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1.1. INTRODUÇÃO
frasco
∆t
T f = TG
T f = Tambiente
inicial final
De uma forma geral, toda vez que houver gradientes ou diferenças finitas de
temperatura ocorrerá também uma transferência de calor. A transferência de calor pode
ser interna a um corpo ou na superfície de contato entre uma superfície e outro corpo ou
sistema (fluido).
qc
condensador
compressor válvula
wc evaporador
qe
TERMIDINÂMICA: wc = qe − qc : não permite dimensionar os equipamentos
(tamanho e diâmetro das serpentinas do condensador e do evaporador, por exemplo),
apenas lida com as formas de energia envolvidas e o desempenho do equipamento,
como o COP:
q
COP = e
wc
T1 . . T2
qx
sólido
dT
qx α A
dx
dT
q x = kA
dx
Para T2 > T1
T
T2
∆T
∆x
T1
x1 x2 x
q < 0 (pois o fluxo de calor flui da região de maior para a de menor temperatura. Está,
portanto, fluindo em sentido contrário a orientação de x)
∆T > 0 ∆T
Além disso, do esquema; > 0 , daí tem-se que o gradiente também será
∆x > 0 ∆x
positivo, isto é:
dT
>0 mas, como k > 0 (sempre), e A > 0 (sempre), concluí-se que,
dx
então, é preciso inserir o sinal negativo (-) na expressão da condução de calor (Lei de
Fourier) para manter a convenção de que q x > 0
Transferência de Calor e Massa 5
q α A(TS − T∞ )
q = hA(TS − T∞ )
onde:
A : Área de troca de calor;
TS : Temperatura da superfície;
T∞ : Temperatura do fluido ao longe.
CONDUÇÃO DE CALOR
T
q k , onde A é a área perpendicular à direção do fluxo de calor e k é a
x
condutividade térmica do material.
A
q
W W
k qT k W
k ou
o
C m o C m.K
A m2
x m
Sendo:
k: propriedade (de transporte) do material que pode ser facilmente determinada de forma
experimental. Valores tabelados de diversos materiais se encontram na seção de
apêndice do livro texto.
Gases
k T
Líquidos
Sólidos
Balanço de energia em um
volume de controle elementar
Transferência de Calor e Massa 10
Direção x
T T
q x k x dy dz -k x dA
x x
Direção y
T
q y k y dx dz
y
qk
Direção
y zq
k
z
y y
T
q z kz dx dy
z
E G q 'G'' dx dy dz
U u T
E ar m dx dy dz c
t t t
Direção x
q xqxx dx q x q x dx 0(dx 2 )
x
xd
x x
Direção y
q y
q y dy q y dy
y
Transferência de Calor e Massa 11
Direção z
q z
q z dz q z dz
z
T q q y q
q x q y q z q G''' dxdydz cdxdydz q x x dx q y dy q z z dz
t x y z
+ ordem superior
simplificando os termos q x , q y e q z , vem:
T q x q y q
q G''' dxdydz cdxdydz dx dy z dz,
t x y z
T T T T
q G''' dxdydz cdxdydz k x dxdydz k y dxdydz k z dxdydz
t x x y y z z
T T T T
kx k y k z q G'" c
x x y y z z t
Essa é a equação geral da condução de calor . Não existe uma solução geral analítica
para a mesma porque se trata de um problema que depende das condições inicial e de
contorno. Por isso, ela é geralmente resolvida para diversos casos que dependem da
geometria do problema, do tipo (regime permanente) e das condições iniciais e de
contorno. Evidentemente, procura-se uma solução do tipo: T T ( x, y, z, t ) . A seguir
são apresentados alguns casos básicos.
Cas os:
k x k y kz k
2T 2T 2T
1 Tq g'''
2 2 2 k t
x y z
2T
Transferência de Calor e Massa 12
k
onde, = c é conhecida como difusibilidade ou difusividade térmica, cuja unidade no
SI é:
W
k m K W m² s m²
c kg J J s s
m3 kg K
Essa equação ainda pode ser escrita em notação mais sintética da seguinte forma:
2 q G''' 1 T
T
k t
onde:
2 2 2
2 é o operador matemático chamado de Laplaciano no
x 2 y 2 z 2
sistema cartesiano de coordenadas.
Esta última forma de escrever a equação da condução de calor é preferível, pois,
embora ela tenha sido deduzida para o sistema cartesiano de coordenadas, ela é
independe do sistema de coordenadas adotado. Caso haja interesse em usar outros
sistemas de coordenadas, basta substituir o Laplaciano do sistema de interesse, como
exemplificado abaixo,
1 1 2 2
- Cilíndrico: 2 r 2
r r r r 2 z 2
1 2 1 1 2
- Esférico: 2 r sen
r 2 r r r 2 sen r 2 sen 2 2
1 T
2T
t (Eq. de Fourier)
T
C) Regime per manent e (ou estacionári o) e k unifor me e constante, 0
t
qG'''
2T 0 (Eq. de Poisson)
k
(Eq. de Laplace)
2T 0
Transferência de Calor e Massa 13
Para resolver esse caso, vamos partir da equação geral da condução de calor, deduzida
na aula anterior, isto é:
q ''' 1 T
2T G
k t
d 2T
Assim, com essas condições, vem que 0 , e a solução procurada é do tipo T(x).
x 2
dT
Para resolver essa equação considere a seguinte mudança de variáveis:
dx
d
Logo, substituindo na equação, vem que 0
dx
Transferência de Calor e Massa 14
d C 1 , ou seja: C1
dT dT
Mas, como foi definido C1
dx dx
Integrando a equação mais uma vez, vem:
(A) em x = 0 T T1
(B) e em x = L T T2
De (A): C 2 T1
T2 T1
e de (B): T2 C1 L T1 C1
L
Assim, x
T ( x) (T2 T1 ) T1
L
Conhecida a eq uação que r ege do fluxo de calor atrav és da par ede, pod emos:
q G''' 1 T
A equação geral é da forma 2T
k t
1 T 1 2T 2T qG''' 1 T
r
r r r r 2 2 z2 k t
Introduzindo as simplificações:
d dT
r 0 , onde a solução procurada é do tipo T T (r )
dr dr
Solução:
dT dT
d r dr 0dr C1 r C1
dr dr
dr
dT C 1
r
C2
T r C1 ln(r ) C2
(A) r ri T Ti Ti C1 ln(ri ) C2
(B) r re T Te Te C1 ln( re ) C 2
ri T T
Fazendo-se (A) – (B), temos que Ti Te C1 ln , ou C1 i e
re r
ln i
re
Ti Te r
T r ln Te
ri re
ln
re
T
Ti Lei logarítmica
Te
ri re
raio
dT
O fluxo de calor é obtido através da Lei de Fourier, isto é, q k
dr
Atenção a esse ponto, a área A é a área perpendicular ao fluxo de calor e não a área
transversal da seção transversal. Portanto, trata-se da área da “casquinha” cilíndrica
ilustrada abaixo.
d
q k 2rL [C1 ln(r ) C 2 ]
dr
ou, efetuando a derivação, temos:
1
q 2kLrC1
r
ou, ainda: q 2kLC1
q 2kL
Te Ti
Substituindo, C1 : r (W)
ln i
re
q 2kL (Te Ti )
q ''
A 2rL ri
ln
re
k (Te Ti )
q ''
r ri
W m
2
ln
re
Transferência de Calor e Massa 18
Condu ção un idimensional, r egime per manente, sem ger ação de calor – paredes
compostas.
Para resolver de forma rápida e simples este problema, note que o fluxo de calor q é o
mesmo que atravessa todas as paredes. Assim, para cada parede pode-se escrever as
seguintes equações:
(T1 T2 ) qL1
- parede 1: q k1 A T1 T2
L1 k1 A
(T2 T3 ) qL2
- parede 2: q k2 A T2 T3
L2 k2 A
(T3 T4 ) qL3
- parede 3: q k3 A T3 T4
L3 k3 A
Nota-se que existe uma analogia elétrica perfeita entre fenômenos elétricos e térmicos
de condução de calor, fazendo a seguinte correspondência:
iq
U T
RÔHMICO RTÉRMICO
Transferência de Calor e Massa 19
q
Por meio de analogia elétrica, configurações mais complexas (em série e paralelo) de
paredes podem ser resolvidas.
Geração interna de calor pode resultar da conversão de uma forma de energia em calor.
P RI 2 (W)
''' P
Em termos volumétricos, qG ''' (W / m3 ) , qG (W/m3), onde V : volume onde o
V
calor é gerado.
2. Geração de calor devido a uma reação química exotérmica (qG ''' 0) como, por
exemplo, o calor liberado durante a cura de resinas e concreto. Já, no caso de uma
reação endotérmica, qG ''' 0 .
3. Outras formas tais de geração de calor devido à absorção de radiação, nêutrons, etc...
Pare de (placa) plana com ger ação de calor un iform e (resi stência elétr ica plan a).
b L
i
T1
2b
T2
Equação geral
qG
'''
1 T T
2T sendo que 0 (regime permanente.)
k t t
'''
qG
2T 0 T T (x)
k
(1) x L T T1
(2) x L T T2
Transferência de Calor e Massa 21
Solução
dT
Seja a seguinte mudança de variável (apenas por conveniência): ,
dx
'''
Então d qG
dx k
Integrando novamente:
'''
qG x2
T ( x) C1 x C2
2k
Condições de contorno
'' '
q G L2
(1) T1 C1 L C 2 - temperatura da face esquerda conhecida
2k
' ''
q L2
(2) T2 G C1 L C 2 - temperatura da face direita conhecida
2k
T2 T1
Substituindo em (1) ou (2), tem-se C1
2L
q G ''' ( L2 x 2 ) x T1 T2
T ( x) (T2 T1 )
2k 2L 2
Transferência de Calor e Massa 22
CASOS:
'' '
qG ( L2 x2 )
T ( x) TS
2k
dT
Também poderia se chegar a essa expressão usando 0
dx
'''
qG L2
TMÁX TC TS
2k
dT
q kA ou
dx
q dT
q '' k , substituindo a distribuição de temperaturas, vem:
A dx
''' 2 2
d qG ( L x ) ,
q '' k TS
dx 2k
'''
q '' xqG
ou, simplesmente:
Dessa forma, o plano central age como o caso de uma parede adiabática, q '' 0
(B) Nesse caso, suponha que a temperatura de uma das faces seja maior: T1 T2
Transferência de Calor e Massa 23
dT
k 0 ou
dx xmáx
'''
d qG x T1 T2
( L2 x 2 ) (T2 T1 ) 0 , que resulta em:
dx 2k 2L 2
'''
qG (T T1 )
xmáx 2 0
k 2L
1 T 1 2T 2T
2 T r
r r r r 2 2 z 2
'''
1 d dT q G
r 0
r dr dr k
'''
dT qG
' ''
dT q r2
d r dr k rdr C1 , ou, ainda: r
dr
G
2k
C1
q G ' '' C1
dT 2k r r dr C 2
'''
qG r 2
T (r ) C1 ln r C2
4k
Transferência de Calor e Massa 25
* condições de cont orn o para obten ção das c onstan tes C1 e C2:
Isso implica dizer que o fluxo de calor é nulo na linha central e, como decorrência,
também pode-se afirmar que a máxima temperatura Tmáx ocorre nessa linha.
q ''' r C
lim G 1 0
2k r
r 0
'''
'''
qG r 2 qG r02
TS C2 ou, C 2 TS
4k 4k
'''
qG 2
T
4k
r0 r 2 TS
qG '''r02
Sendo, Tmáx TS
4k
Transferência de Calor e Massa 26
Solução:
Condições de contorno:
dT
(2) 0 (fluxo de calor nulo na superfície)
dr r e
''' 2
q G re2 ''' 2
qG re ri
C1 ; C2 Ti 2 ln(ri )
2k 4k re
Transferência de Calor e Massa 27
Assim,
'' '
q G re2 ri 2 r 2 r
T (r ) 2 ln Ti
4k e r 2
ri
O fluxo de calor é:
dT
q kA
dr
d
q k ( 2 rL )
T (r )
dr
Após substituir a distribuição de temperaturas e efetuar da derivada, vem:
q
'' '
qG re2 ri 2 (W/m)
L
A temperatura máxima é:
Tmáx Te
'''
q G re2 ri 2 re2 r
Tmáx Te 2 ln e Ti
4 k re 2
ri
Solução:
Calor gerado por unidade de volume, isto é, a potência elétrica dissipada no volume.
2 U2 L
P Ri ; R
R A
70 108 m
D2 (3,2 103 ) 2
L 0,3m , A 8,0425 10 6 m2
4 4
70 10 8 0,3
R 6
2,6111 10 2
8,0425 10
100
P 3,830kW
2,6111 10 2
P 3,83 10 3 3,83 10 3
q G
V A L 8,0425 10 6 0,3
W
q G 1,587 10 9 3
m
P
P hA(TP T ) TP T
hA
3
3,83 10
TP 95
10 10 (3,2 10 3 ) 0,3
3
TP 222o C
q r 2
Tc TP G o
4k
1,587 109 (1,6 10 3 ) 2
Tc 222
4 22,5
Tc 267o C
Transferência de Calor e Massa 29
- pa re des plan as
T1 T2 L
q R
R kA
- pa re des compostas
- Circui to elétri co
Ainda,
onde
1 1 1 1
R// R2 R3 R4
REQ R1 R// R5
T1 T2
q
REQ
Transferência de Calor e Massa 30
- Tub o cilíndri co
r
ln e
Ti Te r
q ; R i
R 2kL
- Circui to elétri co
Req Ri
r
ln i 1
r
Req i
2ki L
r r
ln 2 ln 3
r r
R1 1 R2 2
2k1L 2k2 L
Transferência de Calor e Massa 31
Por ind ução , como deve ser a re sistência térm ica devi do à convecção de calor?
Tp T
q hA(Tp T ) e q
1
hA
1
onde, é a resistência térmica de convecção
hA
- Circui to elétri co
Fluxo de
Resistências
Circ uito Elétri co Tr ansferência
Tér micas
de calor
Pare de plan a
T1 T2 L
q R
R kA
REQ R1 R// R5
T1 T2
q 1 1 1 1
REQ
R// R2 R3 R4
Tub o cilíndri co
r
Ti Te ln e
q r
R R i
2kL
Tub o cilíndri co
composto
r
T Te ln i 1
q i ri
REQ Req
2ki L
Transferência de Calor e Massa 33
Con vecção em tu bo
cilíndr ico
Ti Te r
ln e
q r 1
REQ Req i
2kL hA
q UATtotal
- pared e plana
1 1 1
R
h1 A kA h2 A
T
q UAT
R
1 1
UA ou U
R RA
Logo,
1
U
1 L 1
h1 k h2
- tubo cilíndrico
Transferência de Calor e Massa 34
U e Ae Ttotal U i Ai Ttotal
Logo, U e Ae U i Ai
U referido à área externa
1
Ue
Ae ln ri 1 re
2kL he
U referido à área interna
1
Ui
Ai ln r
re
i Ai
2kL Ae he
As tubulações que transportam fluidos aquecidos (ou frios) devem ser isolados do meio
ambiente a fim de restringir a perda de calor do fluido (ou frio), cuja geração implica
em custos. Aparentemente, alguém poderia supor que a colocação pura e simples de
camadas de isolamentos térmicos seria suficiente. Entretanto, um estudo mais
pormenorizado mostrará a necessidade de se estabelecer um critério para realizar esta
operação.
Ti T
q
lnre ri 1
2kL 2Lre h
2L(Ti T )
ou, q
ln
re
ri 1
k re h
convecção. De forma que, se o raio externo do isolamento aumentar por um lado ele
diminui uma das resistências térmicas (a de convecção), enquanto que por outro lado a
resistência térmica de condução aumenta. Isto está ilustrado no gráfico acima e dá
origem a um ponto de maximização. Do Cálculo, sabe-se que o máximo da
transferência de calor ocorre em:
dq 2L(Ti T ) 1 1
0 2 k.r
dre
ln re r e h.r 2
i
1 e
k re h
Assim,
1 1 k
kre hre2
rcrit
h
k
Se o raio crítico de isolamento for originalmente menor que a transferência de calor
h
será aumentada pelo acréscimo de camadas de isolamento até a espessura dada pelo raio
crítico – conforme tendência do gráfico. Neste caso, ter-se-ia o efeito oposto ao
desejado de diminuir o fluxo de calor. Por outro lado, se originalmente a espessura de
isolamento for maior que a do raio crítico, adições sucessivas de camadas isolantes vão
de fato diminuir a perda de calor.
Para exemplificar, considere um valor do coeficiente de transferência de calor por
W
convecção de h = (convecção natural), teste de alguns valores da
m2 oC
condutividade de materiais isolantes.
Como se vê, o raio crítico é relevante para pequenos diâmetros, tais como, fios elétricos.
Da lei de resfriamento de Newton, vem que o fluxo de calor trocado é dado por,
q hATs T ,onde h é o coeficiente de transferência de calor por convecção, A é a
área de troca de calor e Ts e T∞ são as temperaturas da superfície do fluido (ao longe).
Por uma simples análise, sabe-se que a transferência de calor pode ser melhorada, por
exemplo, aumentando-se a velocidade do fluido em relação à superfície. Com isso,
aumenta-se o valor do coeficiente de transferência de calor h e, por conseguinte, o
fluxo de calor trocado, como dado pela expressão anterior. Porém, há um preço a pagar
e este preço é o fato que vai se exigir a utilização de equipamentos de maior porte de
movimentação do fluido, ou seja, maiores ventiladores (ar) ou bombas (líquidos).
Uma forma muito empregada de se aumentar a taxa de transferência de calor consiste
em aumentar a superfície de troca de calor com o emprego de aletas, como a ilustrada
abaixo.
Assim, o emprego das aletas permite uma melhora da transferência de calor pelo
aumento da área exposta.
Figur a 1– Diferentes tipos de superfícies aletadas, de acordo com Kreith e Bohn. (a)
aleta longitudinal de perfil retangular; (b) tubo cilíndrico com aletas de perfil
retangular; (c) aleta longitudinal de perfil trapezoidal; (d) aleta longitudinal de perfil
parabólico; (e) tubo cilíndrico equipado com aleta rad ial; (f) tubo cilíndrico equipado
com aleta radial com perfil cônico truncado; (g) pino cilíndrico; (h) pino cônico
truncado; (i) pino parabólico.
Volume de controle
elementar, C
Hipóteses:
- regime permanente;
- temperatura uniforme na seção transversal;
- propriedades constantes.
Transferência de Calor e Massa 38
Balanço de energia
I II III
fluxo de calor que entra fluxo de calor que que deixa fluxo de calor que que sai
no V.C. p / condução o V.C. p / condução do V.C. p / convecção
dT
(I) q x kAx
dx
dq
(II) qx dx qx x dx o( dx2 ) expansão em serie de Taylor
dx
(III) qc hA(T T )
qc hPdx(T T )
d dT
k Ax hP (T T ) 0
dx dx
Sendo T T d dT
d d hP
A 0 Equação Geral da Aleta
dx dx k
(x)
A A(x)
d 2 hP
m2 0 , m2
d 2 kA
A solução é do tipo: ,
( x) c1e mx c 2 e mx
d2y dy
b cy 0
dx2 dx
Assume y e nx
Substituindo, vem
m2 e nx bmenx ce nx e nx
Obtém-se o polinômio característico
n 2 bn c 0
y c1e n1x c2 e n2 x
b 4c b 2
Onde, p ; q
2 2
Transferência de Calor e Massa 40
1a Condição de Contorno
T (0) Tb
para x 0
(0) b Tb T
b c1e0 c2e 0
c1 c2 b
x T T ou 0
Assim,
0 lim c1e mx c2 e mx
x
c1 0 c2 b
De forma que, a distribuição de temperaturas nesse caso é:
hP
mx ( x) x
kA
( x) b e e
b
hP
T ( x) T x
kA
e
Tb T
Transferência de Calor e Massa 41
(2) qaleta hP (T T )dx (o fluxo de calor total transferido é a integral do
0
fluxo de calor convectivo ao longo de toda a superfície da aleta)
dT d
q aleta kAb kAb
dx x0 dx x 0
Mas, Ab A cte
d
qaleta kA
dx
b e mx kA b ( m)e mx x0
hP
qaleta kA b
kA
qaleta b hPkA ou q aleta hPkA ( T b T )
qaleta hP dx ; P cte
0
qaleta hP b e mxdx
0
e mx hP b hP b
q aleta hP b lim
0
e mx
dx hP b lim
m
m
lim e m 1
m
hPkA b
0
dT d d
dx
0
dx
(extremidade adiabática), ou
dx
c1e mx c2e mx 0
x L x L
be mL
De onde, se obtém, c2
e mL e mL
Ou
e m( L x) e m( L x) / 2
b
emL emL / 2 ou
( x) coshm( L x)
b coshmL
kA b senh(mL)
( m)
cosh(mL)
kA b m tgh(mL)
Transferência de Calor e Massa 43
q b hPkA tgh(mL)
Caso realista.
Condição de contorno na extremidade:
dT
em x L k h(TL T ) condução na extremidade = convecção
dx x L
Distribuição de temperaturas
h
( x) coshm( L x) mk senhm( L x)
b cosh mL h
mk
senh(mL)
Fluxo de calor
q hPkA b
mkconh(mL)
senh(mL) h
cosh(mL) h senh(mL)
mk
b
t
L t/2
Lc=L+t/2
Lc L t / 2
A teoria desenvolvida na aula anterior é bastante útil para uma análise em detalhes para
o projeto de novas configurações e geometrias de aletas. Para alguns casos simples,
existem soluções analíticas, como foi o do caso estudado da aleta de seção transversal
constante. Situações geométricas ou que envolvem condições de contorno mais
complexas podem ser resolvidas mediante solução numérica da equação diferencial
geral que governa o processo de transferência de calor na aleta. Na prática, a seleção de
aletas para um caso específico, no entanto, geralmente usa o método da eficiência da
aleta. Sendo que a eficiência de aleta, A , é definida por
Da definição de eficiência de aleta, o fluxo de calor real transferido pela aleta, qA, pode
ser obtido por meio de q A A qmax , onde o máximo fluxo de calor transferido, qmax, é
aquele que ocorreria se a aleta estivesse toda à temperatura da base, isto é:
q max hAa b ,
q A a hAa b
Note que a eficiência da aleta, a , selecionada sai de uma tabela, gráfico ou equação.
Na página seguinte há uma série de gráficos para alguns tipos de aletas.
(2) Deve-se usar um material de condutividade térmica elevado, tais como cobre e
alumínio, por razões que veremos adiante.
Exemplo de Aplicação
Solução
t 0,001 m
(5,5 2,5) t
L 0,01 0,015 m Lc L 0,0155 m
2 2
0, 5
AP Lc t 0,0155 0,001 1,55 10 5 m 2 L3c 2 h kAP 1 2 0,01551,5 65 240 1,55 10 5 0,255
Para o uso do gráfico, precisamos ainda da razão entre o raio externo corrido e o raio
interno da aleta.
r 2c r2 t / 2 2,75 0,1 / 2
2,24 Com esses dois parâmetros no gráfico, obtemos
r1 r1 1,25
A 91% . Assim, o fluxo de calor trocado pela aleta é:
q A a hAa b 0,91 65 0,00394 75 17,5 W, Já que a área exposta da aleta,
vale, Aa 2 r22c r12 0,00394 m .
2
Admitindo que o passo das instalações da aleta é de 1 cm, qual deve ser o fluxo de calor
total transferido pelo tubo, se o mesmo tiver 1 m de comprimento.
Solução
O tubo terá 100 aletas. O fluxo de calor trocado por aleta já é conhecido do cálculo
anterior. O fluxo de calor da porção de tubos sem aletas será:
O fluxo de calor trocado pelas 100 aletas será q ca 100 17,5 1750 W
1750
qT q sa q ca 344,6 1750 2094,5 W e % 100% 83,6%
2095
q a hAa b
b Tb T
Comentários :
Aleta triangular (y ~ x)
requer menos material
(volume) para uma mesma
dissipação de calor do que
a aleta retangular. Contudo,
a aleta de perfil parabólico
é a que tem melhor índice
Ap – área de seção transversal de aleta de dissipação de calor por
unidade de volume (q/V),
mais é apenas um pouco
Tipo Aa área total exposta da aleta superior ao perfil triangular
Retangular 2bLc e seu uso é raramente
Triangular b – largura da justificado em função de
2b L2 ( L / 2) 2 1/ 2 aleta maior custo de produção.
Parabólica Lc = L-corrigido A aleta anular é usada em
2,05b L2 ( L / 2) 2 1 / 2 t = espessura
tubos.
Anular 1/ 2
2b r2c 2 r12
Transferência de Calor e Massa 48
Efetividad e da Aleta
qaleta q
aleta
q s / aleta hAb b
Note que o fluxo de calor sem a aleta, q s/aleta, é o que ocorreria na base da aleta,
conforme ilustração acima. Como regra geral, justifica-se o caso de aletas para ε > 2.
hPkA b tgh(mLc )
hAb b
tgh(mLc )
Nesse caso: A = Ab e, portanto,
hA/ kP
Transferência de Calor e Massa 49
Exemplos de Aplicação
Solução:
tgh(mLc )
, com
hA/ kP
hP h 2r 2h 2h
m 3,24 h e mLc 3,24 h 0,05 0,01 / 2 , ou
kA kr 2 kr 19.0,01
hA hr 2 hr h.0,01
No denominador tem-se: 0,0162 h .
kP k 2r 2k 2.19
Substituindo estes dois resultados na expressão da efetividade, vem:
tgh(0,178 h )
0,0162 h
Transferência de Calor e Massa 50
tgh(0,178 5000 ) 1
Cas o A : h = 5000 W/m2 K 0,873
0,0162 5000 1,145
tgh(0,178 10 ) 0,510
Cas o C : h = 10 W/m2K 10,0
0,0162 10 0,051
Comentário
hA
Caso (A) 1,31
kP
hA
Caso (B) 0,026
kP
hA
Caso (C) 0,00262
kP
Exemplo de aplica ção 2 – Considerando o problema anterior, suponha que a aleta seja
constituída de três materiais distintos e que o coeficiente de transferência de calor seja h
= 100 W/m2 oC. Calcule a efetividade.
Das tabelas de propriedades de transporte dos materiais, obtém-se:
Solução:
hA hr 100.0,01 1
No denominador, agora temos:
kP 2k 2k 2k
2k tgh(7,76 / k )
Comentário:
O material da aleta é bastante importante no que toca a efetividade de uma aleta. Deve-
se procurar usar material de elevada condutividade térmica (cobre ou alumínio).
Geralmente, o material empregado é o alumínio por apresentar várias vantagens, tais
como:
Claro, que cada caso é um caso. Em algumas situações as aletas podem ser parte do
projeto original do equipamento e serem fundidas juntamente com a peça, como ocorre
com as carcaças de motores elétricos e os cilindros de motores resfriados a ar, por
exemplo. Nesse caso, as aletas são feitas do mesmo material da carcaça do motor.
Transferência de Calor e Massa 52
Introdução
T∞ 2
T∞1
T0 = T∞1
T∞ 2
∆t
de aquecimento não são iguais. Isto indica que a variação da temperatura no corpo não é
uniforme dentro do corpo, de uma forma geral. Esta análise que envolve o problema da
difusão interna do calor, é um pouco complexa do ponto de vista matemático, mas pode ser
resolvida para alguns casos de geometrias e condições de contorno simplificadas. Casos
mais complexos podem ser resolvidas de forma numérica. Entretanto, o interesse da aula de
hoje é numa hipótese simplificadora que funciona para um grande número de casos
práticos. A ideia consiste em assumir que todo o corpo tenha uma única temperatura
uniforme a cada instante, como foi ilustrado anteriormente, de forma que se despreze a não
uniformidade da temperatura interna. Esta hipótese é chamada de sistema concentrado,
como discutido na sequência.
T∞ 2 T∞ 2
Sistema Concentrado
T∞
q convecção
T0
Transferência de Calor e Massa 54
Balança de energia
Termo (I):
dU du du dT
=m = ρ∀ = ρc∀
dt dt dt dt
m = massa do corpo;
U = energia interna do corpo;
u = energia interna específica do corpo;
ρ = densidade do corpo;
∀ = volume do corpo;
c = calor específico do corpo.
Termo (II):
qconv = −hA(T − T∞ )
dT
ρ∀c = − hA(T − T∞ )
dt
Essa é uma equação diferencial de primeira ordem, cuja condição inicial é T(t=0) = T0
dT − hA
= dt
T − T∞ ρc∀
θ
dθ hA dθ
t
hA
θ
=−
ρc∀
dt , ou ∫
θ
θ
=−∫
t =0
ρc∀
dt , do que resulta em:
0
θ hA
ln = − t.
θ0 ρc∀
Finalmente,
hA hA
θ − t T − T∞ − t
= e ρc∀ ou = e ρc∀
θ0 T0 − T∞
Analogia Elétrica
Essa equação resulta da solução de um sistema de primeira ordem. Soluções desse tipo
ocorrem em diversas situações, inclusive na área de eletricidade. Existe uma analogia
perfeita entre o problema térmico apresentado e o caso da carga e descarga de um capacitor,
como ilustrado no esquema abaixo.
t
V −
= e RC
V0
Note a Analogia
Elétrica Térmica
Tensão, V T − T∞
Capacitância, C ρ c∀
Resistência, R 1 / hA
Transferência de Calor e Massa 56
ρc∀ 1 / hA
T∞
Constante de tempo do circuito elétrico, τ
τ = RC
A constante de tempo é uma grandeza muita prática para indicar o quão rápido o
capacitor se carrega ou se descarrega. O valor de t = τ é o instante em que a tensão do
sistema atingiu o valor de e-1 ~ 0,368
τ
V − 1
= e τ = e −1 = = 0,368
V0 e
Com isso, pode-se fazer uma análise muito interessante, como ilustrado no gráfico
abaixo que indica a influência da tensão no capacitor para diferentes constantes de tempo.
Quanto maior a constante de tempo, mais o sistema demora para atingir o valor de 0,368V0.
τ1 τ 2 τ 3 τ4
Por analogia, a constante de tempo térmica é tudo o que “sobrar” no denominador do valor
da exponencial, isto é:
hA t
T − T∞ − t − ρc∀
= e ρc∀ = e τ t → τ t =
T0 − T∞ hA
Veja o gráfico ilustrativo abaixo para ver a influência da constante de tempo térmica.
Transferência de Calor e Massa 57
T − T∞
T0 − T∞
0,368(T0 − T∞ )
τt
T − T∞
τ 2 < τ1 τ1
T0 − T∞1
τ 3 > τ1
T0 − T∞ 2
Transferência de Calor e Massa 58
A equação que rege o regime transitório concentrado pode ainda ser reescrita para se obter
a seguinte forma
T − T∞
= e − Bi Fo
T0 − T∞
hL
Onde, Bi é o número de Biot, definido por Bi = , e Fo é o número de Fourier, definido
k
αt
por Fo = (trata-se de um “tempo” adimensional)
L2
Termopares são sensores muito precisos para medir temperatura. Basicamente, eles são
formados pela junção de dois fios de materiais distintos que são soldados em suas
extremidades, como ilustrado na figura abaixo. A junção soldada pode, em primeira análise,
ser aproximada por uma pequena esfera de diâmetro D. Considere um termopar usado para
medir uma corrente de gás quente, cujas propriedades de transporte são: k = 20 W/m K,
Transferência de Calor e Massa 59
SOLUÇÃO
V D 0,7 × 10 −3
Comprimento característico: L = = = = 1,167 × 10 − 4 m
A 6 6
hL 400 × 1,167 × 10 −4
Número de Biot: Bi = = = 2,333 × 10 −3
k 20
1 T − T∞ 1 199,9 − 200
Da expressão da temperatura, vem Fo = − ln =− ln = 3200,76
Bi T0 − T∞
2,333 × 10 −3
25 − 200
k 20 αt
Dado que α = = = 5,883 × 10 −6 e Fo = 2 , vem:
ρc 8500 × 400 L
t=
Fo × L2
=
(
3200,76 × 1,167 × 10 − 4 )
2
= 7,4 s
α 5,883 × 10 −6
Comentário: note que o número de Biot satisfaz a condição de sistema concentrado Bi < 0,1 .
Um tempo relativamente longo é necessário para obter uma leitura precisa de temperatura.
O que aconteceria com o tempo se o diâmetro do termopar fosse reduzido à metade?
EXEMPLO DE APLICAÇÃO 2
Melancias são frutas muito suculentas e refrescantes no calor. Considere o caso de uma
melancia a 25 oC que é colocada na geladeira, cujo compartimento interno está a 5 oC. Você
acredita que o resfriamento da melancia vai ocorrer de forma uniforme, ou se, depois de
alguns minutos, você partir a melancia, a fatia da mesma estará a temperaturas diferentes?
Transferência de Calor e Massa 60
Solução:
, sendo
0,3
0,05
6
D= 0,3 m
D = 0,3 m
,
10
,
Conclusão, a melancia não vai resfriar de forma uniforme. Isto está de acordo com sua
experiência?
Transferência de Calor e Massa 61
Solução: T(x, t)
2T 1 T
Por não haver geração interna de calor, vem que , a qual é submetida as
x2 t
seguintes condições:
T T0 x
erf , onde
Ti T0 2 t
x
2 t
x 2 2
erf e d
2 t 0
Para se obter o fluxo de calor instantâneo numa dada posição qualquer, basta aplicar a
lei de Fourier da condução. Isto é feito substituindo a distribuição de temperaturas
acima, na equação de Fourier, isto é:
x
2 t
T x 2 2
q x kA kA T0 (Ti T0 )erf ( ) kA(Ti T0 ) e
d
x x 2 t x 0
x2
kA2(Ti T0 ) x
e 4t
, do que, finalmente, resulta em:
x 2 t
x2
kA(Ti T0 )
qx e 4t
t
Neste outro caso, estuda-se que a face exposta está submetida a um fluxo de calor
constante,
2T 1 T
Partindo da equação da condução de calor , submetida as seguintes
x2 t
condições:
A solução é:
x2
t 4t
2q 0 e
q x x
T Ti 0 1 erf
kA kA 2 t
Nesse terceiro caso, analisa-se o caso em que ocorre convecção de calor na face
exposta à esquerda.
T
A solução é:
hx h2t
T Ti x k k 2 x h t
1 erf e 1 erf
T Ti 2 t 2 t k
T
T T
T ( x, t ) T ou T (r , t ) T
i Ti T
0 T0 T
e Te T
hL
Número de Biot: Bi
k
t kt
Fo 2
L cs 2
Q c(T T ) c
Transferência de Calor e Massa 66
Gráficos de Heisler para uma placa de espessura 2L. Para outras geometrias (esfera e
cilindro): ver Apêndice D do Incropera e Witt
Transferência de Calor e Massa 67
Exemplo:
Dados:
k = 43,2 W/mK
α = 1,19 x 10-5 m2/s h
5 cm
Solução:
2L = 5 cm = 0,05 m → L = 0 ,025 m
hL 500 0,025
Bi 0,289 0,1
k 43,2
Não se aplica a solução de sistema concentrado. Portanto, use a solução de Heisler. Para
isso, deve-se calcular os parâmetros para os gráficos da página anterior, que são:
1 / Bi 3,45
0,0125 0,95
x/ L 0,5 0
0,05
Seja uma placa retangular, submetida às condições de contorno ilustrados, isto é, todos
os lados estão à mesma temperatura T1, exceto o lado superior que está à T2.
Hipót eses:
2T 2T
As hipóteses resultam em: 2T 0 ou 0
x2 y 2
(1) T(0,y) = T1
(2) T(L,y) = T1
(3) T(x,0) = T1
(4) T(x,b) = T2
T T1
T2 T1
(1) θ(0,y) = 0
(2) θ(L,y) = 0
(3) θ(x,0) = 0
(4) θ(x,b) = 1
dT
De onde se tem também que a variação elementar de temp. é d
T2 T1
2 2
Então, 0 Esta é a equação da condução na nova variável.
x2 y 2
( x, y) X x Y y
dX
Primeira derivada: Y
x dx
2
d2X
Segunda derivada: Y
x 2 dx 2
Analogamente em relação à y:
2 d 2Y
Segunda derivada: X
y 2 dy 2
Transferência de Calor e Massa 70
d2X d 2Y
Y X 0
dx 2 dy 2
É digna de nota que na equação acima o lado esquerdo é uma função exclusiva de y
e o lado direito, uma função exclusiva de x. No entanto, os dois lados da igualdade são
sempre iguais. Isto implica dizer que a igualdade não pode ser nem função de x, nem de
y, já que de outra forma não seria possível manter a igualdade sempre válida. De forma
que a igualdade deve ser uma constante que, por conveniência matemática, se usa o
símbolo 2 . Dessa forma, tem se:
1 d2X
2 e
X dx 2
1 d 2Y
2
Y dy 2
Note que a equação diferencial parcial original deu origem às duas outras equações
diferenciais comuns ou ordinárias, mostradas acima. As soluções dessas duas novas
equações são bem conhecidas (lembre-se do polinômio característico) e são:
X x C1 cos x C 2 senx , e
Y y C3 e y C 4 e y
Nesse ponto, a análise se volta para cada caso especifico dado pelas condições de
contorno. É preciso fazer isso com critério.
0, y C1 cos .0 C 2 sen.0. C3 e y C 4 e y 0
Transferência de Calor e Massa 71
0 C2 senx
. C3 C 4
0 C2 senL. C4 (e y e y )
mas, como simultaneamente as duas constantes não podem ser nulas, isto é:
C2 e C4 0 , logo, deduz-se que sen(L) 0
nLy
ny
x e e L
n x, y 2C2C4 sen n
L 2
Cn
ny
senh ( )
L
x y
ou, seja n x, y C n sen(n ) senh(n )
L L
Para cada n = 1,2,3,... Existe uma solução particular θn. Daí também ter juntado as
constantes C 2 e C 4 num nova única constante Cn que dependem do valor de n.
Então a solução geral deve ser a combinação linear de todas as possíveis soluções.
nx ny
x, y C n sen senh
n 1 L L
nx nb
1 Cn sen senh
n 1 L L
Transferência de Calor e Massa 72
g
a
m ( x) g n ( x)dx 0 p/ m n
(dica: note que se parece com produto escalar de vetores: dois vetores
ortogonais tem o produto escalar nulo)
x x
Muitas funções exibem a propriedade de ortogonalidade, incluindo sen(n ) e cos(n ) em
L L
0 x L
Verifica-se também, que qualquer função f(x) pode ser expressa numa série infinita de funções
ortogonais, ou seja:
f ( x) Am g m ( x)
m1
g n ( x) f ( x) g n ( x) Am g m ( x)
m1
b b
g n ( x) f ( x)dx g n ( x) Am g m ( x)dx
a a
m1
Usando a propriedade de ortogonalidade, ou seja
b
g m ( x) g n ( x)dx 0 se m n
a
b b 2
g
a
m ( x) f ( x)dx Am g m ( x)dx
a
b
g m ( x) f ( x)dx
Am a
b 2
g m ( x)dx
a
Transferência de Calor e Massa 73
nx nb
1 Cn sen senh (A)
n 1 L L
nx
g n ( x) sen ; n 1,2,....
L
funcão ortogonal
nx
1 An sen
n1 L
L nx
sen dx
0
L 2 (1) n 1 1
An
2 nx n
L
0 sen L dx
Então,
2 (1) n1 1 nx
1 sen (B)
n1 n L
n 1
nx nb 2 (1) 1 nx
C n sen senh
sen
n1 L L n1 n L
Cn
2 (1) n 1 1 ; n 1,2,3,....
nb
nsenh
L
ny
n1 senh
2
(1) 1 nx L
( x, y) sen
n1 n L senh nb
L
Transferência de Calor e Massa 74
1
0.75
0
0 0.50
0.25
0.10
0
Calcule o fluxo de calor. Nesse caso, você precisa calcular qx e qx. Note que o fluxo de
calor, nesse caso, será dado de forma vetorial, isto é:
T T
q x k i e q y k j . Sendo que o fluxo total de calor será q q x q y e o
x y
módulo do fluxo de calor será q q x 2 q y 2 em W/m2
(2) As linhas de simetria são adiabáticas, ou seja, não há fluxo de calor na direção
perpendicular a elas. Portanto, podem ser tratados como linhas de fluxo de calor
constante.
(3) Traças algumas linhas de temperatura constante. Lembre-se que elas são
perpendiculares às linhas de fluxo constante.
(5) Quando houver um “canto” isotérmico”, a linha de fluxo cte. Deve bissectar o
ângulo formado pelas duas superfícies
T
qi kl (1)
l
Transferência de Calor e Massa 76
O fluxo de calor acima é o mesmo que atravessa qualquer região que esteja limitada
pelas mesmas linhas de fluxo constantes desde T1 até T2. Então, pode-se escrever que.
T2 T1
T (2)
N
(T2 T1 )
qi k (3)
N
O fluxo de calor total, q, é a soma de todos os M “Faixas” formadas por duas linhas
adjacentes de fluxo de calor (no exercício M = 5)
M
M
q qi k(T2 T1 )
i 1 N
q 5k (T2 T1 )
Transferência de Calor e Massa 77
m,n
m,n+1
x Pontos Nodais
y,n
x,m m,n
m-1,n m+1,n
m,n-1
Transferência de Calor e Massa 78
2T 2T
A equação da condução de calor 0 pode assim ser discretizada:
x 2 y 2
T (Tm,n Tm1,n )
(Primeira derivada na direção x – face esquerda)
x 1
m , n x
2
T (Tm1,n Tm,n )
(Primeira derivada na direção x – face direita)
x 1
m , n x
2
Assim,
T T
2T x 1
m , n x 1
m , n
2 2
(Segunda derivada na direção x – centro)
x 2 x
Assim, a equação da condução de calor diferencial pode ser aproximada por uma equação
algébrica,
2T 2T
Tm1,n Tm1,n Tm,n 1 Tm,n 1 4Tm,n 0 se Δx = Δy
x 2 y 2
T
se Δx = Δy
x x 1
Tm,n h 2 h T (2Tm1,n Tm,n 1 Tm,n 1 ) 0
k k 2
T
x x
2Tm, n h 1 2h T (Tm1,n Tm,n 1 ) 0
k k
Ver tabela 4.2 (Incropera) ou Tabela 3.2 Holman para outras condições e geometrias.
Transferência de Calor e Massa 80
Uma vez que as equações de todos os pontos nodais foram estabelecidas, obtém-se um
sistema de N equações por N incógnitas do tipo (N=m.n):
Transferência de Calor e Massa 81
a 11T1 a 12T2 . . . a 1N TN c1
a 21T1 a 2 2T2 . . . a 2 N TN c 2
. . . .
. . . .
. . . .
a N 1T1 a N 2T2 . . . a NN TN cN
[ A].[T ] [C ]
Exemplo Resolvido
h = 200 W/m2 ºC
Transferência de Calor e Massa 82
T = 20 ºC
k = 10 W/m ºC
x = y = 10 cm
T 20C
Solução:
Portanto,
nó 1 : 4T1 T2 T3 2(100) 0
nó 2 : 2T1 4T2 T4 100 0
nó 3 : T1 4T3 T4 T6 100 0
nó 4 : T2 2T3 4T4 T7 0
x x
Tm , n h 2 h T (Tm 1, n T fixo ) 0
k k
4T5 T6 140 0
Transferência de Calor e Massa 83
x x 1
Tm ,n h 2 h T 2Tm ,n 1 Tm 1,n Tm 1,n 0
k k 2
1 1
T3 T5 4T6 T7 40 0
2 2
1
nó 7: 4T7 40 (2T4 2T6 ) 0 , ou
2
T4 T6 4T7 40 0
Em forma de Matriz temos:
4 1 1 0 0 0 0 T1 200
2 4 0 1 0 0 0 T2 100
1 0 4 1 0 1 0 T3 100
0 1 2 4 0 0 1 T4 0
0 0 0 0 4 1 0 T5 140
1 1
0 0 1 0 4 T6 40
2 2
0 0 0 1 0 1 4 T7 40
T1 90,4 C
T2 87,2 C
T3 74,3 C
T4 68,2 C
T5 44,7 C
T6 38,8 C
T7 36,7 C
Transferência de Calor e Massa 84
Já vimos que a transferência de calor por convecção é regida pela simples de lei de
resfriamento de Newton, dada por:
q Ah(TS T )
onde,
Análise Dimensional
A maior limitação da análise dimensional é que ela não fornece qualquer informação
sobre a natureza do fenômeno. Todas as variações que influenciam devem ser
conhecidas de antemão. Por isso deve se ter uma compreensão física preliminar correta
do problema em análise.
O primeiro passo da aplicação do método consiste na determinação das dimensões
primárias. Todas as grandezas que influenciam no problema devem ser escritas em
função destas grandezas. Por exemplo, considere o sistema primário de grandezas
MLtT, onde:
Comprimento L
Tempo t
Massa M
Temperatura T
Nesse sistema de grandezas primárias, por exemplo, a grandeza força tem as seguintes
dimensões:
Força ML/t2
2
2
Transferência de Calor e Massa 87
D
Sabe-se de antemão que as grandezas que interferem na transferência de calor são:
M = 7 – 4 = 3 (3 grupos adimensionais)
D a K bV c d ec p f h g
b c d e f g
ML L M M
a L2 M
L 3 3 2 3
t T t L Lt t T t T
b d e g 0
a b c 3d e 2 f 0
3b c e 2 f 3 g 0
b f g 0
(A) – Como h é uma grandeza que nos interessa, vamos assumir o seguinte conjunto de
valores
g 1
c d 0
a=1
b = -1
e=f=0
Esse primeiro grupo adimensional recebe o nome de número de Nusselt, definido por:
Dh
1 Nu
k
g 0
(para não aparecer h)
a 1
f 0
b=0
c=d=1
e = -1
VD
2 Re D
Transferência de Calor e Massa 89
e = f =1
b = -1
Daí resulta, o terceiro e último número adimensional que recebe o nome de número de
Prandtl .
c
3 p Pr
k
Então, há uma função do tipo
F ( 1 , 2 , 3 ) 0 ou F ( Nu, Re D , Pr ) 0 .
Nu f (Re D , Pr )
Nu
Pr 0,3
1 3<ReD<100
água
óleo
ar
0,01
1 10 100
Re
Transferência de Calor e Massa 90
Na aula passada vimos que a transferência de calor no escoamento externo sobre uma
superfície resulta na existência de 3 números adimensionais que controlam o fenômeno.
Essas grandezas são o número de Nusselt, Nu, o de Reynolds, Re, e o de Prandtl, Pr. De
forma que existe uma relação do tipo Nu = f(Re, Pr), a qual pode ser obtida de forma
experimental ou analítica em algumas poucas situações.
Na aula de hoje apresentar-se-á uma situação particular em que esta relação pode ser
obtida de forma analítica e exata. Para isso, serão apresentadas as equações diferenciais
que regem a transferência de calor em escoamento sobre uma superfície plana em
regime laminar. Depois será indicada a solução dessas equações. Para começar o estudo,
considere o escoamento de um fluido sobre uma superfície ou placa plana, conforme
ilustrado. Admita que o fluido tenha um perfil uniforme de velocidades (retangular)
antes de atingir a placa. Quando o mesmo atinge a borda de ataque, o atrito viscoso vai
desacelerar as porções de fluido adjacentes à placa, dando início a uma camada limite
laminar que cresce em espessura à medida que o fluido escoa ao longo da superfície.
Note que esta camada limite laminar vai crescer continuamente até que instabilidades
vão induzir a uma transição de regime para dar início ao regime turbulento, se a
extremidade da placa (borda de fuga) não for antes atingida. Admite que a transição
u ∞ xρ
ocorra para a seguinte condição Re xtransição = > 5 × 10 5 (às vezes também se usa
µ
3 ×105), onde x é a distância a partir do início da placa (borda de ataque).
u∞
Transferência de Calor e Massa 91
No regime laminar, o fluido escoa como se fossem “lâminas” deslizantes, sendo que a
du
tensão de cisalhamento (originária do atrito entre essas camadas) é dada por τ = µ
dy
para um fluido newtoniano (como o ar, água e óleo). Essa condição e geometria de
escoamento permitem uma solução exata, como se verá a seguir.
Hipóteses principais:
- Fluido incompressível
- Regime permanente
- Pressão constante na direção perpendicular à placa
- Propriedades constantes
- Força de cisalhamento na direção y constante
∂v
ρ (v + dy )dx
∂y
∂u
ρ (u + dx)dy
ρudy ∂x
ρvdx
r ∂ r ∂
Onde Div é o gradiente, Div = i +j .
∂x ∂y
∂p
(p + dx)dy
pdy ∂x
τdx
∂τ ∂p
∑F x = pdy + (τ +
∂y
dy )dx − τdx − ( p +
∂x
dx)dy
∂τ ∂p
ou, simplificando, ∑F x =
∂y
dxdy − dxdy
∂x
∂u
Mas, por ser um fluido newtoniano, tem-se τ = µ que, substituindo, em.
∂y
∂ 2u ∂p
∑ Fx = µ ∂y 2
dxdy − dxdy
∂x
∂v ∂u
ρ (v + dy )(u + dy ) dx
∂y ∂y
∂u
ρu 2 dy ρ (u + dx) 2 dy
∂x
ρvudx
∂u ∂v ∂u
ρ (u + dx) 2 dy − ρu 2 dy + ρ (v + dy )(u + dy )dx − ρuvdx =
∂x ∂y ∂y
∂u ∂u ∂u ∂v
= ρu 2 dy + 2 ρu dxdy + ρ ( dx) 2 dy − ρu 2 dy + ρvudx + ρv dxdy + ρu dxdy +
∂x ∂x ∂y ∂y
∂v ∂u
+ρ ( dy ) 2 dx − ρuvdx =
∂y ∂y
∂u ∂u ∂v
= 2 ρu dxdy + ρv dxdy + ρu dxdy + termos de ordem superior
∂x ∂y ∂y
∂u ∂u
= ρ (u
∂u ∂u
+ v )dxdy + ρu
∂u ∂v
( + )
= ρ (u + v )dxdy
∂x ∂y ∂x ∂y
dxdy ∂x ∂x
1424 3
= 0 continuidade
Portanto, agora podemos juntar os termos de resultante das forças externas com a
variação do fluxo da quantidade de movimento, resultando na seguinte equação:
∂u ∂u ∂ 2 u ∂p
ρ (u +v )=µ 2 −
∂x ∂y ∂y ∂x
∂u ∂h ∂(uτ ) ∂T ∂ T 2
ρρ(u(v++ ∂vdydy)()(hu++ ∂udydy) dy (uτ + dy )dx − kdx( + dy )
∂∂yy ∂y∂y )dx ∂y ∂y ∂y 2
∂u ∂h
ρ (u + dy )(h + dy ) dy
∂u
ρ (u + ∂x dx) 2 dy ∂x
dy ∂x
ρuhdy
dx
∂T
ρvhdx uτdx − kdx
∂y
∂(uτ ) ∂ (uτ ) ∂ ∂u
uτ + ∂y dy dx − uτdx = ∂y dydx = ∂y uu ∂y dydx
Conservação de energia:
∂T
ρvhdx + ρuhdy − kdx
∂y
∂ ∂u
uµ dxdy
∂y ∂y
∂v ∂h ∂u ∂h ∂T ∂ 2T
ρ (v + dy )(h + dy ) dx + ρ (u + dx)(h + dx) dy − kdx( + dy )
∂y ∂y ∂x ∂x ∂y ∂y 2
∂ ∂u ∂h ∂u ∂h ∂v ∂ 2u
0−0+ uµ dydx = ρu dxdy + ρh dxdy + ρv dxdy + ρh dxdy − k 2 dxdy
∂y ∂y ∂x ∂x ∂y ∂y ∂x
∂ ∂u ∂h ∂h ∂u ∂v ∂ 2u
uµ = ρu + ρv + ρh ( + ) − k 2
∂y ∂y ∂x ∂x ∂x ∂y ∂x
1424 3
=0 continuidade
∂T ∂T ∂ 2T ∂ ∂u
ρc p u + ρc p v = k 2 + uµ
∂x ∂y ∂y ∂y ∂y
Em geral a potência térmica gerada pelas forças viscosas (último termo) é desprezível
face ao termo da condução de calor e de transporte convectivo de energia (entalpia).
Isso ocorre a baixas velocidades. Assim, a equação da energia pode ser simplificada
para:
∂T ∂T ∂ 2T
u +v =α 2
∂x ∂y ∂y
∂u ∂u ∂ 2u
u +v =υ 2
∂x ∂y ∂y
µ
onde, υ = é a viscosidade cinemática
ρ
υ
Comparando as duas equações acima, nota-se que quando υ = α , ou seja, Pr = =1
α
corresponde ao caso em que a distribuição da temperatura é idêntica a distribuição de
velocidades, o que ocorre com as maiorias dos gases, já que 0,65 < Pr < 1 .
∂u ∂v
Conservação de massa + =0
∂x ∂y
∂u ∂u ∂ 2u ∂p
ρ (u +v ) = µ 2 −
∂x ∂y ∂y ∂x
Conservação da quantidade de movimento
∂u ∂u ∂ 2u
direção x u +v =υ 2 Pressão constante
∂x ∂y ∂y
∂T ∂T ∂ 2T
Conservação de energia u +v =α 2
∂x ∂y ∂y
5x
Espessura da camada limite hidrodinâmica (CLH): δ = ;
Re x
−1 / 2
Coeficiente local de atrito local: c f , x = 0,664 Re x ;
Razão entre as espessuras das camadas limites hidrodinâmica (CLH) e térmica (CLT):
δ
= Pr 1/ 3 ;
δt
L
1
L ∫0
1/ 2
Número de Nusselt médio: N u L = Nu x dx = 2 * Nu x = L =0,664 Re L Pr 1/ 3 .
τs
Definição do coeficiente de atrito: c f = , τ s tensão de cisalhamento na parede
ρu ∞ 2 / 2
Os gráficos abaixo indicam o comportamento das camadas limites. Note que o número
de Prandtl desempenha um papel importante no crescimento relativo das CLT e CLH.
Transferência de Calor e Massa 97
u∞ , T∞
δ T (Pr < 1)
δ = δ T (Pr = 1)
δ T (Pr > 1)
T∞ u∞
C.L.T C.L.H
TS
1 1
Temos as seguintes relações: C f , x ∝ , hf ,x ∝ .
x x
Transferência de Calor e Massa 98
H
Fluxo mássico na face 1 – A: ∫ ρudy
0
d
H H
Fluxo mássico na face 2 – A: ∫ ρudy + ∫ ρudy dx
0
dx 0
d
H
Fluxo mássico na face A – A: ∫ ρudy dx
dx 0
∫ ρu dy
2
Fluxo de Q. M. na Face 1 – A:
0
Transferência de Calor e Massa 99
d
H H
Fluxo de Q. M. na Face 2 – A: ∫ ρu dy +
2
∫ ρu 2 dy dx
dx 0
0
d
H
Fluxo de Q. M. na Face A – A: u ∞ ∫ ρudy dx
dx 0
d d
H H
Fluxo liquido de Q. M. = ∫ ρu 2 dy dx − u ∞ ∫ ρudy dx
dx 0
dx 0
d (αβ ) = αd ( β ) + βd (α ) ou
αd ( β ) = d (αβ ) − β d (α )
Fazendo α = u∞
H
β = ∫ ρudy , vem
0
d d H du
H H
u∞ ∫ ρudy dx = u ∞ ∫ ρudy dx − ∫ ρudy ∞ dx
dx 0
dx 0
0
dx
d du
H H
= ∫ ρu∞ udy dx − ∞ ∫ ρudy dx
dx 0 dx 0
d d du ∞ H
H H
fluxo Q.M . = ∫ ρu dy dx − ∫ ρu ∞ udy dx +
2
∫ ρudy dx
dx 0 dx 0 dx 0
Os dois primeiros termos da integral podem ser reunidos para obter a seguinte forma
mais compacta:
d du H
H
fluxo Q.M . = ∫ ρ (u − u ∞ )udy dx + ∞ ∫ ρudy dx
dx 0
dx 0
Agora, vamos obter a resultante das forças externas. No presente caso, só vamos
considerar as forças de pressão e de atrito.
Transferência de Calor e Massa 100
dP
- força resultante da pressão: − H dx
dx
∂u
- força de cisalhamento na parede: -dx τ p = −dxµ
∂y y =0
Finalmente, a equação integral da camada limite laminar hidrodinâmica pode agora ser
escrita (2ª lei de Newton):
∂u dP H du H
− µdx −H dx = ∫ ρ (u − u ∞ )udy dx + ∞ ∫ ρudy dx
∂y y =0
dx 0 dx 0
Essa hipótese de P = cte. Também implica em que a velocidade ao longe também seja
constante, já que, fora da camada limite, é valida a eq. de Bernoulli, ou
P u∞
+ = cte
ρ 2
dP 2u ∞ du ∞
De forma que, na forma diferencial: + = 0 ⇒ du ∞ = 0
ρ 2
Assim, a equação da conservação da Q. M. se resume a:
∂u dp
H
−µ = ∫ ρ (u − u ∞ )udy
∂y
dx 0
y =0
δ
d ∂u
ρ ∫ (u ∞ − u )udy = µ
dx 0 ∂y y =0
Daí, pode se obter, entre outras coisas, a lei de crescimento da camada limite laminar
hidrodinâmica, isto é, a espessura da camada limite laminar numa posição x a partir da
borda de ataque. δ(x).
A solução aproximada, objeto desta análise, começa quando se admite um perfil de
velocidades na direção perpendicular ao escoamento, isto é, u(y). Claro que a adoção
desse perfil deve seguir certos critérios. Pense: Se você tivesse que admitir tal perfil de
velocidades, provavelmente faria o mesmo que o apresentado aqui. Isto é, você imporia
um polinômio de grau tal que as condições de contorno do perfil de velocidades fossem
satisfeitas. Certo? Pois é exatamente isso é que é feito. Então, primeiro passemos a
analisar as condições de contorno do problema, que são:
u=0 p/ y = 0
u = u∞ p/ y =δ
∂u
=0 p/ y =δ
∂y
∂ 2u
=0 p/ y = 0
∂y 2
u ( y ) = C1 + C 2 y + C 3 y 2 + C 4 y 3
Daí, aplicando as c.c. para se obterem as constantes C1 a C4, tem-se o perfil aproximado
de velocidades:
3
u( y) 3 y 1 y
= −
u∞ 2 δ 2δ
d 3 y 1 y 3 y 1 y
δ 3 3
∂u
ρu∞ ∫ dy = µ
2
1 − + −
dx 0 2 δ 2 δ 2 δ 2 δ ∂y y =0
d 39 3 µu∞
ρu∞ 2δ =
dx 280 2 δ
vx δ ( x) 4,64
δ ( x) = 4,64 , ou =
u∞ x Re x
δ ( x) 5
Lembrando da aula anterior que solução exata (Blasius) fornecia: =
x Re x
Ver Holman Apêndice B ou Incropera
Uma vez resolvido o problema hidrodinâmico acima, agora pode-se resolver o problema
térmico. O objetivo é o cálculo do coeficiente de transferência de calor, h. Note que
junto à superfície todo calor transferido da mesma para o fluido se dá por condução de
calor e depois este fluxo de calor vai para o fluido. De forma, que pode-se igualar os
dois termos da seguinte maneira:
∂T
h(T p − T∞ ) = −k , ou
∂y y =0
∂T
−k
∂y y =0
h=
T p − T∞
Condições de contorno
T = Tp p/ y =0
∂T
=0 p / y = δt
∂y
T = T∞ p / y = δt
∂ 2T
=0 p/ y =0
∂y 2
u∞
T∞ δt δ
T p = cte
µ H du
2
d ∂T
H
∫ (T∞ − T )udy + ∫ dy = α
dx 0 ρc p 0 dy ∂y y =0
1/ 3
δt 1 −1 / 3
x0 3 / 4
= Pr 1 −
δ 1,026 x
δt 1
= Pr −1/ 3
δ 1,026
∂T
−k
∂y y =0 − k (T p − T∞ ) 3 3 k 3kδ
hx = = = = , ou
T p − T∞ (T p − T∞ )δ t 2 2 δ t 2 δ δ t
−1 / 3
3k 1,026 Pr 1 / 3 x0 3 / 4
hx = 1 − , ou ainda
2 δ x
−1 / 3
u∞
1/ 2
x0 3 / 4
hx = 0,332k Pr 1/ 3
1 −
νx x
hx x
Lembrando da definição do número de Nusselt, Nu x = , vem:
k
−1 / 3
x0 3 / 4
Nu x = 0,332 Pr 1 −
1/ 3 1/ 2
Re x
x
L 1/ 2 L
u∞ dx
∫ h dx ∫x
1/ 3
0,332 Pr
ν
x 1/ 2
hL = 0
= 0
, ou
L L
1/ 2
u
0,332 Pr ∞ 1/ 3
L1 / 2
hL = ν , ou finamente:
L/2
u
1/ 2
hL = 2 × 0,332 Pr 1 / 3 ∞ = 2hx = L
νL
hL
NuL = = 2 Nu x = L
k
T p + T∞
Tf =
2
E se o fluxo de calor for uniforme ao longo da placa, tem-se:
hL
Nu L = = 0,453 Re L Pr 1 / 3
1/ 2
k
Ver exercícios resolvidos do Holmam 5.4 e 5.5
Num processo farmacêutico, óleo de rícino (mamona) a 40ºC escoa sobre uma placa
aquecida muito larga de 6 m de comprimento, com velocidade de 0,06 m/s. Para uma
temperatura de 90ºC. Determine:
São dados:
40 + 90
Propriedades calculadas a T f = = 65 0 C
2
α = 7,38×10-8 ms/s
k f = 0,213 W/moC
ν = 6,5×10-5 m2/s
ρ = 9,57×102 kg/m3 u∞
µ = 6,22×10-2 N.s/m2
J T∞
C p = 3016
k g oC
Tp = 90°C
Solução
u∞ L 0,06 × 6
Re L = = = 5538 < Re transição (5 × 10 5 )
ν 6,5 × 10 −5
Transferência de Calor e Massa 106
hx = 0,332k Pr ∞ 1/ 3
hx = 0,332k Pr ∞
1/ 3
νL νL
0,06
1/ 2 Obs*: Tanto a solução exata como a
hx = 0,332 × 0,213 × (881) 1/ 3
−5
aproximada leva a constante ao
6,5 × 10 × 6 mesmo valor de 0,332
W W
= 8,4 hx = 8,4 2
m 2 °C m °C
W W
hL = 2h x = L = 2 × 8,4 = 16,8 hL = 2h x = L = 2 × 8,4 = 16,8 2
m 2 °C m °C
d) q = Ah (Ts − T∞ ) q = Ah (Ts − T∞ )
q q
= h L(Ts − T∞ ) = 16,8 × 6 × (90 − 40) = h L(Ts − T∞ ) = 16,8 × 6 × (90 − 40)
Lp Lp
⇒ ⇒
W W
= 5040 = 5040
m m
Transferência de Calor e Massa 107
τp
Cf =
ρu ∞ 2
2
Mas, por outro lado, para um fluido newtoniano (todos os que vamos lidar neste curso),
a tensão de cisalhamento na parede é:
∂u
τp = µ
∂y y =0
3
u 3 y 1 y
Usando o perfil de velocidades desenvolvido na aula 14, ou seja: = − ,
u∞ 2 δ 2 δ
temos que a derivada junto à parede resulta em:
∂u 3 u∞
=
∂y y =0 2 δ
3 u∞ µu Re x
τp =µ = 0,323 ∞
2 δ x
C fx µu ∞ Re x 0,323
= 0,323 =
2 ρu ∞ x 2
Re x
Por outro lado, da aula anterior, chegou-se à seguinte expressão para o número de
Nusselt, Nu x = 0,332 Pr1/ 3 Re x
1/ 2
que, mediante algum rearranjo pode ser escrito como:
Nu x −1 / 2 hx
= 0,332 Pr −2 / 3 Re x , onde Stx = é o número de Stanton. Então,
Re x Pr ρc p u ∞
12 3
St x
0,332
St x Pr 2 / 3 =
Re x
Comparando as duas equações anteriores em destaque, notamos que eles são iguais a
menos de uma diferença de cerca de 3% no valor da constante, então, esquecendo desta
pequena diferença podemos igualar as duas expressões para obter:
c fx
St x Pr 2 / 3 =
2
Cf
Sabe-se que = S t Pr 2 / 3
2
Transferência de Calor e Massa 109
hL 16,8
Por outro lado, S t = = = 9,70 × 10 −5
ρc p u ∞ 9,57 × 10 × 3016 × 0,06
2
F N
= τ p × L = 3,07 × 10 − 2 × 6 = 0,184
Lp m
______________________________________________________________________
u
Transferência de Calor e Massa 110
pressão: P
{ = {
P + P
{'
valor medio fluctuacào
ins tan táneo
Em todos os casos, uma barra sobre a grandeza indica um valor médio e uma apóstrofe,
valor de flutuação. Os termos de flutuação são responsáveis pelo surgimento de forças
aparentes que são chamadas de tensões aparentes de Reynolds, as quais devem ser
consideradas na análise.
Para se ter uma visão fenomenológica das tensões aparentes, considere a ilustração da
camada limite turbulenta abaixo. Diferentemente do caso laminar em que o fluido se
“desliza” sobre a superfície, no caso turbulento há misturas macroscópicas de “porções”
de fluido. No exemplo ilustrado, uma “porção” de fluido (1) está se movimentando para
cima levando consigo sua velocidade (quantidade de movimento) e energia interna
(transferência de calor). Evidentemente, uma “porção” correspondente (2) desce para
ocupar o lugar da outra. Isso é o que dá origem às flutuações. Do ponto de vista de
modelagem matemática, essas “simples” movimentações do fluido dentro da camada
limite dão origem às maiores dificuldades de modelagem.
Transferência de Calor e Massa 111
∂u ∂u 1 ∂P ∂ ∂ u
u +v =− + υ − v' u '
∂x ∂y ρ ∂x ∂y ∂y
No processo de obtenção desta equação, admitiu-se que a média temporal das flutuações
e suas derivadas são nulas. Com isso surgiram termos que envolvem a média temporal
do produto das flutuações (últimos dois termos à direita). Aqui reside grande parte do
problema da turbulência que é justamente se estabelecer modelos para estimar estes
valores não desprezíveis. Estes termos dão origem às chamadas tensões aparentes de
Reynolds que têm um tratamento à parte e não vamos nos preocupar aqui.
______________________________________________________________________
Exemplo resolvido (Holman 5-7)
Ar a 20oC e 1 atm escoa sobre uma placa plana a 35 m/s. A placa tem 75 cm de
comprimento e é mantida a 60ºC. Calcule o fluxo de calor transferido da placa.
20 + 60
Propriedades avaliadas à T = = 40°C
2
kJ kg W
c p = 1,007 ρ = 1,128 3 Pr = 0,7 k = 0,02723
kg °C m m°C
kg
µ = 2,007 x10 −5
ms
ρVL
Re L = = 1,475 x10 6
µ
hL
Nu L = = Pr 1 / 3 (0,037 Re L − 871) = 2055
0 ,8
k
k
h= Nu L = 74,6W / m 2 °C
L
q = h A(Ts − T∞ ) = 74,6.0,75.1.(60 − 20) = 2238 W
______________________________________________________________________
1
hD
Nu D = = C Re mD Pr 3
k
onde, D é o diâmetro do tubo. As constantes C e m são dadas na tabela abaixo como
função do número de Reynolds.
ReD C m
0,4 – 4 0,989 0,330
4 – 40 0,911 0,385
40 – 4.000 0,683 0,466
4.000 – 40000 0,193 0,618
40.000 – 400.000 0,027 0,805
Para o escoamento cruzado de outros fluidos sobre cilindros circulares, uma expressão
mais atual bastante usada é devida a Zhukauskas, dada por
1/ 4
Pr 0,7 < Pr < 500
Nu D = C Re Pr
m
D
n
válida para 6
,
Prs 1 < Re D < 10
ReD C m
1 – 40 0,75 0,4
40 – 1.000 0,51 0,5
1.000 – 2×105 0,26 0,6
2×105 – 106 0,076 0,7
____________________________________________________________
Existem várias expressões práticas para a transferência de calor sobre banco de tubos.
Para o ar, pode se usar a expressão de Grimison, que também pode ser modificada para
outros fluidos, como discutido em Incropera (Seção 7.6). Mais recentemente,
Zhukauskas apresentou a seguinte expressão:
1/ 4
Pr
Nu D = C Re m
D , max Pr 0 , 36
Prs
N L ≥ 20
válida para 0,7 < Pr < 500
1000 < Re 6
D , max < 2.10
Se o número de fileiras de tubos for inferior a 20, isto é, NL < 20, então deve-se corrigir
a expressão acima, multiplicando o resultado obtido por uma constante C2, conforme
expressão abaixo e valores dados na segunda tabela abaixo.
Nu D = C 2 Nu D
N L < 20 N L ≥ 20
ST
acontecer, então: Vmax = V . Caso essa condição não seja satisfeita, então, a
2( S D − D)
ST
velocidade máxima ocorre em A1 e, portanto, usa-se novamente Vmax = V.
ST − D
______________________________________________________________________
Exercício de Aplicação
Verifica-se um escoamento de ar a uma velocidade de 4 m/s e temperatura de 30°C.
Neste escoamento de ar é colocada uma fina placa plana, paralelamente ao mesmo, de
25 cm de comprimento e 1 m de largura. A temperatura da placa é de 60°C.
Posteriormente, a placa é enrolada (no sentido do comprimento) formando um cilindro
sobre o qual o escoamento de ar vai se dar de forma cruzada. Todas as demais
condições são mantidas. Pede-se:
(a) Em qual caso a troca de calor é maior.
(b) Qual o fluxo de calor trocado em ambos os casos.
(c) Analisar se sempre há maior troca de calor numa dada configuração do que na
outra, independentemente do comprimento e velocidade do ar. Justifique sua
resposta através de um memorial de cálculo.
Transferência de Calor e Massa 118
Solução
T∞ + T p
Propriedades do ar à T = = 45°C
2
ν = 1,68 x 10-5 m2/s
k = 2,69 x 10-2 W/mK
Pr = 0,706
Placa
u∞ = 4m / s
T p = 60°C
T∞ = 30°C
u∞ L 4 × 0,25
Re L = = ≅ 5,95 x10 4 < Re crit = 5 × 10 5
ν 1,68 × 10 −5
Nu L = 0,664 Re L
1/ 2
Pr 1 / 3 = 0,664 × (5,95 x10 4 )1 / 2 × (0,706)1 / 3 = 144,2
Nu k 144,2 × 0,02697
Assim h L = = = 15,56W / m 2 °C
L 0,25
Cilindro
u∞ , T∞
Ts = 60°C
πD = L D = 0,25/π = 0,0796 m
4 × 0,0796
Assim, Re D = −5
= 1,895 × 10 4
1,68 × 10
Nu D = C Re mD Pr 1 / 3 p/ReD=1,895×104C = 0,193
m = 0,618
Assim, Nu D = 0,193 × (1,895 × 10 )
4 0 , 618
× (0,706) = 75,63
1/ 3
Nu D k 75,63 × 0,02697
de forma que: h D = = = 25,63W / m 2 K
D 0,0796
a) A transferência de calor é maior no caso do cilindro pois h D > h L e a área de troca de
calor é a mesma.
Transferência de Calor e Massa 119
b)
Placa Cilindro
Q placa = hA p (T p − T∞ ) Qcil = h Ac (T p − T∞ )
15,56 × 0,25 × 30 25,63 × 0,25 × 30
Q placa = 116,7W Qcil = 192,2W
0,664 × k
hL =
1/ 2
Re L Pr 1 / 3 (A)
L
k 1/ 3 k Pr 1 / 3
hD = Pr C Re D = π
m
C Re mD (B)
D L
k Pr 1 / 3 hL
Portanto de (A), = , que, pode ser subst. em (B), para obter
L 0,664 Re1L/ 2
πC Re mD h L
hD = = 2,669C Re mD−0,5 h L
0,664π Re D
1/ 2
hD
Ou = 2,669C Re mD−0,5 para o caso laminar na placa
hL
hLL k Pr 1 / 3 hL
De donde = (0,037 × Re 0L,8 − 871) Pr 1 / 3 e = (C)
k L 0,037 Re 0L,8 − 871
πC Re mD h L
sub. em (B), vem h D =
0,037 Re 0L,8 − 871
hD πC Re mD
Subs. ReL = πReD, vem: =
h L 0,037 Re L − 871
0 ,8
hD πC Re mD
=
h L 0,037 Re L − 871
0 ,8
Transferência de Calor e Massa 120
3,00
2,50
hD
hL 2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
ReD
Transferência de Calor e Massa 121
xe – comprimento de entrada
O número de Reynolds agora deve ser baseado no diâmetro do tubo (ou duto), isto é:
ρu D
Re D =
µ
Onde, u – velocidade média
O caso laminar vai ocorrer para Re D < 2300 e, nesse caso, o comprimento de entrada
x
se estende até e ≈ 0,05 Re D
D
Isto vai ocorrer para Re D > 4000 . Entre 2300 e 4000 ocorre transição laminar-
Transferência de Calor e Massa 122
turbulento. Para efeitos práticos, porém, pode-se assumir escoamento turbulento a partir
de 2300.
TEMPERATURA MEDIA DE MISTURA
T∞
q = hA(Ts − T{∞ )
cte q = hA(Ts − Tm )
Ts Ts
Ts
Tc
Note que as maiores temperaturas ocorrem junto à parede porém, nessa região é onde
1
A∫
ocorrem as menores velocidades. Assim, a média aritmética simples Tm = TdA não
daquela porção de fluido. Certo? Sim, isto está correto e daí o nome alternativo de
temperatura de copo “cup” que significa literalmente “caneca” no vernáculo original).
Tequilibrio = Tm
Para determinar essa temperatura, considere o fluxo entálpico, E& h , na seção transversal
A
dado por: E& h = ∫ hdm& = ∫ ρuhdA .
0
Assim, pode-se definir a entalpia média, hm, na seção transversal por:
A
1
hm = ∫ ρuhdA ⇒ E& h = m& hm
m& 0
A
1
C P m& ∫0
Mas, sabendo que hm = c p Tm , então: Tm = ρuC P TdA
A
1
m& ∫0
Se CP= cte., vem que Tm = ρuTdA
A
Mas, por definição a vazão mássica na seção transversal é dada por m& = ∫ ρudA
0
∫ ρuTdA
Tm = 0
A
∫ ρudA
0
∫ ρuTrdr
Tm = 0
r
(Válida para tubo circular)
∫ ρurdr
0
Transferência de Calor e Massa 124
∫ uTrdr
Além do mais, se ρ= cte, vem Tm = 0
R
(válida para tubo circular)
∫ urdr
0
τ (2πrdx)
p (πr 2 ) ( p + dp)πr 2
r0
du
Um balanço de força, resulta em: πr 2 dp = −τ (2πrdx) , ou rdp = −2 µ dx ou ainda:
dr
r dp
du = − dr
2µ dx
Integrando na direção radial. Note que a pressão estática é a mesma na seção
r 2 dp
transversal, isto é, p≠ p(r), vem que u = − +C
4µ dx
A constante C é determinada da condição de parede, isto é,
u=0 .r dp
2
r = r0 C= 0
4µ dx
1 dp 2
Assim, u (r ) = (r0 − r 2 )
4µ dx
2
r dp
Velocidade no centro do tubo, u0: u 0 = − 0
4µ dx
Finalmente, dividindo uma expressão pela outra, tem-se:
u (r ) r2
= 1 − 2 O perfil de velocidade é parabólico (2º grau)!!
u0 r0
Transferência de Calor e Massa 125
dq p
Admitindo-se fluxo de calor constante na parede do tubo: =0
dx
1 ∂ ∂T 1 ∂T
r =
µr ∂r ∂r α ∂x
∂T
Como o fluxo de calor e constante ao longo do tubo, então: = cte
∂x
∂T
Por outro lado, por simetria no centro do tubo, sabe-se que = 0 e, na parede do
∂r r =0
∂T
tubo k = q p = cte
∂r r = r0
Entrando com estas c.c na equação acima e integrando, resulta no seguinte perfil
laminar de temperaturas:
1 ∂T u 0 r0 r 1 r
2 2 4
T (r ) = T0 + −
α ∂x 4 r0 4 r0
2
7 u 0 r0 ∂T
Após algum esforço, se obtém Tm = T0 + (para fluxo de calor constante na
96 α ∂x
parede).
Para se poder calcular a transferência de calor, ainda é preciso obter a temperatura de
parede (r = r0). Isto é prontamente obtido da expressão de T(r), que resulta em:
1 3 2 ∂T
T p = T0 + u 0 r0 (fluxo de calor constante)
α 16 ∂x
∂T
k
∂T ∂r r = r0
q = hA(T p − Tm ) = kA , ou h =
∂r r = r0 (T p − Tm )
k T0 + −
∂r α ∂x 4 r0 4 r0
r =r0
h=
1 3 ∂T 7 u r
2
∂ T
T0 + u 0 r0
2
− T0 − 0 0
14α 16
442444 ∂
3 1442443
x 96 α ∂ x
TP Tm
k
Após se efetuar os cálculos, vai-se chegar a h = 4,364 ou, Nu D = 4,364 . Este é um
D
resultado notável, pois o número de Nusselt para escoamento laminar plenamente
desenvolvido, propriedades constantes, submetido a um fluxo de calor constante não
depende do número de Reynolds ou de qualquer outro parâmetro! Se os cálculos forem
efetuados para temperatura de parede constante, vai-se obter Nu D = 3,66 .
Trabalhos teóricos também foram realizados para outras geometrias e seus valores são
apresentados na tabela abaixo. O fator de atrito também é apresentado.
Quando os tubos são curtos, deve-se considerar que o escoamento ainda não está
plenamente desenvolvido e deve-se usar a expressão corrigida. O gráfico abaixo ilustra
como o número de Nusselt varia, começando da entrada, até que o escoamento se torne
plenamente desenvolvido.
Relação para tubo curto:
0,0668( D / L) Re D Pr
Nu D = 3,66 +
1 + 0,04[( D / L) Re D Pr ]
2/3
q" dAp
m& hx
m& hx + dx
dx
dhx
Expansão em serie de Taylor da entalpia, vem h x + dx = hx + dx + ...
dx
Transferência de Calor e Massa 128
Mas, pela 1ª lei, temos: m& hx + dx = m& hx + q" dA p , que substituindo a expansão, já
desprezando os termos de ordem superior, tem-se
dh
m& hx + dx + x dx = m& hx + q" dA p
dx
dh x
ou, simplesmente m& = q" dA p : Ap = área em contato com o fluido.
dx
Mas, por outro lado dA = Pdx ;onde P é o chamado perímetro molhado.
dh x
De forma que m& dx = q" Pdx
dx
dh x
Ou, ainda, m& = q" P . Assumindo h = c pTm , ou dh = C P dT p / C P = cte , tem-se
dx
dTm dT
q" P = ρC P u A = m& C P m
dx dx
Dois casos podem ser analisados para ser determinar Tm que dependem da condição de
contorno na parede.
T p − Tm ( x) h Px
Para x = 0, Tm = Te, de forma que = exp − c
T p − Te m& C P
T Tp h T
Tm Tp
Te Te
h
x
Fluxo de calor constante na superfície Temperatura de parede constante
Transferência de Calor e Massa 129
q dT q dT
No caso laminar, a condução de calor é dada por = −k , ou = −α
A dr Aρc p dr
q dT
= −(α + ε H )
Aρc p dr
du τ du
τ =µ ⇒ = (ν + ε m )
dr ρ dr
onde, εm - viscosidade turbilhonar
q dT q
=− ou du = − dT
Ac pτ du Ac pτ
Outra hipótese a ser adotada é que a razão entre o fluxo de calor por unidade de área e o
cisalhamento seja constante na seção transversal, o que permite escrever que o que
ocorre na parede, também ocorre dentro do escoamento, isto é:
Transferência de Calor e Massa 130
q qp qp
= ou du = − dT
C P Aτ C P Apτ p CP Apτ p
um Tm
qp
De forma, que é possível integrar a equação:
ApCPτ p ∫ du = − ∫ dT
0 Tp
qp
que resulta em u m = T p − Tm
A p C Pτ p
mas, por outro lado, o fluxo de calor convectivo é dado por q p = hAp (T p − Tm ) . Agora
2L
τ p 2πr0 L
Pπr0
2
( P + ∆P)πr0
2
τp
2
L um
Mas da mecânica dos fluidos, ρ∆P = f , onde f = fator de atrito (sai do
d0 2
diagrama de Moody ou expressão de ajuste – Colebrook, Churchil, entre outras)
f
Assim, comparando as duas expressões, vem τ p = ρu m
2
(B)
8
hu m f
= ρu m
2
Cp 8
Transferência de Calor e Massa 131
hd 0 k 1 ν f
=
k ρC p ν d 0 u m 8
hd 1 1 f
que, pode ainda ser manipulada para obter: 0 =
k ν / α d 0 u m /ν 8
Finalmente, os grupos adimensionais são substituídos:
Nu D f f
= , ou St =
Pr Re D 8 8
Esta é a analogia de Reynolds para escoamento turbulento em tubos. Ela está de acordo
com dados experimentais para gases ( Pr ~ 1). Com base em dados experimentais
Colburn recomenda que a relação acima seja multiplicada por Pr2/3 para Pr > 0,5 (até
100)
Nu D f f
13
= , ou St Pr 2 3 =
Pr Re D 8 8
Na faixa de Reynolds entre 2 ×104, para tubos lisos, f pode ser relacionado da seguinte
−0 , 2
forma f = 0,184 Re D .
Então, obtém-se a famosa expressão de Dittus-Bolter (ligeiramente modificada)
Nu D = 0,023 Re D
0 ,8
Pr 1 / 3
Nu D = 0,023 Re D
0 ,8
Pr n
onde,
n = 0,3 se o fluido estiver sendo resfriado
n = 0,4 se o fluido estiver sendo aquecido
Transferência de Calor e Massa 132
Para tubos rugosos, usar o diagrama de Moody, como mostrado abaixo, para obter f.
1 ε / D 2,51
Expressão de Colebrook: 1/ 2
= −2,0 log +
1/ 2
f 3,7 Re D f
(A) Laminar
Assim, segue-se que a seguinte expressão seja utilizada para levar este efeito em
consideração.
n
µ
Nu cor = Nu m µm = viscosidade à temperatura da mistura.
µ
p µp = viscosidade à temperatura da parede
Se o fluido for em gás n = 0 (sem correções) Para 0,5 < Tm / Tp < 2,0
(B) Turbulento
n
T
Nu cor = Nu m
T
p
T – temperatura absoluta
n = 0 (resfriamento de gases)
n = 0,45 para fases sendo aquecidos (n = 0,15 p/ Co2)
0 ,11
Pr
Líquidos Nu cor = Nu m
Pr
p
Transferência de Calor e Massa 134
Exemplos resolvidos
T p = 38°C
Te + Ts
Calcule as propriedades à temperatura média Tm =
2
Nu D = 0,023 Re D
0 ,8
Dittus Boelter: Pr 0, 4 (1)
Ts = 21ºC ⇒ Tm = 18ºC
VD 30 x0,05
Re D = = −6
= 1,029 x105 turbulento !!!!
ν 14,58 x10
Nu D = 0,023 Re D
0,8
Pr 0,4 = 0,023(1,029x10^5) 0,8 (0,72) 0,4 = 206,34
Nu D k 206,34 * 0,02554 W
h= = = 105,4 2
D 0,05 m °C
Transferência de Calor e Massa 135
De (2)
Ts = Te +
hA
(Tp − Tm ) = 15 + 105,4 × π × 0,05 × 03,6 (38 − 18) = 17,7°C
mc p 0,072 × 1,0056 x10
Não confere!! Portanto, nova iteração é necessária
Assumindo agora Ts = 18ºC
Solução
As propriedades termofísicas da água serão calculadas à média das temperaturas de
misturas da entrada e saída, isto é, a 40ºC.
ρ = 992,3 kg/m3 k = 0,6286 W/m°C cp = 4,174 kJ/kg°C
µ = 6,531 x 10-4 kg/ms Pr = 4,34
O número de Reynolds do escoamento é
(
Assim, Nu D = 0,023 3,039 ×10 4 )0,8
4,340,4 = 159,5
0,11 0,11
Pr 4,34
Nu cor = Nu m = 159,5 = 174,0
PrP 1,97
Transferência de Calor e Massa 136
30 − 70
Refazendo o exercício, vem: DMLT = = 47,2 o C - compare com T = 50o C
ln (30 70 )
Solução
Tm1 = 20°C
m = 0,01kg / s Tm 2 = 80°C
1) 1º Lei Q& = m& C p ∆T , com Q& = q&"πDL e, portanto, q&" πDL = m& C p ∆T
m& C p ∆T 0,01x 4181x60
De forma que: L = , ou L = = 13,31m
q&"πD 100πx0,06
q& "
2) q& s " = h (T p , 2 − Tm, 2 ) ou T p , 2 = s + Tm, 2
h
−6
da tabela µ80°C = 352 × 10 Ns / m , então
2
4 × 0,01
Re D = = 603 < 2300 - Laminar !!
π × 0,06 × 352 × 10 −6
hD
Como se trata de fluxo de calor constante na parede, tem-se Nu D = = 4,364
k
4,364k
Assim, h = mas k80°C = 0,670W / m°C
D
4,364 x0,67
Logo, h = = 48,73W / m 2 °C
0,06
1000
Finalmente, Tp , 2 = + 80 = 100,5°C
Transferência de Calor e Massa 138
q = U ⋅ A ⋅ ∆T
Onde ∆T é uma diferença média efetiva da temperatura para todo o trocador de calor
que será discutida adiante. Onde U pode ser definido em função da soma das
resistências térmicas. Para as configurações usuais mais encontradas, temos:
Paredes plana:
1
U=
1 / qi + L / k + 1 / qo
Parede cilíndrica:
1
Uo = , ( q = U o ⋅ Ao ⋅ ∆T )
ro / ri qi + [ro ln(ro / ri ) / k ] + 1 / qo
1
Ui = , q = U i ⋅ Ai ⋅ ∆T
1 / qi + [ri ln(ri / ro ) / k ] + ri / ro / qo
Fluido (U – W/m²K)
Óleo para óleo 170-312
Orgânico para orgânico 57-340
Vapor para
Soluções aquosas 567-3400
Óleo combustível, pesado 57-170
Óleo combustível, leve 170-340
Gases 28-284
Água 993-3.400
Água para
Álcool 284-850
Salmoura 567-1.135
Ar comprimido 57-170
Álcool condensado 255-680
Amônia condensado 850-1.420
Freon 12 condensado 454-850
Óleo condensado 227-567
Gasolina 340-510
Óleo lubrificante 113-340
Casco e tubo
Transferência de Calor e Massa 140
Trocador de placas
onde dA é a área elementar de troca de calor. O fluxo de energia recebida pelo fluido
frio é igual à fornecida pelo fluido quente, isto é,
dq = m& f c f dT f = − m& q cq dT
1 1
d (Tq − T f ) = − + dq
m& q cq m& f c f
d (Tq − T f ) 1 1
= −U + dA
(Tq − T f )
m& q cq m& f c f
∆T2 1 1
ln = −UA +
∆T1
m& q cq m& f c f
q q
m& q cq = m& f c f =
(Tqe − Tqs ) (T fs − T fe )
Transferência de Calor e Massa 142
∆T2 (T − T ) + (T fs − T fe )
ln = −UA qe qs
∆T1 q
Ou:
∆T2 − ∆T1
q = UA
ln (∆T2 ∆T1 )
∆T2 − ∆T1
∆T = ≡ DMLT
ln (∆T2 ∆T1 )
Note que a temperatura de saída de fluido frio (Tfs) pode ser maior que a temperatura de
saída de fluido quente (Tqs).
De forma similar que para o caso de correntes paralelas pode-se demonstrar o DMLT
para o caso contra-corrente a taxa de transferência por conservação de energia
infinitesimal e convectivo são respectivamente:
1 1 Tq1 − Tq 2 T f 1 − T f 2
d (Tq − T f ) = − − dq = −U (Tq − T f )dA −
m& q cq m& f c f q q
ou
d (Tq − T f ) U
=− (Tq1 − T f 1 ) − (Tq 2 − T f 2 ) dA
(Tq − T f ) q
d ∆T( q − f ) U
=− (∆T1 − ∆T2 )dA
∆T( q − f ) q
ou
∆T2 − ∆T1
q = U ⋅ A ⋅ DMLT onde DMLT =
ln (∆T2 ∆T1 )
Solução
Considerações:
• Perda de calor para a vizinhança desprezível.
• Mudanças nas energias cinética e potencial desprezíveis.
• Propriedades constantes.
• Resistência térmica na parede do tubo e efeitos da deposição desprezíveis.
• Condições de escoamento completamente desenvolvidas na água e no óleo (U
independente de x).
8524
T fs = + 30 = 40, 2 °C
0, 2 × 4178
A DMLT é igual a:
(Tqe − T fs ) − (Tqs − T fe ) 59,8 − 30
DMLT = = = 43,2°C
(Tqe − T fs ) 5,98
ln ln
(Tqs − T fe ) 30
Assim:
k 0,625
hi = Nu D = 90 = 2.250 W / m² K
Di 0,025
Transferência de Calor e Massa 146
q 8.524
L= = = 66,5 m
π ⋅ Di ⋅ U ⋅ DMLT π ⋅ 0,025 ⋅ 37,8 ⋅ 43,2
O MÉTODO F
q = U ⋅ A ⋅ F ⋅ DMLT
Onde DMLT é aquela para um trocador de calor de tubo duplo em contracorrente com
as mesmas temperaturas de entrada e saída da configuração mais complicada. As figuras
a seguir fornecem os fatores de correção para diversas configurações. Nestas figuras, a
notação (T, t) representa as temperaturas das duas correntes de fluido, pois não importa
se o fluido quente escoa nos tubos ou na carcaça.
Transferência de Calor e Massa 147
Transferência de Calor e Massa 148
Transferência de Calor e Massa 149
UA Cq
Cq T − T fs − 1+
Cq C f
Rearranjando: ε q 1 + = 1 − qs
ou:
εq =
1− e
Cf Tqe − T fe
1 + Cq / C f
Se o fluido frio tem o valor mínimo de C:
UA C f
− 1+
C f C q
1− e
εc =
1 + C f / Cq
Ou generalizando:
UA Cmin
− 1+
Cmin Cmáx
1− e
ε=
1 + C min / C máx
Denomina-se Número de Unidades de Transferência (NUT), ao agrupamento:
U⋅A
NUT =
Cmin
Então temos para um T.C de corrente paralela:
C
− NUT 1+ min
1− e C máx
ε=
1 + C min / C máx
Notar que, para um evaporador ou condensador, C = Cmin/Cmáx=0, porque um dos fluidos
permanece numa temperatura constante, tornando seu calor específico efetivo infinito.
Outras Configurações
Expressões para a efetividade de outras configurações estão na seguinte tabela, onde C =
Cmin/Cmáx.
Transferência de Calor e Massa 152
Exemplo
Uma fluxo de água de 0,75 kg/s entra num TC de tubo duplo, em contra-corrente, numa
temperatura de 38 °C. A água é aquecida por um fluxo de óleo de 1,51 kg/s (cp=1,88
kJ/kgK) que entra no TC a 116 °C. Para uma área de 13 m² e U=340 W/m²K determinar
o calor total transferido.
Transferência de Calor e Massa 153
Solução:
Cágua = 0,75 . 4184 = 3138 J/sK
Cóleo = 1,51 . 1880 = 2838,8 J/sK
Cmin = Cóleo
logo,
NUT = UA/Cmin = 340 (13)/2838,8 = 1,56
C = Cmin/Cmax = 2838,8/3138 = 0,905
Da expressão ou do gráfico do TC em tubo duplo, em contra-corrente:
1 − e − NUT (1−C ) 1 − e1,56(0,89−1)
ε= = = 0, 63
1 − C × e − NUT (1−C ) 1 − 0,89 × e1,56(0,89−1)
q real = εq max = 0,63 ⋅ 2838,8(116 − 38) = 139,5 kW
As temperaturas de saída das correntes quente e fria são obtidas da equação de
conservação de energia:
qreal 139500
Tqs = Tqe − óleo = 116 − = 66,8 °C
C 2838,8
qreal 139500
T fs = T fe + = 38 + = 82,4 °C
Cágua 3138
Correntes paralelas
εq =
(
1 + Cq / C f ) =0,50
qreal = 110,3 kW
qreal
Tqs = Tqe − = 77,1°C
Cóleo
T fs = 73,3°C
Transferência de Calor e Massa 154
Equações diferenciais
Quantidade de movimento
∂u ∂u ∂p ∂ 2u
ρ u + v = − − ρg + µ 2
∂x ∂y ∂x ∂y
∂p
Mas, = − ρ ∞ g , de forma que substituindo na equação da QM, vem
∂x
∂u ∂u ∂ 2u
ρ u + v = g ( ρ ∞ − ρ ) + µ 2
∂x ∂y ∂y
Transferência de Calor e Massa 155
1 ∂ρ 1ρ −ρ
β =− ≅ ∞ , ou ρ∞ − ρ ≅ βρ (T − T∞ ) (aproximação de
ρ ∂T p ρ T − T∞
Boussinesq), logo,
∂u ∂u ∂ 2u
u +v = gβ (T − T∞ ) + υ 2
∂x ∂y ∂y
1 ∂ρ RT ∂ P 1
Note que para gás perfeito, β GP = − =− = [K ]
-1
ρ ∂T p P ∂T RT p T
∂T ∂T ∂ 2T
A equação da Energia: u +v =α 2
∂x ∂y ∂y
Assim, como ocorre com a convecção forçada, também existe a transição de camadas
limites de laminar para turbulenta na placa vertical, o valor normalmente aceito é
Grcrit Pr ≅ 109
Relações Empíricas
gβ (Ts − T∞ )L3
Rayleigh Ra = Gr. Pr =
vα
Geometria Ra C m obs
4 9
D 35 Cilindros e placas verticais 10 – 10 0,59 ¼ Laminar
>
L GrL1 / 4 109 – 1013 0,10 1/3 Turbulento
gβ qB x 4
Grashof modificado: Gr* Gr * = Grx .Nu x =
kν 2
(
Laminar, placa vertical: Nu x = 0,60 Grx . Pr
*
)1/ 5
10 5 < Grx < 1011
*
(
Turbulento, placa vertical: Nu x = 0,17 Grx . Pr
*
) 1/ 4
2.1013 < Grx Pr < 1016
*
Transferência de Calor e Massa 157
Exemplo sugerido
Com base em muitos dados experimentais indicados no gráfico abaixo (extraído de
Kreith & Bohn), estabeleça sua própria correlação experimental de Nu D = f (Ra) para
cilindros horizontais.
Espaços Confinados
(T1 − T2 )δ 3 T1 > T2
Grδ = gβ
ν2
Transferência de Calor e Massa 159
Segundo Holman há uma certa discordância entre autores, mas a convecção em espaços
confinados podem ser expressas através de uma expressão geral do tipo:
m
hδ n L
Nuδ = = C (Grδ Pr )
k δ
C, m e n são dadas na tabela a seguir. L é a dimensão característica da placa. Holman
adverte que deve-se usar essa expressão na ausência de uma expressão mais específica.
Transferência de Calor e Massa 161
CONVECÇÃO MISTA
Nu n = Nu Fn ± Nu Nn
onde o expoente n é adotado como 3, embora 3,5 e 4 também sejam adotados para
escoamentos transversais sobre placas horizontais e cilindros (e esferas),
respectivamente. O sinal de (+) se aplica para escoamentos paralelos e transversais,
enquanto que o sinal de (-), para escoamentos opostos.
Transferência de Calor e Massa 162
Exemplo
Obs.: para o item (b) considere a transferência de calor combinada de convecção natural (livre) e
forçada. Para isso, verifique se a condição em que os dois efeitos são significativos dado por GrD ≈ReD2 e
use a expressão Nu3 = NuF3 + NuN3, onde, NuN é o número de Nusselt calculado como se houvesse apenas
convecção natural e NuF se houvesse apenas convecção forçada. Todos os números de Nusselt são
baseados no diâmetro da esfera.
Solução
Ts + T∞ 69 + 25
(a) Propriedades da água a T f = = = 47 °C
2 2
β = 0,0004366 / K ν = 5,82 x 10 −7 m 2 / s k = 0,627 W / mK
πD 2 π ⋅ 0,012
As = = = 0,0000785 m 2
4 4
Transferência de Calor e Massa 163
(b)
gβ (Ts − T∞ )D 3 9,81 ⋅ 0,0004366 ⋅ (69 − 25)0,013
GrD = = = 556398
v2 (5,82 x10 −7 ) 2
U ∞ D 0,04 ⋅ 0,01
Re D = = = 687
v 5,82 x10 −7
GrD 556398
= = 1,21 ≈ 1
Re 2D 687 2
3 3 3
Nu = Nu F + Nu N ⇒ Nu = 33,74
k 0,627
h = Nu = 33,74 = 2115W / m 2 K
D 0,01
(c)
GrD GrD
<< 1 = 0,001 (critério)
Re 2D Re 2D
U ∞1 D GrD
Re D = =
ν 0,001
Radiação visível (luz): é a faixa da radiação que somos capazes de “enxergar” e está
compreendida entre os comprimentos de onda 0,4 e 0,70 µm.
Transferência de Calor e Massa 166
Corpo Negro
Já foi informado que a radiação térmica é a radiação emitida por um corpo em virtude
tão somente da sua temperatura. A pergunta natural seguinte é: dois corpos à mesma
temperatura (digamos 300 K) emitem a mesma quantidade de radiação? A resposta é:
não! Então, a outra pergunta que deveria vir a seguir é: Existe, então, algum corpo que
naquela temperatura (suponhamos ainda os 300 K) emita a maior quantidade possível
de radiação térmica? A resposta é: sim! Esse corpo idealizado é chamado de corpo
negro. O adjetivo negro não tem nada a ver com a cor que percebemos do corpo (ou a
ausência de cor). O brilhante sol, por exemplo, é um corpo com características próximas
de um corpo negro. Assim, um corpo negro, ou irradiador ideal, é um corpo que emite e
também absorve, a uma dada temperatura, a máxima quantidade possível de radiação
térmica em qualquer comprimento de onda. Assim, o corpo negro se torna uma
idealização para efeito de cálculos, pois que, dada uma temperatura, sabe-se que ele vai
emitir (e também absorver) a maior quantidade de radiação térmica. De forma que os
corpos reais podem ser comparados com o corpo negro para saber o quanto eles emitem
(e absorvem) radiação térmica. Isso pelo fato de que é possível calcular a radiação
térmica emitida pelo corpo negro, como se verá a seguir.
É possível calcular o quanto um corpo negro emite de radiação térmica para uma dada
temperatura e comprimento de onda por unidade de área de superfície do corpo. Essa
quantidade é definida como poder emissivo espectral ou monocromático, Enλ, onde o
índice “n” se refere ao corpo negro e, “λ”, ao fato de ser espectral (para um comprimento
de onda do espectro). As unidades de Enλ são W/m2µm. Planck mostrou que o poder
emissivo espectral do corpo negro se distribui seguindo a seguinte expressão:
Transferência de Calor e Massa 167
C
E nλ = 1
C 2 / λT
,
λ (e
5
− 1)
∂Enλ ∂ C
= 5 C /1λT =0⇒
∂λ T ∂λ λ (e 2 − 1)
Uma vez que se conhece a distribuição espectral da radiação de corpo negro (poder
emissivo espectral), é possível calcular o poder emissivo total de corpo negro, En, isto é,
a radiação térmica total emitida em todos os comprimentos de onda para uma dada
temperatura. Para isso, basta integrar o poder emissivo espectral. Assim:
∞ ∞
C
En = ∫ Enλ dλ = ∫ 1
C2 / λT
dλ ⇒
0 0 λ (e
5
− 1)
En = σT 4
Esta é a chamada lei de Stefan-Boltzmann da radiação e σ = 5,669×10-8 W/m2K4 é a
constante de Stefan-Boltzamann.
Supondo que o Sol seja um corpo negro a 5800 K, qual é o seu poder emissivo total? De
acordo com a lei de S-B, o seu poder emissivo é:
E sol = σ × 5800 4 = 5,669 × 10 −8 × 5800 4 = 6,4 ×10 7 W / m 2 = 64 MW / m 2 . Então, o Sol
lança no espaço a inimaginável quantia de 64 MW por metro quadrado da sua superfície!
Isto significa que em cerca de 15 m2 de superfície solar há uma emissão energética
equivalente a uma usina termelétrica de 1 GW. A pergunta seguinte é: quanto de
radiação térmica solar atinge o planeta Terra? Nesse caso, a emissão total do sol é
Qsol = Esol × Asol. Esta quantia é irradiada para todo o espaço e deverá atingir a superfície
que contém a órbita da Terra, Aterra. Nota: não se trata da área da superfície da Terra,
mas da superfície esférica (aproximada) que engloba a órbita do movimento da Terra.
Assim,
2
R
Qsol = const. = E sol × Asol qterra × Aterra ⇒ qterra = E sol × sol , onde
Rterra
Rsol é o raio do sol (7×105 km); Rsol é o raio da esfera aproximada que contém a órbita
da Terra (150×106 km) e qterra é o fluxo de calor que chega por unidade de área na esfera
que contém a órbita da terra. Assim,
2 2
R
= 64.000.000 ×
0,7
qterra = E sol × sol ≈ 1400 W / m .
2
Rterra 150
Então, chega-se cerca de 1400 W/m2 de fluxo de calor solar irradiante na região do
espaço onde se encontra a Terra. Claro que a parte que chega na superfície da Terra é
menor que essa quantia, pois depende da latitude da região e da época do ano, além
desse valor também ser atenuado devido às absorções de radiação da atmosfera.
A fração de radiação térmica emitida por um corpo negro no intervalo de comprimento
de onda [0-λ1], isto é,F[0-λ1], vale
λ
c
E0−λ1,n ∫ λ (e
5
1
C2 / λ T
− 1)
d (λ )
F[0−λ1 ] = = 0
En σ ⋅T 4
Transferência de Calor e Massa 169
Os valores de F[0-λ1], são mostrados na tabela seguinte. Se for preciso calcular a fração
de radiação emitida no intervalo λ1 - λ2, ou seja, dentro de uma janela espectral, então:
-
F[λ1-λ2] = F[0-λ2] - F[0-λ1]
µK ×10 3.
Transferência de Calor e Massa 170
Exemplo:
Assim, F[0,35-2,7] = 0,97 – 0,067 = 0,903. Isto significa que 90,3% da radiação solar
incidente atinge o vidro e 0,903×0,92=0,83, ou 83% dessa radiação incidente será
transmitida pelo vidro.
Transferência de Calor e Massa 171
Sendo,
ρ – refletividade ou fração de energia radiante que é refletida da superfície;
α – absortividade ou fração de energia radiante que é absorvida pela superfície;
τ – transmissividade ou fração de energia radiante que é transmitida através da superfície;
De forma que: ρ+α+τ =1
Essas propriedades também podem ser espectrais, ou seja:
α λ + ρλ + τ λ = 1
Ex: na aula passada
Muitos corpos sólidos não transmitem radiação térmica, ou seja τ = 0. Para estes casos
de corpos opacos à radiação térmica, tem-se:
ρ+α =1
A radiação térmica emitida por uma superfície varia em função da natureza da
superfície e da direção. Entretanto, é uma boa hipótese assumir que a radiação térmica é
difusa, ou seja, a emissão da radiação se dá uniformemente em todas as direções.
Transferência de Calor e Massa 172
Irradiação
A taxa de radiação que atinge uma dada superfície, G. Ela pode ser monocromática Gλ,
ou total, G. De forma que:
∞
G = ∫ Gλ dλ
0
No equilíbrio, tem-se que a radiação térmica total emitida pelo corpo, isto é, o produto
do seu poder emissivo total pela sua área, EA, deve ser igual à irradiação, G, absorvida
pelo corpo, isto é:
EA = αGA
ou
EA = αEnA
Agora dividindo uma expressão pela outra, obtém-se:
E/En = α
O que significa dizer que a relação entre o poder emissivo do corpo, E, e o poder de um
corpo negro idêntico, En, é igual à absortividade do corpo, α. Mas, por outro lado esta é
a própria definição da emissividade do corpo, ε:
ε = E/En
então α=ε
A igualdade acima é a chamada lei de Kirchoff.
As emissividades e absortividades são propriedades medidas dos materiais. Na
realidade, a emissividade de um corpo varia com a temperatura e o comprimento de
onda. Pode-se definir a emissividade monocromática como sendo a razão entre os
poderes emissivos monocromáticos do corpo e do corpo negro, à mesma temperatura.
ελ = Eλ/Enλ
De forma que pode-se definir a emissividade total, da seguinte forma:
∞ ∞
E ∫ ε λ .E λ dλ ∫ ε λ .E λ dλ
n n
ε= = 0
∞
= 0
En σT 4
∫ Enλ dλ
0
Transferência de Calor e Massa 173
Corpo Cinzento
Um corpo cuja emissividade e absortividade da sua superfície são independentes do
comprimento de onda e direção é chamado de corpo cinzento. Na prática, os corpos
reais são aproximados por corpos cinzentos. Exceto em caso de estudos mais
detalhados. De forma que, para o corpo cinzento, é válida a seguinte relação:
ε = ελ = constante e α = αλ = constante
O gráfico abaixo ilustra os poderes emissivos de três corpos. Lembrando que a
emissividade é a razão entre o poder emissivo do corpo e a do corpo negro à mesma
temperatura, pode ver que o corpo real tem um espectro de emissividade
monocromática que depende de vários fatores como natureza da superfície, incluindo o
material e acabamento e tem um padrão geral como ilustrado (em azul). O corpo negro é
aquele que possui emissividade unitária (total e monocromática) e seu poder emissivo
espectral segue a lei de Stefan�Joltzmann. O corpo cinzento nada mais que é o corpo
que possui emissividade constante para todos os comprimentos de onda (ilustrado em
vermelho), sendo menor que a unidade.
Transferência de Calor e Massa 174
λ ( µm)
Mostra-se na figura seguinte a variação da absortância ou emissividade monocromática,
com o comprimento de onda para isolantes elétricos. A emissividade espectral pode ser
medida em laboratório.
radiosidades
G
G
EεE
b
n
refletida
G G
Exemplo 1
Uma rodovia asfaltada recebe 600 W/m2 de irradiação solar num certo dia de verão. A
temperatura efetiva do céu vale 270 K. Uma brisa leve do ar a 30ºC passa pela rodovia
com um coeficiente de transferência de calor h = 5 W/m2 ºC. Assuma que nenhum calor
seja transmitido para o solo. A absortividade do asfalto para a radiação solar vale 0,93,
enquanto que a emissividade média da superfície asfáltica vale 0,13. Determine a
temperatura de equilíbrio do asfalto.
Solução
q "conv εEn
q "solo
1º Lei:
taxa de energia = taxa de energia
que entra no V.C. que deixa o V.C
0,93 × 600 + 0,13 × 5,67 × 10 −8 × 270 4 − 5(Ta − 303,15) − 0,13 × 5,67 × 10 −8 × Ta4 = 0
após solução dessa equação polinomial do quarto grau, obtém-se a temperatura do
asfalto igual a 389 K ou 115,8 oC.
Troca de Calor por Radiação Térmica entre duas Superfícies Paralelas Infinitas
T1 T2
J1 J2
1 − ε1 1 1 − ε2
ε1 A A ε2 A
De forma que o fluxo de calor total, Q, que “circula” pelo circuito é dado por:
Q=
En1 − En 2
=
σ T14 − T24 ( )
1 − ε 1 1 1 − ε 2 R1 + R1− 2 + R2
+ +
ε1 A A ε 2 A
Onde existem “resistências” entre os potenciais J e En. Têm-se as resistências
“superficiais”, ou seja, aquelas que contêm apenas propriedades das superfícies
(emissividade e área) que, no exemplo, são R1 e R2, dadas por:
1 − ε1 1− ε 2 1− εi
R1 = e R1 = ou de forma geral Ri =
ε1 A ε2A ε i Ai
Transferência de Calor e Massa 177
Note que essas resistências superficiais são localizadas entre o poder emissivo de corpo
negro, En, e a radiosidade da superfície de interesse, J. A outra resistência é a
resistência “espacial” que indica a posição relativa das superfícies. Mais será dito sobre
essa resistência quando for incluído o conceito de fator de forma a frente. Para esse
caso, trata-se apenas do inverso da área das superfícies. (Nota: claro que a área infinita é
só uma aproximação, caso contrário não há sentido.)
1
R1− 2 =
A
Exemplo 2
Determine as radiosidades e o fluxo de calor trocado entre duas superfícies cinzentas e
opacas mantidas a 400 K e 300 K, respectivamente. As emissividades valem 0,5 e há
vácuo entre elas.
Solução
1 − ε1 0,5
AR1 = = =1
ε1 0,5
AR2 = 1
1 1 1 3
RT = + + =
A A A A
En1 − En 2 σ (T14 − T24 )
1 Q2 = =
RT 3/ A
F1,2 J1 A1
φ2
φ1
dA1 cos φ1
Primeiramente considere a troca térmica de calor por radiação entre os dois elementos
de área indicados, dA1 e dA2. Os elementos são unidos por um raio vetor r que formam
ângulos φ1 e φ2 com as respectivas normais.
Define-se a Intensidade de radiação do corpo negro, In, como sendo a energia de
radiação térmica emitida por unidade de área, na unidade de tempo, para um ângulo
sólido unitário numa dada direção especificada, como indicado na figura abaixo.
normal
dAn
φ1 Direção da intensidade
de radiação
dAn
dw =
r2 Energia que deixa dA1
na direção do ângulo
=IbdA1cos
1 1
projecção
dA1
Assim, a energia que deixa dA1 na direção φ1, é En dA1 = I n ⋅ dA1 ⋅ cos φ1 ⋅ dw que
representa a radiação térmica que chega em algum elemento de área dAn a uma distancia
dAn
r de A1. Mas, dw = , onde, dAn é o elemento de área projetada sobre o raio vetor.
r2
dAn
Então: E n dA1 = I n ⋅ dA1 ⋅ cos φ1 ⋅ dw = I n ⋅ dA1 ⋅ cosφ1 ⋅
r2
Transferência de Calor e Massa 179
rdφ
ψ dAn
rsenφ
φ1
dφ
dA1
Por outro lado, tendo a figura acima em mente pode se escrever a seguinte relação
trigonométrica: dAn = r ⋅ senφ ⋅dψ ⋅ rdφ . De forma que, substituindo-a na expressão
anterior, vem:
r 2 senφ
En dA1 = I n ⋅ dA1 ⋅ cos φ ⋅ dφdψ
r2
Integrando em todas as direções, vem
2π π / 2
En dA1 = I n ⋅ dA1 ⋅ ∫ ∫ cosφ ⋅ senφ dφdψ , ou E n = πI n
0 0
Note que a integral dupla se refere à tão somente um problema trigonométrico que
considera a posição relativa entre as duas superfícies, bem como as suas dimensões.
Trata-se, portanto, de um problema de “forma geométrica”. O cálculo dessas integrais
foi realizado para uma série de condições e são os chamados “fatores de forma de
radiação”. Os fatores de forma estão tabelados ou dispostos em forma gráfica para
diversas situações. O fator de forma Fij deve ser entendido como a fração de energia
radiante que deixa a superfície i e atinge a superfície j. Claro que o fator de forma é
sempre menor ou igual à unidade.
Também como a ordem de integração não importa, pode-se estabelecer a chamada “lei
da reciprocidade” entre os fatores de forma, ou seja:
A1 F12 = A2 F21
Transferência de Calor e Massa 180
A lei da reciprocidade, portanto, pode ser escrita para duas superfícies m e n quaisquer
como
Am Fmn = An Fnm
D1
Assim, F2, 2 = 1 −
D2
Transferência de Calor e Massa 185
Solução:
F1−2,3 = F1−2 + F1−3 F1−2 = F1−2,3 − F1−3
14243
gráfico
Z 1 Y 1
F1−2,3 : = =2 ; = =2 ⇒ F1−2,3 = 0,15
X 0,5 X 0,5
Z 0,5 Y 1
F1−2 : = =1 ; = =2 ⇒ F1−2 = 0,12
X 0,5 X 0,5
F1,2 J1 A1
J1 A1
J 2 A2
F2,1 J 2 A2
J1 − J 2 J − J2
Q1− 2 (liq ) = = 1
1 / A1 F1−2 1 / A2 F2−1
também que
E n1 − J 1
Q1 = é a taxa líquida de transferência de calor que deixa a sup. 1.
1 − ε1
ε 1 A1
1 − ε1
R1 = é a resistência da superfície 1.
ε 1 A1
En2 − J 2
Q2 = é a taxa líquida de transferência de calor que deixa a sup. 2.
1− ε 2
ε 2 A2
1− ε 2
R2 = é a resistência da superfície 2.
ε 2 A2
De forma que:
σ T14 σ T24
1 − ε1 11 1− ε
ε1 A A1 F
A12 ε2 A
EXEMPLO
Uma pequena lata é formada por dois discos paralelos que são conectados por uma
superfície cilíndrica como mostra na figura abaixo. Determine a fração de energia
radiante que deixa a superfície cilíndrica e atinge a sua própria.
Transferência de Calor e Massa 187
Solução:
Áreas
D2 0,12
A1 = A2 = π =π = 7.854 ⋅10 −3 m 2
4 4
F3,1:
A3 F3,1 = A1 F1,3 , também F1,3 + F1, 2 = 1
L 5 r2
mas da figura = =1 e =1 F1, 2 ≅ 0,38
r1 5 L
A1 7,85 ⋅10 −3
logo F1,3 = 1 − 0,38 = 0,62 F3,1 = F1,3 = 0,62 = 0,31
A3 15,71 ⋅10 −3
F3,2:
A2 7,85 ⋅10 −3
F3, 2 = F2,3 = 0,62 = 0,31
A 15,71 ⋅10 −3
Transferência de calor por radiação térmica entre três superfícies que formam um
involucro fechado
Transferência de Calor e Massa 188
Analise elétrica:
1 − ε1 1− ε 2 1− ε3
R1 = ; R2 = ; R3 =
ε 1 A1 ε 2 A2 ε 3 A3
1 1 1
R1− 2 = ; R2−3 = ; R1−3 =
A1 F1− 2 A2 F2−3 A1 F1−3
Nó 1: Q1−2 = Q1 + Q1−3
Nó 2: Q2 + Q1− 2 + Q2−3 = 0
Nó 3: Q3 = Q1−3 + Q2−3
mas,
J 1 − En1 J 2 − En2 J 3 − En3
Q1 = , Q2 = , Q3 =
R1 R2 R3
e
J1 − J 3 J2 − J3 J 2 − J1
Q1−3 = , Q2−3 = , Q1− 2 =
R1−3 R2 −3 R1−2
Comentário:
EXEMPLO
A tampa do invólucro descrito no exemplo anterior é mantida a uma temperatura
uniforme de 250°C (523,2 K), enquanto que a superfície inferior é mantida a uma
temperatura de 60°C (332,2 K). A superfície que junta os dois discos é não condutora –
reirradiante. A emissividade das três superfícies vale 0,6. Determine a taxa de calor
transferido por radiação entre a tampa e o fundo e estime a temperatura da superfície
não condutora – reirradiante.
Solução.
O circuito de radiação para a determinação do calor transferido por radiação entre as
superfícies do invólucro esta mostrado na Fig. E9-9a. Os valores dos fatores de forma
podem ser obtidos do cálculo já realizado acima. Os valores da resistência para o
circuito são
1 − ε1 1 − 0,6
= −3
= 84,88 1 / m 2
ε 1 A1 0,6(7,854 ⋅10 )
1− ε 2 1 − 0,6
= −3
= 84,88 1 / m 2
ε 2 A2 0,6(7,854 ⋅10 )
1 1 1
= = −3
= 205,4 1/ m 2
A1 F1,3 A2 F2,3 (7,854 ⋅10 )(0,62)
En 2 = σT24
σ (333,2)4 σ (333,2)4
1− ε2 84 ,88 84 ,88
ε 2 A2
1
J2 J2 J2
A2 ⋅ F2−3 205,4
1
A1 ⋅ F1−2
335,1 184 ,6
1 205,4
J1 A1 ⋅ F1−3 J1 J1
1− ε1
ε1 A1 84,88 84,88
Os valores das resistências estão mostrados na figura E9-9b. o circuito obtido usando
uma resistência equivalente para as resistências conectadas em paralelo esta mostrado
na Fig. E9-9c. A resistência equivalente é
410,8(335,1)
Re = = 184,6 1/ m 2
410,8 + 335,1
Transferência de Calor e Massa 190
Q1− 2 (liq ) =
[
5,67 ⋅10 −8 523,2 4 − 333,2 4 ]
= 10,02W
354,4
As radiosidades, J1 e J2, podem ser determinadas por
E n1 − J 1
Q1− 2 (liq ) =
[(1 − ε 1 ) / ε 1 A1 ]
ou
5,67 ⋅10 −8 (523,2) 4 − J 1
10,2 =
84,88
J 1 = 3.398W / m 2 K 4
e
J 2 − En2
Q1− 2 (liq ) =
[(1 − ε 2 ) / ε 2 A2 ]
O que dá J2 = 1.549 W/m2K4. O valor de J3, que é igual a σT34 , é obtido usando
J 3 − J 2 J1 − J 3 J 1 R2−3 + J 2 R1−3
= ⇒ J3 = = 2473,5 W / m 2 K 4
R2 −3 R1−3 R2−3 + R1−3
Comentário
Uma parte da taxa total de calor transferido entre a tampa e o fundo acontece
diretamente entre as duas superfícies, enquanto que o restante do calor é trocado com a
superfície não condutora – reirradiante antes de alcançar a tampa ou o fundo.
A taxa de transferência direta é
J1 − J 2 3398 − 1459
QD = = = 5,5 W
(1/ A1 F1,2 ) 335,1
E a indireta é
J1 − J 2 3398 − 1549
QID = = = 4,5 W
(1/ A1 F1,3 ) + (1/ A2 F2,3 ) 205,4 + 205,4
Transferência de Calor e Massa 191
EXEMPLO
Determine a taxa de transferência de calor de uma esfera pequena aquecida instalada em
um cilindro fechado em vácuo, como indicado na figura abaixo. A esfera tem 10cm de
diâmetro com uma emissividade de 0,8 e é mantida a uma temperatura uniforme de
300°C (572,2 K). A superfície interna do cilindro, cuja área é de 0,5m2, tem uma
emissividade de 0,2 e é mantida a uma temperatura uniforme de 20°C (293,2 K).
A1 = 0,031 m 2 ε 1 = 0,8
A2 = 0,5 m 2 ε 2 = 0,2
2
1
E n1 J1 J2
E n2
1− ε1 1 1− ε2
ε1 A1 A1 ⋅ F1−2 ε 2 A2
=
[
5,67 ⋅10 −8 573,2 4 − 293,2 4 ]
(1 − 0,8) / 0,8(0,031) + 1 / 0,031(1) + (1 − 0,2) / 0,2(0,5)
=
[
5,67 ⋅ 10 −8 573,2 4 − 293,2 4 ]
= 118,0W
48,32
qr = hr ⋅ A ⋅ ∆T
En1 − En 2 σ (T14 − T24 )
qr = = = hr ⋅ A ⋅ ∆T
Rtotal Rtotal
σ (T14 − T24 )
hr =
A ⋅ Rtotal
fluxos de calor total q combinado que radiação qr e convecção qc
q = qr + qc = (hr + hc ) A ⋅ ∆T
ou
q = h ⋅ A⋅ ∆T
onde h = hr + hc é o coeficiente combinado de transferência de calor.
Blindagem de radiação
Uma maneira de reduzir a transferência de calor por radiação entre duas superfícies é
meio do emprego de materiais altamente refletivos, isto é de baixa emissividade ε. Um
método alternativo é a utilização de blindagens de radiação entre as superfícies de
transferência de calor. Estas blindagens não fornecem ou removem calor do sistema,
mas apenas introduzem uma resistência no circuito térmico.
Considere dois planos paralelos e infinitos para ε1= ε2= ε, temos:
q σ (T14 − T24 ) Plano de
=
A (1 − ε ) blindagem
2 +1
ε
q/ A q/ A
1 − ε1 1 1− ε3 1− ε3 1 1− ε2
ε1 F1− 3 ε3 ε3 F2 − 3 ε2
Circuito elétrico analógico da radiação para dois planos paralelos separados por
uma blindagem de radiação formada por um terceiro plano 3
Como a blindagem não fornece ou retira calor do sistema. O calor transferido entre
a placa 1, a blindagem e a placa 2 será:
Transferência de Calor e Massa 193
q q q
= =
A 1−3 A 3−2 A
(
q 1 / 2 σ (T14 − T34 )
=
)
A (1 − ε )
2 +1
ε
Portanto, tem-se que a blindagem reduz à metade o fluxo de calor inicial (desde que
todas as superfícies tenham a mesma emissividade ε).
q 1q
=
A c / blindagem 2 A s / blindagem
q 1 q
=
A c / blindaen "n" 1 + n A s / blindagn"n"
Ts
h,T∞ TATt
Admitindo que Tt seja maior que Ts, então a energia será transferida por convecção para
o termômetro e então dissipada por radiação para a superfície envolvente. Portanto, o
balanço de energia pode ser escrito como:
ε ⋅σ
T∞ = TT + (TT4 − T par
4
)
hc
0,8 ⋅ 5,67 ⋅ 10 −8
T∞ = 723 + (7234 − 4734 )
150
T∞ = 790,5 K ou 517,3 °C
EXEMPLO
Solução:
a) circuito analógico com os dois tubos ou alguns.
E n1 J1 J2
En2
1− ε1 1 1− ε2
ε1 A1 A1 ⋅ F1−2 ε 2 A2
F1−2 = 1
En1 − En 2
q=
Req
Transferência de Calor e Massa 195
1 − ε1 1 1− ε2
Req = + +
ε1 A1 A1F1−2 ε 2 A2
1 1 − ε 1 1 1 − ε 2 D1
= + +
A1 ε 1 1 ε 2 D2
1 1 − ε 1 1 − ε 2 D1
= +1+
π ⋅ D1 ⋅ L ε1 ε 2 D2
1 1 − 0,02 1 − 0,04 20
= +1+
π ⋅ 0,02 ⋅ L 0,02 0,04 50
948,6
=
L
[
q 5,67 ⋅10 −8 300 4 − 77 4
=
]
= 0,482 W / m
L 1.536,7
E E J3' EEn 2
Eb1 n1 J1 J3 E b n3 3 J2 b2
1 − ε1 1 1− ε3 1− ε3 1 1− ε2
ε 1 A1 A1 F1− 3 A3ε 3 A3ε 3 A3 F2 − 3 A2 ε 2
F1−3 = 1
F3−2 = 1
En1 − En 2
q=
Req
1 1 − ε 1 1 (1 − ε 3 ) D1 D 1 − ε 2 D1
Req = + +2 +1 1 +
A1 ε 1 1 ε 3 D3 D3 ε 2 D2
1 1 − ε 1 (1 − ε 3 ) D1 1 − ε 2 D1
= +1+ 2 +
π ⋅ D1 ⋅ L ε1 ε 3 D3 ε 2 D2
1 1 − 0,02 (1− 0,03) 20 1 − 0,04 20
= +2 +
π ⋅ 0,02 ⋅ L 0,02 0,03 35 0,04 50
1.536,7
=
L
[
q 5,67 ⋅10 −8 300 4 − 77 4
=
]
= 0,298 W / m
L 1.536,7
0,482 − 0,298
o ganho diminui em torno de
0,482
38,3 %