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ENGENHARIA MECÂNICA

AULA 3

Transmissão de Calor Unidimensional


em Regime Permanente

Transmissão de Calor em Cilindros e Esferas


Transmissão do Calor:
Condução de Calor em Cilindros e Esferas,
Convecção de Calor em Cilindros e Esferas,
Cilindros e Esferas Multicamadas,
Raio Crítico de Isolamento,
Exercícios.
Condução de Calor em Cilindros e Esferas

Considere a condução de calor através de um tubo de água quente.


Entendemos intuitivamente que a transferência de calor é normal à
direção da superfície do tubo e não ocorre transferência significativa no
tubo em outras direções.

A parede do tubo, cuja espessura é


bastante pequena, separa dois fluidos
em diferentes temperaturas, portanto o
gradiente de temperatura na direção
radial é relativamente grande. Além
disso, se as temperaturas dos fluidos
dentro e fora do tubo permanecem
constantes, então a transferência de
calor através do tubo será́
permanente.
Condução de Calor em Cilindros e Esferas

A temperatura do tubo, nesse caso, depende de uma única direção (direção


radial r) e pode ser expressa como T = T(r). A temperatura é independente
do ângulo ou da distância axial. Essa situação é aproximada na prática para
longos tubos (camadas cilíndricas) e para esferas (camadas esféricas).
Na operação permanente, não há nenhuma mudança na temperatura do
tubo com o tempo, em qualquer ponto. Por isso, a taxa de transferência de
calor para dentro do tubo deve ser igual à taxa de transferência para fora
dele. Em outras palavras, a transferência de calor através do tubo deve ser
constante.
Condução de Calor em Cilindros e Esferas
Considere o comprimento de uma camada cilíndrica (como tubo circular) de
raio interno r1, raio externo r2, comprimento L e condutividade térmica média
k. As duas superfícies da camada cilíndricas são mantidas nas temperaturas
constantes T1 e T2. Não existe nenhuma geração de calor na camada, e a
condutividade térmica é constante. Para uma condução de calor
unidimensional através da camada cilíndrica, temos T(r). Então, a lei de
Fourier da condução de calor para transferência de calor através da camada
cilíndrica pode ser expressa como:

A → Área de transferência de calor na posição r, ( A = 2πrL ).


Condução de Calor em Cilindros e Esferas

Note que A depende de r, portanto varia na direção da transferência de calor.


Separando as variáveis na equação acima e integrando de r = r1, onde T(r1) =
T1, para r = r2, onde T(r2) = T2, o resultado é

Substituind o A = 2πrL nas integrais, vem :


Condução de Calor em Cilindros e Esferas

Reescrevendo a equação temos:

Que é a resistência térmica da camada cilíndrica contra a condução de calor


ou simples- mente a resistência de condução da camada cilíndrica.
Condução de Calor em Cilindros e Esferas

Podemos repetir a análise para uma camada esférica tomando A = 4πr2 e


realizando as integrações

Onde :

Que é́ a resistência térmica da camada esférica contra a condução de calor


ou, simplesmente, resistência de condução da camada esférica.
Convecção Calor em Cilindros e Esferas :
Transferência de calor unidimensional permanente através de uma camada
cilíndrica ou esférica exposta à convecção em ambos os lados, para
fluidos a temperaturas T∞1 e T∞2 com coeficientes de transferência de calor
h1 e h2 , respectivamente.

Para camada cilíndrica:

Para camada esférica:


Cilindros e Esferas Multicamadas
A transferência de calor permanente através de múltiplas cascas
cilíndricas ou esféricas pode ser tratada da mesma forma como ocorre
em múltiplas camadas em paredes planas, discutida anteriormente,
simplesmente somando-se a resistência adicional em série para cada
camada adicional.

Também pode ser usada


para três camadas
esféricas por meio da
substituição das
resistências térmicas das
camadas cilíndricas pelas
esféricas correspondentes.
Cilindros e Esferas Multicamadas

Por exemplo, uma vez que a taxa de calor é calculada, a temperatura T2 da


interface entre a primeira e a segunda camada cilíndrica pode ser
determinada a partir de:

Podemos também calcular T2 a partir de

Embora ambas as relações forneçam o mesmo resultado, preferimos a


primeira delas, por envolver o menor número de termos e, portanto,
menos trabalho.
Cilindros e Esferas Multicamadas
Exemplo – 1:

Um tanque esférico de aço inoxidável de 3


m de diâmetro interno e 2 cm de
espessura (k = 15 W/mK) é usado para
armazenar água com gelo a T∞1 = 0 °C. O
tanque está localizado em uma sala cuja
temperatura é T∞1 = 22 °C. As paredes da
sala estão também a 22 °C. A superfície
externa do tanque é preta, e a
transferência de calor entre a superfície
externa e os arredores é por convecção
natural e por radiação. Os coeficientes de
transferência de calor por convecção nas
superfícies interna e externa do tanque
são h1 = 80 W/m2K e h2 = 10 W/m2K,
respectivamente. Determine (a) a taxa de
transferência de calor para a água com
gelo no tanque e (b) a quantidade de gelo
a 0 °C que derrete durante o período de 24
horas.
Exemplo – 2:

Vapor a T∞1 = 320 °C escoa em um tubo de


ferro fundido (k = 80 W/mK) cujos
diâmetros interno e externo são D1 = 5 cm
e D2 = 5,5 cm, respectivamente. O tubo tem
isolamento de lã̃ de vidro de 3 cm de
espessura (k = 0,05 W/mK). O calor é
perdido para o meio a T∞2 = 5 °C por
convecção natural e por radiação, com
coeficiente de transferência de calor
combinado de h2 = 18 W/m2K. Sendo o
coeficiente de transferência de calor no
interior do tubo igual a h1 = 60 W/m2K,
determine a taxa de perda de calor a partir
do vapor por unidade de comprimento do
tubo. Determine também a queda de
temperatura da tubulação e do isolamento.
Raio Crítico de Isolamento

Sabemos que acrescentar mais isolamento em uma parede ou um sótão


sempre diminui a transferência de calor. Quanto mais espesso o isolamento,
menor será́ a taxa de transferência de calor. Isso é esperado, uma vez que a
área A da transferência de calor é constante, e que adicionar isolamento
sempre aumenta a resistência térmica da parede sem aumentar a resistência
de convecção.
A adição do isolamento em um tubo cilíndrico ou em casca esférica, no
entanto, é uma questão diferente. O isolamento adicional aumenta a
resistência de condução da camada de isolamento, mas diminui a resistência
de convecção da superfície em virtude do aumento da superfície externa para
convecção. A transferência de calor a partir do tubo pode aumentar ou
diminuir, dependendo do efeito dominante.
Raio Crítico de Isolamento

Considere um tubo cilíndrico de raio externo r1 cuja temperatura da superfície


externa T1 é mantida constante. Agora, o tubo é isolado com material cuja
condutividade térmica é k e o raio externo é r2. O calor é perdido a partir do
tubo para o meio ambiente na temperatura T∞, com coeficiente de
transferência de calor por convecção h. A taxa de transferência de calor a
partir do tubo isolado para o ar ao redor pode ser expressa como:
Raio Crítico de Isolamento

As discussões anteriores podem ser


repetidas para uma esfera, e pode-se
demonstrar, de forma semelhante, que
o raio crítico de isolamento de uma
casca esférica é
Exemplo – 3:

Um fio elétrico de 3 mm de diâmetro e 5 m de comprimento está firmemente


recoberto com uma cobertura plástica de 2 mm de espessura cuja
condutividade térmica é k= 0,15 W/mK. Medições elétricas indicam que uma
corrente de 10 A passa através do fio e há queda de tensão de 8 V ao longo
do fio. Se o fio isolado está exposto ao meio a T∞ = 30 °C, com coeficiente de
transferência de calor h = 12 W/m2K, determine a temperatura na interface
entre o fio e a cobertura plástica, em funcionamento permanente. Determine
também se, ao duplicar a espessura da cobertura plástica, essa temperatura
da interface irá aumentar ou diminuir.
Exercício 1:

Um reservatório esférico de aço inoxidável (k = 15 W/ m.K) de 8 m de


diâmetro interno e 1,5 cm de espessura é usado para armazenar água com
gelo a 0 °C. O reservatório está situado em uma sala cuja temperatura é 25
°C. As paredes da sala estão também a 25 °C. A superfície externa do tanque
é preta (emissividade ε = 1), e a transferência de calor entre a superfície
externa do tanque e os arredores é por convecção natural e por radiação. Os
coeficientes de transferência de calor por convecção nas superfícies interna e
externa do tanque são 80 W/m2K e 10 W/m2K, respectivamente.
Determine
(a) a taxa de transferência de calor para a água
gelada no tanque e
(b) a quantidade de gelo a 0 °C que derrete
durante o período de 24 horas. O calor de fusão
da água na pressão atmosférica é hif = 333,7
kJ/kg.

Resp . : a ) Q = 64 .600 W e b) m
GELO
= 16 .730 kg
Exercício 2:

Vapor a 280 °C escoa em um tubo de aço inoxidável (k = 15 W/mK) cujos


diâmetros interno e externo são 5 cm e 5,5 cm, respectivamente. O tubo é
coberto com isolante de lã de vidro (k = 0,038 W/mK) de 3 cm de espessura.
Calor é perdido para o meio a 5 °C por convecção natural e por radiação, com
coeficiente com- binado de transferência de calor por convecção natural e
radiação de 22 W/m2K. Tomando o coeficiente de transferência de calor no
interior do tubo como sendo 80 W/m2K, determine a taxa de perda de calor a
partir do vapor por unidade de comprimento do tubo. Determine também a
queda de temperatura através da tubulação e da camada de isolamento.

Resp . : Q = 83,4 W ; ∆T
TUBO
= 0,084 C e ∆T
0
ISOLAM.
= 257 ,6 C
0
Exercício 3:

Vapor a 230 °C está fluindo através de um tubo de aço (k = 15,1 W/m0C) cujos
diâmetros interno e externo são 9 cm e 10 cm, respectivamente, em um
ambiente a 13 °C. O tubo é isolado com isolante de fibra de vidro (k = 0,035
W/m0C) de 5 cm de espessura. Se os coeficientes de transferência de calor
interno e externo do tubo são 170 e 30 W/m0C, respectivamente, determine a
taxa de perda de calor a partir do vapor por m de comprimento do tubo. Qual é
o erro envolvido em desprezar a resistência térmica do tubo de aço nos
cálculos?

Resp . : Q = 69,91Btu / h e Erro% = 0,035%

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