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INSTITUTO LATINO-AMERICANO DE TECNOLOGIA,

INFRAESTRUTURA E TERRITÓRIO (ILATIT)

Curso: Engenharia Química


Disciplina: Laboratório de Engenharia Química II
Professor: Marlei Roling Scariot

RELATÓRIO II

BALANÇO DE MASSA E ENERGIA EM TROCADOR DE CALOR MULTITUBULAR

Abel Dario G. Lezcano

Camila D. R. Ferreira

Luan M. G. Torres

Rener Lópes

Foz do Iguaçu

2022
RESUMO

A presente prática laboratorial teve como objetivo determinar o efeito das diferentes taxas de vazão de
água fria e os tipos de escoamento (paralelo e contracorrente), afetam no desempenho de um trocador
de calor multitubular da marca Tecquipment, modelo TD360c. Para tal foi ajustado o trocador de calor
e o aquecedor em condição ótima de funcionamento. Em primeiro lugar as conexões dos circuitos de
água frio e quente foram dispostos em paralelos e foram empregadas medidas de temperatura de água
quente para quatro temperaturas diferentes. O mesmo procedimento foi repetido para conexão de
circuito em contra fluxo. Foram determinadas as alterações de temperatura de cada circuito, a
conversão das vazões em m3.s-1, a densidade da água nos circuitos quentes e frio. Também foram
calculados o coeficiente de global de troca térmica, eficiência de troca térmica, taxas de calor trocado
pelos fluidos, o valor de LMTD e do coeficiente de troca térmica. Os resultados mostraram um melhor
desempenho no circuito em contracorrente, constatou-se isso analisando as eficiências e discutindo as
possíveis hipóteses para esses valores obtidos. Através dos gráficos e tabelas obtidos constatou-se que
as vazões e as temperaturas de entrada são os valores que mais influenciam nos resultados.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5

3. MATERIAIS E MÉTODOS 7

3.1 EQUIPAMENTOS 7

3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 8

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 9

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 17

REFERÊNCIAS 18
1. INTRODUÇÃO

Os equipamentos chamados de trocadores de calor, possuem como principal objetivo a transferência de


calor entre dois fluidos de temperaturas diferentes que tendem ao equilíbrio do sistema e podem ser aplicados
em diferentes operações, sendo elas, aquecimento, resfriamento, condensação, evaporação, entre outras. Esta
troca térmica é empregada para atender as diversas finalidades do processo, como economizar a energia que
seria perdida para o ambiente, tanto como para preservar a biodiversidade controlando a variável da
temperatura dos fluidos devolvidos ao ecossistema. [1][2][3]

Dentre os diferentes tipos de trocadores de calor, a configuração casco-tubos ainda é a mais utilizada
nas aplicações industriais, isto se deve à existência de procedimentos bem estabelecidos para seu design e
fabricação, disponibilidade de peças e padrões que facilitam a fabricação e além disso, são capazes de trabalhar
em, praticamente, qualquer faixa de temperatura e pressão, desde que sejam projetados para tal especificidade.
Para intensificar o coeficiente de troca de calor externamente aos tubos e, ao mesmo tempo, oferecer suporte
mecânico ao feixe tubular, a maioria destes trocadores são equipados de chicanas segmentadas, que conduzem
o fluido a um percurso perpendicular aos tubos. [1][2][3]

Entre os muitos usos dos trocadores de calor na indústria, se destacam as usinas termelétricas e
refinarias de petróleo pois são aplicações que requerem altas pressões e este trocador em questão possui
excelentes resultados pelo fato de não sofrer mudanças em sua funcionalidade.

Esta prática tem como objetivo mostrar como as diferentes taxas de vazão afetam o desempenho do
trocador de calor, assim como o escoamento em paralelo e contracorrente; Além de determinar o coeficiente
global de troca de calor (U); a eficiência e as quantidades de calor (qt) trocado (recebido e cedido) pelos
fluidos frio e quente.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Na indústria, a necessidade de aquecer ou resfriar um fluido se resolve com o uso de equipamentos de


troca térmica. Essa troca ocorre sempre do fluido mais quente para o mais frio e de forma indireta, ou seja, a
transferência de calor geralmente envolve convecção nos fluidos e condução através das paredes que separa os
dois fluidos.

Para que seja possível a avaliação, seleção e projeção de um trocador de calor deve-se levar em conta
alguns conceitos fundamentais. O primeiro é o coeficiente global de transferência de calor (U) dado em
W/(m2°C), que se refere a quão bem o calor é conduzido através de uma série de meios resistentes. É
influenciado pela espessura e condutividade térmica dos meios pelos quais o calor está sendo transferido.[4].
Pode-se obter U através da seguinte expressão:

1
U= … equação(1)
1 1
+ +R +R
hi h e di de

Onde:

Rtotal =R i+ R parede + Re , R parede ≈ 0

Nessa equação temos que h é o coeficiente de transferência de calor por convecção, e sua unidade é dada
em W/(m2°C) e R corresponde as resistências (obs: quando a espessura da parede for pequena e a condutividade
térmica for alta, a resistência do tubo pode ser desprezada).

Pode-se dizer que quanto maior o coeficiente, mais facilmente o calor é transferido da fonte. Para um
trocador de calor há uma relação entre U e Q (taxa de transferência de calor) e ela pode ser vista na equação:

Q=UA ∆T LM … equação(2)

Onde:

Q = taxa de transferência de calor, W = J/s


A = área da superfície de transferência de calor, m 2
U = coeficiente global de transferência de calor, W/(m 2°C)
ΔTLM = média logarítmica da diferença de temperatura, °C

É possível constatar que U e Q (equação 2), são diretamente proporcionais, isto é, um valor alto de U
significa um melhor desempenho do trocador. Em seguida é necessário calcular a diferença da temperatura
média logarítmica (LMTD), dada por:

( T q , s−T f ,s ) −(T q , e −T f ,e )
LMTD= … equação( 3)
T −T f , s
ln ⁡( q , s )
T q ,e −T f , e
Esse método é adequado para determinar as dimensões do trocador de calor quando conhecida todas as
temperaturas e vazões do fluído frio e quente. Na equação 5 Tq,e e Tq,s referem-se a temperatura do fluido
quente que entra e sai, respectivamente. Tf,e e Tf,s referem-se a temperatura do fluido frio que entra e sai,
respectivamente.

A taxa de transferência de calor é uma função da taxa da vazão mássica do fluido, da mudança de
temperatura e do calor específico do fluido. Em um trocador ideal, ou seja, que não absorve nem perde calor
para o meio externo, o fluido frio absorve todo o calor vindo do fluido quente. Assim pode-se escrever a
expressão da taxa de transferência de calor como:

Q̇=m× c p × ∆ T … equação (4)

mH × c pH ×∆ T H =mC × c pC × ∆T C … equação(5)

Essa igualdade também pode ser rearranjada para vazão volumétrica, usando assim, os valores da
densidade dos fluidos.

Para relacionar a energia absorvida e a energia emitida temos o coeficiente de equilíbrio de energia
(CEB), que nada mais é que a razão entre a energia absorvida pela energia emitida. Se o valor dessa razão for
maior que 1 quer dizer que o trocador está absorvendo energia do ambiente externo.

Q̇a
CEB= … equação (6)
Q̇e

Ao comparar trocadores de calor os conceitos mais úteis são, o coeficiente de transferência de calor e a
eficiência que consiste na razão entre a mudança de temperatura no circuito quente, dividida pela diferença
entre a temperatura máxima e a temperatura mínima dos fluxos quente e frio. Da mesma forma é possível
calcular a eficiência da temperatura do circuito frio. As duas equações são escritas da seguinte maneira:

T H 1−T H 2
ηH= ×100 … equação (7)
T H 1 −T C 1

T C 2−T C 1
ηC = ×100 … equação ( 8 )
T H 1−T C 1

E por fim tem-se a eficiência média da temperatura dos dois fluxos, dada por:

ηH +ηC
η= … equação ( 9 )
2
Com essas informações e valores é possível analisar, selecionar, dimensionar e projetar um trocador de
calor.

3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 EQUIPAMENTOS

Utilizou-se o trocador de calor de casco e tubos marca Tecquipment, modelo TD360a, com as
dimensões brutas de 500 mm de largura X 260 mm de profundidade X 150 mm de altura, 2,7 kg (figura 1). O
tubo externo (casca) feito em acrílico transparente possui diâmetro externo de 60 mm e diâmetro interno de 50
mm. O tubo interno composto por 6 tubos de aço inoxidável, onde cada um possui diâmetro externo de 6 mm e
diâmetro interno de 4 mm. Três defletores e área média de transferência de calor de 0,02 m² (figura 2). Com
extensão para conexões com computador, onde o software VDAS realiza o tratamento dos dados. [5]

Figura 1 – Painel do trocador de calor de bancada

Fonte: Tecquipment, 2022.

Figura 2 – Trocador de calor casco e tubo multitubular.

Fonte: Tecquipment, 2022.


3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Com a bomba e o aquecedor desligados e o trocador previamente fixado sobre a parte da frente do
módulo, conectou-se os circuitos de água quente e fria primeiramente na posição de fluxo paralelo de acordo
com as entradas definidas enquanto é verificado a ausência de ar na saída do trocador de calor. Regula-se a
temperatura do tanque. Os termopares e seus respectivos soquetes que fazem parte do equipamento foram
conectados respeitando a definição das entradas conforme a tabela 1.

Tabela 1 - Conexões do trocador.

Conexão do trocador de calor Conexões no módulo de serviço


TH1 – Entrada quente TH1 - Alimentação quente
TH2 - Saída quente TH2 - Retorno Quente
TC1 - Entrada fria (quando CC será TC2) TC1 - Alimentação fria
TC2 - Saída fria (quando CC será TC1) TC2 – Retorno frio
Fonte: Roteiro de aula, 2022.

Conectados os termopares, e ligada a alimentação de água até que o tanque do equipamento estivesse
completo, foram ligados a bomba hidráulica e o aquecedor do equipamento. A temperatura de entrada foi
definida no controlador do aquecedor. Verificou-se a existência de bolhas no caminho antes de iniciar a coleta
de dados e com o auxílio de um termômetro foi medida a temperatura ambiente para referência.

Foram tomadas as diferentes medidas de temperatura e vazão. Para fluxo em contracorrente, os


equipamentos e a alimentação foram desligados, trocou-se o sentido das conexões do circuito de água e seguiu-
se os passos posteriores até a coleta de dados.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Inicialmente foram coletados dados experimentalmente usando um equipamento similar aos das figuras 1 e
2, logo as informações referentes às temperaturas e vazões dos circuitos quente e frio obtidos nesta prática
estão organizados na tabela 2 e 3. A tabela 2 apresenta dados dos ensaios com fluxo em contracorrente,
enquanto a tabela 3 com fluxo em paralelo. TH e TC se referem às temperaturas do circuito quente e frio
respectivamente e os subíndices 1 e 2, são correspondentes as temperaturas verificadas na entrada e na saída do
circuito.

Tabela 2 – Dados experimentais para fluxo em contracorrente.


Experimentos Dados do Fluido Quente Dados do Fluido Frio
Qh TH1 TH2 Qc TC1 TC2
FLUXO ENSAIO
(L/min) (°C) (°C) (L/min) (°C) (°C)
  Ensaio01 1,77 41,4 39,9 0,73 28,2 31,4
Ensaio02 1,71 51,0 48,2 0,72 27,6 33,6
Ensaio03 2,37 50,9 48,8 0,73 27,7 34,7
Ensaio04 2,89 51,1 49,1 0,72 27,8 35,2
Contra Ensaio05 2,75 60,6 57,7 0,73 27,9 38,5
corrente Ensaio06 2,81 70,7 67,0 0,74 28,1 42,1
Ensaio07 2,81 70,8 67,4 0,55 28,1 44,7
Ensaio08 2,76 70,7 66,9 0,83 28,1 41,5
Ensaio09 2,71 70,7 66,4 1,09 28,1 38,8
Ensaio10 2,81 70,9 66,2 1,51 28,1 36,7
  Ensaio11 2,70 70,7 65,2 2,11 28,1 35,1
Fonte: Os Autores, 2022.

É possível visualizar a influência das vazões nas temperaturas de saída, comparando os ensaios 06 até
o ensaio 11, que apresentam as vazões (Qh) e temperaturas de entrada e saída fluido quente (TH1 e TH2)
muito similares, assim como a temperatura de entrada do fluido frio (TC1).

Nestes ensaios mencionados tem-se uma única variável em comum que no caso seria a vazão do fluido
frio (Qc). E a partir dessa análise, é possível concluir que ao aumentar esta vazão do fluido frio a temperatura
na saída aumenta (TC2). Isto fica mais visível comparando especificamente o ensaio 06, ensaio 07 e o ensaio
09, onde a única variável de relevância para análise é a vazão do fluido frio, visto que as demais apresentam
valores quase equivalentes.

Outra avaliação que se destaca na influência das temperaturas e das vazões é no ensaio 02 e o ensaio
04, onde encontra-se que o resfriamento entre eles é parecido a pesar da vazão do fluido frio do ensaio 06 seja
superior, isto ocorre pela grande diferença de escoamento do fluido frio e quente. A corrente com menor vazão
terá um aumento de temperatura superior como pode ser visto na saída do fluido frio (TC2) esta mesma análise
pode ser feita no ensaio 05 e ensaio 06.

Por outro lado, no ensaio 09 e o ensaio 11, tem-se uma situação em onde a vazões e as temperaturas de
entrada do fluido quente são similares, más há variações nas vazões do fluido frio. No ensaio 11 foi possível
perceber que houve maior taxa de resfriamento que o ensaio 09, isto por causa da vazão de fluido frio ser
superior. Desta maneira é possível concluir que a vazão do fluido frio é diretamente proporcional ao
resfriamento.

A seguir na tabela 3, se encontram os dados obtidos no laboratório para o trocador de calor


multitubular com fluxo em paralelo.

Tabela 3 - Dados experimentais para o fluxo em paralelo.


Experimentos Dados do Fluido Quente Dados do Fluido Frio
Qh TH1 TH2 Qc TC1 TC2
FLUXO ENSAIO
(L/min) (°C) (°C) (L/min) (°C) (°C)
  Ensaio01 1,79 41,6 39,9 0,74 26,9 30,2
Em Ensaio02 1,71 51,0 48,2 0,72 27,7 33,7
paralelo Ensaio03 2,37 51,3 48,9 0,72 27,8 34,7
  Ensaio04 2,87 51,2 49,2 0,72 27,8 35,2
Fonte: Os Autores, 2022.

A partir dos dados do ensaio 02 e o ensaio 03, tem-se um indício de que, quando a vazão do fluido
quente é inferior há uma variação de temperatura superior. Foi possível visualizar também que no ensaio 03
houve um aumento maior na temperatura de saída que no ensaio 02, isto está relacionado com vazão do fluido
quente que é superior neste ensaio. De maneira geral, podemos afirmar que houver um aumento da vazão dos
fluidos tanto quente como frio haverá uma variação na troca de calor.

Analisando os dados da tabela 2 e 3, foi possível plotar gráficos dos ensaios 01 e 02. Estas curvas
apresentam o comportamento da variação da temperatura dentro do trocador de calor, tanto para o fluxo em
paralelo quanto para contracorrente. Abaixo tem-se o gráfico 1, que mostra a variação de temperatura do
ensaio 01 e 02 com fluxo em contracorrente

No ensaio 01 à esquerda pode-se observar que as temperaturas de entradas do fluido quente e frio são
41,4°C e 31,4°C, respectivamente. Já as temperaturas de saída do fluido quente e frio são 39,9°C e 31,4°C,
respectivamente. Para o ensaio 02, a temperatura de entrada do fluido quente é 51°C e para o fluido frio
33,6°C. Após a transferência de calor a temperatura de saída do fluido quente é 48,2°C e do fluido frio é
27,6°C.

Ao analisar esse gráfico, percebe-se que ambas as temperaturas de saída do ensaio 01 e 02 diminuem,
fazendo com que a diferença entre elas aumente ao longo do tempo. TH1 e TC2 possuem uma variação menor
que TH2 e TC1. Isso é característico de um fluxo em contracorrente.
Gráfico 1- Variações de temperatura nos ensaios 01 e 02 em fluxo contracorrente

Fonte: Os Autores, 2022.

Gráfico 2 - Variações de temperatura nos ensaios 01 e 02 em fluxo paralelo.

Fonte: Os Autores, 2022.

No gráfico 2, é apresentado a variação de temperatura dentro do trocador de calor do ensaio 01 e 02


com fluxo em paralelo, o gráfico foi obtido usando os dados da temperatura da tabela 2.

No ensaio 01 do gráfico 02, é encontrado as seguintes temperaturas de entrada do fluido quente e frio,
41,6 °C e 26,9°C, respectivamente. Já as temperaturas de saída do fluido quente e frio do mesmo ensaio, são
39,9°C e 30,2°C, respectivamente. Para o ensaio 02, a temperatura de entrada do fluido quente é 51°C e para o
fluido frio 27,7°C. Após a transferência de calor a temperatura de saída do fluido quente é 48,2°C e do fluido
frio é 33,6°C.

Pode-se observar então, que há um aumento de temperatura no fluido frio e um resfriamento do fluido
quente, como esperado. E assim, essa variação de temperatura entre os fluidos diminuirá ao longo do tempo.

É possível perceber que há uma redução na temperatura do fluido quente e um aumento na temperatura
do fluido frio em ambos os ensaios do gráfico 2. As curvas de temperatura se aproximam, ou seja, existe uma
diferença de temperatura menor entre os fluidos na saída que na entrada que é um comportamento previsto,
também pode-se observar que as duas curvas têm o mesmo sentido.

A seguir na tabela 4, serão apresentados dados dos fluidos quente e frio, para o fluxo em
contracorrente. As temperaturas médias exibidas foram obtidas a partir da média aritmética das temperaturas
dos fluidos para cada ensaio, com base nelas foi possível encontrar as propriedades como a densidade e o calor
específico, isto com o auxílio de uma calculadora de propriedades químicas online (steamtablesonline).

Tabela 4 – Valores dos Calores específicos, eficiências e densidades para as temperaturas médias encontradas
para o fluxo em contracorrente.
Experimentos Dados do Fluido Quente Dados do Fluido Frio Global
FLUX TH TC
ƞH Cp H ρH ƞC Cp C ρC ƞ
O media media
ENSAI
(kJ/ (kg/ (kJ/ (kg/
O (°C) (%) kgK) m3) (°C) (%) kgK) m3) (%)
Ensaio
  40,65 11,36 4,179 991,97 29,80 24,24 4,180 995,71 17,80
01
Ensaio
49,60 11,97 4,179 988,23 30,60 25,64 4,180 995,47 18,80
02
Ensaio
49,85 9,05 4,180 988,12 31,20 30,17 4,180 995,28 19,61
03
Ensaio
50,10 8,58 4,180 988,00 31,50 31,76 4,180 995,19 20,17
04
Contr Ensaio
59,15 8,87 4,182 983,65 33,20 32,42 4,179 994,64 20,64
a 05
corre Ensaio
68,85 8,69 4,187 978,43 35,10 32,86 4,179 994,00 20,77
nte 06
Ensaio
69,10 7,96 4,188 978,29 36,40 38,88 4,179 993,55 23,42
07
Ensaio
68,80 8,92 4,187 978,46 34,80 31,46 4,179 994,11 20,19
08
Ensaio
68,55 10,09 4,187 978,60 33,45 25,12 4,179 994,56 17,61
09
Ensaio
68,55 10,98 4,187 978,60 32,40 20,09 4,179 994,90 15,54
10
Ensaio
67,95 12,91 4,187 978,94 31,60 16,43 4,180 995,16 14,67
  11
Fonte: Os Autores, 2022.

As eficiências foram obtidas usando os dados de temperatura da tabela 2, para o cálculo das eficiências
do fluido quente e frio foram utilizadas as equações (7) e (8). No caso das eficiências globais foi usado a
equação (9) que seria uma média aritmética entre as eficiências do fluido quente e frio.

Inicialmente conclui-se que a eficiência do fluido quente está diretamente ligada com a vazão tanto do
fluido quente como do fluido frio. Isto pode ser entendido observando os ensaios minuciosamente. No caso do
ensaio 01 e o ensaio 02 que apresentam boa eficiência tem-se que as vazões dos fluidos tanto frio e quente são
relativamente baixas, já no ensaio 03 até o ensaio 08 observa-se uma redução significativa na eficiência do
fluido quente, esse é o resultado quando há uma vazão elevada de fluido quente com baixa vazão de fluido frio.

Nos últimos ensaios, a partir do ensaio 09 novamente obteve-se boas eficiências de fluido quente, pois
ambas vazões são relativamente elevadas. Resumindo pode-se dizer que a eficiência do fluido quente será
baixa quando temos uma elevada vazão do mesmo em relação ao fluido frio; esta afirmação pode ser verificada
pelo ensaio 11 que tem ambas vazões proporcionais, ou seja a vazão do fluido frio é relativamente alta para a
vazão do fluido quente, por esse motivo apresenta uma boa eficiência.

Agora avaliando a eficiência do fluido frio pode-se perceber que quanto menor é a vazão do fluido frio
em relação ao fluido quente maior será a eficiência. Isto pode-se entender comparando o ensaio 07 com o
ensaio 11, onde a maior eficiência dos ensaios corresponde para o ensaio 07 que têm menor vazão de fluido
frio, já a menor eficiência é do ensaio 11 que tem a maior vazão de fluido frio entre os ensaios.

Nos últimos ensaios, a partir do ensaio 09 novamente obteve-se boas eficiências do fluido quente, pois
ambas vazões são relativamente elevadas. Resumindo, pode-se dizer que a eficiência do fluido quente será
baixa quando houver uma elevada vazão do mesmo em relação ao fluido frio; esta afirmação pode ser
verificada pelo ensaio 11 que tem ambas vazões proporcionais, ou seja a vazão do fluido frio é relativamente
alta para a vazão do fluido quente, por esse motivo apresenta uma boa eficiência.
Analisando a eficiência global temos que a eficiência do fluido frio tem maior impacto no resultado
que a eficiência do fluido quente, a menor eficiência global é do ensaio 11 da mesma forma que para a
eficiência para o fluido frio, além disso as melhores eficiências globais correspondem para o ensaio 04 até o
ensaio 08 e comparando com a eficiências do fluido frio tem-se algo semelhante no comportamento.

Na tabela 5, encontramos as eficiências e as propriedades dos fluidos, calculadas a partir das


temperaturas medias obtidas usando os dados experimentais que estão na tabela 2. Já os cálculos das
eficiências foram obtidos da mesma forma que na tabela 4.

Tabela 5 – Valores dos Calores específicos, eficiências e densidades para as temperaturas médias encontradas
para o fluxo em paralelo.
Experimentos Dados do Fluido Quente Dados do Fluido Frio Global
TH TC
medi ƞH Cp H ρH medi ƞC Cp C ρC ƞ
FLUXO ENSAIO a a
(kJ/ (kJ/ (kg/
(°C) (%) kgK) (kg/m3) (°C) (%) kgK) m3) (%)
Ensaio0
  40,75 11,56 4,179 991,94 28,55 22,45 4,180 996,08 17,01
1
Ensaio0
Em 49,60 12,02 4,179 988,23 30,70 25,75 4,180 995,44 18,88
2
Ensaio0
paralelo 50,10 10,21 4,180 988,00 31,25 29,36 4,180 995,27 19,79
3
Ensaio0
50,20 8,55 4,180 987,96 31,50 31,62 4,180 995,19 20,09
  4
Fonte: Os Autores, 2022.

Observando o ensaio 02 até o ensaio 04 da tabela 5, percebe-se que a vazão do fluido quente é
inversamente proporcional à eficiência da mesma, esta análise é possível de ser feito pois não há variações na
vazão do fluido frio. Para avaliar o comportamento da eficiência do fluido frio foi necessário comparar o
ensaio 02 até ensaio 04, onde é notável que quanto maior a vazão do fluido quente em relação ao fluido frio
maior é a eficiência.

Da mesma forma como explicado anteriormente temos que a eficiência global tem desempenho
semelhante a eficiência do fluido frio, pode-se observar que a maior e menor eficiência global corresponde ao
ensaio 04 e ensaio 01, respectivamente, da mesma forma para que para a eficiência do fluido frio.

A partir dos valores obtidos nas tabelas 3 e 4, calculou-se o calor emitido e absorvido. Além disso, foi
obtido o coeficiente de equilíbrio de energia para os sistemas com fluxo em paralelo e contracorrente usando a
equação 3; os valores encontrados para o fluxo em contracorrente e em paralelo, podem ser encontrados nas
tabelas 5 e 6, respectivamente.

Tabela 6 – Valores calculados do calor emitido e absorbido para o fluxo em contracorrente


Experimentos Dados do Fluido Quente Dados do Fluido Frio Global
Calor
Calor
Qh Qc Adsorvid
FLUXO ENSAIO Emitido CEB
o
(m /s)3
(kW) (m /s)
3
(kW)
  Ensaio01 2,95E-05 0,18 1,22E-05 0,16 0,88
Ensaio02 2,85E-05 0,33 1,20E-05 0,30 0,91
Ensaio03 3,95E-05 0,34 1,22E-05 0,35 1,03
Ensaio04 4,82E-05 0,40 1,20E-05 0,37 0,93
Contra Ensaio05 4,58E-05 0,55 1,22E-05 0,54 0,98
corrente Ensaio06 4,68E-05 0,71 1,23E-05 0,72 1,01
Ensaio07 4,68E-05 0,65 9,17E-06 0,63 0,97
Ensaio08 4,60E-05 0,72 1,38E-05 0,77 1,08
Ensaio09 4,52E-05 0,80 1,82E-05 0,81 1,02
Ensaio10 4,68E-05 0,90 2,52E-05 0,90 1,00
  Ensaio11 4,50E-05 1,01 3,52E-05 1,02 1,01
Fonte: Os Autores, 2022.

A partir da tabela 6, foi feita duas análises para o calor emitido, uma observando a influência da
temperatura do fluido quente de entrada e outra a influência da vazão do fluido frio no calor emitido. Para a
primeira analise comparou-se o ensaio 05 com o ensaio 08, onde tem-se vazões similares entre eles, más há
uma diferença de temperatura considerável nas entradas o que gerou essa variação no calor emitido
(aproximadamente 0,17 kW), logo pode-se concluir que a temperatura de entrada do fluido é diretamente
proporcional ao calor emitido.

Para a segunda análise considerando vazão do fluido frio, foi necessário comparar o ensaio 06 com o
ensaio 10, onde a única alteração considerável é na vazão do fluido frio. Foi possível constatar que quanto
maior a vazão do fluido frio maior será o calor emitido como pode ser visto no ensaio 10, essa diferença de
vazão entre esses ensaios gerou uma variação de 0,19 kW no calor emitido.

Para o calor absorvido, foi feito uma análise da influência da vazão do fluido frio, comparando o
ensaio 06, ensaio 07 e o ensaio 10, que apresentam valores similares nos parâmetros más com diferenças nas
vazões do fluido frio. A partir desta análise foi possível concluir que o calor absolvido é diretamente
proporcional à vazão do fluido frio, por este motivo que o ensaio 11 tem valor superior em relação aos demais
ensaios, tanto na vazão como no calor absolvido.

Na tabela 7, foi calculado o calor emitido e absorbido, como também o coeficiente de equilíbrio de
energia, obtido de maneira análoga ao da tabela 5 para os ensaios com fluxo em paralelo.

Tabela 7 – Valores calculados do calor emitido e absorbido para o fluxo em paralelo.


Experimentos Dados do Fluido Quente Dados do Fluido Frio Global
Calor
Calor
Qh Qc Adsorvid
FLUXO ENSAIO Emitido CEB
o
3 3
(m /s) (kW) (m /s) (kW)
  Ensaio01 2,98E-05 0,21 1,23E-05 0,17 0,81
Em Ensaio02 2,85E-05 0,33 1,20E-05 0,30 0,91
paralelo Ensaio03 3,95E-05 0,39 1,20E-05 0,34 0,88
  Ensaio04 4,78E-05 0,40 1,20E-05 0,37 0,94
Fonte: Os Autores, 2022.

Analisando o ensaio 02, ensaio 03 e o ensaio 04 pode-se notar que tanto o calor emitido como o calor
são diretamente proporcionais à vazão do fluido quente para trocadores de calor multitubular com fluxo em
paralelo, esta consideração foi feita pois a única variação entre os ensaios é a vazão do fluido quente.
No gráfico 3, são apresentados os coeficientes de equilíbrio de energia de cada ensaio com relação a
vazão do fluido frio para o fluxo em contracorrente, já no gráfico 4 para o fluxo em paralelo.

Gráfico 3 – Coeficiente de equilíbrio de energia do fluxo em Contracorrente


Coeficiente de equilibrio de energia vs Vazão
volumétrica - Fluxo Contra Corrente
1.10
Ensaio08

1.05
Ensaio03
Ensaio06 Ensaio09 Ensaio11
1.00 Ensaio10
Ensaio05
CEB

Ensaio07
0.95
Ensaio04
Ensaio02
0.90
Ensaio01

0.85
8.00E-06 1.60E-05 2.40E-05 3.20E-05 4.00E-05

Vazão Volumétrica - Qc (m3/s)


Fonte: Os Autores, 2022.

Analisando o gráfico 3 e comparando o ensaio 02 com o ensaio 03 percebe-se que a vazão do fluido
quente impacta no CEB, pois no ensaio 03 diferentemente do ensaio 02 o ambiente já começa a absorver
energia do sistema (trocador de calor). Fica mais visível este comportamento comparando o ensaio 02 com
ensaio 04. No ensaio 04 o valor de CEB é mais elevado, pois a vazão do fluido quente é superior ao do ensaio
02, esta análise foi possível pois os demais parâmetros eram similares.
Gráfico 4 – Coeficiente de equilíbrio de energia do fluxo em Paralelo
Coeficiente de equilibrio de energia vs Vazão
Volumétrica - Fluxo em Paralelo
0.95
Ensaio04
Ensaio02
0.90
Ensaio03

0.85
CEB

Ensaio01
0.80

0.75

0.70
1.19E-05 1.20E-05 1.21E-05 1.23E-05 1.24E-05 1.25E-05

Vazão Volumétrica - Qc (m3/s)


Fonte: Os Autores, 2022.

A análise para o gráfico 4 pode ser feita de maneira similar como foi feito anteriormente para
o gráfico 3. A seguir é apresentado a tabela 8 com os valores do coeficiente global de troca térmica
(U) e LMTD, para o cálculo do calor médio foi nececessario fazer uma média aritmética entre o calor
absorvido e emitido.

Tabela 8 – Valores do coeficiente global de troca térmica e LMTD para fluxo em Contracorrente
Calor Médio LMTD U
FLUXO ENSAIO
(kW) (K) (W/m2K)
  Ensaio01 0,17 10,83 0,798
Ensaio02 0,31 18,96 0,830
Ensaio03 0,35 18,54 0,940
Ensaio04 0,38 18,47 1,038
Contra Ensaio05 0,54 25,76 1,051
corrente Ensaio06 0,71 33,49 1,065
Ensaio07 0,64 32,25 0,995
Ensaio08 0,74 33,77 1,100
Ensaio09 0,80 35,00 1,145
Ensaio10 0,90 36,11 1,247
  Ensaio11 1,02 36,34 1,402
Fonte: Os Autores, 2022.
Comparando o ensaio 07 com o ensaio 08, pode-se dizer que o coeficiente global de troca
térmica depende vazão do fluido frio, ou seja ele é diretamente proporcional a vazão do fluido frio. Na
tabela 9 com fluxo em paralelo foi feito os mesmos cálculos que para a tabela 8.

Tabela 9 – Valores do coeficiente global de troca térmica e LMTD para fluxo em Paralelo
Calor
LMTD U
FLUXO ENSAIO Médio
(kW) (K) (W/m2K)
  Ensaio01 0,19 10,68 0,889
Em Ensaio02 0,31 18,66 0,843
16
paralelo Ensaio03 0,37 18,27 1,007
  Ensaio04 0,38 18,20 1,050
Fonte: Os Autores, 2022.

Analisando o ensaio 03 e ensaio 04, pode se perceber que o coeficiente global de troca térmica
varia com o aumento da vazão do fluido quente

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As análises dos dados experimentais mostram que as vazões e as temperaturas de entrada são
os valores que mais influenciam nos resultados. Ao comparar com a literatura pode-se dizer que os
valores se aproximam bastante do que já foi documentado. Nessa prática foi possível determinar as
eficiências, no qual obteve-se um valor de 19,61 para fluxo em contracorrente e uma média da
eficiência de 19,34 para o fluxo em paralelo, ao analisar esses dois valores conclui-se que foi
alcançada uma melhor eficiência no fluxo contracorrente, uma das hipóteses seria devido ao número
de amostras coletadas desse fluxo, que é bem maior que o fluxo paralelo, tendo assim uma maior
precisão nos resultados. Outra constatação feita é que, a eficiência global do fluxo em paralelo não é
significativa devido à baixa variação dos fluxos de entrada e também a pouca quantidade de amostras
coletadas.

REFERÊNCIAS

[1] GUSMÃO, William Correia. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE


MESQUITA FILHO” CAMPUS DE GUARATINGUETÁ WILLIAM CORREIA GUSMÃO
COMPARAÇÃO DA EFICIÊNCIA TÉRMICA DE TROCADORES DE CALOR NO
LABORATÓRIO DE SISTEMAS TÉRMICOS DA FACULDADE DE ENGENHARIA. 2013.

17
Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/119387/000741067.pdf?
sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 8 de Fevereiro de 2022.

[2] MARTINS, Mickaela Yuriko. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO


FACULDADE DE ENGENHARIA -CUVG ENGENHARIA QUÍMICA
DIMENSIONAMENTO E SIMULAÇÃO DE UM TROCADOR DE CALOR DO TIPO
CASCO-TUBO DE PEQUENAS DIMENSÕES. 2021. Disponível em:
<https://bdm.ufmt.br/bitstream/1/1861/1/TCC___Mickaela_Yuriko_Martins.pdf>. Acesso em: 8 de
Fevereiro de 2022

[3] SÁ, Alana Raphaella Corrêa. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE


ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE PETRÓLEO
ALANA RAPHAELLA CORREA SÁ “AVALIAÇÃO DE UM TROCADOR DE CALOR
CASCO E TUBOS PARA MONITORAMENTO DO DESEMPENHO OPERACIONAL DE
UM PROCESSO INDUSTRIAL.”. 2016. Disponível em:
<https://app.uff.br/riuff/bitstream/handle/1/2703/TCC-Alanna.pdf?sequence=1&isAllowed=y>.
Acesso em: 8 de Fevereiro de 2022.

[4] Coeficiente Global de Transferência de Calor | TLV - Uma Empresa Especializada em Vapor
(América Latina). www.tlv.com. Disponível em:
<https://www.tlv.com/global/BR/steam-theory/overall-heat-transfer-coefficient.html#:~:text=O
%20coeficiente%20global%20de%20transfer%C3%AAncia>. Acesso em: 9 de Fevereiro de 2022.

[5] SHELL AND TUBE HEAT EXCHANGER. TecQuipment. Disponível em:


<https://www.tecquipment.com/shell-and-tube-heat-exchanger>. Acesso em: 9 de Fevereiro de 2022.

Roteiro da aula experimental - Experimento 2. Disciplina Laboratório de Eng. Química II - Professora


Marlei Roling Scariot, 2022

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