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Sobre a autora
Meu nome é Uyara Azevedo, sou mineira, criada numa pequena cidade
chamada Conceição do Mato Dentro. Lá, eu tive uma infância maravilhosa,
brincava descalça nas ruas de paralelepípedo, o que por vezes acabava
resultando em pés e joelhos esfolados; subia em árvores no enorme quintal que
tínhamos, a propósito, comia as frutas diretamente das suas árvores. Foi durante
esta feliz e agitada infância que comecei a demonstrar talento para desenhar e
fazer esculturas. São tantas memórias boas e engraçadas que eu poderia
escrever um livro de 500 páginas.
Embora gostasse muito da vida que tinha, chegou um momento que CMD havia
se tornado pequena para saciar a minha sede de conhecimento, e por isso,
inevitavelmente, aos 15 anos de idade, eu decidi “ganhar o mundo”.
Consegui convencer meus pais a me deixarem sair de casa e fui morar com
minha tia em Brasília. Imaginem só, uma menina com apenas 15 primaveras
saindo de casa para ter um ensino de melhor qualidade, em uma cidade grande,
a 815 km de distância da família. Pois é, não foi nada fácil, mas era o que eu
queria e o fiz com muita determinação.
Certa vez, numa reunião de trabalho no Rio de Janeiro, conheci um homem que
achei interessante e que de alguma forma eu nunca esqueci. Mas na época ele
era noivo e eu tinha um namorado com quem eu pretendia me casar, então, após
aquele compromisso de trabalho passamos alguns anos sem qualquer contato.
Aos 29 anos de idade e já no fim do meu namoro, período muito difícil pelo qual
passei, esse homem apareceu novamente na minha vida e agora lindo e solteiro.
Foi algo muito inesperado que gerou um sentimento tão intenso que não só me
fez acreditar no amor novamente, como reacendeu aquela chama, lá no fundo,
que me motivava e me fazia acordar todos os dias querendo “dominar” o mundo.
Passados 6 meses após ficarmos juntos eu larguei tudo e me mudei para o Rio
de Janeiro. Organizamos o casamento dos meus sonhos, que aconteceu em
Cancun, com nossas famílias e amigos mais próximos presentes. Foi uma
semana inteira comemorando nossa união, que se concretizou numa cerimônia
no fim da tarde, na areia e de frente para aquele mar maravilhoso.
Assim que voltamos do nosso casamento eu logo engravidei e hoje temos uma
filhinha que é uma bonequinha. Um ser de muita luz que veio preencher nossas
vidas e transbordar nossas almas!
A grande transformação!
Além de todas estas realizações pessoais, foi também com essa minha mudança
para o Rio de Janeiro que resolvemos apostar na arte dentro da minha vida
profissional.
Após conhecer meu marido, eu voltei a desenhar e, ao ver meu talento, ele me
incentivou a me profissionalizar como artista. Eu me mudei para o Rio de Janerio
no dia 06 de julho e já no dia 08 comecei aulas de desenho realista, pastel e
pintura a óleo. Foi incrível a minha evolução depois de aprender algumas
técnicas.
Apenas um ano após minha mudança eu participei do tradicionalíssimo Salão de
Belas Artes do Clube Naval e já nesta primeira participação fui premiada com
Menção Honrosa.
Posso dizer que a arte transformou a minha vida! Não foi nada fácil começar tudo
de novo, deixar de lado minha independência financeira e começar do zero. Mas
valeu a pena, hoje eu acordo com brilho nos olhos e muita vontade de trabalhar.
Tudo que vejo quero pintar. Me redescubro em cada obra que faço.
Desde que me assumi como artista, passei por muitas transformações que me
fazem sentir num estado de completude antes nunca imaginado. Mudei inclusive
a forma de “ver” o mundo. Esta mudança foi tão latente que cheguei a me
perguntar se estaria enlouquecendo.
O trabalho da Betty Edwards me inspirou tanto que me baseie nele para criar um
projeto concreto de transformação através do desenho e da pintura. Assim como
a arte transformou minha vida, hoje, tenho como missão expandir esta
transformação e levar a arte ao maior número de pessoas possível.
De forma alguma incentivarei as pessoas a pedirem demissão, como eu fiz. Não
é esta minha intenção. O que pretendo é levar às pessoas uma transformação
maior, aquela que não se pode mensurar, a completude e paz de espírito que a
arte traz.
Se você é uma dessas pessoas que QUER MUITO aprender a desenhar, mas
tem muita dificuldade, saiba que o principal você já tem, só te falta desenvolver
algumas habilidades técnicas.
Penso que se eu tivesse tido a oportunidade de ler um livro como este quando
comecei, tudo teria sido mais fácil e rápido. Sabedora dessa magnitude, dediquei
um tempo importante dos meus dias, tempo que eu gastaria pintando, ou
cuidando da minha filha e marido (o que eu tenho de mais precioso na minha
vida), para compartilhar com você estas informações. Se você seguir todos os
passos e fizer todos os exercícios que eu proponho neste e-book, sua vida irá
se transformar. Você passará a “sentir” e “ver” como os artistas e será capaz de
desenhar e pintar qualquer coisa. Então, sem mais delongas, vamos ao que
interessa.
Pode parecer óbvio que observar seja fundamental para conseguir desenhar. No
entanto, foi necessário algum tempo para eu entender que embora eu utilizasse
as técnicas de observação que aprendi com meus professores, eu não
observava corretamente e isto tornava meu trabalho mais árduo.
Eu demorava muito para conseguir fazer meu desenho ficar realmente parecido
com o modelo. Não por coincidência e apenas depois, descobri a ligação entre
a forma como eu observava e a dificuldade para acertar o desenho.
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Geralmente eu imprimo as fotos para pintar, neste trabalho específico eu
preferi usar o meu tablete para não ter que lidar com tantas fotos.
Sperry e da professora de arte Betty Edwards. Sem pensar duas vezes, comprei
o livro “Desenhando com o lado direito do cérebro” de Edwards e fiquei
maravilhada com a obra. Eu “devorei” 219 páginas em 2 dias... pois encontrei ali
uma explicação científica para algo que eu havia percebido instintivamente. Os
sintomas da transformação que estava por vir foram muitos. Eu sonhei com o
livro... não conseguia mais tirar aquelas informações da minha cabeça...uma
inquietação tomou conta de mim...
Eu conheço tanta gente, tantos adultos que lamentam não saber desenhar... que
tipo de transformação lhes causaria descobrir que eles ainda podem aprender e
de forma rápida?
Fiquei também pensando em como isto poderia ajudar jovens artistas que estão
iniciando suas carreiras, pessoas que desenham e pintam por “hobbie”, como
válvula de escape para a pressão do dia-a-dia e aqueles que são “aspirantes” a
artistas, mas sentem medo de começar porque acham que não tem um dom para
a arte. Enfim, de quantas maneiras diferentes “saber desenhar” poderia melhorar
a vida das pessoas?
Como a pintura a óleo é a minha grande paixão e existem tantos mitos sobre a
dificuldade desta técnica eu decidi que iria incluí-la neste projeto. É muito comum
ouvir as pessoas dizendo que antes de pintar a óleo você tem que dominar a
pintura com tinta acrílica. Como se existisse um pré-requisito. Mas isto não é
verdade.
Lembra quando eu te disse que toda vez que eu focava em uma parte do corpo,
como o “nariz” eu acabava levando muito tempo para conseguir desenhar?
Depois de entender o funcionamento e as especialidades dos hemisférios do
nosso cérebro eu consegui entender o que acontecia comigo. Note que “Nariz”
faz parte da nossa linguagem, que está localizada no lado esquerdo do cérebro.
Então, toda vez que eu pensava e verbalizava, mesmo que mentalmente, a
palavra nariz eu ativava o lado esquerdo do meu cérebro e isso interferia na
minha percepção. Por outro lado, quando eu passei a usar o zoom do meu
tablete e me desliguei das palavras, eu fui capaz de “neutralizar” as interferências
do hemisfério esquerdo e deixar o direito liderar aquela tarefa.
A esta altura, você já entendeu o que faremos daqui para frente. É isso mesmo,
vamos lançar mão de técnicas e artimanhas para impedir que o lado esquerdo
do cérebro lidere seus movimentos quando você estiver desenhando.
Eu encontrei uma forma de fazer isto intuitivamente, mas você o fará de forma
consciente desde o primeiro traço!
Se este é o seu caso e você nunca entendeu porque se tornou um adulto bem-
sucedido em várias áreas, mas quando desenha o resultado se parece com os
desenhos de uma criança, você irá entender porque isto acontece. De antemão,
eu te adianto que não há nada de errado, simplesmente, você não foi ensinado.
Assim como ocorre com a linguagem, para andar de bicicleta, nadar, dirigir e
desenhar, precisamos ser ensinados. E, uma vez que aprendemos, os fazemos
sem pensar, de forma automática. O problema é que as aulas de arte que temos
durante a infância e parte da adolescência não são suficientes para nos ensinar
a fazer desenhos realistas. Pior ainda, as aulas de arte são vistas como
secundárias por grande parte da população e, principalmente, pelos alunos,
quando comparadas às outras matérias.
Então, leitor, se você é um adulto e desenha como criança, esta situação não é
definitiva e assim como adultos podem ser alfabetizados, também podem
aprender a fazer desenhos realistas.
O que vou fazer neste e-book é nada mais que te ensinar a desenhar através de
um método baseado num trabalho que durante décadas provou sua eficiência.
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Quando me refiro a “artista nato”, estou me referindo apenas ao âmbito dos desenhos realistas. Não
estou, de forma alguma, desmerecendo qualquer talento para outras vertentes artísticas.
Antes de começar os exercícios práticos, preciso te apresentar algumas
premissas, necessárias para o seu sucesso. Sei que a ansiedade deve estar te
perturbando, mas é muito importante que absorva as informações seguintes
antes de iniciar.
Prática
Uma boa dica é ter sempre com você um caderno de desenho e material básico
para desenhar sempre que sentir vontade e tiver oportunidade. Principalmente,
se você for como eu, que sinto vontades repentinas de desenhar.
Tempo
Uma das frases que mais ouço de pessoas para justificarem uma ausência, ou
não cumprimento de alguma atividade é “não tive tempo”. Se você começar a
observar quantas vezes ouve a reclamação “ando muito sem tempo”, você irá se
assustar com a quantidade de vezes que irá ouvi-la, vinda das mais diferentes
pessoas.
Mas não ter tempo para fazer tudo que gostaríamos é algo bastante óbvio, afinal
todos nós temos apenas 24 horas por dia, sendo que precisamos,
obrigatoriamente, destinar algumas delas para nossas necessidades vitais,
como dormir e se alimentar.
O tempo é o bem mais democrático que existe... é igual para todos em qualquer
lugar do mundo. Mas se o tempo é o igual para todos, porque alguns conseguem
fazer mais coisas que outros?
Além das nossas necessidades vitais, “trabalhar” é sem dúvidas uma prioridade
na vida de milhões de pessoas, pois é através do trabalho que vem o salário. A
maioria das pessoas precisa trabalhar para sobreviver e boa parte do tempo
diário é destinada a isto.
Para administrar o “problema” do tempo, faça uma lista de tudo que é importante
para você e numere os itens dos mais para os menos importantes e comece a
organizar sua rotina de forma que consiga atender os itens prioritários.
Se você está lendo este e-book é porque você tem algum interesse em desenhar.
Sendo assim, se realmente quer aprender, organize seu tempo de forma que
reserve 1 hora do seu tempo, por pelo menos 02 dias na semana para realizar
os exercícios aqui propostos.
Ambiente de trabalho
Para começar, você deve separar um “cantinho” na sua casa para fazer dele seu
atelier. Não precisa de muito espaço, você precisa ter basicamente um cavalete
e uma mesinha, ou um gaveteiro para guardar e colocar seu material.
Material
Para começar, pode utilizar um modelo de mesa, e deixar para investir num
cavalete maior no futuro.
Modelo de mesa
1 tela de pintura tamanho 30x40 cm. Utilize-a como base de apoio para a sua
folha de desenho no cavalete.
1 bloco de papel para desenho gramatura 224g/m², cor branca, tamanho A4.
Sempre desenhe no lado mais áspero da folha.
1 estilete para apontar os lápis. Eles devem estar sempre com pontas grandes e
finas.
1 borracha plástica, pode ser destas da Faber Castell com protetores coloridos.
Ela será utilizada principalmente para fazer efeitos de luz. Para fazer os fios de
cabelo ou pelos você deve cortar a borracha ao meio e utilizar as quinas para
retirar o carvão do papel. Sempre que elas se desgastarem utilize o estilete para
cortar um pedacinho e deixar as laterais bem “afiadas”.
1 lápis preto HB e1 lápis preto 3B. Quanto mais macio, mais preto será o grafite.
3. Perspectiva e proporção
4. Luz e sombra
5. Observação do todo
Neste e-book vou explicar os 5 conceitos e cada um deles será treinado através
de exercícios práticos, nos quais você aprenderá técnicas para fazer a transição
do lado esquerdo para o direito do cérebro durante o desenho.
Todos os desenhos serão feitos a partir de modelos impressos, logo, para que
tenha sucesso nos exercícios será preciso imprimir as imagens. Apenas no meu
curso online eu ensino as técnicas para desenhar cenas e objetos reais e
modelos vivos, incluindo rostos.
O objetivo deste exercício é fazer com que você consiga perceber a transição
entre o hemisfério E para o D durante o desenho.
Depois que concluir a primeira metade, refaça todo o caminho pronunciando alto
cada parte do rosto pela qual o lápis for passando. Exemplo: testa, sobrancelha,
olho, e assim por diante.
Trace duas linhas paralelas para delimitar a parte de cima e a de baixo do jarro.
Faça a outra metade do rosto de forma que ela fique igual à primeira.
Se chegou a parar um pouco, desviou o olhar do desenho, meio que para clarear
as ideias é porque precisava se desligar das palavras e nomes para focar apenas
nas formas. É provável que para concluir o desenho tenha parado de observar o
rosto e focado apenas na imagem do jarro.
Agora refaça o desenho, da mesma forma que começou, mas tente não pensar
em palavras. Afaste qualquer pensamento que ligue o desenho à nossa
linguagem. Depois, compare os desenhos. Certamente foi mais fácil, rápido e
agradável fazer o segundo.
Uma maneira eficaz para isto é desenhar virando o modelo de cabeça para
baixo. Ao fazer isto, você fará com que o lado esquerdo perca suas referências
e saia de campo, deixando o lado direito assumir a tarefa.
Onde quer que você esteja neste momento, faça o teste e perceba como os
contornos e ângulos ficam mais evidentes quando você fecha um dos olhos. Esta
técnica dever ser utilizada SEMPRE, daqui em diante.
Observe os traços, seus ângulos e nuances... apenas isto! Não tente identificar
as partes do corpo ou objetos durante o desenho. Não dê nome a nada e tente
afastar todos os impulsos e pensamentos que possam recorrer à linguagem.
E D
- Você abstraiu os sons e conversas à sua volta? Tipo, você era capaz de ouvir
frases e barulhos, mas não prestava atenção neles.
Se isto aconteceu, não significa que está tudo perdido e que não conseguirá.
Você só precisará de mais treinamento. Cada um possui um tempo próprio de
aprendizado e isto se aplica para tudo na vida.
Por outro lado, se você conseguiu 2 ou mais pauzinhos significa que conseguiu
desestimular o lado esquerdo e já começou a “ver” e “sentir” como artista.
Revelação parcelada
Virar o desenho de cabeça para baixo é uma prática muito comum nos cursos
de desenho. Eu aprendi a fazer isto num dos ateliers que frequentei, só não sabia
o motivo de isto funcionar tão bem.
No entanto, não é necessário fazer todo o desenho invertido, como você fez no
exercício anterior. Isto foi feito para você começar a se familiarizar com a
sensação de trabalhar com o lado direito do cérebro. É importante saber
identificar quando isto ocorrer. Por experiência própria, corroborada pelas
palavras da professora Edwards, não percebemos o momento da transição, só
percebemos quando a fronteira já foi cruzada.
O exercício anterior nos mostrou que uma maneira de manipular o lado esquerdo
do cérebro é não o deixar perceber o que você está desenhando. Ao inverter o
desenho, o lado esquerdo perde as referências e não consegue associar a
linguagem e os símbolos para simplificar seu trabalho. Além disto, como se trata
de uma tarefa cheia de detalhes e demorada, ele é “desestimulado” e acaba
passando a bola para seu parceiro.
Esta estratégia de virar o desenho de cabeça para baixo deve ser utilizada de
tempo em tempo durante a construção do desenho. Então, se chegar num atelier
e vir alguém virando o desenho de ponta cabeça para observar e fazer alguns
ajustes, não se assuste. Esta é uma prática muito comum e eficiente.
Uma outra técnica para “enganar” o hemisfério esquerdo, não deixando que ele
perceba a imagem como um todo é a “Revelação parcelada”. Eu inventei esta
técnica que consiste em dividir o desenho em 4 partes iguais e dobra-lo de modo
que só se veja uma parte por vez. Note que quando digo que inventei é porque
eu não aprendi isso com ninguém, nem mesmo no livro da professora Edwards.
Foi algo intuitivo da minha parte, assim como havia feito a descoberta de me
guiar pelas formas e tonalidades antes de conhecer a teoria e o trabalho dela. É
possível que muita gente já utilize esta técnica, mas eu cheguei até ela sozinha.
Pegue uma folha em branco, divida-a em 4 partes iguais trançando duas linhas
que se cruzam no meio. Em seguida, faça cada uma das partes, uma de cada
vez.
Mesmo quando já souber qual imagem irá se formar, não pense em palavras
durante o desenho, não dê nomes a nenhuma parte do seu desenho enquanto
o constrói.
De vez em quando, vire o desenho de cabeça para baixo para observar por outro
ângulo e fazer correções.
Para entender este conceito, coloque suas mãos abertas sobre uma folha e
passe o lápis, contornando toda ela. Você já deve ter feito isto quando era
criança. Ao invés de focar para sua mão enquanto faz o desenho, observe o
movimento do lápis fora dela, neste espaço vazio.
Agora observe as figuras abaixo. Perceba que o que está preenchido são os
espaços vazios em volta da cadeira e da janela. Anote as frases seguintes: Todo
traço divide dois lados de um espaço. E, no desenho, os espaços são
formas. Por isso, quando você reproduz o espaço vazio (espaço negativo),
automaticamente, você forma o seu desenho, também chamado de espaço
positivo.
Pratique este mesmo exercício com as imagens abaixo, mas além de se orientar
pelos espaços negativos, utilize as técnicas anteriores virando o desenho de
cabeça para baixo de vez em quando e a revelação parcelada. Não dê nome às
partes que estiver desenhando, se oriente pelos traços, tonalidades e ângulos.
Há algumas páginas atrás você, provavelmente, não imaginou que seria capaz
de reproduzir à mão livre uma imagem como esta última, da mulher deitada. E,
agora você simplesmente consegue.
Tudo se torna mais simples quando você aprende o que tem que fazer antes de
sair por aí executando. Concorda?
Os próximos dois passos irão te auxiliar e tornar ainda mais fácil reproduzir o
que você vê, com exatidão.
3. Perspectiva e proporção
Embora eu tenha descrito a escada corretamente, não é isto que vemos na figura
abaixo. Portanto, é fundamental “neutralizar” o hemisfério esquerdo para que o
conhecimento que você tem sobre a escada não interfira no momento de
desenhar.
As margens do papel e os eixos que traçamos para dividir o modelo em quatro
partes iguais serão fundamentais para o desenho em perspectiva. Eles servirão
como referência para a observação dos ângulos e direções das linhas em
relação à horizontal e vertical.
Exercício 5– Medições
Neste exercício você não irá desenhar nada. Apenas pegue seu lápis e comece
a praticar a medição dos ângulos e linhas com relação às bordas do desenho.
Se julgar necessário, risque o modelo para fazer as correlações.
Mantenha seu foco SEMPRE nos traços e ângulos. Não dê nome a nada, afaste
todos os pensamentos e estruturas verbais que te acometerem.
Depois de treinar esta técnica, mãos à obra.
Neste exercício você irá praticar apenas a técnica de sombreado. Para isto,
pegue uma moeda de R$1,00 e a contorne até formar um círculo no papel.
Depois, pegue os lápis, o carvão, esfuminho, limpa-tipos e borracha e
reproduza os desenhos abaixo.
Faça quantas vezes achar necessário para testar seu material. Você irá
identificar aqueles que possui mais facilidade e já começará a estabelecer
suas preferências.
É meu dever lembra-lo de não dar nome a nada enquanto pratica sobre o
modelo.
Chegamos numa etapa crucial do seu aprendizado. À esta altura você já deve
ser capaz de avaliar sua evolução e perceber como os desenhos se tornaram
mais complexos, porém cada vez mais fáceis de fazer.
Agora, construa o desenho abaixo do zero. Note que nele você terá menos traços
e mais sombras e luzes para te guiar.
5. Observação do todo
Quando estiver desenhando, faça alguns intervalos para observar seu desenho
de longe. Se afaste pelo menos uns 3 metros e compare cuidadosamente o seu
trabalho com o modelo. Ao se distanciar você conseguirá ter uma noção do todo
e será capaz de identificar alguns pontos de melhoria.
À esta altura você já perdeu o medo e se sente confiante para encarar os dois
desafios que preparei para você. Utilize todas as técnicas que ensinei e faça os
dois desenhos que seguem.
Confesso ter sido um trabalho muito árduo te ensinar este método de desenho
realista através de um e-book, já que a minha principal ferramenta para te
ensinar a “neutralizar” as ações do hemisfério esquerdo é exatamente a sua
maior habilidade, a linguagem verbal.
Desejo que daqui para frente o desenho não seja mais um motivo de frustração
para você, mas sim um motivo de inspiração e orgulho. Esta prática trará bons
frutos para sua vida de modo geral, pois ao trabalhar o lado direito do cérebro
você trabalha sua criatividade, consegue obter momentos de paz em meio à
turbulência de sons e palavras que nos cercam. Inevitavelmente, as mudanças
geradas no seu modo de perceber e ver as coisas irá se expandir para outras
áreas da sua vida.
É bem possível que você já tenha percebido que passou a ver o mundo ao seu
redor de forma diferente. Deve estar mais atento às formas, contornos, ângulos,
tonalidades e cores.
Assim como um motorista não precisa mais pensar para dirigir, quanto mais
você desenhar, mais naturalmente praticará todas as técnicas que aprendeu.
Você pode utilizar fotografias próprias para desenhar, isto é muito indicado,
principalmente, para evitar problemas com direitos autorais, caso você resolva
comercializar suas obras. No entanto, o Google ainda é a fonte de pesquisa mais
utilizada. Para garantir que irá selecionar uma boa imagem no Google, siga os
passos abaixo:
Bom! Após escolhida a imagem, você deverá imprimi-la. O ideal é levar numa
gráfica e mandar imprimir em papel “couché”, tamanho A4 ou A3. Com uma boa
imagem nas mãos, o céu é o limite!
Referências Bibliográficas
http://www.cerebromente.org.br/n15/mente/lateralidade.html
netscandigital.com/blog/os-dois-lados-do-cerebro