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Sobre a autora

A história por traz dos conhecimentos que aqui serão compartilhados.

Meu nome é Uyara Azevedo, sou mineira, criada numa pequena cidade
chamada Conceição do Mato Dentro. Lá, eu tive uma infância maravilhosa,
brincava descalça nas ruas de paralelepípedo, o que por vezes acabava
resultando em pés e joelhos esfolados; subia em árvores no enorme quintal que
tínhamos, a propósito, comia as frutas diretamente das suas árvores. Foi durante
esta feliz e agitada infância que comecei a demonstrar talento para desenhar e
fazer esculturas. São tantas memórias boas e engraçadas que eu poderia
escrever um livro de 500 páginas.
Embora gostasse muito da vida que tinha, chegou um momento que CMD havia
se tornado pequena para saciar a minha sede de conhecimento, e por isso,
inevitavelmente, aos 15 anos de idade, eu decidi “ganhar o mundo”.

Consegui convencer meus pais a me deixarem sair de casa e fui morar com
minha tia em Brasília. Imaginem só, uma menina com apenas 15 primaveras
saindo de casa para ter um ensino de melhor qualidade, em uma cidade grande,
a 815 km de distância da família. Pois é, não foi nada fácil, mas era o que eu
queria e o fiz com muita determinação.

Em Brasília, tive a oportunidade de fazer aulas de pintura em porcelana. O curso


era aos sábados pela manhã e, apesar daquele sono pesado e doido que
acomete aos adolescentes, todo sábado eu levantava super empolgada para
minhas aulas. Cheguei até a participar de uma exposição do Atelier, no Hotel
Nacional.

Minha estada em Brasília durou 3 anos. Em 2004, regressei para as terras


mineiras, agora em Belo Horizonte, onde cursei Relações Internacionais ainda
com o sonho de ganhar o mundo, mesmo que não através da arte.

Me formei e logo consegui um bom emprego numa multinacional chinesa.


Inicialmente trabalhei com gestão de projetos e depois de fazer um MBA em
Comércio Exterior e Negócios Internacionais acabei me especializando em
importações. Posso dizer que com 26 anos eu havia conseguido trabalhar com
o que eu queria, tinha um bom salário, numa expressiva multinacional francesa
e fazia negócios com pessoas do mundo todo.

Mas tinha algo errado...

Eu não havia conseguido “ganhar o mundo” como eu queria. Trabalhava com o


mundo inteiro, mas dentro de um escritório. A sensação de prisão foi me
consumindo aos poucos e comecei a me sentir muito frustrada.

Tentei empreender 3 vezes, mas meu trabalho me consumia demais para eu


conseguir alavancar meu negócio e eu não tive coragem suficiente para abrir
mão do que já tinha conquistado.
Comecei a perder meu brilho... aquela garotinha determinada que saiu de casa
tão cedo para enfrentar o mundo havia perdido sua coragem.

E aí tudo mudou novamente!

Certa vez, numa reunião de trabalho no Rio de Janeiro, conheci um homem que
achei interessante e que de alguma forma eu nunca esqueci. Mas na época ele
era noivo e eu tinha um namorado com quem eu pretendia me casar, então, após
aquele compromisso de trabalho passamos alguns anos sem qualquer contato.

Aos 29 anos de idade e já no fim do meu namoro, período muito difícil pelo qual
passei, esse homem apareceu novamente na minha vida e agora lindo e solteiro.
Foi algo muito inesperado que gerou um sentimento tão intenso que não só me
fez acreditar no amor novamente, como reacendeu aquela chama, lá no fundo,
que me motivava e me fazia acordar todos os dias querendo “dominar” o mundo.

Passados 6 meses após ficarmos juntos eu larguei tudo e me mudei para o Rio
de Janeiro. Organizamos o casamento dos meus sonhos, que aconteceu em
Cancun, com nossas famílias e amigos mais próximos presentes. Foi uma
semana inteira comemorando nossa união, que se concretizou numa cerimônia
no fim da tarde, na areia e de frente para aquele mar maravilhoso.

Assim que voltamos do nosso casamento eu logo engravidei e hoje temos uma
filhinha que é uma bonequinha. Um ser de muita luz que veio preencher nossas
vidas e transbordar nossas almas!

A grande transformação!

Além de todas estas realizações pessoais, foi também com essa minha mudança
para o Rio de Janeiro que resolvemos apostar na arte dentro da minha vida
profissional.

Após conhecer meu marido, eu voltei a desenhar e, ao ver meu talento, ele me
incentivou a me profissionalizar como artista. Eu me mudei para o Rio de Janerio
no dia 06 de julho e já no dia 08 comecei aulas de desenho realista, pastel e
pintura a óleo. Foi incrível a minha evolução depois de aprender algumas
técnicas.
Apenas um ano após minha mudança eu participei do tradicionalíssimo Salão de
Belas Artes do Clube Naval e já nesta primeira participação fui premiada com
Menção Honrosa.

Posso dizer que a arte transformou a minha vida! Não foi nada fácil começar tudo
de novo, deixar de lado minha independência financeira e começar do zero. Mas
valeu a pena, hoje eu acordo com brilho nos olhos e muita vontade de trabalhar.
Tudo que vejo quero pintar. Me redescubro em cada obra que faço.

Quando estou pintando, eu me desligo do mundo a minha volta e é como se eu


e meu quadro passássemos a ser um só. Sinto uma sensação de bem-estar
muito difícil de explicar.

Desde que me assumi como artista, passei por muitas transformações que me
fazem sentir num estado de completude antes nunca imaginado. Mudei inclusive
a forma de “ver” o mundo. Esta mudança foi tão latente que cheguei a me
perguntar se estaria enlouquecendo.

No começou eu percebia isto somente quando estava desenhando e pintando,


mas, estas manifestações começaram a fazer parte de momentos fora do atelier.
Eu não vejo a cidade pela minha janela da forma que via antes, muito menos a
Lagoa Rodrigo de Freitas e o mar da Ipanema (locais onde eu comecei a me dar
conta das manifestações desta percepção). Você não entenderá neste
momento, mas eu passei a ver as cores e formas que compõe tudo que me
rodeia de maneira diferente.

Em busca de respostas, eu me deparei com o trabalho do cientista Roger Sperry


e da professora de artes Betty Edwards. Suas obras não só aquietaram meu
coração, oferecendo as respostas que eu buscava como me deram uma nova
direção. Eu descobri que qualquer pessoa é capaz de fazer desenhos e pinturas
realistas.

O trabalho da Betty Edwards me inspirou tanto que me baseie nele para criar um
projeto concreto de transformação através do desenho e da pintura. Assim como
a arte transformou minha vida, hoje, tenho como missão expandir esta
transformação e levar a arte ao maior número de pessoas possível.
De forma alguma incentivarei as pessoas a pedirem demissão, como eu fiz. Não
é esta minha intenção. O que pretendo é levar às pessoas uma transformação
maior, aquela que não se pode mensurar, a completude e paz de espírito que a
arte traz.

Para tornar esta transformação possível eu adaptei os métodos de Edwards e


criei meu próprio método de ensino de desenho e pintura. Com este método eu
consigo fazer adultos, que faziam desenhos infantis, desenharem e pintarem
obras realistas em poucos dias.

É este método que eu vou compartilhar com você neste e-book.


Quando ouvi pela primeira vez, em um dos ateliers que frequentei, que para
desenhar e pintar não é preciso ter dom, eu discordei. Eu acreditava que para
fazer obras realistas era necessário ter um talento nato.

Demorou um tempo para eu compreender que estava errada. Comecei a


observar que vários alunos que chegavam ao atelier, onde eu fazia aula de
desenho realista, não tinham noção alguma de desenho, diferente de mim, que
mesmo antes de fazer aulas já desenhava bem. Com o tempo, alguns desses
alunos, que tinham MUITA dificuldade, conseguiam produzir trabalhos bem mais
bonitos que os meus.

Inicialmente eu interpretei esta “conquista” como resultado da vontade e


determinação daqueles alunos. Somente mais tarde, eu encontrei respostas
científicas para tal situação. Daqui a pouco, eu vou falar mais das explicações
científicas que encontrei, no entanto, eu descobri também, que não estava
errada sobre a importância da vontade e determinação no processo de
aprendizado do desenho realista. Elas são verdadeiros “motores” que,
associados a algumas técnicas e informações específicas, tornam qualquer
pessoa capaz de desenhar e pintar o que desejarem.

Se você é uma dessas pessoas que QUER MUITO aprender a desenhar, mas
tem muita dificuldade, saiba que o principal você já tem, só te falta desenvolver
algumas habilidades técnicas.

Contudo, entretanto e todavia, como dizia meu “velho” professor de português,


não estou dizendo que será fácil ... muito pelo contrário... você terá que aprender
a “manipular” seu cérebro, ou pelo menos parte dele. No começo, você pode até
ter vontade de desistir. Por isto, sua vontade e determinação serão tanto
importantes neste processo quanto o segredo que eu vou revelar.

Penso que se eu tivesse tido a oportunidade de ler um livro como este quando
comecei, tudo teria sido mais fácil e rápido. Sabedora dessa magnitude, dediquei
um tempo importante dos meus dias, tempo que eu gastaria pintando, ou
cuidando da minha filha e marido (o que eu tenho de mais precioso na minha
vida), para compartilhar com você estas informações. Se você seguir todos os
passos e fizer todos os exercícios que eu proponho neste e-book, sua vida irá
se transformar. Você passará a “sentir” e “ver” como os artistas e será capaz de
desenhar e pintar qualquer coisa. Então, sem mais delongas, vamos ao que
interessa.
Pode parecer óbvio que observar seja fundamental para conseguir desenhar. No
entanto, foi necessário algum tempo para eu entender que embora eu utilizasse
as técnicas de observação que aprendi com meus professores, eu não
observava corretamente e isto tornava meu trabalho mais árduo.

Depois de algum tempo pintando, comecei a perceber que ao pegar o modelo


(impressão da foto que iria pintar), eu sempre via o todo primeiro e depois me
concentrava nas partes deste todo. Normal até aqui! Essa é uma atitude comum
de se esperar! Mas ainda assim eram partes inteiras. Por exemplo, o nariz; por
mais que ele seja parte de um rosto (todo), ainda assim o nariz também é um
elemento inteiro.

Eu demorava muito para conseguir fazer meu desenho ficar realmente parecido
com o modelo. Não por coincidência e apenas depois, descobri a ligação entre
a forma como eu observava e a dificuldade para acertar o desenho.

Num determinado momento, após tanto praticar, meio que intuitivamente, eu


comecei a observar mais os detalhes das cores, as nuances dos traços, ângulos
e passei a “ignorar” a parte do corpo que eu estava desenhando. Somente
quando eu me afastava da tela, tinha noção do que estava fazendo e como
estava ficando. A sensação era de me conectar com o quadro de tal forma que
os traços e cores me guiavam... e eu simplesmente me deixava levar...sem saber
exatamente onde estava indo...

A percepção de que eu estava “vendo” e “sentindo” meu trabalho de forma


diferente veio quando eu estava pintando um painel de 180x145 cm, onde fiz
uma montagem de 7 fotos para compor uma obra que retratasse uma festa
tradicional, que acontece todo dia 1º de janeiro em Conceição do Mato Dentro
(figura abaixo).
Os primeiros rostos que fiz (todos que se encontram atrás dos reis) eu demorei
muitas horas. No da rainha, eu levei 3 dias pintando. Este “tempão” também se
deve ao fato de que chega um momento no trabalho com tinta a óleo em que é
preciso deixar secar a tinta para depois continuar. Já o rosto do rei eu pintei em
um dia, e depois pintei os rostos das duas crianças em algumas horas.

O que aconteceu aí no meio do caminho que causou tamanha mudança?

Eu simplesmente comecei a utilizar mais o zoom do tablete em que eu estava


vendo os modelos 1. Eu já não observava mais o nariz por exemplo, mas passei
a focar somente nos traços e nas cores. Ao me afastar da tela para ver como
estava ficando, eu me surpreendia com o resultado. Um dia, meu sobrinho, ao
me ver trabalhando, perguntou: “Tia, como você consegue fazer isto?”. Sem
pensar eu respondi: “Eu sigo as cores”.

Comecei a pesquisar e, numa bela tarde de verão carioca, me deparei com um


texto de Daniel H Pink, no qual ele falava sobre os trabalhos do cientista Roger

1
Geralmente eu imprimo as fotos para pintar, neste trabalho específico eu
preferi usar o meu tablete para não ter que lidar com tantas fotos.
Sperry e da professora de arte Betty Edwards. Sem pensar duas vezes, comprei
o livro “Desenhando com o lado direito do cérebro” de Edwards e fiquei
maravilhada com a obra. Eu “devorei” 219 páginas em 2 dias... pois encontrei ali
uma explicação científica para algo que eu havia percebido instintivamente. Os
sintomas da transformação que estava por vir foram muitos. Eu sonhei com o
livro... não conseguia mais tirar aquelas informações da minha cabeça...uma
inquietação tomou conta de mim...

Eu só conseguia pensar na genialidade daquela obra que provava e apresentava


um método comprovado de que qualquer um pode aprender a fazer desenhos
realistas. E uma pergunta não saía da minha cabeça: Porque este método não
é conhecido mundialmente?

Eu conheço tanta gente, tantos adultos que lamentam não saber desenhar... que
tipo de transformação lhes causaria descobrir que eles ainda podem aprender e
de forma rápida?

Fiquei também pensando em como isto poderia ajudar jovens artistas que estão
iniciando suas carreiras, pessoas que desenham e pintam por “hobbie”, como
válvula de escape para a pressão do dia-a-dia e aqueles que são “aspirantes” a
artistas, mas sentem medo de começar porque acham que não tem um dom para
a arte. Enfim, de quantas maneiras diferentes “saber desenhar” poderia melhorar
a vida das pessoas?

Foi aí que eu, ousadamente, decidi retirar as informações e exercícios que


considerei mais importantes, somar alguns conhecimentos e técnicas que
aprendi ao longo do tempo e utilizar recursos que temos hoje e que não eram
comuns em 1984, data da publicação da edição que eu li.

Inicialmente me achei muito pretensiosa por querer adaptar o método da


professora Edwards. Mas a possibilidade de transformar a vida de pessoas,
principalmente, daquelas que se sentem frustradas quando o assunto é desenho
e pintura, era algo que me fascinava tanto, que eu decidi me arriscar.

Como a pintura a óleo é a minha grande paixão e existem tantos mitos sobre a
dificuldade desta técnica eu decidi que iria incluí-la neste projeto. É muito comum
ouvir as pessoas dizendo que antes de pintar a óleo você tem que dominar a
pintura com tinta acrílica. Como se existisse um pré-requisito. Mas isto não é
verdade.

Passei dias completamente focada neste projeto e, finalmente, criei um curso


para ensinar as pessoas a desenhar e pintar com tinta a óleo em pouco tempo.
Não se trata de operar nenhum milagre, apenas ensinar meios pelos quais as
pessoas consigam ser guiadas pela parte direita cérebro no momento em que
estão desenhando. Para entender o método, você precisará entender como
nosso cérebro funciona.

O cérebro humano é dividido em duas partes simétricas, o hemisfério Esquerdo


e o hemisfério Direito. As conexões cruzadas entre os dois “sistemas” fazem com
que cada hemisfério controle o lado oposto do corpo seu, como mostra a figura
abaixo.
Há cerca de 200 anos, os cientistas descobriram que a linguagem e atividades
relacionadas a ela são exercidas principalmente no lado esquerdo do cérebro da
maioria das pessoas. Esta constatação levou os cientistas dos séculos XIX a
chamarem o lado esquerdo de “lado dominante” e o direito de “subordinado”.
Com isto, durante muito tempo o hemisfério direito foi considerado menos
evoluído.

Somente na década de 1970, devido aos estudos do cientista Roger Sperry e


sua equipe, descobriu-se que ambos os lados do cérebro realizam atividades
cognitivas de alta performance e que cada metade tem sua própria maneira de
assimilar conhecimentos e perceber a realidade exterior.

“O lobo esquerdo do cérebro interpreta literalmente as frases ditas,


já o lobo direito percebe a intenção oculta de quem fala. O
esquerdo entende pelo aspecto lógico, racional e sequencial e o
direito compreende aos saltos, tem insight e visão holística.

O lado esquerdo do cérebro sabe situar-se dentro do tempo e


procura situações seguras, já o lado direito abstrai-se do tempo e
gosta de se arriscar. Para o hemisfério direito não existe a
expressão "perder tempo". O esquerdo costuma imitar,
representar, fingir; o direito é criativo e autêntico. É o que é. Por
ser racional e crítico, o lado esquerdo do cérebro não se aventura
a criar, inventar, sonhar. Prefere a segurança do conhecido, do
lógico, do aceito pela sociedade em que vive. Já o lado direito solta
a imaginação, viaja pelas asas do sonho, cria, inventa, recria e
assume ser livre. O esquerdo é linear, objetivo, usa o conhecimento
de forma dirigida, sequencial, analítica, convergente; o direito é
não-linear, subjetivo, utiliza o conhecimento de maneira livre,
múltipla, holística e divergente.

O hemisfério esquerdo conta, dá nome às coisas, separa por


categoria e funções; o hemisfério direito não consegue realizar
essa tarefa, pois vê as coisas como um todo e cada objeto ou
estímulo é visto como se apresenta no instante presente. Por
exemplo, o desenho de duas circunferências. Para o esquerdo
pode representar dois olhos, já para o direito não passam de duas
simples circunferências.

O lado esquerdo do cérebro reconhece letras e palavras, enquanto


o lado direito reconhece faces e padrões geométricos. O nosso
alfabeto, por ser silábico, estimula o lobo esquerdo; os ideogramas
dos orientais, utilizando símbolos, desenvolvem o lobo direito. No
idioma japonês, por exemplo, que são usados símbolos e sílabas,
os dois hemisférios são estimulados no ato da leitura.

O hemisfério esquerdo percebe sons relacionados com a


linguagem verbal e o hemisfério direito percebe músicas e os sons
emitidos pelos animais. Enquanto o lado esquerdo tem o domínio
da fala, da leitura, da escrita e da aritmética o direito tem aptidões
geométricas e desenvolvimento do sentido de direção. O que não
se consegue exprimir por palavras, usa-se o recurso do gesto
comunicativo que é domínio do hemisfério direito. O lado esquerdo
é abstrato, pois toma de uma pequena parte das informações e
utiliza-a para representar o todo. Observando numa vasilha várias
peças de tonalidades alaranjadas diferentes e com traços que as
distinguem e modificam suas cores, ele afirma que viu na vasilha
peças iguais cor-de-laranja. O lado direito diria da infinidade de
variações de texturas e tonalidades vistas no vasilhame.

O hemisfério direito é espacial, entende metáforas, percebe


configurações e estruturas globais, tem facilidade para visualizar o
que já foi visto e fixar na mente imagens reais ou criadas por ele.
O exercício do desenho, assim como da música, do tricô, da
meditação e outros que deixam a mente mais livre, desenvolvem
as características próprias do hemisfério direito.”(
http://www.cerebromente.org.br/n15/mente/lateralidade.html)
Fonte: netscandigital.com/blog/os-dois-lados-do-cerebro

Segundo a professora Edwards, os dois hemisférios são capazes de trabalhar


em conjunto de várias formas, ora cooperam e ora operam separadamente.
Neste último caso, uma das partes age como “líder” e a outra “seguidora”. Há
momentos em que também podem entrar em “conflito” e neste caso, um lado
‘tenta” fazer algo que “sabe” ser especialidade do outro hemisfério. Passarei um
exercício mais adiante em que você vai “sentir” a existência desse conflito.

Os estudos de Sperry mostraram que o hemisfério esquerdo “gosta” de governar


e prefere não delegar tarefas ao seu parceiro, ele gosta de assumir até as tarefas
que não consegue executar muito bem. No entanto, ele “rejeita” ou não pode
executar atividades que exigem muito tempo, são ricas em detalhes ou são muito
lentas.
Para desenhar precisamos ativar a modalidade visual que se encontra no
hemisfério direito, para enxergamos as coisas como elas realmente existem no
espaço e como se relacionam para formar o todo. No processo de construção de
um desenho realista o artista usa a sua “percepção” para reproduzir o que vê.
Edwards diz que desenhar nada mais é do que “copiar”, e ela está correta. Mas
porque então esta tarefa, a princípio tão fácil, não pode ser executada pela
maioria das pessoas?

Assim que vemos um objeto, ou rosto, ou qualquer coisa que queiramos


desenhar, o lado esquerdo do cérebro responde rapidamente atribuindo palavras
e símbolos pré-fabricados ao que se vê. Ao longo do desenho, ele tenta
simplificar sua tarefa oferecendo tais símbolos e se você não for capaz de
“anular” sua atuação, ele irá interferir de tal forma, que você não conseguirá
copiar o que está vendo claramente diante dos seus olhos.

Lembra quando eu te disse que toda vez que eu focava em uma parte do corpo,
como o “nariz” eu acabava levando muito tempo para conseguir desenhar?
Depois de entender o funcionamento e as especialidades dos hemisférios do
nosso cérebro eu consegui entender o que acontecia comigo. Note que “Nariz”
faz parte da nossa linguagem, que está localizada no lado esquerdo do cérebro.
Então, toda vez que eu pensava e verbalizava, mesmo que mentalmente, a
palavra nariz eu ativava o lado esquerdo do meu cérebro e isso interferia na
minha percepção. Por outro lado, quando eu passei a usar o zoom do meu
tablete e me desliguei das palavras, eu fui capaz de “neutralizar” as interferências
do hemisfério esquerdo e deixar o direito liderar aquela tarefa.

A lateralidade do cérebro também explica aquela sensação de conexão que


estabeleço com o quadro quando estou trabalhando, pois como vimos acima, o
lado direito não se prende ao tempo e, desta forma, eu não via o tempo passar.
Isso também explica porque eu sou capaz de experimentar uma sensação
semelhante à da meditação quando estou pintando.

Tudo passou a fazer sentindo para mim... o segredo foi descoberto!

A esta altura, você já entendeu o que faremos daqui para frente. É isso mesmo,
vamos lançar mão de técnicas e artimanhas para impedir que o lado esquerdo
do cérebro lidere seus movimentos quando você estiver desenhando.
Eu encontrei uma forma de fazer isto intuitivamente, mas você o fará de forma
consciente desde o primeiro traço!

“Observar sem avaliar é a forma


mais elevada de inteligência
humana.”
(Jiddu Krishnamurti, filósofo indiano, medalhista da paz da ONU em 1984)

Porque alguns adultos desenham como crianças?

Se este é o seu caso e você nunca entendeu porque se tornou um adulto bem-
sucedido em várias áreas, mas quando desenha o resultado se parece com os
desenhos de uma criança, você irá entender porque isto acontece. De antemão,
eu te adianto que não há nada de errado, simplesmente, você não foi ensinado.

A resposta para esta pergunta encontra-se arraigada à linguagem alfabética


ocidental e à nossa e estrutura de ensino. Primeiro, o alfabeto é uma estrutura
lógica e sequencial, que é exercida pelo hemisfério esquerdo do nosso cérebro.
Isso indica que utilizamos o lado esquerdo até para pensar... Mas perceba,
nenhum de nós nasceu sabendo escrever, ler ou falar. Tudo nos foi ensinado ao
longo do tempo. Passamos boa parte das nossas vidas na escola estudando e
ainda assim não escrevemos, nem falamos perfeitamente.

Avalie a diferença entre as redações de um adulto com curso superior e um que


estudou apenas até a 4ª série. O contraste será evidente. Mas isto não acontece
porque um é mais capaz que o outro, simplesmente, um foi mais instruído. Há
que se considerar também os casos raros dos autodidatas, que aprendem
sozinhos. No âmbito da arte, eu diria que acontece exatamente o mesmo, e que
os autodidatas são os artistas natos. Os demais desenham até o ponto que
aprenderam.

Assim como ocorre com a linguagem, para andar de bicicleta, nadar, dirigir e
desenhar, precisamos ser ensinados. E, uma vez que aprendemos, os fazemos
sem pensar, de forma automática. O problema é que as aulas de arte que temos
durante a infância e parte da adolescência não são suficientes para nos ensinar
a fazer desenhos realistas. Pior ainda, as aulas de arte são vistas como
secundárias por grande parte da população e, principalmente, pelos alunos,
quando comparadas às outras matérias.

Durante nossa infância e processo de aprendizado, aprendemos símbolos aos


quais recorremos no momento em que desenhamos para representar aquilo que
estamos vendo. Note que como os desenhos infantis são, na sua maioria,
representações de formas geométricas.

Veja o desenho de Vinícius Bonamin, de oito anos, que retirei no site do G1


(http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/10/criancas-mostram-em-desenhos-
como-seria-sao-paulo-ideal.html).
Se este menino não for um artista nato 2 e parar de desenhar nesta fase de sua
vida, quando tiver 20, 30 ou 40 anos e resolver desenhar o fará da forma que
fazia aos 8 anos de idade.

Os estudos de Betty Edwards mostram que quando atingimos a adolescência os


desenhos tornam-se mais sofisticados e tendem ao realismo. Entretanto, o
impaciente lado “esquerdo” logo fornece estes símbolos preexistentes para
solucionar o problema. Como mostrei anteriormente, o hemisfério esquerdo não
se prende a detalhes e resolve tudo rapidamente. Desta forma, ele interfere no
resultado do desenho. Não satisfeitos com o resultado e sem a orientação
adequada, a maioria dos adolescentes se frustra e acaba abandonando o
desenho.

Então, leitor, se você é um adulto e desenha como criança, esta situação não é
definitiva e assim como adultos podem ser alfabetizados, também podem
aprender a fazer desenhos realistas.

Depois de descobrir estas informações, entendi porque aquelas pessoas que


chegavam no atelier desenhando com tanta dificuldade eram capazes de fazer
obras maravilhosas com o tempo.

O que vou fazer neste e-book é nada mais que te ensinar a desenhar através de
um método baseado num trabalho que durante décadas provou sua eficiência.

2
Quando me refiro a “artista nato”, estou me referindo apenas ao âmbito dos desenhos realistas. Não
estou, de forma alguma, desmerecendo qualquer talento para outras vertentes artísticas.
Antes de começar os exercícios práticos, preciso te apresentar algumas
premissas, necessárias para o seu sucesso. Sei que a ansiedade deve estar te
perturbando, mas é muito importante que absorva as informações seguintes
antes de iniciar.

Prática

Não basta aprender muitas teorias e técnicas se você não praticar


constantemente. Somente praticando você conseguirá se aperfeiçoar e vencer
seus obstáculos.

Após aprender a desenhar, é importante que você mantenha a prática do


desenho na sua rotina. Reserve horários e dias fixos para isto. É interessante
que você fotografe seus trabalhos ao longo do processo de construção e guarde
estes registros. Você vai se impressionar ao ver sua evolução.

Uma boa dica é ter sempre com você um caderno de desenho e material básico
para desenhar sempre que sentir vontade e tiver oportunidade. Principalmente,
se você for como eu, que sinto vontades repentinas de desenhar.

Tempo

Uma das frases que mais ouço de pessoas para justificarem uma ausência, ou
não cumprimento de alguma atividade é “não tive tempo”. Se você começar a
observar quantas vezes ouve a reclamação “ando muito sem tempo”, você irá se
assustar com a quantidade de vezes que irá ouvi-la, vinda das mais diferentes
pessoas.

Mas não ter tempo para fazer tudo que gostaríamos é algo bastante óbvio, afinal
todos nós temos apenas 24 horas por dia, sendo que precisamos,
obrigatoriamente, destinar algumas delas para nossas necessidades vitais,
como dormir e se alimentar.
O tempo é o bem mais democrático que existe... é igual para todos em qualquer
lugar do mundo. Mas se o tempo é o igual para todos, porque alguns conseguem
fazer mais coisas que outros?

A resposta está no conceito de PRIORIDADE. Você dedica seu tempo para


aquilo que é prioridade para você. Pare um instante e comece a pensar no que
você considera prioridade e como sempre dá um jeito de “arranjar um tempinho”
para isto.

Quando paramos para analisar o tempo pela perspectiva da prioridade,


começamos a entender porque tem gente que vai para a academia às 06 da
manhã ou às 11 da noite. Quem não possui a atividade física como algo
prioritário em sua vida dificilmente entenderá isto e, na verdade, provavelmente,
julgará estas pessoas como radicais, fanáticas, entre outras coisas.

Além das nossas necessidades vitais, “trabalhar” é sem dúvidas uma prioridade
na vida de milhões de pessoas, pois é através do trabalho que vem o salário. A
maioria das pessoas precisa trabalhar para sobreviver e boa parte do tempo
diário é destinada a isto.

Somando o tempo para dormir, comer, tomar banho, ir e voltar do trabalho e as


horas dedicadas exclusivamente para as atividades profissionais, vai sobrar
pouco tempo, não é mesmo?

A escassez do tempo se torna um problema ainda maior para as pessoas que


não trabalham com o que gostam... é aí que a situação fica pior! Muitas destas
pessoas ainda precisam encontrar tempo para terapia porque não se sentem
felizes das 08 às18h.

Para administrar o “problema” do tempo, faça uma lista de tudo que é importante
para você e numere os itens dos mais para os menos importantes e comece a
organizar sua rotina de forma que consiga atender os itens prioritários.

Dependendo do tamanho da sua lista, você pode chegar à conclusão que é


impossível fazer tudo que listou. Provavelmente é o que acontecerá. Mas, ao
saber identificar e realizar suas prioridades, você ficará mais tranquilo com
relação às atividades que não puder realizar prontamente, pois você terá
consciência de que teve que destinar seu tempo para coisas que, neste
momento, são mais importantes. Seguindo esta lógica, poderá se programar
para realiza-las em outro momento futuro.

Se você está lendo este e-book é porque você tem algum interesse em desenhar.
Sendo assim, se realmente quer aprender, organize seu tempo de forma que
reserve 1 hora do seu tempo, por pelo menos 02 dias na semana para realizar
os exercícios aqui propostos.

Ambiente de trabalho

Para começar, você deve separar um “cantinho” na sua casa para fazer dele seu
atelier. Não precisa de muito espaço, você precisa ter basicamente um cavalete
e uma mesinha, ou um gaveteiro para guardar e colocar seu material.

Quando eu comecei, eu tinha um cavalete num espaço entre a geladeira e o sofá


- na minha casa a sala e a cozinha eram integradas. Neste espaço, desenhei e
pintei muitas obras!

O problema de espaços pequenos e com móveis do lado é a possibilidade de


manchá-los. Felizmente meu sofá saiu ileso desta fase, mas confesso que foi
muito difícil preserva-lo.

Talvez, conseguir um espaço tranquilo seja a maior dificuldade que enfrentará


no começo. Quanto mais silencioso for o local que estiver desenhando, mais fácil
será sua tarefa de “anular” as interferências do lado esquerdo do cérebro.

Dito isto, eu te aconselho a procurar um lugar com privacidade. Se possível, se


tranque onde ninguém possa te incomodar. Algumas pessoas podem interpretar
isso como “chatice” ou “frescura” de artista, mas agora você já sabe que não se
trata disto, mas sim de uma estratégia para, de forma consciente, fazer com o
que o lado direito do seu cérebro lidere suas ações.

Material

Conhecer e utilizar o material corretamente é fundamental para o sucesso deste


método. Se você precisar bater um prego sem ter um martelo, provavelmente vai
conseguir realizar a tarefa utilizando uma pedra ou algo parecido, no entanto,
gastará muito mais energia e não terá o mesmo resultado. A lógica é a mesma
para os materiais que utilizaremos.

Sendo assim, você vai precisar de:

1 Cavalete de madeira ou portátil.

Para começar, pode utilizar um modelo de mesa, e deixar para investir num
cavalete maior no futuro.

Modelo de mesa

Cavalete de madeira, compacto


Cavalete portátil

1 tela de pintura tamanho 30x40 cm. Utilize-a como base de apoio para a sua
folha de desenho no cavalete.
1 bloco de papel para desenho gramatura 224g/m², cor branca, tamanho A4.
Sempre desenhe no lado mais áspero da folha.

Fita crepe, para fixar o papel na tela.


1 caixa de carvão vegetal médio. Recomendo a marca Corfix.

1 estilete para apontar os lápis. Eles devem estar sempre com pontas grandes e
finas.
1 borracha plástica, pode ser destas da Faber Castell com protetores coloridos.
Ela será utilizada principalmente para fazer efeitos de luz. Para fazer os fios de
cabelo ou pelos você deve cortar a borracha ao meio e utilizar as quinas para
retirar o carvão do papel. Sempre que elas se desgastarem utilize o estilete para
cortar um pedacinho e deixar as laterais bem “afiadas”.

1 esfuminho número 5. Como o próprio nome já sugere ele é utilizado esfumaçar


e fazer efeitos de sombra. Geralmente suja-se ele com o grafite ou carvão para
depois passar no papel.
1 limpa tipos. É como se fosse uma borracha super maleável. Você deve pegar
um pedaço e molda-lo de acordo com a área que você quer clarear.

1 lápis preto HB e1 lápis preto 3B. Quanto mais macio, mais preto será o grafite.

1 lixa para desenho.


Se não encontrar, uma lixa de unha irá resolver seu problema, por hora. Ela é
utilizada para lixar o carvão deixando-o chanfrado.

Concluímos aqui, todas as explicações preliminares que são essenciais para a


aplicação do método.
Para aprender a fazer desenhos realistas, existem 5 passos:

1. Orientação por traços e ângulos

2. Percepção dos espaços

3. Perspectiva e proporção

4. Luz e sombra

5. Observação do todo

Neste e-book vou explicar os 5 conceitos e cada um deles será treinado através
de exercícios práticos, nos quais você aprenderá técnicas para fazer a transição
do lado esquerdo para o direito do cérebro durante o desenho.

Todos os desenhos serão feitos a partir de modelos impressos, logo, para que
tenha sucesso nos exercícios será preciso imprimir as imagens. Apenas no meu
curso online eu ensino as técnicas para desenhar cenas e objetos reais e
modelos vivos, incluindo rostos.

Exercício 1 – Transição de E para D

O objetivo deste exercício é fazer com que você consiga perceber a transição
entre o hemisfério E para o D durante o desenho.

Veja a figura abaixo, dependendo da forma como a observa verá um vaso ou


dois rostos simétricos se olhando de frente, correto?
Pegue um lápis e uma folha em branco.

Se você é destro comece a desenhar o rosto do lado esquerdo e se você é


canhoto, comece pelo lado direito. Não se oriente pelo modelo acima, faça de
acordo com sua memória.

Depois que concluir a primeira metade, refaça todo o caminho pronunciando alto
cada parte do rosto pela qual o lápis for passando. Exemplo: testa, sobrancelha,
olho, e assim por diante.

Trace duas linhas paralelas para delimitar a parte de cima e a de baixo do jarro.

Faça a outra metade do rosto de forma que ela fique igual à primeira.

Agora vamos analisar suas reações.

Provavelmente foi mais fácil e rápido desenhar a primeira metade. Também é


possível que tenha parado algumas vezes durante o desenho da segunda parte.
Estas reações devem-se ao conflito criado, propositalmente, entre os dois lados
do seu cérebro.
Durante a primeira metade, não é possível dizer se foi mais orientado pelo lado
esquerdo ou direito, no entanto, no momento em que você passou o lápis por
cima do desenho que já havia feito dando nome às partes, você colocou o lado
esquerdo na liderança daquela ação. E isso fez com que ele tentasse assumir o
controle da segunda metade. No entanto, como você tinha que prestar atenção
no lado oposto para reproduzi-lo com exatidão e para isto precisava utilizar sua
visão espacial para copiar exatamente o que estava vendo, você precisou
acessar o lado direito.

Se chegou a parar um pouco, desviou o olhar do desenho, meio que para clarear
as ideias é porque precisava se desligar das palavras e nomes para focar apenas
nas formas. É provável que para concluir o desenho tenha parado de observar o
rosto e focado apenas na imagem do jarro.

Agora refaça o desenho, da mesma forma que começou, mas tente não pensar
em palavras. Afaste qualquer pensamento que ligue o desenho à nossa
linguagem. Depois, compare os desenhos. Certamente foi mais fácil, rápido e
agradável fazer o segundo.

Se você conseguir perceber esta diferença é porque começou a acessar


conscientemente o lado direito do seu cérebro.

1. Orientação por traços, ângulos e tonalidades

Durante a prática do desenho é fundamental afastar o lado esquerdo do cérebro


do comando. Toda vez que observar seu modelo, ele agirá dando nomes e
identificando símbolos pré-definidos para facilitar seu trabalho. Impedir que ele
consiga identificar o que você está desenhando irá ajudar a “neutraliza-lo”.

Uma maneira eficaz para isto é desenhar virando o modelo de cabeça para
baixo. Ao fazer isto, você fará com que o lado esquerdo perca suas referências
e saia de campo, deixando o lado direito assumir a tarefa.

Fechar um dos olhos enquanto estiver desenhando é um recurso que te ajudará


a “ver” melhor. O ato de fazer um desenho realista consiste em reproduzir uma
imagem tridimensional em uma superfície bidimensional. Com os dois olhos
abertos, você enxerga o mundo de forma tridimensional, mas, ao fechar um dos
olhos, passará a ter uma visão de contorno bidimensional mais eficiente.

Onde quer que você esteja neste momento, faça o teste e perceba como os
contornos e ângulos ficam mais evidentes quando você fecha um dos olhos. Esta
técnica dever ser utilizada SEMPRE, daqui em diante.

Exercício 2 – Desenho de cabeça para baixo

Encontre um lugar onde não possa ser incomodado durante 30 minutos.

Pegue lápis, papel e borracha.

O desenho abaixo se encontra invertido. Não o desvire de forma alguma.


Desenhe-o da forma como você vê.

Observe os traços, seus ângulos e nuances... apenas isto! Não tente identificar
as partes do corpo ou objetos durante o desenho. Não dê nome a nada e tente
afastar todos os impulsos e pensamentos que possam recorrer à linguagem.

Programe seu despertador para soar o alarme em 30 minutos. Durante este


tempo não desvie sua atenção para outras tarefas, principalmente para o
WhatsApp e as redes sociais.

Não se esqueça de fechar um dos olhos.

Somente quando terminar, vire ambos os desenhos e compare.


Após finalizar o desenho, analise como se sentiu durante o processo e responda
às perguntas abaixo. Para cada “SIM” que responder marque um “pauzinho” na
coluna D e para cada “NÃO” um na coluna E. Organize-os no espaço para tentar
formar um quadrado em um dos lados. Mas, de forma alguma manipule suas
respostas com o objetivo de formar o quadrado por completo, este não é objetivo.

E D

- Você perdeu a noção do tempo?

- Você abstraiu os sons e conversas à sua volta? Tipo, você era capaz de ouvir
frases e barulhos, mas não prestava atenção neles.

- Você se sentiu tranquilo e relaxado, mas ao mesmo tempo atento?

- Sentiu uma sensação agradável enquanto desenhava?

As suas respostas irão indicar se você conseguiu ou não fazer a transição de E


para D e qual a intensidade da transição. Algumas pessoas conseguem fazer a
transição completa, ou seja, preencher 4 pauzinhos e formar um quadrado no
lado D, outras tem mais dificuldade e às vezes formam o quadrado na coluna E,
indicando que não conseguiram acessar em nenhum momento o hemisfério
direito,

Se isto aconteceu, não significa que está tudo perdido e que não conseguirá.
Você só precisará de mais treinamento. Cada um possui um tempo próprio de
aprendizado e isto se aplica para tudo na vida.

Por outro lado, se você conseguiu 2 ou mais pauzinhos significa que conseguiu
desestimular o lado esquerdo e já começou a “ver” e “sentir” como artista.

Revelação parcelada

Virar o desenho de cabeça para baixo é uma prática muito comum nos cursos
de desenho. Eu aprendi a fazer isto num dos ateliers que frequentei, só não sabia
o motivo de isto funcionar tão bem.

No entanto, não é necessário fazer todo o desenho invertido, como você fez no
exercício anterior. Isto foi feito para você começar a se familiarizar com a
sensação de trabalhar com o lado direito do cérebro. É importante saber
identificar quando isto ocorrer. Por experiência própria, corroborada pelas
palavras da professora Edwards, não percebemos o momento da transição, só
percebemos quando a fronteira já foi cruzada.

O exercício anterior nos mostrou que uma maneira de manipular o lado esquerdo
do cérebro é não o deixar perceber o que você está desenhando. Ao inverter o
desenho, o lado esquerdo perde as referências e não consegue associar a
linguagem e os símbolos para simplificar seu trabalho. Além disto, como se trata
de uma tarefa cheia de detalhes e demorada, ele é “desestimulado” e acaba
passando a bola para seu parceiro.

Esta estratégia de virar o desenho de cabeça para baixo deve ser utilizada de
tempo em tempo durante a construção do desenho. Então, se chegar num atelier
e vir alguém virando o desenho de ponta cabeça para observar e fazer alguns
ajustes, não se assuste. Esta é uma prática muito comum e eficiente.

Uma outra técnica para “enganar” o hemisfério esquerdo, não deixando que ele
perceba a imagem como um todo é a “Revelação parcelada”. Eu inventei esta
técnica que consiste em dividir o desenho em 4 partes iguais e dobra-lo de modo
que só se veja uma parte por vez. Note que quando digo que inventei é porque
eu não aprendi isso com ninguém, nem mesmo no livro da professora Edwards.
Foi algo intuitivo da minha parte, assim como havia feito a descoberta de me
guiar pelas formas e tonalidades antes de conhecer a teoria e o trabalho dela. É
possível que muita gente já utilize esta técnica, mas eu cheguei até ela sozinha.

Exercício 3 – Revelação parcelada

Nas próximas 4 páginas você encontrará 4 partes de um desenho.


Propositalmente eu não vou colocar a imagem do desenho completo.

Pegue uma folha em branco, divida-a em 4 partes iguais trançando duas linhas
que se cruzam no meio. Em seguida, faça cada uma das partes, uma de cada
vez.

Mesmo quando já souber qual imagem irá se formar, não pense em palavras
durante o desenho, não dê nomes a nenhuma parte do seu desenho enquanto
o constrói.

De vez em quando, vire o desenho de cabeça para baixo para observar por outro
ângulo e fazer correções.

Oriente-se pelas tonalidades e traços, reproduza apenas o que vê, da forma


como vê. Para não borrar a parte que você já fez, coloque uma folha de papel
sobre ela para protege-la do contato direto com sua mão. Assim você poderá
apoiar a mão sobre o desenho sem danifica-lo.

Para conseguir os tons mais escuros utilize o lápis 3B e passe o esfuminho em


cima para tornar a cor mais homogênea e reduzir os granulados. Já para os
sombreados mais claros, use o lápis HB, dobre um pedaço de papel toalha e
esfregue suavemente sobre a superfície onde passou o lápis.

Para conseguir as tonalidades mais claras, utilize o limpa-tipos ou a borracha


para apagar o grafite e conseguir o efeito de luz. Esta tarefa pode ser mais difícil
para você porque ainda não chegou na parte de Luz e Sombra. Por hora,
concentre-se nas formas e faça os contrastes da forma que achar melhor. Mais
à diante irei tratar deste assunto mais detalhadamente.

Não se esqueça de fechar um dos olhos enquanto desenha.

Assim como no exercício anterior, programe seu despertador e desenhe sem


interrupções, mas agora por 60 minutos.
2. Percepção dos espaços

Uma outra forma de “vencer” o dominante hemisfério esquerdo é a utilização dos


espaços vazios. Estes espaços que no desenho não representam nada, não
podem ser identificados, classificados ou representados por símbolos pré-
fabricados; desta maneira, o lado esquerdo se recusa a lidar com eles. Já para
o lado direito, eles não representam problema algum, pois ele apenas processa
o que vê.

Para entender este conceito, coloque suas mãos abertas sobre uma folha e
passe o lápis, contornando toda ela. Você já deve ter feito isto quando era
criança. Ao invés de focar para sua mão enquanto faz o desenho, observe o
movimento do lápis fora dela, neste espaço vazio.

Agora observe as figuras abaixo. Perceba que o que está preenchido são os
espaços vazios em volta da cadeira e da janela. Anote as frases seguintes: Todo
traço divide dois lados de um espaço. E, no desenho, os espaços são
formas. Por isso, quando você reproduz o espaço vazio (espaço negativo),
automaticamente, você forma o seu desenho, também chamado de espaço
positivo.

Se, no momento em que estiver desenhando, você se concentrar nestes


espaços, você criará uma armadilha para o lado esquerdo do cérebro, que, por
sua vez, irá abandonar a tarefa.
Vamos verificar como isso funciona na prática.

Exercício 4 – Concentre-se nos espaços negativos para desenhar

Desenhe a IMAGEM 1, se concentrando apenas nos espaços negativos. Depois


preencha os espaços positivos, pássaro e tronco, e veja se o seu desenho ficou
parecido com a IMAGEM 2. Durante o exercício, não deixe de analisar se sentirá
os “sintomas” da atuação do lado direito. E, novamente, não se esqueça de
fechar um dos olhos para desenhar.

Diferente do que fizemos nos exercícios anteriores, não programe o despertador


para estes exercícios. Mas certifique-se que terá tempo suficiente para concluir
o desenho sem interrupções.

Pratique este mesmo exercício com as imagens abaixo, mas além de se orientar
pelos espaços negativos, utilize as técnicas anteriores virando o desenho de
cabeça para baixo de vez em quando e a revelação parcelada. Não dê nome às
partes que estiver desenhando, se oriente pelos traços, tonalidades e ângulos.
Há algumas páginas atrás você, provavelmente, não imaginou que seria capaz
de reproduzir à mão livre uma imagem como esta última, da mulher deitada. E,
agora você simplesmente consegue.

Tudo se torna mais simples quando você aprende o que tem que fazer antes de
sair por aí executando. Concorda?

Os próximos dois passos irão te auxiliar e tornar ainda mais fácil reproduzir o
que você vê, com exatidão.

3. Perspectiva e proporção

Desenhar em perspectiva exige as mesmas técnicas que você praticou nos


exercícios anteriores. Você deve copiar traços e ângulos, exatamente da forma
como você os vê. Assim como temos feito até agora, é necessário neutralizar o
lado esquerdo, para evitar que seu conhecimento prévio das proporções interfira
no seu trabalho. Quando pensamos numa escada como a do modelo abaixo, o
modelo já pré-fabricado no hemisfério esquerdo nos diz que ela possui duas
estruturas de mesmo tamanho, longas e paralelas, entre as quais localizam-se
os degraus, que por sua vez possuem o mesmo tamanho e distância entre si.

Embora eu tenha descrito a escada corretamente, não é isto que vemos na figura
abaixo. Portanto, é fundamental “neutralizar” o hemisfério esquerdo para que o
conhecimento que você tem sobre a escada não interfira no momento de
desenhar.
As margens do papel e os eixos que traçamos para dividir o modelo em quatro
partes iguais serão fundamentais para o desenho em perspectiva. Eles servirão
como referência para a observação dos ângulos e direções das linhas em
relação à horizontal e vertical.

O lápis será sua unidade de medida tanto para comparar comprimentos e


larguras relativos, como para aferir os ângulos. Observe as figuras acima e
abaixo para entender como funciona na prática.
Como neste e-book minha proposta é trabalhar exclusivamente com modelos
impressos, você deve colocar seu lápis sobre ele para fazer as medições. Se
você estiver desenhando num espaço exatamente igual ao do modelo basta
colocar lápis sobre seu desenho para fazer as correlações. No entanto, se você
estiver utilizando espaços diferentes, depois de medir o modelo, com um dos
olhos fechados, afaste e aproxime o lápis dos olhos para conseguir ajustar a
referência ao tamanho do seu desenho e fazer as comparações.

Exercício 5– Medições

Neste exercício você não irá desenhar nada. Apenas pegue seu lápis e comece
a praticar a medição dos ângulos e linhas com relação às bordas do desenho.
Se julgar necessário, risque o modelo para fazer as correlações.

Sempre com um dos olhos fechados. Não se esqueça.

Observe as nuances dos traços e os espaços negativos.

Mantenha seu foco SEMPRE nos traços e ângulos. Não dê nome a nada, afaste
todos os pensamentos e estruturas verbais que te acometerem.
Depois de treinar esta técnica, mãos à obra.

Exercício 6– Desenho em perspectiva

Embora o seu modelo abaixo pareça muito complexo, à princípio, na medida em


que aplicar todas as técnicas aprendidas até aqui você verá que independente
do modelo, desenhar é sempre desenhar. Não importa a imagem, o
procedimento é sempre o mesmo.

Aplique todas as técnicas para fazer o desenho abaixo. Só não precisa se


preocupar muito com as diferentes tonalidades, pois isto será ensinado no
próximo passo.
4. Luz e sombra

Ao atribuir luz e sombra ao desenho, nós conseguimos conceber à imagem


uma aparência tridimensional. As diferentes tonalidades que vão entre o
branco do papel (0) e o negro (10) são chamadas de valores. Embora existam
milhares de graduações de cinza, ou seja, valores, a imagem abaixo fornece
uma boa ideia das possibilidades que temos.

Quanto mais claro, maior a luminosidade atribuída ao desenho e quanto mais


escuro mais forte é a sombra.

Atrevo-me a dizer que esta é a cereja do bolo, quando o assunto é um


desenho realista. Com as técnicas de luz e sombra, atribuímos profundidade
ao desenho e é neste momento que conseguimos alcançar o realismo das
formas.

Para construir sombras lançamos mão de diferentes tipos de grafite e carvão.


Quando eu falei dos materiais, eu mostrei as graduações dos lápis, os mais
macios e escuros devem ser utilizados para construir as sombras mais fortes.
É possível também trabalhar com o carvão vegetal para construir as
tonalidades do seu desenho. Para isto, você deve utilizar uma folha adicional
para passar o carvão e utilizar um pedaço de papel toalha para sujar no
carvão e sombrear seu desenho. Quanto mais sujar o papel e pressionar
contra a folha, mas escura ficará a sombra.

Em meus desenhos utilizo tanto os lápis HB e 3B, quanto o carvão. Os lápis


eu utilizo para fazer as sombras mais fortes e traços, sempre com o auxílio
do esfuminho. Já o papel sujo de carvão eu utilizo para preencher áreas
maiores.

O efeito da luz, por sua vez, é conseguido com o esfuminho e a borracha.


Primeiro você deve escurecer para depois fazer os pontos de luz.
Exercício 7– Moeda de R$1,00.

Neste exercício você irá praticar apenas a técnica de sombreado. Para isto,
pegue uma moeda de R$1,00 e a contorne até formar um círculo no papel.
Depois, pegue os lápis, o carvão, esfuminho, limpa-tipos e borracha e
reproduza os desenhos abaixo.

Faça quantas vezes achar necessário para testar seu material. Você irá
identificar aqueles que possui mais facilidade e já começará a estabelecer
suas preferências.

A forma das sombras

Desde o começo eu falo para você se orientar pelas tonalidades, você


percebeu? Isto se deve ao fato de que as sombras, assim como os espaços
negativos, também possuem forma.

Para construir as luzes e sombras do seu desenho, você deverá se orientar


pelas formas que assumem. O lado esquerdo não reconhece a imagem da
sombra, não consegue enquadra-la na linguagem, e, por isto, pode ser
“neutralizado”. Isto é tudo o que queremos desde o início e não será diferente
agora.
Observe o desenho base do exercício da “Revelação parcelada” que você
fez algumas páginas atrás. Quando você ignora o “copo com água” e começa
a observar apenas os traços, os ângulos e as tonalidade, você consegue
perceber as inúmeras formas que aparecem. Ao se guiar por elas você será
capaz de alcançar o objetivo de fazer um desenho realista extremamente rico
em detalhes.

Uma técnica para conseguir visualizar melhor as diferentes tonalidades é fechar


sua mão e unir as pontas dos seus dedos ao dedão, formando um monóculo.
Com um olho fechado, coloque sua mão em frente ao olho aberto e olhe através
da estrutura formada por sua mão. Você perceberá com maior nitidez as luzes
mais fortes.
Exercício 8 – Praticando sobre o modelo

Utilize o modelo abaixo para identificar as diferentes formas de luzes e sombras.


Pegue seu material e desenhe sobre o modelo, refazendo cada detalhe e
utilizando todas as técnicas já aprendidas.

É meu dever lembra-lo de não dar nome a nada enquanto pratica sobre o
modelo.
Chegamos numa etapa crucial do seu aprendizado. À esta altura você já deve
ser capaz de avaliar sua evolução e perceber como os desenhos se tornaram
mais complexos, porém cada vez mais fáceis de fazer.

Exercício 9 – Construindo luzes e sombras.

Agora, construa o desenho abaixo do zero. Note que nele você terá menos traços
e mais sombras e luzes para te guiar.
5. Observação do todo

Com as habilidades adquiridas, você já capaz de realizar desenhos que antes


acha impossível. Vou te ensinar agora algumas técnicas para você conseguir
avaliar seu desenho como um todo e identificar os desvios e “erros” durante sua
construção.

Quando estiver desenhando, faça alguns intervalos para observar seu desenho
de longe. Se afaste pelo menos uns 3 metros e compare cuidadosamente o seu
trabalho com o modelo. Ao se distanciar você conseguirá ter uma noção do todo
e será capaz de identificar alguns pontos de melhoria.

Intervalos regulares também são necessários para descansar seus olhos.


Desenhar por horas seguidas fará com que você pare de “ver” seus erros.
Fotografar e olhar seu desenho através do espelho também são formas de
revelar as imperfeições.

À esta altura você já perdeu o medo e se sente confiante para encarar os dois
desafios que preparei para você. Utilize todas as técnicas que ensinei e faça os
dois desenhos que seguem.

Exercício 10: Desenho completo, com todas as técnicas.


Se você chegou até aqui, a arte realmente significa algo para você e seu
interesse pelo desenho é latente. Isso é maravilhoso! Sou muito grata por poder
compartilhar meu conhecimento com você e espero ter podido te ajudar.

Confesso ter sido um trabalho muito árduo te ensinar este método de desenho
realista através de um e-book, já que a minha principal ferramenta para te
ensinar a “neutralizar” as ações do hemisfério esquerdo é exatamente a sua
maior habilidade, a linguagem verbal.

Algumas tarefas são muito mais fáceis de se ensinar através de demonstrações


e gestos. Não ter esses recursos foi muito desafiador. Talvez tão desafiador
quanto foi para você “encarar” o desenho.

Ao entender e praticar todas as técnicas às quais dediquei todas estas páginas,


você se tonará capaz de desenhar o que quiser. Como tudo na vida, para que
você continue evoluindo é preciso continuar praticando. É como andar de
bicicleta, dizem que uma vez que se aprende, nunca mais se esquece. No
entanto, se você ficar muito tempo sem praticar, terá dificuldades para retomar
esta atividade.

Desejo que daqui para frente o desenho não seja mais um motivo de frustração
para você, mas sim um motivo de inspiração e orgulho. Esta prática trará bons
frutos para sua vida de modo geral, pois ao trabalhar o lado direito do cérebro
você trabalha sua criatividade, consegue obter momentos de paz em meio à
turbulência de sons e palavras que nos cercam. Inevitavelmente, as mudanças
geradas no seu modo de perceber e ver as coisas irá se expandir para outras
áreas da sua vida.

É bem possível que você já tenha percebido que passou a ver o mundo ao seu
redor de forma diferente. Deve estar mais atento às formas, contornos, ângulos,
tonalidades e cores.

Assim como um motorista não precisa mais pensar para dirigir, quanto mais
você desenhar, mais naturalmente praticará todas as técnicas que aprendeu.

Siga desenhando e não pare de se desafiar.


Dica adicional para evoluir daqui para frente.

Escolha e tratamento da imagem

A escolha da imagem está diretamente relacionada com o sucesso da sua obra.


Independente do estilo de desenho ou pintura, os trabalhos que mais fazem
sucesso são aqueles que de alguma forma chamam a atenção do expectador,
sendo assim, dedique seu tempo na pesquisa das imagens que pretende
trabalhar.

É preciso ter uma boa resolução e mostrar detalhes nitidamente, portanto, na


hora de escolher uma imagem é fundamental que esteja em alta resolução.

Você pode utilizar fotografias próprias para desenhar, isto é muito indicado,
principalmente, para evitar problemas com direitos autorais, caso você resolva
comercializar suas obras. No entanto, o Google ainda é a fonte de pesquisa mais
utilizada. Para garantir que irá selecionar uma boa imagem no Google, siga os
passos abaixo:

Na opção de pesquisa “Imagem”, clique em: “Ferramentas”, “Tamanho” e


escolha “Maior que”, “1024x768”. Veja o exemplo na tela abaixo.

Eu sou, assumidamente, apaixonada por obras impressionistas. Por isto, gosto


de trabalhar as imagens no “Photoshop” ou “Lightroom” antes de mandar
imprimir. Eu mudo as cores e faço composições para dar minha identidade à
imagem antes de começar a trabalhar. O “Photoshop” é um pouco mais
complicado de operar, mas o “Lightroom” é super simples. Com alguns tutoriais
gratuitos do Youtube você será capaz de editar suas fotos para dar aquele toque
especial. Além disso, a assinatura na Adobe para estas duas ferramentas é bem
acessível. Vale a pena se dedicar um pouco para aprender a editar suas fotos.

Bom! Após escolhida a imagem, você deverá imprimi-la. O ideal é levar numa
gráfica e mandar imprimir em papel “couché”, tamanho A4 ou A3. Com uma boa
imagem nas mãos, o céu é o limite!
Referências Bibliográficas

http://www.cerebromente.org.br/n15/mente/lateralidade.html

netscandigital.com/blog/os-dois-lados-do-cerebro

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