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UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA

Engenharia Química
Laboratório de Engenharia Química II

TROCADOR DE CALOR Á PLACAS


Alberto Daniel Rojas Garcete, Carlos Eduardo Rodríguez Marquina, Laura Ivonne Nuñez Marecos,
Karen Noemí Gómez Cáceres

Resumo
Dentro da indústria os trocadores de calor são equipamentos essenciais para o funcionamento da mesma. Os fluidos
apresentam transferência de calor de maneira direta e indireta, falando de trocador de calor de placas a troca de calor ocorre
de maneira indireta com o outro fluido. Dentro do relatório são presentados os resultados obtidos onde a temperatura foi
variando e a vazão foi mantida constante dentro do módulo de serviço TD360 considerando a água como fluido único. Logo
da montagem do sistema em fluxo paralelo e definida a temperatura “set-point” foi ajustado as vazões do fluido quente e frio
e mensurado as temperaturas de entrada e saída, o escoamento foi alterado para fluxo contracorrente e repetido o mesmo
procedimento. O presente trabalho busca analisar como as diferentes taxas de vazão de água fria afetam o desempenho do
trocador de placas (na configuração de fluxo em conta corrente e paralelo), determinar o Coeficiente Global de Transferência
de Calor (U), a Eficiência de Troca Térmica (Ef), as quantidades de calor trocadas, avaliar as perdas térmicas ocorridas
durante a operação
Palavras-chave: Escoamento em paralelo; escoamento em contra-corrente; trocador de calor.
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Laboratório de Engenharia Química II

INTRODUÇÃO
Trocadores de calor são dispositivos de troca térmica, nele mais de um fluido em diferentes temperaturas
estão separados por uma parede sólida e as trocas de calor ocorrem principalmente por mecanismos de
condução e convecção, esta transferência de calor é produzida por meio de uma placa metálica ou tubo que
favoreça a troca entre os fluidos sem que estes sejam misturados, estes dispositivos possuem um desenho
compacto o qual resulta, numa menor quantidade de material utilizada para a superfície de troca o qual
torna este equipamento industrial em objeto de estudo devido a sua alta eficiência e ao fato que são
utilizados para solucionar problemas de transferência térmica para a maioria de aplicações industriais
(CIMBALA; CENGEL, 2015).
Estes dispositivos podem ser classificados respeito a seu fluxo, sendo este em paralelo e em
contracorrente (figura 1). Para o fluxo em paralelo os fluidos quente e frio entram pelo mesmo extremo do
trocador de calor e fluem na mesma direção realizando uma troca térmica até atingir uma temperatura
próxima quando comparados entre si, o que infere consequentemente que eles tratam de atingir o
equilíbrio térmico.
Figura 1. Princípio funcional trocador de calor em paralelo.

Fonte: (FERNÁNDEZ DÍEZ, 2021)

Quando acontece o fluxo contracorrente (figura 2) cada um dos fluidos entra ao trocador por
diferentes extremos e apresenta contrafluxo, é dizer, os dois fluidos vão na mesma direção, entretanto, no
sentido contrário. Este tipo de comportamento, pode apresentar uma temperatura mais alta no fluido frio e
mais baixa no fluido quente uma vez é realizada a transferência de calor, sendo assim é visto mais
eficiente desde o ponto de vista térmico que si estivesse conectada em paralelo.

Figura 2. Princípio funcional fluxo em contracorrente.

Fonte: (FERNÁNDEZ DÍEZ, 2021)


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Um trocador de calor a placas (figura 3) apresenta um princípio funcional bastante simples, este
possui duas placas com juntas de 1 passo para líquidos, onde estes fluidos percorrem contracorrente ou
paralelamente através do trocador de calor. Na figura 4 observa-se o esquema dos fluxos do trocador,
assim, o líquido quente (ilustrado em vermelho) normalmente entra por uma das conexões superiores e sai
pela conexão inferior. O líquido frio (ilustrado em azul) entra por uma das conexões inferiores e saí pela
conexão superior (FERNÁNDEZ DÍEZ, 2021).

Figura 3. Trocador de calor a placas

Fonte: https://www.vaportec.com.br/ind/2020/07/15/como-e-feito-um-trocador-de-calor/

À medida que os fluidos passam a través do trocador de calor, o calor é transferido do meio quente
até o meio frio. O fluxo de contracorrente permite as máximas possibilidades
de recuperação de calor que é possível atingir numa aproximação muito próxima de temperatura. A
temperatura cruzada também é possível, o que significa que a saída quente pode atingir uma temperatura
mais baixa que a saída fria (JARAMILLO, 2015).
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Figura 4. Esquema de funcionamiento do trocador de placas em fluxo contracorrente

Fonte: https://www.retenlins.com.br/trocador-de-calor/

A través das conexões das placas de transferência de calor os fluidos. As juntas estão desenhadas
entre as placas, e estas dirigem os fluidos de modo que os fluidos quentes e frios passem em
contracorrente em canais alternados. Quando o fluido entra no meio das placas, passa pela área de
distribuição. Para meios muito sensíveis ao calor, o fluxo de corrente é utilizado em trocadores de calor
com placas juntas cuja principal vantagem é que o fluido frio se encontra com o mais quente na entrada do
trocador de calor, minimizando assim o risco de congelamento ou sobrecarga nos meios sensíveis.
(MIRANDA, 2018)
O fator decisivo para a eficiência energética do trocador de calor a placas é a eficiência térmica ou
também conhecida como eficiência de processo. Este termo apresenta a relação entre a energia térmica
absorvida e liberada, é dizer, a porcentagem de calor que foi transferida no meio. Entretanto, só na teoria é
possível obter uma eficiência de 100%. Em geral, na maioria de casos, os trocadores de calor a placa são
os mais eficientes, oferecendo uma melhor solução aos problemas térmicos, proporcionando os limites de
pressão e temperatura mais amplos dentro das restrições dos equipamentos atuais. (FERNÁNDEZ DÍEZ,
2021).
O trocador de placas consiste em uma série de finas placas metálicas prensadas com passagens para o
escoamento. Fluidos quentes e frios escoam em passagens alternadas e assim, cada escoamento de fluido frio é
cercado por dois escoamentos de fluido quente, resultando em uma transferência de calor mais eficiente.
(ÇENGEL, 2012). Esses dispositivos se desenvolveram durante as últimas décadas e embora ter sido criado para
a aplicação sanitária, acabou sendo levado para as indústrias modernas, plantas de evaporação e condensação e
até em usinas de energia nuclear. (GUTIERREZ, 2013).
Suas vantagens em relação a outros trocadores incluem, fácil limpeza e inspeção, possui uma alta taxa de
calor permitindo uma boa troca térmica, sua construção é compacta e permite acomodar várias seções de troca
térmica e isso leva a flexibilidade do equipamento, que faz com que seja possível mudanças no seu arranjo,
número de placas e passes. No entanto esse trocador possui limites operacionais de pressão e temperatura, o que
pode trazer uma certa dificuldade de sua utilização em certos casos. (GUTIERREZ, 2013).
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Nos Trocadores de calor, tanto em contracorrente como em fluxo paralelo, a temperatura de cada corrente
muda, portanto, ao expressamos a velocidade de transferência de calor, é definida uma temperatura média entre
os fluidos equação (1).

𝑞̇ = 𝑈Δ𝑇𝑚 (equação1)

Considerando a figura 5, é possível explicar o fato que a taxa de energia que passa do fluido quente ao
fluido frio (𝑑𝑞̇) é explicitada a partir do balanço de energia da seguinte forma equação (2).

Figura 5. Ilustração do sistema de um trocador de calor em contracorrente e paralelo.

Fonte: (ÇENGEL, 2012).

𝑑𝑞̇ = −𝑚̇ 𝑞𝑐𝑝 · 𝑞𝑑𝑇𝑞 = −𝑚̇𝑓𝑐𝑝 · 𝑓𝑑𝑇𝑓 (equação 2)

O sinal negativo está relacionado a que uma vez que a temperatura tanto do fluido frio como do fluido
quente diminui da esquerda para direita, considerando que o calor específico e a vazão dos fluidos são constantes,
portanto, temos a equação (3):

𝑑𝑞̇ = −𝑐𝑞𝑑𝑇𝑞 = −𝐶𝑓𝑑𝑇𝑓 (equação 3)

A taxa de transferência de calor a través da parede é então definida pela equação (4).

𝑑𝑞̇ = 𝑈𝐿(𝑇𝑞 − 𝑇𝑓)𝑑𝐴 (equação 4)

Combinando com a equação (3) chegamos na equação (5).

dTq−dTf =d ( Tq−Tf )=d q̇ ( −1 + ) (equação 5)


1
Cq Cf

Substituindo em função da equação da taxa de transferência de calor local chagamos na equação (6):

d ( Tq−Tf ) =U (Tq−Tf ) ( Cf1 = Cq1 ) dA (equação 6)


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Rearranjando a equação (6) chegamos na equação (7):

d ( Tq−Tf )
( Tq−Tf )
=U
1
−(1
Cf Cq )
dA (equação 7)

Integrando os termos e considerando as seguientes hipóteses temos a equação (8):


d (Tq−Tf )
(Tq−Tf )
=U
1
− (
1
Cf Cq )∫ dA (Equação 8)

U é constante ao longo do trocador de calor, 𝑚̇ 𝑞 𝑒 𝑚̇𝑓 são constantes, Cp,q e Cp,f são constantes. Não
há condensação ou evaporação parcial no trocador de calor e as perdas de calor são negligenciadas obtemos a
equação (9).

ln
Tq 2−Tf 1
Tq 1−Tf 2
=UA
1

1
Cf Cq ( )
(Equação 9)

Substituindo a integral da equação (2) na equação (6) obtém-se as expressões a seguir da equação (10).

Tq 2−Tf 1
ln =UA [ ( Tf 2−Tf 1 ) ] −[ ( Tq 1−Tq 2 ) ] (Equação 10)
Tq 1−Tf 2

Reajustando a equação (10), temos a seguinte equação:

q̇=UA
[( Tq 2−Tf 1 )− (Tq 1−Tf 2 ) ]
Tq 2−Tf 1 (Equação 11)
ln
Tq 1−Tf 2

Reescrevendo, chegamos na equação (12) de LMTD para fluxo em contracorrente e paralelo:

∆T 2−∆ T 1
LMTD=
∆T 2 (Equação 12)
ln
∆ T1
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Assim fica deduzida a equação de diferença média de temperatura logarítmica quando o fluxo é
contracorrente e paralelo, a qual é de ampla importância nas deduções experimentais, pois, entre maior seja a
LMTD, mais calor é transferido (ANANIAS; KEEY, 2020).
No estudo de trocadores de calor a placas, é importante utilizar uma variedade de equações que permitem
realizar inferências sobre o experimento em questão. Assim, o coeficiente global de transferência (U) está
intrinsicamente relacionado ao estudo destes equipamentos, e pode ser obtido a partir de correlações empíricas
(equação 13,14, 15 e 16) (Perry’s Handbook, 1997)

𝑁𝑢 = 0,28 · 𝑅𝑒 0,65 · 𝑃𝑟0,4 (Equação 13)

α d eq
Nu= (Equação 14)
λ

ρ. ν . d eq
ℜ= (Equação 15)
h

h .C p
Pr= (Equação 16)
λ

Onde Nu, é o número de Nusselt (grandeza utiliza na determinação de coeficiente de transferência de


calor por convecção).
Re é o número de Reynolds, Pr é o número de Pradlt, α é o coeficiente de transferência de calor, ρ é a
densidade, λ é a condutividade térmica, cp é a capacidade calorífica, v é a velocidade de escoamento e deq é o
diâmetro equivalente. A avaliação do desempenho de um trocador consiste na verificação do desempenho da
maquinaria durante o processo. O coeficiente global de transferência de calor é requerido para realizar esta
análise (equação 17).


U nec = (Equação 17)
A s LMTD

O qual está relacionado com As é o qual tá sendo calculado a partir da equação (18).

A s=W . L. N p (Equação 18)

O valor obtido de 𝑈𝑛𝑒𝑐 na equação (17) deve ser comparado com o valor de coeficiente global disponível
(𝑈𝑑𝑖𝑠𝑝) que é calculado a partir da equação (19).

1 1 t 1
= + + + Rf (Equação 19)
U disp αq λplaca λf
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Onde t é a espessura da placa e Rf é o fator de incrustação da placa. Dessa forma, a resistência de calor

( )
U
1
resulta na soma das resistências individuais na transferência de calor, sendo a convecção no lado do fluido

quente e também no lado, assim como também a incrustação. O desempenho resultante 𝑈𝑑𝑖𝑠𝑝 − 𝑈𝑛𝑒𝑐 tem que
ser positivo para que o trocador esteja trabalhando com um melhor desempenho que o exigido (SCARIOT,
2022).

Tendo em vista as aplicações deste equipamento, o presente trabalho busca analisar como as diferentes
taxas de vazão de água fria afetam o desempenho do trocador de placas (na configuração de fluxo em conta
corrente e paralelo), determinar o Coeficiente Global de Transferência de Calor (U), a Eficiência de Troca
Térmica (Ef), as quantidades de calor trocadas, avaliar as perdas térmicas ocorridas durante a operação.

Resultados e Discussões
Os dados experimentais foram coletados para os fluxos em distintas configurações, organizando os mesmos
temos na tabela 1 os dados correspondentes a medições feitas em fluxo paralelo e na tabela 2 os dados de fluxo
contracorrente.

Tabela 1 . Dados experimentais para fluxo em paralelo

Medições Qh TH1 TH2 Qc TC1 TC2


(L/min) (L/min)
1 3,55 32,3 31,8 3,4 27,2 27,4
2 3,53 41,6 40,5 3,42 28,3 29,1
3 3,5 49,9 48,2 3,42 27,4 28,8
Fonte: (Autores, 2022).

Tabela 2 Dados experimentais para fluxo em contracorrente

Medições Qh TH1 TH2 Qc TC1 TC2


(L/min) (L/min)
1 3,55 31,8 31,3 3,4 26,7 26,9
2 3,53 39,9 38,9 3,42 27,5 28,1
3 3,5 49,9 48 3,42 27,9 29,2
Fonte: (Autores, 2022).

Nas seguintes tabelas são apresentadas as informações correspondentes à variação de temperatura,


temperatura média, capacidade calorifica e densidade dos fluidos quente (H) e fluido frio (C), para as configurações
de fluxo paralelo, tabela 3 e tabela 4 para fluxo em contracorrente.
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Tabela 3. Propriedades do fluido em fluxo paralelo.

Medições ΔTH ΔTC TH media TC media CpH CpC DensidadeH DensidadeC


(°C) (°C) (°C) (°C) (J/kgK) (J/kgK) (kg/m3) (kg/m3)
1 0,5 0,2 32,05 27,3 4178,70 4179,89 993,30 995,52
2 1,1 0,8 41,05 28,7 4178,66 4179,85 993,10 995,47
3 1,7 1,4 49,05 28,1 4178,62 4179,67 992,88 995,25

Fonte: (Autores, 2022).

Tabela 4. Propriedades do fluido em fluxo contracorrente.

Medições ΔTH ΔTC TH media TC media CpH CpC DensidadeH DensidadeC


(°C) (°C) (°C) (°C) (J/kgK) (J/kgK) (kg/m3) (kg/m3)
1 0,50 0,2 31,55 26,8 4178,66 4179,75 993,08 995,35
2 1,00 0,6 39,40 27,8 4178,64 4179,83 993,03 995,44
3 1,90 1,3 48,95 28,55 4178,69 4179,68 993,23 995,27
Fonte: (Autores, 2022).

Empregando os dados registrados nas tabelas 3 e 4, utilizou-se a equação 12 para calcular a média logarítmica
das diferenças de temperatura (LMTD) para as distintas configurações de fluxo, os dados calculados figuram na tabela
5.

Tabela 5. Resultado da LMTD para ambos fluxos.

Fluxo paralelo Fluxo contracorrente


ΔT1 (°C) ΔT2 (°C) LMTD (°C) ΔT1 (°C) ΔT2 (°C) LMTD (°C)
5,1 4,4 4,75 4,9 4,6 4,75
13,3 11,4 12,33 11,8 11,4 11,60
22,5 19,4 20,91 20,7 20,1 20,40
Fonte: (Autores, 2022).

Analisando a expressão da equação 11, podemos observar que a quantidade de calor transferida é diretamente
proporcional à LMTD, porem valores maiores deste parâmetro irão favorecer a troca térmica no equipamento, na
pratica experimental realizada foram obtidos dados maiores para LMTD na configuração de fluxo em paralelo.
Seguidamente foram calculados os calores emitido e absorvido pelas correntes de fluido, registrando os dados nas
tabelas 6 e 7.

Tabela 6. Calor emitido e calor absorvido em fluxo contracorrente

Qh (m3/s) ΔTH (°C) Calor Emitido (W) Qc (m3/s) ΔTC Calor Calor
(°C) Adsorvido (W) Médio
(W)
5,92E-05 0,5 122,76 5,7E-05 0,2 47,04 84,90
5,88E-05 1 244,13 5,7E-05 0,6 141,95 193,04
5,83E-05 1,7 411,43 5,7E-05 1,3 307,61 371,69
Fonte: (Autores, 2022).
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Tabela 7. Calor emitido e calor absorvido em fluxo paralelo.

Qh (m3/s) ΔTH (°C) Calor Emitido (W) Qc (m3/s) ΔTC Calor Calor
(°C) Adsorvido (W) Médio
(W)
5,92E-05 0,5 122,79 5,7E-05 0,2 47,16 84,98
5,88E-05 1,1 268,56 5,7E-05 0,8 189,74 229,15
5,83E-05 1,9 460,00 5,7E-05 1,4 331,95 383,81

Fonte: (Autores, 2022).

Em teoria o calor emitido deveria ser igual ao calor absorvido em condições ideais, no caso da prática estes valores
tiveram certa diferença devido a perdas de calor para o meio ambiente. Posteriormente foi calculado o coeficiente global de
transferência de calor para ambas configurações de fluxo, empregando a equação 11 e utilizando os valores de LMTD listados na
tabela 5, os resultados obtidos foram registrados na tabela 8.

Tabela 8. Coeficiente global de transferência necessário de calor para fluxo paralelo

Mediçõe As (m2) LMTD Unec (W/m2C)


s
1 0,0512 4,75 349,22
2 0,0512 12,33 325,06
3 0,0512 20,91 367,49
Fonte: (Autores, 2022).

Tabela 9. Coeficiente global de transferêência de calor necessário para fluxo contracorrente.

Medições As (m2) LMTD Unec (W/m2C)


1 0,0512 4,75 350,0
2 0,0512 11,60 363,1
3 0,0512 20,40 347,2
Fonte: (Autores, 2022).

Uma vez conhecido o coeficiente global de transferência de calor necessário U nec para ambas configurações, é
conveniente calcular o coeficiente conhecer o coeficiente global de transferência de calor disponível U disp, para o cálculo deste
parâmetro utilizamos correlações empíricas (equações 13, 14, 15 e 16) que fornecem parâmetros adimensionais como o número de
Nusselt, Reynolds e Prandlt que se relacionam com o coeficiente de transferência de calor. Para realizar os cálculos dos
adimensionais, são listados na tabela 10 e 11 propriedades do fluido.
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Tabela 10. Propriedades do fluido em fluxo paralelo

Medições vH (m/s) vC (m/s) λH (W/mC) λC (W/mC) ƞH ƞC (Pa.s)


(Pa.s)
1 0,247 0,236 0,62884 0,62004 6,90E-04 7,90E-04
2 0,245 0,238 0,62954 0,62024 6,83E-04 7,87E-04
3 0,243 0,238 0,6303 0,6212 6,75E-04 7,76E-04
Fonte: (Autores, 2022).

Tabela 11. Propriedades do fluido em fluxo contracorrente.

Medições vH (m/s) vC (m/s) λH (W/mC) λC (W/mC) ƞH (Pa.s) ƞC (Pa.s)


1 0,247 0,236 0,62884 0,62004 6,82E-04 7,81E-04
2 0,245 0,238 0,62954 0,62024 6,80E-04 7,86E-04
3 0,243 0,238 0,6303 0,6212 6,81E-04 7,77E-04
Fonte: (Autores, 2022).

Já conhecidas as velocidades nos fluxos pertinentes, obtidas as condutividades térmicas e as viscosidades dinâmicas dos
fluidos (H) e (C), procedeu-se ao cálculo dos que figuram na tabela 12 e 13.

Tabela 12. Adimensionais obtidos no cálculo do Udisp para fluxo em paralelo.

Medições Re H Re C Pr H Pr C Nu H Nu C
1 2129,36 1785,89 4,59 5,32 75,00 71,01
2 2139,57 1802,01 4,53 5,31 74,88 71,33
3 2145,75 1828,33 4,47 5,22 74,64 71,54
Fonte: (Autores, 2022).

Tabela 13. Adimensionais obtidos no cálculo do Udisp para fluxo em contracorrente

Medições Re H Re C Pr H Pr C Nu H Nu C
1 2153,86 1806,63 4,53 5,26 19,53 18,01
2 2147,91 1805,86 4,51 5,29 74,94 71,36
3 2127,89 1826,47 4,52 5,23 74,52 71,52
Fonte: (Autores, 2022).

Considerando que o material do trocador de calor é aço inoxidável e que se trata de um equipamento relativamente novo
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o fator de incrustação (Rf) pode ser despreciado nos cálculos, e com os dados presentes nas tabelas 12 e 13 calcula-se os
coeficientes convectivos de transferência de calor para ambas configurações de fluxo e logo o Udisp, estos dados são
registrados na tabela 14 para fluxo em paralelo e tabela 15 para fluxo em contracorrente.

Tabela 14. Coeficiente global de transferêência de calor disponível para fluxo em paralelo.

Medições αH αC (W/°Cm2) Udisp


(W/°Cm2) (W/m2C)
1 7860,47 7338,62 3067,63
2 7856,70 7373,67 3073,16
3 7840,52 7406,54 3076,37
Fonte: (Autores, 2022).

Tabela 15. Coeficiente global de transferência de calor disponível para fluxo em contracorrente.

Medições αH αC (W/°Cm2) Udisp


(W/°Cm2) (W/m2C)
1 1863,15 919,72 570,49
2 7378,49 3075,42 2750,36
3 7404,22 3072,97 2705,48

Comparando os valores obtidos de Udisp (tabelas 14 e 15) e U nec (tabelas 8 e 9), fazendo uma diferença entre as
magnitudes temos o desempenho do trocador de calor, analisando o sinal de tal diferença, caso ele for positivo temos
um desempenho melhor do queque o exigido, verificando a eficiência do mesmo.

Tabela 16. Diferença dos valores de Udisp e Unec para fluxo em paralelo.

Medições Unec Udisp Unec - Udisp


(W/m2C) (W/m2C) (W/m2C)
1 350,04 3067,63 2717,59
2 363,11 3073,16 2710,05
3 347,16 3076,37 2729,21

Tabela 17. Diferença dos valores de Udisp e Unec para fluxo em contracorrente.

Medições Unec Udisp Unec - Udisp


(W/m2C) (W/m2C) (W/m2C)
1 349,2 919,72 570,49
2 325,1 3075,42 2750,36
3 367,5 3072,97 2705,48
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Conclusões
Concluiu-se que o equipamento possui um bom desempenho no conjunto de vazões e temperaturas
experimentais, uma vez que a diferença entre Unec e Udisp é positiva para ambas configurações de fluxo, dado que a diferença foi
muito significativa podemos supor que o equipamento foi superdimensionado.  Observou-se também que neste trocador de calor a
placas a LMTD é maior quando é estabelecido o fluxo do fluido em paralelo, favorecendo a troca térmica e sendo a melhor
escolha operacional para o mesmo. 
Também foi possível observar que a quantidade de calor emitida pelo fluido quente e absorvida pelo fluido frio não eram
iguais, evidenciando assim a não idealidade do processo a causa de perdas de energia para o meio ambiente que sempre estão
presentes e a falta de isolamento do equipamento, fazendo com que essa diferença seja mais notória.  
 
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Referências
 CIMBALA, J. M.; CENGEL, Y. A. Mecânica dos fluidos: Fundamentos e aplicações. [s.l: s.n.].
 FERNÁNDEZ DÍEZ, P. XV.- Intercambiadores de calor método de la (LMTD). In: Intercambiadores de calor. [s.l: s.n.].
 JARAMILLO, O. Intercambiadores De Calor. Turbulence in Porous Media, v. 2007, 2015.
 MIRANDA, R. Calderas: Clasificación, Usos Y Mecanismos De Transferencia De Calor. Researchgate, 2018.
 SCARIOT, M. R. Roteiro de Aula Prática: Balanço de Massa e Energia em Trocador de Calor Multitubular. Instituto
Latino-Americano de Tecnologia, Infraestrutura e Território, Universidade Federal da Integração Latino-Americana,
2022
 ÇENGEL, Y. A.; GHAJAR, A. J. Transferência de calor e massa. 4 ed. Nova Iorque: McGraw-Hills, 2012.

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