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Bacharelado em Engenharia Mecânica

Transferência de calor e massa – TCAE6

Condução unidimensional em regime


estacionário
Geração de energia interna – Sistemas radiais
Transferência de calor em superfícies
estendidas

Prof. Angelo Reami Filho

Profº Angelo Reami Filho


Bacharelado em Engenharia Mecânica
Transferência de calor e massa – TCAE6

Objetivos
• Exercícios com geração de calor interna

• Definir a distribuição de temperaturas em superfícies cilíndricas


com geração de calor interna

• Estabelecer as condições de contorno apropriadas para a


solução da equação diferencial

• Definir o que são superfícies estendidas

• Entender a finalidade do uso de superfícies estendidas

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Transferência de calor e massa – TCAE6

Exercício
Exemplo: Uma parede plana é composta por duas camadas de
materiais (A e B). Na parede de material A há geração de calor
uniforme q′′′ = 1,5. 106 𝑊/𝑚3 , 𝑘𝐴 = 75 𝑊/𝑚𝐾 e a espessura é LA =
50 mm. A parede de material B não apresenta geração de calor, 𝑘𝐵 =
150 𝑊/𝑚𝐾 e a espessura é LB = 20 mm. A superfície interna do
material A está perfeitamente isolada, enquanto a superfície externa
do material B é resfriada por uma corrente de água com Tꝏ = 30 °C e
h = 1000 W/m2K.
1. Esboce a distribuição de temperaturas que existe na parede
composta em condições de regime estacionário.
2. Determine a temperatura T0 da superfície isolada e a temperatura
T2 da superfície resfriada.

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Exercício
Solução
Dados:
Parede plana com dois materiais.
Material A:
Geração interna de calor q′′′ = 1,5. 106 𝑊/𝑚3 , 𝑘𝐴 = 75 𝑊/𝑚𝐾 e LA = 50
mm, isolada em um dos lados
Material B:
Encostada do lado esquerdo em A, sem geração de calor, 𝑘𝐵 = 150 𝑊/𝑚𝐾
e a espessura é LB = 20 mm e é resfriada por água no lado direito
Água em contato com B, Tꝏ = 30 °C e h = 1000 W/m2K.
Pede-se
1. Esboço da distribuição de temperaturas em regime estacionário
2. As temperaturas T0 e T2.

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Exercício
Solução
Esquema:

Considerações:
1. Condições em estado estacionário
2. Transferência de calor unidimensional na direção x
3. Resistência térmica de contato entre as paredes desprezível
4. Superfície interna de A adiabática
5. Propriedades constantes dos materiais A e B

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Exercício
Solução
1. Analisando as condições físicas especificadas, é possível determinar que
a distribuição de temperaturas na parede composta possui as seguintes
características:
a) Parabólica no material A
b) Inclinação nula no contorno isolado
c) Linear no material B
d) Mudança de inclinação = kB/kA = 2 na interface
A distribuição de temperatura na água é caracterizada por
e) Grande gradiente próximo à superfície

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Exercício
Solução

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Exercício
Solução
2. A temperatura da superfície externa T2 pode ser obtida por meio
do balanço energético em um volume de controle ao redor do
material B. Como não há geração de energia térmica nesse
material, tem-se que, em condições de regime estacionário e para
um área superficial unitária, o fluxo térmico que entra em x = LA
deve ser igual ao fluxo térmico que sai, por convecção em x = LA +
LB. Portanto:

𝑞" = ℎ 𝑇2 − 𝑇∞

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Exercício
Solução
O fluxo térmico q” pode ser determinado pela execução de um
segundo balanço de energia em um volume de controle envolvendo o
material A. Em particular, uma vez que a superfície x = 0 é adiabática,
não há entrada de energia e a taxa na qual a energia é gerada deve
ser igual à taxa que deixa o material. Desta forma, para uma área
superficial unitária:

𝑞′′′𝐿𝐴 = 𝑞"

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Exercício
Solução
Igualando as duas equações, a temperatura da superfície externa é:

𝑞′′′𝐿𝐴
𝑇2 = 𝑇∞ +

1,5. 106 . 0,05
𝑇2 = 30 + = 105 °𝐶
1000

Conforme já deduzido, a temperatura em uma superfície isolada é:

𝑞′′′𝐿2
𝑇0 = + 𝑇1
2𝑘

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Exercício
Solução
T1 pode ser obtida a partir do seguinte circuito térmico:

𝑇1 = 𝑇∞ + 𝑅"𝑐𝑜𝑛𝑑,𝐵 + 𝑅"𝑐𝑜𝑛𝑣,𝐵 𝑞"

Onde as resistências para uma área superficial unitária são:

𝐿𝐵 1
𝑅"𝑐𝑜𝑛𝑑,𝐵 = 𝑒 𝑅"𝑐𝑜𝑛𝑣,𝐵 =
𝑘𝐵 ℎ

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Exercício
Solução
Assim:
0,02 1
𝑇1 = 30 + + 1,5. 106 . 0,05
150 1000
𝑇1 = 30 + 85 = 115 °𝐶

Agora é possível calcular a temperatura na superfície x = 0:

1,5. 106 . 0,052


𝑇0 = + 115
2.75
𝑇0 = 25 + 115 = 140 °C

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Exercício
Comentários:
1. O material A, onde há geração de calor, não pode ser
representado por um elemento de circuito térmico.
2. Como a resistência à transferência de calor por convecção é
significativamente maior do que aquela devido à condução no
material B, R”conv/R”cond=7,5, a diferença de temperaturas entre a
superfície e o fluido é muito maior do que a queda de
temperatura ao longo do material B, (T2-Tꝏ)/(T1-T2)=7,5. Esse
resultado é consistente com a distribuição de temperaturas
esboçada na parte 1

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Exercício
Comentários:
3. As temperaturas das superfícies e da interface (T0, T1 e T2)
dependem da taxa de geração q′′′, das condutividades térmicas kA
e kB e do coeficiente convectivo h. Cada material terá uma
temperatura operacional máxima permissível, que não deve ser
ultrapassada se a fadiga térmica do sistema deve ser evitada.
Explorando o efeito de um desses parâmetros calculando e
representando graficamente distribuições de temperaturas para
valores de h = 200 e 1000 W/m2k, que podem ser considerados
representativos para um resfriamento com ar e com um líquido,
respectivamente

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Exercício
Comentários:

Para h = 200 W/m2K há um aumento significativo na temperatura ao longo de todo


o sistema e, dependendo da seleção dos materiais, a fadiga térmica poderia ser um
problema. Note a leve descontinuidade no gradiente de temperatura em x = 50
mm. Isso ocorre porque admitiu-se a resistência de contato neste local como
desprezível.

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Condução com geração de energia interna


Considera-se agora um cilindro sólido longo que pode representar um
fio condutor de corrente elétrica ou um elemento combustível em um
reator nuclear.

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Condução com geração de energia interna


Em regime estacionário, a taxa de geração de calor no interior do
cilindro deve ser igual à taxa de transferência de calor por convecção
na superfície do cilindro para um fluido em movimento. Nessa
condição a temperatura Ts tem valor fixo.

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Condução com geração de energia interna


Utiliza-se para equacionar a distribuição de temperaturas nos interior
do cilindro a forma apropriada da equação do calor, considerando que
o calor é transferido apenas no sentido do raio:
1𝑑 𝑑𝑇 𝑞′′′
𝑟 + =0
𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝑟 𝑘
Realizando a separação de variáveis e supondo geração de calor
uniforme, pode-se integrar a equação do calor obtendo-se:

𝑑𝑇 𝑞′′′ 2
𝑟 =− 𝑟 + 𝐶1
𝑑𝑟 2𝑘

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Condução com geração de energia interna


Realizando nova integração, a solução geral para a distribuição de
temperaturas se torna:

𝑞′′′ 2
𝑇 𝑟 =− 𝑟 + 𝐶1 ln 𝑟 + 𝐶2
4𝑘
Para calcular as constantes de integração, utiliza-se as condições de
contorno:

𝑑𝑇
቟ =0 𝑒 𝑇 𝑟0 = 𝑇𝑠
𝑑𝑟 𝑟=𝑜

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A primeira condição é dada pela simetria, ou seja, a linha de centro
do cilindro é uma linha de simetria para a distribuição de temperatura
e, desta forma, analogamente ao que foi visto no centro em paredes
planas, o gradiente de temperatura nessa posição deve ser zero. Com
esta informação conclui-se que:

𝐶1 = 0

Para a condição de superfície r = r0, obtém-se:

𝑞′′′ 2
𝐶2 = 𝑇𝑠 + 𝑟0
4𝑘

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E, finalmente, substituindo as duas constantes, chega-se à equação da
distribuição de temperaturas:

𝑞′′′𝑟02 𝑟2
𝑇 𝑟 = 1 − 2 + 𝑇𝑠
4𝑘 𝑟0

Avaliando a equação na linha de centro e dividindo-se pela própria


equação, obtém-se a distribuição de temperatura na forma
adimensional,
𝑇 𝑟 − 𝑇𝑠 𝑟2
=1− 2
𝑇0 − 𝑇𝑠 𝑟0

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Condução com geração de energia interna


Em que T0 é a temperatura na linha de centro. E, da mesma forma
como na parede plana, a taxa de transferência de calor em qualquer
valor do raio pode ser obtida pela lei de Fourier usando a distribuição
de temperaturas

𝑞′′′𝑟02 𝑟2
T(𝑟) = 1 − 2 + 𝑇𝑠
4𝑘 𝑟0

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Condução com geração de energia interna


Para fazer a relação da temperatura da superfície com a temperatura
do fluido frio, Tꝏ, um balanço de energia na superfície ou balanço de
energia global pode ser usado. Adotando o segundo procedimento,
obtém-se:
𝑞′′′ 𝜋𝑟02 𝐿 = ℎ 2𝜋𝑟0 𝐿 𝑇𝑠 − 𝑇∞
ou

𝑞′′′𝑟0
𝑇𝑠 = 𝑇∞ +
2ℎ

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Exercício
Exemplo: Considera-se um tubo sólido, isolado no raio externo r2 e resfriado no
raio interno r1, com geração uniforme de calor 𝑞′′′ 𝑊/𝑚3 no interior do sólido.
Pede-se:
1. A solução geral para a distribuição de temperaturas no tubo.
2. Em um aplicação prática, um limite seria fixado para a temperatura máxima
permitida na superfície isolada (r=r2). Especificando esse limite como Ts2, quais
são as condições de contorno apropriadas usadas para determinar as
constantes de integração da solução geral? Determinar essas constantes e a
forma correspondente da distribuição de temperaturas.
3. Determinar a taxa de retirada de calor por unidade de comprimento do tubo.
4. Se o fluido estiver disponível a uma temperatura Tꝏ, obter uma expressão para
o coeficiente de convecção que deveria ser mantido na superfície interna para
permitir a operação nas condições especificadas de Ts2 e 𝑞′′′ .

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Exercício
Solução
Dados:
Tubo sólido com geração de calor uniforme isolado externamente e
resfriado internamente.
Pede-se
1. Solução geral para a distribuição de temperaturas T(r)
2. Condições de contorno apropriadas e a forma correspondente da
distribuição de temperaturas
3. Taxa de remoção de calor para uma temperatura máxima
especificada
4. Formulação para o coeficiente de convecção necessário na
superfície interna.
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Exercício
Solução
Esquema:

Considerações:
1. Condições em estado estacionário
2. Transferência de calor unidimensional na direção radial
3. Propriedades constantes
4. Geração de calor volumétrica uniforme
5. Superfície externa adiabática

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Exercício
Solução
1. Para determinar T(r), a forma apropriada da equação do calor
deve ser resolvida. Para as condições especificadas, essa
expressão se reduz à
1𝑑 𝑑𝑇 𝑞′′′
𝑟 + =0
𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝑟 𝑘

E a solução geral é, portanto:


𝑞′′′ 2
𝑇 𝑟 =− 𝑟 + 𝐶1 ln 𝑟 + 𝐶2
4𝑘

Portanto essa solução é válida tanto para tubos quanto para cilindro
sólido.
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Exercício
Solução
2. Duas condições de contorno são necessárias para a solução de C1
e C2 e, no problema apresentado é apropriado especificá-las em
termos de r2. Usando o limite de temperatura especificado:
𝑇(𝑟2 ) = 𝑇𝑠2
Aplicando-se a equação de Fourier na superfície externa adiabática:

𝑑𝑇
ቤ =0
𝑑𝑟 𝑟
2

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Exercício
Solução
Aplicando essa condição na equação geral:

𝑞′′′ 2
𝑇𝑠2 = − 𝑟 + 𝐶1 ln 𝑟2 + 𝐶2
4𝑘 2

𝑑𝑇 𝑑𝑇 𝑞′′′ 2
Como ቚ = 0e𝑟 = − 𝑟 + 𝐶1 , resulta que:
𝑑𝑟 𝑟2 𝑑𝑟 2𝑘

𝑞′′′ 2
0=− 𝑟 + 𝐶1
2𝑘 2

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Exercício
Solução
𝑞′′′ 2
Portanto C1 é: 𝐶1 = 𝑟2
2𝑘

𝑞′′′ 2 𝑞′′′ 2
E C2 é: 𝐶2 = 𝑇𝑠2 + 𝑟 − 𝑟 ln 𝑟2
4𝑘 2 2𝑘 2

Obtendo a equação da distribuição de temperaturas:

𝑞′′′ 2 2
𝑞′′′ 2 𝑟2
T(r) = 𝑇𝑠2 + 𝑟2 − 𝑟 − 𝑟2 ln
4𝑘 2𝑘 𝑟

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Exercício
Solução
3. A taxa de remoção de calor pode ser determinada pela obtenção
da taxa condutiva em r1 ou pela avaliação da taxa de geração total
no tubo. Pela lei de Fourier, tem-se:

𝑑𝑇
𝑞ሶ 𝑟 = −2𝑘𝜋𝑟
𝑑𝑟
Como se conhece a distribuição de temperaturas, fazendo-se para r1:

𝑞 ′′′ 𝑞 ′′′ 𝑟22


𝑞ሶ 𝑟 𝑟1 = −2𝑘𝜋𝑟1 − 𝑟1 + = −𝜋𝑞′′′ 𝑟22 − 𝑟12
2𝑘 2𝑘 𝑟1

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Exercício
Solução
Alternativamente, como o tubo está isolado em r2, a taxa de calor
gerado no tubo deve ser igual à taxa de remoção em r1. Para um
volume de controle ao redor do tubo, a conservação de energia,
impõe que 𝐸ሶ𝑔 − 𝐸ሶ 𝑠𝑎𝑖 = 0, onde
𝐸ሶ𝑔 = 𝑞′′′𝜋 𝑟22 − 𝑟12 𝐿 𝑒 𝐸ሶ 𝑠𝑎𝑖 = 𝑞 ′ 𝑐𝑜𝑛𝑑 𝐿 = −𝑞′𝑟 𝑟1 𝐿
Assim:

𝑞′𝑟 𝑟1 = −𝑞′′′𝜋 𝑟22 − 𝑟12

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Exercício
Solução
4. Usando a exigência da conservação de energia na superfície
interna: 𝑞′𝑐𝑜𝑛𝑑 = 𝑞′𝑐𝑜𝑛𝑣
Ou
𝜋𝑞′′′ 𝑟22 − 𝑟12 = ℎ2𝜋𝑟1 𝑇𝑠1 − 𝑇∞

Isolando h: 𝑞′′′ 𝑟22 − 𝑟12


ℎ=
2𝑟1 𝑇𝑠1 − 𝑇∞
Lembrando que TS1 pode ser encontrado com a equação T(r) = 𝑇𝑠2 +
𝑞′′′ 𝑞′′′ 2 𝑟
𝑟22 − 𝑟 2 − 𝑟2 ln 2 da distribuição de temperaturas avaliada
4𝑘 2𝑘 𝑟
em r=r1.

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Exercício
Comentários:
1. Percebe-se que, no item 3, após a aplicação da lei de Fourier o
sinal de q’r(r1) foi determinado como negativo implicando que a
transferência de calor é na direção negativa de r. Porém, ao aplicar
o balanço de energia, reconhece-se que a transferência foi para
fora da parede. Assim foram representados 𝑞′𝑐𝑜𝑛𝑑 = −𝑞′ 𝑟 𝑟1 e
𝑞′ 𝑐𝑜𝑛𝑣 = ℎ2𝜋𝑟1 𝑇𝑠1 − 𝑇∞ e não h2𝜋𝑟1 𝑇∞ − 𝑇𝑠1

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Exercício
Comentários:
2. Resultados da análise anterior podem ser usados para determinar
o coeficiente convectivo necessário para manter a temperatura
máxima no tubo Ts2, abaixo de um valor especificado.
Considerando um tubo com condutividade térmica k = 5 W/mK e
raios r1 = 20 mm e r2 = 25 mm, com temperatura máxima
permitida de Ts2 = 350 °C. No tubo há geração a uma taxa de q′′′ =
5. 106 𝑊/𝑚3 e o fluido refrigerante está a uma temperatura de
Tꝏ = 80 °C. Obtendo T(r1) = Ts1 da equação
𝑞′′′ 2 2
𝑞′′′ 2 𝑟2
𝑇 𝑟1 = 𝑇𝑠1 = 𝑇𝑠2 + 𝑟2 − 𝑟 − 𝑟2 ln
4𝑘 2𝑘 𝑟

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Exercício
Comentários:
5. 106 5 2
5. 106 5
0,025
𝑇 𝑟1 = 𝑇𝑠1 = 350 + 0,025 − 0,020 − 0,025 ln
4.5 2.5 0,020
𝑇 𝑟1 = 𝑇𝑠1 = 336,51 °𝐶

Calculando h:
𝑞′′′ 𝑟22 − 𝑟12 5. 106 0,0252 − 0,0202
ℎ= = = 109,64 𝑊/𝑚2 𝐾
2𝑟1 𝑇𝑠1 − 𝑇∞ 2.0,020. 336,5 − 80

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Exercício
Comentários:
Usando os recursos de programação é possível fazer um estudo de
sensibilidade paramétrica para determinar os efeitos do coeficiente
convectivo e da taxa de geração na temperatura máxima no tubo. A
seguir são representados resultados da temperatura máxima como
uma função de h para três valores de 𝑞′′′:

Assim é possível, para cada taxa


de geração, estabelecer o valor
mínimo de h necessário para
manter Ts2 ≤ 350 °C por meio da
figura.

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Alerta
É importante alertar que, quando há efeitos de geração de calor, a
taxa de transferência de calor não é constante e independente da
coordenada espacial. Como consequência, é incorreto usar os
conceitos de resistências condutivas e as equações a elas relacionadas
para a taxa de transferência de calor que foram vistas anteriormente!

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Transferência de calor em superfícies estendidas


Este termo é usado para descrever um caso especial em que a direção
da transferência de calor nas fronteiras é perpendicular à direção
principal da transferência de calor no interior do sólido.

Como exemplo toma-se um suporte que une duas paredes a


diferentes temperaturas sobre o qual há um escoamento cruzado de
um fluido.

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Transferência de calor em superfícies estendidas


Com T1> T2, gradientes de temperatura na direção x mantém a
transferência de calor por condução no suporte. Contudo, com T1>
T2> Tꝏ, há ao mesmo tempo transferência de calor por convecção
para o fluido, causando a diminuição, com o aumento de x, de qx e,
consequentemente, do gradiente de temperatura (dT/dx).

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Transferência de calor em superfícies estendidas


A aplicação mais comum para este tipo de efeito combinado é aquela
na qual a superfície estendida é usada para aumentar a taxa de
transferência de calor entre um sólido e um fluido adjacente. Essa
superfície é chamada de aleta.

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Transferência de calor em superfícies estendidas


Na parede da figura (a), se Ts é fixa, há duas formas nas quais a taxa
de transferência de calor pode ser aumentada:
1. Aumentar o coeficiente convectivo h pelo aumento da velocidade
do fluido
2. Reduzir a temperatura do fluido.
Nem sempre isso é possível devido, especialmente, por questões de
custos e/ou técnicas.

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Transferência de calor em superfícies estendidas


A figura (b), entretanto, mostra uma terceira possibilidade:
3. Aumentar a área da superfície através da qual a convecção ocorre
por meio de aletas.
A condutividade térmica do material da aleta pode ter grande efeito
na distribuição de temperaturas ao longo da mesma e,
consequentemente, influencia o nível de melhora da taxa de
transferência de calor.

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Transferência de calor em superfícies estendidas


Tecnicamente, a condutividade deve ser elevada para minimizar
variações de temperatura desde a base até a sua extremidade. No
limite, ou seja, com condutividade infinita, toda a aleta estaria à
mesma temperatura fornecendo o máximo possível de transferência
de calor para o fluido

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Transferência de calor em superfícies estendidas


É possível encontrar diversas aplicações para as aletas. As figuras
mostram tubos aletados usados em sistemas de ar condicionado.

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Transferência de calor em superfícies estendidas


Há diversas configurações para o formato das aletas conforme mostra
a figura. Aletas planas que são quaisquer superfícies estendidas fixas
em uma parede plana, podendo ter seção transversal uniforme (figura
(a)) ou variável com a distância longitudinal “x” (figura (b) e (d)).
As aletas anulares são fixadas circunferencialmente a um cilindro e
sua secção varia com o raio (figura (c))

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Transferência de calor em superfícies estendidas


As aletas cujas seções transversais são regulares têm suas áreas
expressas por:
• w x t (largura vezes a espessura) para as aletas retangulares
• 2πr para as aletas anulares.
Já as aletas piniformes (forma de pino) têm seção transversal circular
e podem ser uniformes ou não.

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Transferência de calor em superfícies estendidas


A escolha da forma e configuração das aletas pode depender de
considerações como:
• Espaço
• Peso
• Fabricação
• Custo

De forma mais técnica também é considerado como as aletas


reduzem o coeficiente convectivo na superfície e aumentam a queda
de pressão associada ao escoamento sobre as mesmas.

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OBRIGADO!

Profº Angelo Reami Filho Modos de transferência de calor

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