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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
PEN1880 – LABORATÓRIO DE QUÍMICA GERAL
DOCENTE: JOSÉ MARIANO DA SILVA NETO
DISCENTES: DIEGO NASCIMENTO DE OLIVEIRA
PEDRO RYAN FERREIRA DANTAS

RELATÓRIO DE PRÁTICA EXPERIMENTAL


CAPÍTULO X - CALORIMETRIA
PAU DOS FERROS – RN
ABRIL/2024

1. OBJETIVOS
Determinar a capacidade calorífica de um calorímetro, o calor específico
de um metal e o calor de neutralização de uma reação de um ácido forte com
uma base forte.

2. INTRODUÇÃO
A calorimetria é a ciência que estuda e quantifica a quantidade de calor
envolvida em uma transformação química ou física. Um instrumento essencial
para essa análise é o calorímetro, sendo o de água o mais básico e
frequentemente utilizado.
Quando uma reação ocorre dentro de um calorímetro de água, a
temperatura da água presente nele se altera. Através da medição dessa variação
de temperatura, é possível determinar a quantidade de calor liberada ou
absorvida utilizando a equação:

Q=m× c p × ∆ t(1)

Onde:

 Q é a quantidade de calor (Joules ou calorias);


 m é a massa da substância (g);
 cp é o calor específico da substância a pressão constante (J/g°C ou cal/g°C);
 ∆t é a variação de temperatura (°C).

⮚ Determinação da Capacidade Calorífica

A calibração do calorímetro é essencial, pois ele interage termicamente


com o sistema em análise. Para isso, quantidades conhecidas de água fria e
quente são misturadas dentro do calorímetro. A capacidade calorífica (C) é a
quantidade de energia necessária para elevar a temperatura de um corpo em 1°C.
Para determinar a capacidade calorífica do calorímetro, mistura-se uma
quantidade de água fria a uma temperatura conhecida com uma quantidade de
água quente a uma temperatura diferente. A temperatura de equilíbrio é então
medida e a capacidade calorífica é calculada usando a relação:

C=
[
− ( mq × c q × ( t e −t q ) ) + ( mf × c f × ( t e −t f ) ) ] (2)
( te −t f )

Onde:

 C é capacidade calorífica (cal/°C ou J/K);


 mq é a quantidade de água quente;
 cq é o calor específico da água quente;
 te é a temperatura final;
 tq é a temperatura da água quente;
 mf é a quantidade de água fria;
 cf é o calor específico da água fria;
 tf é a temperatura da água fria.

⮚ Determinação do Calor Específico de um Metal

Utilizando o método das misturas, o calor específico de um metal é


determinado aquecendo-o a uma temperatura superior à ambiente e, em seguida,
imergindo-o na água à temperatura ambiente contida no calorímetro. O metal
transferirá calor para a água e para o calorímetro até alcançar a temperatura de
equilíbrio. Utilizando o princípio da conservação de energia, temos:

−[ ( C +mf ×c a ) × ( t e −t a ) ]
C m= (3)
mm × ( t e−t m )

Onde:
 Cm é o calor especifico do metal;
 C é capacidade calorífica;
 mf é a quantidade de água fria;
 ca é o calor específico da água;
 te é a temperatura final;
 ta é a temperatura da água;
 mm é a massa do metal;
 tm é a temperatura do metal.

⮚ Determinação da ΔH de neutralização de um ácido forte (ácido


clorídrico) por uma base forte (hidróxido de sódio)

A variação de calor que ocorre em uma reação química entre produtos e


reagentes, a pressão constante, é chamada de entalpia de reação (ΔH).

A entalpia de uma reação entre um ácido (AH) e uma base (BOH) é


denominada calor de neutralização. Em solução aquosa, ácidos e bases fortes
estão completamente dissociados. A entalpia de neutralização é igual ao calor de
dissociação da água, com sinal contrário. O calor de neutralização é determinado
utilizando-se as seguintes relações:

Q n=− [ ( C+ ms × c s ) × ( t e −t o ) ] ( 4)

Onde:

 Qn é o calor de neutralização;
 C é capacidade calorífica;
 ms é a massa da solução;
 cs é o calor específico da solução;
 te é a temperatura final;
 t0 é a temperatura inicial.

Portanto, ΔH =Qn .
3. MATERIAIS E MÉTODOS

⮚ Materiais e reagentes

Materiais/Quantidade
 Calorímetro de alumínio – 01
 Termômetro – 02
 Chapa aquecedora e agitador – 02
 Becker 250 mL – 02
 Amostra de metal – 01
 Pisseta – 01
 Proveta de 100 mL – 03
 Pinça– 01

Reagentes
 Água destilada
 Solução de HCl 0,5 mol/L
 Solução de NaOH 0,5 mol/L

⮚ Procedimentos experimentais

a. Determinação da capacidade calorífica do calorímetro


Para determinar a capacidade calorífica do calorímetro, iniciamos
medindo 100 mL de água com uma proveta. Em seguida, colocamos essa água
no calorímetro de alumínio à temperatura ambiente e esperamos até que a
temperatura se estabilizasse, alcançando o equilíbrio térmico. Nesse momento,
anotamos a temperatura inicial da água ( t f ) e a massa de água ( mf ).
Posteriormente, medimos mais 100 mL de água com a proveta para aquecê-la
em um becker até cerca de 50°C (t f ). Rapidamente adicionamos essa água
aquecida à água já presente no calorímetro, fechamos bem e resfriamos o
termômetro em água corrente antes de introduzi-lo no calorímetro. Esperamos
novamente até a água alcançar o equilíbrio térmico e anotamos o valor da
temperatura final (t e).
b. Determinação do calor especifico de um metal
Para a determinação do calor específico de um metal, começamos
adicionando 100 mL de água no calorímetro de alumínio, medidos com a
proveta, e anotamos a temperatura da água (t a) e sua massa (ma). Em seguida,
pesamos o metal para determinar sua massa ( mm) em uma balança. Utilizando
uma pinça colocamos a peça de metal, em um becker contendo
aproximadamente 100 mL de água e aquecemos o conjunto até atingir a
temperatura de ebulição. Medimos e anotamos essa temperatura, que serviu
como temperatura inicial da peça de metal (t m). Rapidamente, retiramos a peça
da água em ebulição e a colocamos no calorímetro, fechando-o em seguida.
Resfriamos o termômetro em água corrente antes de introduzi-lo no calorímetro
e esperamos a temperatura se estabilizar, ou seja, até alcançar o equilíbrio
térmico. Anotamos então a temperatura de equilíbrio (t e).

c. Determinação do calor de neutralização


Para determinar o calor de neutralização, medimos 80 mL de solução de
hidróxido de sódio 0,5 mol/L com a proveta e transferimos para o calorímetro.
Anotamos a temperatura. Em seguida, colocamos 80 mL de solução de ácido
clorídrico 0,5 mol/L na proveta, medimos e anotamos a temperatura.
Misturamos as duas soluções no calorímetro e verificamos a temperatura,
anotando o maior valor observado, que foi a temperatura de equilíbrio.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Resultados/ Discussões
Na tabela 01 temos os dados obtidos de forma direta para que fosse
possível encontrar a capacidade calorífica do recipiente utilizado:

Tabela 01: dados experimentais


Fonte: autoria própria

Com os dados experimentais obtidos da tabela 01, é possível calcular a


capacidade térmica (C) do calorímetro, podendo-se ser obtida pelo principio da
conservação de energia (equação 02), após a realização do calculo e
considerando o calor especifico da água é igual a 1cal/g °C obtemos:
−[ ( 98 , 11×1 × ( 43−63 , 5 ) ) + ( 99 ,68 × 1× ( 43−26 ) ) ]
C=
( 43−26 )

C=18 , 63 cal/° C
Na tabela 02 temos os dados para determinação do calor especifico de
um metal.
Tabela 02: dados experimentais

Fonte: autoria própria

Considerando a capacidade calorifica 32 cal/ °C e os dados obtidos na


tabela 02 é possível encontrar o calor especifico de um metal ( C m), utilizando a
equação 03 obtemos:
−[ ( 32+49 , 8 ×1 ) × ( 30−29 ,3 ) ]
C m=
18 , 63 × ( 30−87 )
C m=0,054 cal/° C

A tabela 03 representa os dados experimentais obtidos para


Determinação do calor de neutralização.
Tabela 03: dados experimentais
Fonte: autoria própria

Com os dados obtidos anteriormente e utilizando a equação 04 é obtida a


determinação do calor de neutralização. Demostrado abaixo:
Qn=− [ ( 32+162 , 24 × 1 ) × ( 30 , 4−24 , 6 ) ]

Qn=−1127cal

5. CONCLUSÕES

Neste experimento de calorimetria, realizamos uma série de medidas para


investigar a transferência de calor entre diferentes substâncias. Ao longo do
experimento, observamos que a quantidade de calor transferida está diretamente
relacionada às propriedades térmicas das substâncias envolvidas, como massa e
capacidade térmica.
Os resultados obtidos demonstraram que a técnica de calorimetria é uma
ferramenta eficaz, porem alguns erros experimentais como a falta de
homogeneidade da temperatura no meio constituído por água e material,
devido à lentidão da troca de calor da água para o material, etc. Alteraram os
valores obtidos não sendo possível obter os valores esperados, para medir a
quantidade de calor envolvida em processos físicos e químicos. Através da
utilização de um calorímetro simples, pudemos quantificar a transferência de
calor com precisão, fornecendo informações valiosas sobre as propriedades
térmicas das substâncias testadas.
Além disso, ao analisar os dados coletados, observamos que a lei da
conservação de energia foi confirmada, uma vez que a quantidade de calor
perdida por uma substância foi próxima à quantidade de calor absorvida pela
outra. Isso ressalta a importância da aplicação dos princípios da termodinâmica
em experimentos práticos, garantindo resultados consistentes e confiáveis.
Em suma, este experimento de calorimetria nos permitiu explorar os
conceitos fundamentais de transferência de calor e termodinâmica, além de
fornecer uma experiência prática sobre a aplicação desses princípios na análise
de sistemas térmicos.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Claudia. Et al. Laboratório de química geral. Ed: 01. Pau dos ferros-RN [s.n.], [s.d.].

Pré-Laboratório

1. . Defina: calor, trabalho, sistema, vizinhança, energia interna e entalpia.

Calor: O calor é uma forma de energia que é transferida entre dois


sistemas ou entre uma parte de um sistema e sua vizinhança devido a uma
diferença de temperatura. Ele flui espontaneamente do corpo mais quente
para o mais frio até que ambos atinjam o equilíbrio térmico.

Trabalho: Na física e na termodinâmica, trabalho é uma medida da


energia transferida pela aplicação de uma força ao longo de uma distância.
É comumente representado como a área sob a curva de uma força aplicada
em relação à distância percorrida. No contexto da termodinâmica, o
trabalho é muitas vezes realizado pela expansão ou compressão de um
sistema contra uma pressão externa.

Sistema: Em termodinâmica, um sistema é uma região do universo


isolada para fins de análise ou observação. Ele pode ser tão pequeno quanto
uma partícula ou tão grande quanto uma galáxia. Um sistema pode trocar
energia e matéria com sua vizinhança.

Vizinhança: A vizinhança de um sistema em termodinâmica refere-


se ao ambiente ou às áreas circundantes que interagem com o sistema. Essas
interações podem incluir trocas de energia ou matéria.
Energia Interna: A energia interna de um sistema é a soma de todas
as formas de energia que estão associadas às moléculas constituintes do
sistema. Isso inclui a energia cinética das moléculas (associada à sua
velocidade) e a energia potencial (associada à sua posição).

Entalpia: Em termodinâmica, entalpia é uma função de estado de


um sistema, definida como a soma da energia interna do sistema e do
produto da pressão do sistema e do volume. Ela é representada pela letra H
e é frequentemente usada em reações químicas sob condições de pressão
constante. A variação da entalpia em uma reação química a pressão
constante é igual à quantidade de calor liberada ou absorvida pela reação.

2. Em que se baseia a primeira lei da termodinâmica? Enuncie e cite um


exemplo.

A primeira lei da termodinâmica, também conhecida como princípio da


conservação da energia para sistemas termodinâmicos, afirma que a
energia total de um sistema isolado permanece constante. Em outras
palavras, a energia pode mudar de forma ou ser transferida de um sistema
para outro, mas a quantidade total de energia dentro do sistema isolado
permanece constante.
Um exemplo simples disso é o seguinte:
Imagine um cilindro com um pistão móvel, que contém um gás ideal.
Se você aquecer esse gás fornecendo calor ao cilindro, o gás ganhará energia
na forma de calor. Como resultado, a energia interna do sistema (o gás
dentro do cilindro) aumentará. Se o pistão se mover, o gás pode realizar
trabalho ao empurrar o pistão contra uma carga externa, convertendo
parte de sua energia interna em trabalho mecânico. Mesmo que parte da
energia tenha sido convertida em trabalho mecânico, a quantidade total de
energia dentro do sistema (soma da energia interna e do trabalho realizado)
permanecerá a mesma, de acordo com a primeira lei da termodinâmica.

3. Comparando o calor específico do metal com o da água, o metal se aquece


ou se resfria mais ou menos rapidamente que a água? Por quê?
Devido ao seu calor específico mais baixo, o metal se aquecerá ou
resfriará mais rapidamente do que a água quando exposto à mesma
quantidade de calor.

4. Suponha que se tenham duas peças metálicas, uma de ferro e a outra de


alumínio, de mesma massa, em água em ebulição. Ambas são colocadas em
recipientes iguais com água a 25°C. Em qual caso a temperatura final da
água será mais elevada? Justifique.
A temperatura final da água será mais elevada quando a peça de
alumínio for colocada nela. Isso ocorre porque o alumínio tem uma
capacidade maior de transferir calor para a água devido ao seu maior calor
específico.

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