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Vitamina D – cálculos e particularidades farmacotécnicas

Fórmula
Colicalciferol (vitamina D3)*........................................300.000UI (400UI/0,04mL)
Óleo essencial de Mentha piperita, laranja ou canela ...................................0,3g
Óleo de amêndoas doces**...................................................................qsp 30mL

* Para facilitar a manipulação, utilizar 7,5mL da vitamina D3 diluída 1:1000


(7,5mL da vitamina D3 diluída 1:1000 contém 300.000 UI de vitamina D3).

**Pode ser substituído pelo óleo de oliva extra virgem ou óleo de girassol.
Nota: 1 gota equivale aproximadamente 0,04mL do veículo, considerando o uso
de conta-gotas de vidro tradicional.

Orientações para o preparo:


1. Medir 7,5mL da diluição oleosa de vitamina D3 1:1000.
2. Adicionar o óleo essencial. Agitar.
3. Ajustar para o volume final com óleo de amêndoas. Misturar.
4. Envasar e rotular.

Nota: A vitamina D3 é fotossensível, sendo recomendável que a manipulação


da vitamina D3, durante o preparo tanto da diluição como da formulação, seja
realizada em ambiente de baixa luminosidade.

Preparo da diluição oleosa de vitamina D3 1:1000 p/v (40.000 UI/mL):


Colecalciferol (40.000.000UI/g)..................................................................0,11g**
Butil-hidroxitolueno (BHT).............................................................................0,15g
Óleo de amêndoas*** (grau farmacêutico ou alimentício)...................qsp 100mL

**Foi utilizada uma sobrecarga de 10% da vitamina D3 para compensação de


perda no processo de manipulação ou por degradação.
***Pode ser substituído pelo óleo de oliva extra virgem ou óleo de girassol. O
BHT (butil-hidroxitolueno) já foi adicionado na diluição como antioxidante e a sua
concentração final nesta preparação é de 0,038%. O óleo essencial de menta,
óleo essencial de laranja ou óleo essencial de canela é empregado como
flavorizante da preparação, na concentração de 1%.

Procedimento de preparo da diluição:


1. Dissolver o colecalciferol e o BHT em quantidade suficiente de óleo de
amêndoas.
2. Ajustar para o volume final com óleo de amêndoas.
3. Envasar em frasco de vidro âmbar.

Embalagem e armazenamento
Frasco de vidro âmbar com conta-gotas calibrado. Conservar em temperatura
ambiente controlada. Sob essas condições, a fórmula permanece estável por
180 dias.

Baseado nas informações do Formulário Magistral Anfarmag, 1ª Ed. 2018,


realizamos os seguintes cálculos:

1. Conversão de Unidades: Normalmente 1mg de colecalciferol ou


ergocalciferol equivale a 40.000UI de vitamina D. Essa informação deve constar
no Certificado de Análise e pode mudar lote a lote.

Considerando a equivalência citada, em uma prescrição em que a dose


posológica é de 400UI temos:
40.000UI – 1mg
400UI – x
x = 0,01mg
Dessa forma, 400UI equivalem a 0,01mg.

Vamos supor que tenham sido solicitadas 30 doses, então:


0,01mg x 30 doses = 0,3mg

Ou seja, para aviar 30 doses de 400UI é necessário pesar 0,3mg de vitamina D.

Como a quantidade a ser pesada é muito pequena, é preciso fazer uma diluição
prévia para possibilitar a pesagem segura e adequada. Além disso, a diluição
garantirá a uniformidade de conteúdo em cápsulas, uma vez que a vitamina D
são cristais e, mesmo com a trituração, não é possível garantir a uniformidade
do tamanho das partículas.
2. Diluição: A diluição pode ser líquida ou sólida. Recomenda-se utilizar a
diluição 1:1000.

2.1. Diluição líquida: Para fazer 100mL: seguir a sugestão do Formulário


Magistral (ver acima)

2.2. Diluição sólida: Para fazer 100g de diluído: regra de três simples
1g vitamina D pura → 1000g de diluído
xg → 100g de diluído
x = 0,1g vitamina D pura

Sugestão de fórmula de diluição:


Vitamina D .......................................................................................... 0,1g
BHT .................................................................................................. 0,05%
Óleo fixo ...................................... q.s. para solubilizar a vitamina e o BHT
Aerosil® ................................................................................................. 2%
Lactose .................................................................................... q.s.p. 100g

Preparo:
1. Solubilizar a vitamina D e o BHT em um óleo fixo para garantir a
uniformidade de conteúdo em formas farmacêuticas sólidas.
2. Adicionar o aerosil, que é um agente dessecante, até formar uma pasta.
3. Adicionar a lactose utilizando o método da diluição geométrica.
3. Cálculo de quanto utilizar do diluído: Considerando o exemplo citado (400
UI por dose, 30 doses, onde se utilizaria 0,3mg de vitamina D, ou 0,0003g),
teremos por regra de três simples:

0,1g → 100mL (ou g) do diluído


0,0003g → x

x = 0,3mL (ou g) do diluído

4. Calibração de gotas: Sempre utilizar o veículo escolhido para a formulação


e a cânula que será utilizada, além de calibrar lote a lote. Contar quantas gotas
são necessárias para preencher o volume de 2mL em uma proveta graduada e
calibrada de 10mL.
Supondo que tenham sido necessárias 50 gotas para preencher 2mL, então em
1mL haverá 25 gotas.
1mL – 25 gotas
x – 1 gota
x = 0,04mL
Neste caso, 1 gota equivale a 0,04mL.

Nota: A calibração de gotas é importante para garantir a dose exata


principalmente em prescrições que solicitam dose/gota.

5. Rotulagem:
O rótulo deve ser personalizado para o paciente conforme a prescrição de
profissional habilitado. Nas embalagens desses produtos, os rótulos devem
conter dados conforme determina o item 12.1 do Anexo I da Resolução RDC nº
67/2007, tendo como itens obrigatórios:
a) Nome do prescritor;
b) Nome do paciente;
c) Número do registro da formulação no Livro de Receituário;
d) Data da manipulação;
e) Prazo de validade;

f) Componentes da formulação com respectivas quantidades; (ex.: vitamina D


(colecalciferol / ergocalciferol) Xxxxxx UI / dose);
g) Número de unidades;
h) Peso ou volume contido;
i) Posologia;
j) Identificação da farmácia;
k) CNPJ;
l) Endereço completo;
m) Nome do farmacêutico responsável técnico com respectivo número de
registro no Conselho Regional de Farmácia.
Referências:
1. FERREIRA, A. O.; POLONINI, H. C.; LIMA, L. C.; BRANDÃO, M. A. F.;
Formulações Líquidas de Uso Oral, Juiz de Fora: Editar, 2019.
2. Martindale: The Complete Drug Reference, 38th edition, 2014.
3. RUIZ, K. Nutracêuticos na Prática – Terapias Baseadas em
Evidências. Campinas: Innedita, 2012.
4. BATISTUZZO, J. A. O.; ITAYA, M. e ETO, Y. Formulário Médico
Farmacêutico, 5ª ed. São Paulo: Atheneu, 2015.
5. BRASIL. Ministério da Saúde. Anvisa. Instrução Normativa nº 28, de 26
de julho de 2018. Estabelece as listas de constituintes, de limites de uso,
de alegações e de rotulagem complementar dos suplementos
alimentares. DOU 27/07/2018 | Edição: 144 | Seção: 1 | Página: 141
6. BRASIL. Ministério da Saúde. Anvisa. Resolução de Diretoria Colegiada -
RDC nº 67, de 08 de outubro de 2007. Dispõe sobre Boas Práticas de
Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em
farmácias.
7. Anfarmag. Formulário Magistral Anfarmag. 1ª Ed. 2018.
8. A. GASMI, S. NOOR, T. TIPPAIROTI, et al., Individual risk management
strategy and potential therapeutic options for the COVID-19 pandemic,
Clinical Immunology (2019), https://doi.org/10.1016/j.clim.2020.108409
9. W.B. GRANT, H. LAHORE, S.L. McDNNELL, C.A. BAGGERLY, C.B.
FRENCH, J.L. ALIANO, H.P. BHATTOA, Vitamin D Supplementation
Could Prevent and Treat Influenza, Coronavirus, and Pneumonia
Infections, (2020).

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