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BAHIA - UESB
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS E
TECNOLOGIAS - DCT
CURSO: BACHARELADO EM QUÍMICA
DISCIPLINA: FÍSICA GERAL EXPERIMENTAL II
DOCENTE: TELESSON TELES
DETERMINAÇÃO DO CALOR
ESPECÍFICO DE UMA SUBSTÂNCIA
Jequié - Ba
Outubro de 2022
1.0 INTRODUÇÃO
Entre século XVIII e XIX o estudo do calor e outras formas de energia evoluiu
gradualmente, mas foi com o estudo de como a água pode ser aquecida ao ser
vigorosamente agitado, que fez Sir James Joule concluir que o aumento de
temperatura é proporcional ao trabalho realizado, essa mesma variação de
temperatura pode também ser obtida colocando-se a água em contato com algum
corpo mais quente logo essa interação também envolve uma troca de energia. Essa
é a definição de calor, uma transferência de energia de um corpo ou sistema para
outro em decorrência da diferença de temperatura existente entre eles.
O calor específico de uma substância nos dá a percepção de como a
temperatura do corpo varia com mediante ao calor, quando tem-se um calor
específico alto, diz-se que o material é um isolante térmico e precisa de bastante
energia para variar sua temperatura, e quando tem-se um calor específico baixo diz-
se que o material é um condutor térmico pouca energia é necessária na forma de
calor é necessária para a variação da temperatura, como exemplo cotidiano,
podemos perceber a sensação de “toque frio” dos metais que é consequência de
um calor específico pequeno.
Como existe esta relação tão íntima entre o calor específico e o tipo exato de
um material, podemos obter informações sobre a constituição deste material
estudado a partir do experimento. Então pelo método de comparação, com um certo
nível de certeza, conseguiremos definir se o material é igual ou constituído de
grande parte por uma substância já conhecida pela literatura.
2.0 OBJETIVOS
● Determinar o calor específico de uma substância qualquer;
● Determinar a capacidade térmica do calorímetro.
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3.0 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 TEMPERATURA
Originalmente a temperatura era mensurada com o tato, a sensação de
quente ou frio. Quando um corpo é percebido como quente, possui uma temperatura
maior que o corpo comparado, e percebido como frio quando sua temperatura é
inferior ao objeto contraposto. Definimos que a temperatura traduz o grau de
energia cinética médio dos corpos para escalas termométricas como Celsius (ºC) ou
Kelvin( K ).
T k =T c + 273,15
A escala em Kelvin é importante por evidenciar a inexistência de um limite
superior para a temperatura na natureza, mas, definitivamente existe um limite
inferior, o zero absoluto, neste ponto (ainda) teórico o corpo não possui nenhum tipo
de movimento (vibracional, estiramento, rotacional, translacional e deslocamento
dos elétrons) e por consequência não emite nenhuma radiação.
3.2 CALOR
Diante da interação entre corpos com diferentes temperaturas observa-se
que, no decorrer do tempo o sistema tende ao equilíbrio térmico, ou seja, ocorre
uma transferência líquida de energia do corpo com maior temperatura para o corpo
mais frio, resultando em uma temperatura final igual para ambos objetos e
intermediária entre suas temperaturas iniciais.
Antes do equilíbrioT ia >T ib
Depois do equilíbrioT fa =T fb =T f ; T ib < T f <T ia
Esta energia transferida é denominada calor (Q), quando positivo (+Q) indica
que o sistema (ou corpo) recebe energia e quando o calor é negativo (−Q) o
sistema perde energia, geralmente para o ambiente.
Ressalta-se ainda que o calor (Q) em alguns casos podem realizar trabalho
em sistemas isobáricos, e sua relação pode ser observada a seguir:
vf vf
∫ pdV = p ∫ dV = p( vf −vi).
vi vi
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3.3 CAPACIDADE TÉRMICA
A capacidade térmica (C) de um objeto é uma propriedade que depende da
composição química de cada corpo, expressa a relação entre a quantidade de calor
absorvido (+Q) ou perdido (−Q) pelo sistema e a sua variação de temperatura (ΔT ).
Q=C∗ΔT
Q
C=
ΔT
3.0 MATERIAIS
● Balança semi-analítica;
● Termômetro digital;
● Ebulidor elétrico;
● Calorímetro de isopor;
● Água torneiral;
● Corpos metálicos;
● Cronômetro.
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4.0 MÉTODOS
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4.2 DETERMINAÇÃO DO CALOR ESPECÍFICO DO CORPO
Com a capacidade térmica mensurada, e após o calorímetro resfriar-se
adiciona-se dois corpos metálicos somando 121,17 g ao calorímetro em conjunto
com água torneiral, após dez minutos mede-se a temperatura ambiente de 29,6 ºC ,
em paralelo aquece-se outra porção de água até 51,5 ºC .
Neste momento rapidamente descarta-se a água em temperatura ambiente,
seca-se os corpos e o calorímetro, transfere-se os corpos de volta ao recipiente,
preenche-se o calorímetro com a água aquecida, fecha-se o calorímetro e adiciona-
se o termômetro ao sistema.
Neste momento cronometra-se dez minutos, após o tempo corrido, verifica-se
que a temperatura de equilíbrio do sistema de 48,6 ºC . Por fim, calcula-se o calor
específico dos corpos e determina-se qual a composição do material a partir das
propriedades observadas.
−ma∗C a ¿ ΔT a−C∗ΔT c
C c=
ΔT c∗mc
Cal
capacidade térmica do calorímetro=C ( )massa de água no calorímetro=ma ( g)
ºC
Cal J
calor específico da água=C a=1 =4,18 temperatura inicial da água=T ia (ºC)
ºC ºC
temperatura final da água=T fa (ºC )variação datemperatura da água=ΔT a=T fa −T ia
somadas massas dos corpos=mc ( g)
temperatura inicial do corpo=T ic (ºC)
temperatura final do corpo=T fc ( ºC)variação datemperatura do corpo=ΔT c =T fc −T ic (ºC)
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5.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 CALORÍMETRO
Apesar de existirem valores teóricos gerais para a capacidade térmica de
calorímetros (garrafas térmicas por exemplo), determinar a capacidade térmica do
calorímetro é de grande importância por fornecer valores experimentais que
englobam tanto as propriedades do material, quanto os efeitos climáticos e tornar as
determinações mais verossímeis por permitir quantificar o erro individual para a
determinação do calor específico posteriormente. Ressalta-se que na prática o calor
específico não é constante, altera-se com a variação da temperatura, entretanto
estamos considerando o calor específico constante com intuito de simplificar o
experimento sem comprometer sua dinâmica.
Para o intervalo de dez minutos, obtivemos uma capacidade térmica
Cal
experimental para o calorímetro de 29,92 ± 4,16 , este intervalo é importante pois
ºC
engloba as trocas de calor da água com o calorímetro e entre o calorímetro e a
vizinhança, a fim de diminuir sua interferência nos cálculos. Por tanto é indicado que
se ajuste a capacidade calorífica para diferentes intervalos de tempo.
ma∗C a∗ΔT a +C c∗ΔT c =0
−ma∗C a ¿ ΔT a
C=
ΔT c
Onde:
massa de água no calorímetro=ma =438,82 g
Cal J
calor específico para água destilada de 14,5 ºC−15,5 ºC=Ca =1 =4,18
ºC ºC
temperatura inicial da água=T ia =56,2 ºCtemperatura final da água=T fa =54,4 ºC
variação datemperatura da água=ΔT a=54,4 ºC−56,2ºC=−1,8 ºC
temperatura inicial do calorímetro=T ic =28,0 ºC
temperatura final do calorímetro=T fc=54,4 ºC
variação datemperatura do calorímetro=ΔT c =54,4 ºC−28,0ºC=26,4 ºC
Cal
−438,82 g∗1 ∗(−1,8ºC ) Cal
C= ❑ =29,92± 4,16
26,4 ºC ºC
Cálculos
● Calorímetro
6
∂ f −Ma∗Ca∗ΔTa −Ma∗Ca −390,94∗1
= = =−20,57
∂ ΔT a Δ Tc ΔTc 19
∂ f −Ma∗Ca∗ΔTa Ma∗Ca∗Δ Ta
=
∂ ΔT c ΔTc ¿¿
∂ f ❑❑ −Ma∗Ca∗Δ Ta −Ca∗ΔTa −1∗(−2,9)
= = =0,15
∂ma ΔTc ΔTc 19
Cálculo de erro
Δ f = √❑Δ f = √❑
Δ f = √❑
Δ f = √❑
Δ f =± 4,16
Cal
Então teremos um calorímetro com capacidade térmica de 29,92 ± 4,16 .
ºC
Entretanto, caso fossemos considerar a perda de calor para o meio, teríamos que
acrescentar uma nova variável para a equação proposta.
−m a∗C a ¿ ΔT a−C∗ΔT c
C c=
ΔT c∗m c
Cal
capacidade térmica do calorímetro=C=29,92± 4,16
ºC
Cal J
massa de água no calorímetro=ma =390,94 gcalor específico da água=C a=1 =4,18
ºC ºC
temperatura inicial da água=T ia =51,5 ºCtemperatura final da água=T fa =48,6 ºC
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variação datemperatura da água=ΔT a=48,6−51,5=−2,9ºC
somadas massas dos corpos=mc =121,17 gtemperatura inicial do corpo=T ic=29,6ºC
temperatura final do corpo=T fc =48,6 ºC
variação datemperatura do corpo=ΔT c =48,6−29,6=19 ºC
Cal Cal
−390,94 g∗1 ∗(−2,9ºC )−29,92 ∗(19 ºC)
ºC ºC Cal
C c= =0,24682 ≈ 0,247 ±0,046
121,17 g∗19 ºC g∗ºC
Cálculos
● Calor Específico
−Ma∗Ca∗ΔTa−C∗Δ Tc
g( ΔT a , ΔT c , Mc , Ma ,C )=
Δ Tc∗Mc
∂ g −Ma∗Ca∗Δ Ta−C∗ΔTc −Ma∗Ca −390,94∗1
( )= = =−0,17
∂ ΔT a Δ Tc∗Mc Δ Tc∗Mc 19∗121,17
∂ g −Ma∗Ca∗Δ Ta−C∗ΔTc Ma∗Ca∗ΔTa
( )=
∂ ΔT c Δ Tc∗Mc ¿¿
∂ g −Ma∗Ca∗ΔTa−C∗ΔTc Ma∗Ca∗Δ Ta
( )=
∂ Mc Δ Tc∗Mc Δ Tc∗¿ ¿
∂ g −Ma∗Ca∗ΔTa−C∗ΔTc −Ca∗Δ Ta −1∗(−2,9)
( )= = =0,001
∂ Ma Δ Tc∗Mc ΔTc∗Mc 19∗121,17
∂ g −Ma∗Ca∗ΔTa−C∗Δ Tc −1 −1
( )= = =0,008
∂C ΔTc∗Mc Mc 121,17
Cálculo de erro
Δg= √ ❑
Δg= √ ❑
¿
Δg= √ ❑
¿
Δg= √ ❑
Δg= √ ❑
Δg=± 0,046
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final do calor específico do material, ou seja caso o valor do C.E. da água
fosse maior que o utilizado o C.E do material também será maior, se
aproximando do magnésio, e por outro lado, poderia ser menor, se
aproximando do alumínio.
● A massa da água, pois com a temperatura elevada por meio da ebulição
temos a modificação tanto da massa trabalhada quanto do calor específico
do vapor que influenciaram na determinação do corpo.
6.0 CONCLUSÃO
Após a realização do experimento foi observado como é possível relacionar o
calor e a variação da temperatura nas formas de capacidade térmica e calor
específico. Assim foi possível determinar uma aproximação do calor específico dos
Cal
corpos equivalente igual a 0,247 ± 0,046 , o que nos leva a suspeitar que se
g∗ºC
trata de uma liga de alumínio, considerando os dados encontrados na internet,
chegamos a conclusão que a liga em questão poderia ser uma de alumínio 5052,
composta por 96 a 99% de alumínio, além de concentrações menores de outros
metais, como: magnésio, ferro, cobre, manganês, cromo e zinco.
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7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de
física, vol. 2: gravitação, ondas e termodinâmica. Tradução: Ronaldo Sérgio
de Biasi, v. 9, 2012.
2. Young, Hugh D. Física II, Sears e Zemansky: termodinâmica e ondas.;
colaborador A. Lewis Ford; tradução Daniel Vieira; revisão técnica Adir
Moysés Luiz. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 14.ed. 2015.
3. https://www.metalnisa.com.br/propriedades-fisicas-aluminio.php . Acesso em:
15/10/2022. Às 20:30.
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