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TRANSFERÊNCIA

DE CALOR
Engenharia Química

Docente: Engº JOSÉ NZAMBA QUIOMBO


Email: josenzambaa@outlook.com
Contacto: 923373143/ 919433685
MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR

CONTEÚDO

• INTRODUÇÃO

• CONDUÇÃO

• CONVECÇÃO

• RADIAÇÃO
OBJETIVOS

1. Identificar os mecanismos de transferência de calor.


2.Identificar seus modelos físico-matemáticos para suas
aplicações tanto em regime estacionário como não estacionário.
3.Calcular as perdas de calor e o calor transferido em qualquer
sistema, usando os modelos físico-matemáticos, técnicas de
balanço e os métodos matemáticos ou gráficos apropriados.
4.Seleccionar sistemas de isolamento e realizar o cálculo de
espessuras de isolantes.
5.Determinar a espessura óptima de isolantes, baseando-se na
análise económica das diferentes alternativas.
6. Analisar os sistemas térmicos, mediante a aplicação da
analogia termoeléctrica
TEXTOS

Texto básico:
Kern D. Q - Processos de Transferência de Calor.

Textos complementares:
Incropera F. P – Fundamentos de Transferência de
Calor e de Massa ISBN: 9788521615842
Mijeev – Fundamentos de Termotransferência
TEMAS:

Tema 1. Princípios de Transferência de Calor.


Tema 2. Intercambiadores, Aquecedores e Esfriadores.
Tema 3. Condensadores, Evaporadores e Fornos.

SISTEMA DE AVALIAÇÃO:

Prova parcelar - Tema 1 e 2


Prova Final - Tema 3
TEMA 1. PRINCÍPIOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR

Objetivos do tema:

1. Interpretar os fundamentos teóricos necessarios para


resolver os problemas referentes a Transferência de
Calor
1. INTRODUÇÃO

1.1 O QUE É e COMO SE PROCESSA?


Transferência de calor (ou Calor) é a energia em trânsito
devido a uma diferença de temperatura.
Sempre que em um meio existir diferença de temperaturas,
resulta em transferência de Calor.
Por Ex: Se dois corpos com temperaturas diferentes forem
colocados em contacto, ocorrerá transferência de calor do
corpo de temperatura mais elevada para o de menor
temperatura até que haja equivalência de temperatura entre
eles. Assim diz-se que o sistema tende a atingir o equilíbrio
térmico.
T1 T2 T T

Se T1 ˃ T2 T1 ˃ T ˃ T 2
Figura 1.1

Segundo a definição acima, um corpo nunca contém calor, mas sim


o calor é identificado como tal quando cruza a fronteira de um
sistema.
O calor é no entanto um fenómeno transitório, que cessa quando
não existe mais uma diferença de temperatura.
Os diferentes Processos de transferência de calor são referidos
como mecanismos de transferência de calor. Estes são
reconhecidos da seguinte maneira:

 Se a transferência de energia ocorrer em meio estacionário,


podendo ser um sólido ou um fluido, em virtude de um gradiente de
temperatura, considera-se transferência de calor por condução.
RELEVÂNCIA DA TRANSFERÊNCIA DE CALOR

Atransferência de calor é fundamental para todos os ramos da


engenharia.
• O engenheiro mecânico enfrenta problemas de refrigeração de
motores, de ventilação, ar condicionado etc;
• O engenheiro metalúrgico não pode dispensar a transferência
de calor nos problemas relacionados aos processos
pirometalúrgicos e hidráulicos, ou no projecto de fornos,
refrigeradores, conversores, etc;
• O engenheiro químico ou nuclear necessita da mesma ciência
em estudos sobre evaporação, condensação ou em trabalhos de
refinarias e reactores;
• O engenheiro electricista e o electrónico utiliza a mesma no
cálculo de transformadores e geradores e dissipadores de calor
em microelectrónica;
• O engenheiro naval aplica em profundidade a transferência de
calor em caldeiras, máquinas térmicas etc.
 Na geração de electricidade (hidráulica, fusão nuclear,
fóssil, geotérmica, etc) existem numerosos problemas que
envolvem Condução, Convecção e Radiação e estão
relacionados com o projecto de caldeiras, condensadores e
turbinas.
 Existe também a necessidade de maximizar a transferência
de calor e manter a integridade dos materiais em altas
temperaturas.
 É necessário minimizar a descarga de calor no meio
ambiente, evitando a poluição térmica através de torres de
refrigeração e recirculação.
Os processos de transferência de calor afectam também a
performance de sistemas de propulsão (motores a combustão
e foguetes).
Outros campos que necessitam de uma análise de
transferência de calor são sistemas de aquecimento,
incineradores, armazenamento de produtos criogénicos,
refrigeração de equipamentos electrónicos sistemas de refrigeração e ar
condicionado etc.

METODOLOGIA DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS EM TRANSFERÊNCIA DE CALOR

1.Saber: Leia cuidadosamente o problema.


2.Achar: Descubra o que é pedido
3.Esquematizar: Desenhe um esquema do sistema. Anote o valor das
propriedades
4.Resolver: Desenvolve a resolução mais completa possível antes de
substituir os valores numéricos. Realizar os cálculos necessários para
obtenção dos resultados.
5. Analisar: Analise seus resultados. São coerentes? Comente se
necessário.
MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR

A transferência de calor pode ser definida como a


transferência de energia de uma região para outra como
resultado de uma diferença de temperatura entre elas.
Torna-se necessário entender os mecanismos físicos que
permitem a transferência de calor de modo a quantificar a
quantidade de energia transferida na unidade de tempo (taxa).

MECANISMOS

 Condução dependem somente de uma ∆T


 Radiação
 Convecção depende de uma ∆T e transporte de
massa
2. CONDUÇÃO

A Condução pode ser definida como o processo pelo qual a energia é


transferida de uma região de alta temperatura para outra de temperatura
mais baixa dentro de um meio (sólido, líquido ou gasoso)
ou entre meios diferentes em contacto directo. Este mecanismo pode ser
visualizado como a transferência de energia de partículas mais
energéticas para partículas menos energéticas de uma substância devido
a interações entre elas.
Exemplo: Um gás entre duas placas, a diferentes temperaturas.

(1) T1

---------------------------------------------

(2) T2

figura 2.1
1. O gás ocupa o espaço entre duas superfícies (1) e (2) mantidas a
diferentes temperaturas de modo que T1 ˃ T2 ( o gás não tem movimento
macroscópico);
2. Como altas temperaturas estão associadas com energias moleculares
mais elevadas, as moléculas próximas à superfície são mais energéticas
( movimentam-se mais rápido);
3. O plano hipotético X é constantemente atravessado por moléculas de
cima e de baixo. Entretanto, as moléculas de cima estão associadas com
mais energia que as de baixo.

Portanto existe uma transferência líquida de energia de (1) para (2) por
condução.

Para os líquidos o processo é básicamente o mesmo, embora as


moléculas estejam menos espaçadas e as interações sejam mais fortes e
mais frequentes.

Para os sólidos existem básicamente dois processos (ambos bastante


complexos):
Quais as características principais do fenómeno
de condução de calor ?

• Ocorre entre dois corpos que estejam em contato;


• Deve existir uma diferença de temperatura entre estes
dois corpos;
• Tem origem no comportamento da estrutura
microscópica do material (assim como a expansão
térmica)
Condução

• A energia é transferida ao longo do material pela


colisão
entre átomos adjacentes.
• O processo é estacionário (TH e Tc não mudam.)

• taxa de transferência de calor.


Bom condutor ≡ k elevada;
 Bom isolante ≡ k baixa
 k é a condutividade térmica do
material
Condução

Lei de Fourier

Q é o calor transferido em δL do material


Integrando dos dois lados:

Obtendo
Resistência Térmica

• Quando queremos isolar um ambiente (minimizar as


perdas por condução de calor) faz mais sentido falarmos
de resistência térmica.

R é a resistência térmica

k tem unidades de fluxo de calor (Q/A) por


distancia/(diferença de temperatura)
Tipicamente a condutividade é dada por unidade de
comprimento
Resistência Térmica

A resistividade térmica é dada por

Note o paralelo entre as definições de condutividade e


resistividade elétrica

 Um valor elevado de R, caracteriza um bom isolante


térmico;
 Um valor baixo de R, um bom condutor térmico.

•A condutividade térmica (k) é a habilidade que os materiais possuem de


conduzir calor.
•Condutividade elétrica (σ) é usada para especificar o carácter eléctrico de um
material.

A condutividade térmica equivale a quantidade de calor Q transmitida através


de uma espessura L, numa direção normal a superfície de área A, devido a uma
variação de temperatura ΔT quando a transferência de calor se deve apenas a
variação de temperatura.
•Resistividade Térmica é o inverso da condutividade térmica. 
Generalização para Várias Camadas

Resolvendo para TX encontramos

Substituindo acima:
Resistência Térmica
Em função da resistividade térmica temos:

Desta forma o comportamento da resistividade é análogo ao


da resistividade eléctrica para um sistema em série!

A resistência total é a soma das resistências colocadas em


série.
Generalização para Várias Camadas

Para n camadas encontramos:

com

A resistência total é a soma das resistências individuais.


EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1. A parede de um forno industrial é de um tijolo de 0,15m de


espessura, com condutividade térmica de 1,7 .
As temperaturas nas faces interna e externa da parede são,
respectivamente, 1400 e 1150 K.
Qual é perda de calor através de uma parede de 0,5m por
3m?
Resolução

Dados: L = 0,15m ; k = 1,7 ; T = 1400 e 1150 k


A = 0.5m por 3m q=?

R: A perda de calor através de uma parede de 0,5m por 3m é


de 4250W.
2. Deseja-se que o fluxo de calor através de um bloco de
amianto (k=0,74 ) seja de 5000 , para uma
diferença de temperatura de 200ºC entre as faces do bloco.
Qual deve ser a espessura do bloco?
Resolução

Dados: k = 0,74 ; q = 5000 ; = 200ºC ; L = ?

5000

5000.L L L

R: Para que o fluxo seja de , a espessura do bloco deve ser de


0,0296 m.
Radiação
Quais as características principais do fenômeno de
transferência de calor por radiação?

• Não precisa de contacto (meio) entre os corpos.


• A troca de energia é feita por meio de ondas
Electromagnéticas.
• Este tipo de onda electromagnética é chamada de radiação
térmica.
• Todo corpo acima do zero absoluto emite radiação térmica.
• Todo corpo em um ambiente a temperatura acima do zero
absoluto absorve radiação térmica.
• Não está relacionado - absolutamente - com a radiação
Nuclear.
Radiação

A radiação é um processo pelo qual o calor é transmitido de


um corpo a alta temperatura para um de mais baixa quando
tais corpos estão separados no espaço, ainda que exista
vácuo entre eles.
Por esta definição, vê-se que não há necessidade de um
contacto físico entre os corpos para que a energia (na forma
de calor) seja transmitida entre eles. Ao calor transmitido desta
forma dá-se o nome de calor radiante. Esta forma de energia
se assemelha fenomenologicamente à radiação da luz,
diferindo-se apenas nos comprimentos de onda.
Podemos ilustrar este fenómeno, imaginando como a energia
solar é transmitida para os demais astros (a Terra por
exemplo), sendo que há praticamente vácuo entre eles.
Nas nossas aplicações práticas, o calor radiante tem vital importância no
projecto de, por exemplo uma caldeira. Além da energia transmitida do
combustível queimando para as paredes da caldeira, existe também uma
parcela de calor radiante que é transmitido para seus demais
componentes. No entanto, existem peças que devem ser adicionadas à
caldeira de forma a proteger por exemplo os supereactores deste calor
radiante, porém dependendo da composição do corpo e de outros
requisitos, podendo esta quantidade ser maior ou menor.
Para corpos irradiadores perfeitos, ou corpos negros, esta quantidade de
calor emitida por radiação por unidade de tempo pode ser escrita como
segue:

é a constante de Stefan-Boltzman, tendo o valor experimental de


A é a área total da superfície em metros quadrados.
T é a temperatura absoluta do corpo (na área), medida em
Kelvin.
Por esta formulação, nota-se que a quantidade de calor
emitida por um corpo negro independe das condições dos
aredores do corpo. Em casos práticos, é interessante
conhecer a troca de calor entre dois corpos. Portanto, a
energia que um corpo negro emite para um outro corpo negro
que o envolve completamente pode ser dada pela seguinte
expressão:

representa a temperatura do corpo que está posicionado


externamente, ou seja que envolve.
representa a temperatura do corpo que está posicionado
internamente, ou seja que é envolvido.
Radiação

Obviamente, em casos práticos não se utilizam muitos corpos


com características de corpos negros. Portanto, para estes
casos, adiciona-se um termo multiplicador que modifica a
equação acima. Este termo leva em conta as emissividades
(fracções de emissividades de irradiação do corpo em relação
aos corpos negros) e as geometrias dos corpos reais, sendo
usualmente representado pelo sÍmbolo .

Portanto, para casos reais, a equação é escrita da


seguinte maneira:
Na maior parte das aplicações práticas, o calor transmitido por
radiação, está em conjunto com outras formas de transmissão
de calor.
Assim sendo, usa-se a definição de condutância e resistência
térmica para a radiação, respectivamente.

As unidades comuns de condutância são

A resistência térmica é o inverso da condutância


Na maior parte dos casos práticos, a equação usada é:

Onde é qualquer temperatura de referência.

O coeficiente médio de transmissão de calor é dado por:

As unidades do coeficiente médio de transmissão de calor mais


comuns são
A Taxa de emissão pode ser dada por:

σ é a constante de Stefan-Boltzmann dada em

é a emissividade da superfície variando de 0 a 1


(corpo negro).

T é a temperatura do corpo.

A taxa de absorção de radiação térmica é dada por


A taxa líquida de absorção de radiação térmica é
portando dada por
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1.
2.
Convecção
Quais as características principais do fenômeno de
convecção? (aquecimento de água, fenômenos
meteorológicos, flambar da chama)

• Ocorre em um meio fluido,

• Provocado por variações locais na densidade do fluido,

• Necessita de uma diferença de temperatura entre o fluido e


uma superfície sólida,

• Fundamental para a descrição de fenômenos


meteorológicos,
 O fluxo de calor por convecção determina-se pela lei de
resfriamento de Newton.
A convecção é o processo de transporte de energia pela
acção combinada da condução de calor, armazenamento de
energia e movimento de mistura.

A convecção é principalmente importante como mecanismo


de transferência de energia entre uma superfície sólida e um
líquido ou gás.
Em um fluido, onde a mobilidade das partículas é grande, as
partículas aquecidas pelo contacto directo com a superfície
sólida, tendem a migrar para locais onde as temperaturas são
mais baixas. Esta movimentação de partículas, acarreta uma
transferência de energia de uma posição para a outra,
caracterizando a transferência de calor por convecção.
Por exemplo um bule com água adotado para a condução,
inicialmente o calor do bule (superfície sólida) é transmitido
para as moléculas de água que estão em contacto directo
com o mesmo, por condução. Após estas moléculas
possuírem uma certa quantidade de energia (calor), elas
migrarão para outras posições do fluido onde a temperatura é
menor, transmitindo o calor para outras partículas. A medida
que o líquido vai se esquentando, este começa a se
movimentar cada vez mais rápido, transmitindo o calor para
as demais partículas. Neste caso, como o líquido se
movimenta livremente devido à diferença de temperatura, diz-
se que se trata de convecção livre. Em casos onde a mistura
é causada por algum agente externo, podendo ser bombas ou
ventiladores, diz-se que se trata de convecção forçada.
O calor, por unidade de tempo, transmitido de uma
superfície sólida para um fluido, por convecção, pode ser
calculado como segue:

Onde:

representa o coeficiente médio de transmissão de calor


por convecção, o qual depende da geometria da superfície,
da velocidade do fluido e das propriedades físicas do fluido,
incluindo sua temperatura.
Em geral, é medido em

A é a grandeza que representa a área de transmissão de


calor, em .
é a diferença de temperaturas entre a da superfície e
a do fluido em um local especificado .
A condutância térmica por convecção é definida como
segue:

A Resistência térmica por convecção é dada como:

Quando dada em série, a Resistência térmica da


superfície por convecção de calor pode ser expressada:

A fórmula quantidade de calor transmitida por convecção


por unidade de tempo, pode ser escrita da seguinte maneira:

ou
Este coeficiente é calculado por unidade de área, portanto
para se expressar a quantidade de calor transmitida, deve-se
tomar a seguinte formulação:

O coeficiente U pode ser baseado em qualquer área


escolhida.

O coeficiente combinado de transmissão de calor, h, é


determinado pela seguinte relação:
O fluxo gerado por uma placa aquecedora, pode ser
calculada pela seguinte expressão:

Se :

Então:
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1.
2.
ISOLANTES TÉRMICOS

DEFINIÇÃO

O isolante térmico é o que consiste em proteger as


superfícies aquecidas, tal como a parede de um forno, ou
resfriadas, como a parede de um refrigerador, aplicando
materiais de baixa condutividade térmica (k).

FUNÇÃO DE UM ISOLANTE TÉRMICO

A sua função é minimizar os fluxos de calor, quer por


problemas técnicos (segurança, evitar condensação), quer por
problemas econômicos (economizar energia), ou ainda
por critério de conforto térmico.
FUNDAMENTO

Geralmente, os materiais isolantes são porosos, e aprisionam


o ar ( k = 0,02 kcal/h.m.ºC, quando parado) nas pequenas
cavidades do material sólido, evitando sua movimentação, e
impedindo a convecção. Razão pela qual, materiais porosos
com poros pequenos e paredes finas de materiais de baixo
valor de k, resultam em bons isolantes térmicos.

Por exemplo:
 CARACTERÍSTICAS DE UM BOM ISOLANTE

1• BAIXO VALOR DE k

Sempre que menor for a k, menor será a espessura


necessária para uma mesma capacidade isolante. De forma
ilustrada, mostra-se algumas espessuras (em [mm]) de
alguns materiais, baseados na mesma capacidade de
isolamento.
Poliestireno
lã de vidro
cortiça
amianto em mm
madeira
tijolos
concreto
2. BAIXA CAPACIDADE HIGROSCÓPICA

A Capacidade higroscópica, é a propriedade do material


relacionada à absorção de água.
Água, ao penetrar nos poros, substitui o ar, aumentando o
valor de k. Além disto, tratando-se de isolamento de
ambientes cuja temperatura seja inferior a 10ºC, existe a
possibilidade da água absorvida passar para o estado
sólido com consequente aumento de volume, o que
causará ruptura das paredes isolantes.
3. BAIXA MASSA ESPECÍFICA

Em certas aplicações, um bom isolante precisa ser leve, de


modo a não sobrecarregar desnecessáriamente o aparelho
isolado, principalmente quando se trata de aviões, barcos,
automóveis, ou ainda no caso de forros ou outras partes de
fábricas e edifícios onde o material terá de ficar suspenso

4. RESISTÊNCIA MECÂNICA COMPATÍVEL COM O USO

Geralmente, quanto maior a resistência mecânica do material


isolante, maior será o número de casos que ele poderá
resolver, além do que apresentará menor fragilidade, o
que é conveniente nos processos de transportes e no
tocante à facilidade de montagem.
5. INCOMBUSTIBILIDADE, ESTABILIDADE QUÍMICA,
OUTROS

Dependendo da aplicação a que o material isolante se


destina, uma série de outras características serão
necessárias.

 MATERIAIS ISOLANTES BÁSICOS

A maioria dos isolantes usados industrialmente são feitos dos


seguintes materiais :

Amianto, carbonato de magnésio, sílica diatomácea,


vermiculita, lã de rocha, lã de vidro, cortiça, plásticos
expandidos, aglomerados de fibras vegetais, silicato de
cálcio.
Amianto: Mineral que possui uma estrutura fibrosa, do qual se
obtém fibras individuais.
O amianto de boa qualidade deve possuir fibras longas e finas
e além disto, infusibilidade, resistência e flexibilidade.

Carbonato de magnésio: É obtido do mineral "dolomita", e


deve sua baixa condutividade ao grande número de
microscópicas células de ar que contém.

Sílica diatomácea: Consiste de pequenos animais marinhos


cuja carapaça se depositou no fundo dos lagos e mares.
Vermiculita: É uma "mica" que possui a propriedade de se
dilatar em um só sentido durante o aquecimento. O ar
aprisionado em bolsas entre as camadas de mica torna
este material um bom isolante térmico.
A lã de rocha ou lã mineral, assim como a lã de vidro: São
obtidas fundindo minerais de sílica em um forno e vertendo a
massa fundida em um jato de vapor a grande
velocidade. O produto resultante, parecido com a lã, é
quimicamente inerte e incombustível, e apresenta baixa
condutividade térmica devido aos espaços com ar entre as
fibras.
Cortiça: É proveniente de uma casca de uma árvore e
apresenta uma estrutura celular com ar encerrado entre as
células.
Plásticos expandidos: São essencialmente poliestireno
expandido e poliuretano expandido, que são produzidos
destas matérias plásticas, que durante a fabricação sofrem
uma expansão com formação de bolhas internas
microscópicas.
FORMAS DOS ISOLANTES

Os isolantes térmicos podem ser adquiridos em diversas


formas, dependendo da constituição e da finalidade à qual se
destinam.
Alguns exemplos comumente encontrados são :
 Calhas

São aplicadas sobre paredes cilíndricas, e fabricadas a partir


de cortiça, plásticos expandidos, fibra de vidro impregnadas
de resinas fenólicas, etc.
 Mantas

São aplicadas no isolamento de superfícies planas, curvas ou


irregulares, como é o caso de fornos, tubulações de grande
diâmetro, etc.
 Placas

São normalmente aplicadas no isolamento de superfícies


planas, como é o caso de câmaras frigoríficas, estufas,
fogões, etc.
 Segmentos

São normalmente aplicados em tubulações de grande


diâmetro, tanques e equipamentos cilíndricos de grandes
dimensões, onde é difícil aplicar calhas pré-moldadas.
Em geral, são feitos a partir de silicato de cálcio ou lã de vidro.
Oferecem grande durabilidade e podem ser utilizados tanto em
ambientes internos quanto externos.
 Flocos

São normalmente aplicados para isolar locais de difícil acesso,


ou ainda na fabricação de mantas costuradas com telas
metálicas. São fabricados a partir de lãs de vidro e de rocha.

 Cordas

São aplicadas no isolamento de registros, válvulas, juntas,


cabeçotes, etc, principalmente em locais sujeitos a
desmontagem para manutenção periódica.
 Papel

O papel de fibra de cerâmica é refratário, apresenta baixo


peso, e é processado a partir de uma mistura de fibras de
sílica e alumina de alta pureza em uma folha uniforme,
altamente flexível. É fácil de manusear e pode ser cortado
rapidamente por uma faca, tesourão ou matrizes de corte de
aço comum. Sua flexibilidade permite que seja
dobrado e enrolado para adaptar- se às configurações mais
complexas.
 Pulverizados ou granulados

São aplicados no isolamento de superfícies com


configurações irregulares, ou aindas no preenchimento de
vãos de difícil acesso.
 Pré-formados (moldados)

São peças especiais fabricadas conforme especificações e


desenhos solicitados pelo cliente, podendo apresentar uma
variedade de formatos.
APLICAÇÃO DE ISOLANTES

A aplicação de equipamentos isolantes, depende da


temperatura a que se deve manter o ambiente local.

• Os equipamentos ou dependências no exemplo a baixo,


devem ser isolados mantendo a temperatura inferior à
temperatura ambiente local.

Exemplo: câmaras frigoríficas, refrigeradores, trocadores de


calor usando fluidos a baixa temperatura, etc.

Seu principal problema é a migração de vapores.


O fenômeno da migração de vapores em isolamento de
superfícies resfriadas é resultante de uma depressão interna
causada pelas baixas temperaturas e pode ser esquematizado
como segue :
redução da temp. interna depressão tendência a
equalização migração do ar + humidade elevação
do valor de k (redução da capacidade isolante) e possíveis
danos físicos ao isolamento.
É indispensável a aplicação de "barreiras de vapor“ usando
materiais impermeáveis para evitar que vapores de água
atinjam o isolamento.
Folhas de alumínio (normalmente com 0,15 mm) coladas
com adesivo especial no sentido longitudinal e com uma
superposição de 5 cm no sentido transversal para completa
vedação, é um tipo de barreira de vapor comumente
utilizado para proteger o isolamento de tubulações que
transportam fluidos em baixas temperaturas.
isolamento de equipamentos ou dependências cuja
temperatura deve ser mantida superior à temperatura
ambiente local.

Exemplo : estufas, fornos, tubulações de vapor, trocadores de


calor usando fluidos a altas temperaturas.

Seu principal problema são as dilatações provocadas pelas


altas temperaturas.
Neste caso, não existe migração de vapores, mas porém,
devem ser escolhidos materiais que possam suportar as
temperaturas de trabalho.
CÁLCULO DE ESPESSURAS DE ISOLANTES

O fundamental para o cálculo de espessuras de isolantes, é


ter em conta as limitações de temperatura e questões
econômicas:

• Limitação da Temperatura

Tanto externamente (caso de um forno no qual a temperatura


externa não deve ser maior daquela que causa queimaduras
nos trabalhadores), quanto interiormente (como em um
recinto onde devemos ter a temperatura superior a de orvalho,
de modo a evitar a condensação e gotejamento de água), o
cálculo da espessura isolante poderá ser feito fixando as
temperaturas envolvidas e calculando a espessura isolante
necessária.
Exemplo:
O exemplo da figura acima, ilustra um forno.

O cálculo da espessura isolante Li, pode ser feito


considerando que a temperatura T4 da superfície é fixada por
razões de segurança.
Conhecendo-se as temperaturas dos ambientes e os
coeficiente de película dos ambientes interno e externo, bem
como as condutividades térmicas dos materiais das paredes, e
considerando as resistências térmicas entre T1 e T4 e entre
T4 e T5, obtemos as seguintes expressões para o fluxo de
calor :
Com base na equação do fluxo, a espessura do isolante pode
ser determinada a partir da seguinte relação:
EXERCÍCIOS

1. Ar condicionado para um centro de processamento de


dados é distribuído em um duto retangular de alumínio ( k =
200 Kcal/h.m.ºC ) de espessura 0,5 mm. A temperatura no
ambiente deve ser mantida em 25 ºC e o coeficiente de
película é 8 Kcal/h.m2.ºC. Sabendo-se que a temperatura na
superfície interna do duto é 12 ºC.
Calcular a espessura do isolante térmico ( k = 0,028
kcal/h.mºC ) a usar, para que não ocorra condensação na
superfície externa do duto isolado, com segurança de 2ºC,
considerando que a temperatura de orvalho local é 19,3 ºC.
RESOLUÇÃO
TROCADORES DE CALOR

DEFINIÇÃO

Trocador de calor é o dispositivo usado para realizar o


processo da troca térmica entre dois fluidos em diferentes
temperaturas.

Este processo é comum em muitas aplicações da


Engenharia.

O processo de troca de calor, pode ser utilizado no


aquecimento e resfriamento de ambientes, no
condicionamento de ar, na produção de energia, na
recuperação de calor e no processo químico.
O projeto completo de um trocador de calor pode ser
dividido em três partes principais:

•Análise Térmica - Vela principalmente, pela determinação da


área necessária à transferência de calor para dadas condições
de temperaturas e escoamentos dos fluidos.

•Projeto Mecânico Preliminar – envolve considerações sobre


as temperaturas e pressões de operação, as características de
corrosão de um ou de ambos os fluidos, as expansões
térmicas relativas e tensões térmicas e, a relação de troca de
calor.

•Projeto de Fabricação – Requer a translação das


características físicas e dimensões em uma unidade, que
podendo ser fabricada a baixo custo (óptima seleção dos
materiais, selos, involucros e arranjo mecânico), e a
especificação dos procedimentos na fabricação. especificados.
Por razões económicas, para atingir a máxima economia, a
maioria das indústrias adota linhas padrões de trocadores de
calor.
Os padrões estabelecem os diâmetros dos tubos e as
relações de pressões, promovendo a utilização de desenhos
e procedimentos de fabricação padrões. A padronização não
significa entretanto, que os trocadores possam ser retirados
da prateleira, porque as necessidades de serviço são
entretanto mais variadas. O engenheiro especialista em
instalações de trocadores de calor em unidades de energia e
métodos de instalação, por solicitação, seleciona a unidade
de troca de calor adequada a uma aplicação particular.
A seleção requer uma análise térmica, para determinar se
uma unidade padrão (que é mais barata!) de tamanho e
geometria especificados, pode preencher os requisitos de
aquecimento ou resfriamento de um dado fluido, com uma
razão especificada.
Neste tipo de análise deve ser levado em conta, no que diz
respeito ao custo, a vida do equipamento, facilidade de
limpeza e espaço necessário, além de estar em conformidade
com os requisitos dos códigos de segurança da ASME.

CLASSIFICAÇÃO DE TROCADORES DE CALOR

Basicamente os trocadores de calor são classificados


segundo:

I. o processo de transferência de calor;


II. O grau de compactação da superfície;
III. O tipo de construção e da disposição das correntes
dos fluidos.
 CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO A PROCESSOS DE
TRANSFERÊNCIA

1. Trocadores de Calor de Contacto Directo

• Neste trocador, os dois fluidos se misturam.


• As aplicações comuns de um trocador de contacto directo,
envolvem transferência de massa além de transferência de
calor.
• Comparado a recuperadores de contacto indirecto e
regeneradores, são alcançadas taxas de transferência de
calor muito altas
• A sua construção é relativamente barata.
Exemplo: Trocador de contacto directo
2. Trocadores de Calor de Contacto Indirecto

Os trocadores de contacto indirecto, são tipos de


trocadores que podem ser de transferência directa ou de
armazenamento.

 Neste tipo, há um fluxo contínuo de calor do fluido quente ao


frio através de uma parede que os separa.

 Não há mistura entre eles, pois cada corrente permanece em


passagens separados.

 Este trocador é designado como um trocador de calor de


recuperação, ou simplesmente como um Recuperador.
Exemplo: Trocadores de contacto indirecto
Tipo de trocadores de transferência directa
TROCADORES DE ARMAZENAMENTO

 Em um trocador de armazenamento, ambos fluidos


percorrem alternativamente as mesmas passagens de troca
de calor.
 A superfície de transferência de calor geralmente é de uma
estrutura chamada matriz.
 Para aquecimento, o fluido quente atravessa a superfície
de transferência de calor e a energia térmica é armazenada na
matriz.
Posteriormente, quando o fluido frio passa pelas mesmas
passagens, a matriz “libera” a energia térmica (em
refrigeração, sendo assim um caso inverso).
Os trocadores de armazenamento, também são chamados
regeneradores e podem ser Dinâmicos ou Estáticos.

• Trocadores de armazenamento estático: Não possuem


partes móveis e consistem em uma matriz através da qual
passa alternadamente os fluidos quentes e frios.

Exemplo: trocadores de calor regenerativos estáticos


Exemplo: Trocadores de calor regenerativos dinâmicos
Exemplo: Trocador de calor regenerativo dinâmico
TROCADORES TUBULARES

1. Trocadores de carcaça e tubo

• Este trocador é construído com tubos e uma carcaça.

• Um dos fluidos passa por dentro dos tubos, e o outro pelo


espaço entre a carcaça e os tubos.

• São os mais usados para quaisquer capacidades e


condições operacionais, tais como pressões e temperaturas
altas, atmosferas altamente corrosivas, fluidos muito
viscosos, etc.
Exemplo de um trocador de carcaça e tubos
TROCADORES TUBULARES

2. Trocador tubo duplo

• O trocador de tubo duplo consiste de dois tubos


concêntricos.

• Um dos fluidos escoa pelo tubo interno e o outro pela parte


anular entre tubos, em uma direcção de contra fluxo.
• Este é talvez o mais simples de todos os tipos de trocador de
calor pela fácil manutenção envolvida. É geralmente usado em
aplicações de pequenas capacidades.
Exemplo de um trocador de tubo duplo
TROCADORES TUBULARES

3. Trocador de calor em serpentina

• Este tipo de trocador consiste em uma ou mais serpentinas


(de tubos circulares) ordenadas em uma carcaça.

• Uma grande superfície pode ser acomodada em um


determinado espaço utilizando as serpentinas.

• As expansões térmicas não são nenhum problema, mas a


limpeza é muito problemática.
Exemplo de um trocador de calor de serpentina
TROCADORES DE CALOR TIPO PLACA

 Este tipo de trocador normalmente é construído com placas


planas lisas ou com alguma forma de ondulações.
 Geralmente, este trocador não pode suportar pressões
muito altas, comparado ao trocador tubular equivalente.

Os trocadores de calor de placa, são um tipo compactos.

 A razão entre a área de superfície de transferência de calor


e o volume do trocador é maior que 700 m2/m3.

 Exemplo: radiadores de automóveis


(As/V=1100 m2/m3).
Exemplo de Trocadores de calor tipo compacto
TROCADORES DE CALOR DE PLACA ALETADA

• São construídos de forma que aletas planas ou onduladas


são separadas por chapas planas.
• Correntes cruzadas, contracorrente ou correntes paralelas
são arranjos facilmente obtidos.

Exemplo de uma placa aletada


TROCADORES DE CALOR DE TUBO ALETADO

• São geralmente construídos com tubos cilíndricos ou chatos


onde são instaladas aletas.
• Suportam altas pressões.

Exemplo
Particularidades:

TROCADORES DE CALOR DE ACORDO COM A


DISPOSIÇÃO DO ESCOAMENTO

 Trocadores de calor de correntes paralelas

Os fluidos quente e frio entram na mesma extremidade do


trocador de calor, fluem na mesma direcção e deixam juntos a
outra extremidade.

Exemplo
 Trocadores de calor em contracorrente

Os fluidos quente e frio entram em extremidades opostas do


trocador de calor e fluem em direcções opostas.

Exemplo
Trocadores de calor de correntes cruzadas

 Os fluidos, em geral, fluem perpendicularmente um ao outro.


 Na disposição em correntes cruzadas, o escoamento pode
ser misturado ou não misturado.

Exemplo
 Trocadores de calor de escoamento em multipasse

 A configuração em passes múltiplos é frequentemente


empregada em trocadores de calor por intensificar a troca
térmica.
 É possível uma grande variedade de configurações.

Exemplo
 Coeficiente global de troca de calor – U

Uma etapa essencial de qualquer análise de trocadores de


calor, é a determinação do coeficiente global de troca de
calor. Este coeficiente é definido em função da resistência
térmica total à transferência de calor entre dois fluidos.
 Ao longo da operação normal de trocadores de calor, as
superfícies estão sujeitas à deposição de impurezas dos
fluidos, à formação de ferrugem ou a outras reacções entre o
fluido e o material que compõe a parede.
 Isto, aumenta a resistência à transferência de calor entre os
fluidos. Esse efeito pode ser levado em conta através da
introdução de uma resistência térmica adicional, conhecida
por fator de deposição, Rf.
 Aletas são adicionadas às superfícies expostas a um ou
ambos os fluidos para aumentar a área superficial, reduzem a
resistência térmica à transferência de calor por convecção.
 Com a inclusão da deposição e as aletas, o coeficiente
global de transferência de calor pode ser escrito:

Os subscritos, c, h representam fluido frio e quente.


Rf é a resistência térmica devida a deposição de partículas na parede
("fouling factor").
Rw (resistência térmica de condução) é desprezado. Paredes finas e
materiais com altas k.
ηo - eficiência da superfície ou efetividade da temperatura de uma
superfície aletada.
A eficiência da superfície ou efetividade da temperatura de
uma superfície aletada, ηo, é definida pela expressão:

Onde:
CÁLCULO DE TROCADORES DE CALOR PELO MÉTODO
DTML e E-NUT

Para calcularmos o fluxo de calor pelo método DTML, usamos


as seguintes expressões:

Fluido frio (ganha calor)

equações que
permitem
Fluido quente (perde calor)
quan-
tificar as taxas
de
transferência
de calor em um
equipamento
A outra equação para a taxa de transferência de calor
considerando o coeficiente global de troca de calor é:

Para fluido frio

Para fluido quente


Considerando U as Resistências são representadas como
segue: R1 , R2 , R3
Para calcular a taxa de transferência de calor pelo método
das Resistências térmicas, teremos as seguintes expressões:

Igualando as duas expressões teremos:

Eliminando fica a expressão:


Sendo desprezível a resistência por Condução, fica a
expressão:

Se e

Então:
Isolando U teremos:

Cancelando A fica a expressão para U:

ou
 Necessitando de correcção no trocador de calor, a taxa de
transferência calcula-se usando a seguinte expressão:

Onde F è o factor de correcção

 Em caso de incrustação no trocador, o fluxo calcula-se com


a seguinte expressão:

Onde é o coeficiente global de transferência incrustado


EXERCÍCIOS
Método Ԑ-NUT
para análise dos trocadores de calor

O método Ԑ-NUT é baseado em um parâmetro adimensional


chamado efetividade de transferência do calor Ԑ.

A efetividade (Ԑ) é definida como a razão entre a taxa real de


transferência de calor (q) e a taxa máxima de transferência de
calor ( ).
Quando as temperaturas de saída e entrada dos fluidos não
são conhecidas, o cálculo através da DTML se torna tedioso,
sendo neste caso o método Ԑ-NUT mais aplicável.
NUT é um parâmetro adimencional cuja magnitude
influencia no trocador de calor
A efetividade (Ԑ) pode ser calculada usando as seguintes
expressões:

ou
Onde:

= efetividade de transferência de calor;

= taxa que apresentar o menor valor entre e


medido em (W/ºC );

= calor específico do fluido frio (W/ºC);

= calor específico do fluido quente (W/ºC);

( ) = diferença de temperatura de entrada do

fluido quente e do fluido frio. (ºC)


É de grande utilidade o conhecimento da efetividade, pois
que a taxa real de transferência de calor em um trocador
de calor pode ser determinada pela equação:

O número de unidades de transferência (NUT) é um


parâmetro adimensional utilizado para a análise de trocadores
de calor, definida como:

Onde: é a área de transferência de calor do trocador


de
calor ( );
é a capacidade calorífica mínima em kj/kg.ºC
FACTOR DE INCRUSTAÇÃO

Pode-se definir incrustação como fuligens ou depósitos de


materiais que se acumulam nas paredes dos trocadores de
calor, aumentando a resistência e com isso diminuindo a taxa
de transferência.
O efeito líquido dessas acumulações na transferência de calor
é representado pelo fator , que é a medida da resistência
térmica introduzida pelas incrustações.
O tipo mais comum de incrustação é a precipitação de
depósitos sólidos no fluido nas superfícies de transferência
de calor. O factor de incrustação é obviamente zero para um
trocador de calor novo e aumenta com o tempo à medida que
os depósitos sólidos se formam sobre a superfície do
trocador de calor. O factor de incrustação depende da
temperatura de funcionamento e da Velocidade dos fluidos,
bem como do tempo de serviço. A incrustação aumenta com
o aumento da temperatura e com a diminuição da velocidade
(ÇENGEL; GHAJAR, 2012).
EXERCÍCIOS
AQUECEDORES E RESFRIADORES TÉRMICOS

São dispositivos usados para aquecer ou resfriar um


determinado meio ou fluido, através de uma diferença de
temperaturas.

Os aquecedores são empregues para moderar ambientes


com temperaturas médias ou baixas.
Exemplo, nos países em que o clima é muito frio, tendem em
usar termóstatos nas viaturas para manter a energia dos
motores numa média que permite o seu bom funcionamento.
O uso do banheiro precisa de água quente e fria. O ambiente
interno das residências ao invés de precisar ar frio, precisa de
ar quente para moderá-lo.

Dos tipos de aquecedores existentes, podemos citar os


seguintes:
 O Eléctrico Britânia AB1100N, o Termoventilador Ventissol,
o Lareira eléctrica Cadense AQC801 etc.
 O Cerâmica Britânia AB1600 N.
 O Cerâmica Mondial A-05.
 O Cerâmica Delonghi DCH5091 etc.

Os resfriadores são usados para o inverso dos aquecedores.

Exemplo:

O sistema de ventilação (ar condicionado) usado em climas


quentes para moderar o ambiente em casas, escritórios e
fábricas.
O funcionamento de uma torre de resfriamento de água em
indústrias, etc.
CALORIMETRIA

Introdução

Calorimetria é a parte da Física que estuda as trocas de


energia entre corpos ou sistemas quando essas trocas se dão
na forma de calor.
Quando um corpo recebe ou cede uma certa quantidade de
energia térmica, ocorre uma variação de sua temperatura
(calor sensível ) ou uma mudança em seu estado físico
(calor latente).

Mudança de fase ………..

Variação de temperatura …….

Unidades de calor

A unidade de calor, no SI, é o Joule (J);


Mas porém, usamos a caloria (cal).

1cal = 4,186 J
1 kcal = 1000 cal
Define-se Caloria como sendo a quantidade de calor
necessária para que um grama de água pura, sob pressão
normal, tenha sua temperatura elevada de 14,5°C para
15,5°C.

Calor específico

Chamamos de Calor específico de uma substância (c) a


razão entre a quantidade de calor que a substância troca (Q)
e o produto entre a sua massa (m) e a variação de
temperatura sofrida (∆T).
Esta grandeza tem sua unidade de medida no Sistema
Internacional de Unidades (S.I) em J/kg.K, porém a mais
usada é a cal/g.°C.
O calor específico de uma substância representa a
quantidade de calor necessária para que 1 grama da
substância eleve a sua temperatura em 1°C.

Equação Fundamental
da Calorimetria

CALORÍMETRO

Calorímetro é um recipiente cujo interior funciona como um


sistema termicamente isolado.
O calorímetro ideal não troca calor com o exterior, mas pode
ou não participar de trocas energéticas com os corpos nele
colocados.
Calores específicos

Calor específico médio de algumas substâncias:

SUBSTÂNCIA c (cal/g.°C)

Areia seca --------------- 0,190


Gelo --------------- 0,550
Água líquida --------------- 1,000
Vapor d’água--------------- 0,480
Álcool etílico --------------- 0,548
Alumínio --------------- 0,219
Mercúrio --------------- 0,033
Prata --------------- 0,056
Vidro --------------- 0,200
Ferro --------------- 0,110
Chumbo --------------- 0,0031
Cobre --------------- 0,0093
EVAPORADORES
1.Introdução

A evaporação é uma operação unitária que tem por


finalidade concentrar soluções constituídas de solventes
voláteis e solutos considerados não-voláteis através da
evaporação parcial do solvente.
Como os solutos são considerados não voláteis, no equilíbrio
a fase gasosa ou o evaporado só contém solvente, ou seja, a
fração de solvente no evaporado é de 100% ( ysolvente=1;
ysoluto=0). Porém, na fase líquida, que é a solução a ser
concentrada, há frações tanto de soluto quanto de solvente
(xsolvente e xsoluto).
Evaporador, é um trocador de vaporização usado para água
ou soluções aquosas com a finalidade de concentrar soluções
constituídas de solventes voláteis e solutos não voláteis por
meio de evaporação parcial do solvente.
Os evaporadores podem operar de várias maneiras que são:

1. Simples Efeito
2. Múltiplo Efeito
3. Por Compressão - Mecânica
-Térmica
4. Múltiplos Efeitos de Expansão
5.Bomba de Calor

SIMPLES EFEITO

A evaporação por simples efeito é um processo em que


se utiliza apenas um evaporador. É importante no
entendimento dos equipamentos de evaporação, mas na
prática não é muito usado por gastar muita energia.
Esquema de evaporador de simples efeito

MÚLTIPLO EFEITO

A evaporação por múltiplos efeitos é um processo em que


há a associação de vários evaporadores. Neste sistema o
evaporado de um efeito é utilizado como fluido de
aquecimento no próximo efeito, como mostrado na Figura a
seguir. Esta configuração não resulta em uma produção maior
que o simples efeito, sua vantagem é a economia de energia.
Esquema de evaporador de múltiplo efeito em cocorrente

Dessa maneira, o evaporado e a solução concentrada seguem


no mesmo sentido (Figura 3). Assim, no efeito em que a
temperatura é maior, a concentração da solução será a menor,
sendo uma boa forma de alimentar soluções termosensíveis.
Da mesma forma, no efeito em que a temperatura é a menor,
a concentração é a maior, sendo uma forma ruim de alimentar
soluções viscosas.
Esquema de evaporador de simples efeito

F, E, W. S ------------- São vazões mássicas (Kg/h)


hF, hE, hs, hw ------------- São as entalpias (kj/Kg)
W -------------------- Vapor de aquecimento
Cálculo de evaporadores de efeito simples

Balanço de Massa

F=E+S

Balanço de componentes (não voláteis)

F.XF = E.XE + S.XS

 Balanço de energia

F.hF + W.hg = E.hE + S.hS

 Economia de Vapor: Ev = E/W


 Taxa de calor : q = U.A. ----( Tw –
Te.p.e)
EXERCÍCIOS

1.Um evaporador de simples efeito é usado para evaporar uma


solução de suco de laranja de 10% até 25% em massa. A EPE da
solução é estimada pela expressão EPE(ºC) = 3,18 +8,55 , onde
x é a fracção em massa de sólidos (não voláteis) em solução. O
vapor de água saturado a 270,1kPa é injectado no evaporador. A
pressão inicial no espaço de vapor é 13,6 kPa. A alimentação
encontra-se a 27ºC e é alimentada a 22680 Kg/h. A capacidade
calorífica da solução líquida pode ser estimada pela expressão cp =
4,19 – 2,35x (em Kj/KgK). O coeficiente global de transferência de
calor é estimado em 2100 W/ K. Calcule:
a)A quantidade de vapor de aquecimento do evaporador.
b)A área na qual se processa a transferência de calor.
c)A economia de vapor deste equipamento.

Ts = 130ºC ; T1 = 52ºC ; Tref. = 0ºC

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