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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Faculdade de Ciências
Departamento de Física

Academia de Oficiais de Proteção Radiológica


Aula Laboratorial 03: Determinação da eciência do Detector de cintilação

1 Introdução

A percepção da radiação ionizante, seja qualitativa ou quantitativa, só pode ser realizada


com ajuda de materiais ou instrumentos capazes de captar e registar a sua presença. A detecção
é realizada pelo resultado produzido na interacção da radiação ionizante com um meio sensível
(detector) e um sistema que transforma esses efeitos em um valor relacionado com uma grandeza
de medição.
Em um sistema detector, a radiação ionizante é determinada a partir da quantidade de
radiação presente no meio de interesse . A integração entre um detector com um sistema de
leitura (medidor), é chamado de monitor de radiação ionizante.
o princípio operacional básico para a medição da radiação ionizante consiste em medidas
indirectas, explorando os efeitos causados por ela ao interagir com a matéria. Visto que, se
medirmos o efeito eléctrico, podemos determinar quanta radiação passou através do material.
O registro de cada radiação radiação ionizante num detector representa um sinal, que pode
ser um pulso, ou outro sinal, dependendo da forma pela qual a radiação interage com o detector e
dos subprodutos mensuráveis gerados. Portanto, a capacidade do detector converter em valores
de medição os estímulos recebidos depende principalmente de três características: O tempo
morto, a tensão de funcionameno (Plateau) do detector e a sua eciência intrínseca.

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2 Objectivos

ˆ Determinar a tensão do funcionamento do detector de cintilação,

ˆ Determinar a eciência do detector de cintilação.

3 Metodologia

O principal instrumento para a aquisição de dados é um detector de cintilação (ver Fig 1.).
Os dados a obter experimentalmente são as contagens em Imp/s que representam a contrui-
buição apenas da fonte de teste.

Figura 1: Detector de cintilação

Para medir as contagens da contribuição da radiação do fundo e da fonte de teste é o usado


o método primário (Método que se baseia somente nas taxas de contagens lidas no monitor ou
contador de impulsos).
Na pratica o número de contagens é geralmente lido numa escala discreta. Se considerarmos
NA o número de contagens registados pelo detector num tempo tNA com presenca da amostra
e NB o número de contagens no tempo tNB sem a amostra. As contagens devem ser corigidas
para:

NC = NA − NB (1)

Em condições ideais, o número de particulas emitidas pela fonte de teste é igual ao número
de partículas contadas, mas experimentalmente o número de radiações ionizantes emitidos pela
fonte é reduzido devido ao tempo morto e a geometria do detector, o que compromete a eciência
intrínseca. Em condições experimentais esta eciência será dada como;

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NC
ε= (2)
NR
Onde: NC representa o número de contagens medidos corrigidas em relação ao fundo e NR
corresponde ao número de particulas que atingem o volume sensivel e que realmente deviam
ser contadas.
Experimentalmente, devido a todos os factores que inuenciam a eciência do detector, para
cada tipo de radiação, o número de contagens que interagem com a região activa é:

NR ⋍A×G×λ×kar (3)

onde: A é a actividade da fonte de teste, neste caso cobalto 60 Co; λ Corresponde as frequên-
cias de emissão de partículas beta; kar é factor de absorção pelo ar e é dado pela expressão:

kar = exp[−(η)dar ρar ] (4)

η é o coeciente de absorção no ar dado pela equação:

35Z
η= 1.14
(5)
AEmax
dar representa a distância entre a fonte radioactiva e o detector;
ρar é a densidade do ar, Z é o número atómico; Emax é a energia maxima do espectro do
decaimento beta; A é o número de massa do Ar.
Para detectores de forma cilíndrica de raio a que se encontram a uma distância d da fonte
de radiação ionizante a eciência geométrica pode ser dado por:

1  d
(6)

G= × 1− √
2 d 2 + a2

3.1 Modo de Execução Experimental

3.1.1 Calibração da experiência: Determinação da tensão de trabalho do detec-


tor de cintilação.

ˆ Inicialize o sistema,

ˆ Meça a distância entre a fonte de radiação e a janela do detector;

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ˆ Para os devidos efeitos, determine a contribuição do fundo da sala de testes para a máxima
tensão da fonte no Ratímetro durante 100 segundos;

ˆ Repita o procedimento anterior 5 vezes;

ˆ Coloque uma fonte de 60


Co;

ˆ Vá aumentando a tensão devagar até começar a registar a contagem dos primeiros im-
pulsos no contador;

ˆ Repita o ponto anterior 5 vezes casa medição do número de contagens para a mesma
tensão;

ˆ A partir do valor de tensão do ponto anterior, aumente a tensão em passos iguas de cada
vez (no mínimo 5 vezes) e registe o nº de contagens para cada valor de tensão. Registe
também o valor do intervalo de tempo de medida;

ˆ A taxa de contagens deve permanecer aproximadamente constante entre as tensões V1 e


V2 (zona do patamar ou plateau) começando a aumentar rapidamente a partir de V2,

ˆ Em caso de não se vericar o ponto anterior, xe a tensão na qual se verica maior número
de contagens,

ˆ Represente gracamente o nº de contagens em função da tensão aplicada,

ˆ Escolha para tensão de funcionamento um valor de tensão que esteja a meio da região de
patamar.

3.1.2 Determinação da Eciência do Detector de cintilação

ˆ Meça a contribuição da fonte radioactiva,

ˆ Use uma placa PMMA de 5 mm de espessura para barrar a contribuição beta, Negligen-
ciado a radiação de travagem (Bremsstrahlung) produzidos no PMMA,

ˆ Meça para o ponto anterior as contribuições da fonte para as duas situações

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4. Tarefas:

1. Determine os valores médios e respectivos erros absoluto das contagens, da distância


fonte-detector e do diâmetri da região activa;

2. Determine as contagens corigidas devido á geometria do detector e propriedades da fonte;

3. Determine a eeciência intrínseca da fonte;

4. Construa usando qualquer liguangem computacional o gráo eciência em função da


tensão fornecida o detector;

5. Elabore um relatório (no máximo 5 páginas, com introdução, metodologia, resultados


e sua discussão e conlusão) desta actividade e submeter dentro de 48 horas no: link
fornecido ao email do representante do grupo.

5. Bibliograa recomendada

1. Knoll, G. E. (2000). Radiation Detection and Measurement..Third Edition. J. W. Sons.


New York.

2. Pontes, A. N. (2010, Janeiro 18-24). Técnicas Experimentais: Detectores de Radiação.


Disponível em http://www.profpc.com.br/Química%20Nuclear%20x%20Física%20Nuclear/Físi

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