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Bacharelado em Engenharia Mecânica

Transferência de calor e massa – TCAE6

Exercícios
Equação da difusão de calor
Condições iniciais e de contorno

Prof. Angelo Reami Filho

Profº Angelo Reami Filho


Bacharelado em Engenharia Mecânica
Transferência de calor e massa – TCAE6

Objetivos
• Fixar os conhecimentos de cálculos de transferência de calor por
condução, convecção e radiação.
• Interpretar a equação de Fourier para a condução térmica
• Equacionar a distribuição de temperatura dentro do meio T(x) –
Equação da difusão do calor em:

• Coordenadas cartesianas
• Coordenadas cilíndricas
• Coordenadas esféricas

• Estabelecer as condições inicial e de contorno

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Transferência de calor e massa – TCAE6

Condução
1. (1.10) A base com 5 mm de espessura de uma panela com diâmetro de
200 mm pode ser feita de alumínio (k = 240 W/mK) ou de cobre (k = 390
W/mK). Quando usada para ferver água, a superfície da base exposta à
água encontra-se a 110 °C. Se o calor é transferido do fogão para a
panela a uma taxa de 600 W, qual é a temperatura da superfície voltada
para o fogão para cada um dos materiais?
Solução:
Dados:
Panela com a espessura da base L = 5 mm e diâmetro d = 200 mm
kal = 240 W/mK
kcu = 390 W/mK
Superfície interna com temperatura T2 = 110 °C
Taxa de transferência de calor 𝑞ሶ 𝑥 = 600 𝑊
Pede-se:
T1al e T1cu

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Condução
Esquema:

Considerações:
• Condução unidirecional
• Estado estacionário
• Propriedades constantes
" "
𝑞ሶ 𝑥 𝑞ሶ 𝑥 600 2
𝑞ሶ 𝑥 = 𝑞𝑥 . 𝐴 → 𝑞𝑥 = = = = 19098,59 𝑊/𝑚
𝐴 𝜋𝑑 2 𝜋0,22
4 4
𝑑𝑇 ∆𝑇 ∆𝑥 ∆𝑥
𝑞𝑥" = −𝑘 = −𝑘 → ∆𝑇 = −𝑞𝑥" → 𝑇1 = −𝑞𝑥" + 𝑇2
𝑑𝑥 ∆𝑥 𝑘 𝑘
0,005
𝑇1𝑎𝑙 = −19098,59 + 110 + 273 = 383,40 𝐾 𝑜𝑢 110,40 °𝐶
240
0,005
𝑇1𝑐𝑢 = −19098,59 + 110 + 273 = 383,24 𝐾 𝑜𝑢 110,24 °𝐶
390
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Convecção
2. (1.21) O controlador de temperatura de um secador de roupas é constituído
por uma chave bimetálica montada sobre um aquecedor elétrico que se
encontra preso a uma junta isolante que, por sua vez, se encontra montada
sobre a parede do secador. A chave é especificada para abrir a 70 °C, que é
a temperatura máxima do ar de secagem. A fim de operar o secador a uma
temperatura do ar mais baixa, uma potência suficiente é fornecida ao
aquecedor de tal modo que a chave atinge 70 °C (Tref) quando a temperatura
de ar (Tꝏ) é inferior a Tref. Sendo o coeficiente de transferência de calor por
convecção entre o ar e a superfície exposta da chave, com 30 mm2, igual a 25
W/m2K, qual é a potência do aquecedor (Paq) necessária quando a
temperatura desejada para o ar no secador é de Tꝏ = 50 °C?
Solução:
Dados:
Chave com área A = 30 mm2
Temperatura ar Tꝏ = 50 °C
Temperatura de referência Tref = 70 °C
Coeficiente de convecção har =25 W/m2K
Pede-se:
Paq

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Convecção
Esquema:

Considerações:
• Convecção livre
• Condições em estado estacionário
• O aquecedor elétrico é perfeitamente isolado
• O aquecedor e a chave estão à mesma temperatura Tref.
• A área lateral é pequena então pode-se desprezar a perda de calor
• Há somente transferência de calor por convecção

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Convecção
Esquema:

Definindo um volume de controle em torno da chave, pode escrever o balanço


energético:
𝐸ሶ 𝑒𝑛𝑡 − 𝐸ሶ 𝑠𝑎𝑖 = 0
A energia que entre é a energia 𝑞ሶ 𝑒𝑙𝑒 e a energia que sai é o calor trocado por
convecção, então:

𝑃𝑎𝑞 = 𝑞ሶ 𝑒𝑙𝑒 = 𝑞ሶ = ℎA 𝑇𝑆 − 𝑇∞ = 25.30. 10−6 70 − 50 = 0,015 𝑊 𝑜𝑢 15 𝑚𝑊

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Radiação
3. (1.26) Um conjunto de instrumentos tem uma superfície externa esférica de
diâmetro D = 100 mm e emissividade ε = 0,25. O conjunto é colocado no
interior de uma grande câmara de simulação espacial cujas paredes são
mantidas a 77 K. Se a operação dos componentes eletrônicos se restringe à
faixa de temperatura de 40 ≤ T ≤ 85°C, qual é a faixa aceitável de dissipação
de potência dos instrumentos? Apresente os seus resultados graficamente,
mostrando também o efeito de variações na emissividade ao considerar os
valores de 0,2 e 0,3.
Solução:
Dados:
Superfície externa esférica com diâmetro D = 100 mm
Emissividade da superfície ε = 0,25.
Temperatura das paredes Tviz = 77 K
Temperatura de trabalho 40 ≤ T ≤ 85°C
Pede-se:
Paq
Gráfico para resultados de emissividade também de 0,2 e 0,3

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Radiação
Esquema:

Considerações:
• Temperatura da superfície é uniforme
• Paredes da câmara são muito maiores que a superfície esférica
• Condições de estado estacionário

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Radiação
Esquema:

Definindo um volume de controle em torno do conjunto de instrumentos, pode-


se escrever o balanço energético:
𝐸ሶ𝑔 − 𝐸ሶ 𝑠𝑎𝑖 = 0
A energia gerada é a energia Pcomp e a diferença entre energia que sai é o
calor trocado por radiação, então
4
𝑃𝑐𝑜𝑚𝑝 = 𝑞ሶ 𝑟𝑎𝑑 = 𝐴𝜀𝜎 𝑇𝑆4 − 𝑇𝑣𝑖𝑧 = 𝜋0,12 . 0,25.5,67. 10−8 𝑇𝑠 + 273 4 − 774
𝑞ሶ 𝑟𝑎𝑑 = 𝜋0,12 . 0,25.5,67. 10−8 𝑇𝑠 + 270 4 − 774 = 4,45. 10−10 𝑇𝑠 + 273 4
− 774
𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑇𝑠 = 40°𝐶 → 𝑞ሶ 𝑟𝑎𝑑 = 4,26 𝑊
𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑇𝑠 = 85°𝐶 → 𝑞ሶ 𝑟𝑎𝑑 = 7,30 𝑊
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Radiação
10,00

9,00

8,00

7,00

6,00

5,00

4,00

3,00

2,00

1,00

0,00
35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90

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Efeitos combinados
4. (1.40) Em um estágio de um processo de têmpera, a temperatura de uma
chapa de aço inoxidável AISI 304 é levada de 300 K para 1250 K ao
passar através de um forno aquecido eletricamente a uma velocidade vc =
10 mm/s. A espessura e a largura da chapa são tc = 8 mm e Wc = 2 m,
respectivamente, enquanto a altura, largura e comprimento do forno são
Hf = 2 m, Wf = 2,4 m e Lf = 25 m, respectivamente. O teto e as quatro
paredes laterais do forno estão expostos ao ar ambiente e a uma grande
vizinhança, ambos a 300 K. Sua temperatura superficial, coeficiente de
transferência de calor por convecção e emissividade correspondentes são
Tsup = 350 K, h = 10 W/m2K e εsup = 0,8. A superfície inferior do forno
também se encontra a 350 K e pousa sobre uma placa de concreto com
0,5 m de espessura, cuja base se encontra a Tb = 300 K. Estime a
potência elétrica (Pele) que deve ser fornecida ao forno.
Dados: ρc = 7900 kg/m3; cp(c) = 578 J/kgK; coeficiente de transferência de calor
por condução do concreto kc = 1,4 W/mK

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Efeitos combinados
Solução:
Dados:
Velocidade da chapa vc = 10 mm/s
Dimensões da chapa: tc = 8 mm e Wc = 2 m
Temperaturas inicial e final da chapa: Ti = 300 K e Tf = 1250 K
Dimensões do forno: Hf = 2 m, Wf = 2,4 m e Lf = 25 m
Emissividade da superfície do forno: εsup = 0,8.
Coeficiente de transferência de calor por convecção: h = 10 W/m2K
Temperatura da superfície do forno: Tsup = 350 K
Temperatura da superfície inferior do forno: Tsupinf = 350 K
Largura da base de concreto: Lb = 0,5 m
Temperatura da base: Tb = 300 K
Temperatura das paredes e do ar ambiente: Tviz = Tꝏ = 300 K
Massa especifica do aço da chapa: ρc = 7900 kg/m3
Calor específico do aço da chapa: cp(c) = 578 J/kgK
Coeficiente de transferência de calor por condução do concreto kc = 1,4 W/mK
Pede-se:
Pele

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Efeitos combinados
Esquema:

Considerações:
• Estado estacionário
• Propriedades constantes
• Desprezar alterações de energia cinética e potencial
• Forno considerado como pequena superfície envolvida por uma grande
superfície

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Efeitos combinados
Análise: A taxa de energia adicionada ao forno deve ser balanceada com a
energia transferida para a chapa e com a taxa de calor perdida pelo forno.
Assim:
𝐸ሶ 𝑒𝑛𝑡 − 𝐸ሶ 𝑠𝑎𝑖 = 0

Onde: 𝐸ሶ 𝑒𝑛𝑡 = 𝑃𝑒𝑙𝑒 + 𝑚𝑢


ሶ 𝑒𝑛𝑡
𝐸ሶ 𝑠𝑎𝑖 = 𝑚𝑢
ሶ 𝑠𝑎𝑖 + 𝑞ሶ
𝑒𝑛𝑡ã𝑜: 𝑃𝑒𝑙𝑒 + 𝑚𝑢 ሶ 𝑒𝑛𝑡 − 𝑚𝑢
ሶ 𝑠𝑎𝑖 − 𝑞ሶ = 0 → 𝑃𝑒𝑙𝑒 + 𝑚ሶ 𝑢𝑒𝑛𝑡 − 𝑢𝑠𝑎𝑖 − 𝑞ሶ = 0
E, para calcular cada um dos fluxos de energia:

𝑚ሶ = 𝜌𝑐 𝑣𝑐 𝐴𝑐 = 𝜌𝑐 𝑣𝑐 𝑊𝑐 . 𝑡𝑐
𝑢𝑒𝑛𝑡 − 𝑢𝑠𝑎𝑖 = 𝑐𝑝(𝑐) 𝑇𝑖 − 𝑇𝑓
𝑇𝑠𝑢𝑝𝑖𝑛𝑓 − 𝑇𝑏 4 4
𝑞ሶ = 𝑘𝑐 𝑊𝑓 𝐿𝑓 + 2𝐻𝑓 𝐿𝑓 + 2𝐻𝑓 𝑊𝑓 + 𝐿𝑓 𝑊𝑓 ℎ 𝑇𝑠𝑢𝑝 − 𝑇∞ + 𝜀𝑐 𝜎 𝑇𝑠𝑢𝑝 − 𝑇𝑣𝑖𝑧
𝐿𝑏

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Efeitos combinados
𝑃𝑒𝑙𝑒 = 𝑞ሶ − 𝑚ሶ 𝑢𝑒𝑛𝑡 − 𝑢𝑠𝑎𝑖
𝑇𝑠𝑢𝑝𝑖𝑛𝑓 − 𝑇𝑏 4 4
= 𝑘𝑐 𝑊𝑓 𝐿𝑓 + 2𝐻𝑓 𝐿𝑓 + 2𝐻𝑓 𝑊𝑓 + 𝐿𝑓 𝑊𝑓 ℎ 𝑇𝑠𝑢𝑝 − 𝑇∞ + 𝜀𝑐 𝜎 𝑇𝑠𝑢𝑝 − 𝑇𝑣𝑖𝑧
𝐿𝑏
− 𝜌𝑐 𝑉𝑐 𝑊𝑐 . 𝑡𝑐 𝑐𝑝 𝑐 𝑇𝑖 − 𝑇𝑓

𝑃𝑒𝑙𝑒
350 − 300
= 1,4 2,4.25 . + 2.2.25 + 2.2.2,4 + 25.2,4 10 350 − 300 + 0,8.5,67. 10−8 . 3504 − 3004
0,5
− 7900.0,01. 2.0,008 . 578. 300 − 1250

𝑃𝑒𝑙𝑒 = 8400 + 137930,17 + 694062,4 = 840392,57 𝑊 𝑜𝑢 ≅ 840 𝑘𝑊

Pode-se observar que 83% da energia total de entrada é transferida à chapa de


aço enquanto que aproximadamente 17% é perdida com calor. Desta perda, 10%
é perdida por convecção, 6% por radiação e 1% por condução. As perdas por
convecção e radiação poderiam ser reduzidas pela aplicação de um isolante
térmico nas superfícies laterais e superior do forno reduzindo o correspondente
valor de Tsup.

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Equação de taxa de condução de calor

Retomando-se a equação de Fourier:

𝑑𝑇
𝑞𝑥" = −𝑘
𝑑𝑥
Percebe-se que o fluxo térmico é dependente da direção e, portanto,
uma grandeza vetorial e será sempre perpendicular a superfícies de
temperatura constante também chamadas de isotérmicas. E, de
forma genérica, pode-se escrever a equação de Fourier como:

𝜕𝑇 𝜕𝑇 𝜕𝑇
𝑞" = −𝑘∇𝑇 = −𝑘 𝑖+ 𝑗+ 𝑘
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

Profº Angelo Reami Filho Equação da difusão de calor


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Equação de taxa de condução de calor

Onde (∇) é o operador “grad” tridimensional e T(x,y,z) é o campo


escalar de temperaturas. Como o vetor fluxo térmico é sempre
perpendicular às superfícies isotérmicas, pode-se escrever:
𝜕𝑇
𝑞𝑛" = −𝑘
𝜕𝑛

Que representa o fluxo térmico na


direção “ ” que é normal a uma
superfície isoterma, conforme mostra
a figura em um caso bidimensional.

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Equação de taxa de condução de calor

É possível decompor o vetor fluxo térmico em termos de suas


componentes cartesianas:
𝜕𝑇 𝜕𝑇 𝜕𝑇
𝑞" = 𝑞𝑥" 𝑖 + 𝑞𝑦" 𝑗 + 𝑞𝑧" 𝑘 → 𝑞𝑥" = −𝑘 , 𝑞𝑦" = −𝑘 "
𝑒 𝑞𝑧 = −𝑘
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

As expressões são definidas partindo-se do princípio de que o


material é isotrópico, ou seja, a condutividade térmica é igual em
todas as direções.

Profº Angelo Reami Filho Equação da difusão de calor


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Equação da difusão de calor

Para os estudos de transferência de calor é necessário conhecer a


distribuição de temperaturas em função da posição do meio.

Por meio da análise de um volume de controle diferencial, é possível


encontrar uma equação diferencial cuja solução, impondo-se
condições de contorno, fornece tal distribuição.

Profº Angelo Reami Filho Equação da difusão de calor


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Equação da difusão de calor

Considera-se um meio homogêneo em que não há movimento


macroscópico e a distribuição de temperaturas T(x,y,z) está
representada em coordenadas cartesianas. Um volume de controle
infinitesimal diferencial dx, dy, dz é analisado conforme mostra a
figura.

Profº Angelo Reami Filho Equação da difusão de calor


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Equação da difusão de calor

Sejam as taxas de transferência de calor por condução, 𝑞ሶ 𝑥 , 𝑞ሶ 𝑦 e 𝑞ሶ 𝑧 ,


perpendiculares a cada uma das superfícies de controle na posição de
coordenadas x, y e z com as respectivas taxas de transferência de
calor por condução nas superfícies opostas dadas por:

𝜕𝑞ሶ 𝑥
𝑞ሶ 𝑥+𝑑𝑥 = 𝑞ሶ 𝑥 + 𝑑𝑥
𝜕𝑥
𝜕𝑞ሶ 𝑦
𝑞ሶ 𝑦+𝑑𝑦 = 𝑞ሶ 𝑦 + 𝑑𝑦 As equações são obtidas
𝜕𝑦
por meio da expansão
𝜕𝑞ሶ 𝑧 em série de Taylor
𝑞ሶ 𝑧+𝑑𝑧 = 𝑞ሶ 𝑧 + 𝑑𝑧
𝜕𝑧 desprezando os termos
de ordens superiores.

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Equação da difusão de calor

No interior do meio pode haver taxa de geração de energia térmica


que é representado por:

𝐸ሶ𝑔 = q′′′. 𝑑𝑥. 𝑑𝑦. 𝑑𝑧

𝑞′′′ é a taxa de energia gerada por unidade de volume do meio.

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Equação da difusão de calor

Também pode haver variação de energia interna térmica que, se não


houver mudança de fase, os efeitos da energia sensível são
predominantes e esse termo referente ao acúmulo de energia pode
ser escrito como:

𝜕𝑇
𝐸ሶ 𝑎𝑐𝑢 = 𝜌𝑐𝑝 . 𝑑𝑥. 𝑑𝑦. 𝑑𝑧
𝜕𝑡
𝜕𝑇
Onde 𝜌𝑐𝑝 é a taxa de variação com o tempo da energia térmica
𝜕𝑡
sensível por unidade de volume.

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Equação da difusão de calor

Pode-se, portanto escrever a equação de conservação de energia:

𝐸ሶ 𝑒𝑛𝑡 + 𝐸ሶ𝑔 − 𝐸ሶ 𝑠𝑎𝑖 = 𝐸ሶ 𝑎𝑐𝑢

Como a energia de entrada e saída são termos de condução e


aplicando as definições de energia gerada e acumulada, a equação da
conservação de energia é dada por:

𝜕𝑇
𝑞ሶ 𝑥 + 𝑞ሶ 𝑦 + 𝑞ሶ 𝑧 + q′′′. 𝑑𝑥. 𝑑𝑦. 𝑑𝑧 − 𝑞ሶ 𝑥+𝑑𝑥 − 𝑞ሶ 𝑦+𝑑𝑦 − 𝑞ሶ 𝑧+𝑑𝑧 = 𝜌𝑐𝑝 . 𝑑𝑥. 𝑑𝑦. 𝑑𝑧
𝜕𝑡

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Equação da difusão de calor

As taxas de transferência de calor por condução podem ser


calculadas pela lei de Fourier:

𝜕𝑇
𝑞ሶ 𝑥 = −𝑘𝑑𝑦. 𝑑𝑧.
𝜕𝑥
𝜕𝑇
𝑞ሶ 𝑦 = −𝑘𝑑𝑥. 𝑑𝑧.
𝜕𝑦
𝜕𝑇
𝑞ሶ 𝑧 = −𝑘𝑑𝑥. 𝑑𝑦.
𝜕𝑧

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Equação da difusão de calor

Substituindo-se tais equações na equação da conservação de energia


e dividindo-se pelas dimensões do volume de controle (dx.dy.dz),
obtém-se:

𝜕 𝜕𝑇 𝜕 𝜕𝑇 𝜕 𝜕𝑇 𝜕𝑇
𝑘 + 𝑘 + 𝑘 + q′′′ = 𝜌𝑐𝑝
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑡

Esta equação é a forma geral da equação da difusão do calor em


coordenadas cartesianas também chamada de equação do calor.

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Equação da difusão de calor

𝜕 𝜕𝑇
Nota-se que cada parcela da equação, por exemplo 𝑘 ,
𝜕𝑥 𝜕𝑥
representa o fluxo líquido de calor por condução para o interior do
volume de controle na direção x. Se essa parcela for multiplicada por
dx:
𝜕 𝜕𝑇 "
𝑘 𝑑𝑥 = 𝑞𝑥" − 𝑞𝑥+𝑑𝑥
𝜕𝑥 𝜕𝑥

Que pode ser aplicado às duas outras direções y e z.

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Equação da difusão de calor

Com muita frequência é possível usar versões mais simplificadas da


equação como, por exemplo, quando a condutividade térmica for
constante:

𝜕 2 𝑇 𝜕 2 𝑇 𝜕 2 𝑇 𝑞′′′ 1 𝜕𝑇
2 + 2+ 2+ =
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝑘 𝛼 𝜕𝑡

𝑘
Em que 𝛼 = é a difusividade térmica.
𝜌𝑐𝑝

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Equação da difusão de calor

Se o processo de transferência de calor for em regime estacionário


não havendo, portanto, variação da quantidade de energia
armazenada:

𝜕 𝜕𝑇 𝜕 𝜕𝑇 𝜕 𝜕𝑇
𝑘 + 𝑘 + 𝑘 + q′′′ = 0
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧

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Equação da difusão de calor

Se a transferência de calor for unidimensional (por exemplo na


direção x) e não existir geração de energia:

𝑑 𝑑𝑇
𝑘 =0
𝑑𝑥 𝑑𝑥

Uma importante consequência desse resultado é que, em condições


de transferência de calor unidimensional, em regime permanente,
sem geração de energia, o fluxo de calor é constante na direção da
transferência 𝑑𝑞ሶ 𝑥ൗ𝑑𝑥 = 0

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Equação da difusão de calor

A equação do calor pode também ser escrita em termos de


coordenadas cilíndricas e esféricas. Os volumes de controle para cada
uma dessas coordenadas são mostrados abaixo:

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Equação da difusão de calor

Para coordenadas cilíndricas, o volume de controle é dr.rdϕ.dz e a lei


de Fourier será:
𝜕𝑇 1 𝜕𝑇 𝜕𝑇
𝑞" = −𝑘∇𝑇 = −𝑘 𝑖+ 𝑗+ 𝑘
𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜙 𝜕𝑧

As componentes do fluxo térmico nas


direções radial, circunferencial e axial,
respectivamente são:

"
𝑞" = 𝑞𝑟" 𝑖 + 𝑞𝜙 𝑗 + 𝑞𝑧" 𝑘
"
𝜕𝑇 " 𝑘 𝜕𝑇 "
𝜕𝑇
𝑞𝑟 = −𝑘 , 𝑞𝜙 = − 𝑒 𝑞𝑧 = −𝑘
𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜙 𝜕𝑧

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Equação da difusão de calor

E a equação do calor será:


1 𝜕 𝜕𝑇 1 𝜕 𝜕𝑇 𝜕 𝜕𝑇 𝜕𝑇
𝑘𝑟 + 2 𝑘 + 𝑘 + q′′′ = 𝜌𝑐𝑝
𝑟 𝜕𝑟 𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜙 𝜕𝜙 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑡

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Equação da difusão de calor

Para coordenadas esféricas o volume de controle é dr.rsen(θ)dϕ.rdθ e


a lei de Fourier será:
𝜕𝑇 1 𝜕𝑇 1 𝜕𝑇
𝑞" = −𝑘∇𝑇 = −𝑘 𝑖+ 𝑗+ 𝑘
𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜃 𝑟 sin 𝜃 𝜕𝜙

As componentes do fluxo térmico nas


direções radial, polar e azimutal,
respectivamente são:

𝑞" = 𝑞𝑟" 𝑖 + 𝑞𝜃" 𝑗 + 𝑞𝜙


"
𝑘
"
𝜕𝑇 " 𝑘 𝜕𝑇 " 𝑘 𝜕𝑇
𝑞𝑟 = −𝑘 , 𝑞𝜃 = − 𝑒 𝑞𝜙 = −
𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜃 𝑟 sin 𝜃 𝜕𝜙
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Equação da difusão de calor

E a equação do calor será:

1 𝜕 2
𝜕𝑇 1 𝜕 𝜕𝑇 1 𝜕 𝜕𝑇 𝜕𝑇
2 𝑘𝑟 + 2 2 𝑘 + 2 𝑘 sin 𝜃 + q′′′ = 𝜌𝑐𝑝
𝑟 𝜕𝑟 𝜕𝑟 𝑟 sin 𝜃 𝜕𝜙 𝜕𝜙 𝑟 sin 𝜃 𝜕𝜃 𝜕𝜃 𝜕𝑡

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Equação da difusão de calor

Vale ressaltar que como o gradiente de temperatura deve ter unidade


K/m, o gradiente de uma coordenada angular deve ser expresso em
termos de uma variação diferencial de comprimento de arco,
exemplo:

𝑘 𝜕𝑇 𝜕𝑇
Na direção circunferencial das coordenadas cilíndricas: 𝑞ሶ 𝜙 = − e não 𝑞ሶ 𝜙 = −𝑘
𝑟 𝜕𝜙 𝜕𝜙

Estas equações não são válidas para situações de microescalas onde


os efeitos da velocidade finita de propagação da informação térmica
não podem ser desprezados.

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Exemplo
A distribuição de temperatura ao longo de uma parede com espessura
de 1 m, em um certo instante de tempo, é dada por: 𝑇 𝑥 = 𝑎 + 𝑏𝑥 + 𝑐𝑥 2
Em que:
T = T (°C)
x = x (m)
a = 900 °C
b = -300 °C/m
c = -50 °C/m2
Uma geração de calor uniforme de 1000 W/m3 está presente na
parede cuja área é de 10 m2. O seu material possui as seguintes
propriedades:
ρ = 1600 kg/m3
k = 40 W/mK
cp = 4 kJ/kgK
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Exemplo
Pede-se determinar:
1. A taxa de transferência de calor que entra na parede (x=0) e que deixa a parede (x=1)
2. A taxa de variação de energia acumulada na parede
3. A taxa de variação da temperatura em relação ao tempo nas posições x = 0; 0,25 e 0,5 m.

Solução
Dados:
Distribuição de temperatura 𝑇 𝑥 = 900 − 300𝑥 − 50𝑥 2
Parede unidirecional com largura L = 1 m e área A=10 m2
𝑊
Geração de calor uniforme na parede 𝑞′′′ = 1000 3
ρ = 1600 kg/m3 𝑚
k = 40 W/mK
cp = 4 kJ/kgK
Encontrar:
1 – 𝑞ሶ 𝑒𝑛𝑡 𝑥 = 0 𝑒 𝑞ሶ 𝑠𝑎𝑖 𝑥 = 1𝑚

2 – 𝐸ሶ 𝑎𝑐𝑢
𝜕𝑇
3– 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥 = 0; 𝑥 = 0,25 𝑒 𝑥 = 0,5
𝜕𝑡

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Transferência de calor e massa – TCAE6

Exemplo
Esquema:

Considerações:
1. Condução unidirecional na direção x
2. Meio isotrópico com propriedades constantes
3. Geração de calor interna uniforme

Análise:
1. Uma vez conhecida a distribuição de temperaturas, a determinação da taxa de
transferência de calor por condução pode ser obtida pela lei de Fourier. Assim as
desejadas podem ser obtidas pela utilização da distribuição de temperaturas dada.

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Exemplo
Assim:
𝜕𝑇
𝑞ሶ 𝑒𝑛𝑡 = 𝑞ሶ 𝑥 0 = −𝑘𝐴 ቝ = −𝑘𝐴 −300 − 100𝑥 𝑥=0 = 300𝑘𝐴
𝜕𝑥 𝑥=0
𝑞ሶ 𝑒𝑛𝑡 = − −300 . 40.10 = 120000 𝑊 𝑜𝑢 120 𝑘𝑊

𝑑𝑒 𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 𝑎𝑛á𝑙𝑜𝑔𝑎:

𝜕𝑇
𝑞ሶ 𝑠𝑎𝑖 = 𝑞𝑥 𝐿 = −𝑘𝐴 ቝ = −𝑘𝐴 −300 − 100𝑥 𝑥=𝐿
𝜕𝑥 𝑥=𝐿
𝑞ሶ 𝑠𝑎𝑖 = − −300 − 100.1 . 40.10 = 160000 𝑊 𝑜𝑢 160 𝑘𝑊

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Exemplo
2. A taxa de variação da energia acumulada pode ser determinada
aplicando-se o balanço de energia global na parede para um
volume de controle no entorno da parede:
𝐸ሶ 𝑒𝑛𝑡 + 𝐸ሶ𝑔 − 𝐸ሶ 𝑠𝑎𝑖 = 𝐸ሶ 𝑎𝑐𝑢

𝐸ሶ𝑔 = 𝑞′′′𝐴𝐿 = 1000.10.1 = 10000 𝑊

𝐸ሶ 𝑎𝑐𝑢 = 120000 + 10000 − 160000 = −30000 𝑊 𝑜𝑢 − 30 𝑘𝑊

3. A taxa de variação da temperatura em relação ao tempo, em


qualquer ponto do meio, pode ser determinada pela equação do
calor reescrita na forma:

𝜕𝑇 𝑘 𝜕 2 𝑇 𝑞′′′
= 2
+
𝜕𝑡 𝜌𝑐𝑝 𝜕𝑥 𝜌𝑐𝑝

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Exemplo
𝜕𝑇 𝑘 𝜕 2 𝑇 𝑞′′′
= +
𝜕𝑡 𝜌𝑐𝑝 𝜕𝑥 2 𝜌𝑐𝑝
𝜕2𝑇 𝜕 𝜕𝑇 𝜕 2
= = −300 − 100𝑥 = −100 °𝐶/𝑚
𝜕𝑥 2 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑇 40 1000
= −100 + = −4,69. 10−4 °𝐶/𝑠
𝜕𝑡 1600.4000 1600.4000

Como a segunda derivada da temperatura em relação à posição,


independe da posição (-100 °C/m2), a taxa de variação da temperatura
com o tempo também não dependerá da posição, sendo válida para as
três coordenadas x solicitadas.

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Exemplo
Comentários:

1. A partir do resultado verifica-se que, em todos os pontos no


interior da parede, a temperatura está diminuindo.

2. A lei de Fourier pode ser usada sempre para determinar a taxa de


transferência de calor por condução a partir do conhecimento da
distribuição da temperatura mesmo em condições transientes com
geração interna de calor.

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Condição inicial e de contorno

Para a solução da equação do calor é fundamental saber as condições


físicas existentes nas fronteiras do meio e, caso haja variação com o
tempo, também é preciso saber as condições existentes em algum
instante inicial.

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Condição inicial e de contorno

Como a equação do calor é de segunda ordem em relação às


coordenadas espaciais, são necessárias duas condições de contorno
para cada coordenada espacial para descrever o sistema.

De forma similar, como a equação é de primeira ordem em relação ao


tempo, apenas uma condição deve ser especificada, chamada de
condição inicial.

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Condição inicial e de contorno

A tabela a seguir determina os três tipos de condições de contorno


frequentemente encontrados em transferência de calor.

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Condição inicial e de contorno

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Condição inicial e de contorno

A primeira condição corresponde a uma situação na qual a superfície é


mantida a uma temperatura fixa Ts e é comumente chamada de
condição de Dirichlet ou condição de contorno de primeira espécie.
Esta condição pode ser aproximada quando, por exemplo, a superfície
está em contato com um sólido em fusão ou líquido em ebulição em
que há transferência de calor para a superfície, mas a superfície
permanece em temperatura constante referente à mudança de fase.

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Condição inicial e de contorno

A segunda condição corresponde à existência de um fluxo térmico fixo ou


constante 𝑞′′𝑠 na superfície. Esse fluxo está relacionado ao gradiente de
temperatura na superfície pela lei de Fourier da seguinte forma:
"
𝜕𝑇
𝑞𝑥 0 = −𝑘 ቤ = 𝑞𝑠"
𝜕𝑥 𝑥=0

É conhecida por condição de Neumann ou como condição de contorno de


segunda espécie. Um caso particular dessa condição corresponde a uma
𝜕𝑇
superfície perfeitamente isolada ou adiabática na qual ቚ = 0.
𝜕𝑥 𝑥=0
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Condição inicial e de contorno

A condição de contorno de terceira espécie corresponde à existência


de um aquecimento ou resfriamento na superfície por convecção e é
obtida por meio do balanço de energia na superfície.

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Exercícios

1. (2.20) Em um dado instante de tempo, a distribuição de


temperaturas no interior de um corpo homogêneo infinito é dada
pela função:
𝑇 𝑥, 𝑦, 𝑧 = 𝑥 2 − 2𝑦 2 + 𝑧 2 − 𝑥𝑦 + 2𝑦𝑧

Considerando propriedade constantes e ausência de geração de calor


no interior do corpo, determine as regiões nas quais a temperatura
varia com o tempo

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Exercícios
Solução:
Dados:
T(x,y,z) em um corpo infinito e homogêneo em um dado instante.
Pede-se:
Encontrar as regiões onde a temperatura varia com o tempo
Esquema:

Considerações:
• Propriedades constantes
• Não há geração de calor

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Exercícios
Solução:
Para estas condições a equação do calor tem a forma:

𝜕 2 𝑇 𝜕 2 𝑇 𝜕 2 𝑇 1 𝜕𝑇
2 + 2+ 2 =
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝛼 𝜕𝑡
Como a função distribuição de temperaturas é conhecida:
𝜕2 2 2 2
𝜕2 2 2 2
𝜕2 2 2 2
1 𝜕𝑇
𝑥 − 2𝑦 + 𝑧 − 𝑥𝑦 + 2𝑦𝑧 + 𝑥 − 2𝑦 + 𝑧 − 𝑥𝑦 + 2𝑦𝑧 + 𝑥 − 2𝑦 + 𝑧 − 𝑥𝑦 + 2𝑦𝑧 =
𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2 𝜕𝑧 2 𝛼 𝜕𝑡
𝜕 𝜕 𝜕 1 𝜕𝑇
2𝑥 − 𝑦 + −4𝑦 − 𝑥 + 2𝑧 + 2𝑧 + 2𝑦 =
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝛼 𝜕𝑡
1 𝜕𝑇 𝜕𝑇
2−4+2= → =0
𝛼 𝜕𝑡 𝜕𝑡
Ou seja, para este dado instante, a temperatura não depende do
tempo em qualquer lugar do meio

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Exercícios
Nota:
Uma vez que não se conhece as condições iniciais e de contorno,
não é possível determinar a distribuição de temperatura em qualquer
tempo futuro. Portanto só é possível determinar que, para este
específico instante de tempo, a temperatura não mudará.

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Exercícios
2. (2.40) Condução bidimensional, em regime estacionário, ocorre em um sólido cilíndrico
oco de condutividade térmica k=16 W/mK, raio externo re=1 m e comprimento total
2ze=5 m, onde a origem do sistema de coordenadas encontra-se localizada no meio da
linha central. A superfície interna do cilindro é isolada termicamente e a distribuição de
temperaturas no cilindro tem a forma 𝑇 𝑟, 𝑧 = 𝑎 + 𝑏𝑟 2 + 𝑐 ln 𝑟 + 𝑑𝑧 2 , na qual a=20
°C, b=150 °C/m2, c=-12 °C, d=-300 °C/m2 e r e z estão em metros.
a) Determine o raio interno ri do cilindro.
𝑊
b) Obtenha uma expressão para a taxa volumétrica de geração de calor, q′′′(𝑚3)
c) Determine a distribuição axial dos fluxos térmicos na superfície externa, 𝑞"𝑟 (𝑟𝑒 , 𝑧).
Qual é a taxa de transferência de calor na superfície externa? Ela ocorre para dentro ou
para fora do cilindro?
d) Determine a distribuição radial dos fluxos térmicos nas faces extremas do cilindro,
𝑞"𝑧 (𝑟, 𝑧𝑜 ) e 𝑞"𝑧 (𝑟, −𝑧𝑜 ).Quais são as taxas de transferência de calor correspondentes?
Elas ocorrem para dentro ou para fora do cilindro?
e) Verifique que os seus resultados são consistentes com um balanço de energia global no
cilindro.

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Exercícios
Solução:
Dados:
T(r,z) em um cilindro oco em estado estacionário com geração
volumétrica de calor
Pede-se:
a) O raio interno do cilindro (ri)
b) A expressão para a geração de calor volumétrica 𝑞′′′
c) A distribuição axial do fluxo de calor 𝑞"𝑟 (𝑟𝑒 , 𝑧) e a taxa de
transferência de calor na superfície externa e seu sentido.
d) A distribuição do fluxo de calor nas faces do cilindro 𝑞"𝑧 (𝑟, 𝑧𝑜 )
e 𝑞"𝑧 𝑟, −𝑧𝑜 e as respectivas taxas de transferência de calor
e seus sentidos.
e) Verificar se o balanço de energia global satisfaz as condições.

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Exercícios
Solução:
Esquema:

Considerações:
• Estado estacionário
• Condução bidimensional
• Propriedades constantes
• Geração volumétrica de calor

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Exercícios
Solução:
a) Como a parede interna é isolada (adiabática), então 𝑞"𝑟 𝑟𝑖 , 𝑧 = 0,
portanto o gradiente de temperatura na direção radial deve ser
zero:
1/2 1/2
𝜕𝑇 𝑐 𝑐 −12
ቤ = 0 + 2𝑏𝑟𝑖 + + 0 = 0 → 𝑟𝑖 = − = − = 0,2 𝑚
𝜕𝑟 𝑟 𝑟𝑖 2𝑏 2.150
𝑖

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Exercícios
Solução:
b) Para determinar a expressão da geração de calor volumétrico,
substitui-se a função da distribuição de temperaturas na equação
do calor apropriada:

1𝜕 𝜕𝑇 𝜕 𝜕𝑇 𝑞′′′
𝑟 + + =0
𝑟 𝜕𝑟 𝜕𝑟 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝑘
1 𝜕 𝑐 𝜕 𝑞′′′
𝑟 0 + 2𝑏𝑟 + + 0 + 0 + 0 + 0 + 2𝑑𝑧 + =0
𝑟 𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝑧 𝑘
1 𝑞′′′
4𝑏𝑟 + 0 + 2𝑑 + =0
𝑟 𝑘
𝑞′′′ = 𝑘 −4𝑏 − 2𝑑 → 𝑞′′′ = 16 −4.150 − 2 −300 = 0 𝑊/𝑚3

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Exercícios
Solução:
c) O fluxo de calor e a taxa de transferência de calor na superfície
externa r = re podem ser calculadas pela lei de Fourier:
𝜕𝑇 𝑐 12
𝑞"𝑟 𝑟𝑒 , 𝑧 = −𝑘 ቤ = −𝑘 0 + 2𝑏𝑟 + + 0 = −16 2.150.1 −
𝜕𝑟 𝑟 𝑟 𝑟𝑒 1
𝑒
𝑞"𝑟 𝑟𝑒 , 𝑧 == −4608 𝑊/𝑚2

𝑞ሶ 𝑟 𝑟𝑒 = 𝐴𝑟 𝑞"𝑟 𝑟𝑒 , 𝑧 𝑜𝑛𝑑𝑒𝐴𝑟 = 2. 𝜋. 𝑟𝑒 . 2. 𝑧0

𝑞ሶ 𝑟 𝑟𝑒 = 2. 𝜋. 1.2.2,5. −4608 = −144764,59 𝑊


O sinal negativo tanto do fluxo quanto da taxa indicam que seus
sentidos são opostos à direção do raio e, portanto estão entrando no
cilindro.

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Exercícios
Solução:
d) O fluxo de calor e a taxa de transferência de calor nas faces do
cilindro z = z0 e z = -z0, podem ser calculadas pela lei de Fourier:
𝜕𝑇
𝑞"𝑧 𝑟, 𝑧0 = −𝑘 ቤ = −𝑘 0 + 0 + 0 + 2𝑑𝑧 𝑧0 = −16 2. −300.2,5
𝜕𝑧 𝑧
0
𝑞"𝑧 𝑟, 𝑧0 = 24000 𝑊/𝑚2

𝑞ሶ 𝑧 𝑧0 = 𝐴𝑧 𝑞"𝑧 𝑟, 𝑧0 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝐴𝑧 = 𝜋. 𝑟𝑒2 − 𝑟𝑖2

𝑞ሶ 𝑧 𝑧0 = 𝜋 12 − 0,22 . 24000 = 72382,29 𝑊


O sinal positivo tanto do fluxo quanto da taxa indicam que seus
sentidos são na direção positiva de z e, portanto estão saindo no
cilindro.

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Exercícios
Solução:
d) O fluxo de calor e a taxa de transferência de calor nas faces do
cilindro z = z0 e z = -z0, podem ser calculadas pela lei de Fourier:
𝜕𝑇
𝑞"𝑧 𝑟, −𝑧0 = −𝑘 ቤ = −𝑘 0 + 0 + 0 + 2𝑑𝑧 −𝑧0 = −16 2. −300. −2,5
𝜕𝑧 −𝑧
0
𝑞"𝑧 𝑟, −𝑧0 = −24000 𝑊/𝑚2

𝑞ሶ 𝑧 −𝑧0 = 𝐴𝑧 𝑞"𝑧 𝑟, −𝑧0

𝑞ሶ 𝑧 −𝑧0 = 𝜋 12 − 0,22 . −24000 = −72382,29 𝑊


O sinal negativo tanto do fluxo quanto da taxa indicam que seus
sentidos são na direção negativa de z e, portanto estão saindo no
cilindro.

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Exercícios
Solução:
e) Para verificar se o balanço de energia global satisfaz as
condições, toma-se o balanço energético global:

𝐸ሶ 𝑒𝑛𝑡 − 𝐸ሶ 𝑠𝑎𝑖 + 𝐸ሶ𝑔 = 0


144765 − 72382 + 72382 + 0 = 0

Demonstrando que o balanço energético total é satisfeito.

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Exercícios

3. (2.29) A distribuição de temperaturas em regime estacionário em


uma parede unidimensional com condutividade térmica k e
espessura L tem a forma 𝑇 𝑥 = 𝑎𝑥 3 + 𝑏𝑥 2 + 𝑐𝑥 + 𝑑 .
Desenvolva expressões para a taxa de geração de calor por
unidade de volume na parede e para os fluxos térmicos em suas
duas superfícies (x=0,L)

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Exercícios
Solução:
Dados:
T(x) em uma parede
Condutividade do material da parede = k
Pede-se:
a) Expressões para a taxa de geração de calor na
parede - 𝑞′′′
b) Expressões para o fluxo de calor nas duas faces (x=0
e x=L) - 𝑞"(0) 𝑒 𝑞"(𝐿)

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Exercícios
Solução:
Considerações:
• Estado estacionário
• Condução unidimensional
• Propriedades constantes
• Geração volumétrica de calor

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Exercícios
Solução:
a) A forma apropriada da equação do calor para as condições é:

𝜕 2 𝑇 𝑞′′′ 𝜕2𝑇
2
+ = 0 → 𝑞′′′ = −𝑘 2
𝜕𝑥 𝑘 𝜕𝑥

Portanto a expressão para a taxa de geração de calor na parede


será:
𝑑 𝑑𝑇 𝑑
𝑞′′′ = −𝑘 = −𝑘 3𝑎𝑥 2 + 2𝑏𝑥 + 𝑐 + 0
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑞′′′ = −𝑘 6𝑎𝑥 + 2𝑏

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Exercícios
Solução:
b) O fluxo de calor na parede pode ser encontrado por meio da
aplicação da lei de Fourier:

𝑑𝑇
𝑞"𝑥 = −𝑘 = −𝑘 3𝑎𝑥 2 + 2𝑏𝑥 + 𝑐
𝑑𝑥

Para x = 0:
𝑞"(0) = −𝑘 3𝑎02 + 2𝑏0 + 𝑐 = −𝑘𝑐

Para x = L:
𝑞"(𝐿) = −𝑘 3𝑎𝐿2 + 2𝑏𝐿 + 𝑐

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Exercícios
Nota:
Fazendo-se o balanço energético para a parede, tem-se
ሶ 𝑒𝑛𝑡 − 𝐸"
𝐸" ሶ 𝑠𝑎𝑖 + 𝐸"
ሶ 𝑔=0
𝑞"𝑥 0 − 𝑞"𝑥 𝐿 + 𝐸" ሶ 𝑔=0
ሶ 𝑔 = 𝑞"𝑥 𝐿 − 𝑞"𝑥 0 = −𝑘 3𝑎𝐿2 + 2𝑏𝐿 + 𝑐 − −𝑘 3𝑎02 + 2𝑏0 + 𝑐
𝐸"
𝐸"ሶ 𝑔 = −3𝑎𝑘𝐿2 − 2𝑏𝑘𝐿

Integrando para a taxa de geração de calor volumétrico, pode-se


encontrar o fluxo de geração de calor:
𝐿 𝐿
ሶ 𝑔 = න 𝑞′′′ 𝑥 𝑑𝑥 = න −𝑘 6𝑎𝑥 + 2𝑏 𝑑𝑥 = −𝑘 3𝑎𝑥 2 + 2𝑏𝑥
𝐸" 𝐿
0
0 0
ሶ 𝑔 = −3𝑎𝑘𝐿2 − 2𝑏𝑘𝐿
𝐸"

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Exercícios
2. (2.26) Condução unidimensional, em regime estacionário, com geração de energia interna
uniforme em uma parede plana com espessura de 50 mm e uma condutividade térmica
constante igual a 5 W/mK. Nessas condições, a distribuição de temperaturas tem a forma
𝑇 𝑥 = 𝑎 + 𝑏𝑥 + 𝑐𝑥 2 . A superfície em x=0 está a uma temperatura T(0)=120 °C. Nessa
superfície há convecção com um fluido a Tꝏ=20 ° com h=500 W/m2K. A superfície em x=L é
isolada termicamente.
a) Utilizando um balanço de energia na parede, calcule a taxa de geração interna de energia.
b) Determine os coeficientes a, b e c aplicando as condições de contorno na distribuição de
temperaturas especificadas. Use os resultados para calcular e representar graficamente a
distribuição de temperaturas.
c) Considere condições nas quais o coeficiente de transferência de calor por convecção seja
dividido por dois, com taxa de geração interna de energia permanecendo inalterada.
Determine os novos valores de a, b e c e use os resultados para representar graficamente a
distribuição de temperaturas. Note que T(0) não é mais 120 °C.
d) Sob condições nas quais a geração interna de energia é dobrada e o coeficiente de
convecção permanece igual ao inicial, determine os novos valores de a, b e c e represente
graficamente a distribuição de temperaturas correspondente.
e) Faça uma comparação dos resultados e das interferência de h e 𝑞ሶ nas distribuições.

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Solução:
Dados:
𝑇 𝑥 = 𝑎 + 𝑏𝑥 + 𝑐𝑥 2 em uma parede plana
L = 50 mm
k = 5 W/mK
T(0) = 120 °C
Há convecção:
Tꝏ=20 °C
h=500 W/m2K
T(L) = isolada
Pede-se:
a) 𝑞′′′
b) a, b e c
c) a, b e c para h’ = h/2
d) a, b e c para q′′′ 1 = 2. q′′′

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Exercícios
Solução:
Esquema

Considerações:
• Estado estacionário
• Condução unidimensional
• Propriedades constantes
• Geração de energia interna uniforme
• Em x = L a superfície é isolada

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Solução:
a) O balanço de energia total é:
ሶ 𝑒𝑛𝑡 − 𝐸"
𝐸" ሶ 𝑠𝑎𝑖 + 𝐸"
ሶ 𝑔=0
𝑞"𝑐𝑜𝑛𝑣 − 0 + 𝑞′′′𝐿 = 0
ℎ 𝑇∞ − 𝑇0 + 𝑞′′′𝐿 = 0
ℎ 𝑇∞ − 𝑇0 −500 20 − 120
𝑞′′′ = − = = 1. 106 𝑊/𝑚3
𝐿 0,05

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Exercícios
Solução:
b) Os coeficientes podem ser obtidos aplicando-se as condições de
contorno conforme casos da tabela apresentada em teoria e o
balanço de energia na fronteira:
Para x = 0 (processo de convecção)
ሶ 𝑒𝑛𝑡 − 𝐸"
𝐸" ሶ 𝑠𝑎𝑖 → 𝑞"𝑐𝑜𝑛𝑣 − 𝑞"𝑥 0 = 0
ℎ 𝑇∞ − 𝑇0 − −𝑘 𝑏 + 2𝑐𝑥 𝑥=0 = 0
ℎ 𝑇∞ − 𝑇0 500 20 − 120
𝑏=− =− = 1. 104 𝐾/𝑚
𝑘 5
Para x = L (superfície adiabática/isolada)
𝐸"ሶ 𝑒𝑛𝑡 − 𝐸"ሶ 𝑠𝑎𝑖 → 𝑞"𝑥 𝐿 = 0
−𝑘 𝑏 + 2𝑐𝑥 𝑥=𝐿 = 0
𝑏 1. 104
𝑐=− =− = −1. 105 𝐾/𝑚2
2𝐿 2.0,05
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Solução:
b) Os coeficientes podem ser obtidos aplicando-se as condições de
contorno conforme casos da tabela apresentada em teoria e o
balanço de energia na fronteira:
Como a temperatura na face em x=0 é conhecida, pode-se encontrar
a constante a:

𝑇 0 = 120 = 𝑎 + 𝑏. 0 + 𝑐. 02 → 𝑎 = 120 °𝐶

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Exercícios
Solução:
c) Usa-se o mesmo método para obtenção das constantes para o
novo valor de h = 250 W/m2K. Primeiramente calcula-se a
constante “a” para determinar a temperatura T(0). Usando-se o
balanço de energia total como o item a:
ℎ 𝑇∞ − 𝑇0 + 𝑞′′′𝐿 = 0
𝑞′′′𝐿 1. 106 . 0,05
𝑇0 = + 𝑇∞ = + 20 = 220 °𝐶
ℎ 250
𝑇 0 = 𝑎 = 220 °𝐶

ℎ 𝑇∞ − 𝑇0 250 20 − 220
𝑏=− =− = 1. 104 𝐾/𝑚
𝑘 5
𝑏 1. 104
𝑐=− =− = −1. 105 𝐾/𝑚2
2𝐿 2.0,05
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Solução:
c) Mesma condição de resolução para 𝑞 ′′′ = 2. 106 𝑊/𝑚3

ℎ 𝑇∞ − 𝑇0 + 𝑞′′′𝐿 = 0
𝑞′′′𝐿 2. 106 . 0,05
𝑇0 = + 𝑇∞ = + 20 = 220 °𝐶
ℎ 500

𝑇 0 = 𝑎 = 220 °𝐶

ℎ 𝑇∞ − 𝑇0 500 20 − 220
𝑏=− =− = 2. 104 𝐾/𝑚
𝑘 5

𝑏 2. 104
𝑐=− =− = −2. 105 𝐾/𝑚2
2𝐿 2.0,05

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Exercícios
800,00

700,00

600,00
Temperatura (°C)

500,00

400,00

300,00

200,00 T(a)
T(b)
100,00
T(c)
0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50
Distância x (mm)

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