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Relato de Experimento: Difração de elétrons (E4 BL2)

Grupo 4: Luiz Gustavo Martinez Martins GRR20190272


Vitor Eduardo Emmerich Genilheu GRR20190709

O objetivo da prática realizada foi de demonstrar a dualidade onda partícula do elétron,


demonstrando que o mesmo difrata como uma onda eletromagnética quando incide sobre uma rede
de difração. Para tanto foi determinado o comprimento de onda do elétron em determinadas
velocidades (sob certas tensões), as duas distancias interplanares do policristal de grafite de
interesse para esse experimento (d1 e d2) e a constante de Planck (graficamente).
Para o experimento foi utilizado um tudo de difração de elétrons sob uma tensão de variando
de 2kV a 5kV, com uma lamina fina de grafite policristalino como rede de difração. O tubo conta
com uma tela fluorescente para a visualização dos feixes difratados que colidem sobre ela. Os raios
dos anéis formados pelos elétrons difratados na tela foram medidos com um paquímetro para cada
tensão aplicada ao tubo, iniciando em 2kV, com um passo de 0,5 kV, até o máximo de 5 kV. Foi
observado a formação de dois anéis na tela fluorescente e a medida do raio foi tomada como a
média dos raios internos e externos do anel. Quanto menor a tensão aplicada mais espesso e menos
nítido se torna o anel observado.
Seguindo tal procedimento foi possível elaborar a seguinte tabela de resultados:

Da equação de de Broglie:

λ= h/p

sendo p o momento linear do elétrons e h a constante de Planck;

O momento linear do elétrons pode ser descrito como:

p = (2*me*e*U)0,5

onde me é a massa do elétron,, e é a carga fundamental do elétron e U é a diferença de potencial


aplicada.

Combinando as equações temos:

λ = h / (2*me*e*U)0,5. (1)

Pela equação de Bragg:

nλ = 2*d*sen(θ) (2)
Onde n é a ordem da difração (número inteiro), λ é o comprimento de onda do feixe
incidente, d é a distancia entre as camadas atômicas do cristal envolvido (rede de difração) e θ o
ângulo de incidência do feixe.
Para angulos pequenos utiliza-se a seguinte aproximação:

sen(θ) = R/2L (3)

Combinando as equações (2) e (3) para n=1:

λ = d R/L (4)

Sendo d a distancia interplanar do policristal, R o raio do anel observado e L a distancia da fonte


geradora do feixe e a tela fluorescente (125 mm nesse equipamento).

Assim podemos relacionar a distancia interplanar d com o potencial aplicado e o raio do anel
de difração observado, igualando as equações (1) e (4) e isolando R.

R = L h / d (2*me*e*U)0,5. (5)

Elaborando gráficos com os dados obtidos na análise, de R vs U -0,5., o coeficiente linear pode
ser utilizado para calcular d para cada anel observado. O coeficiente angular da reta que descreve os
pontos de cada gráfico será igual a [L h / d (2*m e*e)0,5.], permitindo a obterção do valor de d para
cada anel.
d1 = L h / [0,75115 (2*me*e)0,5]
d2 = L h / [1,37825 (2*me*e)0,5]

Portanto: d1 = 2,042 E-10 m ou 0,204 nm e d2 = 1,11E-10m ou 0,111 nm.

Os valores fornecidos pelo fabricante do tubo de difração são d 1’ = 0,213 nm e d2’ = 0,123
nm, portanto o experimento apresentou erro de 4,41% para d1 e 10,81% para d2.

Da equação 5, para uma mesma tensão aplicada, o produto R*d é constante, pois depende
apenas de valores constantes (L, e, h e me).

Pode-se calcular também a constante de Planck com os dados do experimento. Para tanto
deve-se elaborar um gráfico de λ vs U0,5. Da equação 1 temos que o coeficiente angular da reta que
descreve os pontos desse gráfico seria igual a [h / (2*me*e)0,5], podendo assim calcular h.
Calculando λ pela equação 4 temos a seguinte tabela:
desse modo: h = 1,227E-9 * (2*me*e)0,5. Para o experimento, encontrou-se um valor de 6,6297E-34 Js
com erro de 0,004%.

A maior fonte de erro desse experimento foi a tomada de medida dos raios , medidos a mão
com um paquímetro, sob um superfície curva do tubo de difração e com bordas mal resolvidas nas
tensões mais baixas. Uma melhoria nessa etapa seria medir os diâmetros, em vez dos raios,
permitindo um erro relativo menor nessa medida.
A alta tensão utilizada no experimento é necessária para que o feixe de elétrons tenha
energia suficiente para transpor o policristal sem ser absorvido ou refletido pelos elétrons que
constituem as ligações entre os átomos do material.
A utilização de um feixe de elétrons e não um laser ou outras ondas eletromagnéticas de
comprimento de onda maior se deve ao fato de que a rede de difração utilizada nesse caso é um
material policristalino, ou seja, os espaçamentos dessa rede estão na ordem do comprimento das
ligações químicas, na ordem de 10 -10 m, e para que ocorra o fenômeno da difração, o comprimento
de onda deve dimensão semelhante as raias da rede de difração.
A formação de anéis circulares e não raias paralelas na tela fluorescente se deve ao fato de
que o material que atua como rede de difração é um policristais, ou seja, existem “n” monocristais
agrupados no material, cada um contribuindo para um desvio em certo ângulo no fenômeno da
difração. A soma de todas as contribuições de vários ângulos possíveis da com resultado 360º, ou
seja a formação de uma circunferência. No experimento só foi possível observar as duas primeiras
ordens de difração, ou seja apenas dois anéis.

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