos


 São as reações, normalmente nos apoios atuam nas estruturas de
modo a equilibrar os esforços externos ativos.
43

 4.5.3 Esforços internos resistentes


 São chamadas tensões e são determinadas em função dos esforços
internos solicitantes e das características geométricas das secções
analisadas.

 4.5.4 Esforços internos solicitantes


 São esforços que aparecem dentro do material, na secção analisada,
conseqüentes dos esforços externos que atuam no elemento, e necessários
para manter o equilíbrio e a estabilidade do conjunto.

Figura 39 – esforços

Consideremos a figura 39 acima com os esforços externos ativos F1


e F2 aplicados onde indicado e a seção transversal A que divide a peça em
duas partes I e II.
Se imaginarmos a retirada da parte II da peça, para que haja a
continuidade de equilíbrio na parte I teríamos a seguinte figura 40:
44

 Força Normal (N) – Força que atua perpendicularmente ao plano da


seção analisada (direção de z) pode ser de tração ou compressão – Figuras
41, 42 e 43.

Figura 42 – esforço (interno solicitante) normal de tração


45

Figura 43 – esforço (interno solicitante) normal de compressão

 Força Cortante (Q) – Força que atua no plano da seção analisada


(direção de y) como mostrado nas figuras 44 e 45.

Figura 45

 Momento Fletor (MF) – Atua no plano perpendicular ao plano da


seção analisada (no plano yz) como nas figuras 46 e 47.
46

Figura 47

Momento Torsor (MT) – Atua no plano da seção analisada (plano xy) como
nas figuras 48 e 49.

Figura 48 – esforço interno solicitante de momento torçor

Figura 49

 4.6 Tensões:
 4.6.1 Tensões de cisalhamento (no cisalhamento puro):
 Imaginemos uma guilhotina cortando uma chapa. Nesse processo,
onde há a tendência de corte puro, aparecem tensões de cisalhamento que
chamamos de cisalhamento puro.
47

Existem outras situações nas quais elas aparecem também mas falaremos
somente do cisalhamento puro e do cisalhamento na torsão. A figura 45, da
página 45, ilustra o fenômeno.

 4.6.2 Tensões de cisalhamento na torsão:


 Aparecem nas seções transversais quando há a tendência de
movimento de deslizamento de uma seção em relação a outra como nos
casos de torção ou esforços que tendem a cortar a peça (por exemplo numa
guilhotina).

Figura 50 – tensões de cisalhamento puro e na torsão

 4.6.3 Tensões devido à flexão pura:


 Aparecem quando as peças são submetidas a esforços de flexão e
variam ao longo da seção transversal indo de valores máximos e mínimos,
nas regiões mais afastadas da linha neutra, até zero na linha neutra.
Na figura 51 vemos que as tensões devido à flexão são de tração na parte
inferior da linha neutra e de compressão na parte superior.
Imaginando uma peça cortada em várias fatias transversais consecutivas,
a linha neutra é uma linha imaginária que une todos os pontos dos centros
de gravidade dessas seções.
48

Figura 51 – distribuição das tensões devido a flexão ao longo da seção transversal

 4.6.4 Diagrama dos ensaios de tração

figura 52 – diagrama dos ensaios de tração

 A proporcionalidade entre a força de tração e o alongamento, só


existe até um certo valor limite da tensão de tração, chamada limite de
proporcionalidade, o qual depende das propriedades do material. Além deste
49

limite, a relação entre o alongamento e a tensão de tração, torna-se mais


complicada.
Para um material, como o aço de construção, a proporcionalidade entre a
carga e o alongamento, existe numa zona considerável e o limite de
proporcionalidade pode atingir a 1750 – 2100 kg/cm 2. Para materiais como
ferro fundido ou cobre doce o limite de proporcionalidade é muito baixo, de
modo que podemos observar um afastamento da lei de Hooke para tensões
de tração baixas. Estudando-se as propriedades mecânicas dos materiais
além do limite de proporcionalidade, a relação entre a deformação e a
tensão correspondente é, geralmente, representada em gráficos pelo
diagrama de ensaios de tração. A figura 52 (a) apresenta um diagrama
típico para aço de construção. Aí, os alongamentos estão marcados no eixo
horizontal e as tensões correspondentes vão dadas pelas ordenadas da
curva OABCD. De O a A a tensão e a deformação são proporcionais; além
de A o afastamento da lei de Hooke torna-se acentuado; portanto, a tensão
em A é o limite de proporcionalidade. Carregando-se além deste limite, o
alongamento cresce mais rapidamente e o diagrama torna-se curvo. Em B
manifesta-se alongamento rápido da barra sem acréscimo apreciável da
força de tração. Este fenômeno, chamado escoamento do metal, acha-se
representado no diagrama por uma parte da curva quase horizontal. A
tensão correspondente ao ponto B é chamada de limite de escoamento.
Após o escoamento da barra, o material sofre um revigoramento e, como se
pode ver pelo diagrama, a força de tração necessária cresce com o
alongamento até o ponto C, em que essa força atinge seu valor máximo. A
tensão correspondente é chamada de tensão de ruptura do material. Além
do ponto C, o alongamento da barra manifesta-se com diminuição de carga,
ocorrendo, finalmente. A ruptura com uma carga correspondente ao ponto D
do diagrama.
Notemos que o escoamento da barra está ligado a uma contração lateral,
mas é de prática corrente, ao calcular-se o limite de escoamento e a tensão
de ruptura, usar-se a área inicial A da seção transversal.
50

A figura 52 (b) representa o diagrama de ensaios de tração para ferro


fundido. Este material tem limite de proporcionalidade muito baixo e não
possui limite de escoamento definido.
Diagramas análogos a esses de tração, podem também ser obtidos para a
compressão de vários materiais e os pontos característicos, como o limite de
proporcionalidade, o limite de escoamento no caso do aço, e a tensão de
ruptura à compressão podem ser estabelecidos.
 4.6.5 Tensão admissível
 Um diagrama de ensaio de tração nos dá informações valiosas sobre
as propriedades mecânicas de um material. Conhecendo-se o limite de
proporcionalidade, o limite de escoamento e a tensão de ruptura do
material, é possível estabelecer-se para cada problema particular de
engenharia, a grandeza da tensão que pode ser considerada como tensão de
segurança.
Esta tensão é, comumente, chamada de tensão admissível ou taxa de
trabalho.
Ao escolhermos a grandeza da tensão admissível para o aço, devemos
levar em conta que, para tensões abaixo do limite de proporcionalidade,
esse material pode ser considerado como perfeitamente elástico e, além
desse limite, parte da deformação permanece, geralmente, depois de
descarregada a barra, isto é, ocorre uma deformação permanente. A fim de
termos a estrutura em condição elástica e afastarmos a possibilidade de
deformação permanente, é de uso corrente adotar-se tensão admissível
muito inferior ao limite de proporcionalidade. Na determinação experimental
deste limite são necessários instrumentos de medida sensíveis
(extensômetros) e a posição do limite depende, em grande parte, da
precisão com que são feitas as medidas. Com o objetivo de eliminarmos
esta dificuldade, tomamos, em geral, como base para a determinação da
grandeza da tensão admissível, o limite de escoamento ou a tensão de
ruptura. Representando-se por σadm, σe e σr respectivamente, a tensão
admissível, o limite de escoamento e a tensão de ruptura do material, a
grandeza da tensão admissível será determinada por uma das duas
equações seguintes:
51

σadm = σe/n ou σadm = σr/n1


Nestas expressões n e n1 são fatores comumente chamados de
coeficientes de segurança, os quais determinam a grandeza da tensão
admissível. No caso do aço de construção, é lógico que se tome o limite de
escoamento com base para a fixação da tensão admissível, porque, aqui,
pode ocorrer uma deformação permanente considerável, a qual não é
admissível nas estruturas de engenharia. Neste caso, um coeficiente de
segurança n=2 dará valor seguro para a tensão admissível, contanto que só
atuem na estrutura cargas constantes. No caso de cargas aplicadas
repentinamente ou de cargas variáveis, as quais ocorrem freqüentemente
nos elementos de máquinas, um coeficiente de segurança maior torna-se
necessário. Para materiais quebradiços como o ferro fundido, o concreto,
várias espécies de pedra e para material como a madeira, a tensão de
ruptura é, em geral, tomada como base para a determinação das tensões
admissíveis.
A grandeza do coeficiente de segurança depende, grandemente, da
precisão com que são conhecidas as forças exteriores que estão atuando na
estrutura, da precisão com que podem ser calculadas as tensões nos
elementos de uma estrutura e, também, da homogeneidade dos materiais
empregados.

 4.7 Tração ou compressão nos elementos de treliças


 Treliças são sistemas triangulares que formam polígonos
indeformáveis formando um conjunto também indeformável. As barras que
formam este conjunto consideram-se articuladas em suas extremidades (o
nó é considerado como articulação). Convencionou-se que o sentido dos
esforços de tração e compressão existentes em uma barra, se represente de
acordo com o efeito que produz sobre os nós.
Estas duas cargas cujas barras são submetidas provocam esforços de
tração e compressão.
Barra tracionada: estiramento e provável rompimento.
Barra comprimida: encurtamento e provável deformação.
52

Literalmente os esforços saindo dos nós são tração e os esforços entrando


nó, compressão.

Figura 53 – esforços nos elementos de treliças

Figura 54 – esforços nos elementos de treliças

Figura 55 – esforços nos elementos de treliças


53

Figura 56 – esforços nos elementos de treliças

Figura 57 – esforços nos elementos de treliças

Legenda:

É importante notar que para as barras tracionadas a estabilidade da


estrutura é mais favorável.
No caso das barras comprimidas temos que tomar mais cuidado devido a
um fenômeno que aparece na compressão chamado de FLAMBAGEM.
54

 4.8 Flambagem
 As barras comprimidas são elementos estruturais retos que só
recebem esforços axiais de compressão. Cargas transversais e momentos
fletores, quando ocorrem nessas estruturas, devem ser exceções e de
efeitos secundários.
A barra comprimida, como elemento independente, ocorre em colunas e,
como componente de elemento estrutural, aparece principalmente em
treliças.
Ao contrário das barras tracionadas, que só entram em colapso quando
for ultrapassado o limite de resistência, as peças comprimidas esbeltas
podem sofrer ruína para tensões muito menores, devido a problema de
instabilidade.
O efeito súbito de instabilidade de uma peça comprimida, quando é
atingida a carga crítica, é denominado de FLAMBAGEM.
Essa instabilidade pode ser da barra como um todo ou local. No primeiro
caso, a flambagem pode se manifestar por:
a) Flexão: quando ocorre alteração da forma do eixo da barra,
inicialmente retilíneo;
b) Torção: quando, sem alteração do eixo da barra, ocorre a rotação
de uma de suas extremidades com relação a outra;
c) Flexo-torsão: quando ocorrem, simultaneamente, as situações
descritas nos itens anteriores.

A flambagem se diz local quando um ou mais elementos da seção, (por


exemplo, mesa ou alma de um perfil I) cujas relações largura-espessura são
grandes, perdem sua forma plana, apresentando ondulações ou
enrugamentos.

Duas coisas são importantes a considerar no efeito da flambagem:

1) O comprimento de flambagem da barra (lf) que é o


comprimento livre da mesma;
55

2) O índice de esbeltez da barra (λ - lambda) que é dado pelo


quociente entre o comprimento de flambagem (lf) e o raio de giração (r) -
λ = K.lf/r.

Os valores de r são encontrados nas tabelas das características dos perfis


estruturais.

K é um coeficiente que depende das condições de extremidades da barra


(também tabelado).

De posse do valor de λ, consulta-se uma tabela onde obtemos valores das


tensões admissíveis a compressão que serão comparadas com as tensões
atuantes.

 4.9 Compressão e flexo-compressão nas colunas


 As colunas normalmente estão sujeitas a esforços de compressão,
compressão com flexão ou tração com flexão (é o caso de algumas colunas,
quando solicitadas a esforços devido ao vento).
Nas colunas sujeitas a cargas de compressão, podemos dividi-las em
compressão centrada (quando as cargas estão aplicadas diretamente no
centro da coluna), ou de forma simétrica em relação ao eixo do fuste, ou
compressão excêntrica em que as cargas estão aplicadas descentradas em
relação ao eixo do fuste. Nos dois casos pode ocorrer a flexão simultânea,
típica nas colunas de galpões industriais.

Nos casos de compressão com flexão (situação de cargas descentradas)


teremos uma situação que pode ser crítica, se não for bem analisada, pois
as tensões de compressão devido à força normal somam-se às tensões de
compressão devido à flexão podendo provocar uma situação de ruína no
perfil da coluna.
56

Figura 58 – esforços em colunas

Figura 59 – esforços em colunas

Como colunas são elementos submetidos basicamente à compressão,


valem aqui todas as observações comentadas no assunto referente à
flambagem.

 4.10 Esforços nas ligações; cisalhamento, tração e esforços


combinados nos parafusos.
57

 As ligações parafusadas de um modo geral podem estar sujeitas a


um ou mais esforços, atuando isolados ou em combinação.
Parafusos sujeitos a esforços combinados de tração e cisalhamento,
devem ser projetados de tal modo que a tensão de tração “FT”, em tf/cm2
na área resistente, não exceda aos valores indicados nas tabelas calculadas,
como também as tensões de cisalhamento “FV”.

 4.11 Conexões tipo esmagamento


 Neste tipo de conexão a carga de cisalhamento é sustentada pela
haste do parafuso de alta resistência que se encosta (apóia) sobre os lados
dos furos do material das conexões.
Devido ao seu menor fator de segurança, este tipo de ligação é somente
empregado em ligações sujeitas a cargas estáticas e não dinâmicas.
A força P é transmitida, de uma chapa para outra, através do
cisalhamento do corpo do parafuso como mostrado na figura de corpo livre
abaixo. Todavia, para que este cisalhamento ocorra, é necessário que haja
pressão de contato entre a superfície lateral do parafuso e a parede do furo,
em ambas as chapas.
Em ligação por contato, a força P é considerada igualmente distribuída por
todos os parafusos da ligação.
58

 4.12 Conexões tipo fricção


 Neste tipo de conexão, a carga P da ligação é transmitida pela
fricção ou atrito entre superfícies em contato.

Essa força de atrito é obtida pelo aperto dado ao parafuso que é


transmitida para as superfícies de contato entre as chapas.

Chamando de Tb essa carga de protensão (aperto) a força P da ligação é


transmitida de uma chapa para outra através da força de atrito entre as
chapas (µ.Tb) onde µ é o coeficiente de atrito entre os materiais em
contato.

Nesse caso não há contato entre as paredes dos furos e a haste do


parafuso (ver figura 61 abaixo).
59

 4.13 Tipos de parafusos em estruturas metálicas


 Custo menor: ASTM a 307 – parafuso comum usado em conexões
de baixa resistência largamente empregado em estruturas leves e
secundárias.
Exemplo: plataformas, vigas de tapamento, terças etc.

ASTM A 325 e ASTM a 490


Parafusos de alta resistência, instalados em ligações que exigem alta
responsabilidade e elevado fator de segurança na sua instalação deverão ser
torqueados e calibrados
Tipos: A325F e A490F = tipo fricção
A325N e A490N – tipo esmagamento com rosca no plano de
cizalhamento.
A325X e A490X – tipo esmagamento com rosca fora do plano de
cizalhamento.

Você também pode gostar