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Relatório de Laboratório 1

FIS01086 — Tecnologias Quânticas

Douglas Flores1 , Henrique Gundlach Lacerda1 , Isabela Oliveira Ackermann1 ,


José Homero1 , Mário Kist1 e Vinícius de Souza Mori1
1
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Campus do Vale
Avenida Bento Gonçalves, 9500 – CEP: 91501-970 – Porto Alegre – RS – Brasil

Sumário

1 Questões 1

2 Conclusão 4

1. Questões
A) Qual é a função de cada um dos polarizadores situados antes da passagem
do feixe pelo cubo divisor de polarização?
Na experiência que investiga a correlação de segunda ordem g (2) para a fonte de
luz, os polarizadores posicionados antes da passagem do feixe pelo cubo divisor de pola-
rização desempenham papéis distintos:
O Polarizador 1 (p1) desempenha um papel crucial no controle da intensidade
total na direção definida pelo Polarizador 2. Ao ajustar as propriedades de transmissão,
o Polarizador 1 influencia diretamente a intensidade do feixe de luz ao longo da direção
determinada pelo Polarizador 2 (p2). Isso permite a otimização da intensidade e direção
específicas do feixe, contribuindo para a manipulação precisa do sinal luminoso.
O Polarizador 2, por sua vez, regula a equipartição entre as polarizações de saída
do Cubo Divisor de Polarização. Ao ajustar as características de polarização, o Polari-
zador 2 desempenha um papel fundamental na garantia de uma distribuição equitativa da
intensidade luminosa entre os caminhos polarizados. Essa capacidade de controle é cru-
cial para a obtenção de correlações de segunda ordem precisas g (2) e para a manipulação
eficaz das propriedades do feixe de luz na experiência.

Figura 1. Esquemático do experimento com os polarizadores p1 e p2. [1]


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B) Como definir um critério de coincidência entre os dois canais com base na


duração dos pulsos?
Seguindo o esquemático ilustrado na Figura 2, esse experimento tem por objetivo
mensurar o intervalo de tempo entre a detecção de um fóton no detector D1 e a detecção
de outro fóton no detector D2. A detecção em D1 inicia um timer, que contará até que
seja detectado outro fóton em D2, evento que força a parada do contador.

Figura 2. Esquemático do experimento de Hanbury Brown-Twiss (HBT) [1]

A função de correlação, g (2) (τ ), é a forma matemática correspondente à proposta


do experimento. Essa função retorna a probabilidade de se detectar um fóton, em um
determinado intervalo de tempo, sabendo que um fóton já foi detectado anteriormente.
Pela montagem do experimento seria esperado que os fótons gerados pela fonte fossem
ou transmitidos ou refletidos, o que resultaria em um sistema sem coincidência alguma.
Mas não é o que ocorre, principalmente por conta de ruídos e interferências externas ao
experimento. Para isso, é importante determinar um critério de coincidência entre os
dois canais, i.e., deve-se determinar um intervalo de tempo mínimo entre duas emissões
para se ter certeza que as detecções são provindas do setup do experimento. Em outras
palavras, precisa-se definir um intervalo de tempo máximo entre a detecção de pulsos dos
dois canais para que sejam considerados coincidentes [3].
Para encontrar um bom critério de coincidência, pode-se usar o tempo de coerên-
cia do feixe ou o tempo típico de flutuações da intensidade (duração dos pulsos). Assim,
se o critério de coincidência for um intervalo de tempo τ maior que o tempo de coerência
do feixe, τ >> τc , sabe-se que g (2) (τ ) → 1, e o resultado esperado será a omissão de
coincidências acidentais. Por exemplo, se a duração do pulso for de 10 ns, pode-se defi-
nir o intervalo de coincidência como 10 ns ou um pouco mais, a depender da montagem
do experimento. Analisando os dados coletados, pode ser observado que o intervalo de
coincidência precisa de alteração : se muitos eventos falsos (coincidências) forem ob-
servados, pode ser necessário aumentar o intervalo de coincidência; e se forem perdidos
muitos eventos reais, pode ser necessário reduzir o intervalo.
Matematicamente, considerando um intervalo T de detecção e considerando um
número inteiro de ∆T s dentro de T , com ∆T << T , se quer saber a probabilidade p
com que uma ou mais detecções ocorram em um mesmo ∆T . Com apenas um evento,
a probabilidade de encontrar essa detecção em um ∆T é ∆T T
. Com N1 eventos do
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detector 1 e N2 eventos do detector 2, a probabilidade individual de detecções fica:


p1 = N 1 ∆T T
, p2 = N 2 ∆TT
. Por serem eventos independentes, pode-se dizer que a
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união das probabilidades é simplesmente suas multiplicações: p12 = N 1.N 2 ∆T T2
. p12
representa a probabilidade de que uma coincidência aconteça em uma das janelas de
tempo de coincidência. Somando todas as janelas, obtém-se um fator de normalização:
T 2
X = ∆T .N 1.N 2 ∆T
T2
= N 1.N 2 ∆T
T
. Para encontrar ou checar o tamanho da janela de
tempo de coincidência, pode-se usar essa relação. Chamando as coincidências de N12 ,
assume-se que p12 = p1.p2 e N12 = N 1.N 2. ∆T T
, basta resolver para ∆T . Aplica-se essa
janela de coincidência na função de correlação até que as coincidências acidentais sejam
minimizadas [3].

C) Qual é o objetivo da varredura espacial do detector?


A varredura espacial do detector em um experimento de correlação tem como
objetivo estudar a correlação espacial entre os fótons detectados. Nesse contexto, a cor-
relação de segunda ordem refere-se à relação entre dois pontos no espaço em relação à
detecção de fótons. A partir da varredura espacial podemos obter insights sobre a distri-
buição espacial dos fótons, a geometria da fonte de luz, a propagação do feixe de fótons
e outros aspectos relacionados ao processo de emissão de fótons. Essa abordagem per-
mite compreender melhor a natureza da fonte de luz e identificar padrões de correlação
espacial que podem indicar fenômenos físicos específicos.

Figura 3. Setup do Experimento do Interferômetro de Mach-Zehnder. [2]

Em experimentos ópticos, a varredura espacial do detector geralmente envolve


mover fisicamente o detector para diferentes posições no espaço e registrar as contagens
de fótons em cada posição (como por exemplo em experimentos do interferômetro de
Michelson ou do interferômetro de Mach-Zehnder), que pode ser visto o esquemático
pela figura 3 [2]. A análise subsequente desses dados permite extrair informações sobre a
correlação espacial dos fótons detectados.
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D) Qual o tipo de curva de correlação esperada para a fonte utilizada?


No experimento realizado, simulamos uma Fonte Quântica (Fótons Únicos), as-
sim esperamos um comportamento Sub-Poissoniano. Isso é, a distribuição temporal dos
fótons é menos aleatória do que a distribuição de Poisson. Quando τ = 0, g(2) (τ ) é zero,
indicando um efeito conhecido como antibunching, que representa uma supressão signi-
ficativa de fótons sendo emitidos simultaneamente. Isso é uma manifestação da natureza
quântica da luz.
Diferente de uma Fonte de Luz Coerente (Luz Laser), que apresenta um compor-
tamento Poissoniano. Isso significa que a distribuição temporal dos fótons é aleatória, e a
curva de correlação g (2) (τ ) é constante em 1 para todos os valores de τ . Não há correlação
temporal significativa entre os fótons. Isso também difere de uma Luz Térmica (Luz de
Lâmpada Incandescente, Luz do Sol), que tem comportamento Super-Poissoniano. Isso
é evidente quando g (2) (τ ) > 1, especialmente para valores pequenos de τ . Essa Super-
Poissonianidade reflete as flutuações na emissão de fótons devido à natureza térmica e
estatística da fonte.

2. Conclusão
Referências
[1] K. Cohen. Single photon detectors - quantum optics semi-
nar. Disponível em: https://www.slideserve.com/marli/
single-photon-detectors, 2009. Último acesso em: 12/01/2024.
[2] R. Gate. Experimental setup of mach – zehnder interferometer.
Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/
a-Experimental-setup-of-Mach-Zehnder-interferometer-and-spiral-inter
fig3_273775405, 2009. Último acesso em: 12/01/2024.
[3] H. Weier. The photon and the second order correlation function: Experimental
demonstration with the qued. Disponível em: https://www.qutools.com/
files/quED/worksheets/qutools_HBT.pdf, 2021. Último acesso em:
12/01/2024.

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