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Considere-se agora dois fluidos, um quente e um frio, separados por uma parede cilíndrica como ilustra a
Fig. 10. Em estado estacionário,
cuja soma é:
em que Ai=2πriL, A0=2πr0L sendo L o comprimento da conduta, Rtotal é a resistência térmica total expressa
por
(18)
sendo U0 e Ui o coeficiente global de transferência de calor baseado na área da superfície externa e interna,
respectivamente.
c) Exemplo de aplicação: perda de calor através de uma conduta de vapor com isolamento exterior
(Çengel, 2003)
Uma conduta de ferro fundido (k=80 W.m-1.K-1) com o diâmetro interno de 5 cm e 2,5 mm de espessura de
parede é usada para transportar vapor de água a 320ºC. A conduta está revestida por uma camada de lã de
vidro (k=0,05 W.m-1.K-1) com 3 cm de espessura. A perda de calor para o ar ambiente a 5ºC ocorre por
convecção natural e radiação, cujo coeficiente de transferência de calor combinado é 18 W.m -2.K-1.
Supondo que não ocorre condensação e que o coeficiente de t
ransferência de calor da superfície interna da conduta para o vapor é 60 W.m -2.K-1, determine:
(a) a perda de calor por unidade de comprimento da conduta;
(b) a queda de temperatura na parede da conduta e na camada do isolamento
a)
Ai=2πr1 L=0,157L m2 ;
A0=2πr3L=0,361L m2
b)
Comentários:
→ É o isolamento térmico que oferece a maior resistência à transferência de calor e, por isso, onde se
verifica a maior queda de temperatura.
→ É comum desprezar Rcond na parede metálica face às outras Resistências; é de notar que devido à sua
baixa resistência a queda de temperatura nesta parede á praticamente nula.
→ Na realidade, devido à perda de calor para o exterior, a temperatura do vapor (T ∞i) não é constante ao
longo do comprimento da conduta (pelo que Q/L também varia) embora a resistência total se mantenha.
Como já referido, o coeficiente de transferência de calor não é uma característica constante do fluido. Pelo
contrário, depende, de uma forma complexa, não só das propriedades físicas do fluido (viscosidade, μ,
massa volúmica, ρ, calor específico, cP, condutividade térmica, k) e da sua velocidade, u, mas também das
dimensões da superfície por onde este se escoa, isto é, para o caso do escoamento no interior de uma
conduta, h=f(μ, ρ, cP, k, u, D, L). A previsão teórica do valor de h, aplicando balanços de quantidade de
movimento e térmico, só é possível ser efectuada para casos muitos simples. Por isso, h é determinado
geralmente por via experimental. Contudo, a sua aplicabilidade é limitada ao sistema e condições
estudadas.
Dado o elevado número de variáveis envolvidas no processo de transferência de calor é comum agrupar as
variáveis sob a forma de números adimensionais e estabelecer correlações entre eles usando dados
experimentais – por isso, são designadas correlações empíricas. Outra vantagem de se trabalhar com
correlações empíricas, para além da redução do número de variáveis, é a sua aplicação em diversas
situações/sistemas desde que estas se situem na sua gama de validade. Mesmo assim, os erros nas
previsões dos valores dos coeficientes de transferência de calor, utilizando as correlações empíricas podem
ascender a 25%.
Usando uma técnica de análise das dimensões das várias variáveis, é possível obter os números
adimensionais característicos de um processo de transferência de calor por convecção forçada,neste caso
aplicado ao escoamento no interior de uma conduta:
Existem ainda outros números adimensionais possíveis que resultam da combinação destes:
- o número de Stanton para transferência de calor, Sth = Nu/(Re.Pr) = h/(ρ.u.cP)
- o número de Peclet para transferência de calor, Peh = Re.Pr = (ρ.u.cP.D)/k = u.D/α
- o número de Graetz, Gz = Re.Pr.D/L
- o factor de Colburn, jH = Sth.Pr2/3
- Exemplo de correlações empíricas para Regime turbulento, tubos lisos, com perfis de velocidade e
temperatura completamente desenvolvidos (Lh>10D; Lt>10D):
sendo n=0,4 (para aquecimento), n=0,3 (para arrefecimento), Re>104; L/D>10; 0,7<Pr<160.
1.7 BIBLIOGRAFIA