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Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB

Departamento de Ciências e Tecnologias - DCT


Disciplina: Física Geral e Experimental 2
Docente: Telesson Teles
Discentes: Acassio Pacheco de Souza, André R. E. Silva, Gabriel Costa e
Kalebe Nascimento Lima

Experimento da dupla fenda de Young

Jequié-BA
Agosto-2022
1.0 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTO HISTÓRICO


As observações de Thomas Young no começo do século XIX, sobre o
fenômeno ondulatório da luz trouxe uma clareza a um dos maiores debates da física
até então, que era a natureza da luz, onda ou partícula? O experimento da dupla
fenda de Young mostrou que a luz sofre difração e interferência, aspectos que só
ondas possuem. Essa observação dá um breve fim a essa discussão mostrando a
natureza ondulatória da luz. Porém mais tarde Einstein ao explicar o efeito
fotoelétrico reacende essa discussão observando a dualidade onda-partícula da luz.

1.2 EXPERIMENTO FENDA ÚNICA


Quando uma fonte de ondulatória (dependente de um meio material ou não)
paralela incide sobre uma fenda, observa-se que a fenda, quando de dimensões
semelhantes ao da onda, também comporta-se como uma fonte irradiante. Mas
agora as ondas produzidas alargam-se através do meio, assumindo um formato
semicircular, este fenômeno é denominado difração. No experimento da fenda
simples, visualiza-se o gradiente de intensidade da onda difratada, e como a fonte
de luz paralela pode produzir uma onda que se espalha.
Abaixo pode-se visualizar um exemplo de como o experimento procede, e a
intensidade resultante.

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Figura 1: Simulação PhET representando a difração.

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1.3 EXPERIMENTO FENDA DUPLA
O experimento da fenda dupla de Young, difere do experimento anterior,
apenas pela adição de mais uma fenda idêntica a primeira e com uma distância
entre as fendas (𝑑), possibilitando assim, a observação do fenômeno de
interferência de ondas. A interferência ocorre quando duas ondas se encontram e se
sobrepõem, dependendo da fase essa interferência é: uma interferência destrutiva
1
quando a diferença de fase é 2
os vales das ondas (originada em cada fenda)
encontram-se com os picos de outra onda e a onda resultante é zero resultando em
faixas escuras no anteparo, já uma interferência construtiva é quando a diferença de
fases entre as ondas é 1 e os vales das ondas encontram-se assim como os picos,
resultando em faixas iluminadas no anteparo, a fase ainda pode ser intermediária,
1
entre 2
e 1 forma-se assim um interferência intermediária formando um gradiente
entre as faixas claras e escuras. Finalmente, através do experimento e após
observar o padrão de interferência constatou-se a natureza ondulatória da luz.
Abaixo pode-se visualizar uma simulação do experimento da dupla fenda.

Figura 2: Experimento da dupla fenda de Young para uma luz verde no simulador
PhET.

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2.0 OBJETIVOS
● Observar os efeitos da sobreposição de ondas no experimento de young;
● Verificar como as variáveis do experimento modificam os padrões de
interferência;
● Desenvolver uma relação entre os modificadores do experimento.

3.0 MATERIAIS
● Simulador PhET Wave Interference.

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4.0 MÉTODO

4.1 REALIZAÇÃO DO EXPERIMENTO


Inicialmente ressalta-se as importâncias da utilização do simulador, sendo
elas a reprodutibilidade do experimento, pois qualquer um pode checar as variáveis
e os resultados facilmente e a verossimidade da simulação que faz parte de um
acervo de simulações científicas desenvolvidas pela Universidade do Colorado.
No site da simulação
(https://phet.colorado.edu/en/simulations/wave-interference), na parte de fendas
(slits), onde é possível então observar o experimento da dupla fenda de Young, e
seu efeito resultante da sobreposição das ondas geradas. Escolhe-se os
modificadores da simulação: cor da onda(λ), distância entre as fendas (𝑑), distância
das fendas até o anteparo (𝐿) e a abertura das fendas (𝑠).

Tabela 1: Principais modificadores para o experimento.


Cor da onda (λ)

Distância entre as fendas (d)

Distância entre as fendas e o anteparo


(L)

Abertura das fendas (s)

Comprimento de onda (λ)


Após a configuração do experimento, mede-se a distâncias entre principal
pico luminoso 𝑚 = 0 e as cristas superiores e inferiores (m=1, m=2, m=-2, m=-1).
Agora com a reunião dos dados, relaciona-se como a modificação de cada
parâmetro citado interfere na sobreposição das ondas, inicialmente como modificam
a distância entre as cristas luminosas (𝐿), e então a partir da relação obtida,
verifica-se se o comprimento de onda calculado, confere com os valores teóricos
para a cor escolhida.

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4.2 MANIPULAÇÃO DA SIMULAÇÃO
No primeiro momento, foi observado como cada variável modifica o
experimento, alterando apenas um parâmetro de cada vez.
● Com o aumento do comprimento de onda (λ) da da fonte geradora, é
nítido o aumento das distâncias entre a crista central e as demais
cristas luminosas, ou seja, quando saímos do violeta até o vermelho,
temos um crescimento dos valores de ∆𝑌;
● A variação da distância das fendas até o anteparo (𝐿), também é
proporcional a ∆𝑌;
● A variação da distância entre as fendas (𝑑) é inversamente
proporcional ao ∆𝑌.
Desta forma, podemos relacionar esses comportamentos na expressão
abaixo:
λ*𝐿 ∆𝑌*𝑑
∆𝑌 = 𝑑
𝑜𝑢 λ = 𝐿

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5.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 APLICAÇÃO DA EXPRESSÃO


Após a realização do experimento, com os parâmetros fixos, podemos
inicialmente construir uma tabela relacionando os valores de 𝑚 a distância entre os
picos de interferências construtivas.

Tabela 2: Distâncias entre a franja clara m=0 e as demais cristas.


Valores de m Distância de m até m=0 (nm)

-2 1816,8

-1 794,8

0 0

1 773,5

2 1805,0

A cor escolhida foi o verde justamente por ser a cor padrão da simulação,
possibilitando a qualquer um repetir este experimento para o mesmo comprimento
de onda (λ) utilizado.
É necessário ainda ressaltar quais os valores dos parâmetros fixos:

Tabela 3: Parâmetros fixos para o experimento realizado.


Distância até o anteparo (nm) 2446,6

Abertura das fendas (nm) 200

Distância entre as fendas (nm) 1700

Comprimento de onda da luz verde 550 - 565


(nm)

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Agora após a reunião de todas as informações necessárias é possível
determinar experimentalmente qual o comprimento de onda da fonte luminosa.
Δ𝑌*𝑑
λ= 𝐿
● Para m=1
773,5*1700
λ = 2446,6 = 537, 4𝑛𝑚

● Para m=-1
794,8*1700
λ = 2446,6 = 551, 7𝑛𝑚

● Para m=2
Δ𝑌*𝑑
λ = 𝐿*|𝑚|

1805*1700
λ= 2446,6*2
= 627, 1𝑛𝑚

● Para m=-2
1816,8*1700
λ = 2446,6*2 = 631, 2𝑛𝑚

5.2 RESOLUÇÃO
Com a relação dos valores experimentais de comprimento de onda podemos
observar que, dos cinco gradientes resultantes da interferência construtiva, para
𝑚 = 1 e 𝑚 =− 1 os valores de λ coincidem com a faixa correspondente ao verde
no espectro eletromagnético já que suas distâncias até 𝑚 = 0 são relativas a luz
utilizada.
Já para as outras franjas 𝑚 = 2 e 𝑚 =− 2 os valores dos comprimentos de
onda não coincidem com a faixa correspondente ao verde isso se deve pelo fato
que apenas as fases são proporcionais (𝑚 = 2 e 𝑚 =− 2), ou seja, neste caso a
onda que parte da fenda mais distante da crista tem 2λ a mais de comprimento a
mais que a onda que sai da fenda mais próxima à crista.
Apesar de não podermos ponderar os erros dos equipamentos, podemos
observar uma influência do erro do operador, pois cada indivíduo pode medir os
valores de ∆𝑌 diferente, seja pela sensibilidade do mouse ou a utilização do
simulador em celular.

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7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. https://phet.colorado.edu/en/simulations/wave-interference; 23/08/2022.
2. https://www.youtube.com/watch?v=8GIwQ_QQ9uA; Acesso em: 24/08/2022.
3. HALLIDAY, David; RESNICK, R.; WALKER, J. Óptica e Física moderna.
Livros Téc. e Científicos Editora Ldª São Paulo, 2006.

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